AVALIAÇÃO DE CORES VISUAL E CABINES DE LUZ, CUIDADOS E ESPECIFICAÇÕES Herta Luisa Lenhardt X-Rite Incorporated. A avaliação de cores visual sempre será importante nos processos de produção e reprodução de cores mesmo com a utilização de instrumentos de precisão para medições de cores. A utilização de instrumentos de precisão para medir cores como espectrofotômetros, são imprescindíveis no controle de qualidade e desenvolvimento de cores pelas variáveis, limitações e subjetividade características da avaliação visual que este trabalho visa apresentar abaixo. Para reduzir a variabilidade da avaliação visual existem métodos estudados e normatizados que devem ser respeitados e seguidos. Mesmo com toda a tecnologia e normatização existentes é comum encontrar empresas utilizando inadequadamente cabines de luz por falta de conhecimento de normas e procedimentos corretos, bem como existem certificações de cabines de luz com instrumentação inadequada que invalida os documentos. Outra deficiência de informação comum é sobre métodos de avaliação de observadores disponíveis e a forma correta de aplicá-los. Este trabalho visa informar sobre as condições de iluminação, normas e especificações para cabines de luz e avaliação de observadores para a avaliação visual correta de cores bem como alguns conceitos básicos e importantes que explicam o porque dos cuidados e normatizações necessários. COR E APARÊNCIA A indústria especifica cores e colorantes para seus produtos e para tanto utiliza métodos de avaliação de cor no controle de qualidade de produtos e matérias-primas bem como no desenvolvimento de produtos e em substituições de materiais, caracterizando e estimando limites de aceitação. Os materiais colorantes conferem grande parte do custo dos produtos por isso devem ser bem otimizados e as cores conferem confiança e atração dos consumidores ao produto o que requer da indústria a qualidade e a repetividade de sua produção. Por estes motivos as técnicas apropriadas para avaliação de cor e aparência dos produtos são imprescindíveis para a indústria e para isto é necessário conhecer os conceitos, características e limitações envolvidas neste processo. Cor é uma percepção, uma resposta psicofísica, para a luz visível após entrar no olho gerando uma sensação visual. Para que esta percepção ocorra são necessários: iluminante, objeto e um observador. A forma na qual a energia é distribuída no comprimento de onda visível determina a cor da luz e consequentemente a cor dos objetos vistos sob ela. A CIE,Comissão Internacional de Iluminação, descreve métodos e padrões para quantificar, especificar e avaliar as cores que são amplamente utilizados pela indústria em geral. OLHO HU UMANO O olho o consiste e de uma sé érie de superfícies refrattivas definidas pelas p transiç ções de ar, fluído f e mem mbranas sólid das (camada esclerótica, e coroide c e rettina). A camada c escllerótica é a camada c exte erna branca, e na frente form ma a córnea que contribu ui para o pro ocesso de formação da d imagem por refratar luz no interio or do olho. Coroide é a camada in ntermediária a, profundam mente pigme entada com melanina m que reduz o re eflexo que incide e no olho, ela a forma a iriss que é um diafragma d de e tamanho variável v que ajusta o tam manho da pupila para p regularr a quantidad de de luz admitida no olho que impa acta na aparrência da cor. A contração da pupila é controlada pelo p sistema a nervoso au utônomo. A absorção na n lente ocu ular s amente com m a idade e pode p afetarr a habilidad de de discriiminação de e cores aumenta sistematica e a primeiira sensibiliidade para baixos com mprimentos de onda ap pós os 55 an nos. A camada c inferior é a retin na que conté ém duas classses de fotorecepto ores de luz, cones e basstonetes, qu ue se diferem m funcional e anatomicamente. Cones servem à visão em altos a níveis de iluminação enquando e oss bastonetess funcionam em baixa iluminação o. Monet, pinturras quando jovem e já idoso A camada