Cidades | Maringá | Criado 22/01/2010 02h00 Lei é para combater a doença Juliana Daibert [email protected] Mais sobre "Maringá" Com leis antifumo, bitucas viram problema ambiental Em 2009, oito foram multados Alessandra Massi Puziol Alves, coordenadora municipal de Saúde Mental, se apressa em dizer que a lei antifumo não é contra o fumante, mas contra a doença. “Essa separação tem de estar bem clara, senão fica a impressão que a lei quer punir a pessoa”, diz. Segundo Alessandra, o objetivo será alcançado aliando os obstáculos impostos pela legislação com a divulgação dos malefícios provocados pelo fumo. A psicóloga lembra que tanto o tabaco quanto outras drogas despertam o prazer, tornando a proibição pura e simples ineficaz. “Qualquer usuário de droga tem de ter estar consciente de que os malefícios são muito maiores do que os benefícios”, observa. O tratamento para deixar de fumar é oferecido nas 25 unidades básicas de saúde e no Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (CapsAd) e segue as diretrizes do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os fumantes são distribuídos em grupos que se reúnem uma vez por semana durante um mês. Passada essa fase, o paciente é acompanhado por um ano em encontros quinzenais com a equipe de saúde. Segundo a coordenadora de saúde mental, as reuniões potencializam o tratamento porque permitem a troca de experiências. “Largar o cigarro envolve mudança de hábitos e valores de vida para eliminar as dependências emocional e física que dominam o fumante”, diz Alessandra. Estudos comprovam que é muito raro o paciente ter sucesso no primeiro tratamento a que é submetido. “As recaídas são previstas e ocorrem com mais frequência do que gostaríamos”, conta. Entre os pacientes atendidos na rede pública há aqueles que estão buscando ajuda pela quarta vez. Alessandra comenta que é preciso trabalhar também com a frustração do profissional que está na linha de frente do tratamento, que vêem o grupo começar com 25 pessoas e terminar com duas. “Se, ao final de um ano, conseguirmos fazer com que só um paciente tenha largado o cigarro, já valeu. Pensamos mais em qualidade do que em quantidade”, afirma Alessandra.