UFBA Universidade Federal da Bahia AVALIAÇÃO DE LIVROS DIDÁTICOS 6º ao 9º ano – Ensino Fundamental – PNLD 2017 Ministério da Educação CATEGORIA: REPROVADA Equipe: Língua Estrangeira Moderna (Espanhol/Inglês) 1. IDENTIFICAÇÃO DA OBRA Código 27996COL44 Composição Tipo 1 ( X ) Tipo 2 ( Códigos por ano 27996C4424 ) 27996C4425 27996C4426 27996C4427 Título Inglês em ação nos dias de hoje Editora Leya Autoria Renata Condi de Souza; Judith Tonioli Arantes; Camila dos Santos Tardoque Ano/Edição 6º 2015 1ª ed 7º 2015 1ª ed 6º LE 176 7º 8º 2015 1ª ed 9º 2015 1ª ed LE 192 8º LE 184 9º LE 184 MP 24O MP 224 MP 224 Nº de Páginas MP 216 Anos a que se destina 6º, 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental 2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ADOTADOS Os critérios eliminatórios comuns a serem observados na apreciação de todas as obras submetidas ao PNLD 2017 são os seguintes: 2.1.1. respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas ao ensino fundamental; 2.1.2. observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano; 2.1.3. coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela coleção, no que diz respeito à proposta didático-pedagógica explicitada e aos objetivos visados; 2.1.4. correção e atualização de conceitos, informações e procedimentos; 2.1.5. observância das características e finalidades específicas do Manual do Professor e adequação da coleção à linha pedagógica nele apresentada; 2.1.6. adequação da estrutura editorial e do projeto gráfico aos objetivos didático-pedagógicos da coleção. 3. Os critérios eliminatórios específicos a serem observados na apreciação do PNLD 2017 são os seguintes: 3.2.2. LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (INGLÊS E ESPANHOL) Na avaliação das obras didáticas de Língua estrangeira, será excluída a obra didática que não apresentar, em seu conjunto: 1. efetiva revisão linguística, que demonstre seriedade profissional na apresentação dos originais em língua estrangeira, eliminando, assim, a ocorrência de inadequação ou equívoco no seu uso, no contexto em que aparece na obra didática; 2. manifestações em linguagem verbal, não verbal e verbo-visual de comunidades falantes da língua estrangeira, com temas adequados aos anos finais do ensino fundamental, que não veiculem estereótipos nem preconceitos, seja em relação às culturas estrangeiras envolvidas, seja em relação à cultura brasileira; 3. manifestações em linguagem verbal, não verbal e verbo-visual que favoreçam o acesso à diversidade cultural, social, étnica, etária e de gênero manifestada na língua estrangeira, de modo a garantir a compreensão de que essa diversidade é inerente à constituição de uma língua e das comunidades que nela se expressam; 4. variedade de gêneros do discurso (orais e escritos), concretizados por meio de linguagem verbal, não verbal ou verbo-visual, caracterizadora de diferentes formas de expressão na língua estrangeira e na língua nacional; 5. manifestações em linguagem verbal, não verbal e verbo-visual que circulam no mundo social, oriundos de diferentes esferas e suportes representativos de comunidades que se manifestam na língua estrangeira; 6. registro da natureza da adaptação efetivada nos textos (escrito e oral) e imagens, respeitadas suas características de gênero de discurso, esfera e suporte, proporcionando maior fidedignidade às publicações originais; 7. relações de intertextualidades a partir de produções expressas em língua estrangeira e ou em língua nacional; 8. atividades de leitura comprometidas com o desenvolvimento da capacidade de reflexão crítica; 9. o processo que envolve atividades de pré-leitura, leitura e pós-leitura; 10. estratégias de leitura, tais como localização de informações explícitas e implícitas no texto, levantamento de hipóteses, produção de inferência, compreensão detalhada e global do texto, dentre outras; 11. atividades de produção escrita compreendida como processo de interação, que exige a definição de parâmetros comunicativos, o entendimento de que a escrita se pauta em convenções relacionadas a contextos e gêneros de discurso e está submetida a processo de reelaboração; 12. promoção da compreensão oral, com materiais gravados em mídia digitalizada (cd em áudio e livro digital), que incluam produções de linguagem características da oralidade; 13. atividades que permitam o acesso a diferentes manifestações da linguagem oral, em inter-relação com necessidades de compreensão e produção compatíveis com as do estudante das séries finais do ensino fundamental, que sejam significativas para esta fase de escolarização e não desconsiderem o estudante como sujeito de sua expressão. 14. sistematização de conhecimentos linguísticos da língua estrangeira, a partir do estudo dos elementos linguísticos em contextos discursivos, de modo a valorizar a relação entre o seu conhecimento e a interpretação das manifestações em linguagem verbal, não verbal e verbo-visual, ultrapassando o nível da sentença isolada; 15. oportunidade de acesso a manifestações estéticas das diferentes comunidades de origem estrangeira e da nacional, com o propósito de desenvolver o prazer de conhecer produções artísticas; 16. elementos estéticos presentes na linguagem verbal, não verbal e verbovisual, e contextualiza a obra em relação ao momento histórico; 17. proposições de leitura da linguagem não verbal e verbo-visual a partir de conceitos e metodologias adequados à natureza desse material, tanto no âmbito do livro impresso quanto no digital; 18. atividades que criem inter-relações com o entorno da escola, estimulando a participação social dos jovens em sua comunidade como agentes de transformações; 19. atividades de avaliação e de auto avaliação que integrem os diferentes