insalubridade psiquica uma nova roupagem da questão social no

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INSALUBRIDADE PSÍQUICA: NOVA ROUPAGEM DA “QUESTÃO SOCIAL” NO
CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO
Pereira, Rosangela Aparecida1
Pastório, Inês Terezinha2
Oliveira, Jeferson Hugo3
Eixo 03: Eficiência e eficácia de políticas sociais.
Resumo: Este trabalho é resultado de uma revisão bibliográfica e tem por finalidade
abordar a insalubridade psíquica como uma nova roupagem da “questão social” no
contexto do capitalismo contemporâneo, a estando associada às formas de trabalho
degradantes imposto pelo capital que podem influenciar no adoecimento físico e
mental das pessoas. Nesse sentido, o existir de um ser social perpassa pelo
consumismo exacerbado imposto pelos modos de produção capitalista, em que para
existir é preciso ter, sendo assim tal perspectiva traz como implicações a exclusão
social vindo a surgir uma sociedade segmentada em classes sociais na qual tem
como plano de fundo o poder de compra e a renda per capita dos integrantes das
mesmas. Cabe também salientar o fato das relações de trabalho inerentes ao
sistema capitalista serem permeadas pelas relações de poder, cuja finalidade esta
voltada para manutenção tal sistema sócio econômico juntamente com a
propriedade privada que passam a serem considerados ferramentas cuja finalidade
é legitimar a existência de tal modelo socioeconômico assumindo proporções
alienantes nas massas.
Palavras Chave: insalubridade psíquica; questão social; capitalismo, trabalho.
INTRODUÇÃO
O trabalho se dá pelo ato de idealizar-se a ação e transformá-la em ato, de
pensar-se num meio e num fim, ou seja, na construção de um objeto, na
transformação de uma matéria em outro objeto e isso só é possível em comunidade,
no social, sendo de acordo com Lapassade (1989,p.35) “no trabalho, o horizonte
1
Assistente Social pela Faculdade ITECNE Cascavel (2013) Aluna especial do Programa de Pós- Graduação
strictu sensu em Serviço Social, nível mestrado da UNIOESTE campus Toledo. Pós- Graduanda em Gestão
Social: Abordagem técnico-operativa para o trabalho social, pela Faculdade ITECNE Cascavel. Atua na área de
Saúde Mental do Município de Toledo-Pr, junto ao Centro de Atenção Psicossocial- CAPS II Contato:
[email protected], Fone (45) 99344182.
2
Assistente Social pela UNIOESTE (1997). Pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas
Ambientais e Sustentabilidade (GEPPAS – UNIOESTE). Aluna regular do Programa de Pós- Graduação em
Desenvolvimento Rural Sustentável (PPGDRS), nível mestrado, da UNIOESTE, Campus de Marechal Cândido
Rondon. Atua na área de Saúde Mental do Município de Toledo-Pr, junto ao Centro de Atenção PsicossocialCAPS II. E-mail: [email protected], Telefone: (45) 9912 7479.
3
Graduando do 5ª período de Psicologia pela Universidade Pontifícia Católica – Toledo (PUCPR). Contatos:
[email protected], fone: (45) 98017209.
2
imediato da experiência é sempre constituído por grupos: é a equipe na empresa, é
o grupo sindical”, lugar de interação social e objetivação da natureza em matéria,
segundo Netto (2010, p.30) que se dá “[...] numa interação com
a natureza: a
sociedade, através dos seus membros (homens e mulheres), transforma matérias
naturais em produtos que tendem às suas necessidades. Essa transformação é
realizada através da atividade que denominamos trabalho”.
Assim sendo, ao produzir os meios de vida, os homens produzem sua vida
material. A produção da própria vida se dá de forma natural e social. Assim, pode-se
dizer que a luta pela existência levou o homem a desenvolver, em sua essência, a
hierarquização de poderes no qual Sampaio, Hitomi e Ruiz (1995,p.65) salienta
“[...]o trabalho nos situa na hierarquia social de valores, visível no prestigio social de
algumas profissões frente a outras [...]. Assim o trabalho nos remete para
possibilidades diferentes de consumo, felicidade, adoecimento e morte”, dinâmica
essa que permite o aparecimento de anomalias psíquicas pela “escravidão”
intelectual do cotidiano, possibilitando a insalubridade psíquica.
O que implica também a transformação mental do sujeito levando-os muitas
vezes ao sofrimento psíquico devido a pressões do cotidiano do mundo do trabalho
e das relações sociais estabelecidas no cotidiano sócio familiar com base no
capitalismo, ou seja, nas relações onde se priorizam o ter e não o ser.