c de pigmento p ep pitélio localiza a-se atrás dos receptoress e absorve o excedente e de luz não absorvida pelos p fotorecceptores imp pedindo o refflexo de luz na retin na. As ativid dades do pigmento epité élio diminuem m gradualme ente com a idade (após 50 anos) tornando a visão o mais amarrelada. A fóvea f é uma área na retiina onde tem mos a melho or visão de cor e espa acial. Esta árrea encontra a-se à 2° do ângulo de visão v no campo cen ntral da visão. A fóvea é protegida por p um filtro amarelado chamado mácula. m A mácula m protege a fóvea de d intensa exposição à energia de e longitude de d onda curta e também m reduz os effeitos de aberração cromática. Existe significa ante diferençça na densid dade óptica do d pigmento macular m de observador o a observado or e algumass vezes entre os olhos direito e esquerdo de d um mesm mo observad dor. Os ente e mácu ula são a maior fonte de d filtros amarelos na le ade na visã ão de cor en ntre observa adores de visão v variabilida normal pa ara cores. O envio e de bipolares difuso os através de d células do os ganglios parasol p e na a camada magnocelu ular do LGN continua se eparadamen nte e forma a função fotó ópica de lum minosidade. Todas T as cores do d espectro visível v podem ser obtida as por uma mistura m aditivva das 3 corres primáriass dos fotopigmen ntos SML (c curto, médio e longo) com m pico de se ensibilidade de 420nm, 530nm 5 e 560nm respectiva amente. Estim ma-se que a maioria doss indivíduoss com visão normal n para cores pode em discriminar cerca de 150 cores (hu ues) entre 380 a 700nm m e com as variações v de saturação (croma) ( e luminosidade podem mos ver maiss de 7 milhõe es de cores diferentes (Goldstein 19 989). Sinal 1 Lo - Mo Lo – Mo Mo – Lo Mo – Lo Lo + Mo -Lo – Mo Sinal 2 + So - So + So - So + So - So Soma Lo – Mo + So Lo – Mo i So Mo – Lo + So Mo – Lo – So Lo + Mo + So - Lo + Mo o – So Resultado R V Vermelho A Amarelo A Azul V Verde C Claro E Escuro Com a idade os músculos ciliares que controlam a acomodação da lente perde flexibilidade reduzindo gradativamente a visão para perto, presbiopia. Esta perda de flexibilidae aumenta a densidade ótica aumentando o nível de absorção e dispersão tornando a lente gradativamente mais amarelada. Mecanismos de absorção cromática ajudam na não percepção deste evento. O grau e velocidade destas mudanças variam de observador a observador. DEFICIÊNCIAS PARA PERCEPÇÃO DE CORES As deficiências para cores ou discromatopsia (cores vistas incorretamente) são congênitas, herdadas pelo cromossomo X. Pessoas deficientes enxergam um número menor de cores que as pessoas com visão normal para cores. A eficiência da luminosidade relativa do olho é alterada e a igualação de cores é anormal resultando confusão de cores. Visão Normal Deficiente Protanopia Deuteranopia Tritanopia Monocromatismo Acromatismo Anômala Protanomalia Deuteranomalia Tritanomalia Total Tipo de Cones LMS - MS L-S LM --S --L’MS LM’S LMS’ Tipo de Visão Cromática Normal Tricromata Dicromata: Defeituosa – confusão R/G Defeituosa – confusão R/G Defeituosa – confusão B/Y Sem visão cromática Sem visão cromática Tricromata Anômalo Irregular – confusão R/G Irregular – confusão R/G Irregular – confusão B/Y Incidência Homens % Incidência Mulheres % 1,0 1,1 0,002 ~0 0,003 0,02 0,01 0,001 ~0 0,002 1,0 4,9 ~0 8,0 0,02 0,38 ~0 0,40 (Dados Hunt 1991) Tricromatismo anormal – as pessoas possuem os 3 tipos de fotopigmento, cones, porém com sensibilidade espectral anormal que varia individualmente e uma faixa contínua de severidade é encontrada em protanômalos e deuteranômalos. Tricromata anômalo leve confunde cores escuras e dessaturadas. A deficiência severa confunde cores saturadas, causa maior dificuldade em condição de iluminação pobre ou se as cores devem ser identificadas rapidamente, pode ser detectado na infância. Dicromatismo – as pessoas possuem apenas dois tipos de fotoreceptores cones ao invés de 3 como na visão tricromata normal. Dicromatas severos