Eritroxiláceas - Herbário "Barbosa Rodrigues"

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FLORA
CATARINENSE
Planejada e editada por
RAULlNO REITZ
Publlcaçlo patrocInada por:
Conselho Nacional
instituto
de Desenvolvimento
Brasileiro
Cientlfico
de Oesenvolvjmento
Herbário "Barbosa
Rodrigues"
e Tecnol6gico
Florestal -
-
CNPq
IBDF
HBR
FAscrcULO
I PARTE
E R IT
AS PLANTAS
,
ERITROXILACEAS
por
AYRTON AMARAL JR.
Observações ecológicas por Roberto M. Klein
64 páginas, 12 estampas e 10 mapas
ITAJAI - SANTA CATARINA - BRASIL
1980
ERIT
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ERITROXILÁCEAS
FAMíLIA DA CaCA
Erythroxylaceae H. B. K. Nov. Gen. et Spec. v: 175. 1821 (Erythroxyleae);
P. C. Prodr. 1: 573. 1824 (Erythroxyleae); St. Hll. FI. Bras. Merid. II: 66.
1829 (Erithroxyleae); Peyritsch in Mart. FI. Bras. XII. 1 : 125. 1878; Aristiguieta
in Fam. Gen. Arb. Venezuela: 225. 1973.
INFLORESCÊNCIAS fasciculadas, nas axilas das folhas ou nas
ramentas ou ainda flores solitárias. FLORES actínomorras, pentâmeras (exceto no gtneceu) , hermafroditas ou subdíóícas, hipóginas.
Pedicelo com duas brácteas na base. Cálice persistente, mais ou menos campanulado, com os lacíníos livres ou um pouco concrescidos,
com os 5 lobos imbricados no botão. Corola com 5 pétalas livres, decíduas, alternando-se com lobos do cálice, de coloração branca ou
branco-esverdeada ou ainda branco-amarelada, provida internamente de um apêndice ligular (Erythroxylum) ou com glândulas na base
(Nectaropetalum).
Androceu formado por 10 estames, em 2 séries,
monadelfo na base e formando um urcéolo de tamanho variável,
que rodeia o ovário; anteras elipsóides, cordadas na base, basifixas,
ditecas, deiscência longitudinal. Gineceu formado por um ovário tricarpelar (Erythroxylum e Aneulophus) e dicarpelar em Nectaropetalum; óvulos pêndulos e anátropos, placentação parietal em Erythroxylum e axilar em Nectaropetalum e Aneulophus, bítêgmícos e erassinucelados. Estiletes de 1-3, livres ou parcialmente concrescidos ou
totalmente concrescidos e com um canal estilar central (Nectaropetalum).
FRUTO drupa; SEMENTES com ou sem endosperma,
oblongo, cotilédones planos ou semi-convexos.
embrião
ÁRVORES, arbustos ou subarbustos com ramos e folhas alternados ou opostos; folhas glabras, inteiras, membranáceas, cartáceas ou
coriáceas. Estípulas interpeciolares, persistentes ou caducas, de tamanho e consistência variável, fimbriadas ou não, enérveas ou nervadas, com ápice bi, tri ou não setulosos.
* Trabalho subvencionado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq.
,.. Originado do gênero Erythroxylum P. Browne.
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.4
Area de dispersão - SCHULZ (1907, 1931), RICH (1920) e
HEIMSCH (1942), consideram esta família como formada de 2 gêneros, Erythroxylum P. Browne e Aneulophus Ben th., o primeiro com
cerca de 250 espécies distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais
do globo, principalmente na América do Sul e Central e, o segundo,
monotípico da África Tropical Ocidental. PAYENS (1958), GILBERT
(1958), RAO (1965), e OLTMANN (1971 acrescentam o gênero Nectaropetalum Benth., do sudeste africano. ROBSON (1963), in Engler
(1964), Hutchinson (1959, 1968), OLTMANN (1969), ROBSON & GONÇALVES (1969) e BADRE (1972), tratam esta família como composta de 4 gêneros, sendo acrescentado aos já relacionados o gênero
Pinacopodium Exell & Mendonça, da África tropical.