aspectos que compõem os estudos da linguagem nesse nível de ensino, buscando harmonizar conhecimentos linguístico-discursivos e aspectos culturais relacionados à expressão e à compreensão na língua estrangeira; 20. imagens que reproduzam a diversidade étnica, social e cultural das comunidades, das regiões e dos países em que as línguas estrangeiras estudadas são faladas; 21. articulação do material oferecido na mídia digital da coleção com temas, textos e atividades apresentados/estudados no livro do estudante; 22. articulação entre o estudo da língua estrangeira e manifestações que valorizam as relações de afeto e de respeito mútuo, a criatividade e a natureza lúdica que deve ter esse ensino, compatíveis com o perfil do estudante das séries finais do ensino fundamental. Manual do Professor Na avaliação das obras do componente curricular Língua Estrangeira Moderna (Espanhol e Inglês), será excluído o Manual do Professor que não apresentar: 23. a organização da coleção (volumes impressos e mídia digital), os objetivos pretendidos, a orientação teórico-metodológica assumida para os estudos da linguagem e, em particular, para o ensino de línguas estrangeiras; 24. a relação entre a proposta teórico-metodológica assumida no livro do professor com o que se apresenta nos livros do estudante, no cd em áudio e na mídia digital que integra a coleção; 25. a proposta didática da obra em relação aos documentos organizadores e norteadores dos últimos anos do ensino fundamental, no que se refere às línguas estrangeiras; 26. referências suplementares (sítios de internet, livros, revistas, filmes, outros materiais) que apoiem atividades propostas no livro do estudante, no cd em áudio e na mídia que integra/compõe a coleção; 27. esclarecimentos, com relação ao cd em áudio e à mídia digital, quanto o seu modo de utilização, assim como a concepção didática que vincula esse material ao livro impresso; 28. atividades complementares para o desenvolvimento tanto da compreensão como da produção em língua estrangeira, mantendo-se os critérios de diversidade de gêneros de discurso, seus possíveis suportes e contextos de circulação; 29. as adaptações realizadas nos materiais, deixando expressa a natureza dessas formas de adaptação (por exemplo, informar que houve trechos suprimidos, textos reescritos, textos traduzidos de outras línguas); especificando os critérios para a realização dessas adaptações, tendo em vista que não se percam características fundamentais do gênero de discurso nem do foco significativo dos textos; 30. informações que favoreçam a atividade do professor, proporcionando-lhe condições de expandir seus conhecimentos acerca da língua estrangeira e de traços culturais vinculados a comunidades que se expressam por meio dessa língua; 31. respostas às atividades propostas no livro do estudante, sem que tenham caráter exclusivo nem restritivo, em especial quando se refira a questões relacionadas à diversidade linguística e cultural expressa na língua estrangeira; 32. concretização, por meio de propostas de projetos, atividades e eventos, do tratamento do lúdico, dos afetos, do respeito mútuo e da criatividade como componentes fundamentais para o processo de aprendizagem do estudante das séries finais do ensino fundamental; 33. elucidações acerca de seu compromisso com a valorização dos saberes advindos da experiência do professor, favorecendo a aproximação respeitosa entre saberes teóricos e saberes práticos; 34. formalização de seu envolvimento com a construção de uma proposta de ensino de língua estrangeira que esteja associada ao compromisso de oferecer uma formação escolar construtora da cidadania do estudante dos anos finais do ensino fundamental, que lhe possibilite sentir-se como produtor valorizado de bens culturais, afastando-se de orientações teórico-metodológicas que não favoreçam essa construção; 35. subsídios que contribuam com reflexões sobre o processo de avaliação da aprendizagem de Língua Estrangeira Moderna de acordo com as orientações descritas nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos; 36. articulações pertinentes entre o Manual do Professor impresso e o Manual do Professor Multimídia, para as obras Tipo 1. Considerando-se os critérios de avaliação dispostos no Anexo III do Edital de Convocação para o Processo de Inscrição e Avaliação de Coleções Didáticas para o Programa Nacional do Livro Didático - PNLD 2017 detalha-se, a seguir, o Parecer de Reprovação relativo à coleção 27996COL44. 3. DESCRIÇÃO DA OBRA A coleção apresenta nos quatro volumes a mesma estrutura: uma Starter Unit (exclusivamente no volume 1) e oito unidades temáticas, que se encontram divididas nas seguintes seções, que se sucedem sem uma ordem estabelecida e podem estar subdivididas: Warming up (estabelece os objetivos e apresenta perguntas sobre o tema da unidade, a partir de imagens); Reading; Writing; Speaking; Listening. As subseções Lexis, Language analysis e Connections são distribuídas irregularmente entre as seções. Ao longo dos volumes, em pequenos quadros amarelos, há informações complementares em Tip, Dictionary, Language variation (não constam do sumário). Ao final de cada unidade, há a seção Self-evaluation. Cada volume inclui, ainda, na sua parte final, cinco seções: Additional material, Dictionary (explicação do verbete e descrição das partes que compõem o verbete: classe gramatical, características morfossintáticas e símbolos fonéticos), World Wide English (um mapa-múndi que indica a origem dos textos utilizados no volume, bem como a página e a bandeira do país), Grammar Reference (quadros que resumem o item gramatical estudado em cada unidade), Glossary (compilação das palavras-chave de cada unidade) e Bibliography (referências