ANITA BATISTA DOS SANTOS HEBERLE UMA CONTRIBUIÇÃO TECNOLÓGICA PARA O MANEJO E AVALIAÇÃO DO INGURGITAMENTO MAMÁRIO NA LACTAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM SAÚDE PUCPR CURITIBA, 2011 1 ANITA BATISTA DOS SANTOS HEBERLE UMA CONTRIBUIÇÃO TECNOLÓGICA PARA O MANEJO E AVALIAÇÃO DO INGURGITAMENTO MAMÁRIO NA LACTAÇÃO Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do Grau de Mestre em Tecnologia em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Área de Concentração: Bioengenharia Orientador: Prof. Dr. Percy Nohama CURITIBA, 2011 2 Dados da Catalogação na Publicação Pontifícia Universidade Católica do Paraná Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR Biblioteca Campus Maringá H445c 2011 Heberle, Anita Batista dos Santos Uma contribuição tecnológica para o manejo e avaliação do ingurgitamento mamário na lactação / Anita Batista dos Santos Heberle ; orientador, Percy Nohama. – 2011. 161 f. : il. ; 30 cm. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2011. Bibliografia: f. 135-150. 1. Amamentação. 2. Ingurgitamento. 3. Lactantes. I. Nohama, Percy. II. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Saúde. III. Título. CDD 20. ed. – 649.33 3 4 Dedico este trabalho ao meu esposo Ovídio, aos meus filhos Fábio e Victor Luiz, pelo apoio incondicional e incentivo constante. Amo vocês. A todos que vêm na amamentação um ato de amor, carinho e fonte de vida. 5 AGRADECIMENTOS A Deus, pelo amor imenso e gratuito, pela oportunidade e por ter colocado tantas pessoas iluminadas no meu caminho. Ao Prof. Dr. Percy Nohama, que acreditou nesta proposta, apontou-me o caminho das pedras e tão pacientemente conduziu-me até o fim. Pesquisador competente e organizado. Foi o pilar onde encontrei apoio nos momentos mais difíceis da pesquisa. Muito obrigada. À Minha mãe Maria Batista dos Santos, pelo amor, orações e encorajamento constante. À Christyna Beatriz Genovez, pois foi quem me lançou a novos desafios, mostrou-me o horizonte e contribuiu para o meu crescimento profissional. Muito obrigada. Às minhas colegas do Banco de Leite Humano de Maringá, cujo estímulo e apoio foram imprescindíveis para a minha liberação ao mestrado. À Profa. Dra. Magda Félix de Oliveira, pelo seu senso de justiça, que no cumprimento do seu dever, defendeu e assegurou-me o direito à liberação para a minha qualificação profissional. Às equipes dos Bancos de Leite do Hospital Evangélico de Curitiba - HUEC e do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná - UFPR - Curitiba, pela hospitalidade e colaboração prestada durante a execução da pesquisa experimental. Aos meus cunhados Rinela e Robson Ari, pelo apoio logístico e incentivo durante as minhas viagens para Curitiba. Muito obrigada. Ao Departamento de Design e Moda da Universidade Estadual de Maringá UEM, em especial a Profa. Cristina do Carmo Lucio cuja parceria foi fundamental na construção do dispositivo. À aluna de Design e Moda Mariana Pereira Margato, pela credibilidade, criatividade e inestimável contribuição. Muito obrigada. Ao engenheiro de computação Marcelo do Carmo Camargo Gaiotto pela valiosa contribuição, pois dedicou muitas horas no desenvolvimento da interface do dispositivo. Muito obrigada. Ao engenheiro Marcos Antônio Muniz de Moura, cuja contribuição foi extremamente importante na elaboração dos protocolos propostos. Proporcionou ainda, apoio técnico e treinamento para o manejo adequado da câmera de infravermelho, utilizada na metodologia desta pesquisa. Muito obrigada. 6 À Dra. Mauren Abreu de Souza, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, pois o seu conhecimento com imagens foi determinante na análise dos termogramas. Muito obrigada. Ao Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, em especial, ao Eng. Daniel Cavalcante Jeronymo pela instalação dos motores e ao Eng. Guilherme Nunes Nogueira Neto, pela realização dos testes. Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, por ter cedido a câmera termográfica, um dos recursos tecnológicos importantes para o desenvolvimento desta pesquisa. Ao Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino – IBRATE, na pessoa da Dra. Sandra Mara Silvério Lopes, que gentilmente cedeu o algômetro para a realização desta pesquisa. Às colegas do Departamento de Enfermagem da UEM, Profa. Dra. Sueli Mutsumi Tsukuda Ichisato e Profa. Dra. Olga Luciana Bercini, pelo incentivo, ensinamentos e valiosas sugestões. À Universidade Estadual de Campinas, na pessoa da Profa. Antonieta Keiko Kakuda Shimo, pelas valiosas sugestões. Ao amigo Prof. Dr. Luis Nery, cuja contribuição para o estudo foi de grande importância na busca por um método de pesquisa. Ofereceu recursos literários importantes que permitiram a observação de detalhes tão sutis contidos nas imagens. Ao Prof. Dr. Adilson Carlos Gomes, pelo incentivo, pois ajudou-me na busca de uma técnica de diagnóstico para mensurar as características das mamas ingurgitadas. Ao Prof. Dr. Antônio Soares Safar, que tão prontamente ajudou-me analisar o primeiro termograma e emitir um parecer sobre o método proposto. À Profa. Dra. Márcia Olandoski, pois ajudou-me na organização das tabelas e gráficos do estudo estatístico. À Comissão Estadual de Banco de Leite Humano do Paraná, na pessoa da Presidente Christyna Beatriz Genovez, pelo incentivo e apoio. Às lactantes, principais protagonistas desta pesquisa, foram companheiras e generosas no momento mais importante do maternar. A todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho. 7 Há lírios do campo no leite materno, na vida que ele alimenta, no efeito que ele produz. Olhemos com mais respeito estes lírios, cuja delícia tecnologia alguma, com toda a sua riqueza e em tempo algum conseguirá imitar. (NATALIE CHARPACK in TAVARES, 2007). 8 RESUMO O ingurgitamento mamário no processo da amamentação é um evento doloroso, com edema, aumento no volume da mama, pele brilhante, áreas difusas e avermelhadas, e perda da fluidez do leite. O objetivo deste estudo foi investigar o uso de tecnologias na detecção, monitorização e tratamento do ingurgitamento mamário lactacional. Na pesquisa, foram utilizados três instrumentos de avaliação: o exame clínico, a termografia e a algometria de pressão. A pesquisa foi realizada em um Banco de Leite Humano na cidade de Curitiba - Paraná. A amostra estudada foi composta por 16 lactantes divididas em dois grupos: controle e teste. As lactantes foram caracterizadas em função das condições socioeconômicas e epidemiológicas, por meio de um questionário elaborado para essa finalidade. O tratamento empregado consistiu em massagem e extração do leite utilizando técnicas manuais e eletromecânicas e avaliadas antes e após tal procedimento. O exame físico consistiu de inspeção e palpação das mamas. Posteriormente ao exame clinico, as seguintes técnicas foram empregadas: a algometria e a termografia. Nesse procedimento, as lactantes permaneceram sentadas, mãos sobre as coxas e membros superiores alinhados ao tórax, em posição frontal. Utilizou-se um algômetro de pressão e uma câmera termográfica posicionada a 75 cm de altura e 1,30m de distância da lactante. A temperatura foi medida nos três pontos mais frios e nos quatro quadrantes das mamas. A tolerância à pressão dolorosa foi medida em todos os quadrantes. Constatou-se que 100% dos quadrantes superiores externos da mama esquerda estavam acomentidos em ambos os grupos. Mamas com ingurgitamento glandular foram 0,5 ºC mais frias quando comparadas com aquelas com outros tipos de ingurgitamento por localização. Quanto à intensidade, no ingurgitamento intenso as mamas estavam 0,7 ºC mais quentes que no ingurgitamento moderado. A diferença térmica entre mama direita e mama esquerda foi de 0,2 ºC no ingurgitamento intenso e 0,3 ºC no ingurgitamento moderado. A diferença de temperatura dentre as lactantes com ingurgitamento moderado foi 0,6 e 0,7 ºC dentre as lactantes com ingurgitamento intenso. Antes do tratamento, no quadrante superior externo tiveram 0,90kgf de tolerância à pressão e no quadrante inferior externo, 0,69 kgf. Comparando antes e depois do tratamento, apenas no grupo controle houve diferença significativa no quadrante inferior externo da mama esquerda, com mediana de 0,5875 kgf no pré e 0,69 kgf no pós tratamento (p = 0,0078). Mamas com ingurgitamento lobar tiveram 0,67625 kgf antes da intervenção e 0,8881 kgf após a mesma (p = 0,4698); porém, sem diferença significativa. A massagem e a ordenha manuais e eletromecânicas proporcionaram esvaziamento e alívio das mamas, mas não apresentaram diferença estatística entre os dois grupos, antes e após o tratamento. No grupo controle as mamas ficaram mais frias após o tratamento, mas sem diferença significativa. O dispositivo desenvolvido nesta pesquisa consiste numa ordenhadeira massageadora construída a partir de tecnologias já existentes. As técnicas de avaliação representam inovação tecnológica na investigação do ingurgitamento e subsidiaram o exame clínico. Palavras-chave: aleitamento materno; assistência de enfermagem; engenharia biomédica; desenvolvimento de tecnologias; termografia; dispositivos; tecnologia em saúde; avaliação. 9 ABSTRACT The breast engorgement, which occurs during the process of breastfeeding is a painful event, with edema, increased breast size, glowing skin and reddish diffuse areas, and loss of fluid milk. The aim of this study was to investigate the use of technology in detection, monitoring and treatment of breast engorgement lactation. In the study, we used three assessment instruments: clinical examination, thermography and pressure algometry. The survey was conducted in a human milk bank in the city of Curitiba - Paraná. The sample consisted of 16 lactating women divided into two groups: control and test. They were characterized on the basis of epidemiological and socioeconomic conditions, through a questionnaire prepared for this purpose. The treatment used consisted of massage and milk extraction using electromechanical and manual techniques and evaluated before and after the procedure. The physical examination consisted of inspection and palpation of the breasts. Subsequently to the clinical examination, the following techniques were employed: the algometry and thermography. In this procedure, the lactating women remained seated, hands on thighs and upper chest lined up in front position. We used a pressure algometer and a thermographic camera positioned at 75 cm and 1.30 m away from the woman. The temperature was measured at three colder points and the four quadrants of the breasts. The tolerance to painful pressure was measured in all quadrants. It was found that 100% of the upper outer quadrants were affected in both groups. With glandular breast engorgement were 0.5 ºC cooler compared with those with other types of engorgement by location. As for magnitude, the severe engorgement of the breasts was 0.7 °C warmer than in the moderate engorgement. The thermal difference between right breast and left breast was 0.2 ºC in intense engorgement and 0.3ºC in moderate engorgement. The temperature difference among lactating women with moderate engorgement was 0.6 and 0.7°C among the women with severe engorgement. Before treatment, on the upper outer quadrants were 0.90kgf and tolerance to pressure in the lower external ones 0.69kgf. Comparing before and after treatment, only in the control group there was significant difference in the lower outer quadrant of left breast, with a median of 0.5875 kgf before and 0,69 kgf after treatment (p = 0.0078). Breast engorgement with lobar had 0.67625 kgf before the intervention and 0.8881 kgf after it (p = 0.4698), but without significant difference. Massage and manual milking and electromechanical provided relief and emptying of the breasts, but there was no statistical difference between the two groups before and after treatment. In the control group, the breasts became colder after treatment, but no significant difference. The device developed in this research consists of a milking massager constructed from existing technologies. The evaluated techniques contribute for technological innovation in the investigation of engorgement and supported the clinical examination. Key Words: Breastfeeding; nursing care; biomedical engineering; technology development; thermal imaging; devices; health technology; assessment. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Classificação de mamas e mamilos: (a), mama muito grande (hipertrófica) Fonte: BLH (2011). Em (b), mama muito pequena (hipotrófica). Fonte: Arquero (2011). Em (c), mama de tamanho normal (atrófica). Em (c), mamilo protuso; em (d), mamilo plano e em (e), mamilo invertido. Fonte: Brasil (2007)............................... 29 Figura 2 Representação esquemática de um corte sagital da mama. Parte superior representando mama em repouso, e parte inferior, mama em lactação. Fonte: Melo Júnior e Romualdo (2005).......... 30 Figura 3 Representação esquemática de alvéolos e de células secretoras da glândula mamária. Observar células mio-epiteliais envolvendo a glândula túbulo-alveolar. Fonte: Melo Júnior e Romualdo (2005).............................................................................................. 31 Figura 4 Ilustração dos fatores psíquicos que interferem no reflexo da descida do leite ou reflexo da ocitocina. Fonte: BRASIL, (2001)... 33 Figura 5 Mastite bilateral com abscesso. (a) pontos de flutuação. (b), abscessos drenados espontaneamente. Fonte: BLH (2011)......... 38 Figura 6 Foto de uma lactante com ingurgitamento glandular intenso, mostrando que em função do edema intersticial e do uso da concha coletora de leite, surgiu um sinal de cacifo em torno do complexo aréolo-papilar (setas pequenas). A compressão do orifício da concha na base mamilar, provocou edema mamilar (setas largas) que desapareceu após a suspensão do uso do artefato (BLH, 2011)........................................................................ 39 Figura 7 Técnica de Ordenha Manual. Fonte: Brasil (2007)......................... 45 Figura 8 Ordenha com Bomba Mecânica. Fonte: Leudo (2009).................. Figura 9 Modelos de massageadores atualmente encontrados. Em (a), massageadores de madeira (MADSON, 2011); em (b) e (c), massageadores de uso fisioterápicos, estéticos e para relaxamento (G.TECH, 2011; CLASSIC, 2011). (d), massageador para cabeça (SHOPPING, 2011); em (e), massageador para pescoço e ombros (TWENGA, 2011); em (f), massageador para os pés (POLISHOP, 2011); em (g), massageador para seios (GEEKCHIC, 2011); em (h), outro modelo de massageador para mamas (ALIEXPRESS, 2011); em ((i) e (j)), tira-leite com êmbolo e com perinha (SATO, 2011); em (k), bomba tira-leite elétrica; e em (l) e (m), bombas elétricas incluindo mochilas para transporte no último modelo (MEDELA, 2011)................................................. 47 Figura 10 Exame mamográfico. Em (a), aparelho de mamografia. Fonte: 46 11 Radiologia Profissional (2011). Em (b), mostra-se uma mamografia com as dimensões da mama, onde (r) representa a metade do comprimento da mama, e (h) é a distância entre o mamilo e a base da glândula (BULSTRODE; BELLAMY; SHROTRIA, 2001)........................................................................... 50 Figura 11 Ultrassonografia: (a), exame de ultrassonografia de mama (ISAÚDE. Net. 2011); (b), imagem ultrassonográfica de mama de lactante na fase de apojadura; nota-se aumento da ecogenicidade do parênquima mamário; (c), Corte da mesma mama onde se visualiza o parênquima mamário heterogêneo (BLH, 2011)..................................................................................... 51 Figura 12 Aparelho de tomografia. Fonte: CMA – Clínica de Radiologia e Ultrasonografia (2011)..................................................................... 52 Figura 13 Aparelho de Ressonância Magnética. Fonte: NASSAR e CSD – Clínica Som Diagnósticos (2011).................................................... 53 Figura 14 (a) quadrantes da mama. Fonte: Brasil (2007). (b) termograma mostrando como os quadrantes foram medidos para a obtenção da temperatura neste estudo (palette rainhi).................................. 66 Figura 15 Algômetro digital de pressão Modelo FDI, da marca Vagner InstrumentsTM................................................................................. 68 Figura 16 Câmera termográfica modelo A 325, da indústria FLIRTM, e demais dispositivos equipamentos utilizados no protocolo experimental.................................................................................... 68 Figura 17 Fotos dos instrumentos eletromecânicos utilizados na pesquisa. Em (a), técnica com o massageador. Em (b), técnica com a ordenhadeira................................................................................... 72 Figura 18 Foto de uma lactante durante o período de repouso, após o tratamento........................................................................... 73 Figura 19 Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso. Áreas verdes (mais frias) e áreas amarelas, circundadas pela cor vermelha (mais quente), identificando alguns pontos por marcador Flying spotmeter (palette hainhi)............................. 75 Figura 20 Termograma mostrando mamas de lactante em condições normais. Áreas azuis, mais frias, circundadas pelas cores verde e amarela, mais quentes. Na imagem, alguns pontos são identificados pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi), com as correspondentes temperaturas (canto direito superior)...... 75 Figura 21 Termograma (voluntária 1) das mamas de lactante com ingurgitamento glandular intenso bilateral. (a) áreas difusas com 12 predominância da cor vermelha circuncidada pela cor rosa (mais quente), o ponto três – SPO3 (mais frio). Houve reflexo de ejeção de leite (seta). Identificando alguns pontos por marcador Flying spotmeter (palette hainhi)................................................................ 94 Figura 22 Termograma (voluntária 1) das mamas de lactante com ingurgitamento glandular intenso bilateral. Há grande concentração térmica em regiões axilares e lateral da mama E (setas). Identificando alguns pontos por marcador Flying spotmeter (palette hainhi)................................................................ 95 Figura 23 Termograma das mamas de uma lactante com ingurgitamento glandular intenso bilateral (voluntária 1). Há maior concentração térmica nos quadrantes inferiores que em outras porções da mama, identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi).............................................................................................. 96 Figura 24 Termogramas de uma lactante com ingurgitamento glandular bilateral intenso (voluntária 1) identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette rain10)............................................................... 96 Figura 25 Termograma obtido antes do tratamento, mostrando mamas de uma lactante (voluntária 2) com ingurgitamento glandular bilateral moderado. Grande concentração térmica na prega inframamária (setas) formando uma linha hipertérmica. Identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi).......... 97 Figura 26 Termograma obtido após o tratamento, mostrando mamas de uma lactante (voluntária 2) com ingurgitamento glandular bilateral moderado. Modificação no padrão de cor e de temperatura após o tratamento, identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi)................................................................ 98 Figura 27 Termograma de mamas com ingurgitamento glandular moderado bilateral (voluntária 3). Os pontos 1, 2 e 3 mostra uma variação de 1,4ºC entre a temperatura da Rede de Haller e outras porções da mama. Havia amamentado na ama esquerda, cerca de meia hora antes da obtenção da imagem. identificado alguns pontos pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi)............................. 99 Figura 28 Foto (a) e termograma (b) mostrando a rede vascular de Haller em mama direita de uma lactante (voluntária 3) com ingurgitamento glandular moderado (palette hainhi)....................... 100 Figura 29 Termograma de uma lactante (voluntária 4) com ingurgitamento lobar. Observa-se a rede anastomótica de Haller (cor rosa) formada por veias calibrosas, identificado por marcador Spotmeter Flying (palette hainhi). Após a mamada do bebê, a área verde e amarela (LE) da mama esquerda, encontrava se mais macia e mais fria..................................................................... 101 13 Figura 30 Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso voluntária 5). As mamas antes do tratamento (palette hainhi)............................................................................................. 102 Figura 31 Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso voluntária 5). As mamas se encheram durante o tempo de repouso (palette hainhi).............................................................. 103 Figura 32 Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso (voluntária 5). Os pontos 1 e 2 mostram assimetria térmica entre os mamilos. Pontos identificados por marcador Flying spotmeter (palette hainhi)..................................................... 104 Figura 33 Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso (voluntária 5). Assimetria térmica relacionada ao artefato de imagem no mamilo (seta) provocado pelo reflexo de ejeção do leite. Pontos identificados por marcador Flying spotmeter (palette hainhi).............................................................................................. 104 Figura 34 Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso após o tratamento (voluntária 5). O mamilo direito (ponto 1) ficou 3ºC mais frio comparado com o da Figura 29 (a). O referido ponto identificado pelo marcador Flying spotmeter 105 (palette hainhi)................................................................................. Figura 35 Termograma de mamas com ingurgitamento IM glandular intenso (voluntária 6), antes do tratamento eletromecânico. Identificanda pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi e palette rain 10).. 106 Figura 36 Termograma de mamas com ingurgitamento IM glandular intenso (voluntária 6). Grande concentração térmica em regiões axilares e inframamária (setas) identificanda pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi e palette rain 10)..................................... 107 Figura 37 Voluntárias 6 e 7. Em (a), termograma de lactante com ingurgitamento lobar (voluntária 7). Em (b), ingurgitamento glandular intenso (voluntária 6). Meia lua térmica” na cor rosa (setas). Análise realizada empregando as paletas hainhi e rain 10)................................................................................................... 108 Figura 38 Sistema Massageador HEBERLEve Extra. Em (a), ilustrando a ordenhadeira e em (b), mostrando o massageador........................ 109 Figura 39 Ilustração do massageador projetado. Em (a), design. Em (b), bojo em polipropileno flexível para o encaixe dos motores. E em (c), foto do protótipo do massageador, com bojo revestido em neoprene (MARGATTO, 2009)...................................................... 110 Figura 40 Motor desbalanceado do tipo Vibracal®........................................ 110 14 Figura 41 O dispositivo desenvolvido. Em (a), gabinete com porta coletores (setas pequenas), e painel com visor e teclado para programação (seta grande). Em (b), face posterior da interface mostrando a alavanca de liga/deliga (seta azul). Entradas para a conecção do massageador, mostrando o controle de massageamento para os quadrantes superiores e inferiores (setas vermelha e branca)....... 111 Figura 42 Fotos da interface. Em (a), tecla com o asterisco acesso ao menu. Tecla # liga e desliga a bomba ordenhadeira. A tecla 0 ajusta o tempo dos motores, que ficam ativados entre 1 e 9 s. Em (b) e (c), massageamento de todos os quadrantes alternadamente com bomba ou sem bomba. (d), massageamento dos quadrantes inferiores e depois os superiores alternadamente. Em (e), massageamento dos quadrantes inferiores. Em (f), massageamento dos quadrantes superiores internos. Em (g), massageamento de todos os quadrantes de modo decrescente e contínuo. (h), massageamento dos quadrantes de modo crescente de modo pulsátil. Em (i), massageamento de todos os quadrantes inferiores externos. Em (j), massageamento e todos os quadrantes inferiores internos. Em (k), massageamento de todos os quadrantes superiores internos. E em (L), massageamento de todos os quadrantes superiores externos....... 112 Figura 43 Sistema Massageador HEBERLEve Extra. Em (a), ilustrando a ordenhadeira e em (b), mostrando o massageador........................ 113 Figura 44 Diagrama esquemático mostrando o sistema de funcionamento do dispositivo desenvolvido (HEBERLEve Extra). Em (a), ilustrase a interface que controla a operação do dispositivo, cujo comando aciona os motores do massageador (b), que funcionam de modo contínuo ou pulsátil. A interface controla ainda a bomba de vácuo (d) da ordenhadeira (e), que opera de modo simultâneo com o massageador ou de forma individual. Em (c), mostra-se o sutiã que dará suporte ao massageador e à ordenhadeira............. 114 Figura 45 Design do sutiã de amamentação anti-ingurgitamento, com bojos bilaterais, alça larga com sistema de regulagem, permitindo boa sustentação (Seta larga), sistema de fechamento frontal (setas pequenas) e abertura para a exposição da mama durante a amamentação (seta grande). Possui maior concentração de elastano nas laterais externas e QSI (a,b,c), que vão diminuindo a compressão gradativamente até a região do complexo papilar e QII (d).............................................................................................. 134 15 LISTA DE QUADROS TABELAS E GRÁFICOS Quadro 1 Etapas do desenvolvimento do projeto........................................... Quadro 2 Polímero – Termoplástico – Polipropileno PP. Fonte: Manual de Tecnologia metal Mecânica (MADJEREY, 2008)........................... 78 Tabela 1 Caracterização Sócio-econômica e epidemiológica das lactantes conforme a idade, estado civil, profissão, número de gestações, dias de puerpério, tipo de parto, idade gestacional, orientação sobre amamentação, localização do IM e intensidade do IM. Curitiba, PR, 2011............................................................... 81 Tabela 2 Distribuição de ingurgitamento mamário por quadrante, dentro de 82 cada grupo (controle e teste). Curitiba, PR, 201............................. Tabela 3 Distribuição de ingurgitamento mamário por localização, dentro de cada grupo (controle e teste). Curitiba, PR, 2011...................... 83 Comparação da tolerância à pressão dolorosa nas mamas ingurgitadas, pré e pós no grupo controle. Curitiba – PR, 2011.... 84 Tabela 4 60 Tabela 5 Comparação da tolerância à pressão dolorosa nas mamas ingurgitadas, pré e pós no grupo teste. Curitiba – PR, 2011.......... 85 Tabela 6 Comparação da tolerância à pressão dolorosa nas mamas ingurgitadas, entre os grupos após o tratamento. Curitiba – PR, 2011................................................................................................ 86 Tabela 7 Comparação da temperatura entre os tipos de ingurgitamento, conforme a localização, dentro do grupo experimental. Curitiba PR, 2011......................................................................................... 86 Tabela 8 Comparação da temperatura entre o grupo controle e o grupo teste, antes e pós o tratamento. Curitiba - PR, 2011..................... 88 Tabela 9 Comparação da temperatura entre os tipos de ingurgitamento por localização. Curitiba – PR, 2011..................................................... 89 Tabela 10 Comparação da temperatura entre mamas com ingurgitamento moderado e com ingurgitamento intenso antes do tratamento, 89 dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011........................ Tabela 11 Comparação da temperatura de acordo com a intensidade do ingurgitamento glandular nas mamas, no pré e pós tratamento, dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011........................ 90 16 Tabela 12 Comparação da temperatura de acordo com a intensidade do ingurgitamento glandular nas mamas, no pré e pós tratamento, dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011........................ 