confundem cores saturadas. Possuem maior dificuldade em condição de iluminação pobre ou se as cores devem ser identificadas rapidamente. Monocromatismo a pessoa possui apenas um tipo de fotopigmento para atender todo o espectro de cores sendo totalmente cego para cores.Há dois tipos, o monocromata típico ou acromatismo (só bastonetes) não possui os receptores cones, a acuidade visual é pobre, e apresenta fotofobia e nistagmo (fixação instável). Os monocromatas atípicos possuem apenas um tipo de cone e a acuidade visual é reduzida e alguns podem apresentar fotofobia e nistagmo. Alguns monocromatas de cone azul (S) desenvolvem uma degeneração lenta e progressiva na retina central e a acuidade visual diminui com o tempo. Tricromata Normal: Eficiência luminosa a 555nm e discriminação de 150 cores de 380 a 700nm. Protano = Eficiência luminosa a 535nm (ausência de sensibilidade em >630nm), discriminação ótima em 495nm e não pode discriminar acima de 540nm. Discrimina 30 cores. Deutano = Eficiência luminosa a 560nm (ausência de sensibilidade em ≤ 460nm), discriminação ótima em 495nm e não pode discriminar acima de 540nm. Discrimina 17 cores.Todos os deficientes para cores possuem baixa discriminação para saturação de cores em todo o espectro. Variações fisiológicas na visão normal de cores: O Olho deve ser protegido de raios UV, IR, batidas, coceiras, etc. A falta de vitamina A provoca a cegueira noturna e alguns tipos de patologia ocular e danos intracraniano podem resultar em alterações na visão de cor com a idade. O uso prolongado de algumas drogas pode alterar a visão de cores. A deficiência para visão de cor adquirida difere qualitativamente das deficiências congênitas. A deficiência congênica para cores é estável ao longo dos anos e os dois olhos são igualmente afetados. A severidade da deficiência adquirida muda com o tempo. Variações de sensibilidade são marcantes no desenvolvimento de cataratas. Exemplos de deficiência visual adquirida: Lesões na retina, lesões no cérebro, diabete, neuropatia óptica, toxidez com ethambutol, glaucoma, degeneração macular com a idade, lesão no cortex visual, diabete retinopatia (dos 3 tipos), retinite pigmentosa complexa, lesões no nervo ótico. Drogas que afetam a percepção de cores: ethambutol, viagra, digoxin, chloroquine e thioridazine, deficiência de vitamina A. OBSERVADOR Aquele que julga visualmente qualitativa e/ou quantitativamente o conteúdo de um ou mais atributos de aparência em cada membro de um conjunto de objetos ou estímulos. Assume-se que o observador possui visão normal para cores e é treinado e experiente na observação e classificação de diferenças de cor. Alguns fenômenos da sensação visual de cor humana devem ser levados em conta durante a avaliação de cores como:. A percepção de cores é afetada pela lei de misturas de cores aditivas A percepção de cores depende da capacidade do observador A percepção de cores depende do poder de distribuição espectral e outras características da luz. A percepção de cores é afetada pelas cores circundantes no ambiente de avaliação. DIAGNÓSTICOS PARA QUALIDADE DA VISÃO DE CORES O diagnóstico exato de anomalias percebidas deve ser feito em clínica especializada através de uma bateria de testes para visão de cores. A deficiência herdada não altera com a idade. Anomaloscópio Espectral é um teste psicofísico e usado em clínicas para identificar e classificar a anomalia: Nagel (L/M), Moreland (L/M/S), Spectrum Colour Vision Meter 712, etc. Testes de Discriminação de Cores FM100, Discos Pseudoisocromáticos, entre outros. Para identificar tritano aplicam-se outros testes. TESTES DE ACUIDADE VISUAL Periodicidade: teste vocacional e/ou admissional, colaborador em treinamento para matização e/ou avaliação de cores, etc.. As empresas repetem o teste de FM100 a cada 1 ou 2 anos. Ishiara – Discos Pseudoisocromáticos – direcionado para percepção L/M, vermelho/verde, para saber se a pessoa enxerga as cores, deve ser realizado em iluminação C ou D65 na