PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS UNIDADE BETIM ESPÉCIES VEGETAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DO DISTRITO DE SÃO JOSÉ DE ALMEIDA, JABOTICATUBAS MG Ana Paula dos Santos Betim - MG 2010 11 Ana Paula dos Santos ESPÉCIES VEGETAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DO DISTRITO DE SÃO JOSÉ DE ALMEIDA, JABOTICATUBAS MG Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais como parte das exigências do curso de graduação em Ciências Biológicas Licenciatura e Bacharelado em Gestão Ambiental. ORIENTADORAS M. Sc. Andréia Fonseca Silva – EPAMIG Betim - MG 2010 12 Ana Paula dos Santos ESPÉCIES VEGETAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DO DISTRITO DE SÃO JOSÉ DE ALMEIDA, JABOTICATUBAS MG Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais como parte das exigências do curso de graduação em Ciências Biológicas Licenciatura e Bacharelado em Gestão Ambiental. _________________________________________ Andréia Fonseca Silva (Orientadora) – EPAMIG _________________________________________ Maira Christina Marques Fonseca - EPAMIG _________________________________________ Simone Cristina Alves e Souza – PUC Minas Betim, 30 de Junho de 2010. 13 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fotografia do alecrim-do-campo: ramo com folhas e inflorescência .... 47 Figura 2: Fotografia da alfavaca: planta com folhas e inflorescência ................. 47 Figura 3: Fotografia do alfavacão: ramo com folhas e inflorescência seca ........ 47 Figura 4: Fotografia do algodão: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento 47 Figura 5: Fotografia do algodão: frutos em desenvolvimento ............................. 47 Figura 6: Fotografia da amesca: ramo com folhas e inflorescências .................. 48 Figura 7: Fotografia do articum: botão floral ....................................................... 48 Figura 8: Fotografia do assa-peixe: ramo com folhas e inflorescências secas ... 48 Figura 9: Fotografia do azedinho: planta com folhas e inflorescências .............. 48 Figura 10: Fotografia do azedinho: inflorescências ............................................. 48 Figura 11: Fotografia da babosa: folhas .............................................................. 49 Figura 12: Fotografia do bálsamo: planta toda .................................................... 49 Figura 13: Fotografia do barbatimão: galhos com folhas e inflorescência .......... 50 Figura 14: Fotografia da boca-de-cobra: inflorescência ...................................... 50 Figura 15: Fotografia da bolsa-de-pastor (Cybistax antisiphilitica): ramo com folhas ................................................................................................................... Figura 16: Fotografia da bolsa-de-pastor (Cybistax antisiphilitica): flores ........... 50 50 Figura 17: Fotografia da bolsa-de-pastor (Zeyheria montana): ramo com folhas, flores e frutos imaturos ............................................................................ Figura 18: Fotografia do bugre: ramo com folhas e inflorescência jovem ........... 51 51 Figura 19: Fotografia da cagaiteira: árvore ao fundo e ramo com folhas ............ 52 Figura 20: Fotografia da cagaiteira: folhas e fruto imaturo .................................. 52 Figura 21: Fotografia da cambará-da-flor-vermelha: inflorescência .................... 52 Figura 22: Fotografia do cajuzinho-do-campo: planta toda ................................. 52 Figura 23: Fotografia da canela-de-cigana: inflorescência ................................. 53 Figura 24: Fotografia da canela-de-saracura: planta com folhas e inflorescência ...................................................................................................... Figura 25: Fotografia da capeba: planta com folhas e inflorescências ............... 53 54 Figura 26: Fotografia do caruru-de-veado: planta seca com folhas e inflorescências ..................................................................................................... Figura 27: Fotografia da catuaba: planta florida .................................................. 54 54 Figura 28: Fotografia do coitezeiro: ramo com folhas e fruto imaturo em desenvolvimento ................................................................................................. Figura 29: Fotografia do coitezeiro: frutos desenvolvidos ................................... 54 54 14 Figura 30: Fotografia da crista-de-pavão: inflorescências com flores e frutos .... 55 Figura 31: Fotografia do dom-bernardo: planta florida ........................................ 55 Figura 32: Fotografia da embaúba-roxa: folhas secas ........................................ 55 Figura 33: Fotografia da erva-cidreira: ramos com folhas e inflorescências ....... 56 Figura 34: Fotografia da erva-cidreira: inflorescência ......................................... 56 Figura 35: Fotografia da erva-de-passarinho: ramo com folhas e inflorescências ..................................................................................................... Figura 36: Fotografia da erva-de-rato (Psychotria barbiflora): planta florida ....... 56 56 Figura 37: Fotografia da erva-de-rato (Psychotria capitata): planta seca com frutos ................................................................................................................... Figura 38: Fotografia da folha- miúda: ramo com inflorescências com botões florais e flores ...................................................................................................... Figura 39: Fotografia do fumo: flores .................................................................. 57 57 Figura 40: Fotografia da goiabeira: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento ................................................................................................. Figura 41: Fotografia da insulina: ramo com folha e frutos imaturos e maduros 58 58 Figura 42: Fotografia da jalapa (Mandevilla illustris): planta florida .................... 59 Figura 43: Fotografia da jalapa (Mandevilla illustris): flores ................................ 59 Figura 44: Fotografia da jalapa (Rhodocalyx rotundifolius): planta florida .......... 59 Figura 45: Fotografia da jalapa (Rhodocalyx rotundifolius): flores ..................... 59 Figura 46: Fotografia do jatobá: ramo com folhas e frutos imaturos ................... 60 Figura 47: Fotografia do jeribão: folhas e inflorescência ..................................... 60 Figura 48: Fotografia do joão-bolô: ramo com folhas e inflorescências .............. 61 Figura 49: Fotografia do joão-bolô: ramo com frutos em desenvolvimento ........ 61 Figura 50: Fotografia do juá-brabo: planta com frutos maduros ......................... 61 Figura 51: Fotografia da língua-de-tiú: planta toda com frutos em desenvolvimento ................................................................................................. Figura 52: Fotografia da língua-de-tiú: ramo com frutos em desenvolvimento ... 62 62 Figura 53: Fotografia da macaúba: ápice do coqueiro com inflorescência ......... 62 Figura 54: Fotografia da macaúba: inflorescência .............................................. 62 Figura 55: Fotografia da mama-cadela: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento ................................................................................................. Figura 56: Fotografia da mamona: folhas e inflorescência com botões florais, flores e frutos em desenvolvimento ..................................................................... Figura 57: Fotografia da marcela: inflorescências secas .................................... 57 63 63 63 Figura 58: Fotografia da maria-preta: planta florida ............................................ 64 Figura 59: Fotografia da maria-preta: inflorescência com botões florais e flores 64 15 Figura 60: Fotografia da mata-barata: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento ................................................................................................. Figura 61: Fotografia do melão-de-são-caetano: planta florida .......................... 64 64 Figura 62: Fotografia do melão-de-são-caetano: fruto maduro ........................... 64 Figura 63: Fotografia do murici: galhos com folhas e inflorescências ................. 65 Figura 64: Fotografia do murici: inflorescência ................................................... 65 Figura 65: Fotografia do murici: frutos em desenvolvimento .............................. 65 Figura 66: Fotografia do mutambo: ramo com folhas e flores ............................. 66 Figura 67: Fotografia do mutambo: árvore com frutos em desenvolvimento ...... 66 Figura 68: Fotografia da nega-mina: frutos em desenvolvimento ....................... 66 Figura 69: Fotografia da notícia-de-ouro-preto: flores ......................................... 66 Figura 70: Fotografia do oficial-de-sala; planta florida ........................................ 67 Figura 71: Fotografia do pacari: ramo com folhas, botões florais e flores .......... 67 Figura 72: Fotografia do pacari: Botão floral e flor .............................................. 67 Figura 73: Fotografia do pacová: folhas e inflorescências com botões e florais . 67 Figura 74: Fotografia do pau-doce: ramo com folhas e inflorescências .............. 68 Figura 75: Fotografia do pau-doce: flores ........................................................... 68 Figura 76: Fotografia do pau-santo (Kielmeyera coriacea): galhos com botões florais ................................................................................................................... Figura 77: Fotografia do pau-santo: flor .............................................................. 68 68 Figura 78: Fotografia do pau-santo (Kielmeyera variabilis): planta com frutos ... 68 Figura 79: Fotografia do pequi: planta com botões florais .................................. 69 Figura 80: Fotografia do pequi: botões florais e flores ........................................ 69 Figura 81: Fotografia do pereira: folhas .............................................................. 69 Figura 82: Fotografia do pereira: frutos secos .................................................... 69 Figura 83: Fotografia da pimenta-de-macaco: ramo com folhas, botões florais e flores ................................................................................................................. Figura 84: Fotografia da pimenta-de-macaco: ramo com frutos imaturos e maduros .............................................................................................................. Figura 85: Fotografia da píteira: planta ............................................................... 70 70 Figura 86: Fotografia da piteira: flor .................................................................... 70 Figura 87: Fotografia da pitangueira: folhas e frutos em desenvolvimento ......... 71 Figura 88: Fotografia da pitangueira: folhas e frutos em desenvolvimento ......... 71 Figura 89: Fotografia do quatro-mirréis: planta florida ........................................ 71 Figura 90: Fotografia do quatro-mirréis: planta com frutos imaturos .................. 71 70 16 Figura 91: Fotografia da quina-varinha: ramo com folhas e frutos imaturos ....... 72 Figura 92: Fotografia da romanzeira: ramo com folhas e flor ............................. 72 Figura 93: Fotografia do sangue-de-cristo: planta com folhas, botões florais e flores .................................................................................................................... Figura 94: Fotografia do seno: planta florida ....................................................... 72 73 Figura 95: Fotografia da sucupira: árvore florida ................................................ 73 Figura 96: Fotografia da sucupira: flores ............................................................. 73 Figura 97: Fotografia da sucupira: frutos secos .................................................. 73 Figura 98: Fotografia da transagem: planta florida ............................................. 74 Figura 99: Fotografia do urucum: folhas e botões florais .................................... 74 Figura 100: Fotografia do velame (Macrosiphonia velame): planta com botão floral ..................................................................................................................... Figura 101: Fotografia do velame (Macrosiphonia velame): planta com flor, frutos e sementes ................................................................................................ Figura 102: Fotografia do velame (Macrosiphonia longiflora): planta seca com frutos secos ......................................................................................................... Figura 103: Fotografia do velame (Macrosiphonia longiflora): folhas ................. 75 75 75 75 17 SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................ 08 ABSTRACT .................................................................................................... 09 1. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 10 2. OBJETIVOS ……………………………………………………………………. 12 2.1. Objetivo geral ……………………………………………………………….. 12 2.2. Objetivos específicos ……………………………………………………... 12 3. REVISÃO DA LITERATURA ......…………………………………………..... 13 3.1 A diversidade vegetal brasileira ........................................................... 13 3.2. A etnobotânica ...................................................................................... 15 4. METODOLOGIA ..............…………………………………………………...... 17 4.1. Área de estudo ………………………………………………………......…. 17 4.2. Levantamento de dados etnobotânicos ……………………………….. 17 4.3. Coleta, herborização e identificação das plantas .............................. 18 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 19 5.1. Perfil dos entrevistados ........................................................................ 19 5.2. Diversidade de plantas citadas ............................................................ 20 5.3. Local de coleta das plantas citadas .................................................... 39 5.4. Usos das plantas ................................................................................... 41 5.4.1. Uso medicinal ..................................................................................... 41 5.4.1.1. Modos de preparo e partes das plantas ditas medicinais ........... 42 5.4.2. Plantas utilizadas para tratar animais .............................................. 43 5.4.3. Plantas tóxicas ................................................................................... 43 5.4.4. Usos diversos ..................................................................................... 44 5.5. A nomenclatura popular e científica ................................................... 45 6. CONCLUSÃO ............................................................................................ 76 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 77 APÊNDICE ..................................................................................................... 