Desta forma cada vez mais a divisão do trabalho se modifica e
consequentemente tem-se um ser social com um nível de sociabilidade sempre mais
elevado. Porém, a divisão do trabalho cria novas necessidades sociais transforma as
relações sociais, a moral, os costumes, a religião, a organização familiar e o lazer,
afetando todo o modo de vida e de trabalho da sociedade. Cabendo destacar que
com a divisão do trabalho há também a divisão entre trabalho intelectual que é o
trabalho daqueles que pensam ou usam da teleologia e trabalho braçal feito por
aqueles que executam a ação pensada e dão origem ao trabalho ou objeto
idealizado. Havendo, portanto o desgaste físico e o desgaste mental do homem,
nesse sentido torna-se importante salientar os impactos nocivos a saúde humana
,que principalmente o estresse laboral, pode acarretar a saúde do indivíduo, que de
acordo com a autora Maciel (2007,p.13-14) ao referenciar o autor Almeida (2005),
elenca os seguintes aspectos:
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Dentes – a tensão constante provoca o bruxismo, um distúrbio que
a pessoa ranger os dentes durante a noite, provocando um desgaste
nos molares Le pré-molares.
Costas – o estresse provoca uma maior tensão muscular e leva a
dores lombares e na bacia. Com o tempo, pode haver dores nos
braços e nas pernas.
Pulmões – o estressado em geral fuma mais e isso a longo prazo
pode desencadear um câncer de pulmão. A adrenalina em excesso
pode modifica o ritmo respiratório, facilitando gripes, resfriados,
asma e bronquite.
Pele – é o chamado “órgão de choque”. Tensão constante leva a
alergias, suor excessivo e ate agravamento de doenças na pele,
como descamações.
Cérebro – o cérebro é a região que alerta o resto do organismo
sobre o excesso de adrenalina. Este processo diminui a oxigenação
dos centros cerebrais e gera insônia, enxaquecas, dor de cabeça,
dificuldade de concentração e ansiedade.
Coração – as alterações hormonais provocadas pelo estresse
levam a um desgaste nas paredes arteriais, favorecendo o
aparecimento de placas de colesterol. Este processo, aliado ao
endurecimento das artérias causado pelo aumento da pressão
arterial, pode levar ao infarto.
Estomago e intestino – os hormônios envolvidos no estresse
aumentam o ácido clorídrico produzido pelo estômago, levando a
gastrite e úlcera. No intestino, há uma alteração nos hábitos, o que
pode causar constipação, diarréia, gases e hemorróidas.
(ALMEIDA,2005).
1 A INSALUBRIDADE PSÍQUICA COMO RESULTANTE DO TRABALHO: A NOVA
FACE DA “QUESTÃO SOCIAL” NO CAPITALISMO
Para designarmos que o trabalho gera insalubridade psíquica, faz-se
necessário reportarmo-nos ao inicio do século XIX e a industrialização, processo
esse desencadeador do pauperismo do trabalho, com longas jornadas a chão de
fábrica sem as mínimas condições de lazer e sociabilidade, em um processo de
exclusão oficializada dos meios de produção e a confirmação dos adoecimentos de
ordem psíquica no proletariado.
Assim como desde o inicio da humanidade as doenças mentais eram
estigmatizadas, como loucura, desatinos, alguém alheio de si e sem produzir, fator
de repulsa de exclusão nos asilos, hospitais, porões, naus de loucos, abandonados
a própria sorte, devido as crenças e a cultura capitalista de excluir, selecionar e
descartar o que não agrega valor, ou seja, o que está com a capacidade de produzir
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limitada assim como Foucault ( 1978, p.131 ) salienta que ao
“[...] pensar que
velhas crenças, ou apreensões próprias do mundo burguês, fecham os alienados
numa definição da loucura que os assimila confusamente aos criminosos ou a toda a
classe misturada dos a-sociais”.
Ao “jogar”, o adoecido nas periferias da sociedade, o processo de expansão
do capital contemporâneo flui na medida em que nas fábricas o trabalho em série vai
se fragmentando, gerando novas roupagens de adoecimento psíquico, porém foi
dessa fragmentação da mão de obra que o capital teve
As bases do controle social realizado pela articulação
fordismo/taylorismo fundam-se, pois numa combinação da
‘subordinação de técnica do trabalho à maquina, implementada
pela supervisão externa e reforçada por novos métodos de
estimular a motivação subjetiva do trabalhador’ ( CLARKE, 1991,
p.138 apud ABREU, 2002, p.45)
Dessa maneira reforçando a depreciação da subjetividade pelo desemprego
gerado pela troca da força braçal pela mecânica, ou ainda devido ao trabalho
repetitivo e alienante fatores esses que geram exclusão social, com “[...] um
aumento da expressão de várias formas de mal estar e sofrimentos mentais [...]”
