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Artigo
ADESTRAMENTO
Vida animal
em condomínio
Texto OLIVER SO, ADESTRADOR da equipe Cão Cidadão
S
e você está lendo esta revista é porque
gosta de cães, gatos e outros animais,
certo? Mas existem pessoas que optam
por não ter contato com nenhum
bichinho, por diferentes motivos. E isso é
direito de cada um, que deve ser respeitado
assim como o nosso direito de ter pets, seja
qual for a espécie. Principalmente em casos de
condomínios, onde a convivência com vizinhos
é mais próxima, precisamos ter alguns cuidados
para que exista harmonia entre todos e ninguém
se sinta desrespeitado.
Antes de tudo, você precisa conhecer o
regulamento do seu condomínio: regras sobre
áreas de circulação de animais, barulhos,
limpeza, as consequências em razão do
descumprimento delas e, inclusive, sobre
como sugerir a alteração dessas regras,
quando achar adequado.
Conversar com o síndico e com os
vizinhos também é importante para vocês
ficarem alinhados. Se você tem um animal
que faz muito barulho ou é agressivo, por
exemplo, mas já está sendo treinado, avisar as
pessoas do seu convívio pode fazer com que
elas sejam mais pacientes ou até colaborem
com o treino.
Em relação ao seu amiguinho peludo,
você precisa garantir que ele esteja bem de
saúde. Alguns problemas comportamentais
podem ser decorrentes de dores e
incômodos, ou da ausência de atividade
física regular, como passeios, corridas,
esportes e brincadeiras. Por isso, consultar
um veterinário é essencial para saber se está
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Melhor Amigo
tudo bem com seu pet e se há limitações que você
precisa respeitar.
Quando sair com seu bichinho, no
condomínio ou em outros lugares, use
sempre equipamentos de segurança para
evitar imprevistos e acidentes: guia, coleira e
focinheira, se necessário.
Rotina vazia pode
ser um problemão
Com o ritmo de trabalho da maioria das
pessoas, é comum alguns bichinhos passarem seis,
oito ou até dez horas sozinhos em casa. Se não
forem oferecidos estímulos para eles, há muita
chance de eles desenvolverem algum problema
comportamental: latidos ou miados em excesso,
destruição de móveis e objetos, automutilação,
entre outros. Por isso, é necessário conhecer
os gostos do nosso bichinho e disponibilizar
enriquecimento ambiental, para ele se manter
ativo mental e fisicamente durante o período que
ficar sozinho. Veja algumas dicas:
• Você pode esconder a comida dele em porções
pelos cantos da casa ou colocar em brinquedos
que precisam ser manipulados para liberar o
alimento. Para gatos, deixar prateleiras livres e
com a comida no alto os estimula a subir e a
descer, resultando em mais atividade.
• Tente esconder brinquedos pela casa para o
animal encontrar.
• Procure oferecer alguns brinquedos especiais só
para os momentos em que o pet ficará sozinho.
• Dê brinquedos novos, sempre com supervisão
inicial, para evitar acidentes.
• Restrinja o acesso a locais com objetos que não
podem ser danificados ou que representem perigo
quando não houver ninguém em casa.
Treinos
Um animal muito ansioso e não socializado
pode ter mais dificuldade para lidar com as diversas
situações do dia a dia. Socializá-lo é essencial para
que ele fique habituado a conviver com outras
pessoas e animais.
Proporcione encontros supervisionados,
mantendo uma distância segura, e não force caso
seu bichinho esteja desconfortável. Ofereça um
petisco bem gostoso ou faça uma brincadeira
de que ele goste muito nesses momentos de
interação. Assim, você cria associações agradáveis
àquilo que ele não confia ou se afasta, como
pessoas desconhecidas. Tenha cuidado especial nas
áreas de circulação comum, como elevador, hall,
entrada e saída.
Em casa, seu amigo peludo precisa se
acostumar a ficar tranquilo sem você, para não
fazer muito barulho nem incomodar os vizinhos.
A primeira medida é não dar atenção a ele quando
você estiver saindo ou chegando em casa. Nos
reencontros, espere ele se acalmar para fazer
carinho e matar a saudade.
O comando “fica” é bastante útil também.
Coloque-o sentado em um ponto definido, como
a caminha dele, diga “fica”, dê um passo curto
para trás e volte para a frente. Se ele não tiver se
levantado, recompense com um petisco gostoso.
Aumente a quantidade de passos para trás
gradativamente, à medida que ele for aguentando
ficar sem sair do lugar. Se ele se levantar ou sair da
cama, volte para perto dele e repita diminuindo
um passo. Faça isso até você conseguir sair da vista
dele sem que ele saia do lugar. Conseguindo isso,
comece a aumentar o tempo que ele fica sem ver
você. Dessa forma, ele aprenderá que você sai, mas
volta sem ele precisar se preocupar. E ainda ganha
petisco por isso.
Se você tem um animal agressivo ou que
incomoda os vizinhos com barulho, dificultando
muito a convivência no seu condomínio, tente
amenizar a situação com estas dicas. Se necessário,
conte também com a ajuda de um especialista em
comportamento animal.
O
fotolia
liver So é membro
da equipe da Cão
Cidadão, empresa criada
por Alexandre Rossi há
15 anos, que trabalha
com adestramento e
comportamento animal.
(11) 3571-8138, www.
caocidadao.com.br.
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