91 Tabela 13 Comparação da temperatura entre os quadrantes da mama ingurgitada no pré tratamento das lactantes. Curitiba – PR, 2011................................................................................................ 92 Gráfico 1 Distribuição dos ingurgitamentos glandulares conforme a classificação de intensidade. Curitiba – PR, 2011.......................... 83 Gráfico 2 Comparação da tolerância à pressão (kgf/cm²) em mama direita (D) e mama esquerda (E) das lactantes, por quadrante, pré e pós tratamento. Curitiba – PR, 2011............................................... 87 Gráfico 3 Comparação da temperatura entre mamas com ingurgitamento glandular moderado e com ingurgitamento intenso antes da massagem e ordenha manuais e ou eletromecânica, dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011........................................ 90 17 LISTA DE SIGLAS AAMT - Australian Association of Massage Therapists AM – Aleitamento Materno BLH – Banco de Leite Humano CEP – Comitê de Ética em Pesquisa D – Direito E – Esquerdo GS – Glossário de Semiologia HUEC – Hospital Universitário Evangélico de Curitiba IACT – International Academy of Clinical Thermology IASP – International Association for the Study of Pain IBRATE – Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino IBFAN – International Baby Food Action Network IM – Ingurgitamento Mamário INAN – Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição IG – Idade Gestacional LE – Lateral Externo LER – Laboratório de Engenharia de Reabilitação LHO – Leite Humano Ordenhado LI – Lateral Interno LMP – Lesão Mamária não Palpável MS – Ministério da Saúde NALMA – Núcleo de Aleitamento Materno NBR – Norma Brasileira Regulamentadora OMS – Organização Mundial de Saúde OPAS – Organização Panamericana de Saúde PIC – Programa de Iniciação Científica PNIAM – Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno PNMI – Programa Nacional Materno Infantil PUCPR – Pontifícia Universidade Católica do Paraná QSI – Quadrante Superior Interno QSE – Quadrante Superior Externo 18 QII – Quadrante Inferior Interno QIE – Quadrante Inferior Externo RN – Recém-Nascido RS – Regional de Saúde RBBLH – Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano SBM – Sociedade Brasileira de Mastologia SMS – Secretaria Municipal de Saúde SUS – Sistema Único de Saúde T – Temperatura TC – Tomografia Computadorizada TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TVP – Trombose Venosa Profunda UEM – Universidade Estadual de Maringá UFPR – Universidade Federal do Paraná UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTI – Unidade de Terapia Intensiva UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância WHO – World Health Organization 19 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS........................................................................................... 05 RESUMO.............................................................................................................. 08 ABSTRACT.......................................................................................................... 09 LISTA DE FIGURAS............................................................................................ 10 LISTA DE QUADROS TABELAS E GRÁFICOS................................................ 15 LISTA DE SIGLAS............................................................................................... 17 SUMÁRIO............................................................................................................ 19 CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO............................................................................. 23 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................. 23 1.2 OBJETIVOS.................................................................................................. 26 1.2.1 Objetivo geral............................................................................................. 26 1.2.2 Objetivos específicos................................................................................. 26 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO................................................................ 27 CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA....................................................... 28 2.1 ANATOMIA E HISTOLOGIA DA MAMA........................................................ 28 2.1.1 Anatomia da mama................................................................................... 28 2.1.2 Histologia da mama.................................................................................. 30 2.2 FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO......................................................................... 32 2.2.1 Secreção do leite....................................................................................... 32 2.2.2 A ejeção...................................................................................................... 32 2.3 O ALEITAMENTO MATERNO....................................................................... 34 2.3.1 Obstáculos na amamentação................................................................... 35 2.3.2 Problemas na amamentação e suas associações com o IM................. 36 2.3.2.1 Traumas mamilares.................................................................................. 36 2.3.2.2 Fenômeno de Raynaud............................................................................ 37 2.3.2.3 Mastite...................................................................................................... 37 2.3.2.4 Absesso mamário..................................................................................... 38 20 2.3.2.5 O ingurgitamento mamário....................................................................... 39 2.4 A MASSAGEM............................................................................................... 43 2.4.1 A massagem e ordenha como tratamento no IM................................... 43 2.5 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE MEDIDAS PARA MAMAS................... 48 2.5.1 Métodos de avaliação na prática clínica................................................. 48 2.5.2 Métodos de aplicação experimentalIIII..IIIIIIIIIII 53 CAPÍTULO 3 METODOLOGIAIII....IIIIIIIIIIIIII..I.... 59 3.1 DESCRIÇÃO DO ESTUDOccccccc.....ccccc.......................... 59 3.2 DELIMITAÇÃO ESPACIALccccc...cccccccc.ccccc..c 59 3.3 ETAPAS DO ESTUDOc.............................................................................. 60 3.3.1 Etapa 1 - elaboração do protocolo..................IIIIIIIII.II 61 3.3.2 Etapa 2 - desenvolvimento da pesquisa......IIIIIIIII.II 61 3.3.3 Etapa 3 - desenvolvimento do projeto de Design e construção do protótipo.........IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII.......... 62 3.4 POPULAÇÃO ESTUDADA..cccccccc.cccccccccccc 62 3.4.1 Critérios de inclusãoI............................................................................. 63 3.4.2 Critérios de exclusão................................................................................ 63 3.5 COLETA DE DADOSccccccc..c.cccccc.cc.ccccc.... 64 3.5.1 Variáveis do estudo.......I........................................................................ 64 3.5.1.1 Variáveis independentescc................................................................... 64 3.5.1.2 Variáveis dependentesc......................................................................... 65 3.5.2 Materiais e instrumentos utilizados........................................................ 67 3.5.3 Protocolo experimental............................................................................ 69 3.5.3.1 Descrição da massagem manual e ordenhacc.................................... 69 3.5.3.2 Técnica de exame de inspeção e palpação............................................. 71 3.5.3.3 Descrição do protocolo............................................................................. 71 3.6 ANÁLISE DOS DADOSccccc.cccccccccc..cc..cccc 75 3.6.1 Processamento das imagens termográficas...IIIIIIIII..I 76 3.7 ASPECTOS ÉTICOSccc..ccccccccccc.cccccccc.. 77 3.8 A PROPOSTA DA TECNOLOGIA PARA O TRATAMENTO DO IM.............. 77 80 21 CAPÍTULO 4: RESULTADOSII.IIIIIIIIIIIIIIIIIII 80 4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS LACTANTEScccccccc.cccccc... 82 4.2 ESTUDO DAS INTERVENÇÕES PROPOSTASccccc.ccccc.c 82 4.2.1 Exame clínicoIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII. 84 4.2.2 Estudo da algometria à pressão dolorosa.............................................. 84 4.2.2.1 Estudo comparativo da algometria dentro de cada grupo cc..ccc 85 4.2.2.2 Estudo comparativo da algometria dentro dos dois grupos cccc... 4.2.2.3 Estudo comparativo da algometria entre as classificações de 86 localização do IM nas mamas das lactantes do grupo experimental................... 4.2.2.4 Estudo comparativo da algometria dentre os quadrantes das mamas 87 das lactantes do grupo experimental................................................................... 87 4.2.3 Avaliação termográfica..............................IIIIIIIII....II... 87 4.2.3.1 Avaliação em pontos distintos da mama................................................. 88 4.2.3.1.1 Estudo comparativo da temperatura entre os dois gruposcccc..... 4.2.3.1.2 Estudo comparativo da temperatura conforme a localização do IM 88 nas mamas das lactantes do grupo experimental................................................ 4.2.3.1.3 Estudo comparativo da temperatura entre o ingurgitamento 89 moderado e o intenso antes do tratamento.......................................................... 4.2.3.1.4 Estudo comparativo da temperatura entre o ingurgitamento 90 moderado e o intenso antes e depois do tratamento........................................... 4.2.3.1.5 Estudo comparativo da temperatura entre mama direita e mama 91 esquerda em função da intensidade do ingurgitamento...................................... 91 4.2.4 Avaliação termográfica por quadrantes................................................. 92 4.2.4.1 Avaliação do erro de método................................................................... 93 4.2.5 Os termogramas........................................................................................ 108 4.2.6 Tempo de atendimento para o tratamento das lactantes...................... 109 4.3 O PROTÓTIPO DO DISPOSITIVO PROJETADO ........................................ CAPÍTULO 5: DISCUSSÃOIII...IIIIIIIIIIIIIIIIII.. 115 5.1 SOBRE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO.cccc.cccccccccc. 115 5.1.1 O exame clínicoIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII.I.. 116 5.1.2 Sobre as tecnologías propostasIIII..IIIIIIIIIII..I 116 5.1.2.1 A algometria.........................cccccccccccccccccc... 116 22 5.1.2.2 A termografiacc..ccccccccccccc.cccccccc..c 119 5.2 SOBRE O PROTÓTIPO PROJETADOccccccc....cccccc..c. 122 5.3 SOBRE OS RESULTADOSccc...........cccccccccc................. 124 CAPÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS.IIIIIIIIIIIIIII.. 130 6.1 CONCLUSÕEScccccc.cccccccccc..ccccccccc. 130 6.2 SUGESTÕES DE FUTUROS TRABALHOS.................................................. 133 REFERÊNCIASIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII..IIIIII 135 APÊNDICESccccccccccccccccccccccccccccc 151 APÊNDICE A: ROTEIRO PARA ENTREVISTAcccccc............................. 152 APÊNDICE B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.................................. 153 APÊNDICE C: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDOc....... 154 APÊNDICE D: DESCRIÇÃO OPERACIONAL DO DISPOSITIVOc....cccc 155 ANEXOSccccccccccccccc...cccccccccccc...c.... 156 ANEXO A: DECLARAÇÃO DE PARCERIAcccc..ccccccccccc 157 ANEXO B: AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA NO HUEC..cccccccc... 158 ANEXO C: AUTORIZAÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO DA CÂMERA...................... 159 ANEXO D APROVAÇÃO DA PESQUISA PELO CEP DA PUCPR...cc...c.... 160 23 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO O intumescimento mamário, no processo da amamentação, constitui o primeiro sinal que a nutriz encontrou problemas na auto-regulação da fisiologia da lactação. Algumas vezes, as mamas produzem uma quantidade de secreção láctea maior que a demanda da criança, ficam tão cheias e tensas que são denominadas “peito empedrado” (ALMEIDA, 1999), ou como estase láctea (UFC, 2010), e este constitui um dos problemas encontrados na amamentação (GIUGLIANI, 2004). Embora as vantagens do Aleitamento Materno (AM) venham sendo amplamente discutidas desde 1980, tanto em campanhas oficiais de promoção da amamentação, realizadas pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN), como pela Organização Mundial de saúde (OMS); inúmeros fatores têm determinado a interrupção da amamentação antes dos seis primeiros meses de vida do bebê, causando vários prejuízos à saúde da criança (BRASIL, 2002). Segundo Giugliani (2004), as mães, por diferentes razões, interrompem precocemente a prática da amamentação. Dentre os motivos, apontam-se o bloqueio do ducto lactífero, as infecções mamárias e o ingurgitamento mamário (IM) como sendo problemas comuns enfrentados no processo da lactação. Essas complicações têm sua origem em condições que levam ao esvaziamento mamário inadequado e demandam, entre outros, o suporte emocional e medidas que proporcionam conforto. As situações dolorosas encontradas pela lactante podem levar ao desmame precoce, fato que pode ser evitado por intermédio de uma abordagem adequada. Segundo Santos (1995), o ingurgitamento mamário acontece primeiramente devido ao aumento da vascularização, acúmulo de leite e, secundariamente, por estase linfática e venosa caso não ocorra retirada de 24 leite em qualquer porção do parênquima mamário (lobular, lobar, ampolar ou toda região glandular). Conforme Brook et al. (2004), o ingurgitamento mamário é caracterizado pela dor, edema intersticial e aumento no volume da mama. Shimo (1983) nos informa que muitas lactantes relatam aumento da temperatura corporal, e até estado febril quando suas mamas ficam “empedradas”, e que a temperatura diminui após o esvaziamento das mesmas. Segundo a mesma autora, embora a literatura não explique os mecanismos utilizados pelo organismo para a ocorrência desse evento, é sabido que qualquer alteração de temperatura corporal constitui sinal de alerta. Já a dor é uma das principais causas para o abandono da amamentação nas primeiras semanas após o parto (SNOWDEN; RENFREW; WOOLRIDEG, 2001). De acordo com Almeida (1999), do ponto de vista físico-químico, no ingurgitamento mamário há uma mudança na viscosidade do leite. O acúmulo do leite no interior da mama comprime as paredes dos ductos e alvéolos sofrendo transformação no âmbito intermolecular. Esse processo faz o leite perder a fluidez assumindo características semelhantes às de um corpo sólido. Para reverter esse quadro, torna-se necessário empregar alguma terapêutica. Atualmente, a massagem manual é a técnica aplicada para otimizar a extração do leite da mama - ordenha (BRASIL, 2004a). A massagem favorece o reflexo de ejeção do leite, e facilita sua fluidificação porque rompe as estruturas intermoleculares responsáveis pela viscosidade, além de complementar a ordenha manual. Dentre os efeitos clínicos, a massagem previne contra a mastite, proporciona conforto e ajuda a lactante a relaxar (LANG, 1999). Para Lang (1999) e Mori (2007), a massagem não deve lesar a pele ou os tecidos subjacentes. Precisa ser delicada e evitar o trauma desses tecidos durante a ordenha, pois poderá prejudicar a drenagem do leite causando o ingurgitamento e até a mastite. As autoras ressaltam, ainda, que a ordenha não deve provocar sensações dolorosas. Silva (1996) utilizou um massageador eletromecânico na resolução do ingurgitamento mamário e concluiu que além de ser indolor e não causar desconforto às lactantes, o aparelho proporcionou alívio, relaxamento e proporcionou a rápida saída do leite. 25 De acordo com as normas técnicas vigentes para Bancos de Leite Humano (BLH) da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBBLH), a extração do leite poderá ser realizada preferencialmente por meio da ordenha manual, além de outros recursos como, por exemplo, bombas de sucção manual ou elétrica. Entretanto, a ordenha deve ser precedida por uma massagem, cuja técnica utilizada até o momento é a manual (ALMEIDA; GUIMARÃES; NOVAK, 2004). Segundo Margato et al. (2010), o tratamento do ingurgitamento mamário utiliza técnicas primárias, onde se aplicam técnicas manuais, tanto pela própria lactante, um terceiro, ou por alguém especializado, como os enfermeiros. Além disso, os aparelhos de massagem disponíveis não são adequados para essa finalidade, do ponto de vista anatômico ou ergonômico. Tal procedimento é demorado e desgastante para quem o realiza. Geralmente, esses profissionais ficam sentados de frente para a lactante, com a coluna inclinada para frente, para que as mãos possam chegar ao peito da paciente. Segundo Iida (2005), há um misto de trabalho estático e trabalho dinâmico nesse tipo de atividade. Margato et al. (2010) explicam que o profissional permanece muito tempo sentado, inclinado na mesma posição. A coluna e os punhos ficam torcidos enquanto as mãos se movimentam fazendo a massagem. Também as pernas e os braços ficam cansados, surgindo dores e sinais de fadiga. Desse modo, a criação de um modelo de massageador específico para as mamas, diminuiria a ocorrência de estresse postural e de membros superiores deste indivíduo, diminuiria inclusive o tempo, permitindo maior número de atendimento às lactantes nos centros especializados. A partir do cenário envolvendo essa problemática e sua relevância, definiu-se, como escopo desta pesquisa, a investigação de tecnologias para avaliação e tratamento do ingurgitamento mamário lactacional. Com relação à avaliação, há necessidade de novos estudos sobre o ingurgitamento lactacional, pois não se encontram pesquisas relacionadas, principalmente no que tange à temperatura das mamas e à tolerância à pressão dolorosa. Nesse sentido, a termografia e a algometria de pressão são novas tecnologias que vem sendo aplicadas na área da pesquisa, incluindo o campo da saúde. Busca-se, por isso, nesta dissertação, estudar a aplicação 26 dessas técnicas como subsídio ao exame clínico do ingurgitamento mamário lactacional. Em relação ao tratamento, existem, atualmente, massageadores de variadas tecnologias, empregando diferentes tipos de projetos e diversos tipos de materiais, abrangendo desde os fabricados com madeira até os de indução elétrica. Falta, entretanto, uma avaliação sistemática sobre sua eficácia. Quanto às ordenhadeiras (tira-leite) mecânicas utilizadas nos centros de lactação, ou mesmo no âmbito domiciliar, foram encontrados diversos modelos, desde os mais simples até eletromecânicos. No entanto, não se encontrou nenhum equipamento que envolva o corpo da mama e realize as duas funções, massageamento e extração do leite humano de forma integrada. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral O objetivo geral desta pesquisa consiste em investigar o uso de tecnologias alternativas na detecção, monitorização e tratamento do ingurgitamento mamário lactacional. 1.2.2 Objetivos específicos Visando alcançar o objetivo geral, discriminaram-se os seguintes objetivos específicos: a) avaliar a aplicação da massagem e ordenha eletromecânica no tratamento do ingurgitamento mamário na lactação; b) avaliar a aplicação da algometria de pressão no diagnóstico e tratamento do ingurgitamento mamário na lactação; c) avaliar o uso da termografia no diagnóstico e tratamento do ingurgitamento mamário; d) propor uma tecnologia adicional para o tratamento do ingurgitamento mamário puerperal. 27 1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO Esta dissertação está dividida em cinco capítulos. No capítulo um, faz-se uma abordagem sobre o ingurgitamento mamário, apresentam-se as motivações e os objetivos da presente pesquisa. No capítulo dois, revisa-se a literatura abordando os aspectos anatômicos e histológicos da mama; fisiologia da mama e da lactação, assim como as questões relacionadas ao aleitamento materno, com foco no ingurgitamento mamário e nos métodos terapêuticos aplicados. No capítulo três descrevem-se os métodos definidos para desenvolvimento do estudo. O capítulo quatro abrange os resultados alcançados com a aplicação da metodologia proposta e apresenta-os sob a forma de tabelas, gráficos, imagens termográficas e histogramas, além da análise estatística. No capítulo cinco, discutem-se os resultados obtidos à luz da literatura. E para finalizar, no capítulo seis apresentam-se as conclusões do estudo, sugestões para futuros trabalhos e as contribuições resultantes da pesquisa. 28 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo de revisão bibliográfica, discorre-se sobre os principais assuntos que fundamentam a pesquisa realizada: anatomia e histologia da mama; fisiologia da lactação; aleitamento materno; obstáculos comuns na amamentação com foco no ingurgitamento mamário; tecnologias de massagem, para extração de leite e análise para mamas. Para Campestrini (1991), existem práticas primitivas que nasceram com o homem e que o acompanharam durante a sua evolução. O aleitamento materno e a capacidade em gerar tecnologia constituem duas dessas práticas. Salienta que ambos são assuntos preocupantes: a tecnologia, por exemplo, pode trazer benefícios ao homem; porém, quando mal utilizada, também pode exterminá-lo. Já o aleitamento materno, ela afirma, é uma prática ameaçada, levando a uma série de conseqüências, não somente para a criança, mas também para a sociedade e para espécie humana. 2.1 ANATOMIA E HISTOLOGIA DA MAMA Apesar das diferenças quanto à localização e a forma das glândulas mamárias entre as espécies, existem muitas semelhanças, tanto no seu desenvolvimento como nos mecanismos de produção do leite (NEVILLE, 2001). 2.1.1 Anatomia da mama As mamas são glândulas especializadas na produção de leite que formam duas estruturas simétricas anexas à pele (BARROSO, 2009), presentes em ambos os sexos com a mesma origem embrionária sendo rudimentar nos homens (LATARJET; LIARD, 1993). 29 Segundo Latarjet e Liard (1993), a forma, o tamanho e a consistência da mama variam de acordo com a raça, idade, sexo e condições fisiológicas. Entretanto, o tamanho da mama não interfere na sua capacidade funcional (WALKER, 2000). Localizadas entre a segunda e a sexta costelas, na região anterior do tórax, as mamas estendem-se da axila à região inguinal (Sociedade Brasileira de Mastologia - SBM, 2009). As mamas podem ser hipertróficas quando há um aumento além dos limites fisiológicos (ARAÚJO et al., 2007) conforme ilustrado na Figura 1 (a)), ou hipotróficas quando muito pequenas (ARQUERO, 2011) (Figura 1 (b)). De acordo com Melo Junior e Romualdo (2005), as mamas podem ser ainda cônicas, hemisférica, cilíndricas ou piriformes conforme a etnia e a idade. A papila mamária (mamilo) e a aréola são revestidas por um epitélio pigmentado de cor castanho-claro, ou escuro. A aréola contém os tubérculos de Montgomery que são glândulas mamárias modificadas (glândulas sebáceas), cuja função é produzir uma substância para a lubrificação dos mamilos (MELO JUNIOR; ROMUALDO, 2005). Já os mamilos são ricos em fibras nervosas aferentes (ZHANG, 1999 apud BARROSO, 2005), e é classificado de acordo com a sua apresentação. Conforme mostra a Figura 1 ((c), (d) e (e)), o mamilo pode ser protuso quando é proeminente, plano ou invertido para dentro da glândula mamária (BRASIL, 2007). Figura 1: Classificação de mamas e mamilos: (a), mama muito grande (hipertrófica) Fonte: a autora. Em (b), mama muito pequena (hipotrófica). Fonte: Arquero (2011). Em (c), mama de tamanho normal (atrófica). Em (c), mamilo protuso; em (d), mamilo plano e em (e), mamilo invertido. Fonte: Brasil (2007). 30 2.1.2 Histologia da mama Segundo Latarjet e Liard (1993), a mama é constituída por tecido epitelial glandular, estroma e tecido fibro-adiposo, e é formada por um conjunto de 15 a 20 glândulas exócrinas e ductos lactíferos. A parte secretora é formada pelos túbulos alveolares, formando grande número de alvéolos secretores. A parte excretora formada pelos ductos tem uma porção dilatada denominado seios lactíferos. Esses canais prolongam-se até o mamilo e drenam o leite para fora (MELO JUNIOR; ROMUALDO, 2005), conforme ilustra a Figura 2. Figura 2: Representação esquemática de um corte sagital da mama. Parte superior representando mama em repouso, e parte inferior, mama em lactação. Fonte: Melo Júnior e Romualdo (2005). A mama é dividida em unidades independentes (lobos da glândula mamária), sendo essas unidades divididas em lóbulos por tecido conjuntivo, denso e adiposo. Já os ductos estão envolvidos por um tecido conjuntivo de 31 sustentação denominado tecido conjuntivo intralobular (MELO JÚNIOR; ROMUALDO, 2005), conforme a Figura 2. O complexo formado pelos ductos e alvéolos (Figura 3) é revestido por células mioepiteliais excitáveis por ação hormonal. Os lipídios, proteínas e carboidratos encontrados no leite, são secretados por uma única célula alveolar. O leite é composto principalmente por água (88% da composição), carboidratos, lipídios, proteínas, vitaminas, íons e células de proteção (MELO JUNIOR; ROMUALDO, 2005). Figura 3: Representação esquemática de alvéolos e de células secretoras da glândula mamária. Observar células mio-epiteliais envolvendo a glândula túbulo-alveolar. Fonte: Melo Júnior e Romualdo (2005). A glândula mamária sofre alteração na sua estrutura, envolvendo mecanismo complexo de ação hormonal. O broto mamário desenvolve-se ainda mais na fase da puberdade onde é induzida a morfogênese ductal. Na gravidez há uma diferenciação celular e proliferação dos ductos excretores e alvéolos secretores aumentando a estrutura da árvore mamária. Na fase de desmame, há uma involução glandular com grande perda na estrutura 32 adquirida com o processo da lactação (HARRIS et al., 2006). Assim, o seu ápice de crescimento ocorre após o nascimento com ciclos de proliferação e diferenciação celular a cada gravidez (HENNIGHAUSEN; ROBINSON, 2001). 2.2 FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO A lactação é uma fase caracterizada pelos processos de secreção do leite, envolve fatores neuroendócrinos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999) e a mama sofre grandes alterações morfológicas e bioquímicas (LAMOTE et al., 2004). A prolactina e a ociticina são hormônios que desempenham um papel extremamente importante nesse processo (MELO JUNIOR; ROMUALDO, 2005). A produção do leite ocorre nas porções secretoras das células epiteliais e se acumula na luz dos alvéolos e dos ductos galactóforos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999). 2.2.1 Secreção do leite A prolactina é um dos hormônios precursores na produção do leite (Secretaria Municipal de Saúde - SMS, 1998). Segundo Neville, McFadden e Forsyth (2002), este hormônio é fundamental na fase proliferativa dos alvéolos e na lactogênese, sendo indispensável para a manutenção da lactação. Durante a sucção, a estimulação das terminações nervosas aferentes que existem no mamilo, produz impulsos que são conduzidos ao hipotálamo. Assim, a produção de prolactina é controlada pelo hipotálamo e secretada pela hipófise anterior (adeno-hipófise). 2.2.2 A ejeção O hipotálamo, além de estimular a produção da prolactina que atua na secreção láctea, também participa na liberação de outro hormônio, a ocitocina (MASS, 2004; MELO JÚNIOR; ROMUALDO, 2005). 33 A Figura 4 ilustra a dinâmica da ejeção do leite para os ductos e mamilos, e o reflexo neurogênico e hormonal, também conhecido como “descida” do leite. Desse modo, os estímulos sensitivos provocados pela sucção são conduzidos ao hipotálamo. No hipotálamo, as células neurossecretoras sintetizam a ocitocina, cujo hormônio é conduzido por fibras nervosas do trato hipotálamo-hipofisário até a hipófise posterior (neurohipófise). A hipófise libera esse hormônio na corrente sanguínea que, chegando à mama, contrai as células mioepiteliais dos alvéolos mamários e promove a expulsão do leite (MELO JUNIOR; ROMUALDO, 2005) Figura 4 – Ilustração dos fatores psíquicos que interferem no reflexo da descida do leite ou reflexo da ocitocina. Fonte: BRASIL, (2001). Fatores psíquicos podem causar transtornos no mecanismo de ejeção do leite. Quando a mãe não confia na sua capacidade de amamentar, ou ainda quando as pessoas que a rodeiam são extremamente solícitas, podem inibir a “ejeção láctea” e as mamas não conseguem esvaziar-se (GUYTON, 1997). 