No Brasil ocorre apenas o gênero Erythroxylum
P. Browne.
Importância econômica - Sem dúvida alguma, a "coca'' (Erythroxylum coca Lam.) é a espécie mais conhecida e mais importante
desta família. Foram a partir das crônicas da LEóN (1550), ZARATE (1555), MOLINA (1533), ACOSTA (1578), VALERA (1609) e LAVEGA (1609) que, as propriedades e usos das folhas dessa planta se
tornaram mundialmente conhecidas. Ela é originária do Peru e, com
o seu cultivo foi sendo espalhada não só para os países vizinhos
como para outras regiões do mundo onde era viável o seu cultivo.
No Peru, o seu uso, inicialmente restrito apenas à aristocracia
incaica, foi sendo difundido posteriormente pelos nativos dominados
pelos espanhóis, que trabalhavam nos campos e nas minas. Estes
mascavam as suas folhas e com isso tinham a fome e o cansaço reduzidos como ainda hoje é hábito. MACHADO (1972), cita o Peru
como o maior produtor de folhas de coca do mundo, com uma produção estimada em cerca de 20 milhões de libras anuais, quantidade
essa consumida por 4 milhões de camponeses. Os Estados Unidos da
América importam uma grande quantidade de folhas para uso industrial e, com os resíduos inócuos fabrica-se a bebida "Coca-Cola",
esta de penetração em quase todo o mercado mundial. Um comércio ilegal se faz das folhas dessa planta para a extração da cocaína,
o principal dos alcalóides, que é posteriormente comercializada nos
principais centros urbanos, a uma considerável população de viciados. A cocaína vem sendo utilizada desde o ano de 1879, principalmente como anestésico local. Uma ampla revisão da história da coca
poderá ser encontrada na obra de MACHADO (1972).
DUKE et al. (1975), estudaram o valor nutricíonal
das folhas de
coca e o compararam com a média dos valores nutricionais de 50
outros produtos vegetais da América Latina. Constatou-se serem as
folhas de coca mais ricas em calorias, proteínas, carbohidratos, cálcio, potássio, ferro, vitamina A e riboflavina e apresentando tam-
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bém, embora em quantidades menores, outros sais minerais, vitaminas e aminoácidos em sua composição. Com isso, verificou-se que
o consumo das folhas de coca, muito embora contenha alcalóídes,
supre muitas das necessidades de nosso organismo.
Não só E. coca Lam. possui alcalóides em suas folhas, mas também outras espécies, como foi reportado por HOLMSTEDT et al ,
(1977). Ao analisar 30 espécies sul-americanas diferentes de Erythroxylum, encontrou-se cocaína apenas nas espécies: E. coca Lam.
(0,13-0,76%), E. novcgranatense (Morris) Hieron. (0,17-0,76%) e E.
novogranatense (Morrís) Hieron. var. truxillense (Rusby) Machado
(0,64%). AYNILIAN et al. (1974) detectaram quantidades muito pequenas de cocaína (0,00008-0,00882%) nas folhas de: E. campestre
st. Hil., E. pelleterianum st. Hil., E. pulchrum st. Hill. e E. panamense Turcz.
É unanime a opmiao dos autores que estudaram até o momento
a composição química de folhas de espécies de Erythroxylum de que,
muito pouco ainda se sabe sobre o assunto e, que há muito a ser pesquisado pois, muitas outras espécies, utilizadas na medicina popular,
não receberam ainda por parte dos químicos o tratamento científico
que deveriam merecer.
Página com visualização parcial.
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Página com visualização parcial.
CONSPECTO
G~NERO(S)
I
Plantas descritas
na FIC
, [sp.
1. [rylhroxylum
101AL: 1 G[H[RO
GERAL DAS ERITROXILÁCEAS
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Plantas nativas ou
espontâneas em SC
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Plantas cultivadas
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