(BISNETO, 2009, p.184), assim vale ressaltar que a subjetividade e a exploração
pelos modos de produção se dão “[...] de forma recorrente no capitalismo opressor
é que quanto mais o trabalhador é explorado, mais ele se apega aos apelos
idealistas do capitalismo, neoliberalismo, globalização e racionalização instrumental,
renovando e repetindo o velho adágio da identificação do oprimido com o
opressor”(BISNETO, p.2009, p.185).
Diante disso trabalhar uma necessidade humana “o trabalho”, o qual é fonte
para se prover e sobreviver, ao mesmo tempo está nas entranhas do capitalismo
que espolia, aliena e seleciona o ser social causando danos psíquicos, onde as
cobranças exacerbadas, o homem tratado como máquina, reproduzindo traços de
um robô, o torna individualista, delirante e desconhecedor do processo de produção,
ou seja, a insalubridade psíquica toma forma desconsiderando a “[...] experiência do
indivíduo como ser social” (FOUCAULT, 1978, p.145)
Assim, quando falamos em insalubridade nos reportamos ao trabalho com
pessoas potencialmente doentes ou ambientes com propensão de doenças, mas a
insalubridade psíquica é uma nova roupagem do capitalismo contemporâneo
5
opressor, adjunto a um processo alienante e altamente ordenado de trabalho,
ressaltando o trabalho individual e não coletivo. Ainda dentro desta concepção
alienante que o capitalismo assume na questão do trabalho, é de suma importância
pontuar um conceito teorizado pelo autor Goleman (1999,p.337) , salienta que a
“inteligência emocional refere-se a capacidade de identificar nossos próprios
sentimentos e o dos outros, de motivar nos mesmos e de gerenciar bem as emoções
dentro de nos em nossos relacionamentos, tal concepção não ocorre no trabalho
alienante, muito pelo contrario, dessa forma acaba se configurando uma
expropriação da humanidade do ser humano o que o trabalho alienante acaba
acarretando”.
Contudo o trabalho vai se tornando temeroso, desgastante física e
psiquicamente devido ao processo de individualização que transforma a matéria e
aliena o homem. Processo esse que enclausura e rechaça o sujeito/proletário a vida,
o consumo de riquezas e o seu lugar na sociedade, sociedade essa que Netto
(2010, p.37) salienta que “[...] são os modos de existir do ser social; é na sociedade
e nos membros que a compõem que o ser social existe: a sociedade, e seus
membros, constitui o ser social e dele se constitui”,ou seja, o ser humano faz parte
de todo processo de trabalho e sociabilidade,
Sociabilidade essa que aos poucos se esvai devido às tecnologias de massa,
que tomam a vida social do ser humano oficializando a insalubridade psíquica e o
condicionamento ao consumismo, acarretando os transtornos mentais como
Jacques (2011) acorda como ideias distorcidas da realidade com o intuito de
falseamento da mesma, vindo enganar as pessoas, a iludindo, em prol da
dominação das mesmas pela classe dominante detentora do capital. Uma vez
dominada e pela força de trabalho e também pela força de consumo, contudo o
modo pelo qual o sujeito esta interligado psiquicamente com uma instituição e por
sua vez com seu trabalho, vai aos poucos o tirando da integridade de ser social,
para alienado dos meios de inserção produtiva que de acordo com Blerger (1984,
p.55):
O ser humano encontra nas distintas instituições um suporte e um
apoio, um elemento de segurança, de identidade e de inserção social
pertença. A partir do ponto de vista psicológico, a instituição forma
parte de sua personalidade e na medida em que isto ocorre, tanto
como a forma em que isto se dá, configuram distintos significados e
valores da instituição para os distintos indivíduos ou grupos que a ele
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pertencem. Quanto mais integrada a personalidade, menos depende
do suporte que lhe presta uma determinada instituição ; quanto mais
imatura, mais dependente é a relação com a instituição e tanto mais
difícil toda mudança da mesma ou toda separação dela. Dessa
maneira, toda instituição não é só um instrumento de organização,
regulação e controle social, mas também, ao mesmo tempo, é um
instrumento de regulação e do equilíbrio da personalidade e, da
mesma maneira que a personalidade tem organizadas
dinamicamente suas defesas, parte destas se acham cristalizadas
nas instituições [...].