faixa fotópica (1000 lx no mínimo), CRI ≥ 90, +/- a uns 65cm da pessoa e no máximo 4 segundos para a resposta. Na dúvida do resultado usar o anomaloscópio espectral. Como avalia a característica congênica pode ser aplicado apenas uma vez, salvo se a pessoa sofre alguma alteração fisiológica devido a enfermidade, acidente ou medicação. FM100 – Farnsworth Munsell Hue Test – é um teste de discriminação de cor através de ordenação das 85 peças distribuídas em 4 caixas. Foi desenhado para testes vocacionais e só identifica deficiência para cor de moderada a severa. O propósito é medir a habilidade de discriminação de cor sem variação de saturação e luminosidade. Usar roupa neutra (cinza médio neutro ou branco), há um tempo informado de 2 minutos por caixa mas, não é obrigatório, pessoas com menos experiência para avaliação de cores geralmente levam um tempo maior. deve ser realizado em iluminação SPD/CCT: C ou D65 na faixa fotópica (1000 lx no mínimo), CRI ≥ 90 e a luz deve incidir 45° sobre os discos. Usar luvas para não danificar o teste. O olho apresenta melhor resultado de 20 a 30 anos e o resultado poderá alterar com a idade. Como a sensação visual é afetada por vários motivos, para este teste recomenda-se que o indivíduo em teste esteja tranquilo e descansado, se usar óculos ou lentes estas devem ser incolor Na ocorrência de dúvida ou um erro elevado, recomenda-se aplicar uma segunda vez em outro dia para verificação, o segundo resultado prevalecerá. Resultado: A Indústria espera : Visão Superior – TES até 16 (4 erros vizinhos) – p/ avaliação de produtos para exportação, TES de 25 a 30 – Visão Normal – p/ avaliação de produtos para mercado nacional. TES até 100 – Visão Normal com baixa discriminação de cor TES >100 – Visão Anormal com baixa discriminação de cor ILUSÕES DE ÓTICA A causa de uma ilusão de óptica é usualmente designada como fisiológica ou cognitiva. Os tipos de ilusão incluem as baseadas em luz e sombra, profundidade de percepção, movimento, figuras ambíguas, de distorção impossível ou paradoxal. Ilusões fisiológicas ocorrem devido ao funcionamento do aparelho sensor visual. A tendência da visão manter uma imagem após ela ter sido removida é um exemplo. Ilusões psicológicas ou cognitivas aparecem dos mecanismos de processamento da informação no cérebro. IMAGEM RESIDUAL – Se o olho observa por certo tempo uma cor, quando ele muda a atenção para uma superfície branca ele vê uma imagem residual negativa ou cor complementar. Este é um tipo de adaptação devido ao sensor ficar fatigado pela cor. Mesmo que o estímulo seja removido da retina, os receptores continuam ativados por curto tempo causando uma imagem residual positiva. CONTRASTE – aumenta quando as cores são colocadas lado-a-lado. Ex. se um laranja é colocado ao lado de um amarelo, o laranja parecerá mais avermelhado e o amarelo mais esverdeado. Dois pares que parecem iguais quando separados, podem parecer diferentes quando ladoa-lado, isto se deve à inibição lateral no olho. ILUMINANTES PADRÃO A luz natural do sol varia de acordo com o horário do dia, data, clima, estação, localização, latitude geográfica, poluição,poeira, céu limpo ou com nuvens, umidade, posição do sol, variação da temperatura afetando o SPD (2300K a 14000K), etc., sendo praticamente impossível padronizá-la como iluminante para avaliação de cor. Por este motivo a CIE tabulou o iluminante D65 e outros tipos de iluminantes para avaliação de cor e aparência tanto visual como instrumental e com base nestas características os simuladores (fontes de iluminação) são desenvolvidos. As fontes de iluminação podem variar entre os fabricantes e modelos de lâmpadas por isso o emprego de um tipo de fonte de iluminação no controle de qualidade de cores deve ser bem definido. CIE – Comissão Internacional de Iluminação, define e recomenda os iluminantes mais representativos para uso na avaliação de cores. O iluminante CIE corresponde à fonte de iluminação teórica em uma tabela de poder de distribuição