31/10/2016 [email protected] www.professoralexandrerocha.com.br 1 31/10/2016 O que é energia? “Capacidade de realizar trabalho ou transferir calor” “Energia é a habilidade de realizar trabalho físico e biológico que requerem contrações musculares, cardíacas e esquelética” O que é energia? Na nutrição ela se refere à maneira pela qual o corpo faz uso da energia contida na ligação química dentro do alimento. 2 31/10/2016 Como se calcula a energia liberada ou gasto energético? Todos os processos metabólicos que ocorrem no corpo resultam em última análise na produção de calor Como se calcula a energia liberada? Quantidade de energia liberada em uma reação biológica se calcula a partir da quantidade de calor produzido (kcal). 3 31/10/2016 Como se calcula a energia liberada? Por definição caloria é a quantidade de calor (energia) necessária para elevar em 1 grau Celsius a temperatura de 1 grama de água (o calor específico da água é, por definição, igual a 1). Calorimetria Direta Calor produzido pela pessoa era removido por uma corrente da água fria que fluía em velocidade constante através de grades de cobre. A diferença entre a temperatura da água que entrava e saia (medida em 0,01°C) refletia diretamente a produção de calor. 4 31/10/2016 Calorimetria Direta Calorimetria indireta 5 31/10/2016 Calorimetria indireta Kcal Estudos demonstram que: ± 4,82 Kcal são liberadas de uma mistura de carboidratos, gorduras e proteínas quando queimados em 1 litro de O² Consumo de O² Gasto calórico das atividades 6 31/10/2016 De onde provém a energia? Linha de desmontamento 1.Macronutrientes 2.Micronutrientes 3.Energia: ATP 7 31/10/2016 4. Excreção Carboidratos • Convertidos em glicose (monossacarídeo) - Glicose: C6 H12O6 • Repouso = Armazenados nos músculos e no fígado: Glicogênio • Exercício = Glicogênio → ATP 8 31/10/2016 Gorduras • Gordura: C57 H110O6 - Ácido graxos livres: C16 H18O2 • Gorduras simples (neutras): Triglicerídeos ou triacilgliceróis • Repouso = Estocadas no tecido subcutâneo (adipócitos) • Exercício = Triglicerídeos (forma complexa) em ácidos graxos livres (forma simples), glicerol e água. • Ácidos graxos livres → Ciclo de Krebs = ATP 9 31/10/2016 Proteínas • Polimerizada pelos aminoácidos • 20 aminoácidos diferentes • Aminoácidos essências (9): Isoleucina, leucina, lisina, medionina, fenilalanina, treonina, triptofano, valina e histidina • Aminoácidos não essências (11): Produzidos pelo organismo 10 31/10/2016 Proteínas • Repouso = Utilizada para síntese de proteínas • Exercício = Proteínas → Glicose (gliconeogênes); Proteínas →Ácidos graxos livres (lipogênese) As proteínas podem contribuir com até 5 a 10% da energia para a manutenção do exercício prolongado Fontes de energia para ressíntese do ATP 11 31/10/2016 Fontes de energia para ressíntese do ATP Adenosina Trifosfato - ATP 12 31/10/2016 13 31/10/2016 Enzimas • Enzimas (proteínas): Catalisadoras - Oxidação: Perda de elétrons - Redução: Ganho de elétrons 14 31/10/2016 Produção/Uso: Metabolismo Várias vias metabólicas resultam na síntese de moléculas (anabolismo) ou degradação de moléculas (catabolismo) VIA METABÓLICA Séries de reações catalisadas por enzimas na qual o precursor/substrato é convertido em produto final, por meio de compostos intermediários denominados metabólitos. Hidrólise • Quebra de moléculas complexas (grandes): pela água • Hidrolise: Carboidratos, gorduras e proteínas 15 31/10/2016 Formação do ATP • Fosforilação: Armazenamento de energia através da formação de ATP á partir de outras fontes químicas • Reações químicas adicionam um fosfato a um compostos de energia relativamente baixo (adenosina difosfato - ADP) Formação do ATP • Fosforilação com disponibilidade de oxigênio: Metabolismo aeróbio • Fosforilação com restrição de oxigênio: Metabolismo anaeróbio 16 31/10/2016 Formação do ATP 1. Sistema ATP- CP 2. Sistema glicolítico 3. Sistema oxidativo Sistema ATP - CP Além do ATP as células possuem uma outra molécula de fosfato de alta energia (creatina fosfato ou CP) A quebra da CP libera energia para a formação do ATP e não para a realização de trabalho. 