bibliográficas utilizadas para a construção da obra). Os volumes da coleção apresentam os seguintes títulos: VOLUME 1: Starter unit (unidade introdutória com o objetivo de ambientar o aluno na aprendizagem da língua inglesa; são propostas atividades voltadas para a ativação do conhecimento prévio sobre inglês, a prática de estratégias de leitura, o reconhecimento de palavras cognatas, e o uso de classroom language); Unidade 1: People; Unidade 2: Family; Unidade 3: My school; Unidade 4: Invitations; Unidade 5: Games; Unidade 6: Likes; Unidade 7: Food; Unidade 8: Travel. VOLUME 2: Unidade 1: Water; Unidade 2: Weather; Unidade 3: Field trip; Unidade 4: Future Jobs; Unidade 5: Advice; Unidade 6: Stories; Unidade 7: The News; Unidade 8: Life. VOLUME 3: Unidade 1: Biographies; Unidade 2: Movies; Unidade 3: Nature; Unidade 4: Changes; Unidade 5: Animals; Unidade 6: Stereotypes; Unidade 7: Feelings; Unidade 8: Consequences. VOLUME 4: Unidade 1: Studying; Unidade 2: Diversity; Unidade 3: Festivals; Unidade 4: Heroes; Unidade 5: Our experiences; Unidade 6: Street art; Unidade 7: Arts; Unidade 8: Fiction. O Manual do Professor (MP) apresenta uma reprodução do Livro do Estudante (LE) com respostas das atividades e comentários dirigidos ao docente. Este manual é acrescido de uma seção (Assessoria pedagógica) aqui designada Guia Didático (GD), organizada em cinco seções: 1. Descrição de seções e boxes das unidades e de outros recursos da coleção (há explicação de todas as seções do livro do estudante); 2. Referencial Teórico-Metodológico (subdividido em: Ponto de partida - conhecimento prévio; Abordando a língua como prática social; O trabalho com gêneros multimodais; Reflexão crítica e construção da cidadania; Instrumentos de avaliação; Procedimentos gerais em sala de aula); 3. Sugestões de leitura para o professor; 4. Referências Bibliográficas; 5. Orientações específicas para cada volume subdividida em: Quadro de conteúdo; Atividades complementares (há uma atividade para cada unidade); Para ler, ver, ouvir e navegar (sugestões de filmes, música e outros links para cada unidade); Formação continuada do professor (resenhas de textos teóricos); Leituras complementares; Orientações didáticas adicionais às atividades das unidades; Transcrição dos textos orais do livro do aluno. Os quatro volumes vêm acompanhados de CD de áudio e de um Manual do Professor Multimídia (MPM). Este último é de uma única mídia nas versões Windows e Linux. O MPM, após instalado, apresenta-se dentro da pasta Biblioteca; ao seu lado, pode ser encontrado o livro digital Guia do Usuário. O manual multimídia é uma cópia do manual impresso, exceto pela existência dos ícones interativos pertinentes ao livro digital, localizados nas barras lateral e horizontal. Na primeira, estão os ícones: sumário das unidades, anotações e marcador de páginas, lupa de pesquisa e o ícone dos Objetos educacionais digitais (OED). Para saber o que contém os DVD, é preciso abrir cada um, porque não há no MP nenhuma referência ao que oferece o MPM. Os MPM contêm os seguintes OED: VOLUME 1: Unidade 1: Chuck’s close up; Unidade 2: Family is Family; Unidade 3: Ghana and England; Unidade 4: Millenium Development goals; Unidade 5: Indigenous games; Unidade 6: Seurat: father of pointillism; Unidade 7: Food and culture; Unidade 8: Historical cities. VOLUME 2: Unidade 1: Water recycling; Unidade 2: Sensorial installations; Unidade 3: A visit to Parthenon; Unidade 4: Fight against racism; Unidade 5: Why do we tell stories?; Unidade 6: Testimony and speech; Unidade 6: Talking about social networks; Unidade 6: Fighting childhood obesity. VOLUME 3: Unidade 1: The apartheid resistance; Unidade 2: World war II; Unidade 3: The Indian tsunami; Unidade 4: Luzia and Naia; Unidade 5: Etiquette manners; Unidade 6: Advertisements and children; Unidade 7: Sustainable communities; Unidade 7: The waste issue. VOLUME 4: Unidade 1: Celulares na escola; Unidade 3: Traditional festivals; Unidade 4: Politicized comic strips; Unidade 5: The wandering nomads; Unidade 5: The nomadic way of life; Unidade 6: The art of graffiti; Unidade 7: Marina Abramovich: a performer; Unidade 8: Revolutionary Technologies; Assessoria Pedagógica: Interdisciplinariedade em debate, palestra do Professor José Pacheco. 4. ANÁLISE DA OBRA Com base nos critérios eliminatórios gerais e específicos, sem prejuízo de qualidades outras, a coleção 27996COL44 não atende a diversos itens do edital do PNLD 2017. Apresenta-se, a seguir, a análise da obra, explicitandose, entre outros aspectos, os elementos que demonstram o descumprimento desses critérios. 4.1. Análise à luz dos critérios comuns a todas as áreas Item 2.1.1. Respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas ao ensino fundamental. Item 2.1.2 – Observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social A coleção infringe o item 2.1.1 do edital ao ferir o Art. 79 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz: “As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.”