34 Conforme Neifert (2004), as sensações dolorosas no pós-parto imediato, relatadas pelas mães como cólicas abdominais, estão associadas às contrações uterinas e à liberação de ocitocina. 2.3 O ALEITAMENTO MATERNO A característica que define um mamífero é o fornecimento de leite para suprir as necessidades da prole na manutenção de sua espécie (NEVILLE, 2001). Alimentar-se ao seio é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), um ato universal e natural da mulher, propiciando imensuráveis benefícios ao desenvolvimento e à saúde da criança pequena (OMS, 1989). Como um assunto de importância mundial (SALAMON, 2000), tem sido recomendado e estimulado por órgãos mundiais que cuidam dos assuntos relacionados à saúde e ao bem estar da criança (OMS, 1989). De acordo com a campanha promovida pela International Baby Food Action Network - IBFAN (CARVALHO, 2003), o aleitamento materno (AM) é um ato ecológico, econômico e prático. Os beneficiados dessa prática são: a criança, a mãe, a família, o Estado e a sociedade indistintamente (ALMEIDA; NOVAK, 2004). Ao sugar a mama, fazendo com que o leite surja, o lactente sente-se aliviado e saciado, tal experiência resulta na estimulação do vínculo afetivo entre ele e a mãe, contribuindo para que se torne um ser humano mais seguro, desenvolvendo a capacidade de formação de vínculo social significativo (ROCHADEL; SANTOS, 2006). A OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF (OMS, 1989) e o Ministério da Saúde (BRASIL, 2002), preconizam o aleitamento materno exclusivo (somente leite materno, sem água ou chá), até seis meses de vida e, a partir daí, que a criança continue a ser amamentada, além de receber outros alimentos, até o segundo ano de vida ou mais. De acordo com a OMS (1993), a prática da amamentação salva a vida de seis milhões de crianças a cada ano, prevenindo contra diarréia, infecções respiratórias agudas, dentre outras. Para Almeida (1999), os benefícios da amamentação para a saúde da criança são bastante difundidos e abrangem aspectos simultaneamente nutricionais, imunológicos, emocionais e 35 fisiológicos. Entretanto, apesar dos inúmeros benefícios do aleitamento materno, sabe-se que existem fatores que podem influenciar positiva ou negativamente no seu sucesso. 2.3.1 Obstáculos na amamentação Os obstáculos ao aleitamento materno foram descritos por Bergh (1993) em três categorias: (1) relacionados à mãe, (2) aos profissionais de saúde e (3) à sociedade. Os principais obstáculos maternos são a falta de motivação e conhecimento, a ansiedade, fadiga e o emprego fora do lar. Aqueles relacionados aos profissionais de saúde incluem a falta de apoio às mães e ao manejo inadequado. Já como obstáculos sociais mais significativos, são apontados a falta de apoio e o estilo de vida. A amamentação é uma arte que se aprende (PRACHNIAK, 2002). Entretanto, é um processo que requer habilidades técnicas (KEARNEY, 2006). O fato de ter um filho não significa que a pessoa se torne especialista em aleitamento materno. Em contrapartida, o fato de não o ter também não representa um obstáculo no desenvolvimento de habilidades sobre o manejo da amamentação; exemplo disso são alguns dos maiores especialistas mundiais em lactação humana que não tiveram filhos, mas por meio da observação e experiência tornaram-se experts no assunto (LAWRENCE; LAWRENCE, 2005). Com relação aos profissionais, para Giugliani (2004), os profissionais que atuam na área da saúde, desempenham um papel extremamente importante, cujo conhecimento específico e habilidade são imprescindíveis para o manejo das dificuldades relacionadas ao aleitamento materno. Segundo Mercado (1998), os profissionais de saúde podem promover o aleitamento ajudando as mães a compreenderem a importância dessa prática para a nutrição de seus filhos e lamenta a forma como alguns profissionais introduzem fórmulas industrializadas. Já os obstáculos relacionados à sociedade, segundo Carvalho e Tamez (2002), envolvem muitas crenças e práticas arraigadas à cultura que conflitam com as orientações para a alimentação da criança pequena. As 36 complementações do leite materno com água, chá e outros tipos de leite oferecidos na mamadeira, são inimigos da amamentação (CAMPESTRINI, 1991). De acordo com Guedert (2003), o aleitamento é um comportamento social, mutável em função de épocas e costumes e que sua prática depende invariavelmente de concepções e valores assimilados no processo de socialização. Para Almeida e Novak (2004), a amamentação, além de biologicamente determinada, é socioculturalmente condicionada; logo, um ato impregnado de ideologias e determinantes que resultam das condições concretas da vida. 2.3.2 Problemas na amamentação e suas associações com o IM Os problemas enfrentados pela mãe durante a lactação podem levar ao desmame precoce. O período de pós-alta hospitalar é considerado crítico porque a mulher necessita de apoio e orientação para superar esta etapa (FERNANDES; LARA, 2006). O acompanhamento do binômio permite identificar problemas relacionados à prática da amamentação (CAGLAR; OZER; ALTUGAN, 2006) e a maioria dos problemas poderia ser evitada se as mães recebessem o suporte adequado (JONES; SPENSER, 2007). 2.3.2.1 Traumas mamilares Caracterizado pelas alterações da integridade tissular do mamilo, ocorre geralmente pela aplicação de forças mecânicas inadequadas como, por exemplo, a aplicação da força da gengiva do bebê (SMS, 1998). Os traumas são classificados em: fissuras leve (< de 3 mm), média (< de 6 mm) ou grande (> de 6 mm). Pode ser também do tipo escoriação (esfolado), erosão (perda total da epiderme ou derme), dilaceração (rasgado) ou com vesícula rompida ou inteira com presença de exudato (SMS, 1998). O trauma mamilar é um dos eventos que desencoraja muitas mães à prática da amamentação (COTTERMAN, 2004). No ingurgitamento lactacional, 37 há um aumento na tensão areolar, o mamilo fica mais plano e menos protáctil (AGUILAR et al., 2008). Nesse contexto, a ordenha manual antes da mamada, aumenta a flexibilidade da aréola permitindo uma pega e sucção adequada (MASS, 2004; GIUGLIANI, 2004; JEVITT; HERNANDEZ; GROËR, 2007). Outras causas também são apontadas como as disfunções orais, mamilos planos e invertidos, uso de cremes e óleos que provocam reações alérgicas, bomba tira-leite e a utilização de protetores de mamilo (GIUGLIANI, 2004). 2.3.2.2 Fenômeno de Raynaud Definido como um episódio isquêmico que ocorre nas extremidades do corpo humano, também pode acometer os mamilos. O fenômeno foi primeiramente descrito por Maurice Raynaud em 1862 (LAWLOR-SMITH; LAWLOR-SMITH, 1997). No mamilo, é caracterizado por palidez seguido por vermelhidão ou cianose, dor e queimação podendo ser confundido com Candida albicans e afeta até 20% das mulheres em idade fértil (ANDERSON; HELD; WRIGHT, 2004). Os estímulos mecânicos da sucção provocam vasoespasmos dolorosos podendo ser percebidos antes, durante ou após a amamentação (LAWLOR-SMITH; LAWLOR-SMITH, 1997; ANDERSON; HELD; WRIGHT, 2004). E de acordo com Anderson; Held; Wright (2004), os métodos de tratamento devem incluir a não exposição ao frio e fórmulas farmacológicas de ação vasodilatadora como, por exemplo, a Nifedipina, pois proporciona alívio imediato da dor e é seguro para mães que amamentam. 2.3.2.3 Mastite Com uma incidência entre 2,6 a 33%, a mastite lactacional interfere diretamente na qualidade de vida da mulher e constitui um importante motivo de desmame (WHO, 2000). A mastite puerperal consiste de um quadro infeccioso da mama, caracterizado por edema e dor localizada, acompanhado de febre, vômito e mal-estar. Com maior incidência na segunda e terceira semana pós-parto 38 (KNFMANN; FOXMAN, 1991), já para a World Health Organization (WHO, 2000), a mastite é um evento inflamatório na mama, podendo ser acompanhada ou não de processo infeccioso, cuja ligação com o ingurgitamento ainda não está muito clara. Geralmente, acomete só uma mama e pode evoluir para abscesso quando não tratado adequadamente (BRASIL, 2007). Para o tratamento, utilizam-se antibiótiocos orais (SALLES et al., 2000; KNFMANN; FOXMAN, 1991) e tal como acontece no ingurgitamento mamário, a massagem e a ordenha também são os tratamentos recomendados (SALLES et al. 2000). 2.3.2.4 Abscesso mamário O abscesso mamário (Figura 5) é um dos problemas mais freqüentes da amamentação (BRASIL, 2007). Acomete 5 a 10% das mulheres com mastite e, geralmente, está associado ao tratamento tardio ou ineficaz, ou à ausência desse tratamento (GIUGLIANI, 2004). Pode ser também decorrente do um IM, principalmente quando há lesão nos mamilos (ZIEGEL; CRANLEY, 1985). Quando o tratamento é adiado, tem como resultado a drenagem cirúrgica e até ocasionar a septicemia (KNFMANN; FOXMAN, 1991). Figura 5 – Mastite bilateral com abscesso. (a) pontos de flutuação. (b), abscessos drenados espontaneamente. Fonte: BLH (2011). 39 2.3.2.5 O ingurgitamento mamário O ingurgitamento mamário é caracterizado pela dor, edema intersticial, aumento no volume da mama (BROOK et al., 2004), pele brilhante, mamilos achatados podendo estar acompanhado com áreas difusas e avermelhadas (GIUGLIANI, 2004), conforme ilustrado na Figura 6. Acontece pelo aumento da vascularização, acúmulo de leite e, secundariamente, congestão linfática e vascular (WALKER, 2000; MASS, 2004, VINHA, 2002; GIUGLIANI, 2004). Figura 6 – Foto de uma lactante com ingurgitamento glandular intenso, mostrando que em função do edema intersticial e do uso da concha coletora de leite, surgiu um sinal de cacifo em torno do complexo aréolo-papilar (setas pequenas). A compressão do orifício da concha na base mamilar, provocou edema mamilar (setas largas) que desapareceu após a suspensão do uso do artefato. Fonte: a autora. O ingurgitamento mamário é um dos termos classificados no foco da prática do enfermeiro, caracterizado por vários sinais clínicos apresentados nas mamas, tais como, edema, dor e peso acompanhado de acúmulo de leite nos ductos secretores da mama, associada ao parto (MARIN, 2007). De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (2009), para que o processo da lactação transcorra de forma satisfatória durante o ingurgitamento mamário, deve haver um pleno equilíbrio entre a secreção do leite e a drenagem, ou seja, “oferta-procura-tensão” intra-mamária normal. Esse problema é ainda descrito como uma obstrução excessiva e temporária, a qual pode levar o infante a mamar com dificuldade (RIORDAN; AUERBACH, 2000). 40 Giugliani (2004) enfatiza que é necessário diferenciar o ingurgitamento fisiológico do patológico. O primeiro não requer intervenção porque é discreto e sinaliza a “descida” do leite. Quanto ao patológico, há uma excessiva distensão do tecido mamário acompanhado de muito desconforto, podendo a nutriz apresentar mal estar e até febre. Sua ocorrência está associada ao início tardio da amamentação, utilização de suplementos e sucção ineficaz da criança, entre outros fatores. O ingurgitamento mamário é classificado de acordo com a intensidade dos sintomas e a sua localização na mama. Segundo a intensidade física, em: (1) leve, quando a mama apresenta turgência sem desconforto; (2) moderado, ao apresentar peso na mama com ausência de dor; e (3) intenso, quando apresenta mama pesada e pele esticada acompanhado de dor. Em função da localização, em: (1) ingurgitamento lobular, quando a estase láctea é associada à dor e intumescimento em um ou vários pontos esparsos da mama; (2) ingurgitamento lobar, se há estase láctea acompanhada de dor em uma ou mais regiões esparsas da mama; (3) ingurgitamento ampolar, quando a estase láctea delimita-se à borda areolar, podendo ser acompanhada de edema e dor; (4) ingurgitamento glandular, se há estase láctea em toda a glândula mamária com sensações de peso na mama e dor, e pode apresentar edema, ausência de vermelhidão e, ainda, pode ser do tipo obstrutivo ou não obstrutivo. No ingurgitamento glandular não obstrutivo, o leite flui com facilidade. Já no ingurgitamento glandular obstrutivo, o leite não flui ou sai com muita dificuldad (SMS, 1998). Quanto a sua incidência, de acordo com Campestrini (1992), o ingurgitamento mamário ocorre geralmente nos dez primeiros dias de puerpério, sendo mais comum nas primíparas. Esta informação é consistente com o estudo de Foxman et al. (1994) que encontraram tal condição em 59% de primíparas. Embora muito conhecido, o ingurgitamento mamário é pouco estudado (WALKER, 2000). Entretanto, em algumas pesquisas, verificou-se a sua incidência. Segundo Silva (1987), o ingurgitamento mamário é muito alto entre as lactantes. Estudo de Pelá (1982) apontou um percentual de 85% entre as puérperas; Meserve (1982) relatou 46%. No estudo de Souza et al. (2009), os processo dolorosos mais identificados nas primeiras 72 h após o parto, foi o 41 ingurgitamento mamário. O ingurgitamento fisiológico representou 33% e o ingurgitamento patológico acometeu 25% das lactantes. Outras pesquisas foram também encontradas. Estudo de Fernandes e Lara (2006) apontou o ingurgitamento mamário, como uma das principais intercorrências verbalizadas pelas mães no processo da amamentação. Sua incidência foi de 19% e ocorreu entre o terceiro e o quinto dia após o parto. Dalmaso et al. (1998) identificou uma incidência de 20%. Vinha (1988) encontrou o ingurgitamento lobular em 36,19%, lobar em 4,76%, e glandular em 13,33 % das mulheres estudadas. Já Salles et al. (2000) identificaram esse problema em 46% das puérperas, sendo 44% do tipo lobar, 39% ampolar e 17% do tipo glandular. Em outros países, encontrou-se uma incidência de 67% em Hong Kong (LEE et al., 2006) e de 71,4% em Erzurum na Turquia (GÖZÜM; KILIÇ, 2005). No Reino Unido, a dor nas mamas é a segunda causa mais comum para o abandono do AM nas duas semanas após o parto (SNOWDEN et al., 2001). Em relação a sua etiologia, segundo Santos (1995), o ingurgitamento mamário acontece, primeiramente, devido ao aumento da vascularização, acúmulo de leite e, secundariamente, por estase linfática e venosa, caso não ocorra retirada do leite em qualquer porção do parênquima mamário (lobular, lobar, ampolar ou toda região glandular). Do ponto de vista físico-químico, no ingurgitamento mamário há uma mudança na viscosidade do leite. O acúmulo do leite no interior da mama comprime as paredes dos ductos e alvéolos, sofrendo transformação no âmbito intermolecular. Todo esse processo faz o leite perder a fluidez assumindo características semelhantes a de um corpo sólido (ALMEIDA,1999). Quanto aos fatores predisponentes para o ingurgitamento mamário, Barros (2006) aponta, além da falta de orientação por parte dos profissionais, a má formação dos mamilos, a prematuridade da criança e também o óbito fetal. Segundo Giugliani (2004), oferecer o peito logo após o parto, técnica correta de amamentação, e evitar o complemento, são as medidas preventivas que devem ser recomendadas. Vários autores enfatizam que o aleitamento livre também deve ser incentivado (KING, 1998; AGUILAR et al., 2008; GUIGLIANI, 2004). 42 Reeder et al. (1992) explicam que os sinais e sintomas do ingurgitamento mamário geralmente desaparecem dentro de 24 e 48 horas. Entretanto, um tratamento adequado, além de assegurar a comodidade da mãe, também impede o aumento dos sintomas. O uso de analgésicos e a aplicação de compressas frias são indicados para o alívio da dor e da congestão (AGUILAR et al., 2008). No intuito de resolver o problema do ingurgitamento mamário, é comum a utilização de algumas práticas inadequadas. As nutrizes aplicam compressas frias ou quentes, bem como ocitocina spray nasal (VINHA, 1999). A terapia com ocitocina exógena promove a contração das células mioepiteliais, facilita a ejeção do leite e alivia os sintomas dolorosos (SILVA, 1987). Vinha (1999) afirma que não se justifica a indicação da ocitocina spray porque quando o bebê mama, ou quando a mãe ouve o choro, ou sente o cheiro da criança, o organismo da mulher é capaz de produzir esse hormônio. Quanto às compressas quentes, não são recomendadas porque quando a mama está aquecida, o leite sai e a mulher sente-se aliviada. Entretanto, há um aumento no tamanho dos alvéolos, dos canalículos e dos seios galactóforos, dando maior espaço e, conseqüentemente, um aumento da produção de secreção láctea (VINHA, 1999). Essa técnica é apenas uma medida de conforto no início, pois não reduz o edema e, posteriormente, agrava o ingurgitamento (WALKER, 2000). Já as compressas frias, elas podem promover alívio no início da aplicação. Entretanto, ocorre um estreitamento nas estruturas internas da mama diminuindo o espaço para o volume de leite produzido. Ao terminar o efeito do frio, essas estruturas dilatam-se, estimulando ainda mais a produção de leite. Esse efeito é denominado como “ação rebote” constituindo um ciclo vicioso. Quanto maior a aplicação do frio, maior o efeito rebote (VINHA, 1999). Uma técnica estudada foi com aplicação de folhas de repolho refrigeradas e trocadas a cada 2 h. Constatou-se redução do edema e alívio rápido dos sintomas (ROSIER, 1988). Em outra pesquisa, a aplicação de creme com extrato de repolho nas mamas não foi melhor que o creme placebo (ROBERTS; REITER; SCHUSTER, 1998). Walker (2000) citando Chikly (1999) explica que a drenagem linfática também é estudada e consiste numa técnica de massagem suave que se pode 43 aplicar nos canais linfáticos da mama. Promove o fluxo do líquido acumulado reduzindo o edema. Já o estudo com ultrassom no modo contínuo não se mostrou tão eficaz (McLachlan et al., 1993). Segundo Walker (2000), a ordenha das mamas estimula a produção de leite. Entretanto, diminui a tensão alveolar impedindo a morte celular, promove a circulação sanguínea e linfática, previne a mastite e proporciona alívio para a mãe. Nesse contexto, ela deve ser recomendada. Para Lang (1999), a massagem das mamas é um recurso terapêutico complementar à ordenha manual. Entre os efeitos clínicos, a massagem auxilia na desobstrução dos lóbulos ingurgitados, previne a mastite e também proporciona conforto, pois ajuda a nutriz a relaxar. 2.4 A MASSAGEM Segundo a Autralian Association of Massage Therapistis – AAMT (2009), a massagem pode ser considerada a disciplina de cura mais antiga conhecida pelo homem. A medicina complementar entendida pelas intervenções de cura inclui a massagem no seu conjunto de práticas terapêuticas. Ressalta, ainda, que as intervenções propostas nesse campo da Medicina podem estar ou não associadas a outras técnicas convencionais e a sua aplicação manual ou mecânica exerce influência sobre músculos, tendões, ligamentos, articulações, tecido conjuntivo e vasos linfáticos e, em alguns casos, também produz efeitos psicológicos. De modo geral, a massagem deve ser realizada de forma segura (AAMT, 2009). Nesse sentido, a massagem pode ser contra-indicada para pessoas acometidas por Trombose Venosa Profunda (TVP) problemas circulatórios com vasos sanguíneos deficientes ou com distúrbios de sangramento (RICHARD, 2009). 2.4.1 A massagem e a ordenha como tratamento no IM A massagem das mamas favorece ao reflexo de ejeção do leite, facilita 44 sua fluidificação e rompe as estruturas intermoleculares responsáveis pela viscosidade da secreção láctea (ALMEIDA, 1999), além de mobilizar o leite acumulado (COSTA; PEREIRA; COSTA, 1997). Segundo Aguilar et al. (2008), a massagem nas mamas é indicada para diminuir a tensão e facilitar a saída do leite. Salles et al. (2000) explicam que a massagem promove a transferência de energia cinética, favorece a fluidificação do leite e enfatiza que a massagem seguida pela ordenha é um dos melhores tratamentos, inclusive para a mastite. Silva (1996) utilizou um massageador elétrico na resolução do ingurgitamento mamário e concluiu que, além de ser indolor e não causar desconforto às nutrizes, o aparelho proporcionou alívio, relaxamento e permitiu saída rápida do leite. A mesma autora, citando Leitão (1974), explica que a massagem por vibração, produz um efeito analgésico no local da aplicação. Também Salles et al. (2000) utilizaram massageador elétrico associado à ordenha para o esvaziamento e alívio em mama afetada por mastite. Salientam que a escolha dos métodos de massagem e de ordenha é conforme o tipo de ingurgitamento e a escolha da paciente. Ao estudar a massagem eletromecânica, Silva (1996) sugeriu o desenvolvimento de tecnologias neste campo assistencial. A mulher deve ser vista como um todo. Se a nutriz receber uma atenção adequada às suas necessidades, refletir-se-á para a criança porque naturalmente também conseguirá atender de forma satisfatória às necessidades de seu filho. É preciso entender a complexidade do processo de amamentar, para garantir à nutriz condições ideais de aleitamento. A partir dessa compreensão, poder-seá, então, propor ações de proteção e promoção ao aleitamento materno (GUEDERT, 2003). A ordenha manual, ilustrada na Figura 7, é um dos métodos mais usados para alívio do ingurgitamento mamário na lactação (AGUILAR et al., 2008; GIUGLIANI, 2004; WALKER, 2000). Estudo de Pelá (1979) apontou a massagem acompanhada da ordenha manual como os melhores métodos no tratamento do ingurgitamento mamário. Outros autores citam a bomba mecânica com motor de indução (Figura 8) como um recurso eficaz no esvaziamento da mama (SALLES et al., 2000; KENT et al., 2008; MORTON et al., 2009). Segundo Nascimento e Issler 45 (2004), as bombas manuais são inadequadas na manutenção da lactação. Já as ordenhadeiras elétricas são mais eficazes na estimulação da prolactina, da produção láctea e a ordenha simultânea, e aumentam as propriedades lipídicas do leite. Além disso, ainda otimizam o tempo. Assim, esse tipo de dispositivo, deve ser preferido, sobretudo nos casos de mães que tem crianças menores de 1,5 kg. No entanto, há controvérsias sobre efeitos da ordenha manual ou elétrica no tratamento do ingurgitamento lactacional (SHIMO, 1983). O uso inadequado de bombas de extração de leite pode causar trauma mamilar (GIUGLIANI, 2004). Vinha (2002) foi enfática ao afirmar que a bomba elétrica, além de não resolver o problema da lactante, ainda a coloca em uma situação deplorável, pois os mamilos ficam prejudicados pela protrusão excessiva e conseqüente falta de oxigenação tecidual. Nesse sentido, Shimo (1983) recomenda que esse dispositivo deve ser evitado e recomenda cautela na escolha dessa técnica de ordenha. Figura 7 – Técnica de Ordenha Manual. Fonte: Brasil (2007). A bomba que tira leite é um dispositivo que tem subsidiado alguns autores, em pesquisa científica em estudos da taxa do fluxo de leite em mulheres (RAMSAY et al., 2005b; KENT et al., 2003; MITOULAS et al., 2002a). Estudando a importância do vácuo para a expressão do leite materno, Kent et al. (2008) observaram que o uso de vácuo, além de confortável também aumentou a taxa de produção de leite nas lactantes estudadas. Num estudo com mães de prematuros, Morton et al. (2009) concluiram que a combinação de técnica manual com bomba elétrica, as lactantes atingiram altos níveis de produção. 46 Figura 8 – Ordenha com Bomba Mecânica. Fonte: Leudo (2009). Existe, atualmente, no mercado, uma gama de modelos de massageadores que vão desde os fabricados de madeira até os elétricos de indução conforme se pode observar no quadro 1 ((a) a (h)). Encontraram-se massageadores específicos para determinadas áreas anatômicas do corpo humano como, por exemplo, pescoço e ombros (e), cabeça (d), pescoço (e), pés (f), e modelos para mamas ((g) e (h)). Vale ressaltar que até o início da presente pesquisa os modelos de massageadores específicos para as mamas, ainda não haviam sido encontrados nas buscas por informações na internet, quando se pesquisou utilizando as palavras-chave: mama, seios, massageador e ingurgitamento mamário. Os massageadores de madeira (Figura 9 (a)) são modelos muito utilizados em âmbito hospitalar, em salas de pré-parto, por exemplo, para o relaxamento da parturiente, onde seus companheiros são orientados a realizar massagens durante esse período (Amigos do Parto, 2010). O massageador elétrico G-tech Thermo Wireless Plus® (Figura 9 (b)), é um dispositivo que inclui temperaturas alta e baixa (quente e fria) e duas diferentes intensidades, a baixa para massagens suaves de relaxamento e a alta para massagens mais intensas (G.TECH, 2001). O massageador vibroterápico Physical, é indicado para massagemento em qualquer região do corpo, e produz massagens por vibração (CLASSIC, 2011). Já o massageador de cabeça ilustrado na Figura 9 (d), é indicado para alívio das tensões musculares, realiza massagens por meio de pressão do ar e vibração e massageia pontos específicos do couro cabeludo. Inclui música e sons da natureza por ativação manual (SHOPPING, 2011). O massageador de nuca realiza massageamento com calor e também 47 por vibração (e) (TWENGA, 2011). O Massageador de pés (f) é um dispositivo que proporciona relaxamento dos pés (POLISHOP, 2011). Já o massageador de seios (g), é feito de silicone e tem como proposta, aumentar os músculos da mama e firmá-las. Indicado para mulheres com mamas flácidas ou que acabaram de ter filhos. (GEEKCHIC, 2011). Outro ainda para mamas (h) possui vibrações que ajudam na eliminação de toxinas e firma os tecidos mamários (ALIEXPRESS, 2011). Com relação às ordenhadeiras (tira-leite) mecânicas utilizadas nos centros de lactação, assim como no âmbito domiciliar, foram encontrados variados modelos, desde os mais simples (Figura 9 (I) a (M)) até modelos eletromecânicos, e a vácuo por pressão negativa. O tira leite-materno mercur (j) é indicado para o desenvolvimento do mamilo por meio da sucção, e prevenção da mastite (SATO, 2011). A bomba Compact G-Tech (k) funciona com energia elétrica da rede ou com bateria, e possui uma capa em gel de silicone na porção que entra em contato com a mama (GOLD MEDIC, 2011). As bombas tira-leite Medela ((l) e (m)) extraem e estimulam a glândula mamária. São Indicadas na hipogalactia, também na hipergalactia e nos casos de mastite (MEDELA, 2011). Figura 9 – Modelos de massageadores atualmente encontrados. Em (a), massageadores de madeira (MADSON, 2011); em (b) e (c), massageadores de uso fisioterápicos, estéticos e para relaxamento (G.TECH, 2011; CLASSIC, 2011). (d), massageador para cabeça (SHOPPING, 2011); em (e), massageador para pescoço e ombros (TWENGA, 2011); em (f), massageador para os pés (POLISHOP, 2011); em (g), massageador para seios (GEEKCHIC, 2011); em (h), outro modelo de massageador para mamas (ALIEXPRESS, 2011); em ((i) e (j)), tira-leite com êmbolo e com perinha (SATO, 2011); em (k), bomba tira-leite elétrica; e em (l) e (m), bombas elétricas incluindo mochilas para transporte no último modelo (MEDELA, 2011). Fonte: a autora. 48 2.5 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE MEDIDAS PARA MAMAS O ingurgitamento mamário pode ser avaliado a partir de suas características clínicas, tais como, a dor, temperatura, viscosidade do leite, tensão mamária e o volume da mama. Existem métodos pelos quais avalia-se a pressão, que indica o nível de percepção ou medida de dor; outros nos quais medem-se a resistência ou a tensão do tecido mamário, e outros ainda que empregam imagens (radiológica, termográfica, ressonância magnética ou ultrasônicas) para avaliação das mamas. Alguns dos métodos encontrados são utilizados tanto na prática clínica como no campo da pesquisa. Outros como, por exemplo, a moldagem termoplástica e o scanner a laser 3-D utilizados para medir o volume da mama, têm sido aplicados apenas em estudos experimentais. 