Assim sendo essa visão integralista de sociedade trabalhadora vai aos
poucos tornando dependentes dos meios de comunicação, onde as tecnologias
além do capital “escravizam”, ou seja, as tecnologias vão se tornando algo de ajuda,
alienação e exclusão do homem, pois “o excesso de equipamentos para
monitoramento impõe mais atenção e obrigação do domínio das funções eletrônicas
e o esquecimento de que a tecnologia deveria propiciar melhor qualidade da atenção
ao cliente [...]” (SILVA, 2006,p16), ou seja, ao mesmo tempo que
se tem
informações das mais variadas na palma da mão, diminui-se cada vez mais as
relações sociais que de acordo com Jacques (2011, p.161) faz parte de um
“contexto sócio histórico resultante da ação humana enquanto externalização do seu
psiquismo que volta a se interiorizar, transformando num processo contínuo de
articulação entre individual e o social”. Dessa maneira vai se constituindo a
identidade do sujeito alienado, aculturado pelo capital que manipula e forja o uso de
bens de consumo que aos poucos tiram do sujeito a sua liberdade, liberdade essa
que através da alienação é roubada pelo próprio homem, pois a partir do momento
que de acordo com Cunha (2009, p.216) “[...] o homem foi expulso de seu paraíso
original. Isso se deu quando apareceu a sociedade privada e a consequente
desigualdade social. Desde então o homem teve que se conduzir de acordo com as
imposições dos mais fortes.”
Ainda ressalta-se a insalubridade psíquica pautada nas jornadas excessivas
de trabalho, as condições de vida, ausência do prazer, lazer o que vem a
desencadear sofrimento mental, com distúrbios psicossomáticos, ou seja, a medida
que o sujeito inserido em um ambiente de trabalho com propensão a várias
situações cíclicas de competitividade individual, eu por sua vez estão associadas a
constantes situações estressantes, faz com eu o individuo se condicione a um ciclo
de respostas ao estresse, que por sua vez pode gerar manias, toques, alucinações
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e etc. podendo assim advir problemas sociais entre os atuantes da organização
empregatícia
Contudo a insalubridade mental ainda é fonte de estudos, pois pouco se
conhece sobre as faces da insalubridade diante das tecnologias e do trabalho nas
empresas, onde é sabido que a subjetividade do ser social é tolhido assim como as
suas necessidades fisiologias e culturais
CONSIDERAÇÕES
Diante da metamorfose do capitalismo que aliena e espolia o trabalhador
torna-se evidente que a insalubridade psíquica é uma nova roupagem do capitalismo
contemporâneo opressor, adjunto a um processo alienante e altamente ordenado de
trabalho, ressaltando o trabalho individual e não coletivo o que por sua vez está
intimamente associado a estresse ambiental vindo a resultar em pensamentos
autodepreciativos culminando no adoecimento mental, aonde o trabalho vai se
tornando temeroso, desgastante do ponto de vista físico ao passo que configura
uma articulação na interação psicológica e somática “o homem é ‘coagido’ a adiar o
prazer para superar a escassez, através do trabalho e do labor” (FIALHO, 2006,
p.31), escassez essas de pensamentos de vontades
próprias de necessidades
fisiológicas, ser integralmente mobilizado para o trabalho em chão de fábrica, onde
as suas atividades lúcidas estão se escasseando e espoliação física aumentando
pelo processo de produção, onde o auto conhecimento de si e do processo fabril se
tornam alheios ao sujeito, processo esse que cotidianamente vai enraizando stress,
nervoso, competitividade, acarretando neuroses, psicoses, fobias, ao ponto de não
conseguir trabalhar no ambiente de trabalho, onde são taxados de “loucos”,
estigmatizados rechaçando a cidadania, que fica tolhida por envergonhar-se do
adoecimento mental acometido que exclui e segrega da sociedade, uma vez que
essa cidadania não pode ser vista de maneira
[...] estática, definitiva e acabada, pois ela só se realiza na dinâmica,
no processo continuo de conquista e defesa, construção e expansão,
tanto no campo do direito, quanto no das condições concretas de
existência, no plano ético e cultural, no interesse individual e no
coletivo. (MARTINEZ, 1996, p.24)
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Portanto a saúde mental do trabalhador é realmente comprometida e a sua
cidadania tolhida pela ausência de condições dignas de trabalho, e pela enxurrada
de tecnologias nos alienando e reforçando o consumismo pelo “[...] ataque contínuo,
veloz e sempre em mutação da mídia atual” (LINDSTROM, 2009, p.42), que nos faz
comprar para melhorar a nossa emoção e consequentemente fazer parte dos
produtos produzidos, entretanto, não são todas as riquezas produzidas que se têm
acesso, culminando no desinteresse pessoal de si, pelo não alcançado somatizando
a uma condição de adoecimento mental na contemporaneidade.
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