espectral (SPD). Apenas dois iluminantes são padronizados pela CIE: A e D65. As fontes tentam imitar esses iluminantes. As lâmpadas industrializadas variam em qualidade entre os fabricantes e modelos e deve-se verificar alguns critérios de qualidade para a padronização destas fontes para as avaliações visuais de cor e aparência. PARÂMETROS DE QUALIDADE DOS ILUMINANTES E FONTES DE LUZ Poder da Distribuição Espectral – SPD É a quantidade de energia relativa dada pela fonte de luz a cada comprimento de onda. Gráfico de energia por comprimento de onda. Índice de Reprodução de Cor – CRI É o efeito da fonte de luz sobre a aparência de cor dos objetos comparados às suas aparências de cor sob a fonte de luz de referência. CRI perto de 100 indica boa capacidade de reprodução de cor dentro do SPD da fonte. Temperatura de Cor Correlacionada – CCT É a temperatura em graus Kelvin no ponto sobre o lócus do “corpo-negro”no Diagrama de Cromaticidade CIE u’v’ que é aproximado da fonte de luz de interesse. Muitas lâmpadas podem possuir o mesmo CCT porém, com valores cromáticos significativamente diferentes. Percebe-se no gráfico ao lado que a mesma temperatura está presente em diferentes cromaticidades indo do esverdeado para o avermelhado, o que confirma que somente a temperatura de cor não é suficiente para controlar e/ou padronizar uma iluminação. Grau de Qualidade – é o índice que informa o grau de variação de cromaticidade do ponto ideal (A) do iluminante CIE – veja o gráfico. Grau de Qualidade Índice de Metamerismo DE* CIEL*a*b* Índice de Metamerismo DE* CIEL*u*v* A < 0.25 < 0.32 B > 0.25 a 0.50 > 0.32 a 0.65 C > 0.50 a 1.00 > 0.65 a 1.30 D > 1.00 a 2.00 > 1.30 a 2.60 E > 2.00 > 2.60 CIE Publication 51 descreve o método padrão para assegurar a qualidade colorimétrica de simuladores do iluminante D65. Este método é dividido em duas partes, uma para avaliar a qualidade do espectro visível de 400-700nm e a segunda para o espectro UV de 300-400nm. A classificação A/A é a melhor e a E/E é a pior. Luminância (E) – cd/m² É a razão entre a intensidade luminosa emitida por uma superfície, numa dada direção, e a área da superfície emissora projetada sobre um plano perpendicular a esta direção, (cd/sr.m²). Uma variação de luminância pode alterar o tom e a aparência da cor (Efeito Bezold-Brücke). Cromaticidade – valores cromáticos x, y Cromaticidade da luz específica mostrada por suas coordenadas cromáticas. Iluminantes CIE Grupo Iluminante Tipo Comercial Radiador de Planck Dia Dia Dia Fluorescente Standard A Fluorescente Banda Larga Fluorescente 3 bandas estreitas Horizonte Ultralume Incandescente Cromaticidade x 0,4512 Cromaticidade y 0,4059 CCT (K) 2856 CRI C D50 D65 F1 Dia Dia Dia – meio-dia Dia 0,31 0,35 0,3138 0,3131 0,32 0,36 0,3310 0,3371 6774 5003 6504 6430 94 100 76 35 F2 F7 CWF D65 0,3792 0,3129 0,3673 0,3292 4230 6500 64 90 70 80 F11 TL84 0,3805 0,3769 4000 83 90 H U30 H U30 0,492 0,440 0,416 0,406 2300 3000 100 85 100 E lm/W 12 CWF = fluorescente branco frioa, WWF = fluorescente branco quente, LWF = fluorescente branco claro, CWD = branco frio deluxe. CABINES DE LUZ: UTILIZAÇÃO, CUIDADOS, SERVIÇOS E CERTIFICAÇÃO Cabines de luz são projetadas para produzir de 860 a 2152 lux à distância de aproximadamente 61cm das amostras. Amostras escuras podem necessitar de mais luz que as amostras claras e o tamanho da cabine pode também interferir na observação. Muitos padrões industriais incluindo a Norma ASTM D1729 e AATCC EP 9 especificam uma faixa de valor de iluminamento aceitável entre 1080 a 1340 lux para a avaliação crítica de cor de materiais com luminosidade média. Para materiais muito escuros o nível máximo pode chegar a 2150 lux e para materiais muito claros o mínimo é de 540 lux. A cabine de luz eletrônica SpectraLight QC é a primeira que permite controle da luminância de 540 a 1250 lux e possui recursos para verificação automátida e auto-calibração/ajuste com emissão de relatórios de performance. A cabine de luz deve estar em