85 18 RESUMO Este trabalho teve como objetivo geral, recuperar e registrar o conhecimento etnobotânico sobre as espécies vegetais do Distrito de São José de Almeida, Jaboticatubas, MG (19°26’12,81” S.; 43°49’41,20” O e altitude média de 700m.). Os objetivos específicos foram: verificar quais são as plantas utilizadas pelos moradores do Distrito; detectar os principais usos dados às plantas; identificar raizeiros, benzedeiras, curandeiros e artesãos existentes na região; coletar, herborizar; identificar espécies vegetais utilizadas pelos moradores de São José de Almeida. Para tanto foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com moradores do local utilizando-se formulários previamente preparados. A amostra foi composta por informantes considerados, pela comunidade, como pessoas que detêm o conhecimento sobre o assunto pesquisado, sendo a amostragem do tipo nãoprobalística com amostra intencional ou de seleção racional. Realizou-se oito entrevistas, sendo que as mulheres foram predominantes entre os entrevistados. Foram citadas 168 plantas, pertencentes a 138 gêneros e 63 famílias. Foram coletados fragmentos vegetais de 132 espécies, o material testemunho encontra-se depositado no Herbário PAMG-EPAMIG. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, Asteraceae e Lamiaceae, com 14, 13 e 11 espécies, respectivamente. Quanto à obtenção das plantas, 50% é coletada no cerrado e os outros 50% são coletados no próprio quintal. A indicação predominante foi para uso medicinal, principalmente para problemas estomacais. A parte da planta mais utilizada foi a folha e a forma de preparo predominante foi o chá (decocto). Os dados analisados demonstram que o uso de plantas é um hábito comum na região. Concluindo-se que é preciso promover ações de valorização do saber popular relacionado ao uso de plantas, pois desta forma haverá mais chance de que este saber seja preservado ao longo das gerações. Palavras-chave: Etnobotânica. Plantas medicinais. tradicional. Etnoveterinária. Cerrado. Conhecimento 19 ABSTRACT This study aimed to retrieve and record ethnobotanical knowledge about plant species of the District of São José de Almeida, Jaboticatubas city, MG State, Brazil, (19 ° 26'12, 81 "S., 43 ° 49'41, 20" E average altitude of 700m.). The specific objectives were: to determine what are the plants used by residents of the District; capture the main uses given to plants, to identify healers, faith healers, shamans and artisans in the region; collect, herborize; identify plant species used by the residents of São José de Almeida. We realized semi-structured interviews with local residents using previously prepared forms. The sample consisted of respondents regarded by the community, as people who have knowledge about the researched subject, with sampling of the non-probabilistic intentional sample selection or rational. Eight interviews was doing with women were prevalent among respondents. Were cited 168 plants belonging to 138 genera and 63 families. Fragments were collected from 132 plant species, the material witness shall be deposited in the Herbarium PAMGEPAMIG. The families with the greatest number of species were Fabaceae, Asteraceae and Lamiaceae, 14, 13 and 11 species respectively. Concerning the obtaining of plants, 50% is collected in the brazilian savannas and the other 50% are collected in their own backyard. The predominant indication was for medical use, mainly for stomach problems. Part of the plant is the most widely used was leaves and form preparation was the predominant tea (decoction). The data demonstrate that the use of plants is a common habit in the region. Concluding that is necessary to promote actions for recovery of popular knowledge related to the use of plants, because this way there is more chance that this knowledge is preserved over the generations. Key-words: Ethnobotanical. Medicinal plants. Cerrado. Traditional knowledge. Ethnoveterinary. 20 1. INTRODUÇÃO A etnobotânica compreende o estudo das sociedades humanas, passadas e presentes, e suas interações ecológicas, genéticas, evolutivas, simbólicas e culturais com as plantas (FONSECA-KRUEL; PEIXOTO, 2004). É por meio da etnobotânica que se busca o conhecimento e o resgate do saber botânico tradicional particularmente relacionado ao uso dos recursos da flora (GUARIM NETO; SANTANA; SILVA, 2000). O Brasil é o país com maior diversidade genética vegetal do mundo, abrigando cerca de 55 mil espécies de plantas. Quanto à sociodiversidade, o país, engloba cerca de 220 etnias indígenas, além de comunidades locais como quilombolas, seringueiros, caiçaras, etc. que detêm importantes conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade (MMA, 2009). Os ecossistemas brasileiros estão sendo ameaçados pelo aumento da população e pela ineficiência das leis de proteção e isto demonstra a necessidade urgente de se domesticar espécies úteis, reflorestar áreas desmatadas e racionalizar o uso das florestas, a fim de preservar estas espécies e garantir o repasse do conhecimento às gerações futuras (ANDRADE; CASALI, 2002). Neste sentido, a etnobotânica é uma ferramenta indispensável para o conhecimento, valorização e preservação da flora (ALBUQUERQUE, 2002). Neste trabalho realizou-se um levantamento etnobotânico no Distrito de São José de Almeida, Município de Jaboticatubas, que pertence à Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Município de Jaboticatubas engloba 65% da área do Parque Nacional da Serra do Cipó (PNSC). Segundo mapas elaborados por Drummond e outros (2005), o PNSC está entre as áreas prioritárias para conservação da flora de Minas Gerais, sendo considerada de importância biológica especial, quando se fala em biodiversidade. Os autores recomendam para essa região, ações de manejo, como a recuperação/reabilitação das margens dos cursos d’água e a investigação científica para a efetiva conservação. A vegetação do PNSC é bastante estudada e o destaque são os campos rupestres, que recobrem as regiões de maior altitude (1000 a 1600 m), e são os principais responsáveis pela excepcional riqueza de espécies: mais de 1800 espécies já descritas na região (IBAMA, 2004). 21 O Distrito de São José de Almeida localiza-se à aproximadamente 30 km do limite do Parque, mas apesar desta proximidade, não há registros da flora do Distrito, e tampouco do uso tradicional das espécies vegetais existentes. E mesmo que o Distrito pertença a Região Metropolitana de Belo Horizonte, seus moradores ainda utilizam plantas para tratamento de doenças, produção de vassouras, artesanatos, benzeduras, etc. Considerando a importância biológica da região e a escassez de inventários de flora que possibilitem a elaboração de planos de manejo e conservação das espécies, este estudo contribuirá para o regaste do conhecimento sobre plantas que são úteis para o homem e para a preservação das mesmas em Minas Gerais. 22 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo geral • Recuperar e registrar o conhecimento etnobotânico sobre as espécies vegetais utilizadas pela população do Distrito de São José de Almeida, Jaboticatubas, MG. 2.1. Objetivos específicos • Verificar quais são as plantas utilizadas pelos moradores do Distrito de São José de Almeida; • Detectar os principais usos dados às plantas pelos moradores do Distrito de São José de Almeida; • Identificar raizeiros, benzedeiras, curandeiros e artesãos existentes na região; • Coletar, herborizar e identificar espécies vegetais utilizadas pelos moradores do Distrito de São José de Almeida; 23 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1. A diversidade vegetal brasileira Segundo Guerra e Nodari (2004), biodiversidade é a variedade e variabilidade existentes entre organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais eles ocorrem. O Brasil é considerado um país de megadiversidade pois detém aproximadamente 19% do total de plantas do planeta (GIULIETTI; HARLEY; QUEIROZ, 2005) e mais de 15 milhões de representantes do Reino Animal (CALIXTO, 2000). Em números específicos, o Brasil abriga cerca de 56 mil espécies das 264 a 279 mil espécies vegetais de plantas conhecidas e catalogadas no mundo (PEIXOTO; MORIM, 2003; GIULIETTI; HARLEY; QUEIROZ, 2005). Estimativas atuais do Ministério do Meio Ambiente indicam a existência de 5 a 10 espécies de gimnospermas, 55 a 60 mil espécies de angiospermas, 3.100 espécies de briófitas, 1.200 a 1.300 espécies de pteridófitas e cerca de 525 espécies de algas marinhas. Segundo Giulietti, Harley e Queiroz, (2005), no Brasil, ocorrem 41 famílias e 8.016 espécies incluídas em 669 gêneros de monocotiledôneas, representando 14% do total mundial. Dessas espécies, 3.557 são endêmicas ao Brasil (GIULIETTI; HARLEY; QUEIROZ, 2005). Quanto às dicotiledôneas, Shepherd (2003) afirma que existam cerca de 21 mil espécies no Brasil, o que representa 11,3% da flora do mundo. As famílias Leguminosae (s. l.) (3.200 spp), Asteraceae (1.900 spp), Euphorbiaceae (1.100 spp), Myrtaceae (1.038 spp) e Rubiaceae (1.000 spp) são as maiores famílias, em número de espécies no Brasil (GIULIETTI; HARLEY; QUEIROZ, 2005). O interesse sobre a flora do Brasil remonta ao século XVI e numerosos botânicos europeus visitaram o país do século XVII até o final do século XIX para estudar as paisagens e a flora do Brasil. Em 1808, com a criação do Museu Nacional do Rio de Janeiro iniciaram-se estudos taxonômicos e florísticos no Brasil (GIULIETTI; HARLEY; QUEIROZ, 2005). A diversidade biológica de qualquer nação tem que ser tratada como um recurso global, para ser registrada, usada e, acima de tudo, preservada (WILSON, 1997). Essa afirmativa toma um caráter de urgência, considerando que o crescimento explosivo das populações humanas está desgastando o meio ambiente de forma acelerada, a ciência está descobrindo novas utilizações para a diversidade 24 biológica e grande parte da diversidade está se perdendo irreversivelmente através da extinção causada pela destruição de hábitats naturais (EHRLICH, 1997; WILSON, 1997; CALIXTO, 2000). A falta de conscientização ecológica e de direcionamento técnico levam espécies de grande valor ecológico a se extinguirem, assim como os representantes da fauna que dependem dessas espécies, estão também condenados (LORENZI, 1992). Após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a demanda acerca da biodiversidade, em escalas global, regional e nacional cresceu muito. O conhecimento, a conservação e o uso sustentável da fauna, da flora e do ambiente onde vivem animais e plantas fazem parte do rol de temas que trata a Convenção da Diversidade Biológica (CDB) (PEIXOTO; MORIM, 2003). Tem que se apressar em adquirir o conhecimento sobre o qual basear uma política sábia de conservação e desenvolvimento para os séculos que estão por vir (WILSON, 1997). Em termos econômicos, o valor estratégico total da biodiversidade brasileira, pode passar de um trilhão de dólares (CALIXTO, 2000). Os componentes da biodiversidade podem fornecer uma ampla gama de produtos de importância econômica. Dentre eles destacam-se os fitoterápicos e os fitofármacos, originados dos recursos genéticos vegetais (GUERRA; NODARI, 2004). Estima-se que existam aproximadamente 250 mil espécies de plantas no mundo e que apenas 10% destas tenham sido avaliadas por algum método científico. Isto faz da flora brasileira uma das mais ricas fontes de novos produtos farmacêuticos, cosméticos e nutracêuticos, pois constitui a maior biodiversidade do planeta (BRANDÃO; ZANETTI, 2008). Os produtos naturais e seus derivados representam mais de 50% de todas as drogas utilizadas no mundo. As plantas superiores contribuem com mais de 25% deste total (WYK; WINK, 2004). Segundo Henkel (1999) dos 30 mil compostos naturais bioativos existentes, 13% foram derivados de animais, 33% de bactérias, 26% de fungos e 27% originados de plantas. 25 3.2. A etnobotânica Considerando que o homem não é somente um ser biológico que vive num ambiente específico, mas também portador e criador de cultura (ANDRADE; CASALI, 2002).A etnobotânica pode ser entendida como o estudo da inter-relação direta entre pessoas de culturas viventes e as plantas do seu meio (ALBUQUERQUE, 2002). Desde a década de 80 muitos pesquisadores já percebiam o senso de urgência no estudo e registro do saber tradicional associado à flora, considerando as crescentes pressões econômicas, a perda da biodiversidade e o acelerado processo de mudança cultural que as comunidades tradicionais sofrem, principalmente em países em desenvolvimento (AMOROZO; GÉLY, 1988; ELISABETSKY, 2004). A etnobotânica é considerada uma ferramenta indispensável para o conhecimento, valorização e preservação da flora (ALBUQUERQUE, 2002). A descoberta do modo pelo qual qualquer grupo humano se relaciona com seu ambiente justifica-se em si mesma, ao permitir entender como, pelo seu modo de pensar a natureza, o homem a explora, produzindo seus meios de subsistência, além de se apropriar ideologicamente dela e construir representações simbólicas relevantes à organização social (AMOROZO, 1996). Existem duas formas de se construir o conhecimento das propriedades terapêuticas das plantas: de “forma intuitiva” na medicina popular por diferentes culturas e a “forma científica”, e essas duas formas devem ser utilizadas juntas, de forma a enriquecer as informações sobre o uso seguro e eficaz das plantas medicinais (LEITE, 2004). Segundo registros históricos de diferentes civilizações e culturas que se sucederam em nosso planeta, o ser humano iniciou o uso de plantas imitando os animais, guiado por instinto, e depois empiricamente, associando o poder curativo destas a práticas mágicas, místicas e ritualísticas, num processo de seleção contínuo de plantas medicinais (BALBAA, 1983; CORRÊA JÚNIOR; MING; SCHEFFER, 1991; MING, 1994). As plantas são a identidade de um conjunto de pessoas, refletem o que são, o que pensam e suas relações com a natureza que os cerca. Esta sábia natureza lhes oferece alimentação, remédios, sustento rentável e desfrute da alma (MEDEIROS; FONSECA; ANDREATA, 2004). 26 Toda sociedade humana acumula um acervo de informações sobre o ambiente que a cerca, que vai lhe possibilitar interagir com ele para prover suas necessidades de sobrevivência. Neste acervo, inscreve-se o conhecimento relacionado ao mundo vegetal com o qual estas sociedades estão em contato (AMOROZO, 1996). A etnobiologia e a etnoecologia têm sido campos que vêm contribuindo no fornecimento de dados que muitas vezes corroboram a idéia de que práticas locais de indígenas ou campesinos são ecologicamente sustentáveis, e podem fornecer alternativas para as práticas importadas pelos cientistas que não raro olvidam a realidade local (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2001). As pesquisas etnobotânicas podem subsidiar trabalhos sobre uso sustentável da biodiversidade através da valorização e do aproveitamento do conhecimento empírico das sociedades humanas, a partir da definição dos sistemas de manejo, incentivando a geração de conhecimento científico e tecnológico voltados para o uso sustentável dos recursos naturais (FONSECA-KRUEL; PEIXOTO, 2004). Tanto a etnobotânica como a etnofarmacologia têm demonstrado ser poderosas ferramentas na busca por substâncias naturais de ação terapêutica (ALBUQUERQUE, 2002; ALBUQUERQUE; HANAZAKI, 2006). Para a maioria das plantas nativas não existem estudos científicos e sua utilização, no Brasil, é baseada principalmente, na tradicionalidade (VENDRUSCOLO; RATES; MENTZ, 2005). 