2.5.1 Métodos de avaliação na prática clínica Assim como na medicina, a enfermagem utiliza o exame físico como elo entre a arte e a ciência. Com base nas ciências biológicas, os dados objetivos são obtidos a partir de instrumentos apropriados, tais como termômetro, estetoscópio etc., e das técnicas de inspeção, palpação, percussão e ausculta. Já os dados subjetivos são obtidos por meio da entrevista. Desse modo, os dados coletados subsidiam o raciocínio clínico, na formulação do diagnóstico (BARROS, 2006 ). Pesquisando lactantes com ingurgitamento mamário, o uso dessa técnica permitiu que alguns autores, classificassem os tipos de ingurgitamento que acometeram as voluntárias em seus estudos (SILVA, 1996; MESERVE, 1982; PELÁ, 1982). Segundo Chala e Barros (2007), a mamografia, o ultrassom e a ressonância magnética são fundamentais no diagóstico das doenças mamárias, sendo a primeira técnica a mais importante, pois o rastreamento mamográfico tem reduzido as taxas de mortalidade entre as mulheres com câncer de mama, especialmente aquelas assintomáticas. O ultrassom é o principal método auxiliar da mamografia na detecção e diagóstico das doenças mamárias. Dentre as principais aplicações, está a orientação médica nos 49 procedimentos intervecionistas, incluindo a avaliação das alterações clínicas das mamas em lactantes como, por exemplo, a investigação de abscesso em mastite. Já a ressonância magnética, afirmam eles, tem sido aplicada, principalmente no rastreamento da mama, na investigação de lesões ocultas no exame físico e nos outros métodos convencionais, tais como a mamografia e o ultrassom. Tecendo algumas considerações sobre as técnicas utilizadas na obtenção de imagens, Monnier e Tubiana (1999) citam os radioisótopos e a termografia, comentando que a última ainda é uma técnica pouco confiável. Para eles, o radiodiagnótico assume atualmente outra esfera e isso deve-se à ultrasonografia e à tomografia computadorizada. A utilização do ultrassom na prática médica, por exemplo, iniciou-se em 1958 na área da ginecologia e obstetrícia. Atualmente, esse método diagnóstico é considerado imprescindível, tanto nos centros radiológicos como nos consultórios médicos. Juhl, Crummy e Kuhlman (2000) informam que a radiologia simples produz imagens com sombras convencionais enquanto a tomografia computadorizada (TC) produz imagens transversais do corpo do paciente. A ultra-sonografia Doppler, detecta e monitora superfícies móveis e líquidos no corpo. Já a mamografia, é um método empregado para a visualização de tecidos conjuntivos glandulares e fibrosos que possuem baixo contraste e também as microcalcificações de até 0,1 mm de diâmetro. Segundo Geddes (2009), a proliferação do tecido glandular e a presença de secreção láctea proporcionam um aumento da densidade mamária, o que tem limitado a interpretação da imagem mamográfica da mama em lactação. De acordo com Bauab (2005), com a evolução da mamografia analógica, surgiu a mamografia digital. Embora o seu custo seja até cinco vezes mais oneroso que o equipamento convencional, essa nova tecnologia representa um importante aprimoramento na aquisição de imagens mamográficas de alta resolução. Para a mesma autora, uma das vantagens da mamografia digital é que, face a sua ampla faixa de contraste, possui maior eficácia na detecção de câncer em mamas densas. Além disso, proporciona maior segurança e confiabilidade no método. Para Bulstrode, Bellamy e Shrotria (2001), as medidas do volume da mama por meio da mamografia conforme ilustrado na Figura 10, é um processo muito simples, no entanto, é um método utilizado 50 essencialmente para diagnóstico de doenças malígnas da mama. Mas em condições benignas envolvendo assimetria mamária como, por exemplo, a Sindrome de Poland, esse método torna-se desnecessário. Figura 10 – Exame mamográfico. Em (a), aparelho de mamografia. Fonte: Radiologia Profissional (2011). Em (b), mostra-se uma mamografia com as dimensões da mama, onde (r) representa a metade do comprimento da mama, e (h) é a distância entre o mamilo e a base da glândula (BULSTRODE; BELLAMY; SHROTRIA, 2001). Em vários estudos de mamas em lactação, coordenados pelo australiano Peter Hartmann, utilizou-se o ultra-som, incluindo também outros sistemas para a medição computadorizada (RAMSAY, et al. 2004, 2005a, 2005b; MITOULAS et al., 2002a, 2002b; KENT et al., 2003; SADLEIR; AOWENS; HARTMAN, 2003; PRIME et al. 2009). De acordo com Geddes (2009), assim como a mamografia, as imagens ultrassônicas também sofreram limitações no passado, em função da densidade glandular mamária e do volume de leite no seu interior. Entretanto, com o avanço tecnológico, atualmente, as imagens ultrasônicas possuem maior resolução, permitindo a visualização de estruturas muito pequenas no interior da mama. Em seu estudo com mamas lactacionais, a autora observou que os ductos são relativamente finos, apresentando em média 2mm de diâmetro. Ramsay et al. (2005a) também encontrou ductos entre 1,9 e 2mm nos mamilos. Geddes (2009) informa que o tecido mamário de lactante e não lactante possui ecogenicidade semelhantes, mas em mamas ingurgitadas observou-se aumento da ecogenicidade do tecido glandular, em função do 51 grande acúmulo de leite na mama. No ingurgitamento intenso, observou-se sinais semelhantes à mastite, tais como espessamento da pele e aumento da vascularização. As alterações mamárias consideradas anormais no período gravídico-puerperal, devem ser avaliadas adequadamente e o ultrassom é geralmente o primeiro método de escolha para esses casos. Por fim, a autora afirma que a ultrassonografia, exemplificada na Figura 11, é um método não invasivo confiável, que permite identificar o fluxo do leite e a dilatação dos ductos (GEDDES, 2009). Entretanto, as principais desvantagens desse método são: não propiciar a visualização global da mama e requerer um operador com experiência (KERR, 1997). Figura 11 – Ultrassonografia: (a), exame de ultrassonografia de mama (ISAÚDE. Net. 2011); (b), imagem ultrassonográfica de mama de lactante na fase de apojadura; nota-se aumento da ecogenicidade do parênquima mamário; (c), Corte da mesma mama onde se visualiza o parênquima mamário heterogêneo (BLH, 2011). Baseada nos princípios dos raios-X, a Tomografia Computadorizada (TC) foi introduzida nas práticas clínicas na década de 70. O equipamento realiza um movimento circular em torno do paciente, emitindo um feixe de raios-X (Figura 12). A radiação é transformada em sinal elétrico que, por sua vez, é convertido em imagem digital em forma de secções ou “fatias” (AMARO JUNIOR; YAMASHITA, 2001). A aplicação desse método na lactação gera controvérsias. Segundo Coakley et al. (2011), tradicionalmente recomenda-se suspender o aleitamento materno por 24 h e desprezar o leite ordenhado durante esse período, em função do contraste iodado. Os mesmos autores discordam dessa prática, justificando que há um estudo onde constatou-se baixo teor (< 0,04%) de gadolínio intravenoso encontrado no leite materno. Também a absorção do contraste iodado e do gadolínio é muito reduzida no intestino da criança. Segundo os autores, numa revisão feita pela Sociedade 52 Européia de Radiologia Urogenital, constatou-se que o risco oferecido pelo contraste iodado e o gadolínio é mínimo para justificar a interrupção da amamentação. Citam ainda, uma outra revisão publicada pelo New England Journal of Medicine, onde concluiu-se que o contraste iodado não oferece qualquer risco para a saúde da criança. Figura 12 – Aparelho de tomografia. Fonte: CMA – Clínica de Radiologia e Ultrasonografia (2011). Segundo Jesus (2011), a ressonância magnética, ilustrada na Figura 13, é um método que usa um potente magneto e ondas de radiofreqüência na geração de imagens biológicas, e que tem contribuído muito na prática clínica, proporcionando uma exploração mais rápida quando comparada a determinados tipos de exames outrora utilizados e às cirurgias exploratórias. E uma das vantagens desse método é que, além de fornecer maiores detalhes anatômicos, também é uma técnica não ionizante. Uma das características do IM é o aumento do volume da mama (GIUGLIANI, 2004). Kovacs et al. (2006) explicam que por meio da Ressonância Magnética determina-se o volume da mama, baseando-se nas estruturas anatômicas reais. Segundo os mesmos autores, esse método fornece resultados mais precisos com baixa margem de erro. No entanto, uma das desvantagens é que a imagem captada na posição supina apresenta deformação da mama. Entretanto, a ressonância magnética, assim como a tomografia, têm pouco contribuído na elucidação das patologias mamárias relacionadas à lactação (GEDDES, 2009). 53 Avaliando cinco métodos em medição de mamas, Bulstrode, Bellamy e Shrotria, (2001) concluíram que a Ressonância Magnética é um dos métodos que apresentam resultados considerados mais precisos e satisfatórios, pois é um dos mais bem tolerados e menos invasivos embora seja caro, o que, na realidade, é uma questão de tempo para se tornar mais acessível devido ao avanço na melhoria de seu processo. Figura 13 – Aparelho de Ressonância Magnética. Fonte: NASSAR e CSD – Clínica Som Diagnósticos (2011). 2.5.2 Métodos de aplicação experimental Um dos principais sinais do IM é a dor. Na avaliação das percepções dolorosas, a Escala Visual Analógica (EVA) é uma técnica muito utilizada. Segundo Pereira e Souza (1998), trata-se de um instrumento unidimensional de 100 mm de cumprimento, representando, de modo contínuo, a experiência dolorosa do paciente no momento da avaliação, com duas palavras-âncora "sem dor" e "pior dor possível". Quanto maior o valor obtido na escala, maior a intensidade de dor manifestada pelo paciente. Vale lembrar que componentes importantes na utilização desse método são a subjetividade e a emoção. Esta ferramenta, porém, provê dados primários e apresenta limitações quanto às gradações nos níveis de dor, devido à sua multidimensionalidade, o que pode influenciar na prescrição ou administração insuficiente de drogas, decorrentes da subestimação da dor 54 sentida pelo paciente e a dosagem de medicação necessária para suprimi-la (NOHAMA; SILVEIRA-LOPES, 2009). Apesar das limitações, é um método simples, rápido e objetivo que, associado ao histórico do paciente, a sua relação com o profissional e a facilidade de verbalização da sensação de dor, converte-se em uma vantagem quando comparado a métodos mais complexos e de difícil aplicação (LIMA NETO; GOLDENBERG; JUCA, 2003). Outra característica do ingurgitamento mamário é o aumento da viscosidade do leite (ALMEIDA, 1999). Segundo Delpech et al. (2007), a viscosimetria é um método viável no meio acadêmico e na indústria, por ser pouco oneroso e de fácil manuseio. Entretanto, ressaltam que embora seja um método simples, também é muito trabalhoso. Essa técnica envolve o uso de um viscosímetro, instrumento composto por um tubo cilíndrico graduado. Foi utilizado em um estudo no Canadá, onde foram analisadas amostras de leite humano mantidas em banho-maria a uma temperatura de 37 ºC (temperatura corporal). Dessa forma, comparou-se a viscosidade obtida a partir do viscosímetro com a viscosidade da percepção sensorial das voluntárias estudadas (McDANIEL et al., 1989). Para estudar a tensão mamária, empregou-se pela primeira vez em 1998, o durômetro de Roberts (1998), validado na Austrália como um excelente método em pesquisa com mamas ingurgitadas. Trata-se de um instrumento que mede a dureza do tecido mamário. É um instrumento semelhante a um manômetro de pressão, pequeno e portátil, constituído por uma sonda anexa a uma mola que está acondicionada em um tubo e conectada a um mostrador do manômetro. Inicialmente, o instrumento foi testado utilizando-se espumas de borracha de durezas distintas e, a partir daí, foi usado para medir a dureza de mamas humanas de pacientes não grávidas e sem produção de leite. Na sequência, usou-se o aparelho em testes com pacientes no pós-parto comparando com a dureza do tecido da mama no dia do nascimento e nos dias subsequentes. O durômetro foi capaz de detectar diferenças nas durezas de todos estes testes. Foi daí considerado apropriado para medir a dureza tecidual em aplicações clínicas e experimentais, cuja característica é a principal em ingurgitamento mamário, muito embora seja capaz de medir tecidos em outros tipos de casos clínicos. 55 Para estudar o volume da mama, segundo Bulstrode, Bellamy e Shrotria (2001), ainda não existe uma técnica aceita consensualmente. A fita métrica foi utilizada por Matheus e Shigrignoli (2009) para medidas antropométricas em mulheres, e em animais, por Porcionato, Negrão e Paiva (2009). Pesquisa envolvendo princípio de Arquimedes, moldagem termoplástica e scanner a laser 3-D também foram realizadas, sendo o último considerado um método simples e promissor (KOVACS et al., 2006). O scanner 3D oferece uma redução satisfatória no registro da área analisada adiantando a geometria da superfície da mama, não tem contato corporal, uma vez que se trata de um molde virtual e não provoca deformação das formas. E ainda, a paciente pode realizar o exame na posição ereta. Uma desvantagem é a medida da área posterior da mama que não é possível obter por este método, a exemplo dos métodos convencionais (KOVACS et al., 2006). Kovacs et al. (2006) consideraram que os métodos antropomórficos produzem valores individuais dos volumes das mamas somente e mesmo a forma geométrica torna-se limitada pois é imposta pela forma da mama, o que não corresponde necessariamente às condições anatômicas reais da paciente. No caso da moldagem termoplástica, ocorre deformação do seio quando ele é pressionado contra a parede do tórax prejudicando a análise do molde, principalmente no que concerne ao cálculo da forma e volume da mama. Bulstrode, Bellamy e Shrotria (2001) salientam que a moldagem termoplástica, é um dos métodos mais bem tolerados e menos invasivos. O método de Sadleir, Owens e Hartmann (2003) envolve a medição repetida do volume da mama em mães que estão amamentando. Essas medições são feitas em estudo da dinâmica de processos bioquímicos que ocorrem durante a lactação humana, permitindo melhor compreensão de como a mama funciona durante a lactação como, por exemplo, nos efeitos provocados pela frequência alimentar e no estágio de lactação, sobre a produção de leite, independente do grau de apetite da criança. O estudo controlou quantidades pequenas de volume por meio de medição computadorizada da mama, baseando-se em métodos de captura de dados sem contato, utilizando um sistema de visão baseado na triangulação ativa com pontos de marcação. O estudo sugere o uso de um sistema de triangulação 56 com feixes de luz, desenvolvido pelos autores, que permite a aquisição de superfícies biológicas de diferentes formas e a medição precisa de mudanças antropométricas por meio de projeção, estabelecendo a posição de referência e evitando perdas de pontos de marcação na área escura e a palpação manual, além de complementar o encontro dos limites do tecido. O estudo demonstrou ainda que a marcação e seleção manual dos pontos de referência apresentam desvios devido ao mau posicionamento da paciente; e que isto pode ser minimizado com o estabelecimento de controle maior do operador durante a aplicação da técnica de reprojeção durante o exame, com a utilização de dois reprojetores para capturar os ângulos desejados e, finalmente, o estabelecimento de imagens de cores distintas, com a finalidade de sobrepôlas a fim de encontrar pontos comuns no resultado. Isso reduz a ocorrência de erros e também a consequente necessidade de reaplicação do método (SADLEIR, OWENS e HARTMANN, 2003). Outra ferramenta para a avaliação das percepções dolorosas é a algometria de pressão. Nessa técnica, mede-se a sensibilidade nociceptiva de indivíduos normais ou portadores de síndromes álgicas, quantificando-se a percepção e a tolerância à dor quando evocados por meio de estímulos físicos. Esse método tem sido utilizado para fins diagnósticos, experimentais e médicolegais. Permite identificar os pontos dolorosos, e avaliar os resultados imediatos após intervenções terapêuticas (SILVÉRIO-LOPES, 2005). É possível ainda coletar dados semi-quantitativos de dor (PIOVESAN et al., 2001). Nohama e Silvério-Lopes (2009) explicam que a ponteira de borracha contida no algômetro produz estímulos mecânicos concretos, podendo quantificar de forma equivalente as reações dolorosas. Para obter informações da temperatura da mama, pesquisas foram desenvolvidas utilizando instrumentos dentro do campo da termologia (FERREIRA, 2010). A termografia, também denominada como termovisão, é uma técnica que tem sido amplamente aplicada no setor industrial e ainda timidamente na área médica. Trata-se de um método que tem como objetivo captar a radiação infravermelha emitida por uma superfície, determinando sua temperatura (NUNES; ANDRADE FILHO; SARTORI, 2007; MENCZER, ESKIN, 1969). Permite a obtenção de imagens térmicas a partir de uma temperatura superior a zero absoluto. Sua potencial aplicação no campo da medicina 57 decorre principalmente por ser inócua. A partir da inspeção termográfica, observam-se padrões diferenciais da distribuição de temperatura, propiciando informações que podem estar relacionadas também a um determinado processo que esteja ocorrendo no organismo (BEZERRA et al., 2007). De acordo com a International Academy of Clinical Thermology - IACT (2003), a termografia é um procedimento confortável e seguro. Contribui na avaliação da vascularização de órgãos sólidos (RIBEIRO et al., 2009), e diagnóstico de tumores em partes moles (NUNES; ANDRADE FILHO; SARTORI; 2007), estabelecendo-se como um componente auxiliar de diagnósticos (RUSTEMEYER; RADTKE; BREMERICH, 2007). Para Christiansen e Gerow apud (BALBINOT, 2006), a termografia é um método diagnóstico não invasivo, não radioativo e totalmente indolor, cujos equipamentos trabalham com a leitura de faixa espectral entre 7 e 12 µm, que é mais indicada para trabalhos médicos, pois esta faixa inclui o intervalo de comprimento de onda emitido pela pele humana, que é cerca de 9,4 µm. Balbinot (2006), ao apresentar a evolução da termografia, observou que na atualidade vem sendo aplicada clinicamente para avaliação e documentação de patologias de tecidos moles, incluindo nervos periféricos, raízes nervosas, tendões, músculos e vasos sanguíneos assim como disfunção articular e óssea (sinovites, artrites e fraturas). Tem particular importância em condições que não podem ser demonstradas em testes radiológicos, eletroneuromiografia ou outros exames laboratoriais. Segundo Nyirjesy (1982), a termografia clínica é um importante marcador de anomalias térmicas e vasculares e um potencial instrumento em estudos de comparação. Explica que a temperatura da mama sofre modificações também por fatores endógenos e pode ser estudada a partir de um termograma. Nesse sentido, alguns autores observaram alterações nos termogramas obtidos em seus estudos, Birnbaum (1966) em mamas de mulheres grávidas e Menczer e Eskin (1969) dosando hormônios em lactantes com mamas ingurgitadas. No estudo dos últimos autores, vislumbrou-se que sistemas de termografia com elevada sensibilidade poderiam propiciar o diagnóstico precoce tanto do desconforto mamário pós-parto quanto da evolução para o IM. Assim, quanto mais cedo proporcionarem as informações, menores serão as conseqüências do processo, pois há possibilidade de se 58 introduzir medicamentos que minimizem tanto a dor quanto a evolução do evento. Em doenças malignas, a assimetria térmica entre uma região com processo tumoral, por exemplo, e uma saudável, está diretamente relacionada à angiogênese em torno de tumores e que se refletem na superfície da pele (YAHARA et al. 2003), pois o sangue venoso que alimenta as células cancerígenas possui temperatura superior quando comparada com a do sangue arterial (AMALU et al., 2006). 59 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA A pesquisa constitui-se de um estudo híbrido envolvendo a criação de um protocolo para a investigação do ingurgitamento mamário na lactação, empregando novas tecnologias e culminando com a proposta de concepção e construção de um dispositivo eletromecânico de massageamento e ordenha de mamas. Desse modo, neste capítulo estão descritos os caminhos percorridos para o desenvolvimento deste projeto multidisciplinar, que envolveu participantes de diversas áreas do conhecimento, tanto para aquisição e de análise das imagens, assim como no desenvolvimento do protótipo resultante do estudo. 3.1 DESCRIÇÃO DO ESTUDO O estudo realizado configurou-se como híbrido, descritivo, experimental com abordagem qualiquantitativa. O protocolo experimental foi realizado em um único atendimento às lactantes em um Banco de Leite Humano (BLH), no período de 24 de janeiro a 23 de fevereiro de 2011. O dispositivo proposto como nova tecnologia a ser aplicada em IM foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Reabilitação (LER) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, na cidade de Curitiba, e no Laboratório do Departamento de Design e Moda da Universidade Estadual de Maringá, Campus Cianorte. 3.2 DELIMITAÇÃO ESPACIAL Esta pesquisa foi realizada no Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Paraná, Brasil. 60 3.3 ETAPAS DO ESTUDO Para melhor compreensão do estudo e atingir os objetivos propostos, o projeto foi constituído por três etapas distintas ilustradas no Quadro 1 e descritas a seguir. Etapa 1 Elaboração do protocolo de pesquisa Passo – A Submissão do projeto no CEP/PUCPR Etapa 2 Passo – B Estudo no BLH e a coleta dos dados após a aprovação do CEP/PUCPR Desenvolvimento da pesquisa Passo – C Tratamento dos dados Passo – D Análise dos resultados Etapa 3 Desenvolvimento do projeto de design e construção do protótipo Passo - A Busca por parcerias com instituições de ensino e pesquisa (Anexo A). Passo – B Desenvolvimento do projeto de Design (Anexo B) Passo – C Geração de idéias e concepção do modelo Passo – D Desenvolvimento e implementação do protótipo Quadro 1: Etapas do desenvolvimento do projeto. Fonte: a autora. 61 3.3.1 Etapa 1: Elaboração do protocolo Nessa etapa, realizou-se um levantamento bibliográfico, com a finalidade de identificar na literatura as várias técnicas utilizadas na investigação do IM. Elaborou-se o protocolo de pesquisa a partir de tecnologias pensadas (algometria e termografia), pois constatou-se que essas técnicas ainda não haviam sido aplicadas em nenhuma pesquisa semelhante a esta. 3.3.2 Etapa 2: Desenvolvimento da pesquisa Esta etapa foi considerada fundamental, pois forneceu subsídios técnicos imprescindíveis para a construção do protótipo projetado e desenvolvido na etapa três do presente estudo. Vale ressaltar que o massageador e a ordenhadeira utilizados na pesquisa experimental são tecnologias atualmente encontradas no mercado. Desse modo, essa etapa desenvolveu-se em quatro passos distintos: Passo A: O projeto foi submetido à aprovação no Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Passo B: realizou-se o estudo no Banco de Leite Humano, logo após a aprovação no CEP/PUCPR. A pesquisa ocorreu durante o atendimento às puérperas, no Banco de Leite Humano, onde foram coletados os dados para a análise da eficácia das técnicas e dos instrumentos adotados na metodologia da presente pesquisa; Passo C: realizou-se o tratamento dos dados, os quais foram compilados no programa Excel e efetuada sua análise estatística, assim como foi realizada a análise das imagens obtidas no estudo; Passo D: analisaram-se os resultados da metodologia aplicada visando obter informações sobre o IM, assim como subsídios para o projeto e desenvolvimento de um novo dispositivo. 62 3.3.3 Etapa 3: Desenvolvimento do projeto de design e construção do protótipo Dividida em cinco passos, essa etapa consistiu no desenvolvimento do projeto de design e na construção do protótipo: Passo A: busca por parcerias com instituições de ensino e pesquisa. Nesse momento da pesquisa, contataram-se professores dos cursos de Design da PUCPR e da UEM e pode-se contar com a participação de uma aluna do Programa de Iniciação Científica – PIC do Curso de Design e Moda/UEM; Passo B: levantamento bibliográfico e desenvolvimento do projeto. Foi preciso construir o seu conhecimento teórico para a elaboração do projeto de Design; Passo C: concepção do modelo e detalhamento construtivo a partir da geração de idéias e da pesquisa de campo; Passo D: desenvolvimento do protótipo. 3.4 POPULAÇÃO ESTUDADA A população estudada foi composta por 16 mulheres (dois grupos de oito) adultas (idade igual ou maior de 18 anos), atendidas no Banco de Leite Humano e procedentes da 2ª Regional de Saúde do Paraná (região Metropolitana de Curitiba), entre os dias 24 de janeiro e 23 de fevereiro. As voluntárias que compuseram a amostra (grupo experimental) foram divididas em dois grupos, por sorteio aleatório sistemático: grupo teste e grupo controle. Inicialmente, pensou-se em estudar grupos de mamas. Entretanto, optou-se pelo atendimento integral à mulher, sem dicotomia na sua assistência. Assim, propôs-se um protocolo que incluísse as duas mamas utilizando a mesma técnica em cada uma delas. Vale ressaltar que o tamanho da amostra foi assim estabelecido, devido a uma limitação de tempo, pois os equipamentos cedidos para este estudo também eram utilizados em outras pesquisas. Também, em função do tempo necessário para a aplicação do protocolo, pois várias lactantes convidadas não tiveram disponibilidade de participar da pesquisa. 63 3.4.1 Critérios de inclusão No estudo desenvolvido, foram adotados os seguintes critérios de inclusão: a) voluntárias com idade igual ou acima de 18 anos; b) voluntárias procedentes da 2ª Regional de Saúde; c) voluntárias entre o 3º e 10º dia do puerpério, que representa o período de maior incidência (CAMPESTRINI, 1992); d) voluntárias com ingurgitamento bilateral moderado e/ou intenso e de qualquer classificação quanto à sua localização, conforme critérios de Vinha (2002). 3.4.2 Critérios de exclusão Nos critérios de exclusão adotados na pesquisa, incluíram-se mulheres: a) com história de mamoplastia e/ou com prótese mamária; b) que estivessem utilizando ocitocina sintética; c) que tivessem usado analgésico nas seis primeiras horas antes do estudo; d) com ingurgitamento mamário decorrente do óbito da criança; e) que tenham utilizado cremes ou talco nas mamas no dia do exame; f) que tivessem tomado banho até uma hora antes do estudo; g) que tivessem tomado banho de sol ou de luz nas duas últimas horas antecedentes ao estudo; h) com história de lesão mamária palpável (LMP) ou não-palpável; i) com história anterior de mastite lactacional; j) com ingurgitamento glandular obstrutivo; k) com a integridade tissular prejudicada em qualquer região da mama; l) a não aceitação do método proposto. 64 3.5 COLETA DOS DADOS As lactantes tiveram seus horários agendados por telefone, conforme a rotina de atendimento do Banco de Leite Humano. As lactantes voluntárias foram recrutadas após uma abordagem, realizada por uma enfermeira com ampla experiência em amamentação, momento em que foram identificados os critérios de inclusão e exclusão. As candidatas foram convidadas a participar da pesquisa e receberam explicações prévias sobre a proposta do estudo. A assinatura da candidata foi coletada, somente após a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e tiveram os seus questionamentos totalmente respondidos. 3.5.1 Variáveis do estudo Para caracterizar a população estudada, foram analisadas como independentes, as variáveis sociais e as epidemiológicas obstétricas, perinatal, maternas e as relacionadas à prática do aleitamento materno, tais como paridade, idade da lactante, idade gestacional, estado civil, tipo de parto e intervalo de tempo entre as mamadas. Foram estudadas como variáveis dependentes sinais clínicos, tais como temperatura da pele, tipo de ingurgitamento, tolerância à pressão dolorosa e tempo de atendimento, conforme protocolo estabelecido para a pesquisa (Apêndice B). 3.5.1.1 Variáveis independentes As variáveis independentes são aquelas que exercem influência sobre outras variáveis. Para este estudo, foram elas: a) Idade: categorizada em 18 a 20 anos; de 21 a 34 anos e igual ou maior de 35 anos. Para esta foram consideradas adolescentes as lactantes com 65 idade igual ou menor de 18 anos, conforme os critérios do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 2008); b) Estado civil: as puérperas foram caracterizadas conforme sua situação conjugal no momento da pesquisa: casada; viúva; união estável; divorciada ou separada; solteira; c) Paridade: caracterizada pelo número de filhos tidos: nulípara (nenhum parto); primípara (um só parto); multípara (vários partos) (BARROS, 2006). Neste estudo, foram agrupadas em primíparas e multíparas; d) Tipo de parto: categorizado como vaginal (parto normal) e cesariano (parto operatório) (BRASIL, 2001); e) Idade gestacional (IG): a idade gestacional é calculada a partir do primeiro dia do último ciclo menstrual até a data do parto, expressando em dias ou semanas completas (OPAS, 1978). Segundo a OMS (1994), a duração da gestação é classificada como: pré-termo (< 37 semanas); a termo (37 a 41 semanas); pós-termo (> 42 semanas); para este estudo, categorizou-se de acordo com a classificação da OMS (1994); f) Recebimento de orientação sobre a amamentação: variável dicotômica do tipo sim ou não; g) Intervalo de tempo entre as mamadas: analisado em horas. 