ambiente correto, em cor cinza médio neutro, o observador deve estar vestido de cor neutra, de preferência em cinza médio neutro, e a cabine deve estar isolada em local próprio onde não haja contaminhação de iluminação nem de cores. Para avaliar, deverá posicionar somente o padrão de cor no lado esquerdo e a amostra no lado direito dentro da cabine. Ambiente para avaliação visual: Cor Munsell N6 a N7, inclusive para uniformes, Chroma <0,20 e interior da cabine de luz na cor Munsell N5 a N7 com refletância luminosa de 29 a 42. CERTIFICAÇÃO DE CABINES DE LUZ Parâmetros de qualidade que devem ser avaliados na especificação, calibração e certificação de Cabines de Luz: - Poder da Distribuição Espectral - SPD - Índice de Reprodução de Cor – CRI – conforme padrão da lâmpada (ex.: D, H, A>90, CWF>80) - Temperatura de Cor Correlacionada – CCT (valor padrão da lâmpada com tolerância +/- 200 K - Cromaticidade – valores x, y – conforme padrão da lâmpada (ver tabela) - Luminância – E – nível de luz conforme padrão da lâmpada – deve estar entre 80 a 200 fc - Iluminância – medida no centro – para uso geral = 810 a 1880 Lux e para uso crítico = 1080 a 1340 Lux (coeficiente máximo de variação = 20) - Classificação – Mínimo B/C (Máxima qualidade = A/A para visível/UV) Para a Certificação e verificação de cabines de luz e iluminação para avaliação de cores é necessário o emprego de um espectroradiômetro calibrado e certificado.O objetivo da certificação é reproduzir e manter a iluminação controlada para a avaliação visual uniforme. ASTM D1729 indica as condições ao redor da cabine e no ambiente e condições fotométricas e geométricas, indica a necessidade de manutenção frequente com verificação e limpeza a cada 100hs de uso, substituição de lâmpadas escurecidas e/ou queimadas e medição dos níveis de iluminação. A rotina de troca das lâmpadas deve obedecer às instruções do fornecedor quanto ao tempo de uso. As paredes da cabine devem estar limpas e na cor e brilho padrão indicados na Norma. Considerações para conservação da cabine: - A troca de lâmpadas é feita conforme recomendação ou quando queimam? - Os valores radiométricos são avaliados e ajustados quando necessário (SPD, CRI, CCT, E, x,y)? - São avaliados todos os valores de qualidade? (SPD, CRI, CCT, Cromaticidade, E) - A cor das paredes internas da cabine são avaliadas com espectrofotômetro? (Padrão conforme ASTM D1729 Munell N5 a N7, e uso crítico N6 a N7, Chroma < 0,20, SPEX, C/2°) - É realizada a limpeza programada de lâmpadas, filtros, reatores, sem tocar nas lâmpadas com as mãos? (Marcas de digitais afetam a qualidade). - A cabine está em local apropriado? METAMERISMO Inconsistência de cor e metamerismo são fenômenos da cor que dependem principalmente da absorção dos colorantes que a constituem. O grau destes efeitos pode ser calculado numericamente. Metamerismo é relacionado a um par de amostras que apresentam a mesma cor sob um iluminante e uma diferença de cor em outra iluminação. Tipos de metamerismo: Metameria por iluminação: ocorre com a troca de iluminação, entre amostras com composições diferentes e ou com o desenvolvimento de uma cor de composição desconhecida, em cores cuja composição foi usado um colorante diferente e em composições com número de colorantes complexo. Padrão e amostra apresentam curvas espectrais diferentes e as diferenças podem ser destacadas ou ocultadas dependendo da energia do iluminante sob o qual as amostras estão sendo comparadas. Metameria pela geometria de observação: ocorre com a troca de observador de 2° para 10° (também pode ocorrer devido a tamanhos diferentes entre amostra e padrão). Metameria pelo observador: é causado pela sensação visual subjetiva de diferentes observadores e dos desvios individuais segundo o observador padrão. Um observador pode aprovar a cor e um outro não ou ambos apresentarem observações diferentes ou opostas para o par analisado. Metameria geométrica: pode ocorrer sob condições iguais porém com ângulos de visão