27 4. METODOLOGIA 4.1. Área de estudo O estudo etnobotânico foi conduzido no Distrito de São José de Almeida, Município de Jaboticatubas, região central de Minas Gerais (Mapa 1). O Distrito localiza-se nas coordenadas geográficas definidas por: 19°26’12,81” de Latitude Sul e 43°49’41,20 de Longitude Oeste e altitude média de aproximadamente 700m (GOOGLE EARTH, 2004). Mapa 1: Como chegar a São José de Almeida, Jaboticatubas – MG Fonte: Jaboticatubas, 2006. 4.2. Levantamento de dados etnobotânicos Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com moradores do Distrito de São José de Almeida, utilizando-se formulários previamente preparados (ANEXO) (ALBUQUERQUE; LUCENA, 2004). O procedimento utilizado para determinação da amostra é o descrito por Albuquerque e Lucena (2004). A amostragem foi do tipo não-probalística com 28 amostra intencional ou de seleção racional. A amostra foi composta por informantes selecionados na população, por serem considerados pela comunidade como pessoas que detêm o conhecimento sobre o assunto pesquisado. Os esforços de pesquisa foram concentrados sobre raizeiros, benzedeiras e artesãos existentes na região, que utilizem plantas e/ou produtos extraídos delas no seu dia-a-dia. As perguntas foram objetivas visando verificar todas as relações existentes entre homem/planta, de modo a obter informações sobre as plantas utilizadas como medicamento, para o artesanato, como lenha, para construção, entre outros. Após aplicação dos questionários os dados foram tabulados e analisados. 4.3. Coleta, herborização e identificação das plantas Após as entrevistas as plantas foram coletadas com o auxílio do entrevistado, sempre que este tinha disponibilidade. O material coletado foi fotografado com câmera fotográfica digital, e em seguida etiquetado e acondicionado em sacos plásticos até a prensagem, que foi realizada utilizando-se prensas de madeira, jornais e papelão. O material assim processado foi levado para o Herbário PAMG da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) onde foi seco em estufa e herborizado conforme as técnicas usuais em botânica (FIDALGO; BONONI, 1984). A identificação das espécies foi realizada utilizando-se literatura especializada, consulta ao acervo do Herbário PAMG e outros herbários, e sempre que possível e necessário foi solicitado auxílio de especialistas nas diversas famílias botânicas. O sistema de classificação utilizado foi o da APG II (SOUZA; LORENZI, 2008). O material PAMG/EPAMIG. testemunho deste estudo está depositado o Herbário 29 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Perfil dos entrevistados Foram entrevistados oito moradores do distrito de São José de Almeida. A idade dos entrevistados variou entre 43 e 78 anos de idade. Dos oito entrevistados dois são homens casados, e seis são mulheres, dessas, três são viúvas, duas são casadas e uma é divorciada. Segundo Rodrigues e Casali (2002), as mulheres são grandes detentoras do conhecimento sobre plantas medicinais e tem importante papel no processo de transmissão destes conhecimentos. Em diversos outros trabalhos etnobotânicos realizados em Minas Gerais as mulheres também foram mais numerosas em relação a detenção de conhecimentos do uso tradicional de plantas (RODRIGUES et al., 2002; MENEZES et al., 2005; CALÁBRIA et al., 2008; DAMASCENO; BARBOSA, 2008). Em relação à escolaridade nenhum dos entrevistados completou o ensino fundamental. O entrevistado que possui o nível de escolaridade mais avançado estudou até a sexta série e o que estudou menos fez apenas a primeira série do ensino fundamental. Em pesquisa etnobotânica realizada no Alto Rio Grande e no município de Piumhi (MG) os autores também encontraram um nível de escolaridade baixo entre os entrevistados (RODRIGUES; CARVALHO, 2001; SILVA et al., 2005). Nenhum dos entrevistados cobra pelos preparados e pelas orientações que fornecem sobre o uso de plantas medicinais. Quatro entrevistados têm como fonte de renda a aposentadoria e os demais são profissionais informais e autônomos (um deles trabalha nas fazendas da região em serviços gerais, uma é diarista, uma vende cachorro quente e outra é proprietária de um bar). Em outros trabalhos etnobotânicos realizados em Minas Gerais os autores também constataram que os conhecedores de plantas não cobram pelos serviços prestados (RODRIGUES; CARVALHO, 2001; SILVA et al., 2005; DAMASCENO; BARBOSA, 2008; CALÁBRIA et al., 2008). O conhecimento sobre a utilização de plantas foi adquirido pelos informantes, através de informações transmitidas por seus pais, principalmente, pelas mães e por outros moradores da região que detinham conhecimentos sobre o uso tradicional de plantas. De acordo com Amorozo (1996), o principal modo de transmissão do conhecimento, em sociedades tradicionais é o oral. A autora comenta que a 30 transmissão entre gerações requer contato intenso e prolongado dos membros mais velhos com os mais novos da sociedade. 5.2. Diversidade de plantas citadas Nas entrevistas foram citadas 168 plantas, pertencentes a 138 gêneros e 63 famílias (Quadros 1 e 2). Onze plantas permaneceram apenas com os nomes populares, pois não foram coletadas ou não apresentavam estruturas reprodutivas, essenciais para identificação. Das plantas citadas, foram coletados fragmentos de 132 espécies pertencentes a 50 famílias. Foram produzidas cerca de 150 exsicatas que foram incorporadas ao acervo do herbário PAMG da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) e cujos números de registro no herbário podem ser verificados no Quadro 2. Nome (s) popular (es) Família Espécie Abacateiro Família: Lauraceae Persea americana Mill. Açafrão Família: Zingiberaceae Curcuma longa L. Alecrim-do-campo, alecrimdo-mato (FIG. 1) Família: Asteraceae Baccharis dracunculifolia DC. Alecrim-da-horta Família: Lamiaceae Rosmarinus officinalis L. Alfavaca Família: Lamiaceae Ocimum sp. Alfavaca (FIG. 2) Família: Lamiaceae Ocimum cf. selloi Benth. Alfavacão (FIG. 3) Família: Lamiaceae Ocimum cf. gratissimum L. Algodão (FIG. 4, 5) Família: Malvaceae Gossypium hirsutum L. Utilizações As podas da árvore são utilizadas como lenha. O chá das folhas do abacateiro (infusão) + cabelo de milho é utilizado como diurético, para tratar problemas da bexiga e dos rins. Os rizomas são utilizados no preparo de corante utilizado na alimentação. Os ramos com folhas são utilizados para a confecção de vassouras e como repelente de pernilongos. O chá das partes aéreas (decocção) é utilizado para tratamento da hipertensão e também quando se está com o “peito abafado” (angústia). O chá das folhas (decocção) é adicionado a um “doce” feito com cerca de outras 24 plantas para o tratamento da asma. As folhas frescas são utilizadas para temperar carne de porco. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar dor de garganta. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar dor de estômago e banhar feridas. O chá das folhas + botões florais + frutos do algodão é anti-inflamatório utilizado para tratar problemas renais. 31 Alho-de-todo-ano Família: Alliaceae Allium sp. Amesca (FIG. 6) Família: Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) March. Amoreira Família: Moraceae Morus nigra L. Ananás-do-campo Família: Bromeliaceae Ananas ananassoides (Baker) L.B. Sm. Anestesia-do-mato Arruda Família: Rutaceae Ruta graveolens L. Articum (FIG. 7) Família: Annonaceae Annona crassiflora Mart. Assa-peixe (FIG. 8) Família: Asteraceae Vernonanthura phosphorica (Vell.) H. Rob. Azedinho (FIG. 9, 10) Família: Oxalidaceae Oxalis hirsutissima Mart. et Zucc. Babosa (FIG. 11) Família: Asphodelaceae Aloe vera (L.) Burm. f. Bálsamo (FIG. 12) Família: Crassulaceae Sedum dendroideum Moc. & Sessé ex DC. Barbaço Família: Scrophulariaceae Buddleja brasiliensis Jacq. Barbatimão (FIG. 13) Família: Fabaceae Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Beldroega Família: Portulacaceae Portulaca oleracea L. Benzinho Família: Asteraceae Acanthospermum hispidum DC. Boca-de-cobra (FIG. 14) Família: Gentianaceae Deianira erubescens Cham & Schltdl. As folhas frescas são utilizadas como tempero. A resina da planta misturada ao fubá é dada aos cachorros para a retirada de bernes. O chá das folhas (decocção) deve ser bebido de 9 em 9 dias para tratar os sintomas da menopausa. O chá das folhas de amoreira + folhas de manjericão é utilizado no tratamento da hipertensão. O chá das folhas (decocção) é utilizado em banhos e deve-se ficar três dias sem se molhar (resguardo). A raiz da planta é utilizada como anestésico. O chá das folhas (decocção) é utilizado em banhos, para enrijecer a pele do recém-nascido. O macerado das folhas é utilizado para tratar inflamações nos olhos: as folhas frescas devem ser deixadas num prato, no sereno à noite. No dia seguinte, utiliza-se o sereno acumulado no prato para banhar os olhos. A planta é utilizada também para combater o “mauolhado”. As sementes amassadas e curtidas no álcool ou cachaça são utilizadas contra piolhos. O macerado das folhas é utilizado como emplastro para estancar hemorragias e como cicatrizante de cortes. O chá é utilizado para tratar gripes e resfriados. Associado a outras plantas é utilizado no tratamento da asma. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratamento de sapinha em crianças. O sumo mucilaginoso das folhas é utilizado contra piolhos. As folhas batidas com leite devem ser tomadas em jejum para tratar problemas de estômago. Três folhas mastigadas pela manhã, em jejum, são utilizadas para o mesmo fim. O chá dos ramos (decocção) é utilizado contra inchaço de animais (cavalo, porco e boi). O chá das cascas do tronco (decocção) é utilizado para banhar feridas e para tratar parturientes, como anti-inflamatório.O tronco e galhos são utilizados como lenha. Utilizada como alimento para porcos. O chá da planta (decocção) toda é diurético. O chá das raízes é utilizado para tratar gripe. O chá da planta toda (decocção) é utilizado para tratar os sintomas da menopausa. 32 Boldo Família: Lamiaceae Plectranthus barbatus Andrews Bolsa-de-pastor (FIG. 15, 16) Família: Bignoniaceae Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Bolsa-de-pastor (FIG. 17) Família: Bignoniaceae Zeyheria montana Mart. Bugre (FIG. 18) Família: Rubiaceae Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Cabuí Cagaiteira (FIG. 19, 20) Família: Myrtaceae Eugenia dysenterica DC. Camará-da-flor-roxa Família: Verbenaceae Lantana sp Camará-da-flor-vermelha (FIG. 21) Família: Verbenaceae Lantana camara L. Cainca Família: Rubiaceae Chiococca alba (L.) Hitchc. Caju Família: Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Cajuzinho-do-campo (FIG. 22) Família: Anacardiaceae Anacardium humile A. St.-Hil. Canela Família: Peraceae Pera sp. Canela-de-cigana, cigana (FIG. 23) Família: Bignoniaceae Arrabidaea sceptrum (Cham) Sandwith Canela-de-saracura (FIG. 24) Família: Euphorbiaceae Croton antisyphiliticus Mart. Capeba (FIG. 25) Família: Piperaceae Piper umbellatum L. Caroba Família: Bignoniaceae acarandá caroba (Vell.) A. DC. Carrapicho-beiço-de-boi Família: Fabaceae Desmodium incanum DC. Carrapicho-rajado Família: Fabaceae Desmodium sp. O macerado das folhas é utilizado para tratar dor de estômago e ressaca. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar parturientes, como anti-inflamatório. O doce feito com a entrecasca é utilizado no tratamento da asma. O chá das folhas (decocção) é utilizado como depurativo, emagrecedor, calmante e também para tratamento de problemas renais e hipertensão. Utilizada como lenha e para fabricação de cabos de ferramentas. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratamento de inflamações e para limpeza de vacas recém-paridas. O chá das cascas é utilizado para tratamento de diabetes. O chá das flores (decocção) é utilizado para tratamento de asma e curar crianças aguadas. O chá das flores é utilizado para tratamento de asma e curar crianças aguadas. A planta é tóxica para o gado. O chá das partes aéreas (decocção) é utilizado para tratar dores nas pernas e reumatismos. As podas da árvore são utilizadas como lenha. O chá das raízes (decocção), secas por 2 ou 3 dias, é utilizado para o tratamento de diabetes. Os troncos são utilizados como lenha e madeira para construção. O doce da raiz é utilizado como depurativo do sangue e para o tratamento da asma. O chá das folhas (decocção) é utilizado como anti-inflamatório. O doce das raízes é depurativo do sangue. O chá das folhas (decocção) é utilizado para banhar furúnculos e estancar hemorragias nasais. As folhas são também utilizadas como alimento (refogadas). Os frutos curtidos na cachaça são depurativos do sangue. O chá das folhas é utilizado para tratar dor nas pernas. O chá das partes aéreas (decocção), frio, é utilizado para tratar dores de barriga. 33 Caruru Família: Amaranthaceae Amaranthus spinosus L. Caruru-de-veado (FIG. 26) Família: Asteraceae Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass Cascudinho Catuaba-fêmea (FIG. 27) Família: Fabaceae Clitoria guianensis (Aubl.) Benth. Cervejinha-do-campo Família: Bignoniaceae Arrabidaea brachypoda (DC) Bureau Chapéu-de-couro Família: Alismataceae Echinodorus longiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli Cidreira-de-capim, ervacidreira-de-capim Família: Poaceae Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. Cipó-caboclo Família: Dilleniaceae Davilla nitida (Vahl.) Kubitski Cipó-mil-homens Família: Dioscoreaceae Dioscorea sp. Cipó-prata Família: Malpighiaceae Banisteriopsis sp. Coitezeiro (FIG. 28, 29) Família: Bignoniaceae Crescentia cujete L. Cola-osso Família: Asteraceae Conyza bonariensis (L.) Cronquist Crista-de-pavão (FIG. 30) Família Boraginaceae Heliotropium indicum L. Cura-tombo Dom-bernardo, douradinha (FIG. 31) Família: Rubiaceae Palicourea rigida Kunth Embaúba-roxa (FIG. 32) Família: Urticaceae Cecropia pachystachya Trec. Erva-andorinha Família: Euphorbiaceae Chamaesyce hirta (L.) Milisp. O chá da planta toda (decocção) é utilizado como antiinflamatório no tratamento de feridas O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar manchas da pele. O chá de toda planta (decocção) é utilizado para tratar problemas renais. O chá das raízes (decocção) é utilizado pra tratar problemas sexuais femininos. O chá das raízes (decocção) é utilizado para tratamento de doenças dos rins e cálculos renais. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratamento de dores nas articulações provocadas pelo reumatismo. O chá das folhas e raízes (decocção), associado ao de outras plantas, é utilizado para o tratamento da asma. O chá das folhas também é utilizado no tratamento da hipertensão. O cipó é muito forte, sendo utilizado para amarrar cercas rústicas e feixes de lenha. O chá das partes aéreas (decocção) é utilizado para tratamento de reumatismo. A planta deve ser coletada do lado do sol. O chá (decocção) cura qualquer dor. Associado ao chá de erva-de-passarinho e língua-de-tiu é utilizado para tratar dores nos rins. O chá das folhas é utilizado em banhos para o tratamento de alergias. O fruto coletado na lua minguante é utilizado para fabricar cuias, que são utilizadas como utensílios domésticos. Emplastro da planta toda, feito com cinzas quentes é utilizado para colar ossos quebrados. O chá das folhas (infusão) é utilizado como diurético. O chá da raiz (decocção) é utilizado para tratar dores decorrentes de quedas. O chá das folhas secas (decocção) é utilizado como diurético, para tratar reumatismo e problemas renais. O chá feito com duas folhas fervidas em 1 L de água é utilizado como calmante e contra aperto no peito (angústia). O chá das folhas + cabelo de milho (decocção) é utilizado para tratar problemas estomacais. As folhas jovens são utilizadas como alimento (refogadas). Os ramos da planta esfregados e colocados na água fria são utilizados para banhar os olhos e tratar inflamações. 34 Erva-cidreira (FIG. 33, 34) Família: Verbenaceae Lippia alba (Mill.) N.E. Br. Erva-de-bicho Família: Amaranthaceae Alternanthera cf. lanceolata (Benth.) Schinz Erva-de-bicho Família: Polygonaceae Polygonum sp. Erva-de-passarinho (FIG. 35) Família: Loranthaceae Struthanthus marginatus (Desr.) Blume Erva-de-rato (FIG. 36) Família: Rubiaceae Psychotria barbiflora DC. Erva-de-rato (FIG. 37) Família: Rubiaceae Psychotria capitata Ruiz & Pav. Erva-de-santa-maria Família: Amaranthaceae Chenopodium ambrosioides L. Erva-formigueiro Família: Asteraceae Eupatorium cf. laevigatum Lam. Espinheira-santa Família: Celastraceae Maytenus sp. Fava-de-sant’inácio Fedegoso Família: Fabaceae Senna ocidentalis (L.) Link Figueira Família: Moraceae Ficus carica L. Folha-miúda (FIG. 38) Família: Myrtaceae Myrcia fallax (Rich.) DC. Fumo (FIG. 39) Família: Solanaceae Nicotiana tabacum L. Fumo-bravo Família: Asteraceae Elephantopus cf. mollis Kunth Funcho, erva-doce Família: Apiaceae Foeniculum vulgare Mill. Goiabeira (FIG. 40) Família: Myrtaceae Psidium guajava L. O chá das folhas (infusão) é utilizado para tratar dor de garganta e como calmante. O macerado de folhas é utilizado para tratar “tonturas”. O macerado de folhas e caule é utilizado para tratar “tonturas”. O chá da planta toda (decocção) é utilizado para tratar dores dos rins. O chá das folhas (decocção) misturado ao fubá é utilizado para matar ratos. O chá das folhas (decocção) misturado ao fubá é utilizado para matar ratos. O chá das folhas (decocção) misturado com leite e o macerado puro ou misturado com água são utilizados como vermífugo. O chá das folhas (decocção) é utilizado no tratamento de diabetes. O chá das folhas (decocção) é utilizado no tratamento de problemas de estômago. O chá de três ramos de espinheirasanta + urucum é utilizado como tônico cardíaco. O chá das favas (infusão) é utilizado como vermífugo. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar hipertensão e dores de cabeça. O chá da raiz (decocção) associado a outras plantas é utilizado para tratar a asma. O chá das folhas (decocção) é utilizado tratar dor de garganta. As folhas fervidas no leite são utilizadas como depurativo e para o tratamento de gripes e resfriados. Os ramos com folhas são utilizados na confecção de vassouras. Os troncos são utilizados como postes, cabos de ferramentas e lenha. O chá das folhas (decocção) é utilizado para banhar feridas, como anti-inflamatório e contra carrapatos. O emplastro das folhas é utilizado para tratar furúnculos. As folhas maceradas embebidas em óleo são utilizadas para tratar bicheiras em animais. O chá da raiz (decocção) é utilizado para tratar dor de garganta. Esse chá associado ao de outras plantas é utilizado no tratamento da asma. O chá das partes aéreas e das sementes (infusão) é utilizado para o tratamento de gripes e insônia. As folhas frescas maceradas são utilizadas para limpeza dos dentes. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar gastrenterite em crianças (O chá deve ser dado a cada 10 minutos). O chá das cascas (decocção) é utilizado como bochecho contra dor de dente e para tratar diarréias. As podas dos galhos são utilizados como lenha. 35 Gravatá Família: Bromeliaceae Bromelia antiacantha Bertol. Hortelã Família: Lamiaceae Mentha sp. Hortelã Família: Lamiaceae Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Insulina (FIG. 41) Família: Vitaceae Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis Ipê Família: Bignoniaceae Tabebuia sp. Ipê-roxo Família: Bignoniaceae Tabebuia impetiginosa (Mart.) Standl. Jalapa (FIG. 42, 43) Família: Apocynaceae Mandevilla cf. illustris (Vell.) R. E. Woodson Jalapa (FIG. 44, 45) Família: Apocynaceae Rhodocalyx rotundifolius Müll. Arg. Jatobá (FIG. 46) Família: Fabaceae Hymenaea courbaril L. Jeribão, jurubão (FIG. 47) Família: Verbenaceae Sthachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl. João-bolô (FIG. 48, 49) Família: Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels João-da-costa Juá-brabo (FIG. 50) Família: Solanaceae Solanum aculeatissimum Jacq. Jurubebinha-do-campo Família: Solanaceae Solanum sp. Lágrima-de-nossa-senhora Família: Poaceae Coix lacryma-jobi L. Laranjeira Família: Rutaceae Citrus sinensis (L.) Osbeck Laranjinha-creme Família: Rutaceae Citrus limonia Osbeck Os frutos maduros são utilizados para tratamento da asma. Três frutos devem ser amassados e cozidos em 1 L de água, até que seja reduzido a 250 mL, o preparado deve ser tomado pela manhã e adoçado com mel. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar gripes. O macerado das folhas com leite é utilizado como vermífugo. As folhas frescas são utilizadas como tempero para carnes. O chá das folhas (decocção) é utilizado no tratamento de diabetes. Utilizada como lenha. O chá da entrecasca (decocção) é utilizado para tratar muitas doenças, inclusive câncer. O chá das cascas (decocção ou infusão) é utilizado para tratar dor nos ossos. O doce feito com o xilopódio é utilizado como depurativo do sangue. Os xilopódios triturados e cozidos com açúcar são utilizados para fazer balas que são depurativas do sangue. Se consumidas em excesso as balas causam problemas de estômago. O banho com o chá das folhas (decocção) é utilizado para aumentar as contrações da gestante. A polpa farinácea que envolve a semente é comestível. O decocto das cascas ou as cascas curtidas na cachaça são utilizados para tratar problemas de estômago. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar cólicas menstruais e da raiz é utilizado para tratar dor de garganta, gripes. O mesmo chá associado a outras plantas é utilizado no tratamento de asma. O triturado das sementes é utilizado no tratamento de diabetes. A entrecasca deixada de molho na água fria, de um dia para o outro, é utilizada também no tratamento de diabetes. O chá das folhas (decocção) + ponta-de-lanceta é utilizado para tratamento de dor nas costas. O emplastro preparado com o fruto sapecado + pele de toucinho + ora-pro-nóbis deve ser aplicado no local do furúnculo para rena-lo. O doce da raiz é depurativo do sangue. O chá das folhas + transagem + quebra-pedra + cabelo de milho é utilizado no tratamento de dor nos rins. O chá das folhas + cidreira + fumo-bravo é utilizado para tratar dor de garganta. È adicionada ao fubá para tratar galinhas doentes. O suco dos frutos é utilizado para tratar cachorro. 36 Laranjinha-do-mato Família: Styracaceae Styrax ferrugineus Nees & Mart. Limeira Família: Rutaceae Citrus aurantifolia (Christm.) Swingle Língua-de-tiú (FIG. 51, 52) Família: Salicaceae Casearia sylvestris Sw. Losma Família: Asteraceae Artemisia absinthium L. Macaúba, coqueiro (FIG. 53, 54) Família: Arecaceae Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Ex. Mart. Mama-cadela (FIG. 55) Família: Moraceae Brosimum gaudichaudii Trécul Mamoeiro Família: Caricaceae Carica papaya L. Mamoneira (FIG. 56) Família: Euphorbiaceae Ricinus communis L. Mandioca Família: Euphorbiaceae Manihot utilissima Pohl. Mangaba Família: Apocynaceae Hancornia speciosa Gomes Mangueira Família: Anacardiaceae Mangifera indica L. Manjericão Família: Lamiaceae Ocimum basilicum L. Maracujá Família: Passifloraceae Passiflora cincinnata Mast. Marcela (FIG. 57) Família: Asteraceae Achyrocline satureoides (Lam.) DC. Marcela, marcelinha Família: Asteraceae Anthemis cotula L. Maria-preta (FIG. 58, 59) Boraginaceae Cordia verbenacea L. Mata-barata (FIG. 60) Família: Fabaceae Andira humilis Mart. ex Benth. O chá das folhas é utilizado para banhar feridas. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratamento de inflamações e limpeza de vacas recém-paridas. O chá das folhas (decocção) é depurativo do sangue. O chá de língua-de-tiú + erva-de-passarinho + cipó-prata é utilizado para tratar dores dos rins. O macerado das folhas é utilizado para tratamento de ressaca. A polpa dos frutos é utilizada para a fabricação de sabão. O endocarpo dos frutos é utilizado como lenha e para confecção de anéis e as sementes utilizadas para a fabricação de azeite. As folhas são utilizadas para cobrir caramanchões. O tronco é utilizado em construções rústicas como cerca de horta e chiqueiros. O chá das folhas e das cascas do caule é utilizado como depurativo do sangue e também contra dores de dente. O macerado das folhas e flores é utilizado para tratar dor de estômago, diarréia e ressaca. Os frutos verdes também são consumidos em refogados como alimento. O emplastro das folhas + o azeite das sementes é utilizado para tratamento de furúnculos. As folhas secas, esfareladas e misturadas à comida tratam a desnutrição. O chá das folhas é utilizado para tratamento de cólicas menstruais. O doce da entrecasca é depurativo do sangue. O chá das folhas + jeribão + alfavacão (decocção) é utilizado para tratamento de dor de garganta. As podas da árvore são utilizadas como lenha. O chá das folhas + folhas de amora é utilizado no tratamento da hipertensão e febres. As folhas devem ser torcidas e o sumo bebido para tratar sinusite. O chá da planta toda (decocção) é utilizado para tratar gripes. O macerado da planta é utilizado para tratar diarréias. O chá (infusão) é utilizada no tratamento de gripes e problemas de estômago. O emplastro das folhas é utilizado para tratamento de torcicolo. O chá (infusão) das folhas é utilizado no tratamento da gripe. Os ramos com folhas são utilizados na confecção de vassouras. A polpa dos frutos é utilizada contra ratos e baratas. 37 Mata-pinto Família: Fabaceae Machaerium aculeatum Raddi Melão-de-são-caetano, sãocaetano (FIG. 61, 62) Família: Cucurbitaceae Momordica charantia L. Mentraste, mentrusco Família: Asteraceae Ageratum conyzoides L. Milho Família: Poaceae Zea mays L. Murici (FIG. 63, 64, 65) Família: Malpighiaceae Byrsonima verbascifolia Rich. ex Juss. Mutambo (FIG. 66, 67) Família: Malvaceae Guazuma ulmifolia Lam. Nega-mina (FIG. 68) Família: Monimiaceae Siparuna cujabana (Mart. ex Tul.) A. DC. Notícia-de-ouro-preto, cordãode-são-francisco (FIG. 69) Família: Lamiaceae Leonurus sibiricus L. Oficial-de-sala, algodãozinhodo-campo (FIG. 70) Família: Asclepiadaceae Asclepias curassavica L. Orelha-de-cachorro Família: Asteraceae Mikania sp. Orelha-de-onça Família: Rubiaceae Pacari (FIG. 71, 72) Família: Lythraceae Lafoensia pacari A. St. –Hil. Pacová (FIG. 73) Família: Zingiberaceae Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt. & R.M. Sm. Pau-doce (FIG. 74, 75) Família: Vochysiaceae Vochysia elliptica Mart. Pau-ferro Família: Malpighiaceae Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. Pau-santo (FIG. 76, 77) Família: Clusiaceae Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. Pau-santo (FIG. 78) Família: Clusiaceae Kielmeyera variabilis Mart. & Zucc. O chá das cascas (decocção) é utilizado em banhos de assento no tratamento de hemorróidas. O chá das folhas (infusão) é utilizado para tratar hipertensão. O chá da planta toda cura qualquer doença. O chá das folhas (infusão) é utilizado para tratamento de inflamação de garganta. O chá das raízes (decocção) é utilizado para tratar parturientes. O chá do cabelo do milho + transagem + quebra-pedra + lágrima-de-nossa-senhora é utilizado no tratamento de dores e cálculos renais. A tintura extraída da casca do tronco, por decocção é utilizada para tingir cabelos e roupas. Os troncos e galhos são utilizados como lenha e são considerados uma das melhores lenhas do cerrado. As cascas do tronco são utilizadas para limpar a garapa (clarificação). O chá das folhas é utilizado para tratar parturientes, como antiinflamatório. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar dor de garganta, diarréias. Em associação com outras plantas é utilizado no tratamento de asma. As flores são tóxicas para o gado. O chá das folhas (decocção) é utilizado para banhar machucados. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar problemas de estômago. O chá da entrecasca (decocção) é utilizado para tratar doenças do estômago. O chá das flores é utilizado para tratar gripe. O chá da entrecasca + pau-terra cura qualquer problema da barriga. O chá da entrecasca (decocção) serve para tratar qualquer doença. O caule colocado em maceração na água é utilizado para tratamento de úlceras estomacais. O doce da entrecasca é depurativo do sangue. O caule colocado em maceração na água é utilizado para tratamento de úlceras. 38 Pau-terra Família: Vochysiaceae Qualea grandiflora Mart. Pé-de-paca Família: Fabaceae Stylosanthes sp. Pente Pequi (FIG. 79, 80) Família: Caryocaceae Caryocar brasiliensis Cambess. Pereira (FIG. 81, 82) Família: Apocynaceae Aspidosperma subincanum Mart. ex A. DC. Perobinha Picão Família: Asteraceae Bidens pilosa L. Pimenta-de-macaco (FIG. 83, 84) Família: Annonaceae Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Pita, piteira (FIG. 85, 86) Família: Agavaceae Furcraea foetida (L.) Haw. Pitangueira (FIG. 87, 88) Família: Myrtaceae Eugenia uniflora L. Poaia Família: Polygalaceae Polygala cf. urbanii Chodat Poaia Poejo, poejo-de-ramo Família: Lamiaceae Mentha pulegium L. Poejo-rasteiro Família: Lamiaceae Ponta-de-lanceta Família: Fabaceae Zornia sp. Pustemeira Quatro-mirréis (FIG. 89, 90) Família: Convolvulaceae Merremia tomentosa (Choisy) Hallier f. Quebra-pedra Família: Phyllanthaceae Phyllanthus tenellus Roxb. Quiabeiro Família: Malvaceae Abelmoschus esculentus (L.) Moench O chá da entrecasca + pau-doce cura qualquer problema da barriga. O chá da planta toda (decocção) é utilizado no tratamento de diarréias. O chá da folhas (decocção) é utilizado para banhar os cabelos em água corrente e tratar dores de cabeça. A polpa amarela que envolve a semente é utilizada para fabricação de sabão. As cascas em maceração em água por cerca de duas horas é utilizados para tratar qualquer doença. O chá da raiz (decocção) é utilizado como depurativo. O chá da planta toda é utilizado para tratar bebês com icterícia. O decocto ou o macerado de toda planta também é utilizado para abrir o apetite e no tratamento da anemia. O chá das folhas (infusão) é utilizado para tratar problemas do fígado. O chá de um cacho de frutos (decocção) é utilizado para tratamento pontadas no coração. As folhas são utilizadas para limpeza de pisos e as fibras das folhas são trançadas e utilizadas como corda. O chá das folhas (infusão), depois de frio, é utilizado para tratar verminoses (lombriga). O chá da raiz (decocção) associado a outras plantas é utilizado para tratamento de asma. A raiz também pode ser mastigada para o mesmo fim. O chá de toda planta é utilizado para tratamento da hipertensão. O chá das folhas (infusão) é utilizado para tratar gripes e dores de garganta. O chá das folhas é utilizado no tratamento de gripes. O chá das folhas + folhas de joão-da-costa é utilizado para tratar dor nas costas. O chá da planta toda (decocção) é utilizado para banhar feridas. O doce das raízes associado a outras plantas é utilizado no tratamento da asma e como depurativo do sangue. O chá da planta toda (decocção) é utilizado como diurético e para o tratamento de cálculos renais (+ transagem + cabelo de milho + lágrima-de-nossa-senhora). O macerado das raízes é utilizado para tratar crianças, cujos estejam dentes nascendo. 