17 31/10/2016 Sistema ATP - CP Sistema ATP - CP Hidrólise ATP ADP + Pi Fosforilação 18 31/10/2016 Sistema ATP - CP Fonte imediata de energia para o músculo ativo. - Requer poucas reações químicas Não requer oxigênio Fonte de energia disponível no músculo Produção de 1 ATP Sistema ATP - CP Duração: 6 a 15 segundos Exemplo: levantamento de peso, beisebol, voleibol, sprint Tipo de esforço: breve e máximo 19 31/10/2016 Sistema ATP - CP Manutenção do ATP durante um corrida de alta intensidade: Sistema ATP- CP 20 31/10/2016 Sistema ATP – CP~C Suplementação de creatina melhora o desempenho físico? • • • • Estudos demonstram que: Suplementação de creatina (20gr/dia, por 5 dias) = ↑ estoques de CP muscular. Transferência para melhora no desempenho durante corrida e nado de curta duração não são consistentes. ↑ peso corporal devido a retenção hídrica. Efeitos colaterias? Náuseas, desconfortos gastrintestinais menores, câimbras (não é consenso!) 21 31/10/2016 Sistema glicolítico Quando a molécula de glicose entra na célula para ser utilizada como energia, sofre uma série de reações químicas que coletivamente recebe o nome de GLICÓLISE. Sistema glicolítico - Não “requer” oxigênio - Envolve quebra incompleta de CHO em ácido lático - Reação mais lenta e complexa que a do sistema ATP- CP - Produção de ATP e ácido lático - Ácido lático fator limitante da atividade – fadiga e não a falta de CHO. 22 31/10/2016 Sistema Glicolítico A glicólise ocorre no sarcoplasma da célula muscular Ganho por molécula de glicose: 2 ou 3 moléculas de ATP 2 moléculas de ácido pirúvico ou lactato Sistema glicolítico Fase de adição de energia (P) Fase de produção de energia – 11 reações Remoção e transporte de elétrons Saldo • 2 ou 3 ATP • 2 moléculas de lactato 23 31/10/2016 Sistema glicolítico • Duração: não ultrapassam 2 minutos (45 a 90 segundos) • Exemplo: corridas de 400-800m, natação de 100-200m, piques de alta intensidade futebol, róquei no gelo, basquetebol, voleibol, tênis e badmington e outros • Tipo de esforço:sustentação de esforço de alta intensidade que não ultrapassem os 2 minutos Produção aeróbia de ATP Sistema Oxidativo – Oxidação Celular Produção aeróbia de ATP ocorre no interior das mitocôndrias e envolve a interação de 2 vias metabólicas cooperativas 1. O Ciclo de KREBS (ciclo do ácido cítrico) 2. Cadeia de transporte de elétrons 24 31/10/2016 Principal função do Ciclo de Krebs • Degradar o Acetil-CoA para dioxido de carbono e H+ Sistema Oxidativo – Oxidação Celular 1. 2. 3. 4. Função primária do ciclo de Krebs Retirada de átomos de hidrogênio (carboidratos, gorduras e proteínas) Remoção dos hidrogênios: NAD e FAD NAD e FAD: Transporte dos hidrogênios para cadeia transportadora de elétrons = ATP Cadeia transportadora de elétrons: Transferência dos elétrons retirados desses átomos de hidrogênio para o O² = H²O 25 31/10/2016 Sistema Oxidativo – Oxidação Celular Produção aeróbia de ATP pode ser considerada um processo de 3 estágios 1º estágio: formação do acetil-CoA 2º estágio: oxidação do acetil-CoA no ciclo de Krebs 3º estágio: formação do ATP na cadeia de transporte de elétrons Produção aeróbia de ATP pode ser considerada um processo de 3 estágios 26 31/10/2016 Ressíntese do NAD 1º se houver O² suficiente os hidrogênios do NADH são deslocados para cadeia transportadora de elétrons 2º se não houver O² suficiente o ácido pirúvico aceitam os hidrogênios e é convertido em ácido láctico 27 31/10/2016 Cadeia transportadora de elétrons – Cadeia Respiratória • Mais de 90% da síntese do ATP ocorre na cadeia respiratória • Quando o NADH é oxidado= 3ATP • Quando o FADH2 é oxidado = 2ATP 