3.5.1.2 Variáveis dependentes As variáveis dependentes são as que sofrem a influência de outras variáveis. Para este estudo, foram elas: a) Classificação de Ingurgitamento: de acordo com os critérios de Shimo, Vinha e Ferreira (1985): (1) lobular: acomete um ou vários pontos esparsos da mama; (2) lobar: acomete uma ou mais regiões esparsas da mama; (3) ampolar: delimita-se a borda areolar; (4) glandular: há estase láctea em toda a glândula mamária com sensações de peso na mama e dor. Neste estudo, foi utilizado o exame físico de palpação; b) Temperatura da mama: De acordo com a International Academy of 66 Clinical Thermology (IACT, 2003), a imagem termográfica deve ser realizada em ambiente controlado (temperatura/umidade do ar), a alteração da temperatura deve ser mantida dentro de 1ºC durante o exame, 15 min de aclimatização antes do exame, evitar fontes de calor, região a ser examinada despida ou roupa solta, evitar o uso de talcos e cremes antes do estudo. Para essa medida, a imagem foi obtida na posição frontal. Já a análise ocorreu de duas formas: por quadrantes (Figura 14 (b)) e em três manchas frias em pontos distintos nas mamas; c) Limiar de dor à pressão: O limiar de dor à pressão corresponde à mínina pressão exercida pela ponteira do algômetro sobre uma determinada superfície da pele, gerando desconforto físico (FISCHER, 1987). Substâncias, tais como, psicotrópicos, álcool e a nicotina, por exemplo, são capazes de bloquear a condução dessas percepções (PIOVESAN, et al., 2001). Essa medida, efetuada com auxílio do algômetro, em quilograma força (kgf), foi obtida nos quatro quadrantes da mama, conforme ilustrado na Figura 14(a). Segundo o Glossário de Semiologia, as mamas são compostas de cinco partes: quadrante superior-externo (QSE), quadrante superior-interno (QSI), quadrante inferior-interno (QII), quadrante inferior-externo (QIE), e região aréolo-mamilar (GLOSSÁRIO SEMIOLOGIA - GS, 2009). Figura 14 – (a) quadrantes da mama. Fonte: Brasil (2007). (b) termograma mostrando como os quadrantes foram medidos para a obtenção da temperatura neste estudo (palette rainhi). Fonte: a autora. 67 d) Tempo de atendimento: constituiu o tempo necessário para a resolução do problema de cada lactante. Nesta variável, o tempo foi descrito em minutos. 3.5.2 Materiais e instrumentos utilizados No puerpério imediato e com mamas ingurgitadas, a mulher vive um período especialmente delicado. Dessa forma, a escolha de um método para avaliar a anatomia e a fisiologia mamária precisa ser criteriosa. Encontraram-se na literatura diferentes métodos e instrumentos tecnológicos, entretanto, nenhum deles foi considerado padrão ouro. Na presente pesquisa, optou-se por três tipos de abordagens para a obtenção dos dados: método do exame clínico, algometria de pressão e a termografia computadorizada. O exame físico neste estudo compreendeu inspeção e palpação direta das mamas das lactantes. Assim, dois instrumentos foram elaborados, sendo: um roteiro estruturado para entrevista (Apêndice - A) e uma ficha para a coleta de dados (Apêndice - B). Para o exame de algometria, utilizou-se o algômetro digital de pressão Modelo FDI, da marca Vagner InstrumentsTM, ilustrado na Figura 15. O algômetro é um dispositivo mecânico formado basicamente por uma célula de carga composta por quatro strain gauges que registra (por meio de um circuito eletrônico) a pressão aplicada sobre determinadas superfícies. Este é constituído basicamente de quatro estruturas: superfície de estimulação; painel de controle e visualização; corpo do aparelho; fonte de alimentação. Na superfície de estimulação, encontram-se uma ponteira revestida com borracha apresentando 1 cm de diâmetro. A termografia computadorizada foi introduzida neste estudo como método experimental na avaliação do ingurgitamento mamário. O sistema utilizado neste estudo é composto por uma câmera com sensor de radiação infravermelha, que capta a imagem do objeto e a exibe com resolução de 16 bits, em tempo real na tela do computador em 60 Hz (Figura 16). Esta câmera possui sensores capazes de captar a temperatura a menos de 70 mK, com 68 faixa de temperatura operacional de –15 °C a +50 °C e uma precisão de mais ou menos 2 ºC (2%), conforme especificação do fabricante (FLIRTM, 2008). Inclui ainda um software que permite a análise do termograma, cuja imagem apresenta-se como um mapa colorido, onde cada cor representa um valor de temperatura. Figura 15 – Algômetro digital de pressão Modelo FDI, da TM marca Vagner Instruments . Fonte: a autora. TM Figura 16 – Câmera termográfica modelo A 325, da indústria FLIR , e demais dispositivos equipamentos utilizados no protocolo experimental. Fonte: a autora. 69 Verificou-se que a algometria é uma técnica de fácil manuseio, segura e oferece dados semi-quantitativos de dor. Já a termografia foi selecionada por ser um método indicado para estudos de comparação, além do conforto e segurança na obtenção das imagens. Desse modo, a partir dos termogramas, pretendia-se comparar os padrões diferenciais de distribuição de temperatura antes e após a massagem e ordenha de alívio. As técnicas propostas atenderiam às necessidades do presente estudo, considerando o problema em que as voluntárias estariam vivenciando no momento da pesquisa. Também foram utilizados os seguintes instrumentos: termo-higrômetrorelógio Incoterm para monitorar a temperatura do ambiente e a umidade relativa do ar; cronômetro 100 memórias Cielo Elite modelo 079, para medidas adicionais de monitoração do ambiente e tempo dos procedimentos. 3.5.3 Protocolo experimental O protocolo experimental foi composto por um roteiro para entrevistas (Apêndice A); um instrumento de coleta de dados (Apêndice B); o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice C), baseado na determinação da Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Pesquisa e uma lista de procedimentos em conformidade com as recomendações da International Academy of Clinical Thermology (IACT, 2003), as Normas Técnicas para Bancos de Leite Humano (BRASIL, 2004b) e critérios adotados por Silva (1987). 3.5.3.1 Descrição da massagem e ordenha das mamas Para este estudo, chamou-se grupo experimental aquele que foi constituído pelas dezeseis lactantes da amostra. O grupo experimental foi dividido em dois grupos com oito lactantes: grupo teste e grupo controle. No grupo controle, realizou-se a massagem e ordenha manuais. No grupo teste, a massagem e ordenha manuais foram substituídas pelas eletromecânicas. Aplicou-se o massageador vibroterápico de uso geral, da 70 marca Physical, no modo de maior vibração e a bomba tira leite da marca Medela. Vale ressaltar que este modelo de bomba possui dois estágios de sucção: mínimo e máximo. Para este estudo selecionou-se o modo de sucção máxima. O procedimento a seguir foi aplicado nas lactantes, conforme a técnica de tratamento proposta a cada grupo respectivamente: a) anti-sepsia das mãos com água e sabão; b) secagem das mãos com toalha limpa; c) para o grupo teste foi oferecido o massageador ligado à lactante permitindo que se fizesse o teste nas suas mãos; d) no ingurgitamento glandular, aplicado a massagem eletromecânica (grupo teste) e manual (grupo controle) por 1 min, iniciando pela aréola em direção a base da mama; e) verificou-se se ocorreu amaciamento, por meio da palpação; f) nos casos positivos (amaciamento), realizou-se a ordenha antes da próxima massagem (ambos os grupos); g) nos casos negativos, aplicou-se novamente a massagem eletromecânica (grupo teste), ou manual (grupo controle) intercalando com a ordenha eletromecânica (grupo teste) ou manual (grupo controle) até proporcionar alívio e conforto por meio do esvaziamento; h) nos ingurgitamentos lobares, lobulares e ampolares, aplicou-se a massagem eletromecânica (grupo teste) ou manual ( grupo controle) em todos os pontos intumescidos até o amolecimento da região, intercalando com a técnica de ordenha respectivamente; i) na ordenha manual, colocou-se o polegar sobre a mama, onde termina a aréola e os outros dedos abaixo, na borda da aréola (grupo controle); j) comprimiu-se a aréola e mama subjacente contra as costelas, por meio dos dedos polegar e indicador (grupo controle); k) extraiu-se o leite e desprezou-se os primeiros jatos de cada lado (grupo controle); l) repetir o movimento de forma rítmica, rodando a posição dos dedos ao redor da aréola para esvaziar todas as áreas (grupo controle); m) a ordenha mecânica, consistiu num mecanismo de sucção por pressão negativa. 71 3.5.3.2 Técnica de exame de inspeção e palpação Para a realização deste exame, propôs-se o seguinte procedimento: a) ofereceu-se à voluntária um avental; b) solicitou-se à puérpera que ficasse em posição sentada, com os braços paralelos ao tórax e as mãos sobre a região anterior das coxas, em frente à examinadora; c) inspecionou-se as mamas observando o tipo de mamilo, alterações na coloração da pele; d) realizou-se a palpação, observando o tipo de ingurgitamento mamário e seu comportamento ântero-posterior ao tratamento; e) palpou-se os quadrantes externos iniciando pela região inframamária e até a região infraclavicular; f) palpou-se a mama com a polpa digital “como se estivesse tocando piano”; g) realizou-se a expressão manual dos mamilos usando os dedos indicador e polegar, observando a excreção do leite. 3.5.3.3 Descrição do protocolo O processo amostral dos grupos deu-se por meio de sorteio sistemático. Para cada lactante sorteavam-se o tipo de tratamento a ser realizado, assim como a mama para o início do tratamento. O tratamento consistiu na aplicação de duas técnicas. O grupo controle recebeu massagem e extração do leite (ordenha) com técnicas manuais. Já o grupo teste recebeu a massagem e ordenha utilizando técnicas eletromecânicas, por meio de um massageador vibroterápico da marca Physical e bomba tira-leite elétrica da marca Medela, modelo Single Deluxe (dois estágios de sucção: mínimo e máximo) conforme mostrado na Figura 17. 72 Figura 17: Fotos dos instrumentos eletromecânicos utilizados na pesquisa. Em (a), técnica com o massageador. Em (b), técnica com a ordenhadeira. Fonte: a autora. Após ter ciência do estudo e terem assinado o termo de consentimento, as lactantes permaneceram em um ambiente de 7,5 m² refrigerado por condicionador de ar comum, em temperatura entre 23 e 24 ºC e a umidade relativa do ar entre 40 e 50%, monitorada por termo-higrômetro digital modelo 7645 do fabricante Incoterm. Houve isolamento total de fontes externas de calor e inexistência de equipamentos capazes de alterar a temperatura da sala de coleta. As mamas foram mantidas descobertas na posição sentada e as mãos sobre as coxas por 15 min (Figura 18) antes da coleta da primeira imagem, momento em que foram fornecidas as orientações sobre o manejo da amamentação. Todos os exames foram realizados antes e depois do tratamento. Os termogramas foram obtidos com a lactante sentada, membros superiores alinhados ao tórax, em posição frontal, incluindo as duas mamas em uma única imagem. Tanto o exame físico quanto a algometria e a massagem foram realizados com as lactantes em posição sentada e as mãos repousadas sobre as coxas. Antes de efetuar a massagem das mamas, foi realizado um teste preliminar com o massageador nas mãos das voluntárias do grupo teste, as quais receberam a massagem eletromecânica. O mesmo ocorreu com o algômetro, antes da realização dos testes de tolerância à pressão, com todas as voluntárias da amostra. A câmera termográfica foi colocada sobre um tripé e posicionada a 75 cm de altura e 1,30 m de distância da lactante, conforme ilustrado na Figura 18. Esses parâmetros foram escolhidos por melhor enquadrarem as imagens na tela do computador e porque a câmera propicia adequadamente ajustes e a correções em função da distância e da 73 emissividade do corpo. Por outro lado, até o momento não existe um protocolo padronizado e específico para esse tipo de aquisição de imagens. Figura 18 – Foto de uma lactante durante o período de repouso, após o tratamento. Fonte: a autora. Durante a técnica de algometria, as voluntárias se mantiveram com os olhos fechados para não se distraírem. A tolerância à pressão foi avaliada nos pontos centrais dos quatro quadrantes das mamas, iniciando pelo QSI sentido relógio para a mama esquerda e anti-relógio para a mama direita. Esses pontos de leitura foram escolhidos, pois de acordo com a literatura alguns quadrantes são mais propensos ao ingurgitamento do que outros (SILVA, 1996). A avaliadora utilizou um comando verbal de “concentre-se” e com a ponteira do algômentro em um ângulo de 90º com a pele, pressionou de forma uniforme e gradativa, conforme mostrado na Figura 15. A partir da pressão exercida, instantaneamente o visor do aparelho mostrava uma resposta numérica. Para o voluntário verbalizar o menor desconforto à pressão, neste trabalho orientou-se a expressar a palavra “ai”, então, a avaliadora interrompia rapidamente a pressão sobre a pele. Assim, o algômetro travava, registrando o nível de pressão aplicado, em kgf/m², que correspondia à menor tolerância à dor. Em cada ponto, foram realizadas duas medidas. Inicialmente, pensou-se em três leituras, no entanto, observou-se que com duas medidas havia menos sinais de estresse, tais como expressão facial de cansaço, respiração profunda 74 e inquietação em três lactantes que tiveram apenas as duas primeiras leituras consideradas para o estudo. Nessas lactantes, os testes posteriores apresentaram menor tolerância à dor. Vale ressaltar que as demais voluntárias tiveram suas medidas tomadas apenas duas vezes em cada quadrante. Desse modo, utilizou-se somente a média de duas leituras. A tolerância à pressão foi calculada logo após a obtenção das imagens. Após o tratamento a lactante permaneceu com as mamas expostas em repouso por 15 min antes de coletar a última imagem, momento em que foi respondido o questionário e todas tiveram o atendimento concluído. Na mama ingurgitada, o termograma (Figura 19) apresenta uma imagem quantiqualitativa, onde nos SP01, SP02, SP07 e SP08 indicam os pontos mais quentes das mamas representados pela cor vermelha, fazendo contraste com as manchas amarelas e a verde que representam as regiões mais frias e indicadas pelos SP03, SP04, SP05 e SP06. O termograma normal de lactante sem ingurgitamento (Figura 20) apresenta uma imagem onde as machas azuis, mais frias, estão circundadas pelas cores verde e amarela, sendo a última mais quente. A termografia seria considerada um método adequado quando após a massagem/ordenha, o termograma apresentasse padrões de cores modificados na distribuição térmica e gradiente de temperatura negativo mínimo de 0,3ºC. Do mesmo modo, seria considerada assimetria térmica quando entre as mamas da mesma mulher, houvesse pelo menos 0,3ºC de diferença. Esse critério foi adotado, pois também foi utilizado por outros pesquisadores, apesar de aplicado a outras patologias (BRIOSCHI et al., 2009). Também porque a assimetria térmica entre uma região normal e uma acometida por um tumor de mama, por exemplo, pode ser de 2 a 3 ºC (HU et al., 2004), mas que não é o caso do presente estudo. Já a algometria de pressão seria considerada adequada quando após o tratamento, apresentasse um diferencial estatisticamente significativo nos testes de algometria em função do aumento da tolerância à pressão dolorosa. 75 Figura 19 – Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso. Áreas verdes (mais frias) e áreas amarelas, circundadas pela cor vermelha (mais quente), identificando alguns pontos pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. Figura 20 – Termograma mostrando mamas de lactante em condições normais. Áreas azuis, mais frias, circundadas pelas cores verdes e amarela, mais quentes. Na imagem, alguns pontos são identificados pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi), com as correspondentes temperaturas (canto direito superior). Fonte: a autora. 3.6 ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram digitados em planilha Excel, e para a análise estatística foi utilizado o software SAS 9.1 e o software R. Os resultados obtidos das 76 variáveis quantitativas foram expressos por medidas descritivas. Para variáveis qualitativas, são apresentados percentuais e tabelas de frequência. Para avaliar o efeito do tratamento (comparação das avaliações antes e depois do tratamento) foi usado para amostras pareadas o teste não-paramétrico de Wilcoxon. Para a comparação de dois grupos, aplicou-se o teste MannWhitney. Para avaliação do erro de método foi usado o teste t de Student para amostras pareadas e o coeficiente de correlação de Pearson. Para todos os testes estatísticos, foi fixado o valor de 5% para significância. 3.6.1 Processamento das imagens termográficas A primeira etapa do processamento constituiu na transferência das imagens para o computador, utilizando o software ThermaCAM™ Researcher Professional 2.9 (FLIR Systems). Em seguida, realizou-se a leitura das imagens, iniciando com a identificação do marcador mais adequado, e da paleta que melhor proporcionasse visualização das áreas de interesse. Assim, selecionaram-se o marcador Flying spotmeter, as Palettes Medical para a análise da temperatura mínima (pixel mais frio), e as Palettes Hainhi e Rain10 para a apresentação final da imagem. As imagens foram analisadas de duas formas diferentes. Para a análise geral da glândula mamária, selecionaram-se três manchas frias em pontos distintos das mamas excluindo a região complexo areolar para eliminar possíveis artefatos na imagem, provocados pelo extravasamento de leite (reflexo de ejeção). Para essa análise, foram consideradas as temperaturas mínimas captadas nos pixels mais frios contidos nas imagens. Isso ocorreu para evitar leitura de temperatura sobre o sistema vascular da superfície, considerada por Albernaty e Uematsu (1986), como obstáculo na investigação. Já para analisar as mamas por quadrantes, optouse pela leitura de toda a área termografada, conforme ilustrado na Figura 9. Isso ocorreu, porque muitos quadrantes além de terem sido parcialmente termografados, ainda apresentaram apenas uma estrutura “hipertérmica” formada pelo sistema vascular superficial, o que “saturou” a imagem, ou seja, não se visualizaram nenhuma mancha fria. 77 3.7 ASPECTOS ÉTICOS O estudo clínico e a entrevista foram realizados mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, pelas mulheres que concordaram em participar da pesquisa (Apêndice C). A coleta de dados foi realizada tão logo passou pela apreciação e aprovação do projeto de pesquisa, pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sob nº 5863 (Anexo D). 3.8 A PROPOSTA DA TECNOLOGIA PARA O TRATAMENTO DO IM Um dos objetivos traçados no presente estudo foi, a partir da pesquisa experimental, propor o desenvolvimento de uma tecnologia para a aplicação no manejo clínico da amamentação. Trata-se de um dispositivo que auxilia os profissionais de saúde na assistência à puérpera com ingurgitamento mamário lactacional. Assim, foi necessário adotar uma metodologia iniciando pelo conhecimento desde os aspectos anatômicos e fisiológicos da mama em lactação, passando pelos biomateriais e até as características de usabilidade e ergonomia de uma tecnologia social. Inicialmente, ocorreu uma sucessão de visitas a instituições de reabilitação física, em departamentos de materiais específicos, empresas de conformação de materiais e visitas em instituições de ensino e pesquisa, que culminou numa parceria para o desenvolvimento do dispositivo. Reuniões periódicas com colegas e professores envolvidos no projeto também foram propostas para favorecer o trabalho, principalmente na fase de geração de idéias, que foi marcada por várias discussões, cujos resultados são apresentados no capítulo 4. A construção do protótipo iniciou-se durante a realização da pesquisa experimental, mas foi plenamente definida após a sua realização, quando, então, inferiu-se sobre todos os aspectos necessários para a solução tecnológica no tratamento do ingurgitamento mamário lactacional. Concluiu-se 78 que o dispositivo deveria contemplar características de usabilidade e ergonomia, tanto para as lactantes como para os profissionais envolvidos. Assim, consideraram-se os aspectos anatômicos e fisiológicos da mama; aspectos tecnológicos para sua construção, e sua viabilidade econômica. Além de fácil manuseio e efetividade, também deveria contemplar as classificações de ingurgitamento quanto a sua localização. A escolha dos materiais ocorreu de forma criteriosa, considerando a sua utilização em âmbitos domiciliar e hospitalar. Assim, os materiais que entram em contato com a pele são flexíveis, proporcionam conforto, possuem baixa toxicidade e resistência à corrosão, são isolantes térmicos e de fácil higienização, além dos fatores econômicos. O polipropileno foi usado na construção do gabinete e em acessórios que entram em contato com a pele. Optou-se pelo polipropileno pelas características esperadas e apresentadas no Quadro 2. Quadro 2 – Polímero – Termoplástico – Polipropileno PP Designação Significado Nome comercial PP Polipropilen o Hostalen PP, Novolen, Procom, Vesloten P Densidade g/cm³ Resistência à tração N/mm² Resistência à choque mJ/mm² Temperatura de serviço, longo prazo 21...37 k. B. ³ 100...110 0,91 Fonte: Manual de Tecnologia metal Mecânica (MADJEREY, 2008). O polipropileno é um termoplástico branco, opaco; apresenta peso molecular, 80.000 - 500.000; índice de refração de 1,49 e cristalinidade entre 60-70% (MADJEREY, 2008). “Dentre as propriedades marcantes o PP apresenta menor custo e alta resistência química e a solventes. Assim, ele tem sido muito utilizado em bastidores de eletrodomésticos e materiais hospitalares entre outras aplicações” (MANO, 2003, p.68). Já o neoprene foi usado na confecção do sutiã, assim como material de revestimento para o massageador, pois é muito utilizado na fabricação de roupas de mergulho e alguns equipamentos em que há uma grande rotatividade de pessoas, como aparelhos de segurança. Existem vários tipos de neoprene, com características diferentes, porém, optou-se pelo Neoprene Air™ 79 bastante utilizado na confecção de aparelhos ortopédicos (NEOPRENE BRASIL, 2010). Desse modo, pressupõe-se que essas características podem facilitar a higienização, evitar odores e causar maior conforto à lactante. O dispositivo proposto foi construído e será apresentado no capítulo 4. 80 CAPÍTULO 4 RESULTADOS Neste capítulo, apresentam-se os resultados obtidos, com auxílio de tabelas, gráficos, imagens termográficas e abordagem estatística. Abordam-se os resultados alcançados por meio das tecnologias propostas para a avaliação e o tratamento e do ingurgitamento mamário. Descreve-se também o dispositivo proposto para o tratamento e mesmo a prevenção do problema. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS LACTANTES CONFORME OS GRUPOS As lactantes que participaram da amostra foram caracterizadas de acordo com as condições socioeconômicas e epidemiológicas, por meio de um questionário elaborado para essa finalidade (Apêndice A). Trabalhou-se, neste estudo, com uma amostra de 16 lactantes que, por sua vez, de forma aleatória, foi dividida em dois grupos, teste e controle. Na Tabela 1, apresentam-se as características das lactantes, conforme a idade, estado civil, profissão, número de gestações, dias de puerpério, tipo de parto, idade gestacional, orientação sobre amamentação e localização do IM. Conforme detalhado na Tabela 1, no grupo teste 37,50 % das lactantes tinha entre 21 e 25 anos; mais da metade delas 62,55% eram casadas ou tinham união estável; 62,50% praticavam alguma atividade fora do lar. Em relação à paridade, 87,50% do grupo era primípara; 50% encontrava-se entre o 3º e 5º dia de puerpério; 50% delas estavam acometidas pelo ingurgitamento glandular moderado e ou intenso; 75% haviam ganho seus filhos de parto cesariano; 62,50% verbalizaram que não receberam nenhum tipo de orientação durante o pré-natal. 37,5% ainda não estavam amamentando e apenas 12,5% amamentavam livre demanda. 81 Tabela 1. Caracterização Sócio-econômicas e epidemiológicas das lactantes conforme a idade, estado civil, profissão, número de gestações, dias de puerpério, tipo de parto, idade gestacional, orientação sobre amamentação, localização do IM e intensidade do IM. Curitiba – PR, 2011. Teste Controle Idade Número de Número de Anos completos respostas % respostas % 18 a 20 1 12,50 2 25 21 a 25 3 37,50 26 a 30 2 25 4 50 31 a 35 1 12,50 1 12,50 36 a 40 1 12,50 1 12,50 Estado Civil Casadas/união estável 5 62,50 3 37,50 Solteira/divorciada 3 37,50 5 62,50 Profissão Do lar 3 37,5 2 25 Estudantes/ outras atividades 5 62,5 6 75 Nº. de partos 1 7 87,5 3 37,5 2a5 1 12,5 5 62,5 Dias de puerpério 3º ao 5º 4 50 6 75 7º ao 10º 4 50 2 25 Tipo de parto Normal 2 25 3 37,5 Cesariano 6 75 5 62,5 Idade gestacional 31 à 35 semanas 1 12,5 2 25 37 à 40 semanas 7 87,5 6 75 Orientação/ aleitamento Sim 3 37,5 4 50 Não 5 62,5 4 50 Tempo entre Mamadas (h) 2/2 2 25 1 12,5 3/3 2 25 5 62,5 Não estavam 3 37,5 2 25 amamentando Livre demanda 1 12,5 Total 8 Total geral Fonte: a autora 100 8 100 16 Já no grupo controle, 50% das lactantes tinha entre 26 e 30 anos; mais da metade delas (62,55%) era casada ou tinha união estável; 75% praticava alguma atividade fora do lar; 62,50% era primípara; 75% encontrava-se entre o 3º e 5º dia de puerpério; 62,50% tinha ingurgitamento do tipo lobar; 62,50% 82 havia se submetido a parto cesariano e 50% afirmou não ter recebido nenhuma orientação sobre amamentação; e 25% ainda não estavam amamentando. As demais praticavam aleitamento com tempo pré-estabelecido (2/2 ou 3/3 h). 4.2 ESTUDO DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS A apresentação dos resultados das intervenções propostas está organizada na seguinte seqüência: avaliação a partir do exame clínico, avaliação da tolerância à pressão dolorosa e avaliação da temperatura. 4.2.1 Exame clínico A partir do exame físico de palpação, identificou-se as regiões anatômicas das mamas que foram mais acometidas pelo ingurgitamento mamário, dentro de cada grupo. O propósito foi avaliar a porcentagem de quadrantes acometidos e comparar dentre eles os que mais ingurgitaram. Os resultados são apresentados na Tabela 2. Tabela 2 – Distribuição de ingurgitamento mamário por quadrante, dentro de cada grupo (controle e teste). Curitiba, PR, 2011. Ingurgitamento (%) Lateralidade Quadrante Grupo controle Grupo teste Direita Esquerda Fonte: a autora Superior Externo 100 100 Inferior Externo 75 87,5 Inferior Interno 50 50 Superior Interno 50 62,5 Superior Externo 87,5 75 Inferior Externo 87,5 87,5 Inferior Interno 50 75 Superior Interno 62,5 75 83 Observa-se nessa tabela que os quadrantes mais acometidos foram os superiores externos e, em ambos os grupos, 100% deles estava ingurgitado na mama direita. Em segundo lugar, ficou o QIE seguido pelos QSI. Tabela 3 – Distribuição de ingurgitamento mamário por localização, dentro de cada grupo (controle e teste). Curitiba, PR, 2011. Grupo teste Grupo controle Localização do IM n % n % Glandular 4 50 3 37,5 Lobar e lobar/ampolar 4 50 5 62,5 8 100 8 100 Total Total geral 16 Quanto ao tipo de ingurgitamento por localização, a Tabela 3 mostra que as lactantes voluntárias do grupo teste tiveram 50% de ingurgitamento glandular e a mesma proporção de lobar e lobar/ampolar. Já no grupo controle, 62,5% das lactantes foram acometidas pelo IM lobar e lobar/ampolar. No Gráfico 1, ilustra-se a distribuição por grau de intensidade do ingurgitamento glandular, apresentando-se 57,14% com ingurgitamento moderado e 42,86% intenso. Gráfico 1 – Distribuição dos ingurgitamentos glandulares conforme a classificação de intensidade. Curitiba – PR, 2011. 