1º arranha-céu de SP deve ser reaberto neste ano após reforma Fachada do Edifício Sampaio Moreira, cujo restauro é prometido para dezembro deste ano; prédio fica na rua Líbero Badaró, no centro. Marcelo Ximenez/Folhapress Clique na imagem acima e acompanhe a história do Sampaio Moreira O noventão Sampaio Moreira, no centro paulistano, está próximo de voltar à ativa. Após sofrer atraso na reforma, o primeiro arranha-céu da capital paulista deve ter as obras de restauro concluídas neste ano. Aberto em 1924, o edifício é considerado um marco da verticalização da região central, segundo Eunice Abascal, professora de historiografia na universidade Mackenzie. Com os seus 54 metros de altura, ele assegurou o título de mais alto da capital por cinco anos, até o surgimento do Martinelli. Comercial, o prédio abrigou escritórios durante boa parte da sua trajetória e, assim como a região central, entrou em processo de deterioração. Seu destino foi alterado em 2007, quando a prefeitura decretou a desapropriação do local. Com a praça Franklin Roosevelt e o Theatro Municipal, ele integrava a lista de espaços a serem recuperados para a revitalização do centro. Tanto a praça como o teatro se tornaram realidade. O Sampaio Moreira ficou para trás na fila. Iniciada em abril de 2012, a obra de restauro tropeçou no ano seguinte e chegou a ficar quase integralmente parada. Agora, o término dos serviços é prometido para o fim deste ano. O custo da obra também passou por mudanças. Originalmente calculado em R$ 14 milhões, subiu para R$ 20 milhões em dezembro de 2014. O edifício abrigará a Secretaria Municipal de Cultura, que, hoje, funciona em salas do 6º ao 11º andar do edifício Domingos Fernandes Alonso, o mesmo da Galeria Olido, no centro. São gastos R$ 239,7 mil por mês com o aluguel das salas. Além de libertar os cofres públicos desse gasto, o restauro do antigo gigante representa mais um passo na recuperação da região, de acordo com arquitetos e urbanistas. “É perfeitamente justificado o investimento no restauro do Sampaio Moreira, não apenas pelo seu valor arquitetônico, como pelo pioneirismo que representou”, diz José Eduardo de Assis Lefèvre, presidente do Conpresp (conselho municipal de preservação do patrimônio histórico) de 2005 a 2012. A importância e a visibilidade do prédio, acrescenta ele, devem contribuir para a preservação de outros imóveis no entorno da Líbero Badaró. “Sem dúvidas, é um edifício histórico e é muito importante investir nele”, afirma Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da universidade Mackenzie. Para ele, o restauro mostra a continuidade da política do poder público, desencadeada na década de 1990, de tornar a região um centro de serviços administrativos. A reforma do edifício é bem-vinda para a recuperação da região central, mas um “prédio só vai fazer pouca diferença”, segundo a arquiteta Lucila Lacreta, diretora-executiva do Movimento Defenda São Paulo. “Não adianta só investir em serviço público no centro sem que seja tratada a questão da habitação”, diz ela. “Esse pessoal vai embora às 18h para casa e o centro fica deserto. Tem de mesclar os dois usos.” Editoria de Arte/Editoria de Arte. Por Cesar Albornoz e Elvis Pereira Fonte original da notícia: Folha de S. Paulo