experiência vivenciada na disciplina cartografia escolar - Unifal-MG

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EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NA DISCIPLINA CARTOGRAFIA
ESCOLAR DURANTE FORMAÇÃO ACADÊMICA
Claudio Francisco da Costa
[email protected]
Curso de Geografia/Universidade Federal de São João del-Rei
Paulo Eduardo Ribeiro
[email protected]
Curso de Geografia/Universidade Federal de São João del-Rei
Vilma Célia Santana
[email protected]
Curso de Geografia/Universidade Federal de São João del-Rei
Carla Juscélia de Oliveira Souza
[email protected]
Profa. Cartografia Escolar/Curso de Geografia/UFSJ
Eixo de inscrição: 15 - A Geografia na educação básica: metodologia, tecnologia e formação
docente.
Resumo
Este texto objetiva socializar uma experiência de ensino e pesquisa vivenciada na disciplina
Prática de Ensino de Cartografia Escolar, no Curso de licenciatura em Geografia. A experiência
compreendeu levantamento da habilidade cartográfica de alunos, de 9 a 13 anos, com a
representação espacial e sua análise de acordo com a visão espacial. O objetivo foi verificar na
prática questões discutidas durante a referida disciplina, principalmente os aspectos da
alfabetização cartográfica. Os resultados mostraram que os oito alunos empregaram a visão
horizontal em seus desenhos, 50% utilizaram também a visão vertical e apenas 12,5% a
oblíqua. A mistura de pontos de vista em um mapa é comum entre as pessoas que não foram
alfabetizadas com a Cartografia. A atividade desenvolvida pelos graduandos possibilitou
conciliar discussão sobre alfabetização cartográfica e os resultados encontrados nos desenhos
dos alunos.
Palavras chave: Cartografia Escolar, Formação Professor, Experiência Acadêmica.
Abstract
This text aims to socialize the experience of teaching and research conducted in the discipline
Teaching Practice School Cartography Course degree in Geography. The experience survey
understood the cartographic skills of students, 9-13 years, with the spatial representation and
analysis in accordance with the spatial vision. The objective was to verify in practice the issues
discussed during this discipline, especially aspects of cartographic literacy. The results showed
that the eight students used the horizontal vision in his drawings, 50% also used the vertical
vision and only 12.5% oblique. The mixture of views on a map is common among people who
were not literate with cartography. The activity developed by undergraduates possible to
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reconcile discussion of cartographic literacy and the results found in the drawings of the
students.
Keywords: Cartography School, Teacher Training, Academic Experience.
Introdução
O presente trabalho discute a experiência com o ensino e pesquisa no contexto da
disciplina de Pratica de Ensino de Cartografia, do curso de Licenciatura, em Geografia,
da Universidade Federal de São João del-Rei. Durante a referida disciplina, a turma da
graduação, 2º período, foi solicitada a pensar e desenvolver uma atividade referente
ao uso dos conhecimentos de Cartografia e de Geografia, na geografia escolar, para
alunos do ensino fundamental II. Divididos em grupo, com até cinco componentes, os
discentes tiveram liberdade para escolher qualquer conceito ou noção trabalhados no
âmbito da Alfabetização Cartográfica.
De acordo com Laneve (1993 apud Pimenta et. al., 2008), o conhecer e refletir sobre a
própria prática constitui um potencial para elevar a qualidade do ensino escolar. Iniciar
essa reflexão ainda na formação inicial constitui ação positiva para a formação do
professor de geografia. Com base nessa ideia, fomos orientados a trabalhar a
interação prática/teoria/reflexão. Portanto, o nosso grupo escolheu realizar uma
atividade prática e aplicada a alunos do ensino fundamental I e II a fim conhecer o
ponto de vista deles, referente à representação espacial por meio do mapa mental do
percurso escolar.
Portanto, este trabalho objetiva socializar a experiência, seus resultados e discutir a
sua importância na formação profissional do professor de Geografia.
Fundamentação teórica e metodologia
O embasamento teórico da atividade prática, proposta aos alunos, foi leituras de
artigos relacionados à construção de conceitos cartográficos aplicados a cartografia
escolar, acrescentado outro importante material que se trata do texto: “Iniciando a
Alfabetização Cartográfica” de autoria de Luciana Cristina de Almeida, Ana Paula
Nunes Chaves e Ruth Emília Nogueira Loch (2014).
O trabalho foi realizado com um oito estudantes da escola básica, com idade entre 8 a
13 anos, sendo eles alunos de escolas públicas e privadas, de diferentes períodos.
Inicialmente foi proposto a eles que realizassem um esboço de seu percurso, saindo
de suas casas até à escola. Os alunos foram orientados apenas para que
representasse o que julgassem relevante neste trajeto. Terminada esta etapa, foi
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solicitado que os estudantes fizessem o desenho da fachada de suas respectivas
escolas. As duas atividades tiveram o objetivo de avaliar os conhecimentos dos
estudantes sobre os tipos de visões: vertical, horizontal e obliqua.
Segundo Romano (2007), quando se parte do universo da criança para ensiná-la a
observar a realidade, significa dar condições a ela condições para verificar todos os
pontos importantes a partir da perspectiva da criança. Ainda segundo Romano (2007),
as observações da realidade devem ser registradas por meio da escrita ou mesmo do
desenho. A elaboração do mapa mental constitui uma ação que parte da criança e da
sua realidade e segue a ideia do autor.