39 Quina-varinha (FIG. 91) Família: Rubiaceae Remijia ferruginea (A. St.-Hil.) DC. Ora-pro-nóbis Família: Cactaceae Pereskia aculeata Mill Romanzeira (FIG. 92) Família: Lythraceae Punica granatum L. Roseira-branca Família: Rosaceae Rosa wichurana Crép Sabuqueiro Família: Caprifoliaceae Sambucus cf. autralis Cham. & Schltdl. Saião Família: Begoniaceae Begonia cucullata Willd O chá da entrecasca (decocção) é utilizado como vermífugo. O emplastro preparado com o fruto sapecado de juá-brabo, pele de toucinho e ora-pro-nóbis deve ser aplicado no local do furúnculo para drená-lo. O chá dos frutos (decocção) é utilizado para tratar dor de garganta. O chá das flores (infusão) é utilizado em banhos para tratar infecções e inflamações dos genitais femininas e para tratar cólicas menstruais. Esse chá é também utilizado junto com sal grosso para tirar “olho gordo”. O chá das flores é utilizado para tratar sarampo e catapora. O sumo da folhas é utilizado para tratar dores de ouvido. Saião Família: Crassulaceae Bryophyllum pinnatum (Lam.) Oken O sumo das folhas aquecido é utilizado para tratar infecção de ouvido. O macerado das folhas é utilizado para tratar úlceras. As folhas batidas com leite e mel são utilizadas para tratar problemas de pulmão (toma-se o preparado por 5 dias em jejum, falha 3 dias, e assim por diante). Salsinha Família: Apiaceae Petroselinum crispum (Mill.) A.W. Hill. O chá das raízes é utilizado como emenagogo. Pode ser abortivo. Sangue-de-cristo (FIG. 93) Família: Rubiaceae Sabicea brasiliensis Wernham O chá das folhas (decocção) é utilizado como laxante. O doce da raiz associado a outras plantas é utilizado no tratamento da asma. O macerado das folhas em água fria é utilizado como depurativo. Seno (FIG. 94) Família: Fabaceae Chamaecrista cathartica (Mart.) H.S. Irwin & Barneby O chá das folhas (decocção) é utilizado como purgante. O chá da planta toda é utilizado como depurativo e associado a outras plantas para tratar asma. Sete-juntas O chá (decocção) das raízes é utilizado para banhar as juntas no tratamento do reumatismo. Sete-sangrias Família: Rubiaceae Declieuxia cordigera (Mart. & Zucc. ex Schult. & Schult.) Müll. Arg. Sete-sangrias Família: Lythraceae Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.F. Macbr. Sucupira (FIG. 95, 96, 97) Família: Fabaceae Bowdichia virgilioides Kunth Suma Família: Celastraceae Hippocratea sp. O chá das folhas (decocção) é utilizado para tratar tonturas. O chá da planta toda (decocção) é utilizado para tratar dor de dente. O macerado das cascas em água é utilizado para tratar galinhas doentes. As raízes e cascas cozidas, misturadas com leite e açúcar são utilizadas como depurativo do sangue. O chá das cascas (decocção) ou macerado é utilizado para tratar problemas estomacais e hemorróidas. 40 Transagem (FIG. 98) Família: Plantaginaceae Plantago major L. O chá da planta toda (decocção) é utilizado como antiinflamatório. Internamente trata dores de garganta e de dente. Externamente, em banhos, trata infecções genitais femininas. O chá feito com transagem + quebra-pedra + lágrima-de-nossa-senhora + cabelo de milho é utilizado no tratamento de dores nos rins. Unha-de-vaca Família: Fabaceae Bauhinia sp. O chá das folhas secas é utilizado para tratar problemas no estômago. Unha-de-vaca-da-flor-branca Família: Fabaceae Bauhinia variegata L. O chá das folhas é utilizado como hipoglicemiante. Urucum (FIG. 99) Família: Bixaceae Bixa orellana L. O chá das sementes é utilizado como antitérmico. O chá de três ramos de urucum + espinheira-santa é utilizado como tônico cardíaco. As sementes também são utilizadas no preparo de corante utilizado na alimentação (colorau). Vassourinha O chá das partes aéreas (decocção) é utilizado para tratar Família: Malvaceae diarréias. A planta toda é utilizada para confeccionar vassouras. Sida rhombifolia L. Velame (FIG. 100, 101) Família: Apocynaceae O chá das folhas é depurativo e utilizado para tratar constipação Macrosiphonia velame (A. St.– intestinal. Hill.) Müll. Arg. Velame, pai-joaquim (FIG. 102, 103) O doce da raiz é utilizado como depurativo do sangue. Família: Apocynaceae Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg. Quadro 1: Lista das espécies e indicações citadas nas entrevistas realizadas em São José de Almeida, Jaboticatubas – MG Neste trabalho, as famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, Asteraceae e Lamiaceae, com 14, 13 e 11 espécies, respectivamente. As famílias Rubiaceae, Bignoniaceae, Apocynaceae e Myrtaceae, foram também bem representadas com 9, 8, 6 e 5 espécies, respectivamente. Das famílias Euphorbiaceae, Malvaceae, Rutaceae e Verbenaceae foram citadas 4 espécies de cada. Amaranthaceae, Anacardiaceae, Lythraceae, Malpighiaceae, Moraceae, Poaceae e Solanaceae apresentaram 3 espécies cada. De Annonaceae, Apiaceae, Boraginaceae, Bromeliaceae, Celastraceae, Clusiaceae, Crassulaceae, Vochysiaceae e Zingiberaceae, foram citadas duas espécies de cada. As demais famílias (36) foram monoespecíficas. Em um trabalho de levantamento etnobotânico das espécies do Cerrado mineiro, na região do Alto Rio Grande, Rodrigues e Carvalho (2001) inventariaram 164 espécies de plantas medicinais, descrevendo os habitats, indicações, parte 41 usada, modo de preparo e dosagem de cada espécie. Continuando nessa abordagem, Rodrigues e outros (2002) encontraram 124 espécies de plantas utilizadas como medicinais, para a extração de madeira e lenha dentre outros usos, pela população de Luminárias (MG). O acentuado uso medicinal da família Fabaceae pode ser explicado pela diversidade de espécies que a compõe (SOUZA, 2007). Segundo Souza e Lorenzi (2008), essa família possui distribuição cosmopolita, e inclui 650 gêneros e aproximadamente 18 mil espécies. É a maior família em número de espécies do Cerrado com cerca de 101 gêneros e 777 espécies (MENDONÇA et al., 1998). O Cerrado é o bioma predominante na região pesquisada. Carvalho (2003) realizou um levantamento florístico de plantas medicinais nativas no domínio do campo rupestre na Reserva do Boqueirão, Ingaí (MG). Foram encontradas 70 espécies, consideradas medicinais, distribuídas em 33 famílias e 56 gêneros. Sendo a família Asteraceae a melhor representada por 9 espécies. Nesta mesma Reserva, Ribeiro (2005) encontrou 67 espécies de Asteraceae, dessas, 32 são empregadas pelo homem na construção civil, fabricação de ferramentas, marcenaria e carpintaria, sendo ainda, melíferas, ornamentais, agentes de recuperação de áreas degradadas, e, medicamentosas. A família Asteraceae é a maior família das Eudicotiledôneas e agrupa cerca de 24 a 30 mil espécies distribuídas em 1600 a 1700 gêneros (SOUZA; LORENZI, 2008). Muitas dessas são produtoras de óleo essencial, incluindo plantas com potencial uso como flavorizantes, em cosméticos e fármacos, mas poucas são exploradas comercialmente (HEYWOOD et al., 1991 apud HAY; SVOBODA, 1993). Segundo Di Stasi e outros (2002), há muitas Asteraceae amplamente usadas na medicina popular. Grande parte dessas espécies é nativa do Brasil, enquanto várias outras foram aqui aclimatadas e podem ser encontradas em todo o território brasileiro, onde foram incorporadas na medicina tradicional (DI STASI et al., 2002). Lorenzi e Matos (2008) incluem 43 espécies da família em seu livro de Plantas medicinais no Brasil. A família Lamiaceae possui cerca de 7500 espécies de distribuição cosmopolita. No Brasil ocorre cerca de 28 gêneros e 350 espécies (LORENZI; MATOS, 2008). Segundo Di Stasi e outros (2002), trata-se de uma importante família, do ponto de vista medicinal, visto que nela se concentra um grande número de plantas referidas e citadas como medicinais em todo o mundo, além de ser fonte 42 de espécies de grande valor no mercado, pois são usadas como condimentos, alimentos, bem como na indústria de perfumes e cosméticos. Família/Espécie Nº de Registro Observações Amaranthaceae Alternanthera cf. lanceolata (Benth.) Schinz 53275 Amaranthus spinosus L. 53081 Chenopodium ambrosioides L. Anacardiaceae Anacardium humile A. St.-Hil. (FIG. 22) Annonaceae Annona crassiflora Mart. (FIG. 7) Xylopia aromatica (Lam.) Mart. (FIG. 83, 84) Apiaceae Petroselinum crispum (Mill.) A.W. Hill. 53092 53259 52950 53137 53082 Mata ciliar. Planta cultivada. Erva rasteira, de folhas simples, lanceoladas e opostas. Flores agrupadas em inflorescências terminais. Quintal. Planta invasora. Erva de 80 cm. Espinhenta. Folhas simples. Caule avermelhado. Inflorescência com flores verdes. Quintal. Planta invasora. Erva de 50 cm. Aromática. Folhas simples. Flores pequenas brancas. Frutos imaturos verdes. Cerrado. Arbusto de aproximadamente 50 cm, com folhas simples, coriáceas e alternas. Cerrado. Arbusto de 5 m. Folhas simples. Botões florais verdes. Cerrado. Árvore de 4 m, com folhas simples. Flores trímeras vermelhas. Frutos maduros. Quintal. Planta cultivada. Erva de 70 cm. Aromática. Folhas compostas e alternas. Flores pequenas amarelo-esverdeadas reunidas em umbelas. Apocynaceae Aspidosperma subincanum Mart. ex A. DC. (FIG. 81, 82) 52460 Hancornia speciosa Gomes 53263 Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg. (FIG. 102, 103) 53261 53286 Macrosiphonia velame (A. St.– Hill.) Müll. Arg. (FIG. 100, 101) 53287 Mandevilla cf. illustris (Vell.) R. E. Woodson (FIG. 42, 43) 53291 Rhodocalyx rotundifolius Müll. Arg. (FIG. 44, 4) 53083 Cerrado. Árvore de 6 m. Folhas simples, alternas, agrupadas no ápice dos ramos. Frutos imaturos do tipo folículo. Cerrado. Folhas simples, glabras e opostas. Frutos arredondados, imaturos verdes. Cerrado. Arbusto de 80 cm. Latescente. Folhas simples, opostas, de base cordiforme, pilosas, face abaxial esbranquiçada. Frutos foliculares imaturos. Cerrado. Subarbusto de 50 cm. Latescente.Folhas densamente pilosas, esbranquiçadas e opostas. Botão floral longo, branco. Cerrado. Subarbusto de 40 cm. Latescente. Folhas simples, glabras e opostas. Sem flores ou frutos. Cerrado. Subarbusto de 50 cm, com xilopódio. Folhas simples e pilosas. Flores terminais de cor vinho. Asclepiadaceae Asclepias curassavica L. (FIG. 70) 53084 Quintal. Planta tóxica. Erva de 80 cm. Latescente. Folhas simples e opostas cruzadas. Flores alaranjadas e vermelhas. Asteraceae Acanthospermum hispidum DC. 53085 53238 Achyrocline satureoides (Lam.) DC. (FIG. 57) 53298 Quintal. Planta invasora. Erva de 40 cm. simples, sésseis, pilosas e opostas. pequenas e amarelas. Frutos imaturos. Cerrado. Erva de aproximadamente 50 cm. simples, esbranquiçadas e alternas. esbranquiçado. Sem flores ou frutos. Folhas Flores Folhas Caule 43 Ageratum conyzoides L. 53086 Baccharis dracunculifolia DC. (FIG. 1) 53309 Bidens pilosa L. 53265 Conyza bonariensis (L.) Cronquist 53274 Elephantopus cf. mollis Kunth 53237 Eupatorium cf.laevigatum Lam. 53277 Mikania sp. 53300 Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. (FIG. 26) 53276 Vernonanthura phosphorica (Vell.) H. Rob. (FIG.8) Begoniaceae Begonia cucullata Willd Bignoniaceae Arrabidaea brachypoda (DC) Bureau Arrabidea sceptrum (Cham) Sandwith (FIG. 24) Crescentia cujete L. (FIG. 28,29)) Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. (FIG. 15, 16) Zeyheria montana Mart. (FIG. 17) Bixaceae Bixa orellana L. (FIG. 99) 52953 53267 53254 53249 53289 53087 52589 53247 Quintal. Planta invasora. Erva de 30 cm. Aromática. Folhas simples, pilosas e opostas cruzadas. Inflorescência em capítulo de flores lilases. Cerrado. Arbusto de 1,20 m. Folhas simples, pequenas e alternas. Sem flores ou frutos. Quintal. Planta invasora. Erva de 80 cm, com folhas pinatisectas, serreadas. Flores amarelas reunidas em capítulos. Quintal. Planta invasora. Erva de 60 cm. Folhas membranáceas, pilosas e alternas. Sem flores ou frutos. Quintal. Planta invasora. Erva de 15 cm. Folhas simples, alternas, pilosas e ásperas. Sem flores ou frutos. Cerrado. Arbusto de 1 m. Folhas simples, glabras, de bordas denteadas e opostas. Sem flores ou frutos. Cerrado. Trepadeira herbácea volúvel. Folhas simples, de base hastada e opostas. Sem flores ou frutos. Quintal. Planta invasora. Erva de 30 cm. Folhas simples, glabras e alternas. Flores reunidas em capítulos longos. Frutos do tipo aquênio. Cerrado. Arbusto de 1,5 m. Folhas simples, alternas e ásperas. Sem flores ou frutos. Mata ciliar. Erva de 40 cm. Folhas simples, carnosas, alternas. Inflorescência terminal com flores róseas. Cerrado. Arbusto com folhas simples, coriáceas e opostas. Cerrado. Arbusto com folhas compostas trifolioladas.Flores róseas. Quintal. Planta cultivada. Árvore de 6 m. Folhas simples fasciculadas. Flores esverdeadas. Frutos grandes (±10cmø), globosos, imaturos e maduros no chão. Cerrado. Árvore de 7 m. Folhas palmaticompostas e opostas. Flores esverdeadas. Cerrado. Arbusto de 2 m. Folhas palmaticompostas e opostas. Flores ferrugíneas e amarelas. 53088 53308 Quintal. Planta cultivada. Árvore de 6 m. Folhas simples palminérveas. Botões florais. Frutos maduros espinhentos. 53065 Quintal. Planta invasora. Subarbusto de 1 m. Folhas simples, alternas e ásperas. Flores pequenas, brancas e reunidas em espigas terminais. 53295 Mata ciliar. Arbusto com folhas compostas de folíolos glabros e aromáticos. Sem flores e sem frutos. 53271 Quintal. Planta cultivada. Planta ramificada e espinhenta. Folhas simples e carnosas. Início da formação dos frutos. Boraginaceae Heliotropium indicum L. (FIG. 30) Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) March. (FIG. 6) Cactaceae Pereskia aculeata Mill. 44 Caprifoliaceae Sambucus cf. autralis Cham. & Schltdl. 53090 Quintal. Quintal. Planta cultivada. Árvore de 6 m. Folhas compostas e opostas. Flores pequenas brancas reunidas em corimbos terminais. 53091 Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 4 m. Folhas simples, palmatilobadas. Flores brancas presas ao caule. Frutos imaturos verdes. 53140 Cerrado. Árvore de 6 m. Folhas compostas trifolioladas, pilosas e opostas. Flores polistêmones brancas. 53280 Cerrado. Trepadeira lenhosa. Folhas simples, glabras, de bordas serreadas e opostas. Sem flores ou frutos. Caricaceae Carica papaya L. Caryocaceae Caryocar brasiliensis Cambess. (FIG. 79, 80) Celastraceae Hippocratea sp. Clusiaceae Cerrado. Arbusto de 4 m. Folhas simples, agrupadas no ápice dos ramos. Flores de pétalas brancas e estames amarelos. Cerrado. Arbusto de 2 m. Latescente. Caule prateado. Folhas simples, agrupadas no ápice dos ramos. Flores de pétalas brancas e estames amarelos. Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. (FIG. 76, 77) 53116 53251 Kielmeyera variabilis Mart. & Zucc. (FIG. 78) 55917 Convolvulaceae Merremia tomentosa (Choisy) Hallier f. (FIG. 89, 90) Cucurbitaceae 53250 Cerrado.Arbusto de 70 cm. Folhas simples, pilosas e alternas. Flores brancas e frutos imaturos. Momordica charantia L. (FIG. 61, 62) 53093 Quintal. Planta invasora. Trepadeira herbácea com gavinhas. Folhas simples lobadas e alternas. Flores amarelas. 53278 Cerrado. Trepadeira lenhosa volúvel. Folhas simples, ásperas e alternas. Restos de inflorescências em cachos secos. 53244 Cerrado. Trepadeira herbácea volúvel. simples e alternas. Sem flores ou frutos. Dilleniaceae Davilla tilís (Vahl.) Kubitski Dioscoreaceae Dioscorea sp. Folhas Euphorbiaceae Chamaesyce hirta (L.) Milisp. 53299 tilís antisyphiliticus Mart. (FIG. 24) 53118 Manihot 53303 tilíssima Pohl. Ricinus communis L. Fabaceae Andira humilis Mart. ex Benth. (FIG. 60) 53094 52571 Baunhinia variegata L. 53306 Bowdichia virgilioides Kunth (FIG. 95, 96, 97) 53121 Quintal. Planta invasora. Erva rasteira. Folhas simples e opostas. Caule piloso. Flores pequenas esverdeadas aglomeradas. Cerrado. Subarbusto de 30 cm. Folhas simples e alternas. Caule vermelho. Frutos imaturos verdes. Quintal. Planta cultivada. Subarbusto de 1,2 m. Folhas simples, com 3 a 5 lobos, esbranquiçadas na face abaxial e alternas. Botões florais esverdeados. Frutos imaturos verdes Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 4 m. Folhas simples, grandes e palmatilobadas. Flores esverdeadas com estames alaranjados. Frutos imaturos, espinhentos. Cerrado. Arbusto de 1 m. Folhas compostas. Flores roxas. Frutos drupáceos, imaturos verdes. Rua. Ornamental. Árvore de 5 m. Folhas compostas bifolioladas e alternas. Flores brancas. Cerrado. Árvore de 6m. Folhas compostas. Flores roxas reunidas em cachos. 45 Chamaecrista cathartica (Mart.) H.S. Irwin & Barneby (FIG. 94) Clitoria guianensis (Aubl.) Benth. (FIG. 27) 53285 53264 Desmodium incanum DC. 53068 Desmodium sp. 53279 Hymenaea courbaril L. (FIG. 46) 53095 Machaerium aculeatum Raddi 53268 Senna ocidentalis (L.) Link 53096 Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (FIG. 13) 53067 Stylosanthes sp. 53069 Cerrado. Arbusto de 80 cm. Folhas compostas de folíolos pilosos. Flores amarelas. Cerrado. Subarbusto de 40 cm. Folhas compostas trifolioladas. Flores roxas. Quintal. Planta invasora. Subarbusto de 20 cm. Folhas trifolioladas. Flores lilases. Quintal. Planta invasora. Subarbusto de 1 m. Folhas compostas trifolioladas, manchadas de verdeescuro, pilosas e alternas. Flores lilases agrupadas em inflorescências terminais em cachos. Cerrado. Árvore de 15 m. Folhas compostas, bifolioladas, glabras e brilhantes. Frutos imaturos verdes. Cerrado. Árvore de 6 m. Folhas compostas e alternas. Espinhos na base do pecíolo. Quintal. Planta invasora. Arbusto de 80 cm. Folhas compostas e alternas. Flores amarelas. Frutos imaturos verdes. Cerrado. Arvoreta de 4 m. Folhas recompostas com folíolos arredondados. Inflorescência pequena marrom. Quintal. Planta invasora. Subarbusto decumbente. Folhas compostas trifolioladas, pilosas e alternas. Flores pequenas e amarelas. Gentianaceae Deianira erubescens Cham & Schltdl. (FIG. 14) 53284 Cerrado. Erva de 1 m. Folhas simples, sésseis e opostas. Flores brancas agrupadas em inflorescências axilares. Lamiaceae Leonurus sibiricus L. (FIG. 69) 53097 Ocimum basilicum L. 53307 Ocimum cf. gratissimum L. (FIG. 3) 53070 Ocimum cf. selloi Benth. (FIG. 2) 53071 Ocimum sp. 53266 Quintal. Planta invasora. Erva de 80 cm. Folhas simples e partidas. Flores róseas. Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 80 cm. Aromático. Folhas simples e opostas. Sem flores ou frutos. Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 1 m. Aromático. Folhas simples, grandes e opostas. Sem flores ou frutos. Quintal. Planta cultivada. Subarbusto de 50 cm. Aromático. Folhas simples e opostas. Inflorescência terminal com flores lilases envolvidas por brácteas verdes. Quintal. Plantacultivada. Arbusto de 50 cm. Aromático. Folhas simples e opostas. Flores lilases agrupadas em inflorescências terminais. Loranthaceae Struthanthus marginatus (Desr.) Blume (FIG. 35) Lythraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil. (FIG. 71, 72) Punica granatum L. (FIG. 92) 53124 53294 53072 Mata ciliar. Hemiparasita. Trepadeira herbácea volúvel. Folhas simples. Botões florais e flores abertas verdes com estames de filetes brancos e anteras marrons Cerrado. Arbusto de 2,5 m. Folhas simples, glabras e opostas. Botões florais reunidos em cachos. Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 3 m. Folhas simples e opostas. Flores alaranjadas. Frutos imaturos arredondados. 46 Malpighiaceae Banisteriopsis sp. 53282 Byrsonima verbascifolia Rich. ex Juss. (FIG. 63, 64, 65) 53167 Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. Malvaceae 53253 Gossypium hirsutum L. (FIG. 4, 5) 53073 Guazuma ulmifolia Lam. (FIG. 66, 67) 53134 Sida rhombifolia L. 53098 Cerrado. Trepadeira lenhosa volúvel. Folhas simples, coriáceas e opostas, face adaxial glabra e face abaxial pilosa e esbranquiçada. Sem flores ou frutos. Cerrado. Arbusto de 2 m. Folhas simples, crassas, pilosas e opostas. Flores amarelas reunidas em cacho. Frutos imaturos, globosos e verdes. Cerrado. Árvore. Folhas simples, coriáceas e opostas. Sem flores ou frutos. Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 3 m. Folhas simples, alternas e lobadas. Presença de botões florais. Cerrado. Árvore de 6 m. Folhas simples, pilosas e alternas. Frutos imaturos, globosos, equinados e verdes. Quintal. Planta invasora. Subarbusto de 50 cm. Folhas simples e alternas. Flores amarelas. Monimiaceae Siparuna cujabana (Mart. ex Tul.) A. DC. (FIG. 68) Moraceae Brosimum gaudichaudii Trécul (FIG. 55) 53190 52569 Fícus carica L. 53099 Morus nigra L. 53100 Mata ciliar. Arbusto de 4 m. Muito ramificado. Folhas simples, glabras e opostas. Frutos arredondados, imaturos verdes. Cerrado. Arbusto de 3 m. Folhas simples, ásperas e alternas. Frutos jovens imaturos globosos. Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 1,5 m. Folhas simples, grossas e alternas. Frutos imaturos. Quintal. Planta cultivada. Árvore de 6 m. Folhas simples grandes e alternas. Frutos agregados imaturos e maduros. Myrtaceae Cerrado. Arvoreta de 5 m. Folhas simples, glabras e opostas. Frutos globosos, imaturos, verdes e maduros amarelos. Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 5 m. Folhas simples, glabras e brilhantes. Frutos imaturos, sulcados e verdes. Cerrado. Arbusto de 5 m. Folhas simples e opostas. Botões florais. Quintal. Planta cultivada. Árvore de 6 m. Folhas simples, opostas. Frutos imaturos, pequenos e verdes. Mata ciliar. Árvore de 12 m. Folhas simples, glabras e opostas. Botões florais esverdeados. Flores brancas. Eugenia dysenterica DC. (FIG. 19, 20) 52940 Eugenia uniflora L. (FIG. 87, 88) 53101 Myrcia fallax (Rich.) DC. (FIG. 38) 53102 Psidium guajava L. (FIG. 40) 53103 Syzygium cumini (L.) Skeels (FIG. 48, 49) 53151 Oxalidaceae Oxalis hirsutissima Mart. ex Zucc. (FIG. 9, 10) Peraceae 53133 Cerrado. Erva de 15 cm. Folhas compostas, trifolioladas, pilosas e alternas. Flores amarelas. Família: Peraceae Pera sp. 53258 Cerrado. Arbusto de 3 m. Folhas simples, glabras e alternas. Botões florais presos ao caule em fascículos. Frutos imaturos verdes. 53066 Quintal. Planta invasora. Erva de 60 cm. Folhas simples, pequenas e alternas. Flores verdes pequenas presas ao caule. Phyllanthaceae Phyllanthus tenellus Roxb. 47 Piperaceae 53304 Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 1,5 m. Folhas simples, cordiformes e alternas. Inflorescências em espigas axilares. Plantago major L. (FIG. 98) 53074 53075 Quintal. Planta invasora. Erva de 30 cm. Folhas simples, pilosas e em roseta. Inflorescência em espiga com flores verdes e pequenas. Frutos imaturos verdes. Poaceae Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. Polygalaceae 53329 Quintal. Planta cultivada. Erva com folhas longas, estreitas e aromáticas. Polygala cf. urbanii Chodat 53240 Cerrado. Subarbusto de 60 cm. Folhas simples, glabras e alternas. Flores lilases em inflorescência terminal. 53076 Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 1 m. Espinhento. Folhas compostas com folíolos serrilhados. Flores brancas com muitas pétalas e estames. Piper umbellatum L. (FIG. 25) Plantaginaceae Rosaceae Rosa wichurana Crép Rubiaceae Chiococca alba (L.) Hitchc. Declieuxia cordigera (Mart. & Zucc. ex Schult. & Schult.) Müll. Arg. Palicourea rigida Kunth (FIG. 31) Psychotria barbiflora DC. (FIG. 36) 53281 53288 53172 53301 Psychotria capitata Ruiz & Pav. (FIG. 37) 53077 Remijia ferruginea (A. St.-Hil.) DC. (FIG. 91) 53260 Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. (FIG. 18) 53256 Sabicea brasiliesis Wernham (FIG. 93) 52481 53283 Rubiaceae indeterminada 53293 Mata ciliar. Arbusto ramificado, com folhas simples, glabras e opostas. Flores esverdeadas agrupadas em inflorescências axilares. Frutos imaturos verdes. Cerrado. Erva de base lenhosa de 30 cm. Fohas simples, opostas, cordiformes e sésseis. Flores roxas reunidas em inflorescências terminais. Cerrado. Arbusto de 1,5 m. Folhas simples e opostas. Botões florais verdes. Mata ciliar. Arbusto de 1 m. Folhas simples, glabras e opostas. Frutos verdes e vermelhos. Mata ciliar. Arbusto de 80 cm. Folhas simples, glabras, brilhantes e opostas. Estípulas filiformes interpeciolares. Flores tubulosas, brancas e agrupadas e inflorescência terminal. Cerrado. Arbusto de 2,5 m. Folhas simples, grossas, de nervuras marcadas, pilosa na face abaxial e opostas. Flores vermelhas e frutos capsulares imaturos. Cerrado. Arbusto. Folhas simples, coriáceas, pilosas na face abaxial e opostas. Cerrado. Arbusto de 80 cm. Folhas simples, brancas e opostas. Flores brancas, tubulosas e axilares. Cerrado. Subarbusto de 60 cm. Folhas simples, verticiladas com estípulas. Flores amarelas agrupadas em inflorescência terminais. Rutaceae Ruta graveolens L. 53104 Quintal. Planta cultivada. Erva de 80 cm, aromática. Folhas compostas. Frutos imaturos verdes. 53145 Cerrado. Arbusto de 1 m. Folhas simples. Flores pequenas inseridas por pedúnculo no caule. Frutos imaturos verdes. 53105 Quintal. Planta cultivada. Arbusto de 2 m, piloso e pegajoso. Folhas simples, sésseis e alternas. Flores tubulosas róseas. Frutos capsulares secos. Salicaceae Casearia sylvestris Sw. (FIG. 51, 52) Solanaceae Nicotiana tabacum L. (FIG. 39) 48 Solanum aculeatissimum Jacq. (FIG. 50) 53246 Solanum sp. 53262 Urticaceae Cecropia pachystachya Trec. (FIG. 32) Verbenaceae 53243 Cordia verbenacea L. (FIG. 58, 59) 53089 Lantana camara L. (FIG. 21) 53242 Lantana sp. 53241 Lippia alba (Mill.) N.E. Br. (FIG. 33, 34) 53078 Sthachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl. (FIG. 47) 53079 Quintal. Planta invasora. Arbusto de 50 cm. Espinescente. Folhas simples espinescentes e alternas. Frutos globosos amarelos. Cerrado. Arbusto de 60 cm. Folhas simples, esbranquiçadas na face abaxial e alternas. Frutos imaturos do tipo baga. Mata ciliar. Arvoreta de 4 m. Folhas simples fortemente fendidas. Quintal. Planta invasora. Arbusto de 80 cm. Aromática. Folhas simples, pilosas e alternas. Inflorescência em espiga com flores brancas. Cerrado. Arbusto de 1,5 m. Folhas simples, ásperas e opostas. Flores alaranjadas e vermelhas agrupadas em inflorescências axilares. Cerrado. Arbusto de 1 m. Folhas simples de bordas serreadas, pilosas e opostas. Flores lilases agrupadas em inflorescências axilares, protegidas por brácteas. Quintal. Planta cultivada. Arbusto ramificado de 1,5 m. Folhas simples, opostas e pilosas. Flores lilases, tubulosas e envolvidas por brácteas formando uma espiga. Quintal. Planta invasora. Subarbusto de 50 cm. Folhas simples e alternas Flores pequenas, roxas reunidas em inflorescência terminal em espiga. Vitaceae Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E. Jarvis (FIG. 48) 53305 Quintal. Planta cultivada. Trepadeira herbácea. Folhas simples, glabras e alternas. Flores pequenas esverdeadas. Frutos globosos negros. Vochysiaceae Qualea grandiflora Mart. Vochysia elliptica Mart. (FIG. 74, 75) Zingiberaceae Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt. & R.M. Sm. (FIG. 73) 53179 53257 53080 Cerrado. Arbusto de 3 m. Folhas simples e opostas. Botões florais verdes e flores amarelas. Cerrado. Arbusto de 2 m. Folhas simples, coriáceas e opostas. Flores amarelas em cachos. Quintal. Planta cultivada. Erva de 2 m. Folhas alternas de 60 cm de comprimento, glabras e lustrosas. Flores róseas agrupadas em cachos terminais. Não determinadas Mata ciliar. Erva de 30 cm, com folhas verdes sem soros. Cerrado. Subarbusto rasteiro. Folhas simples, Pustemeira 53292 ásperas e opostas. Sem flores ou frutos. Mata ciliar. Trepadeira lenhosa volúvel. Folhas Sete-juntas 53296 simples, glabras e opostas. Sem flores ou frutos. Quadro 2: Lista das famílias, espécies e números de registro das plantas coletadas no levantamento Pente (Samambaia) 53297 etnobotânico realizado em São José de Almeida, Jaboticatubas – MG 49 5.3. Local de coleta das plantas citadas As plantas citadas nas entrevistas são coletadas nos quintais, hortas (84) e no cerrado (84). Algumas das plantas obtidas nos quintais e hortas são nativas ou subespontâneas, sendo muitas vezes consideradas invasoras e arrancadas como “mato”. Cerca de 50% das plantas citadas são coletadas no Cerrado e como exemplos destaca-se, barbatimão (FIG. 13), bolsa-de-pastor (FIG. 15, 16, 17), cagaiteira (FIG. 19, 20), mama-cadela (FIG. 55), pau-terra, pequi (FIG. 79, 80), sangue-de-cristo (FIG. 93), suma e velame (FIG. 100, 101, 102, 103). O Cerrado é um complexo vegetacional, onde inclui-se: campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado propriamente dito e o cerradão (floresta mesófila esclerófila), além das inclusões de mata ciliar, mata seca (floresta mesófila estacional), veredas ou buritizais e campos rupestres (MENDONÇA et al., 1998; BRANDÃO; CARVALHO; JESUÉ, 2001). O Cerrado possui uma rica variabilidade específica e um patrimônio genético indiscutível (RATTER; RIBEIRO; BRIDGEWATER, 1997). É um dos biomas mais ricos do Planeta com cerca de 7 mil espécies de plantas (MENDONÇA et al., 1998; FELFILI; FELFILI, 2001), destas, 2 mil espécies são arbóreas e 5.250 espécies são herbáceas e ou subarbustivas (CASTRO; MARTINS; FERNANDES, 1999). Muitas dessas plantas são potencialmente comestíveis, medicinais, ornamentais, fornecedoras de madeira e outras matérias-primas para a indústria (MATTEUCCI et al., 2003). Algodão (FIG. 4, 5), amora, arruda, boldo, coitezeiro (FIG. 28, 29), ervacidreira (FIG. 33, 34), figueira, fumo (FIG. 39), goiabeira (FIG. 40), hortelã, laranjeira, limeira, manga, pacová (FIG. 73), pitangueira (FIG. 87, 88), poejo, romanzeira (FIG. 92), rosa-branca, sabugueiro, saião, salsinha e urucum (FIG. 99) são exemplos de algumas plantas citadas que são cultivadas pelos entrevistados. Benzinho, caruru, crista-de-pavão (FIG. 