. A coleção apresenta duas imagens contendo armas de fogo: – LE7, p. 10, atv. 2 – a imagem mostra um cartaz no qual há a imagem de uma mão segurando um revólver apontado para a cabeça de um bebê, fotografado lateralmente. Embora a arma tenha aparência de ser de plástico – réplica perfeita de uma arma de fogo – e se possa supor que seja uma arma de água, a situação remete a uma cena de muita violência. Se a ONU selecionou esse material como representativo de uma campanha sua para economizar água (Drop by drop), a sua circulação prevista certamente não seria num livro didático. A ideia de que ao desperdiçar água se está matando o futuro, uma possível interpretação da imagem, tem outro público previsto. A sua reprodução num livro com fins didáticos, regido pelo edital do PNLD 2017, é um equívoco, porque é imagem que contém um forte teor de violência. – LE9, p. 70 – há um cartaz de filme com uma personagem segurando uma arma de fogo, que aparece na imagem com bastante evidência; além disso, a imagem feminina é a representação de uma personagem da marca Marvel, explícita no texto da p. 69 e nas duas imagens da p. 70. As perguntas relativas ao texto reforçam a marca, por exemplo, p. 70, atv. b (Why did Marvel decide to make this new series?), atv. c (Who are the new female characters?), atv. d (What is the purpuse of the female Marvel characters?); p. 71, atv. 5. Desse modo, infringe-se, também, o edital no que concerne à presença de publicidade em livros didáticos (infringe, portanto, os itens 2.1.1 e 2.1.2). Além disso, a coleção incluiu imagens comerciais, e deveria fazer um uso reflexivo dessas marcas, “voltado para o leitor crítico, que não se prenda a uma única marca ou empresa, evitando-se incluir exemplos desnecessários e relacionados à ostentação” (Parecer CEB 15/2000; p.17). No entanto, isso não ocorre. Na análise, foi constatado que a coleção apresenta (LE6, p. 166) a imagem de um console de jogos XBOX 360, e a marca Blackberry (LE8, p.40) aparece no cartaz do filme Phone Swap. A coleção não apresenta a relevância do uso dessas imagens na atividade, nem desenvolve discussão que direcione para o desenvolvimento da criticidade do estudante em relação aos efeitos produzidos por esse tipo de publicidade na nossa sociedade. Dessa forma, a coleção infringe o edital, no seu item 2.1.2. Item 2.1.3. Coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela obra, no que diz respeito à proposta didático-pedagógica explicitada e aos objetivos visados Ao longo da coleção, notam-se incoerências entre o que está exposto no MP, no que se refere à proposta didático-metodológica e à abordagem teóricometodológica assumidas, e o que se apresenta nos livros do estudante e nos CD de áudio. A coleção apresenta em todos os seus volumes (MP8, p. 202), a seção 5., intitulada Orientações específicas para este volume, na qual há uma coluna intitulada Letramento crítico. Não há, em qualquer parte do MP, definição ou delimitação para o conceito de letramento crítico. Dessa forma, o que se vê na referida coluna são temas muito diversos, sem uma orientação específica ao professor sobre os critérios utilizados para os reunir sob essa denominação, nem sobre como trabalhar com eles sob o viés do letramento crítico. Por exemplo: MP8, p. 202 – Resenha do filme Rio 40 graus (unidade 2); Dinossauros do Brasil (unidade 4); MP7, p. 210 – Lenda brasileira da vitória régia (unidade 6); Alimentação saudável (unidade 8); MP6, p. 194 – Sistemas educacionais (unidade 3); Regras de convívio nos refeitórios escolares estadunidenses. No que se refere aos elementos linguísticos, a proposta da coleção é trabalhar de forma indutiva (MP8, p. 189), o que levaria o aluno a tirar conclusões sobre o tópico apresentado. Entretanto, a maior crítica nesse sentido se faz pela ausência de um número suficiente de exemplos de usos reais da língua para o item gramatical ensinado nas unidades. A indicação de apenas um exemplo, na maioria das seções de Language Analysis (presentes em todas as unidades e nas quais são apresentados os itens gramaticais), dificulta a inferência por parte do aluno para entender como os itens gramaticais da língua funcionariam no contexto real de uso. Faltam orientações e/ou procedimentos explicitados ao professor e ao aluno para que possam internalizar o uso do item gramatical em foco, de modo que possa produzi-lo em contextos menos controlados. Algumas atividades descaracterizam o ensino indutivo de gramática ao solicitarem que os alunos identifiquem a regra gramatical nos primeiros exercícios. Uma segunda falha é verificada na falta de atividades por meio das quais o aluno possa praticar a questão gramatical em situação de uso contextualizado. Podemos citar como exemplos: • LE6, p. 23 – no primeiro item gramatical apresentado, a atv. 1 se refere à identificação dos pronomes I e you, enquanto que a atv. 2 já se volta • • • • • • para as contrações I’m e you’re; ou seja, há apenas uma atividade para cada um desses itens. Deve-se ressaltar ainda que elas são meras atividades de conectar palavras ou imagens. A seção toda se resume a essas duas atividades. LE6, p. 143 – para introduzir os itens There to be e ’ve got, essa unidade se limita a trazer alguns exemplos da seção de compreensão oral e pedir que os alunos completem seis sentenças com as referidas expressões. As sentenças se referem ainda às regras para o seu uso e não a situações de uso. LE7, p. 32 – para trabalhar o item going to, a atv. 1 apresenta algumas sentenças sobre a previsão do tempo. Depois é solicitado do aluno que “infira” se as sentenças se referem ao passado, presente ou futuro. Se as sentenças se referem a uma previsão, não há necessidade de o aluno lê-las para saber que se referem ao futuro. LE7, p. 127 – o item gramatical trabalhado, conforme aparece no topo da seção, é o Simple past of regular verbs. Embora em inglês, fica evidente que se trata de verbos regulares no passado. Assim, a atv. 1a pergunta se os verbos que aparecem nos exemplos estão no presente ou no passado, enquanto que a atv. 1c pergunta se os verbos são regulares ou irregulares. Já a atv. 1d pede que os alunos identifiquem a situação em que esses verbos são usados. A primeira opção, indicada como correta, se refere a ações que tiveram início e fim em um momento específico no passado. A segunda opção se refere a ações que não têm esse momento definido. Mas a inferência da regra gramatical fica prejudicada, pois os exemplos não são muito claros. Ambos