Na execução da atividade não foram aplicadas orientações referentes à alfabetização
cartográfica, o intuito do grupo era fazer observações quanto às habilidades dos
alunos em interpretar o espaço no qual eles estão inseridos, levando em consideração
também a sua vivencia e a ideia de lugar. A duração da atividade foi de
aproximadamente três aulas de 50 minutos cada.
Resultados
Os desenhos, contendo o mapa mental das oito crianças e jovens, foram analisados
quanto à visão espacial utilizada nas representações. No Quadro 1, observamos que
todos empregaram a visão horizontal em seus desenhos, enquanto 50% utilizou
também a visão vertical e apenas 12,5% a oblíqua. Não foi surpresa verificar que nos
desenhos estavam presentes, simultaneamente, as visões vertical, horizontal e
oblíqua, pois a literatura sobre cartografia escolar aponta sobre essa dificuldade entre
alunos não alfabetizados em cartografia.
QUADRO 1: ELEMENTOS CARTOGRÁFICOS PRESENTES NOS MAPAS MENTAIS
Alunos
Visão
Horizontal
Visão
Oblíqua
Visão
Vertical
G.M. J. C.
X
X
M. V. C. C.
X
X
X
M. B. S.
X
C. C.
X
G. C. M. S.
X
X
E. R.
X
L. A. S
X
X
A. V. S. C.
X
%
100%
12,5%
50%
Quadro 1: Elementos cartográficos presentes nos mapas mentais
Fonte: Levantamento de campo, 2013.
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Legenda
X
X
X
37´5%
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Apesar de todos os participantes fazerem o mesmo trajeto casa/escola, suas
representações tinham características distintas, deixando evidente que a percepção do
espaço, por eles, apresenta diferenciações quanto aos elementos observados e
quanto ao ponto de visão (Figuras 1 e 2).
1980
Figura 1: Desenho caminho de casa à escola.
Fonte: Aluno 1 (10 anos)
Figura 2: Desenho caminho de casa à escola.
Fonte: Aluno 2 (11 anos)
Na figura 1, observamos o rebatimento das casas, devido ao ponto de visão horizontal
e a representação das ruas a partir do ponto de vista vertical. Na figura 2, notamos a
riqueza de informação sobre os quarteirões do bairro e a fluxo indicando o percurso
casa/escola. Nessa representação, o aluno utilizou somente o ponto de vista vertical, o
que mostra entendimento da lógica de representação espacial em mapa mental.
Quando o aluno cria o mapa do trajeto casa/ escola, o professor pode trabalhar com
ele a ideia de alfabeto cartográfico. Partindo do princípio que o individuo consegue
interpretar e representar o espaço ao seu redor, consequentemente será capaz de
fazer a leitura de espaços em escalas ainda maiores.
Mas para que este desempenho seja satisfatório, o desenvolvimento de atividades que
estimulem o aluno deve iniciar nos primeiros anos de alfabetização, o seu
desempenho dependerá se estes conceitos cartográficos forem inseridos ainda nas
séries iniciais, com apoio de um material didático eficaz e com um professor
capacitado que não deixe estes conceitos para trás. O papel do professor de geografia
esta em levar ao aluno uma visão mais realista do mundo a sua volta, formando assim
um cidadão com capacidade critica e questionadora.
Conclusão
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A experiência mostrou o quanto os estudantes, entre 8 e 13 anos, da escola básica se
envolvem com atividades diferentes e prazerosas, que envolvem desenhar, falar do
que eles conhecem, movimentar-se na sala de aula e socializar suas ideias.
Atividades como a realizada pelo nosso grupo, na geografia escolar, fazem com que
os alunos deixem de ser meros expectadores e se tornem sujeitos ativos, saibam se
localizar, crie referências espaciais e desenvolvam estímulos a leitura e interpretação
de mapas. Esse exercício de representar contribui para que os alunos possam
entender o que é o espaço geográfico com uma visão ampliada sobre conceitos que
abranja o universo político, econômico e social. Assim podemos tirar a concepção,
equivocada, de que mapas só servem para ilustrar. Ao produzirem os próprios mapas,
os alunos perceberam que eles não são como apenas figuras, em livros didáticos, mas
fontes carregadas de informações.
Ao realizar essa atividade, como graduandos de licenciatura de geografia, tivemos a
oportunidade de conciliar as discussões sobre alfabetização cartográfica, realizadas
em sala, com os resultados encontrados nos desenhos dos alunos.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Luciana C.; CHAVES ,Ana Paula. ;LOCH, Ruth E. Iniciando a alfabetização
cartográfica.
Disponível
em:
http://www.labtate.ufsc.br/images/INICIANDO_A_ALFABETIZACAO_CARTOGRAFICA
.pdf . Acesso em 09 de Abr. 2014.
PIMENTA, Selma G.et. al. Didática e formação de professores: percursos e
perspectivas no Brasil e em Portugal. São Paulo: Cortez, 2008.
ROMANO, S. M. M. Alfabetização cartográfica: a construção do conceito de visão
vertical e a formação de professores. In: CASTELLAR, S (org.).
Educação Geográfica: teorias e práticas docentes. 2ªed. – São Paulo: Contexto, 2007
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