28 31/10/2016 Transporte de elétrons A medida que os elétrons são transferidos para a cadeia transportadora de elétrons libera-se energia que “bombeia” os hidrogênios (H+) do NADH e FADH do interior das mitocôndrias através da membrana interna. Isso acarreta em produção de energia para bombear os H+ liberados do NADH e do FADH Transporte de elétrons • Isso gera acúmulo de H+ no espaço entre as membranas. • Existem 3 bombas que removem os H+ • Aumenta a concentração de H+ no interior da membrana • Esse gradiente cria um forte impulso para eles retornarem ativando a enzima ATP sintetase 29 31/10/2016 Aumento da concentração de H+ 3 Bombas que movem H+ Transporte de elétrons • Os elétrons removidos dos átomos de hidrogênio e passam por uma série de transportadores de elétrons (citocromos) • Na última etapa o O² aceita 2 elétrons e essa molécula liga-se a dois H+ formando H²O 30 31/10/2016 31 31/10/2016 O Papel do O² no metabolismo energético • Três pré requisitos devem ser atendidos para que ocorra a ressíntese contínua do ATP 1. Estar disponível um agente doador de elétrons NADH ou FADH2 2. Existir O² suficiente como aceitador final de e - e H+ 3. As enzimas devem estar em condições e concentrações suficientes Ciclo de Krebs • Somente 5% da energia contida na glicose é liberada por meio das reações anaeróbias • A extração do restante ocorre por meio da desintegração proporcionada pelo Ciclo de Krebs (Ciclo do ácido cítrico ou ácido tricarboxílico) 32 31/10/2016 Deficiência de O² Disponibilidade de O² •Acetil-CoA •Ciclo de Krebs 33 31/10/2016 Produção total de energia pelo catabolismo da glicose Proteínas Carboidratos Gorduras ↑ Lipase Glicose Aminoácidos Aminoácidos Glicerol Ácidos Graxos Livres Lactato NAD ↑ PDH Acetill - COA NAD H+ NAD NADH NAD Aminoácidos Aminoácidos Ciclo de Krebs CO² Cadeia respiratória Piruvato H+ Glicogênio ↓ LDH ATP ATP O² H²O 34 31/10/2016 Oxidação dos lipídios Na oxidação dos lipídios, o substrato energético são os ácidos graxos livres (AGL), liberados da reserva local ou do tecido adiposo, via lipólise dos triglicérides pela ativação da enzima lipase sensível ao hormônio (LSH) • Lipídios é uma classe de macromoléculas orgânicas cuja insolubilidade em solvente aquoso é a principal característica. • Células podem utilizar essa insolubilidade para dividir dois compartimentos que devem ser isolados: o meio intra e o extracelular. 35 31/10/2016 • Como fonte de armazenamento, a maior parte dos lipídios encontra-se na forma de triglicerídeos (TG), que possui três ligações éster entre um grupo polar – o glicerol – e três moléculas de ácidos graxos. • A longa cadeia hidrocarbônica dos ácidos graxos confere outra característica importante como fonte energética Estrutura do triacilgliceróis. Em vermelho são os ácidos graxos, e em azul é o grupo glicerol. 36 31/10/2016 TRIACILGLICEROL 3 ácidos graxos Glicerol Triglicerídeos 37 31/10/2016 Oxidação dos lipídios Fonte para o catabolismo das gorduras • Triglicerídeos: Músculo • Triglicerídeos circulantes • Ácidos graxos livres circulantes, provenientes dos adipócitos Mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo e transporte no sangue Hormônios ligados a lipólise: • Adrenalina e noradrenalina (principais ativadoras), os quais se ligarão aos receptores β3 das membranas dos adipócitos, desencadeando uma reação clássica de cascatas. • Outros hormônios: GH; tireóide estimulante (TSH) e adrenocorticotropina (ACTH), parecem ativar também as reações em cascatas. 