mostram duas ações no passado em momentos distintos. Dessa forma, haveria a possibilidade de ser usado também o past perfect Vejamos o segundo exemplo: The organisers of the cheating scam sent fake candidates to take the test first and who then memorised the questions (“Os organizadores do esquema enviaram candidatos falsos para fazer o teste e que então memorizaram as perguntas”). Nota-se, portanto, que há dois verbos no passado e, portanto, dois momentos distintos. Embora a construção acima seja possível, outra também o seria, com o past perfect, diferenciando esses dois momentos: had sent (“haviam enviado”). Dessa forma, não há elementos nos exemplos usados que garantam uma aprendizagem por indução adequada. LE8, p. 13 – novamente o simple past, e a primeira atividade repete a pergunta: Os eventos acontecem no presente, passado ou futuro? LE8, p. 142 – É apresentada apenas uma sentença e, com base nela, o aluno precisa inferir a que situação do futuro ela se aplica. Na atividade seguinte, já se trabalha com os aspectos formais dos condicionais. LE9, p. 127 – para o trabalho com pronomes indefinidos, são apresentados seis pronomes em seis sentenças retiradas de um poema e a primeira atividade pede para que os pronomes sejam alocados para junto de suas definições. As definições foram retiradas de um dicionário e apresentam situações muito óbvias (somebody = someone; everybody = everyone; no thing = nothing) ou pouco esclarecedoras (An undetermined or uspecified thing = something). Assim, a atividade se torna muito mais um exercício de adivinhação do que de indução. O que os exemplos acima mostram, ademais, é que, embora a coleção defenda que “concebe a linguagem em sua função sociointeracional, como prática social, na qual significados são construídos e negociados perante as contingências do contexto e dos sujeitos neles envolvidos” (MP9, p. 196), na prática isso não se efetiva. O que se vê é que não há uma contextualização sócio-histórica dos eventos em que os elementos linguísticos são usados, já que se baseiam, em geral, em sentenças extraídas de textos apresentados anteriormente. Tampouco promovem a interação social, pois as atividades, quando envolvem mais de uma pessoa, se voltam, na maioria das vezes, para a discussão de itens gramaticais e não tanto a sua aplicação a um contexto real de uso. Assim, a obra afirma que a apresentação do conhecimento se dá por indução e é consolidado com “propostas de múltipla escolha, formulação de frases, inserção de palavras para completar pequenos textos de maneira contextualizada”, ou seja, em um contexto de prática social (MP8, p. 189). O primeiro aspecto a se questionar, quanto a essa afirmação, é que atividades de múltipla escolha e preenchimento de lacunas são contraditórias com uma proposta sociointeracional, pois, em geral, são atividades de estrutura desconectada de um contexto real. O segundo aspecto é justamente essa ideia de “contexto de prática social” que a obra defende. Ao se retirarem exemplos de textos, o que há é apenas um contexto anafórico, sem necessariamente estar vinculado a práticas sócio-históricas envolvendo alunos e professores. Nas atividades em que há formulação de frases, elas já aparecem semiprontas, deixando ao aluno pouco espaço para, de fato, se tornar o sujeito de seu enunciado. Exemplos desses tipos de atividades: • LE8, p. 51 – há exercícios de múltipla escolha, verdadeiro ou falso e de preencher lacunas. Nenhum exercício de formulação de frases; • LE8, p. 68-70 – quase que somente atividades mecânicas. A atividade de formulação de frases (LE8, p. 70, atv. 7) nada mais é do que a aplicação de uma estrutura com o uso de comparativos; • LE8, p. 115, atv. 5 – verbos modais: nesse caso, praticamente metade das sentenças já vem pronta: Men and women must...; Girls cannot...; • LE7, p. 86 – os exemplos foram retirados de textos da seção Reading (p. 62-3). Os exercícios são todos mecânicos, com exceção da atv. 4, que, embora contenha perguntas abertas, está toda voltada para temas do próprio texto. Assim, essa atividade não proporciona uma experiência sociointeracional de fato, pois se baseia numa situação em que os interagentes não estão falando de seus próprios contextos, mas simplesmente de situações presentes no texto que serviu de base para as atividades: What should Renisha do?; What should Phill do?; • LE9, p. 89-90 – como na maioria dos casos, os excertos foram retirados da seção Reading, muito embora o MP8 (p. 190) tenha afirmado fazer uso de gêneros orais. As atividades também seguem o padrão adotado na coleção toda, marcadamente mecânicas, com exceção da atv. 3, p. 90, de elaboração de sentenças. Entretanto, essa atividade também já vem com as temáticas dadas, apesar de fazer parte do último livro da série. Por exemplo, para elaborar sentenças com o present perfect, o livro sugere a utilização de certas palavras: be – foreign country; eat – Mexican food etc. Item 2.1.4. Correção e atualização de conceitos, informações e procedimentos A coleção apresenta inadequações que podem ser comprovadas, por exemplo, ao tratar, no MP8, p. 129, do uso de verbos modais. Na atv. 3, podese induzir o aluno ao erro, já que os exemplos dados teriam como melhor opção o verbo must, porque todos os enunciados se referem a situações obrigatórias pelas leis de trânsito brasileiras. O verbo must não aparece como opção e as instruções ao professor indicam que as respostas são pessoais. As opções são can, can’t, should e shouldn’t. Por exemplo, em A driver texting while driving, pode-se ter: a) A driver can text while driving = “Um motorista pode digitar enquanto dirige”; b) A driver can’t text while driving = “Um motorista não pode digitar enquanto dirige” (o que se aplica tanto à incapacidade quanto à proibição); c) A driver should text while driving = “Um motorista deveria digitar enquanto dirige”; d) A driver shouldn’t text while driving = “Um motorista não deveria digitar enquanto dirige”. Como as respostas são pessoais, todas elas são possíveis, mas nenhuma totalmente adequada. Outro problema pode ser observado no caráter redutor do gráfico usado para explicar as preposições in, on, at em relação a tempo (LE8, p. 38; MP8, p. 166); há outras situações em que essas preposições podem ser usadas para estabelecer relação de tempo, como, por exemplo: no LE, a preposição at é apresentada como relativa a momentos específicos, como para se referir a horas, mas ela pode ser usada também em situações mais genéricas, como at Christmas (“no Natal”) e at the weekend (“no fim de semana”). 