Variações morfo-anatômicas de Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr. quanto à intensidade luminosa Gabriel S. Garcia¹, Juliana C. Corrêa², Kalianna S. De Oliveira³ Augusto N. G. Francener. ¹Centro de Biociências, UFRN, Departamento de Botânica e Zoologia, Laboratório de Botânica Sistemática, Natal, RN, Brasil. [email protected]. ²Centro de Biociências, UFRN, Natal, RN, Brasil. [email protected] ³Centro de Biociências, UFRN, Natal, RN, Brasil. [email protected]. 4 Centro de Biociências, UFRN, Departamento de Botânica e Zoologia, Laboratório de Botânica Sistemática, Natal, RN, Brasil. [email protected]. Fitofisionomias com dosséis heterogêneos expõem indivíduos de uma mesma espécie a iluminações diferentes, promovendo alterações nas estruturas externas e internas das plantas. Essa plasticidade, embora bem conhecida das fanerógamas, é pouco estudada, especialmente em monocotiledôneas. Há poucas famílias no clado com trabalhos desenvolvidos a respeito. Orchidaceae, mesmo estando entre as maiores famílias de angiospermas, não conta com análises prévias sobre suas variações morfológicas. Assim, se visou nesse estudo avaliar as mudanças morfoanatômicas da espécie Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr. (Epidendroidae: Laeliinae) sob alta e baixa exposição a luz, visando um entendimento inicial do assunto. Para quantificar as variações, foram coletados dados morfométricos (comprimento, largura e espessura das folhas e comprimento e diâmetro dos pseudobulbos) de sessenta indivíduos in situ (quais, trinta em alta luminosidade e trinta em baixa), dos quais também se retirou folhas para medir massa (totalizando sessenta unidades) e confeccionar lâminas semipermanentes de secções transversais (num total de dez folhas). Para estimar a exposição à luz, se fez o registro fotográfico do dossel a partir de uma vista inferior, a fim de calcular a porcentagem de sombreamento. Examinando-se os resultados obtidos, se detectou uma regressão aproximadamente linear entre as taxas de sombreamento e as medidas registradas, à exceção da espessura foliar. Ou seja, na medida que se reduziu a disponibilidade de luz, os indivíduos se tornaram maiores. Curiosamente, embora a massa foliar, avaliada em três estágios (recém colhidas, túrgidas e desidratadas), seja maior nas plantas à sombra pelo tamanho maior das folhas, quando comparada em áreas equivalentes, se revela altamente correlacionada. Essa correspondência também coincidiu com alta similaridade histológica das plantas sob alta e baixa exposição, à exceção da densidade de estômatos, mais pronunciada nos indivíduos ao sol. Os demais valores, moderadamente correlacionados e com colinearidade moderada ou baixa, em uma análise discriminativa, foram capazes de distinguir os tratamentos à nível de confiança de 95%. Em suma, se nota diferenciação apenas morfológica para E. oncidioides (Lindl.) Schltr. sob diferentes regimes de luz, com massa foliar específica e anatomia semelhantes. Isso se traduziu na habitação de ambientes supere/ou subexpostos com alterações apenas externas, preservando sua estrutura anatômica inalterada. Palavras Chaves: Plasticidade, Irradiação, Orchidaceae