diferentes. Pode também ocorrer pela movimentação, rotação, sobreposição e troca de posição do par de amostras em avaliação. O par pode parecer igualado em um ângulo de observação e não mais em outro ângulo. Está convencionado internacionalmente que o padrão deve ser colocado ao lado esquerdo da amostra. Metameria por equipamento: ocorre pela falta de consistência entre instrumentos de medição e/ou observação de cor do mesmo fabricante e de fabricantes diferentes. Neste exemplo a situação é metamérica, o par se iguala na lâmpada D65 e difere na F2, ambas as cores são inconsistentes. Reprovado por metameria. Neste exemplo não há metameria, padrão e amostra são Igualmente inconsistentes porém com a mesma tendência. Cor aprovada. Neste exemplo a situação é metamérica, o par se iguala na D65 e difere na F2. O padrão é inconsistente e a amostra é Consistente (mantém a mesma cor em outra iluminação). Reprovado por metameria. CONSISTÊNCIA E INCONSISTÊNCIA DE COR É uma medição de aparência que indica como a impressão de uma cor muda com a mudança de iluminação. No primeiro exemplo abaixo cada coluna representa uma cor vista em 3 iluminantes diferentes apresentando a inconsistência em algumas das cores. No segundo exemplo abaixo padrão e amostra são inconsistentes com a mesma tendência porém sem metamerismo e o par é aprovado em todas as lâmpadas ADAPTAÇÃO CROMÁTICA Adaptação é o processo pelo qual o sistema visual altera sua sensibilidade, dependendo do nível de luminância no campo visual,para adaptar-se ao novo nível de luz. Este processo é lento e pode levar muitos minutos. Adaptação cromática refere-se à sensação visual acomodar-se no ambiente, há um ajuste quando mudamos para um ambiente mais claro ou para um ambiente mais escuro e o tempo para esta adaptação depende da constituição individual e outras condições do observador. O tempo de adaptação pode requerer ao menos 30 minutos. Existem 4 tipos de adaptação: sensibilidade absoluta, princípio da discriminação, acuidade visual e adaptação cromática Adaptação cromática é definida como a habilidade do sistema visual deduzir o espectro de luz para preservar a aparência cromática do objeto, é uma alteração na sensibilidade dos mecanismos cromáticos. As falhas na adaptação cromática são percebidos pela variação de cor na qual o sistema visual não é capaz de adaptar-se ou o sistema produz uma resposta de adaptação inapropriada. Ocorre na visão fotópica, nos cones, a sensação de cor é mantida quase que constante apesar da mudança de iluminação e possui dois tipos: mudança cromática e mudança adaptativa. Mudança cromática ocorre imediatamente na troca de iluminação como saindo da luz do dia para entrar em um ambiente com luz fluorescente F11, imediatamente as cores parecem avermelhadas, isto ocorre devido ao SPD dos iluminantes, após alguns segundos no novo ambiente esta sensação desaparece e dá-se início a mudança adaptativa que requer 30 minutos para que as diferenças espectrais sejam compensadas por um balanceamento na sensibilidade espectral do olho. Sensibilidade Absoluta: ocorre quando o olho está sensibilizado a uma iluminação constante e registra variação de luminosidade. Adaptação ao escuro (visão escotópica) e adaptação ao claro (visão fotópica) são exemplos. Este efeito ocorre na mudança de luminosidade e não na troca de iluminantes. A adaptação pode levar 30 minutos. AVALIAÇÃO VISUAL DE CORES – MELHORES PRÁTICAS Condições de visualização: - estímulo: elemento colorido a ser avaliado (2° e 10°) - campo próximo – cor ao redor da amostra - deve ser cinza médio neutro - fundo – área abaixo e adjacente à amostra – deve ser cinza médio neutro - ao redor da amostra – área ao redor dos 3 itens acima, inclui as paredes, a sala e a vestimenta, deve ser cinza médio neutro (também utiliza-se um avental branco na falta do cinza médio neutro para ocultar a cor das roupas). Para avaliação crítica de cores é necessário especificar o nível de luz no procedimento de avaliação, consultar as