30), fedegoso, fumo-bravo, jeribão (FIG. 47), maria-preta (FIG. 58, 59), mentraste, melão-de-são-caetano (FIG. 61, 62), notícia-de-ouro-preto (FIG. 69), quebra-pedra, transagem (FIG. 98) e vassourinha são exemplos de plantas consideradas invasoras, mas utilizadas principalmente, como medicamento. As plantas invasoras são rústicas e de fácil adaptação à diversos climas e solos. O conhecimento dos componentes da flora destas plantas é 50 de suma importância, pois, além da competição promovida com as culturas (LORENZI, 2008), podem ser utilizadas como plantas comestíveis, medicinais, apícolas, ornamentais e forrageiras (INFORME AGROPECUÁRIO, 1988). Os entrevistados comentaram que algumas plantas nativas, outrora muito utilizadas como medicamentos, estão mais difíceis de serem encontradas. Segundo eles, as plantas nesta situação são cachorro-magro, chapéu-de-couro, jalapa (FIG. 42, 43, 44, 45), poaia, quatro-mirréis (FIG. 89, 90), sangue-de-cristo (FIG. 93), setesangrias, suma e velame (FIG. 100, 101, 102, 103). Destas oito plantas, foram encontradas a jalapa, a poaia, o quatro-mirreis, o sangue-de-cristo, a sete-sangrias, a suma e o velame. Segundo Rodrigues e Carvalho (2001) as espécies que correm mais risco são aquelas cujas partes utilizadas para o preparo dos medicamentos são raízes (como é o caso da suma), caule ou casca do caule, pois, muitas vezes o dano causado à planta pode levar à morte. Apesar da dificuldade de se encontrar estas plantas, nenhuma delas consta na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (BRASIL, 2008). De acordo com Brandão, Moreira e Acúrcio (2001), espécies nativas de uso consagrado na tradição popular estão sendo esquecidas seja pela destruição de seus habitats, ou pela coleta predatória ou pela falta de interesse das novas gerações. A dificuldade em se encontrar algumas plantas em São José de Almeida gera o risco de que o saber popular empregado a elas seja esquecido e perdido ao longo do tempo devido ao desuso. Apesar da não transmissão dos conhecimentos tradicionais gerar o risco de que estes se percam, observou-se neste estudo que a maioria dos entrevistados (5 deles) tem transmitido os conhecimentos que possuem, pois muitas vezes no decorrer das entrevistas algum parente do entrevistado dizia: “tem aquela outra planta, você não falou dela”, o que demonstra que eles também detém algum conhecimento sobre o uso das plantas medicinais. Em uma das entrevistas, a neta da entrevistada, seguiu na coleta de campo e ia indicando as plantas para a avó (entrevistada). 51 5.4. Usos das plantas O principal uso citado para as plantas foi como medicamento, mas alguns vegetais são também utilizados para extração da madeira, confecção de cabos de ferramentas e vassouras, extração de material tintorial e de limpeza, fabricação de sabão e lenha. As utilizações e indicações das espécies citadas, podem ser observadas no Quadro 1. 5.4.1. Uso medicinal Das 168 espécies citadas, 141 apresentam uso medicinal. No total foram citadas 57 enfermidades que são tratadas com plantas medicinais, dentre estas as mais citadas foram os problemas estomacais, infecções de garganta, problemas renais, gripes e “sangue sujo”. Em trabalho de levantamento etnobotânico realizado no Alto Rio Grande, gripe, problemas renais, estomacais e do sangue estão entre as principais enfermidades tratadas com plantas medicinais (RODRIGUES; CARVALHO, 2001). Em Uberlândia, Damasceno e Barbosa (2008), constataram que as doenças do aparelho respiratório foram as mais citadas para tratamento com plantas. Foram citadas 35 associações de plantas medicinais, dentre elas a que mais chamou a atenção foi um doce utilizado no tratamento da asma que é feito misturando-se 15 espécies diferentes. De acordo com Rodrigues e Carvalho (2001), a mistura deve-se restringir a um número reduzido de espécies e deve-se observar se as indicações e usos são semelhantes ou se apresentam propriedades sinérgicas, mas deve sempre ser evitado, uma vez que podem trazer efeitos diferentes do esperado em virtude das interações entre os constituintes químicos das plantas. Considera-se prática farmacêutica segura, não ter mais que quatro a sete ervas combinadas em um chá (WICHTL, 1989 apud ALMASSY JÚNIOR et al., 2005). É importante ressaltar que algumas plantas são indicadas tanto para o uso individual quanto em misturas, e que uma mesma planta pode ser utilizada de diferentes formas para as mesmas enfermidades ou para o tratamento de enfermidades diferentes. De acordo com os relatos, pode ser feito, por exemplo, o 52 chá das folhas de sangue-de-cristo (Sabicea brasiliensis Wernham) (FIG. 93) para tratar prisão de ventre, o doce da sua raiz e outras plantas é utilizado no tratamento da asma e o macerado da folhas é utilizado como depurativo. No Brasil, a utilização de plantas medicinais pela população tem influência das culturas indígena, africana e européia. Essas culturas constituem as bases da nossa medicina popular (MARTINS et al., 1994). Apesar dessas influências, a fitoterapia brasileira se baseia oficialmente em algumas poucas espécies medicinais, a maioria exótica e oriunda do velho continente, em detrimento de nossa rica biodiversidade e do saber tradicional dos raizeiros e benzedeiras (GUIÃO, 2003; REIS; MARIOT; STEENBOCK, 2004). Um dos avanços no sentido de incentivar o uso das plantas no Brasil foi a criação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Dentre os objetivos da criação do Programa está a garantia à população brasileira do acesso seguro e do uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos (medicamentos obtidos de matérias-primas vegetais), promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. Além disto, pretende-se ampliar as opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde; a valorização e preservação do conhecimento das comunidades tradicionais e indígenas; o fortalecimento da agricultura familiar e o crescimento com geração de emprego e renda (RODRIGUES, 2006). 5.4.1.1. Modos de preparo e partes das plantas ditas medicinais Foram citadas várias formas de preparo das plantas utilizadas como medicamento: chá, doce, maceração e banho. A forma mais citada pelos entrevistados foi o chá feito por decocção. De acordo com Rodrigues e Carvalho (2001) as plantas curativas podem ser aplicadas de diversas maneiras, e é muito importante que se conheça os vários modos de preparo de um chá. Em diversos outros trabalhos realizados no estado de Minas Gerais, a forma de preparo mais citada também foi o decocto e a parte mais utilizada as folhas (RODRIGUES; CARVALHO, 2001; MENEZES et al., 2005; CALÁBRIA et al., 2008). Neste trabalho, a folha foi também a parte da planta mais utilizada, mas também foram citados usos 53 de raízes, xilopódios, cascas, entrecascas, caule, flores, frutos, sementes, resina e da planta inteira. 5.4.2. Plantas utilizadas para tratar animais Além do uso de plantas medicinais para tratar seres humanos, cinco dos oito entrevistados afirmaram que também utilizam plantas para tratar animais. As plantas citadas para este fim foram: alecrim-do-campo (FIG. 1), amesca (FIG. 6) barbaço, cagaiteira (FIG. 19, 20), fumo (FIG. 39), laranjinha-creme, lima e sucupira (FIG. 95, 96,97). Um exemplo de uso de planta para tratar animais doentes é o chá de folhas de lima e cagaiteira utilizados, para tratar inflamações e para realizar a limpeza (expulsão de restos placentários) de vacas recém-paridas (Quadro 1). Sobre o uso das plantas medicinais na medicina veterinária, Marinho e outros (2007) constataram que 100% dos entrevistados não só utilizavam plantas medicinais na terapêutica dos animais domésticos, como também aceitariam esta forma de tratamento como prescrição do médico veterinário. Os mesmos autores constataram que o uso das plantas medicinais na terapêutica veterinária é ressaltado pelos entrevistados como uma alternativa de tratamento viável, segura, de fácil obtenção e baixo custo. Os autores concluíram ainda que a utilização dos fitoterápicos em medicina veterinária está retomando gradativamente o espaço ocupado em tempos remotos. Em um trabalho realizado em Mossoró (RN), os estudantes de veterinária apontaram como principais vantagens do uso das plantas medicinais no tratamento de animais o baixo custo, o menor efeito colateral e o fato de ser um tratamento natural. No mesmo estudo evidenciou-se como uma das desvantagens da fitoterapia em animais as poucas pesquisas desenvolvidas sobre o tema. Sobre a credibilidade da fitoterapia, 87% dos estudantes passariam a utilizar esta forma de tratamento após confirmação científica, explicando as vantagens e desvantagens desta aplicação, porém há necessidade da realização de novas pesquisas nesta área (ALMEIDA; FREITAS; PEREIRA, 2006). 54 5.4.3. Plantas tóxicas Asclepias curassavica (FIG. 70), Lantana câmara (FIG. 21), Lantana sp., Psychotria barbiflora (FIG. 36) e Psychotria capitata (FIG. 37) foram citadas como tóxicas para o gado. Segundo Marques et al. (2006), as folhas de Lantana camara causam apatia, perda de apetite, extrema fraqueza, dilatação de pupila; ocasional paralisia parcial das pernas; fezes moles sanguinolentas; edema (inchaço) de faces; lacrimejamento, icterícia e até mesmo a morte. Para se evitar que o animal coma a planta é preciso erradicá-la do pasto. Asclepias curassavica é uma planta experimentalmente tóxica para bovinos, mas sem interesse pecuário e com frequência é acusada de ser a causa de mortes em bovinos, porém os animais não ingerem a planta sob condições naturais e quantidades pequenas da planta não são nocivas para o gado (TOKARNIA; DOBEREINER; PEIXOTO, 2000). 5.4.4. Usos diversos Além do uso medicinal, outros usos citados para as plantas foram: limpeza de garapa, produção de sabão, tintura, limpeza de piso, produção de utensílio doméstico, fabricação de vassouras, repelente contra insetos. O mutambo (FIG. 66, 67) é utilizado na região para clarificar a garapa. Segundo Lorenzi e Matos (2008), essa era uma prática muito comum na região canavieira do Ceará. Os ramos de alecrim-do-campo (FIG. 1), folha-miúda (FIG. 38), maria-preta (FIG. 58, 59) e vassourinha são utilizados para confeccionar vassouras. Rodrigues e outros (2002), em trabalho com a população local na cidade de Luminárias, MG, também verificou o uso do alecrim-do-campo para o mesmo fim. O tronco da folhamiúda é também utilizado como poste, cabo de ferramentas e lenha. A polpa dos frutos da macaúba (FIG. 53, 54) é utilizada para fabricação de sabão. De acordo com Ferreira (1980) e Macedo (1992), a polpa e a amêndoa produzem óleo que é usado para iluminação, cozinha e fabrico de sabão. O endocarpo lenhoso dos frutos é utilizado como lenha e para confecção de anéis e as 55 sementes para a fabricação de azeite. As folhas são utilizadas para cobrir caramanchões. O tronco é utilizado em construções rústicas como cerca de hortas e chiqueiros. Segundo Macedo (1992), a importância econômica das palmeiras está na grande variedade de produtos que elas oferecem, tais como óleos, ceras, fibras e os próprios frutos. O mesmo autor afirma ainda que em muitas regiões usam-se as folhas de palmeiras para cobertura das casas O murici (FIG. 63, 64, 65) é usado para extração de material tintorial. De acordo com Corrêa (1984), da casca do murici se extrai matéria tintorial preta, usada para tingimento de roupas e velas de embarcações, além disso, essa planta serviu no estado de Minas Gerais, para dar ao algodão a cor cinzenta. 5.5. A nomenclatura popular e científica A planta conhecida popularmente como velame foi citada cinco vezes nas entrevistas, porém um dos entrevistados citou como velame a espécie Macrosiphonia longiflora (FIG. 100, 101) e a espécie citada pelos demais entrevistados trata-se de Macrosiphonia velame (FIG. 102, 103). Ambas as espécies foram citadas como depurativo do sangue, mas M. velame é utilizada na forma de decocto das folhas e de M. longiflora utiliza-se o doce das raízes, o decocto de M. velame também é utilizado contra constipação intestinal. Damasceno e Barbosa (2008) também verificaram plantas de espécies diferentes sendo referidas pelo mesmo nome vulgar, por diferentes entrevistados. Rodrigues e Carvalho (2001) também encontraram para M. velame uso como depurativo do sangue, além do uso contra febres, gripes, hemorragias, antissifilítico, antirreumático e contra úlceras, não sendo citado o uso contra constipação intestinal. Em dados disponíveis na literatura, um cipó denominado suma, refere-se à espécie Anchietea salutaris A. St.-Hil. (Violaceae), e é utilizada como calmante, diurética e depurativo (PLANTAMED, 2010). A suma citada e coletada neste estudo, é uma Hippocratea sp. (Celastraceae, Hippocrateaceae). As raízes e as cascas de Hippocratea sp. são utilizadas como depurativo e para tratar problemas estomacais e hemorróidas. 56 Os entrevistados citaram duas plantas denominadas popularmente de saião. Uma delas é Bryophyllum pinnatum, pertencente à família Crassulaceae. A outra é Begonia cucullata da família Begoniaceae, mas ambas as espécies são utilizadas para tratar as mesmas enfermidades. Muitas espécies da família Fabaceae, do gênero Bauhinia, são conhecidas como unha-de-vaca ou pata-de-vaca. Neste trabalho foram coletadas duas Bauhinia. Uma delas foi identificada como Bauhinia variegata, dita pelo entrevistado, hipoglicemiante, mas essa espécie é exótica da flora brasileira, originária Índia (LORENZI et al., 2003). A unha-de-vaca encontrada na literatura cujas propriedades hipoglicemiantes são comprovadas é outra leguminosa do mesmo gênero: Bauhinia forficata Link. Duas espécies da família Apocynaceae foram citadas nas entrevistas com o nome popular de jalapa: Mandevilla illustris (FIG. 42, 43) e Rhodocalyx rotundifolius (FIG. 44, 45). De ambas as espécies utiliza-se o xilopódio como depurativo do sangue. Em outras abordagens etnobotânicas realizadas em Minas Gerais também foi verificado plantas de espécies diferentes sendo referidas pelo mesmo nome vulgar, por diferentes entrevistados (BOTREL et al., 2006; CALÁBRIA et al., 2008; DAMASCENO; BARBOSA, 2008). De acordo com Cervi, Negrelle e Sbalchiero (1989), não raro, um vegetal é usado em lugar de outro devido às semelhanças morfológicas ou, então, por ter o mesmo nome vulgar, sendo necessária uma maior conscientização da população, quanto aos sérios riscos, pelo uso indevido dos vegetais. Um exemplo clássico desse fato é da espinheira-santa. No mercado informal é fácil encontrar "espinheira-santa" a venda, no entanto pode-se observar, principalmente nas feiras livres, que a espécie oferecida não é Maytenus ilicifolia Mart. ex. Reiss. (Celastraceae), e sim, provavelmente, Sorocea bomplandii Bailon (Moraceae), uma das espécies mais utilizadas na adulteração da espinheira-santa (DI STASI; HIRUMA LIMA, 2002; COULAUD-CUNHA; OLIVEIRA; WAISSMANN, 2004; SANTOS-OLIVEIRA; COULAUD-CUNHA; COLAÇO, 2009). Esse é um fato grave, pois Sorocea bomplandii apresenta certa toxicidade, e, pessoas que tomam o seu chá podem ter problemas no fígado e dores abdominais (VILLEGAS; LANÇAS, 1997). 