84 4.2.2 Estudo da algometria à pressão dolorosa 4.2.2.1 Estudo comparativo da algometria dentro de cada grupo Neste estudo, a tolerância à pressão foi avaliada por região anatômica dentro de cada grupo, antes e depois da intervenção. A comparação do grupo teste foi realizada da mesma maneira do grupo controle, utilizando o teste não paramétrico de Wilcoxon. Verificou-se se houve diferença significativa entre o início e depois da aplicação do tratamento tradicional. Os resultados são apresentados nas Tabelas 4 e 5, incluindo o p-valor respectivo a comparação de cada quadrante. Considerando-se o pequeno tamanho da amostra de cada grupo (n=8), para avaliar a diferença pré-pós-tratamento em relação à algometria, foi utilizada uma abordagem não paramétrica (teste de Wilcoxon). Os valores da mediana das avaliações pré-pós-tratamento e os valores de p dos testes estatísticos de cada quadrante, para o grupo controle, são apresentados na Tabela 4. Tabela 4 – Comparação da tolerância à pressão dolorosa nas mamas ingurgitadas, pré e pós no grupo controle. Curitiba – PR, 2011. Mediana (kgf) Lateralidade Quadrante p-valor* Pré Pós Direita Esquerda Superior Externo 0,865 0,9675 0,1953 Inferior Externo 0,6475 0,7725 0,3828 Inferior Interno 0,68 0,7725 0,1094 Superior Interno 0,8025 0,9625 0,6406 Superior Externo 0,6925 0,82 0,2719 Inferior Externo 0,5875 0,69 0,00781* Inferior Interno 0,63 0,6775 0,1829 0,9125 0,1484 Superior Interno 0,6875 *Teste de Wilcoxon, nível de 5% de significância. Fonte: a autora Os resultados indicaram que no grupo controle apenas o quadrante inferior externo do lado esquerdo apresentou diferença significativa entre o pré 85 e o pós intervenção, apresentando um aumento da tolerância dolorosa no teste de algometria após o tratamento. Comparando as medianas dos testes de algometria (kgf) pré e pós, quadrante a quadrante verifica-se que no grupo teste não houve diferença significativa entre o pré e o pós de cada quadrante, conforme apresentado na Tabela 5. Tabela 5 – Comparação da tolerância à pressão dolorosa nas mamas ingurgitadas, pré e pós no grupo teste. Curitiba – PR, 2011. Mediana (kgf) Lateralidade Quadrante p-valor* Pré Pós Direita Esquerda Superior Externo 1,0575 1,175 0,3828 Inferior Externo 0,8275 0,855 0,8438 Inferior Interno 0,7925 0,795 0,3125 Superior Interno 1,2075 1,2225 0,7422 Superior Externo 1 1,1325 0,9453 Inferior Externo 0,725 0,8725 0,8438 Inferior Interno 0,8825 1,14 0,7422 Superior Interno 0,9 1,1375 0,3828 *Teste de Wilcoxon, nível de 5% de significância. Fonte: a autora 4.2.2.2 Estudo comparativo da algometria dentro os dois grupos Neste etapa do estudo, comparou-se a tolerância à pressão dolorosa entre o grupo controle e grupo teste, para avaliar o tratamento. Para verificar a significância dos resultados. Para tal, aplicou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney, a fim de detectar as diferenças nas medidas entre os grupos no pós intervenção. Os resultados são apresentados na Tabela 6. Comparando cada quadrante separadamente, não se observou diferença significativa ao nível de 5% de significância. 86 Tabela 6 – Comparação da tolerância à pressão dolorosa nas mamas ingurgitadas, entre os grupos após o tratamento. Curitiba – PR, 2011. Teste Controle QSED Pós Mediana(kgf) 1,175 Pós Mediana(kgf) 0,9675 QIED 0855 0,79 0,5737 QIID 0,795 0,7725 0,6454 QSID 1,2225 0,9625 0,3823 QSEE 1,1325 0,82 0,2786 QIEE 0,8725 0,69 0,3823 QIIE 1,14 0,6775 0,1689 QSIE 1,1375 0,9125 0,3282 Quadrante p-valor 0,5737 Teste de Mann-Whitney. Fonte: a autora. 4.2.2.3 Estudo comparativo da algometria entre as classificações de localização do IM nas mamas das lactantes do grupo experimental Nesta etapa da pesquisa, avaliou-se a tolerância à pressão entre as classificações de ingurgitamento por localização, com o propósito de verificar se havia diferença entre mamas com ingurgitamento glandular e mamas com IM lobar, lobar/ampolar, antes da intervenção. Para este, utilizou-se o teste Mann-Whitney, e o resultado é apresentado na Tabela 7. Tabela 7– Comparação da temperatura entre os tipos de ingurgitamento, conforme a localização, dentro do grupo experimental. Curitiba - PR, 2011. Pré - Mediana (Kgf) IM Glandular 0,67625 IM Lobar e Lobar/Ampolar 0,888125 p-valor 0,4698 Teste de Mann-Whitney. Fonte: a autora. Observou-se, entre os tipos de ingurgitamento, que não houve diferença significativa nos testes de algometria. 87 4.2.2.4 Estudo comparativo da algometria dentre os quadrantes das mamas das lactantes do grupo experimental Nesta fase do trabalho, comparam-se as regiões anatômicas das mamas entre as lactantes do grupo experimental, com o propósito de avaliar a tolerância à pressão dolorosa nos quatro quadrantes testados, antes e após a intervenção. Uma inspeção no Gráfico 2 mostra que os quadrantes com menor tolerância à pressão, antes e após o tratamento, foram os Quadrantes Inferiores Externos Lado esquerdo, Quadrantes Inferiores Internos Lado direito e Quadrantes Inferiores Externos Lado direito. Observa-se que após o tratamento, os quadrantes mais tolerantes foram os mesmos observados antes do tratamento. Gráfico 2 – Comparação da tolerância à pressão (kgf/cm²) em mama direita (D) e mama esquerda (E) das lactantes, por quadrante, pré e pós tratamento. Curitiba – PR, 2011. Fonte: a autora. 4.2.3 Avaliação termográfica 4.2.3.1. Avaliação em pontos distintos da mama Para este estudo, consideraram-se as temperaturas captadas em três pontos distintos das mamas, a partir do Flying spotmeter, com a finalidade de avaliar apenas as temperaturas mínimas contidas nos termogramas, excluindose assim os vasos mais calibrosos do sistema vascular superficial, visualizados nas imagens. 88 4.2.3.1.1 Estudo comparativo da temperatura entre os dois grupos Nesta etapa, comparou-se a temperatura das mamas entre o grupo controle e grupo teste, antes e após a intervenção, com a finalidade de avaliar se houve diferença significativa da temperatura. Empregou-se aqui o teste não paramétrico de Wilcoxon, cujos resultados são apresentados na Tabela 8. Tabela 8 – Comparação da temperatura entre o grupo controle e o grupo teste, antes e pós o tratamento. Curitiba - PR, 2011. Grupo Pré - Mediana (°C) Pós - Mediana (°C) p-valor Teste 35,1 35,1 0,944 34,7 34,4 0,06802 Controle Teste de Wilcoxon. Fonte: a autora. Observa-se que ao nível de 5% de significância, não houve diferença significativa entre as variações de temperatura, entre o pré e pós tratamento tanto no grupo teste quanto no grupo controle. 4.2.3.1.2 Estudo comparativo da temperatura conforme a localização do IM nas mamas das lactantes do grupo experimental Nesta análise, avaliaram-se as temperaturas entre os tipos de ingurgitamento relacionados à localização, com o propósito de comparar se houve diferença significativa entre mamas com ingurgitamento glandular e mamas com IM lobar, lobar/ampolar, antes do tratamento. Aplicando também o teste de Mann-Whitney, verificou-se se havia diferença significativa entre o ingurgitamento glandular e outros tipos de ingurgitamento na variável temperatura, e os resultados são apresentados na Tabela 9. Observa-se que mamas com o IM glandular apresentam-se mais quentes. A diferença da temperatura foi de 0,5ºC com um p-valor de 0,1835. Deste modo, não houve diferença significativa para as medidas de temperatura entre o ingurgitamento glandular e os demais tipos avaliados. 89 Tabela 9 – Comparação da temperatura entre os tipos de ingurgitamento por localização. Curitiba – PR, 2011. Ingurgitamento Lobar e Ingurgitamento Glandular p-valor Lobar/Ampolar Pré - Mediana(°C) 35,3 34,8 0,1835 . Teste de Mann-Whitney Fonte: a autora. 4.2.3.1.3 Estudo comparativo da temperatura entre o ingurgitamento moderado e o intenso antes do tratamento Neste estudo, comparou-se mama direita e mama esquerda em duas classificações de intensidade do ingurgitamento glandular, antes do tratamento, com o propósito de verificar a diferença de temperatura entre o ingurgitamento glandular moderado e o intenso. Os resultados são apresentados na Tabela 10. Tabela 10 – Comparação da temperatura entre mamas com ingurgitamento moderado e com ingurgitamento intenso antes do tratamento, dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011. Lactante Ingurgitamento Mama direita Mama esquerda SPO1 SPO2 SPO3 Média SPO1 SPO2 SPO3 Média Média direita e esquerda 1 Intenso 36,3 35,1 35,7 35,7 35,9 36,1 36,0 36,0 35,9 2 Intenso 35,4 35,1 36,2 35,6 34,8 35,3 36,1 35,4 35,5 3 Intenso 35,1 34,5 35,1 34,9 35,4 34,9 35,9 35,4 35,2 4 Moderado 34,3 35 35,4 34,9 34,8 34,8 34,7 34,8 34,8 5 Moderado 34,7 35,8 35,3 35,3 34,6 35,0 35,4 35,0 35,1 6 Moderado 34,5 34,5 35,5 34,8 34,2 34,1 34,6 34,3 34,6 7 Moderado 34,7 34,1 34,9 34,6 34,0 34,6 34,7 34,4 34,5 Média ±dp Intenso 35,6±0,6 34,9±0,3 35,7±0,6 35,4±0,4 35,4±0,6 35,4±0,6 36±0,1 35,6±0,3 35,5±0,4 Moderado 34,6±0,2 34,9±0,7 35,3±0,3 34,9±0,3 34,4±0,4 34,6±0,4 34,9±0,4 34,6±0,3 34,8±0,3 Fonte: a autora. Na Tabela 10, observa-se que as mamas com ingurgitamento moderado tiveram a temperatura média de 34,8ºC contra 35,5ºC para as mamas com ingurgitamento intenso, sendo o intenso 0,7ºC mais quente. Comparando as temperaturas entre mama direita e mama esquerda, a média foi de 0,2ºC para mamas com IM intenso e 0,3ºC para mamas com IM moderado, mostrando pequena variação de temperatura entre as mamas. Dentre as lactantes com ingurgitamento moderado a diferença de temperatuta foi 0,6ºC. Já dentre as lactantes com IM intenso, a diferença foi de 0,7ºC. 90 O Gráfico 3 ilustra que a temperatura da mama com ingurgitamento glandular intenso é mais quente que com o ingurgitamento moderado. 36,0 Temperatura (média direita e esquerda) 35,8 35,6 35,4 35,2 35,0 34,8 34,6 34,4 Média Média + ep Média + dp 34,2 Moderado Intenso Ingurgitamento glandular Gráfico 3 – Comparação da temperatura entre mamas com ingurgitamento glandular moderado e com ingurgitamento intenso antes da massagem e ordenha manuais e ou eletromecânica, dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011. Fonte: a autora. 4.2.3.1.4 Estudo comparativo da temperatura entre o ingurgitamento moderado e o intenso antes e depois do tratamento Neste estágio do estudo, avaliou-se a temperatura no ingurgitamento glandular, com o propósito de comparar se houve diferença significativa entre mamas com ingurgitamento moderado e intenso, antes e após a intervenção, conforme apresentado na Tabela 11. Tabela 11 – Comparação da temperatura de acordo com a intensidade do ingurgitamento glandular nas mamas, no pré e pós tratamento, dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011. Ingurgitamento Glandular Pré – Mediana Moderado (°C) Intenso (°C) p-valor 34,65 35,4 0,07183 35,8 0,05714 Pós – Mediana 34,35 Teste de Mann-Whitney, nível de 5% de significância. Fonte: a autora. Constatou-se, ao nível de 5% de significância, que não houve diferença significativa na temperatura entre as mamas das lactantes com ingurgitamento 91 glandular moderado e as mamas de lactantes com ingurgitamento glandular intenso, tanto antes quanto depois das intervenções propostas. 4.2.3.1.5 Estudo comparativo da temperatura entre mama direita e mama esquerda em função da intensidade do ingurgitamento Neste estudo, comparou-se mama direita e mama esquerda em duas classificações de intensidade do ingurgitamento glandular, tanto antes quanto depois do tratamento, a fim de verificar diferenças significativas na temperatura, entre as mamas. Os resultados são apresentados na Tabela 12. Tabela 12– Comparação da temperatura de acordo com a intensidade do ingurgitamento glandular nas mamas, no pré e pós tratamento, dentro do grupo experimental. Curitiba – PR, 2011. Mediana (ºC) Lateralidade Glandular Moderado Glandular Intenso Pré Pós Pré Pós 34,7 34,3 35,8 35,9 Esquerda 34,8 34,3 35,4 35,8 p-valor 0,5239 0,7274 1 0,79 Direita Teste de Wilcoxon, nível de 5% de significância. Fonte: a autora. Os resultados indicam que para o ingurgitamento glandular moderado assim como o glandular intenso, houve um aumento de temperatura, mas sem diferença significativa entre a mama esquerda e a mama direita tanto antes quanto depois das respectivas intervenções. 4.2.4 Avaliação termográfica por quadrantes Para este estudo, considerou-se toda a perfusão sanguínea cutânea local, com a finalidade de avaliar a porção máxima dos quadrantes visualizados nas imagens, conforme mostrado na Figura 14 (b). 92 4.2.4.1 Avaliação do erro de método No presente estudo, buscou-se ainda analisar as mamas por quadrantes. Entretanto, o método proposto poderia apresentar erros na leitura de cada região anatômica captada nas imagens. Desse modo, propuseram-se duas leituras com um intervalo de vinte dias entre cada leitura. Para esta análise, foram consideradas as duas medidas de temperatura feitas na avaliação pré-tratamento. Um dos objetivos da análise foi avaliar se houve um erro sistemático por parte do observador em relação à leitura das temperaturas nos diversos quadrantes avaliados. Outro objetivo foi avaliar o grau de correlação entre as duas medidas. Para tanto, para cada quadrante, testou-se a hipótese nula de que a média da primeira medida é igual à média da segunda medida, versus a hipótese alternativa de médias diferentes. Em seguida, também para cada quadrante, estimou-se o coeficiente de correlação entre as duas medidas e testou-se a hipótese nula de que não existe correlação entre as duas medidas (coeficiente de correlação igual a zero), versus a hipótese alternativa de que existe correlação (coeficiente de correlação diferente de zero). Os resultados são apresentados na Tabela 13. Tabela 13 – Comparação da temperatura entre os quadrantes da mama ingurgitada no pré tratamento das lactantes. Curitiba – PR, 2011. 1ª medida QSED QSID 35,59 0,76 35,86 0,55 35,65 35,73 0,73 0,54 0,06 -0,13 0,18% -0,36% Coeficiente p de ** correlação 0,416 0,920 <0,001 0,009 0,950 <0,001 QIED QIID 35,68 0,74 35,96 0,67 35,67 36,03 0,71 0,67 -0,01 0,07 -0,03% 0,21% 0,888 0,158 0,885 0,955 <0,001 <0,001 QSEE QSIE 35,66 0,71 35,80 0,57 35,67 35,69 0,76 0,48 0,01 -0,11 0,03% -0,29% 0,779 0,283 0,974 0,748 <0,001 0,001 QIEE 35,75 0,66 35,72 0,63 -0,03 -0,08% QIIE 35,84 0,66 35,89 0,53 0,05 0,15% (*) Teste t-Student para amostras pareadas, p<0,05. (**) Coeficiente de correlação de Pearson. 0,653 0,672 0,913 0,718 <0,001 0,002 Variável Média dp 2ª medida Média dp Diferença Diferença absoluta percentual p * Fonte: a autora. Na Tabela 13, observa-se que nas duas leituras, os quadrantes inferiores internos apresentaram-se mais quentes em ambas as mamas. Já os quadrantes superiores externos foram os mais frios. Os resultados indicam não 93 haver erro sistemático significativo nas medidas da temperatura nos diversos quadrantes, com exceção de QSI da mama D. Para esta variável, houve diferença significativa entre a média da primeira e a média da segunda medida (p=0,01), indicando que houve um erro sistemático do observador na leitura desta variável. Em relação à correlação, os resultados indicam que existe forte correlação entre as duas medidas, em todos os quadrantes. Em geral, considerando-se todos os quadrantes avaliados, a diferença média entre as duas medidas foi igual a -0,01 e a diferença percentual média foi igual a -0,02%. 4.2.5 Os termogramas As imagens aqui apresentadas foram selecionadas dentre os termogramas das lactantes do grupo experimental. Para propor discussão em torno do que foi investigado, optou-se por aqueles que melhor refletiram os aspectos anatômicos e fisiológicos da mama, assim como artefatos na imagem que poderiam confundir o analisador na leitura dos termogramas. Nas Figuras 21 e 22 mostram-se termogramas de uma lactante (voluntária 1) com ingurgitamento glandular intenso bilateral. As imagens foram obtidas antes e após o tratamento utilizando técnicas eletromecânicas. Inicialmente, a temperatura (T) mínima coletada em três pontos distintos (mais frios) das mamas, apresentaram uma média de 36 ºC e após o tratamento aumentou para 36,1 ºC com uma variação de 0,1 ºC. Após o estudo, observouse que as mamas voltaram a encher e foi necessário realizar nova ordenha de alívio. Observa-se no termograma da Figura 21 (antes) uma imagem com predominância da cor vermelha, circundada pela cor rosa. A lactante apresentou um reflexo de ejeção do leite com extravasamento espontâneo em mamilo esquerdo (seta pequena) no momento da aquisição da primeira imagem. Mesmo após a secagem da mama, sem fricção, observa-se uma variação de temperatura na imagem onde o leite escorreu. 94 Figura 21– Termograma (voluntária 1) das mamas de lactante com ingurgitamento glandular intenso bilateral. (a) áreas difusas com predominância da cor vermelha circuncidada pela cor rosa (mais quente), o ponto três – SPO3 (mais frio). Houve reflexo de ejeção de leite (seta). Identificando alguns pontos por marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. A Figura 22 captada da mesma lactante (voluntária 1), depois do tratamento, indica maior concentração térmica na regiões axilares, assim como nos quadrantes externos da mama esquerda (E). 95 Figura 22– Termograma (voluntária 1) das mamas de lactante com ingurgitamento glandular intenso bilateral. Há grande concentração térmica em regiões axilares e lateral da mama E (setas). Identificando alguns pontos por marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. Na Figura 23, ilustra-se o termograma da mesma lactante (voluntária 1) em uma escala de 18,3 a 41,5ºC. Observa-se nos pontos 1 e 2 que a temperatura mínima foi 35,6ºC, captadas em uma das porções mais frias da mama. Comparando os pontos 1 e 2 (mais frios) com os pontos 3, 4 e 5, observa-se que os últimos perfazem uma curva acima da prega inframamária onde a temperatura da mama variou entre 36,6 e 37,9ºC. 96 Figura 23 – Termograma das mamas de uma lactante com ingurgitamento glandular intenso bilateral (voluntária 1). Há maior concentração térmica nos quadrantes inferiores que em outras porções da mama, identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. Na Figura 24, ilustram-se os mesmos termogramas da voluntária (1). Em (a) e (b) ilustram imagens feitas numa escala de 17,7 e 15,9 a 41,5 ºC, respectivamente, em que se visualizam mamas cônicas com grande concentração de calor nos quadrantes laterais externos (setas) e regiões axilares formando uma expressiva “meia lua térmica.” Figura 24 – Termogramas de uma lactante com ingurgitamento glandular bilateral intenso (voluntária 1) identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette rain10). Fonte: a autora. 97 Na Figura 25, mostra-se termograma de uma lactante com ingurgitamento glandular moderado bilateral (voluntária 2). A imagem foi obtida antes do tratamento, no qual foram aplicadas técnicas manuais. Antes do tratamento, observou-se uma temperatura de 34,8ºC. Figura 25 – Termograma obtido antes do tratamento, mostrando mamas de uma lactante (voluntária 2) com ingurgitamento glandular bilateral moderado. Grande concentração térmica na prega inframamária (setas) formando uma linha hipertérmica. Identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. Na Figura 26, após a intervenção (técnicas manuais), a temperatura diminuiu para 34,4ºC, com uma variação de 0,4ºC. Observando as Figuras 25 e 26, visualizam-se imagens qualitativas em ambas as mamas, com áreas verdes difusas (mais frias) circundadas pela cor amarela e vermelha (mais quente), e grande concentração térmica em regiões inframamárias (setas). Houve um 98 diferencial no padrão de cor e de temperatura quando comparadas a imagem anterior com a posterior. Figura 26 – Termograma obtido após o tratamento, mostrando mamas de uma lactante (voluntária 2) com ingurgitamento glandular bilateral moderado. Modificação no padrão de cor e de temperatura após o tratamento, identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. Na Figura 27 mostra-se uma lactante com ingurgitamento glandular moderado bilateral (voluntária 3). Numa escala de 26 a 37,7 ºC, observa-se uma imagem termográfica obtida antes do tratamento (técnicas manuais), em que a rede vascular de Haller apresenta-se como uma malha na cor rosa (indicada pelas setas), que se estende sobre a glândula mamária. A rede apresenta-se com diversas anastomoses, onde os pontos 1, 2, 3 (mama D) mostram uma temperatura média de 36,9 ºC, sendo 1,3ºC mais elevada que 99 nos pontos 4, 5 e 6, onde a média foi de 35,6 ºC indicando pontos ideais para a leitura do termograma, considerando o tecido glandular como principal objeto de investigação no presente estudo. A criança havia mamado na mama E, cerca de meia hora antes da aquisição da imagem. Figura 27 – Termograma de mamas com ingurgitamento glandular moderado bilateral (voluntária 3). Os pontos 1,2 e 3 mostra uma variação de 1,4ºC entre a temperatura da Rede de Haller e outras porções da mama. Havia amamentado na ama esquerda, cerca de meia hora antes da obtenção da imagem. identificado alguns pontos pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. A Figura 28 apresenta a foto e um termograma da mama esquerda (voluntária 3), vista pela lateral externa. Os pontos enumerados permitem comparar a rede vascular de Haller com suas anastomoses, identificada na fotografia, vista por meio da inspeção do exame clínico e constatada na imagem de termografia infravermelho. Vale ressaltar que essa imagem foi obtida antes da intervenção proposta que, no caso desta lactante, foi o tratamento por técnica manual. 100 Figura 28 – Foto (a) e termograma (b) mostrando a rede vascular de Haller em mama direita de uma lactante (voluntária 3) com ingurgitamento glandular moderado (palette hainhi). Fonte: a autora. Na Figura 29 mostra o termogarma de uma lactante (voluntária 4) com ingurgitamento lobar bilateral nos quadrantes inferiores e laterais externos. A criança tinha dificuldade para sugar e recebia Leite Humano Ordenhado (LHO) da própria mãe oferecido no copinho, de três em três horas. Entretanto, o Recém-nascido (RN) havia mamado pela primeira vez na mama esquerda, 30 min antes do início deste estudo. Ao exame físico realizado antes do tratamento (técnica eletromecânica) a área amarela na mama E (ponto 14) apresentava-se macia, onde ocorreu a menor temperatura da mama. Comparando mama direita (pontos de 1 a 7) com mama esquerda (pontos de 8 a 14), a mama direita apresentou uma temperatura média de 34,8ºC e mama esquerda a média foi de 34,7ºC, com uma variação negativa de 0,1ºC. Assim, observa-se também qualitativamente um padrão de cor diferenciado. Na mama direita, há um padrão de temperatura bem distribuído. A mama esquerda apresenta-se com a Lateral Interna (LI) mais quente que a Lateral Externa (LE), mais fria. Já a temperatura na região axilar (seta) e inframamária é mais elevada que nas mamas. 101 Figura 29 – Termograma de uma lactante (voluntária 4) com ingurgitamento lobar. Observa-se a rede anastomótica de Haller (cor rosa) formada por veias calibrosas, identificado por marcador Spotmeter Flying (palette hainhi). Após a mamada do bebê, a área verde e amarela (LE) da mama esquerda, encontrava se mais macia e mais fria. Fonte: a autora. 102 Na Figura 30, mostra-se o termograma antes do tratamento de uma lactante com ingurgitamento glandular intenso bilateral (voluntária 5). Após a massagem eletromecânica apresentou fácil drenagem durante a ordenha. Figura 30 – Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso voluntária 5). As mamas antes do tratamento (palette hainhi). Fonte: a autora. Na Figura 31, mostra-se imagem das mamas da mesma lactante (voluntária 5) obtida após o tratamento (técnicas eletromecânicas). Depois da intervenção, observou-se que as mamas ficaram macias e a lactante relatou alívio da dor. Entretanto, havia síntese exacerbada de leite e as mamas voltaram a encher durante o período de repouso, tempo em que as mamas permaneceram soltas conforme preconizado pelo protocolo proposto. Apresentou uma temperatura de 35,4 ºC antes da intervenção e 35,8 ºC após o tratamento, com uma variação positiva de 0,4 ºC. 103 Figura 31 – Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso voluntária 5). As mamas se encheram durante o tempo de repouso (palette hainhi). Fonte: a autora. A Figura 32 ilustra as mamas da mesma lactante (voluntária 5), obtida logo após o tempo de climatização (antes do tratamento), numa escala de 24,9 a 41,6 ºC. Constatam-se imagens térmicas com cor predominantemente vermelha (mais quente) e áreas amarelas (mais frias) difusas. O termograma mostra uma assimetria térmica entre os mamilos, onde o mamilo direito (ponto 1) apresenta temperatura de 30,5 ºC, e mamilo esquerdo (ponto 2) a temperatura é de 34 ºC, com uma diferença de 3,5 ºC. Na Figura 33, mostra o mesmo termograma onde observa-se uma imagem qualitativa, sem o marcador Flying spotmeter. Observa-se o início do reflexo de ejeção de leite na mama direita (seta), onde a gota de leite produziu um artefato na imagem podendo confundir com a temperatura real do mamilo. 104 Figura 32– Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso (voluntária 5). Os pontos 1 e 2 mostram assimetria térmica entre os mamilos. Pontos identificados por marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. Figura 33 – Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso (voluntária 5). Assimetria térmica relacionada ao artefato de imagem no mamilo (seta) provocado pelo reflexo de ejeção do leite. Pontos identificados por marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. 105 Na Figura 34, o termograma da mesma lactante (voluntária 5) mostra que após o uso da ordenhadeira elétrica, o mamilo esquerdo (seta grande) apresentou-se mais frio em comparação com a imagem inicial (Figura 29 (a)). A ordenhadeira provocou edema, diminuição da perfusão periférica, e artefato na imagem pela umidade cutânea (reflexo de ejeção). Ao exame clínico, observouse mamilos hipocorados pela diminuição da vascularização e edema, além secreção láctea exacerbada. Figura 34 – Termograma de mamas com ingurgitamento glandular bilateral intenso após o tratamento (voluntária 5). O mamilo direito (ponto 1) ficou 3ºC mais frio comparado com o da Figura 29 (a). O referido ponto identificado pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi). Fonte: a autora. Na Figura 35, ilustra-se o termograma antes do tratamento (técnica eletromecânica) de uma lactante (voluntária 6), com ingurgitamento glandular intenso bilateral que ainda não estava amamentando. Inicialmente, a temperatura média das mamas foi de 35,1ºC. 106 Figura 35 – Termograma de mamas com ingurgitamento IM glandular intenso (voluntária 6), antes do tratamento eletromecânico. Identificanda pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi e palette rain 10). Fonte: a autora. Na Figura 36, captada após o tratamento eletromecânico, observa-se que houve melhora significativa do IM. Os mamilos apresentaram-se hipocorados com diminuição da perfusão periférica e edema leve pelo uso da ordenhadeira. A temperatura média das mamas foi de 34,9 ºC após a intervenção, com uma variação negativa de 0,6 ºC. Houve modificação no padrão de cor e de temperatura, quando comparados os termogramas antes e após o tratamento. 107 Figura 36 – Termograma de mamas com ingurgitamento IM glandular intenso (voluntária 6). Grande concentração térmica em regiões axilares e inframamária (setas) identificanda pelo marcador Flying spotmeter (palette hainhi e palette rain 10). Fonte: a autora. A Figura 37 representa imagens termográficas de duas lactantes (voluntária 6 e 7), com escalas de temperatura e paletas diferentes, onde se observa qualitativamente as mamas com áreas rosadas difusas, mais frias (imagens (a) e (b)), e uma “meia lua térmica” que se inicia na região axilar contornando a mama pela região inframamária (setas). O termograma (a) é de uma lactante com ingurgitamento lobar bilateral, nos quadrantes laterais superiores e inferiores. O termograma (b) é de uma lactante (voluntária 6) com IM glandular intenso bilateral, mais severo nos quadrantes laterais externos (setas). Visualizam-se qualitativamente as variações de temperatura por meio 108 das diferentes cores da paleta na qual a cor rosa claro (mais fria) contrasta-se com a cor vermelha (mais quente) nas regiões axilares e inframamárias (setas). Figura 37 – Voluntárias 6 e 7. Em (a), termograma de lactante com ingurgitamento lobar (voluntária 7). Em (b), ingurgitamento glandular intenso (voluntária 6). Meia lua térmica” na cor rosa (setas). Análise realizada empregando as paletas hainhi e rain 10). Fonte: a autora. A Figura 38 ilustra o termograma de uma lactante (voluntária 8), com mamas densas, apresentando ingurgitamento lobar nos dois quadrantes das laterais externas em ambas as mamas. Observa-se qualitativamente uma mancha amarela (mais fria) na mama direita (SPO1). Quantitativamente apresentou uma assimetria térmica de 2,3ºC em comparação com a outra mama esquerda (SPO2). Resalta-se que essa lactante participou do grupo controle onde se ofereceu tratamento por técnicas manuais, e essa imagem foi adquirida antes do tratamento. 