38 31/10/2016 • Ao final da reação, a enzima hormônio sensível-lipase é fosforilada, passando da forma inativa para a ativa. • Essa enzima, junto com a enzima monoacilglicerol lipase, é responsável pela degradação do TG em 1 molécula de glicerol e 3 de ácidos graxos. A hidrólise dos Triacilgliceróis: Hidrólise de triglicerídios Lipases Triacilglicerol Glicerol + Ácidos Graxos 39 31/10/2016 • Os ácidos graxos ligam-se à albumina (AGL) porque são lipossolúveis e não conseguem ser transportados livres no plasma, sendo levados posteriormente até o músculo esquelético para serem utilizados como fonte energética 40 31/10/2016 A hidrólise dos Triacilgliceróis: Ácidos graxos vão ser liberados na corrente sanguínea, e circular ligados à albumina. Albumina 41 31/10/2016 • O glicerol é liberado e transportado livremente pelo sangue até o fígado, onde pode ser utilizado na gliconeogênese ou servir como intermediário da glicólise, na forma de gliceraldeido-3-fosfato. Degradação do Glicerol No fígado e outros tecidos, por ação desta quinase, é convertido a glicerol 3-fosfato, que pode ser transformado em diidroxiacetona fosfato, um intermediário da glicólise. 91 42 31/10/2016 Gorduras são transformadas em Acetil – CoA (beta oxidação) β-oxidação de ácidos graxos 43 31/10/2016 β-oxidação de ácidos graxos Como transportar os ácidos graxos para o interior da mitocôndria? Ácido graxos 44 31/10/2016 As enzimas da b- Oxidação Acil-CoA desidrogenase Enoil-CoA hidratase b -hidroxiacilCoA desidrogenase Acil-CoA aciltransferase (tiolase) 96 45 31/10/2016 Destino do Acetil - CoA 99 Oxidação de Ácidos Graxos • A membrana interna da mitocôndria é impermeável a acil-CoA, mas os grupos acila podem ser introduzidos na matriz mitocondrial, quando ligados à carnitina; • Este composto, sintetizado a partir de aminoácidos; • É amplamente distribuídos nos tecidos animais e vegetais, sendo especialmente abundante em músculos. 100 46 31/10/2016 • Os ácidos graxos, são carregados no citoplasma pela albumina e em seguida transportados para dentro do músculo por uma proteína de transporte de ácidos graxos 1º 2º 47 31/10/2016 • Os ácidos graxos, ainda no citoplasma, são convertidos a acil-CoA por ação da enzima Acil-CoA sintetase, presente na membrana externa da mitocôndria. 1º 2º 3º 48 31/10/2016 • Essa reação é imprescindível, uma vez que a membrana mitocondrial é extremamente seletiva. • Tanto a coenzima A, quanto a acil-CoA, são impermeáveis à membrana mitocondrial, sendo necessário reações adicionais (quebra da acil – CoA) para transpor essa barreira. • Assim, o grupo acil liga-se à L-carnitina, por ação da Carnitina Acil transferase I (CAT I), liberando a coenzima A, e posteriormente é transportado através da membrana mitocondrial interna pela ação da Carnitina Translocase 49 31/10/2016 1º 2º 3º 4º 5º • Na parte interna, o grupo acil liga-se novamente à coenzima A, por ação da Carnitina Acil transferase II (CAT II). • Dentro da mitocôndria, a Acil-CoA são destinados a beta-oxidação, onde são oxidados a Acetil-CoA e encaminhados ao ciclo de Krebs 50 31/10/2016 1º 2º 3º 4º 5º Triglicerídeos Adrenalina, Noradrenalina, Glucagon e Hormônio do Crescimento Piruvato ← Lipase Hidrólise do triglicerídeos Glicerol → Hidrolise → 3 AGL •Acetil –CoA •Corrente sanguínea •Albumina •Ciclo de Krebs •Fígado •Fibra muscular •Gliconeogênese •Carnitina •Glicogênio (energia) •Mitocôndrias •Ciclo de Krebs •Energia 51 31/10/2016 Oxidação dos lipídios Beta oxidação O Fracionamento de uma molécula de AGL pode ser assim, delineado: • A oxidação beta produz: NADH e FADH, pela cisão da molécula de ácido graxo em fragmentos de acetil com dois átomos de carbono; • Acetil – CoA é degradada no ciclo de Krebs; • O Hidrogênio é oxidado através da cadeia transportadora de elétrons. Beta oxidação Produção de ATP através do ácido graxo • Para cada molécula de ácido graxo com 18 carbonos um total de 146 moléculas de ADP é fosforilado para ATP; • Levando-se em conta que cada molécula de triglicerídio contem 3 moléculas de ácido graxo, são formados 438 moléculas de ATP (3 X 146) • Além disso, são formados 19 moléculas de ATP durante o fracionamento do glicerol • Totalizando 457 moléculas de ATP por cada triglicerídeo catabolizado 52