normas ASTM D1729 e AATCC Procedimento de Avaliação n° 9. Para avaliação crítica de diferenças de cor de espécimes de luminosidade média, a iluminação no centro da área de visão deve ser de 100-125 fc (1080-1340 lx); Para avaliação geral de espécimes de luminosidade intermediária, a iluminação deve ser de 75-175 fc (810-1880 lx); Em ambos os casos, para visualizar materiais muito claros, a iluminação pode ser baixa até 50 fc (540 lx); e para visualizar materiais muito escuros, pode ser alta até 200 fc (2150 lx). Este nível de iluminação alta é usualmente obtido segurando-se os espécimes perto da fonte de iluminação”. Observadores devem ser testados usando o Teste de Visão de Cores Ishihara, e o FM 100 Hue Test, bem como métodos de imagem. Alguns programas dos canais de suprimentos exigem pontuação de erros FM 100 máxima de 16 (visão superior, mercado internacional), outros requerem até 40 (visão normal, mercado nacional). Para D65, a qualidade da simulação da luz do dia deve ter graduação BC (CIELAB) ou superior, seguindo a Publicação CIE S 012E. Filtros e lâmpadas devem ser apropriadamente conservados e limpos. Padrão e amostra devem ser colocados lado-a-lado sendo o padrão na esquerda. O ângulo de observação geralmente empregado é o da opção B ou C na figura abaixo. As opções B & C na figura abaixo são equivalentes, se os observadores estiverem na mesma posição. Porém, se os observadores possuem estaturas diferentes, a Opção C é mais difícil de manter 0° de ângulo de visão. INTERPRE ETAÇÃO DE E CORES – ACEITABIL LIDADE De evido a cor ser uma qualidade da pe ercepção, de epende do ob bservador humano pa ara descrevê-la. A melh hor prática é usar um voccabulário sim mples e consistente para desc crever as dife erenças de cor. c Por exemplo, “A am mostra está a e avermelh hada, é preciiso escurece er e esverde ear mais.” mais clara Diferença de luminosid dade: mais claro, c mais escuro e s amarelado o, azulado, avermelhado a o, esverdead do Diferença de cor: mais Diferença de Croma/S Saturação: “m mais brilhantte”, “pálido” geralmente usados • Ma ais brilhante é na realida ade uma com mbinação de e saturação e lum minosidade. • “ma ais saturado o”, “menos saturado”, “m mais ou meno os intenso” são s desscrições melhores. • Estte tópico esttá sob revisã ão pelos ava aliadores de cor internaccionais. Existem m padrões de d tolerância a visual que podem auxiliar na aprovvação visual. A recomendação de d um padrã ão de cor tam mbém deve estar associada à nome enclatura nal e na falta a de padrão físico padro oniza-se um padrão internacional co omo Pantone e, internacion Munell, Ra al, NCS, etc.. Comentárrios sobre Comunicaçã C ão de Cores s: • • • • De escrições con nsistentes tornam o CQ Q mais precisso para os fo ornecedoress. Para pequena diferença de e cor, não pe eça para corrigir só porq que você tem m tempo! Pequenas diferenças de co or são difíce eis de descre ever com pre ecisão, e seus comentários dem fazer co om que a co or a ser apro ovada fique mais m longe. pod (V Veja AATCC Revisão Jan n. 07 – Quão o Bons São Seus Come entários de Cor?) C BIBLIOGRA AFIA ASTM Stand dards on Color and Appearance Measureme ent Color Appea arance Models – Mark D. Faircchild Webinar: Apresentando o SpectraLight S Q X-Rite – Ann QC n Laidlaw Diagnosis off Defective Colo our Visio – Jen nnifer Birch e Física Ilustrad do – Horácio Macedo M Dicionário de Industrial Co olor Physics – Georg G A. Klein Munsell minar – X-Rite In nc. On Foc Sem Color Imagin ng - Fundamentals and Appliccations – Erik Reinhard, R Erum m Arif Khan, Ah hmet Oguz Akyüz, Garre et M. Johnson. Light Science e Physics and the Visual Artss – Thomas D. Rossing, Chrisstopher J. Chia averina Colorimetry Understanding U the CIE Syste em – Janós Sch handa Colour Meassurement – Prin nciples, Advancces and Industtrial Application n – M.L.Gulraja ani Fundamenta als of Color and d Appearance – GretagMacbe eth / X-Rite Principles of Color Technollogy - Billmeyer & Saltzman’ss