57 1 2 3 4 5 Figura 1: Fotografia do alecrim-do-campo: ramo com folhas e inflorescência. Figura 2: Fotografia da alfavaca: planta com folhas e inflorescência. Figura 3: Fotografia do alfavacão: ramo com folhas e inflorescência seca. Figura 4: Fotografia do algodão: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento. Figura 5: Fotografia do algodão: frutos em desenvolvimento. 58 6 7 9 8 10 Figura 6: Fotografia da amesca: ramo com folhas e inflorescências. Figura 7: Fotografia do articum: botão floral. Figura 8: Fotografia do assa-peixe: ramo com folhas e inflorescências secas. Figura 9: Fotografia do azedinho: planta com folhas e inflorescências. Figura 10: Fotografia do azedinho: inflorescências. 59 11 12 Figura 11: Fotografia da babosa: folhas. Figura 12: Fotografia do bálsamo: planta toda. 60 13 15 14 16 Figura 13: Fotografia do barbatimão: galhos com folhas e inflorescência. Figura 14: Fotografia da boca-de-cobra: inflorescência. Figura 15: Fotografia da bolsa-de-pastor (Cybistax antisiphilitica): ramo com folhas. Figura 16: Fotografia da bolsa-de-pastor (Cybistax antisiphilitica): flores. 61 17 18 Figura 17: Fotografia da bolsa-de-pastor (Zeyheria montana): ramo com folhas, flores e frutos imaturos. Figura 18: Fotografia do bugre: ramo com folhas e inflorescência jovem. 62 20 19 21 22 Figura 19: Fotografia da cagaiteira: árvore ao fundo e ramo com folhas. Figura 20: Fotografia da cagaiteira: folhas e fruto imaturo. Figura 21: Fotografia da cambará-da-flor-vermelha: inflorescência. Figura 22: Fotografia do cajuzinho-do-campo: planta toda. 63 23 24 Figura 23: Fotografia da canela-de-cigana: inflorescência. Figura 24: Fotografia da canela-desaracura: planta com folhas e inflorescência. 64 25 27 26 28 29 Figura 25: Fotografia da capeba: planta com folhas e inflorescências. Figura 26: Fotografia do carurude-veado: planta seca com folhas e inflorescências. Figura 27: Fotografia da catuaba: planta florida. Figura 28: Fotografia do coitezeiro: ramo com folhas e fruto imaturo em desenvolvimento. Figura 29: Fotografia do coitezeiro: frutos desenvolvidos. 65 30 31 32 Figura 30: Fotografia da crista-de-pavão: inflorescências com flores e frutos. Figura 31: Fotografia do dom-bernardo: planta florida. Figura 32: Fotografia da embaúba-roxa: folhas secas. 66 33 34 35 36 Figura 33: Fotografia da erva-cidreira: ramos com folhas e inflorescências. Figura 34: Fotografia da erva-cidreira: inflorescência. Figura 35: Fotografia da erva-de-passarinho: ramo com folhas e inflorescências. Figura 36: Fotografia da erva-de-rato (Psychotria barbiflora): planta florida. 67 37 38 39 Figura 37: Fotografia da erva-de-rato (Psychotria capitata): planta seca com frutos. Figura 38: Fotografia da folha- miúda: ramo com inflorescências com botões florais e flores. Figura 39: Fotografia do fumo: flores. 68 40 41 Figura 40: Fotografia da goiabeira: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento. Figura 41: Fotografia da insulina: ramo com folha e frutos imaturos e maduros. 69 42 44 43 45 Figura 42: Fotografia da jalapa (Mandevilla illustris): planta florida. Figura 43: Fotografia da jalapa (Mandevilla illustris): flores. Figura 44: Fotografia da jalapa (Rhodocalyx rotundifolius): planta florida. Figura 45: Fotografia da jalapa (Rhodocalyx rotundifolius): flores. 70 46 47 Figura 46: Fotografia do jatobá: ramo com folhas e frutos imaturos. Figura 47: Fotografia do jeribão: folhas e inflorescência. 71 48 49 50 Figura 48: Fotografia do joão-bolô: ramo com folhas e inflorescências. Figura 49: Fotografia do joãobolô: ramo com frutos em desenvolvimento. Figura 50: Fotografia do juá-brabo: planta com frutos maduros. 72 51 53 52 54 Figura 51: Fotografia da língua-de-tiú: planta toda com frutos em desenvolvimento. Figura 52: Fotografia da língua-de-tiú: ramo com frutos em desenvolvimento. Figura 53: Fotografia da macaúba: ápice do coqueiro com inflorescência. Figura 54: Fotografia da macaúba: inflorescência. 73 55 56 57 Figura 55: Fotografia da mama-cadela: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento. Figura 56: Fotografia da mamona: folhas e inflorescência com botões florais, flores e frutos em desenvolvimento. Figura 57: Fotografia da marcela: inflorescências secas. 74 58 59 60 61 62 Figura 58: Fotografia da maria-preta: planta florida. Figura 59: Fotografia da maria-preta: inflorescência com botões florais e flores. Figura 60: Fotografia da mata-barata: ramo com folhas e frutos em desenvolvimento. Figura 61: Fotografia do melão-de-são-caetano: planta florida. Figura 62: Fotografia do melão-de-são-caetano: fruto maduro. 75 63 64 65 Figura 63: Fotografia do murici: galhos com folhas e inflorescências. Figura 64: Fotografia do murici: inflorescência. Figura 65: Fotografia do murici: frutos em desenvolvimento. 76 66 67 68 69 Figura 66: Fotografia do mutambo: ramo com folhas e flores. Figura 67: Fotografia do mutambo: árvore com frutos em desenvolvimento. Figura 68: Fotografia da nega-mina: frutos em desenvolvimento. Figura 69: Fotografia da notícia-de-ouro-preto: flores. 77 70 71 72 73 Figura 70: Fotografia do oficial-de-sala; planta florida. Figura 71: Fotografia do pacari: ramo com folhas, botões florais e flores. Figura 72: Fotografia do pacari: Botão floral e flor. Figura 73: Fotografia do pacová: folhas e inflorescências com botões e florais. 78 74 75 76 77 78 Figura 74: Fotografia do pau-doce: ramo com folhas e inflorescências. Figura 75: Fotografia do paudoce: flores. Figura 76: Fotografia do pau-santo (Kielmeyera coriacea): galhos com botões florais. Figura 77: Fotografia do pau-santo: flor. Figura 78: Fotografia do pau-santo (Kielmeyera variabilis): planta com frutos. 79 79 80 81 82 Figura 79: Fotografia do pequi: planta com botões florais. Figura 80: Fotografia do pequi: botões florais e flores. Figura 81: Fotografia do pereira: folhas. Figura 82: Fotografia do pereira: frutos secos. 80 83 84 85 86 Figura 83: Fotografia da pimenta-de-macaco: ramo com folhas, botões florais e flores. Figura 84: Fotografia da pimenta-de-macaco: ramo com frutos imaturos e maduros. Figura 85: Fotografia da píteira: planta. Figura 86: Fotografia da piteira: flor. 81 87 89 88 90 Figura 87: Fotografia da pitangueira: folhas e frutos em desenvolvimento. Figura 88: Fotografia da pitangueira: folhas e frutos em desenvolvimento. Figura 89: Fotografia do quatro-mirréis: planta florida. Figura 90: Fotografia do quatro-mirréis: planta com frutos imaturos. 82 91 92 93 Figura 91: Fotografia da quina-varinha: ramo com folhas e frutos imaturos. Figura 92: Fotografia da romanzeira: ramo com folhas e flor. Figura 93: Fotografia do sangue-de-cristo: planta com folhas, botões florais e flores. 83 94 95 96 97 Figura 94: Fotografia do seno: planta florida. Figura 95: Fotografia da sucupira: árvore florida. Figura 96: Fotografia da sucupira: flores. Figura 97: Fotografia da sucupira: frutos secos. 84 98 99 Figura 98: Fotografia da transagem: planta florida. Figura 99: Fotografia do urucum: folhas e botões florais. 85 100 101 102 103 Figura 100: Fotografia do velame (Macrosiphonia velame): planta com botão floral. Figura 101: Fotografia do velame (Macrosiphonia velame): planta com flor, frutos e sementes. Figura 102: Fotografia do velame (Macrosiphonia longiflora): planta seca com frutos secos. Figura 103: Fotografia do velame (Macrosiphonia longiflora): folhas. 86 6. CONCLUSÃO A partir dos dados apresentados pode-se concluir que uma ampla diversidade de espécies vegetais é utilizada pelos entrevistados, isso demonstra que eles são grandes detentores de conhecimentos relacionados ao uso tradicional de plantas. Apesar da média de idade dos entrevistados ser superior a 60 anos, constatou-se que a maioria dos entrevistados está repassando os conhecimentos que adquiriam com seus pais para os mais jovens. Os entrevistados já observam e relatam que algumas espécies nativas, outrora abundantes na região, estão mais difíceis de serem encontradas. Provavelmente, este fato se deve ao extrativismo destas espécies e ao desmatamento do cerrado para formação de pastagens e anteriormente para a produção de carvão. Os dados analisados mostram que a extração de plantas nativas é um hábito comum na região e que é preciso, promover ações de valorização do saber popular relacionado ao uso da flora local, pois assim aumentam as possibilidades de que este saber seja preservado ao longo das gerações. Os resultados obtidos neste trabalho permitiram verificar que a divulgação dos resultados é uma forma de contribuir para a valorização do saber tradicional associado às plantas junto aos moradores mais jovens da região. 87 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, U. P. Introdução à etnobotânica. Recife: Bagaço, 2002, 87 p. ALBUQUERQUE, U. P.; ANDRADE, L. H. C. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botânica Brasílica, v.16, n.3, p.273-285, 2001. ALBUQUERQUE, U. P.; HANAZAKI, N. 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Endereço: .................................................................................................................... Estado civil ( ) solteiro (a) ( ) csado (a) ( ) outros: ............................................... Escolaridade: Sem escolaridade Fundamental Médio Superior ( ( ( ( ) lê ) completo ) completo ) completo ( ( ( ( ) lê e escreve ) incompleto ) incompleto ) incompleto Origem: ( ) nativo da região Religião: ( ) outra região. Qual? ......................................................... Mora há quantos anos na região? ...................................................... Ocupação principal: ............................................................................ Quantas pessoas moram com você? ................................................. Quantas são crianças?........................................................................ 1) Você ou seus familiares utilizam plantas? ( ) sim ( ) não 2) Para qual finalidade você costuma utilizar as plantas? ( ) artesanato Para: ( ) uso próprio ( ) venda É rentável? ( ) sim ( ) não ( ) lenha ( ) construção ( ) alimento ( ) medicinal ( ) utensílios ( ) outras finalidades Quais? .................................................................................... 3) Você utiliza plantas como medicamento? ( ) sim ( ) não ( ) sempre ( ) às vezes ( ) raramente ( ) outros:................................................................................................................... 4) Você utiliza: ( ) uma planta por vez ( ) mais de uma planta. Quantas? .................................................. 5) As plantas utilizadas são: ( ) frescas ( ) secas ( ) outra (s) forma (s): ............................................... 97 6) Qual a forma mais comum de utilização das plantas como medicamento? ( ) chá: ( ) infuso ( ) decocto ( ) no álcool ( ) no vinho ( ) na cachaça ( ) maceradas: ( ) com água ( ) sem nada ( ) outras formas: ........................................................................................................ ( ) coloca o preparado na geladeira? 7) As plantas utilizadas curam? ( ) sim ( ) não ( ) na maioria das vezes ( ) às vezes 8) Caso não haja cura, utilizando as plantas você: ( ) procura um médico? ( ) sim ( ) não Por quê?................................................................................................................... 9) Você já desenvolveu algum problema de saúde relacionado com a utilização de plantas como medicamento? ( ) sim ( ) não Qual (is) problema (s)? .................................................................................................. Qual (is) planta (s)? ....................................................................................................... 10) Deve-se ter cuidado ao utilizar alguma dessas plantas que você conhece e usa? Qual (is) e por quê? ....................................................................................................... ........................................................................................................................................ 11) Você já tratou ou trata animais com plantas? ( ) sim ( ) não Qual (is) animal (is)? ..................................................................................................... Qual (is) planta (s) utilizada (s)? .................................................................................... Como? ........................................................................................................................... 12) As plantas que você utiliza são: ( ) coletadas no campo ( ) cultivadas Se cultiva, como? (no vaso, na horta, usa adubos ou inseticidas?): .................. ............................................................................................................................. Se coleta, onde?: ( ) no cerrado ( ) na beirada do córrego ( ) na mata ( ) no pasto ( ) outros: ........................................................................... 13) É fácil encontrar na região as plantas que você utiliza? ( ) sim ( ) não 14) Há alguma planta do campo que você utilizava e que hoje não mais encontra? ( ) sim ( ) não. Qual (is)? .................................................................................. 15) Você tem um período do dia para colher as plantas que vai utilizar? ( ) sim ( ) não Qual? ......................................................................... 16) As plantas utilizadas como medicinais são armazenadas? ( ) sim ( ) não 98 Como? ........................................................................................................................... 17) Você tem alguma planta armazenada em sua casa no momento? ( ) sim ( ) não Qual (is)? ....................................................................................................................... Como estão armazenadas? .......................................................................................... 18) Com quem você aprendeu a utilizar essas plantas? ( ) pai ( ) mãe ( ) avó ( ) avô ( ) outros: .......................................................... Dados sobre as plantas utilizadas: OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: Partes usadas: folhas, raízes, flores, sementes, tronco, planta toda. Preparo: chá, banhos, compressas, outros. Anotar todos os detalhes possíveis do entrevistado e coletar as plantas citadas por eles. No momento da coleta da planta, anotar o nome da planta, a data e local da coleta e o número da entrevista relacionada. Nome da planta Utilidade Partes utilizadas Modo de coleta e preparo 99 APÊNDICE B – Termo de consentimento TERMO DE CONSENTIMENTO Eu ______________________________________ aceito participar da pesquisa sobre espécies vegetais utilizadas no Distrito de São José de Almeida, Jaboticatubas, MG, sob a responsabilidade da estudante Ana Paula dos Santos e orientação da pesquisadora Andréia Fonseca Silva. Minha participação será inteiramente livre e por minha vontade. Fui esclarecido que responderei a uma entrevista. Minha identidade será preservada, isto é, meu nome não será divulgado e caso seja necessário poderei interromper a entrevista a qualquer momento. São José de Almeida, ________________________________(Data). Assinatura do entrevistado:_____________________________________________ Assinatura do entrevistador:_____________________________________________