2.1.5 – Manual do Professor Edital – Item 2.1.5. Observância das características e finalidades específicas do Manual do Professor e adequação da coleção à linha pedagógica nele apresentada No que concerne o subitem 2.1.5.1., “explicitar os objetivos da proposta didático-pedagógica efetivada pela coleção e os pressupostos teóricometodológicos por ela assumidos”, a obra assume que fundamenta a construção dos seus conteúdos nos pressupostos teóricos apresentados no MP6, p. 185-190. Entretanto, quanto ao Letramento Crítico mencionado dentro da coluna dos 'temas' no quadro de conteúdos do MP6 (p.194 e 195), este não foi mencionado anteriormente, nem mesmo na seção que apresenta o referencial teórico-metodológico. Além disso, há alguns pontos que necessitam maior detalhamento: • MP 6, p. 180 - seção Apresentação. Na nota de rodapé 1, o que são "modalidades" de cultura? • MP 6, p. 180 - seção Apresentação. Como distinguir o que é uma "reflexão mais profunda" de uma reflexão “simples” ou “normal”? • MP 6, p. 184 - seção Letramento Digital - a discussão e o uso de termos como “nativos digitais”, “excluídos digitais”, “imigrantes digitais” poderiam ser melhor explicados. No que concerne ao subitem 2.1.5.4., “indicar as possibilidades de trabalho interdisciplinar na escola, a partir do componente curricular abordado na coleção”, no MP7 p. 204, no texto sobre Reflexão Crítica e a Construção da Cidadania, terceiro parágrafo, encontramos o seguinte registro: "Documentos oficiais como os PCN (1998) reforçam a importância da formação para a cidadania, construída por meio de reflexão crítica e do desenvolvimento de um pensamento autônomo, e sugerem que conhecimentos de diversas áreas sejam integrados em um trabalho interdisciplinar." Contudo, não se encontram orientações claramente explícitas para um trabalho interdisciplinar. Mesmo na seção Reflexão Crítica e a construção da cidadania (p. 205), a coleção não pontua quais trabalhos poderiam ser propostos, deixando isso a critério do professor, sob a justificativa de que seria uma forma de garantir sua autonomia. No que concerne ao subitem 2.1.5.6., “promover a interação com os demais profissionais da escola”, há poucas atividades que preveem situações de interação. Entre essas poucas, há algumas questões que merecem ser mencionadas. Por exemplo: em LE6, p. 53, atv. 8F: a pergunta “Você sabe o que é preciso fazer para alterar as disciplinas que você estuda?” tem no MP6, em letras vermelhas, no local de orientação ao professor, a sugestão de consultar várias fontes, entre elas a direção da escola/outras autoridades, por meio de entrevista – mas não oferece nenhuma orientação de como proceder para elaborar uma entrevista e realizá-la. Não foi encontrada nenhuma sugestão de tarefa no LE9 para que o aluno possa interagir com algum membro do grupo de pessoas que trabalham na escola. Há apenas sugestões de trabalho interdisciplinar, baseado na consulta a professores de outras disciplinas: LE9, p.77 - articulação com Geografia; LE9, p.91 - articulação com Educação Física e Ciências. No que concerne o subitem 2.1.5.7., “sugerir textos de aprofundamento e propostas de atividades complementares às do livro do estudante”, há em geral apenas uma atividade complementar para cada unidade, apresentadas na seção Atividades Complementares, p. 204 e 205 dos MPs. No caso do MP8, todas as oito trabalham com aspectos linguísticos, por exemplo: Unidade 1 – praticar perguntas com respostas simples e descrição de pessoas; Unidade 2 – praticar vocabulário referente a filmes; Unidade 3 – praticar uso do simple past e past progressive com while e when; Unidade 4 – praticar uso de adjetivos e comparativos; Unidade 5 – praticar o vocabulário e uso do superlativo; Unidade 6 – praticar o vocabulário e o conteúdo gramatical; Unidade 7 – praticar o vocabulário da unidade; Unidade 8 – praticar o first conditional. No MP9, na seção Atividades Complementares, p. 204 e 205, todas as oito unidades trabalham com produção escrita e oral. E não há diversidade de gêneros discursivos porque todas são jogos para a prática de vocabulário ou revisão gramatical (exceção é a atividade da unidade oito). No que concerne o subitem 2.1.5.8., “propiciar a superação da dicotomia ensino e pesquisa, proporcionando ao professor um espaço efetivo de reflexão sobre a sua prática”, nos MPs o espaço reflexivo é propiciado apenas através dos textos atualizados que relativizam práticas e saberes, por exemplo, em MP7 p.207 e p.208 - Sugestões de Leitura para o Professor e MP7 p. 220 à p.224 - Leituras Complementares, mas estas não provocam o professor para refletir sobre a sua prática nem se destinam a propiciar a superação da dicotomia ensino e pesquisa. Manual do Professor Multimídia Os MPM oferecem poucas oportunidades formativas do docente para o trabalho interdisciplinar. E nesses casos, há apenas sugestões e não detalhamento de procedimentos. Por exemplo: • • • MPM6 – a atividade para a unidade 1 refere-se ao pintor Chuck Close e há a indicação de que a atividade a ser feita (o mosaico, nesse caso) poderia ser realizada com a ajuda do professor de Artes. A atividade da unidade 2 contempla dois vídeos. O primeiro sobre a diversidade de composição familiar nos dias de hoje. O segundo vídeo é um discurso da atriz Anne Hathaway agradecendo o prêmio recebido por representar uma organização a favor dos direitos LGBT. A sugestão é refletir sobre a discriminação e o preconceito, com o apoio das disciplinas de História, Sociologia e Filosofia. MPM7 – todos os OEDs são apresentados como podendo ser trabalhados interdisciplinarmente, exigindo conhecimentos de outras disciplinas para um trabalho menos limitado. No entanto, a coleção não detalha os procedimentos de como o professor, diante de um assunto e/ou conteúdo que talvez nunca tenha trabalhado, possa colocar o tema em prática. Há apenas a menção da disciplina e uma vaga definição da tarefa com a qual o professor poderá elaborar um trabalho interdisciplinar na escola com outros colegas docentes. Por exemplo, o OED da unidade 6 é sobre contação de história. A sugestão do trabalho interdisciplinar é um teatro de marionetes com a ajuda de professores da área de Português e História. Em outros OEDs, não há menção de trabalho interdisciplinar, como, por exemplo, o OED da unidade 4, que trata do racismo. Não se sugere, por exemplo, um trabalho com História. Há duas sugestões de atividades: uma delas é cada aluno ler um trecho da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Outra sugestão é o trabalho com qualquer tipo de discriminação, como, por exemplo, a homofobia. Sugerem ainda que conceitos como orientação sexual, gênero e sexo biológico precisam ser esclarecidos. Não há detalhamento de procedimentos para nenhuma das duas possibilidades de trabalhos interdisciplinares. Ademais, não há detalhamento satisfatório dos procedimentos metodológicos em como usar o objeto educacional digital. No guia didático, em cada atividade, apesar de haver de se indicar o objetivo do OED, todas as atividades seguem um mesmo padrão. Assim, não há nenhum material, sugestão ou ferramentas que possibilitem a compreensão de procedimentos metodológicos alternativos. Por exemplo, no MPM8, para o OD da unidade 8 do Consequences, o Guia Didático sugere como procedimento metodológico que os alunos passem uma semana observando os hábitos de consumo e reciclagem de suas casas. Todavia, não há sugestão de nenhuma ação em relação ao que foi observado. Um outro aspecto diz respeito ao MPM6, em que todas as atividades apresentadas são para possíveis usos com os alunos em sala de aula ou em sala multimídia da escola. O MPM6 é um repositório de material multimídia para ser usado em sala. Há algumas indicações de como fazer uso desse material. Nem sempre há um detalhamento. Cabe ao professor elaborar um plano detalhado de suas ações caso opte por usar o conteúdo desse DVD. Por fim, não existem orientações para a instalação dos DVDs em Android 4.0 e IOS. 4.2. Análise à luz dos critérios específicos da área de línguas estrangeiras (Item 3.2.2) Quanto ao subitem 3.2.2.1., “efetiva revisão linguística, que demonstre seriedade profissional na apresentação dos originais em língua estrangeira, eliminando, assim, a ocorrência de inadequação ou equívoco no seu uso, no contexto em que aparece na obra didática”, a obra apresenta inadequações e equívocos. Por exemplo: há erros de revisão nas referências bibliográficas dos manuais do professor: MP8, p. 187, 190, 195; trechos de áudio estão ausentes das transcrições ou transcritos de forma incorreta: CD8, f30; CD6, f3; CD6, f28; links com problemas de diferentes tipos: LE8, p.3; LE9, p. 79; problemas de legibilidade: LE7, p.117, havendo letra muito pequena no material oferecido como apoio de Pre-writing, assim como em LE7, p.13; p.16, at.2; p.51, visitor map; p.57, texto da atv. 3. Quanto ao subitem 3.2.2.3., “manifestações em linguagem verbal, não verbal e verbo-visual que favoreçam o acesso à diversidade cultural, social, étnica, etária e de gênero manifestada na língua estrangeira, de modo a garantir a compreensão de que essa diversidade é inerente à constituição de uma língua e das comunidades que nela se expressam”, embora haja uma razoável representação da diversidade na coleção, duas comunidades não estão devidamente representadas: a rural e a dos povos indígenas. No caso da rural, não há qualquer menção a essa comunidade, tanto brasileira quanto estrangeira. Quanto aos indígenas, há poucas referências a eles. A unidade 2 do LE9 é toda dedicada à diversidade e à diferença, mas não há qualquer menção, verbal ou visual, a comunidades indígenas. As referências, quando há, são modestas e relativas a comunidades brasileiras: LE6, p. 92-94 – a parte final da unidade 5, sobre jogos, traz atividades sobre os Jogos dos Povos Indígenas; LE7, p. 116 – há um pequeno texto, de um parágrafo, sobre uma história indígena que conta o surgimento da Vitória Régia da Amazônia; MP9, p. 56 – nos comentários para o professor, há uma sugestão de trabalho com os Jogos dos Povos Indígenas, já trabalhado no LE6. Embora sejam louváveis essas menções aos povos indígenas brasileiros, o que se nota é que eles ainda aparecem como curiosidades ou exceções. São retratados de forma romântica e idealizada. Não há, portanto, uma problematização de sua posição na sociedade brasileira (ou estrangeira), ou um questionamento sobre situações de exclusão. Quanto ao subitem 3.2.2.8., “atividades de leitura comprometidas com o desenvolvimento da capacidade de reflexão crítica”, muitos textos não parecem apresentar temas que sejam relevantes para os anos finais do ensino fundamental da