4.2.6 Tempo necessário para o tratamento das lactantes A última variável estudada nesta pesquisa consistiu no tempo necessário para a resolução do problema das lactantes. Constatou-se que o tempo de atendimento em geral com o grupo experimental foi em média 41,31 (±19,97) min. No grupo teste, a média chegou 49,88 (±20,82) min de atendimento e no grupo controle uma média de 32,75 (±15,94) min, indicando que, em média, o tempo de atendimento no grupo teste foi mais prolongado. 109 Figura 38 – (Voluntária 8). Termograma de lactante com ingurgitamento lobar em todos os quadrantes laterais externos. Observa-se uma assimetria térmica de 2,3ºC entre SPO1 e SPO2 (palette hainhi). Fonte: a autora. 4.3 O PROTÓTIPO DO DISPOSITIVO PROJETADO Na sequência, apresenta-se o dispositivo projetado como proposta de tecnologia em saúde, na área da amamentação. O projeto do dispositivo proposto foi concebido junto aos laboratórios de Ergonomia de Design e Moda da UEM, Cianorte, e de Engenharia de Reabilitação (LER) da PUCPR, Curitiba. Para atender aos objetivos propostos, foi projetado e artesanalmente construído o dispositivo denominado Sistema Massageador HEBERLEve Extra. Estruturalmente, constitui-se de quatro elementos básicos: um sutiã com bojos bilaterais (Figura 39 (a)), o massageador (Figura 39 (b) e (c)), a ordenhadeira e a interface (Figura 43). O sistema desenvolvido foi considerado importante, pois é fruto de um trabalho interdisciplinar, baseado na bioengenharia, integrando conhecimentos das ciências da saúde, engenharia elétrica e design de produtos. O 110 conhecimento técnico e científico foram elementos fundamentais na concepção de uma tecnologia que representasse inovação e associasse em um mesmo dispositivo, duas funções distintas, ou seja, a massagem e a extração do leite das mamas. O polipropileno foi utilizado na construção do gabinete (Figura 41) e em acessórios que entram em contato com a pele. Já o neoprene foi usado para o revestimento do massageador, e na confecção do sutiã (Figura 39 (a) e (c)). Figura 39 – Ilustração do massageador projetado. Em (a), design. Em (b), bojo em polipropileno flexível para o encaixe dos motores. E em (c), foto do protótipo do massageador, com bojo revestido em neoprene (MARGATTO, 2009). Fonte: a autora. Os Motores desbalanceados de 3,3 V (Figura 40) foram os componentes escolhidos para o funcionamento efetivo do massageador. Isso ocorreu em função do seu efeito vibratório necessário para a fluidificação do “leite empedrado” e também porque o seu tamanho proporcionaria uma melhor estética ao dispositivo. Os motores ficam embutidos no dispositivo, conforme ilustrado na Figura 39 (b), visando à segurança da usuária. Neste projeto, são utilizados 16 motores, com um tempo de acionamento de 1 s na forma pulsátil, ou de forma contínua. Figura 40 – Motor desbalanceado do tipo Vibracal®. Fonte: a autora. 111 Para ativar o dispositivo de vibração eletromecânico, desenvolveu-se um sistema de controle, cuja interface frontal e conexões são ilustradas na Figura 41 (a) e (b) O sistema de controle contempla todos os quadrantes da mama, de forma individual, também de modo contínuo ou pulsátil. Também pode ser utilizado apenas como massageador ou concomitantemente com a ordenhadeira elétrica. Figura 41 – O dispositivo desenvolvido. Em (a), gabinete com porta coletores (setas pequenas), e painel com visor e teclado para programação (seta grande). Em (b), face posterior da interface mostrando a alavanca de liga/deliga (seta azul). Entradas para a conecção do massageador, mostrando o controle de massageamento para os quadrantes superiores e inferiores (setas vermelha e branca). Fonte: a autora. As saídas para conexão dos motores situam-se na parte traseira do equipamento, sendo que oito motores estão conectados ao primeiro conector e servem para massagear as regiões dos quadrantes inferiores, e oito motores que ligados ao segundo conector massageiam os quadrantes superiores da mama (Figura 41). Para ligar o equipamento, basta conectar a fonte de alimentação na rede elétrica (Figura 41 (b)) e após ligado, deverá aguardar a inicialização (Figura 42 (a)). A tecla com o asterisco permite o acesso ao menu (seta grande da Figura 42 (a)). A tecla # liga e desliga a bomba de ordenha (Figura 42 (a), seta pequena). O ajuste do tempo de acionamento dos motores é realizado por meio da tecla 0, em seguida escolhendo o tempo de 1 a 9 s. As teclas de 1 a 9 permitem selecionar os tipos de seqüências de vibração que permitem o massageamento de modo contínuo ou pulsátil, por grupos de quadrantes ou individualmente, conforme ilustrado na Figura 42 (b,c,d,e,f,g,h,i,j,l,m) e descrito no Apêndice D. 112 Figura 42 – Fotos da interface. Em (a), tecla com o asterisco acesso ao menu. Tecla # liga e desliga a bomba ordenhadeira. A tecla 0 ajusta o tempo dos motores, que ficam ativados entre 1 e 9 s. Em (b) e (c), massageamento de todos os quadrantes alternadamente com bomba ou sem bomba. (d), massageamento dos quadrantes inferiores e depois os superiores alternadamente. Em (e), massageamento dos quadrantes inferiores. Em (f), massageamento dos quadrantes superiores internos. Em (g), massageamento de todos os quadrantes de modo decrescente e contínuo. (h), massageamento dos quadrantes de modo crescente de modo pulsátil. Em (i), massageamento de todos os quadrantes inferiores externos. Em (j), massageamento e todos os quadrantes inferiores internos. Em (k), massageamento de todos os quadrantes superiores internos. E em (L), massageamento de todos os quadrantes superiores externos. Fonte: a autora. Para implementar o dispositivo proposto, acrescentou-se ao protótipo a ordenhadeira mecânica, que extrai o leite por pressão negativa (Figura 43 (a)), a partir de materiais recicláveis (sucata de frasco de creme hidratante, válvula de ambú e concha de polipropileno com membrana e prolongamento de silicone). Utilizou-se ainda, uma bomba já existente, apenas para a concretização da idéia. O sistema possui um controlador de bomba de vácuo, um sistema com extrator unilateral e simultâneo ao sistema de massageamento. Vale ressaltar que o dispositivo proposto foi desenvolvido para tratamento unilateral, e futuramente terá o seu sistema implementado para uso bilateral, caso seja considerado eficaz após realizados os ensaios de desempenho. 113 A proposta inicial do design é afastar da prática da ordenha os artefatos como mamadeiras e bicos. Em contrapartida, considerando a mulher como a principal protagonista no processo da amamentação, os coletores possuem bocais com roscas compatíveis com os bicos de mamadeiras atualmente comercializados, caso a lactante assim o desejar. Figura 43 – Sistema Massageador HEBERLEve Extra. Em (a), ilustrando a ordenhadeira e em (b), mostrando o massageador. Fonte: a autora. Na Figura 44, apresenta-se um diagrama mostrando uma ilustração esquemática de como é o dispositivo desenvolvido: 114 Figura 44 – Diagrama esquemático mostrando o sistema de funcionamento do dispositivo desenvolvido (HEBERLEve Extra). Em (a), ilustra-se a interface que controla a operação do dispositivo, cujo comando aciona os motores do massageador (b), que funcionam de modo contínuo ou pulsátil. A interface controla ainda a bomba de vácuo (d) da ordenhadeira (e), que opera de modo simultâneo com o massageador ou de forma individual. Em (c), mostra-se o sutiã que dará suporte ao massageador e à ordenhadeira. Fonte: a autora. 115 CAPÍTULO 5 DISCUSSÃO Neste capítulo, discutem-se os métodos e os resultados obtidos na pesquisa experimental realizada com as tecnologias escolhidas para investigação e tratamento do IM e o novo dispositivo proposto para tratamento de IM, que integra massageamento e ordenha. 5.1 SOBRE OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO Para este estudo, a aplicação de um instrumento tecnológico na metodologia tornou-se um desafio, principalmente para a obtenção de dados quantitativos, relacionados aos aspectos anatômicos e fisiológicos da mama. Assim, cogitou-se o uso do ultrassom e do scanner laser 3D. O ultrassom permite avaliar a anatomia e a fisiologia da mama (GEDDES, 2009). Já o scanner laser 3D foi pensado, pois segundo Kovacs et al. (2006), há rápida obtenção da imagem, os dados são coletados sem contacto corporal, sem causar deformação da mama, e a paciente pode ficar em posição vertical. Entretanto, ambos os métodos ficaram inviabilizados pela falta de recursos materiais e humanos com conhecimento técnico-científico e disponibilidade para participar da pesquisa no exato momento do atendimento das lactantes. Assim, além da termografia computadorizada inicialmente pensada, selecionou-se também a algometria de pressão para subsidiar o exame clínico. Essas duas técnicas foram selecionadas, pois foram consideradas confiáveis e já validadas cientificamente. Durante a pesquisa, observou-se que o atendimento de algumas lactantes com ingurgitamento mamário foi demorado e por vezes doloroso. Mais da metade delas (68,75%), havia se submetido a parto cesariano. Além dos desconfortos físicos, as lactantes encontravam-se com os padrões de sono e de descanso preocupações prejudicados com o cuidado pelas do novas atribuições, recém-nascido e o incluindo as processo da 116 amamentação. Algumas delas também estavam com os filhos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neo-natal. Segundo Barros (2006), a mudança de humor, o choro fácil, conflito, insegurança pessoal e alterações hormonais também são problemas comuns nesse período. O tempo de 15 min de climatização anterior e de 15 min de repouso posterior ao tratamento foi utilizado para responderem ao questionário e tirarem dúvidas sobre amamentação. 5.1.1 O exame clínico Nesta pesquisa, o exame clínico foi extremamente importante, podendo ser considerado padrão ouro. A palpação foi uma técnica fundamental na identificação do IM quanto às suas classificações (local e intensidade). Observou-se que os quadrantes superiores externos mostraram-se as regiões mais acometidas e, em alguns casos, o ingurgitamento neles foi mais severo do que nos outros. A inspeção também foi fundamental para a eliminação de fatores que poderiam confundir o examinador no momento da leitura das imagens, tais como o extravasamento de leite e sinal de cacifo observado nos testes de algometria e que provocaram temperaturas mais frias em determinados locais das mamas. Verificou-se que a síntese de leite é um processo extremamente dinâmico, e as mamas podem encher-se novamente imediatamente após a ordenha, sobretudo quando a lactante tem uma produção excessiva de leite. Isso foi observado em duas lactantes que tiveram as mamas cheias logo após o tempo de repouso e a conclusão do estudo experimental. 5. 1. 2 Sobre as tecnologias propostas 5.1.2.1 A algometria Os limiares de sensibilidade à pressão nas mamas no pós-operatório de mamoplastia foi tema de estudo de diversos autores (GREUSE; HAMDI; DEMEY, 2001; HEFTER, ELVENES, LINDHOLM, 2003; MOFID et al., 2002; 117 NAHABEDIAN, MOFID, 2002; SCHLENZ et al., 2005; WECHSELBERGER et al., 2001; CHIARI JÚNIOR, 2006). Segundo Ferreira et al. (2003), muitas pesquisas apresentam resultados qualitativos, e nos poucos estudos quantitativos apresentaram discrepância nos seus resultados e acreditam que deve estar relacionado à precisão na avaliação. Os mesmos autores realizaram um estudo quantitativo para investigar as percepções sensoriais nas mamas de 25 mulheres no pré e pós mamoplastia. Concluíram que em todas as mulheres houve diminuição da sensibilidade na mama, em todos os pontos estudados. Nesta pesquisa experimental, a algometria de pressão foi considerada uma eficiente técnica para avaliação da tolerância à pressão em cada quadrante da mama, antes e após o tratamento. A técnica identificou os quadrantes mais dolorosos da mama, propiciou a coleta de dados no momento do tratamento. Essa informação é consistente com a observação de Fisher (1987), quando indica a algometria como um método semi-quantitativo da intensidade da dor, ótimo para localizar pontos dolorosos e úteis para a avaliação com resultados imediatos. Embora apresentasse grande variação com o aumento da tolerância à pressão, entre os momentos pré e pós intervenção, os resultados indicaram que apenas no grupo controle, os QIE da mama esquerda apresentaram diferença estatisticamente significativa. No uso desse método, Yang et al. (2002) observaram que parte do grupo durante o processo de seleção apresentou queda de pressão arterial, medo, intolerância à estimulação elétrica e uso de analgésicos. Durante o teste, os mesmos autores observaram situações de ansiedade e medo do “choque” no momento do exame. No presente estudo, embora as lactantes tenham testado o algômetro em suas mãos e se mostrado dispostas em participar da pesquisa, no momento dos testes de algometria após o tratamento, duas delas apresentaram sinais de ansiedade, tais como respiração profunda e inquietação. Nesses dois casos, observou-se menor tolerância à pressão em quase todas as medidas. Vale ressaltar que isso ocorreu por fatores extrínsecos, pois nos dois casos, elas ouviram o choro dos bebês que também se encontravam no banco de leite. Foi permitido às lactantes a liberdade de ficarem com seus bebês na sala de atendimento ou fora da sala com seus familiares. Nesse sentido, Fisher (1987) afirma que a algometria é uma técnica 118 simples com limitações entre pacientes porque a condição emocional dos pacientes no exame provoca resultados distintos. Fatores subjetivos também puderam ser observados nesta pesquisa, tal como empatia ou não com as técnicas de tratamento, embora não tenha apresentado diferença significativa entre o grupo controle e o grupo teste. Observou-se que as lactantes que fizeram uso do massageador e da ordenhadeira, demonstraram mais satisfação. Algumas delas verbalizavam constantemente a sensação de alívio da dor e de conforto proporcionado pelos equipamentos utilizados. Isso também foi observado por Silveira-Lopes (2005) e Ferreira (2001) ao relatarem que alguns pacientes sentem necessidade de manifestar acolhimento ou gratidão. Nesse sentido, Pereira e Souza (1998) enfatizam que a medição da dor representa um desafio tendo em vista a sua subjetividade, complexidade e multidimensionalidade. Neste estudo, algumas regiões anatômicas da mama mereceram atenção especial nos testes de algometria. O posicionamento adequado da ponteira foi muito importante para determinar uma tolerância dolorosa ótima, pois a pressão não uniforme sobre o tecido glandular poderia oferecer resultados imprecisos. A região hipocondríaca limitou o ângulo de 90º da ponteira para as lactantes com ptose mamária. Dificuldades de leitura relacionadas a fatores anatômicos também foram observadas por SilveiraLopes (2005). Na execução desse método, o volume de cabelo na região occipital, por exemplo, provocou deslizamento da ponteira em alguns dos seus voluntários. Nesta pesquisa, os quadrantes inferiores externos foram as regiões anatômicas mais dolorosas da mama; no entanto, não foram os mais ingurgitados. Esse fato chamou a atenção, pois em alguns casos, mesmo totalmente isentos do intumescimento, esses quadrantes ainda eram os menos tolerantes à pressão. Isso pode estar relacionado com a trajetória e distribuição dos nervos sensoriais das mamas. Segundo Gabriel e Long (2011), a inervação sensitiva da mama origina-se principalmente nos ramos ântero-lateral e ânteromedial do tórax, nervos intercostais T3-T5. A sensibilidade das laterais e da porção superior da mama vem das fibras mais baixas do plexo cervical dos nervos subclaviculares. Conforme Chiari Júnior (2006), há muitas controvérsias relacionadas à inervação da mama, principalmente em relação ao trajeto e 119 distribuição dos nervos que suprem o complexo aréolo-papilar. Para autores como Schlenz et al. (2000), a trajetória das divisões anteriores dos ramos cutâneos laterais dos nervos intercostais aprofunda-se até chegar ao mamilo. Já outros descrevem esse trajeto como superficial (WÜRINGER et al., 1998). 5.1.2.2 A termografia As alterações térmicas das mamas estiveram diretamente correlacionadas com o “empedramento” do leite, em todas as classificações do ingurgitamento mamário lactacional. Face à localização do IM nas mamas, lactantes com IM glandular tiveram as mamas mais quentes quando comparadas com IM lobar ampolar (esparsos). Já na classificação de intensidade, constatou-se que quanto mais severo o grau de intumescimento glandular, também maior a temperatura medida. Mulheres lactantes apresentam também aumento da temperatura corporal. Isso foi descrito por Shimo (1983), afirmando que as mulheres relataram aumento da temperatura quando suas mamas encontravam-se cheias e que essa diminui após o seu esvaziamento. Já Birnbaum (1966) observou alterações nos termogramas obtidos em mamas de mulheres grávidas e Menczer e Eskin (1969) em lactantes com mamas ingurgitadas. Vale ressaltar que os últimos estudaram o ingurgitamento venoso para dosagem hormonal e concluíram que as variações de temperatura registradas nos termogramas podem proporcionar o diagnóstico precoce do ingurgitamento venoso superficial e do desconforto mamário. Enquanto estudos de Geddes (2009) e Ramsay et al. (2005a) usando o ultrassom demonstraram a anatomia e a fisiologia da mama puerperal, a termografia em outras pesquisas confirmou-se também como um método de análise fisiológica (BALBINOT, 2006; BRIOSCHI et al., 2007). Neste estudo, refletiu a circulação dos fluídos sanguíneos, linfáticos e lácteos, pois registrou dados importantes sobre a dinâmica desses fluídos nas porções do parênquima mamário. Mostrou ainda, que a massagem associada à ordenha promoveu o trânsito do leite que se encontrava “empedrado”. Constatou-se que a massagem provocou o aumento térmico nas mamas, favorecendo a extração 120 do leite e confirmando as informações de Salles et al. (2000) de que a massagem favorece a fluidificação do leite por transferência de energia cinética. Inicialmente, pensou-se em analisar a temperatura das mamas, enfocando cada quadrante individualmente, mas para isso seria necessário adquirir imagens frontais e laterais, antes e após o tratamento. Considerando o momento especial em que as lactantes vivenciavam no momento da pesquisa, havia um receio relacionado ao protocolo proposto. Acreditava-se o tempo de aclimatização e a sucessão de imagens associada aos testes de algometria, além das técnicas eletromecânicas para o tratamento, pudessem gerar estresse materno. Desse modo, optou-se por apenas duas imagens frontais, uma antes e outra posterior ao tratamento. Na elaboração do presente protocolo, já era sabido que a assimetria das mamas, os vários tipos e apresentações (atróficas, hipotróficas e hipertróficas, pêndulas, cônicas) poderiam representar uma das limitações para este estudo. Assim, pensou-se em excluir as mamas hipertróficas em função da ptose glandular. No entanto, estudar apenas mamas cônicas comprometeria o tamanho da amostra e o cronograma da pesquisa, que foi elaborado de acordo com a disponibilidade dos equipamentos emprestados para este estudo. Na análise da temperatura dos quadrantes das mamas, constatou-se que as mamas com ptose, por exemplo (Figura 29), tiveram as faces inferiores termografadas parcialmente. Também mamas cônicas foram prejudicadas, pois os quadrantes externos não foram totalmente visualizados, como se pode observar na Figura 30. No desenrolar das análises, constatou-se ainda que até mesmo alguns quadrantes totalmente visualizados, estavam grandemente recobertos pelo sistema vascular superficial, dificultando a leitura da temperatura dos tecidos mamários subjacentes, principais objetos de investigação nesta pesquisa. No entanto, o software disponível na câmera possui a função Flying Spotmeter, permitiu a varredura térmica de toda a área visualizada na imagem. Desse modo, utilizou-se esse recurso para medir pontos distintos da mama e realizar a análise dos termogramas obtidos neste estudo. Observou-se que existem fatores intrínsecos e extrínsecos que podem interferir na análise das imagens termográficas. A umidade cutânea provocada 121 pelo reflexo de ejeção do leite. Também a proeminente e extensa rede vascular de Haller "saturou” as imagens mostrando uma estrutura hipertérmica em determinadas regiões da mama. Quando se pretendeu analisar determinados pontos na mama como, por exemplo, um lobo ingurgitado, a leitura foi prejudicada. Durante a realização das análises das imagens desta pesquisa, observou-se, ainda, que a temperatura vascular superficial foi a mesma, tanto sobre lobos ingurgitados como nos lobos não ingurgitados. A maior temperatura estava associada ao calibre venoso, ou seja, quanto maior o fluxo sangüíneo, maior também foi a temperatura. Assim, lobos ingurgitados apresentaram-se mais frios ou mais quentes dependendo da extensão da Rede de Haller. Dentre as lactantes estudadas, uma delas apresentou assimetria térmica significativa quando se comparou o local da mancha fria com as demais regiões das mamas, como se pode observar na Figura 38, embora ao exame clínico, apresentasse homogenidade na tensão glandular em todos os quadrantes internos, em ambas as mamas. Dentre as mulheres do grupo experimental que apresentaram IM glandular, antes do respectivo tratamento (Tabela 15), constatou-se que as mamas com ingurgitamento intenso foram 0,7 ºC mais quentes que no IM moderado. Quando comparadas entre mama direita e mama esquerda a diferença foi de 0,3 e 0,2 ºC, respectivamente, mostrando menor variação térmica. Dentre as lactantes do grupo experimental com ingurgitamento moderado, a diferença de temperatura foi 0,6 ºC. Já dentre as lactantes do grupo experimental com IM intenso, a diferença foi de 0,7 ºC. Observa-se assim, que a diferença de temperatura entre as mamas de uma mesma mulher é menor quando comparado com a diferença de temperatura entre as mulheres, assim como entre as duas classificações de intensidade. Isso é consistente com a literatura, pois uma das propriedades conhecidas do tecido adiposo é de ser isolante térmico (FONSECA-ALANIZ et al.,2007). Também é variada a proporção de tecido glandular e adiposo, tanto dentre as mulheres lactantes como em não lactantes, e a sua quantidade entre os tecidos glandulares. Observou-se ainda que não ocorreu essa variação entre as mamas da mesma mulher (GEDDES, 2009; RAMSY et al., 2005a). Vale ressaltar que se observou assimetria térmica importante (2,3 ºC) entre as 122 mamas de uma única lactantes, fato que chamou a atenção e mereceria uma investigação mais aprofundada. As limitações constatadas na aplicação da termografia envolveram a impossibilidade de delimitação do tecido glandular e a necessidade de tempo para aclimatização e repouso das mamas. Observou-se que as lactantes estavam com os sentidos focados na função maternal. Assim, um método que subtrai da lactante parte de seu tempo para aclimatização torna-se um obstáculo, principalmente, para aquelas mais debilitadas e, conseqüentemente, menos receptivas às orientações. Foi o caso de três voluntárias que em função do tempo, não concluíram o protocolo e, portanto, não participaram da amostra, considerando que a não aceitação do método foi um dos critérios de exclusão adotado neste estudo. 5.2 SOBRE O PROTÓTIPO PROJETADO Inicialmente, pensou-se em desenvolver apenas um massageador para o tratamento do IM. Entretanto, a pesquisa experimental promoveu reflexões sobre a proposta do novo dispositivo. Utilizando o massageador e a ordenhadeira eletromecânicos no grupo teste, constatou-se que a integração das duas tecnologias, poderia representar uma otimização do processo assistencial, pois dessa forma, não haveria necessidade de retirar o massageador, para a realização da ordenha. Desse modo, outros aspectos também foram levados em consideração, tais como a necessidade ou a contraindicação do uso da ordenhadeira em alguns casos. A bilateralidade/unilateralidade da massagem/ordenha, os traumas mamilares, também mamas com ingurgitamento glandular obstrutivo foram seriamente pensados. A presente pesquisa, associada à experiência prática de sua autora, ofereceu elementos que suscitaram a proposta e implementação do novo dispositivo. Assim, a fase de geração de idéias permeou todos os períodos, tanto no desenvolvimento do dispositivo como na pesquisa de campo. Culturalmente, o termo ordenha parece fortemente vinculado às vacas leiteiras. Na prática profissional da autora dessa dissertação, deparou-se com situações onde a lactante é comparada com tal espécie animal, e é visível o 123 constrangimento sentido pelas mulheres. Isso pode diminuir a sua auto-estima num momento crítico e especial relacionado também com mudança da imagem corporal. Também a dor e a dificuldade para extrair o leite, dentre outros problemas encontrados, desestimulam e podem levá-las à introdução precoce da mamadeira. Desse modo, para humanizar a prática da ordenha, o gabinete do dispositivo e o reservatório de leite reforçam a forma do corpo humano a partir da silhueta feminina, além de amenizar a figura da mamadeira, geralmente explícita nos coletores disponíveis no mercado. O protótipo do dispositivo foi construído em polipropileno opaco, mas pretende-se reproduzi-lo em polipropileno transparente para facilitar a higienização, graduado e sem bicos de mamadeira. Do ponto de vista econômico, o presente dispositivo pode não ser acessível para todas as lactantes, podendo deixar um grande contingente dessas mulheres, às margens do cuidado. Entretanto, as instituições que prestam a assistência poderão disponibilizá-lo. Vale ressaltar que esta pesquisa permitiu idealizar ainda, uma tecnologia preventiva, cuja validação ficará como proposta para futuros trabalhos. O uso inadequado de bombas de extração de leite pode causar trauma mamilar (GIUGLIANI, 2004). Também devido às controvérsias de opiniões e efeitos da ordenha manual ou elétrica no tratamento do ingurgitamento obstrutivo, há necessidade de pesquisas específicas estudando esse tipo de ingurgitamento. Estudando mães de prematuros, Morton et al. (2009) concluíram que com a combinação de técnica manual com bomba elétrica, as lactantes atingiram altos níveis de produção. Inicialmente, tinha-se como propósito avaliar o protótipo desenvolvido. Apesar do esforço, não foi possível concluí-lo em tempo hábil, pois constatouse que para transformar produtivamente uma idéia, o tempo é extremamente importante neste processo. Neste estudo, considerou-se que a determinação das qualidades técnicas e de usabilidade são as mais importantes dentre os critérios de avaliação para o presente dispositivo, diferentemente do que se consideram para os produtos de consumo, onde a estética é considerada até mais importante que a avaliação técnica (IIDA, 2005). 