escola pública. No caso do LE7, as Unidades 6 e 7 trazem respectivamente os temas: Stories e The News. Se o primeiro tema é tratado com uma certa infantilidade, o segundo, por outro lado, se apresenta muito sério. Em se tratando de compreensão leitora, o livro traz textos longos, um tanto inadequados para o nível de leitura em que se encontra o aluno. Por exemplo, no LE7, p.104, o texto The Elves and the Shoemaker ocupa toda a página do livro e traz um vocabulário pouco usual para o nível de aprendizagem a que se atrela. No LE8, foram encontrados temas que parecem se repetir: o assunto sobre a natureza e a preservação do meio ambiente aparece na Unidade 3, Nature, sobre desastres naturais, e retorna na Unidade 8, Consequences. As Unidades 4 e 5 tratam do mesmo tópico: animais. A primeira expõe as características dos animais extintos e a 5 discorre sobre animais que estão em processo de extinção. A repetição dos temas os tornam menos relevantes para o aluno. No LE9, parecem repetitivas duas unidades, seguidas, tratando do mesmo assunto: Artes. A unidade 6 (p.104) trata de arte urbana ou de rua e a unidade 7 (p.122), de Artes de uma maneira geral. Sem dúvida, é elogiável o fato da obra abrir espaço para o Grafite e, dentro desse espaço, expor os alunos aos artistas brasileiros que ocupam uma posição de destaque como grafiteiros. Contudo, duas unidades sobre arte, separando street art de arts provoca um estranhamento: não podem ser tratadas em conjunto? Há alguma manifestação artística que não possa ser apresentada ao lado da arte urbana ou de rua? Quanto ao subitem 3.2.2.9. (referente ao MP), “as adaptações realizadas nos materiais, deixando expressa a natureza dessas formas de adaptação (por exemplo, informar que houve trechos suprimidos, textos reescritos, textos traduzidos de outras línguas); especificando os critérios para a realização dessas adaptações, tendo em vista que não se percam características fundamentais do gênero de discurso nem do foco significativo dos textos”, constata-se que em alguns casos as adaptações são indicadas, mas não há orientações ao professor sobre elas, indicando o que foi adaptado ou outra informação relevante, por exemplo: no LE7 p. 60, seção Speaking - abaixo do texto encontra-se a legenda: adapted from: <http//learnenglishteens.britishcouncil.org/exams/speaking.exams.Etc.>, mas não se indica a adaptação feita; no LE8, p.91, atv. 3 - o Quiz foi adaptado do site <www.dawn/news/58084/quiz-largest-fastest-and-tallest>. No LE, os textos têm como única indicação de adaptação, ou recorte, o sinal “[...]”, conforme se pode ver em: LE6, p. 92 – texto sobre os Jogos Mundiais Indígenas, retirado da Internet e que indica a exclusão de três trechos; LE7, p. 104 – conto The Elves and the Shoemaker, retirado de um livro dos Irmãos Grimm, com vários sinais de exclusão de trechos; LE8, p. 124 – texto sobre ética na escola, retirado da Internet, em que se indica a exclusão de sua parte final; LE9, p. 20 – texto sobre plágio, retirado da Internet, indicando-se a exclusão de três trechos. 4.3 – Erros Encontrados na Coleção A coleção apresenta inadequações de diversas dimensões, no que se refere ao LE, ao MP e ao CD, reunidas no quadro a seguir, sem a pretensão de abarcar todas as inadequações ou erros constantes nessa obra. LIVRO LE6 PÁGINA p. 32 CD8 f30 CD6 f3, p. 10 CD6 f28, p. 91 CD6 f33, p. 125 MP6 p. 74, atv. 1 MP8 p. 187 MP8 p. 190 MP8 p. 195 MP8 p. 195 MP8 p. 190 MP8 p. 194, 196 LE7 LE7 p. 16, atv. 1 p. 33, atv. 3 LE9 p. 79 LE8 p. 3 ERROS O uso da palavra actor para ‘atriz’, embora não esteja incorreto, pode causar confusão aos alunos, em função de já haver outra palavra mais comum para essa situação: actress. A explicação só vem na p. 77, MP6, quando a palavra é novamente usada - Há uma voz que diz: Hi my name’s Dan Daves. I’m from (incompreensível). I’m on register but unfortunately I’m not a match. Esse enunciado não está na transcrição. Ela deveria começar antes da sobreposição da voz da mulher 2 Na letra “c”, na narração, podemos ouvir get your books AND open THEM to page ten. As palavras em caixa alta não estão na transcrição do MP6, p. 212 Broadway diz: or you get a Five Second Violation e não before you will get... As três últimas palavras do cozinheiro são: potato is done e não potatoes are done Na sugestão ao professor, a expressão "reproduzir à mão" aparece incorretamente A obra de Lankshear & Snyder (2000) não está nas referências A obra de Jenkins et alii (2005) não está nas referências A obra de Castells (2000) não está nas referências A obra de Marcuschi (2005) não está nas referências A obra de Jenkins et alii (2005) está com referenciação inadequada, pois em obras com mais de três autores deveria ser usada a expressão et al. Os PCN (BRASIL, 1998) aparecem com referência inadequada em várias situações Falta uma explicação para o conectivo and Lê-se read them and answer the questions..., mas não há questions, no plural; há apenas uma questão O link remete para uma página que solicita às mulheres negras que enviem foto e se cadastrem no site Páginas contendo propaganda periférica e 5 páginas quebradas 5. CONCLUSÃO Pelo exposto, a Coleção 27996COL44 não atende aos critérios eliminatórios comuns a todas as áreas, constantes do Anexo III do edital do PNLD 2017, a saber: itens 2.1.1., 2.1.2., 2.1.3., 2.1.4., 2.1.5., 2.1.6., 2.1.7. e 2.1.8. Também descumpre itens de avaliação específicos para o componente curricular Língua Estrangeira Moderna, subitens 3.2.2.1., 3.2.2.3., 3.2.2.8. e 3.2.2.29., também constantes no Anexo III do referido Edital, devendo, portanto, ser reprovada do PNLD 2017. Assinatura do Coordenador Institucional Júlia Morena S. Costa Assinatura do Coordenador de Área Fernanda Almeida Vita