124 5.3 SOBRE OS RESULTADOS A idade média das lactantes desta pesquisa foi igual a 25,88 (±6,55) anos, idade ótima para a reprodução humana; pois, de acordo com o Ministério da Saúde, mulheres com idade entre 10 e 49 anos são consideradas mulheres em idade fértil e, em 2004, representavam 65% da população feminina (BRASIL, 2004a). Quanto ao estado civil, observou-se que metade delas (50%) era solteira ou divorciada. Destas, 37,5% fizeram parte do grupo teste e 62,5% constituíram o grupo controle. Vale ressaltar a importância do companheiro no processo da amamentação. Para Carrascoza, Costa Junior e Moraes (2005), quanto maior a estabilidade conjugal, maior a probabilidade da mãe estender o período de amamentação natural, diminuindo os riscos da ocorrência de desmame precoce, que no presente estudo foi representado pelo ingurgitamento mamário. Ao discorrer sobre a opinião dos pais quanto ao seu envolvimento no processo da amamentação, Serafim (1993) observou que embora eles reconhecessem a importância da amamentação natural, muitos se mantiveram à margem desse processo. Já no estudo de Santos (2006), a licença paternidade foi extremamente importante no pós-parto para a mulher. Em relação à atividade profissional, 62,5% do grupo teste, exercia algum tipo de atividade fora de casa. Já no grupo controle, essa variável foi representada por 75% das lactantes. Para Rea (2003), amamentar é um direito da mulher e da criança, inclusive da nutriz trabalhadora e o fato desta estar no mercado de trabalho não deve impedir a maternidade. Traçando o perfil epidemiológico das lactantes, constatou-se que 50% das lactantes do grupo teste estavam entre o terceiro e quinto dia de puerpério. No grupo controle, 75% das lactantes também vivenciavam o mesmo período puerperal. Para Issler e Marcondes (1980), a apojadura ocorre entre o segundo e terceiro dia de puerpério, ainda na maternidade. Com a apojadura, logo as mamas apresentam-se ingurgitadas, dolorosas e as lactantes geralmente não estão preparadas para esse evento. Assim, as lactantes devem receber esclarecimentos tanto com relação aos procedimentos adequados quanto ao auto-cuidado. 125 Com relação ao número de partos, 87,5% do grupo teste foi representado por lactantes primíparas, e no grupo controle essa representação foi de 62,5%. De acordo com Campestrini (1992), o ingurgitamento mamário é mais comum nas primíparas. Para Ramos e Almeida (2003), a falta de experiência na prática da amamentação pode levar a primípara ao desmame precoce. Assim, trata-se de uma população vulnerável que merece atenção especial por parte dos profissionais de saúde. Com relação ao tipo de parto, 75% das lactantes do grupo teste foram submetidas a parto cesariano, contra 62,5% no grupo controle. Yazlle et al. (2001), em um estudo retrospectivo de partos realizados em Ribeirão Preto, São Paulo, no período de 1986 a 1995, confirmam esta tendência, especialmente nas categorias privadas (de 68,3% para 81,8%) e pré-pagamento (de 69,1% para 77,9%) e de 38,7% para 32,1% na categoria Sistema Único de Saúde (SUS). No presente estudo, isso se justifica, pois grande parte da população estudada havia tido seus filhos em um hospital de referência para parto de alto risco. Na ocasião da pesquisa, 31,25% encontravam-se com seus filhos hospitalizados na UTI neonatal. Embora todos os bebês estivessem em aleitamento materno exclusivo, as mães ainda não haviam iniciado a amamentação em função da gravidade das crianças. Dentre todas as lactantes estudadas (grupo experimental), a idade gestacional dos recém-nascidos, variou entre 31 a 39 semanas. Observa-se que 85,71% das crianças nasceram com idade gestacional a termo (37 a 41 semanas), com uma média de 37,28 semanas. Esses achados estão próximos dos encontrados por Silva (1996), que teve uma predominância de 38 semanas. Vale ressaltar que no grupo teste 87,5% das crianças nasceram a termo, contra 75% no grupo controle. Buscou-se ainda avaliar o conhecimento das lactantes sobre a prática da amamentação. Constatou-se que 62,5% das mães (grupo experimental) verbalizaram não terem recebido nenhum tipo de orientação sobre o aleitamento materno, 31,25% não estavam amamentando porque as crianças encontravam-se internadas, e 62,5% amamentava com horários préestabelecidos (2/2 ou 3/3 h). Quando analisadas dentro de cada grupo, observou-se que no grupo controle 50% delas não receberam orientações de AM e esse percentual foi maior no grupo teste que foi representado por 62,5% das lactantes. No estudo de Volpini e Moura (2005), 58,2% expressou não ter 126 recebido orientação sobre a amamentação durante o pré-natal. Apesar da grande difusão sobre os benefícios da amamentação para a saúde da criança, também do fomento para a retomada do aleitamento natural (BRASIL, 1994), constatou-se na presente pesquisa que muitas mulheres ainda se encontram à margem do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (PNIAM). Nesse sentido, Almeida e Novak (2004) chamam a atenção para a importância da assistência e acompanhamento da mulher, para que desempenhe a bom termo o novo ônus social, o de “mulher-mãe-nutriz”. Em relação ao tipo de ingurgitamento por localização, dentre as lactantes que participaram desta pesquisa (grupo experimental) encontraramse 43,75% das puérperas com ingurgitamento do tipo lobar, 12,5% lobar/ampolar e 43,75% glandular (Tabela 3). Já 56% das puérperas estudadas por Silva (1996), estavam com ingurgitamento lobar, 24% lobar/ampolar e 20% do tipo glandular. Neste estudo, dentre o ingurgitamento glandular, 42,85% foi do tipo intenso e 57,15% do tipo moderado (Gráfico 1). Entretanto, não se encontrou na literatura dados sobre a intensidade do ingurgitamento que pudesse corroborar com essa discussão. Em relação à temperatura, ao compará-la em três pontos distintos em cada mama, antes e após a intervenção, entre o grupo controle e o grupo teste, verificou-se que no grupo controle houve diminuição da temperatura. Já o grupo teste, a temperatura manteve uma mediana de 35,1ºC (Tabela 8). Isso pode ser explicado quando se observa a Figura 31, onde a voluntária 5 com IM glandular intenso apresentou aumento de temperatura após o tratamento utilizando técnicas eletromecânicas. Desse modo, acredita-se que o tempo de repouso para esse tipo de ingurgitamento deveria ser maior, pois as mamas provavelmente tenham demorado mais para se esfriarem, e os 15min de repouso tenham sido insuficientes. Tinha-se como objetivo comparar a temperatura das mamas de acordo com o tipo de localização do ingurgitamento. Assim, analisou-se a temperatura captada antes dos tratamentos propostos (grupo experimental). Constatou-se, como ilustrado na Tabela 9, que no IM glandular as mamas apresentaram uma mediana de 35,3ºC. Já nos outros tipos (lobar, lobar/ampolar), as mamas apresentaram-se 0,5ºC mais frias, apesar de não significante estatisticamente, já que o p foi de 0,1835. 127 Quando comparado o IM por intensidade antes do tratamento dentro do grupo experimental (Tabela 9), observou-se que o IM moderado apresentou uma média de 34,8ºC e o intenso 35,5 ºC, com um valor de p igual a 0,07183, ou seja, as mamas com IM intenso foi 0,7ºC mais quentes. No entanto, estatisticamente não houve diferença significativa entre eles. Comparando o IM glandular entre moderado e intenso, antes e após o tratamento (grupo experimental), constatou-se que houve uma variação negativa com uma mediana de 0,3ºC para o IM moderado de variação positiva com uma mediana de 0,4ºC. Observou-se, no último caso, que quanto maior a intensidade do IM, maior foi o tempo e a intensidade da massagem oferecida para a resolução do problema e, conseqüentemente, aumentou ainda mais a temperatura glandular, além das mamas que voltaram a encher durante o período de repouso. Tanto no grupo controle quanto no grupo teste, observou-se no exame físico que os QSE estavam mais severamente acometidos. Silva (1996) encontrou os quadrantes inferiores mais ingurgitados. Os achados deste estudo in vivo podem ser justificados quando algumas imagens (Figuras 24 e 37) mostraram a formação de uma “meia lua térmica” nas regiões axilares e inframamárias, incluindo mamas cônicas. Uma das mulheres com IM intenso (voluntária 5) ficou com os mamilos edemaciados após o uso da ordenhadeira. Vale ressaltar que a mesma não aceitou outra técnica de ordenha, e não relatou dor nos mamilos durante a ordenha e que os mamilos voltaram às condições normais, cerca de vinte minutos após o tratamento (Figura 34). O uso de ordenhadeira mecânica provocou diminuição da perfusão periférica identificada no exame físico de inspeção e hipotermia detectada na termografia. Assim, o profissional deve estar atento para situações mamárias que impedem o uso de ordenhadeira, incluindo o trauma mamilar e o Fenômeno de Raynaud. A rede vascular de Haller é descrita como um círculo anastomótico em torno do complexo auréolo-papilar, formado pelas veias superficiais que se dilatam intensamente no processo gravídico puerperal (ROLIM; FIGUEIREDO, 2010; RODRIGUES, 2008; MACÉA; FREGNANI, 2006). A inspeção do exame físico foi imprescindível na identificação da rede vascular de Haller (Figuras 27 e 28), e isso auxiliou na interpretação das imagens, pois assim as zonas de interesse nesta investigação foram focadas nos pontos mais frios da mama. A 128 rede de Haller é bastante expressiva na mama puerperal, exigindo uma interpretação cuidadosa da imagem termográfica. Nesse sentido, Albernaty e Uematsu apud (BALBINOT, 2006) explicam que o profissional responsável pela análise dos termogramas deve estar familiarizado com a anatomia vascular, pois vasos calibrosos “saturam” as imagens e são obstáculos na investigação. Em relação à algometria de pressão, ao comparar os testes realizados após o tratamento, entre o grupo controle e o grupo teste, observou-se que em ambos os grupos houve uma variação positiva de tolerância à pressão após o tratamento. No entanto, não houve diferença significativa entre os grupos (Tabela 6). Meserve (1982) utilizou um aparelho para medir a resistência do tecido mamário ingurgitado sob pressão (Manômetro de Pressão P 101), antes e após o parto e a ordenha. Os resultados sugerem que a remoção manual do leite aumentou o conforto e reduziu os sintomas nas pacientes que apresentavam ingurgitamento mamário quando comparado ao grupo controle. O exame com o manômetro de pressão P 101 mostrou, ainda, que as pacientes do grupo teste apresentaram pressão mais baixa que o grupo controle devido à menor resistência do tecido mamário em um menor período de tempo. Ao comparar os valores medianos dos testes de algometria antes do tratamento (grupo experimental), entre IM glandular e outros tipos (lobar, lobar/ampolar), constatou-se que o IM glandular foi o que apresentou menor tolerância à pressão, com um valor de p de 0,4698, portanto, sem diferença estatisticamente significante (Tabela 7). Quando comparados os testes de algometria por regiões anatômicas dentre as lactantes do grupo experimental, antes e após a intervenção, constatou-se que os QSE foram os mais tolerantes à pressão e também os que foram mais acometidos pelo IM (Gráfico 2). Isso é justificável, pois a região axilar é a mais irrigada em função das artérias e onde se desembocam os principais canais linfáticos (MILMAN, 2011). Observa-se que teoricamente deveriam ser os mais dolorosos, por ser a região com maior proporção de tecido glandular e conseguente maior grau de intumescimento provocado pelo ingurgitamento (BOASAUDE, 2011), e inclusive é a região com maior incidência de câncer de mama (FAUCZ; HIDALGO; FAUCUZ, 2005). Neste estudo, constatou-se que apenas os QIE de mama esquerda do grupo 129 controle apresentaram diminuição da tolerância à pressão, estatisticamente significante após o tratamento. Se ao exame clínico os QIE constituíram-se na segunda região anatômica mais ingurgitada, também foram os menos tolerantes à dor nos testes de algometria. Já os QSI foram os mais tolerantes à pressão dolorosa. Por outro lado, os QSE foram os mais acometidos pelo IM, e também que apresentaram menor temperatura, detectada na termografia. Já com os QII ocorreu o inverso, pois apresentaram maior temperatura e foram os menos ingurgitados. Observou-se que quanto maior o ingurgitamento nos quadrantes, menor a temperatura. Acredita-se que esses achados podem ser decorrentes dos QSE não terem sido totalmente termografados mas, em contrapartida, os QII foram bem visualizados. Vale ressaltar que esses achados são incompatíveis com outros estudos comparativos realizados nesta mesma pesquisa quando se observou que quanto maior a intensidade do IM, maior foi a temperatura encontrada. Embora não fosse variável de estudo, em ambos os grupos abordados nesta pesquisa, as lactantes apresentaram saída fácil do leite durante a ordenha, verbalizaram alívio da dor e mamas mais leves logo após as intervenções propostas. Acredita-se que ambas as técnicas de massagem, além de terem favorecido a ordenha de alívio, também tenham produzido efeitos analgésicos, pois todas saíram satisfeitas com a assistência recebida. 130 CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste último capítulo, apresentam-se as conclusões da pesquisa, as contribuições proporcionadas, as dificuldades encontradas no desenvolvimento do estudo e as sugestões para trabalhos futuros. 6.1 CONCLUSÕES Em sua atuação profissional, o enfermeiro tem o cuidado permeado pela tecnologia. Desse modo, possui conhecimento científico e dispõe de recursos que otimizam a sua prática em âmbito hospitalar e comunitário. Também tem a oportunidade de contribuir com a pesquisa, propor e desenvolver ações inovadoras que proporcionem melhor assistência ao indivíduo, acrescentando subsídio técnico de otimização à assistência de enfermagem, especificamente na prevenção e tratamento do ingurgitamento mamário lactacional. Conclui-se que as técnicas propostas, cada qual dentro de seus limites, representam inovação tecnológica na investigação do ingurgitamento. Permitiram maior aprofundamento no conhecimento da mama puerperal, pois os métodos adotados forneceram dados confiáveis, constituindo um parâmetro quantitativo que subsidiou o exame clínico no processo metodológico desta pesquisa. Verificou-se que o exame clínico é um procedimento efetivo que subsidia as tecnologias propostas. A algometria de pressão é uma técnica de fácil manuseio, segura, não invasiva, de modo geral bem tolerada pelas lactantes, forneceu resultados imediatos, identificou os quadrantes mais dolorosos das mamas e forneceu dados semi-quantitativos da tolerância à pressão dolorosa. Para a termografia, não se encontrou um atlas contendo a temperatura padrão do corpo humano. A técnica é confortável, inócua, segura, mas requer um ambiente apropriado para o estudo. Ambas as técnicas propiciaram um estudo comparativo. A termografia, por exemplo, foi capaz de diferenciar mamas com 131 IM glandular moderado e intenso, ou seja, quanto maior a intensidade do intumescimento, maior também foi temperatura da mama. Em relação ao tratamento, a técnica de ordenha manual proporcionou diminuição da temperatura das mamas das lactantes do grupo controle. Já no grupo teste, esse gradiente de temperatura não foi observado e acreditam-se que esse fato esteve relacionado com o maior número de lactantes acometidas pelo IM intenso neste grupo. Quanto maior o ingurgitamento mamário, maior também foi o tempo e a intensidade da massagem oferecida para a resolução do problema. Embora tenham ficado macias após o tratamento, algumas lactantes voltaram a ter mamas cheias durante o período de repouso. Esse evento sugere que mamas soltas favoreceram a produção de leite e massagem intensa produz maior aquecimento. Assim, em caso de ingurgitamento bilateral, pode ser recomendada massagem simultânea com a ordenha, e a colocação imediata do sutiã anti-ingurgitamento como tratamento preventivo de novo ingurgitamento. Neste estudo, verificou-se que os estímulos mecânicos dos tecidos mamários, provocados pela massagem, promoveram efeitos fisiológicos consideráveis nas mamas com IM intenso. Houve um aumento da microcirculação cutânea local, constatado pela inspeção do exame físico e confirmado pela termografia. Em ambas as técnicas de massageamento, houve diminuição da tensão mamária e favoreceu a saída do leite. Quanto às técnicas de ordenha, proporcionaram o esvaziamento das mamas e alívio da dor em todas as lactantes que participaram da pesquisa, o que foi relatado por elas e constatado pela examinadora, imediatamente após o tratamento. O protótipo proposto neste estudo baseou-se nas necessidades reais e percepções de profissionais que atuam em Banco de Leite Humano. Assim, visou à otimização do cuidado de enfermagem, no manejo da lactação. Vale ressaltar que a avaliação do presente dispositivo constitui um elemento importantíssimo, por tratar-se de uma tecnologia em saúde, que requer sua implementação prática para a total concretização da idéia. Para tanto, devem ser levados em consideração três elementos básicos nesse processo: a eficácia, a eficiência e a aceitação dos usuários, tanto das lactantes quanto dos profissinais envolvidos. 132 Por se tratar de um estudo híbrido, envolvendo o desenvolvimento do dispositivo e a aplicação de um protocolo experimental com voluntárias em estado puerperal, muitas dificuldades foram encontradas. No que tange ao desenvolvimento do dispositivo, a maior dificuldade foi a conciliação entre aspectos ergonômicos e estéticos para paciente/profissional. Em relação às voluntárias, no puerpério imediato e com mamas ingurgitadas, a mulher vive um período especialmente delicado, cujos métodos encontrados poderiam representar possíveis estressores para a lactante. Dessa forma, a proposta de um protocolo que avalia um tratamento precisava ser criteriosa. A dificuldade foi encontrar na literatura um instrumento não invasivo, considerado padrão ouro que permitisse avaliar quantitativamente aspectos anatômicos e fisiológicos da mama em lactação. Também não foi encontrada na literatura pesquisa semelhante que pudesse corroborar com esta. Esta pesquisa contribuiu com o desenvolvimento tecnológico por meio do projeto da proposta de um novo dispositivo que integra em um mesmo aparelho massagem e ordenha eletromecânicas, o qual poderá auxiliar os profissionais que atuam nos centros especializados no tratamento do ingurgitamento mamário lactacional, proporcionando conforto na assistência, alívio com o tratamento e ergonomia profissional/paciente. Do mesmo modo, contribuiu com o desenvolvimento científico, na geração e difusão de conhecimento, pois os métodos utilizados forneceram dados quantitativos da temperatura e da percepção dolorosa em mamas ingurgitadas. Também contribuiu com o Programa Nacional Materno Infantil (PNMI), por se tratar de um estudo que busca promover a saúde da mulher e da criança, mediante a construção de um dispositivo que tem como proposta minimizar o sofrimento da mãe e um dos problemas relacionados ao desmame precoce da criança. O trabalho desenvolvido colaborou ainda com as tecnologias sociais, pois subsidiou a construção do presente dispositivo, para o manejo de um problema de saúde pública, podendo subsidiar, ainda, novas tecnologias que poderão surgir, visando à qualidade de vida das lactantes. Por fim, promoveu também a integração com outras áreas do conhecimento, na busca de soluções de problemas de saúde pública. O dispositivo desenvolvido nesta pesquisa é um instrumento para a promoção da saúde da mulher e da criança, na proteção e apoio em favor da 133 amamentação. Espera-se que, embora seja uma tecnologia dura, represente um elemento humanizador na assistência de enfermagem e vale lembrar as palavras de Mezomo (2001, p.15) “o avanço tecnológico não deve esquecer a importância absoluta do Humano.” 6.2 . SUGESTÕES DE FUTUROS TRABALHOS A seguir, enumeram-se sugestões para trabalhos futuros, que permitirão o aprofundamento e a expansão do trabalho realizado. São elas: (1) avaliar clinicamente a aplicação da termografia como método de diagnóstico do Fenômeno de Raynald nos mamilos. Atualmente, o diagnóstico desse problema nos mamilos é feito a partir do exame clínico baseado na história da lactante. Assim, por falta de um diagnóstico adequado, a lactante não recebe tratamento e abandona a amamentação; (2) avaliar mamas ingurgitadas por meio de imagens termográficas frontais e laterais em todas as classificações de IM, conforme a intensidade e a localização, com a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre a fisiologia da mama em lactação; (3) desenvolver um atlas correlacionando a termografia com o ultrassom, mamografia e ressonância magnética em estudo com mamas; (4) avaliar a eficácia do dispositivo desenvolvido, considerando a necessidade de sua implementação, também a sua relevância nos centros especializados de apoio e promoção à amamentação; (5) propor a confecção de um sutiã de amamentação anti-ingurgitamento como uma tecnologia preventiva do IM. Seria uma vestimenta de corte único (sem costura) para evitar marcas na pele e a obstrução dos ductos por acotovelamento, conforme ilustra a Figura 45. Assim, as regiões laterais e inferiores dos bojos seriam reforçadas com maior concentração de elastano, proporcionando maior sustentação e conforto das mamas, além de prevenir o ingurgitamento. 134 Figura 45 – Design do sutiã de amamentação anti-ingurgitamento, com bojos bilaterais, alça larga com sistema de regulagem, permitindo boa sustentação (Seta larga), sistema de fechamento frontal (setas pequenas) e abertura para a exposição da mama durante a amamentação (seta grande). Possui maior concentração de elastano nas laterais externas ((a) e (c)) e QSI (b), que vão diminuindo a compressão gradativamente até a região do complexo papilar (mamilo) e QII (d). Fonte: a autora. 135 REFERÊNCIAS AGUILAR, M. T. et al. Lactancia materna dolorosa: estratégias de tratamiento para el pediatria. Acta Pediatrica Espanhola, Madrid, v.66, n.10, p. 504-509, 2008. ALBERNATY, M.; UEMATSU, S. Medical Thermology. American Academy of Thermology-Georgetwn University Medical center, 1986. ALIEXPRESS. 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Idade gestacional < 37 semanas, 37 a 41 semanas, > 41 semanas. 2. Sobre a prática do aleitamento materno. Recebeu orientações sobre aleitamento materno? Sim ( ) não ( ). Tempo entre as mamadas: livre demanda ( ) 2/2 hs.( ) 3/3 hs. ( ) > de 4 hs. ( ) 153 APÊNDICE B INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Data __/__/__ Estudo nº ___ Hora da chegada da paciente ao BLH __:__ Mama sorteada para início do tratamento ( ). Técnica sorteada: Manual ( ) Elétrica ( ). Início da pesquisa hora __:__ Temperatura inicial do ambiente_____________umidade relativa do ar___________ Exames iniciais: Temperatura das mamas QSE QSI QSI QSE QIE QII QII QIE Mama D Mama E Tolerância à Pressão QSE QSI QSE QSI QIE QII QIE QII Mama D Quadrantes ingurgitados Mama E QSE QSI QSE QSI QIE QII QIE QII Mama D Mama E Exame físico anterior: Tipo de ingurgitamento: ( ) lobar ( ) lobular ( ) ampolar ( ) glandular moderado ( ) glandular intenso. Hora inicial da massagem (procedimento)__________________________________ Exame físico posterior : ( ) macia ( ) lobar ( ) lobular ( ) ampolar ( ) glandular. Exames finais: Temperatura das mamas QSE QSI QSE QSI QIE QII QIE QII Mama D Tolerância à pressão Mama E QSE QSI QSI QSE QIE QII QII QIE Mama D QSE QSI Quadrantes ingurgitados QIE QII Mama E QSE QSI QIE QII Mama D Mama E Exame físico final: ( ) macia ( ) lobar ( ) lobular ( ) ampolar ( ) glandular. Hora final do procedimento___:____ Temperatura do ambiente no final do atendimento ____umidade relativa do ar________ Caracterização de mama macia: Sem intumescimento. Classificação de ingurgitamento: Lobular – Lobar –Ampolar – Glandular. Classificação de mamilos: Protruso – Invertido – Plano Situação tissular do mamilo: Integro – fissura – escoriação – erosão – dilaceração – vesícula. Mama sorteada para o início do procedimento: ( D ) Direita (E) Esquerda. 154 APÊNDICE C TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Este “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” atende a Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Pesquisa. Eu..........................................................................................nacionalidade............... idade...................,estadocivil........................,profissão.................................Endereço................... ..............................................................................................................RG.................................es tou sendo convidada a participar de um estudo denominado “Massagem eletromecânica: Proposta de Tecnologias para o Manejo e Investigação do Ingurgitamento Mamário Lactacional ” cujos objetivos são: desenvolver um aparelho para massagear os “peitos empedrados,” substituindo a massagem manual pela massagem com o aparelho, visando diminuir a dor durante as massagens. A minha participação no referido estudo será no sentido de permitir a utilização de um aparelho para massagear as minhas mamas “empedradas”, permitir a retirada do leite do peito através da expressão manual (ordenha), também um exame com a palpação das mamas, permitir a retirada de duas fotos das mamas (termograma), medir o meu busto com uma fita métrica, medir a tensão da pele da minha mama com um aparelho (algômetro de pressão) e responder um questionário. Fui alertado de que, da pesquisa a se realizar, posso esperar alguns benefícios, tais como: esvaziamento rápido das mamas, redução da dor nas mamas durante a massagem e após o procedimento e saída fácil do leite. Recebi, por outro lado, os esclarecimentos necessários sobre os possíveis desconfortos e riscos decorrentes do estudo, levando-se em conta que é uma pesquisa, e os resultados positivos ou negativos somente serão obtidos após a sua realização. Assim, poderá surgir situação de desconforto, tais como, medo, desconfiança e dor, mas me será permitido testar os aparelhos na minha mão antes de colocar em minhas mamas. Também fui assegurada que a massagem não provocará nenhum efeito adverso. Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será mantido em sigilo. Também fui informada de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e de, por desejar sair da pesquisa, não sofrerei qualquer prejuízo à assistência que venho recebendo. Foi-me esclarecido, igualmente, que eu posso optar por outro método alternativo, que é a técnica de massagem manual. A pesquisadora envolvida com o referido projeto é Anita Batista dos Santos Heberle aluna do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e com ela poderei manter contato pelos telefones (44) 30348296 – (44) 88136297. É assegurada a assistência durante toda pesquisa, bem como me é garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas conseqüências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha participação. Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido a natureza e o objetivo do já referido estudo, manifesto meu livre consentimento em participar, estando totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a pagar, por minha participação. No entanto, caso eu tenha qualquer despesa decorrente da participação na pesquisa, tais como, despesas com vale transporte e alimentação, haverá ressarcimento, ou seja, todos os custos serão por conta do pesquisador. De igual maneira, caso ocorra algum dano decorrente da minha participação no estudo, serei devidamente indenizado, conforme determina a lei. Também, “em caso de reclamação ou qualquer tipo de denuncia sobre este estudo devo ligar para o CEP PUCPR (41) 3271-2292 ou mandar um email para [email protected]”. Curitiba, __/__/____ ____________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa. ______________________________ Anita Batista dos Santos Heberle 155 APÊNDICE D DESCRIÇÃO OPERACIONAL DO DISPOSITIVO Após o aparecimento dessas mensagens, o sistema está pronto para utilização. Acionar a tecla com o asterisco para ter acesso ao menu (Figura ...). e a tecla # para ligar e desligar a bomba de ordenha. As teclas de 1 a 9 são tipos de seqüências de vibração: 1 – seqüência 1 – liga seqüencialmente os motores desligando o anterior. O tempo que fica ligado e desligado é o mesmo. Massageia todos os quadrantes das mamas de modo alternado; 2 – seqüência 2 – massageia os quadrantes inferiores e depois os superiores das mamas de modo alternado; 3 – seqüência 3 – massageia apenas os quadrantes inferiores das mamas; 4 – seqüência 4 – massageia apenas os quadrantes superiores internos das mamas; 5 – seqüência 5 – liga os grupos de motores de maneira crescente e massageia todos os quadrantes de modo contínuo; 6 – seqüência 6 – realiza a seqüência 5 de maneira decrescente e pulsátil; 7 – seqüência 7 – massageia todos os quadrantes inferiores externos das mamas; 8 – seqüência 8 – massageia todos os quadrantes inferiores internos; 9 – seqüência 9 – massageia todos os quadrantes superiores internos; 10 – seqüência 0 – massageia todos os quadrantes superiores externos. Para ajustar o tempo de acionamento dos motores, é realizado também através do acesso a tecla 0, em seguida escolher o tempo de 1 a 9 segundos. 156 ANEXOS 157 ANEXO A DECLARAÇÃO DE PARCERIA 158 159 160 ANEXO D APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA PELO COMITÊ DE ÉTICA 161