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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Edição Julho/2008
Gerência de Comunicação
Ana Paula Costa
Transcrição:
Else Albuquerque
Copidesque:
Jussara Fonseca
Revisão:
Adriana Santos
Capa e Diagramação:
Luciano Buchacra
Introdução
“Senhor, que o seu Espírito Santo me oriente para
que eu entenda perfeitamente a sua Palavra. Abro meu
coração como terra boa para receber a semente da sua
Palavra. Quero florescer e, assim, ser como árvore plantada junto aos ribeiros de águas, que no devido tempo dá o
seu fruto e cujas folhas não murcham. Em nome de Jesus
Cristo, amém!”
Embora eu já tenha participado de muitas reuniões
de oração, nunca ouvi alguém confessando o pecado da
inveja a Deus. Esse é um pecado muito sutil, porque ele
pode ser disfarçado com facilidade. Contudo, a Deus ninguém engana.
Lúcifer era um anjo de luz cheio da glória e do resplendor de Deus, mas ele se transformou no diabo, ex5
clusivamente por causa da inveja. Quando observamos
o que acontece no mundo hoje, quando ouvimos falar
sobre os conflitos, sobre as guerras, a respeito das lutas,
das discórdias em um casamento, dos conflitos entre
funcionários de uma empresa, de situações difíceis entre
vizinhos, percebemos que existe uma raiz comum a tudo
isso, que é a inveja. A Bíblia fala muito sobre esse terrível
mal. E é sobre ela que falaremos neste livro.
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A pressão da
inveja
“E
ntão, vi que todo trabalho e toda destreza em
obras provêm da inveja do homem contra o seu
próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.”
(Eclesiastes 4.4).
Este pecado chamado inveja é um pecado bem escondido, pois você nunca ouviu alguém dizer: “Eu sou
uma pessoa invejosa”. Muitos já confessaram pecados de
mentira, de lascívia e muitos outros. Todos nós já oramos
clamando: “Senhor, perdoe os meus pecados”. Mas confessar-se invejoso, assumir o pecado da inveja é algo que
eu ainda não vi acontecer. Preste bem atenção ao que o
pregador diz: “Então, vi que todo trabalho e toda destreza
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em obras provém da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.”
Sempre, no final do ano ou próximo ao final do ano,
as fábricas de automóveis lançam seus novos modelos.
Esses modelos não são tão diferentes assim, eles colocam
apenas alguns itens a mais e acrescentam outros mais
sofisticados. Entretanto, embora a estrutura seja a mesma, as pessoas querem sempre mudar de carro. Em todas
as propagandas afins, existe uma mensagem subliminar
de que você não pode ficar sem aquele novo carro. Que
possuir o tal automóvel vai lhe conferir status e poder e,
assim, as outras pessoas terão inveja de você. Outro apelo
com uma mensagem bastante subliminar é o referente
à moda do vestuário. Roupas são apenas roupas, mas a
maneira como as pessoas se vestem é que demonstra a
particularidade de cada um. Entretanto, muitas pessoas
compram roupas por causa da etiqueta que elas trazem
e que lhes conferem status. Às vezes, a roupa é até muito
feia e esquisita, mas a etiqueta “tem nome” e é isso o que
importa para essas pessoas, pois a marca provocará inveja em outras pessoas.
Quando começamos a observar com mais acuidade,
notamos que a fonte de muitos males é a inveja como
está escrito: “Vi que todo trabalho e toda destreza em
obras provém da inveja.” O texto diz “todo trabalho”, então, talvez você até argumente que, dessa maneira, nunca
haverá progresso, pois como progredir sem trabalho? O
trabalho é extremamente necessário em todas as áreas
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de nossa vida, mas temos de discernir a nossa motivação
para realizá-lo. As Escrituras dizem “que todo trabalho e
toda destreza em obras”, ou seja, aquilo que os homens
fazem de maneira efetiva, “provém da inveja do homem
contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr
atrás do vento.” A pessoa cujo coração é invejoso será
sempre movida pela inveja em tudo o que ela fizer. E, essa
pessoa nunca será uma pessoa satisfeita, porque sempre
haverá algo mais para ela ambicionar. E essa não será
uma ambição saudável, no sentido de buscar melhoria
de vida, mas de querer sempre mais para ser melhor que
os outros e ter mais que o seu semelhante.
A Palavra de Deus nos exorta a transformar a nossa
maneira de pensar. Sendo assim, a nossa motivação nunca poderá ser a de provocar inveja nos outros. A nossa
motivação não pode ser um sentimento indigno como a
inveja porque temos de viver para o louvor da glória de
Deus, o nosso Pai.
Quando uma pessoa vive comparando as coisas que
possui com as dos outros e se comparando com outras
pessoas, ela vive sob pressão. Ela acha que somente quando tiver essas coisas viverá a plenitude da vida. Mas não
é assim. A realidade é que a plenitude da vida independe
de coisas, porque ela vem exclusivamente de Deus, da
presença dele em nossa vida e do nosso relacionamento
com Ele. Isso é o que verdadeiramente conta.
Certa senhora nutria grande inveja de uma de suas
vizinhas. Ela sabia até os passos que a vizinha dava, pois
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ficava sempre observando o que ela fazia. Se a vizinha ia
a um determinado supermercado, ela dizia: “Eu tenho de
comprar naquele supermercado também”. Ela não queria
ficar “por baixo”. Se a vizinha comprava uma geladeira, ela
não sossegava enquanto não comprava uma geladeira
igual. Só faltava colocar câmeras escondidas dentro da
casa da vizinha para saber tudo que ela possuía para que
pudesse ter igualzinho também. Certo dia, essa vizinha
comprou uma televisão muito grande e instalou uma antena enorme. A televisão era muito cara e a tal senhora
não possuía dinheiro para comprá-la, então ela comprou
uma antena igual. Assim, quem passasse do lado de fora
da casa poderia pensar que ela também tinha uma televisão semelhante. Infelizmente, as pessoas chegam a esse
nível de inveja. A pessoa que se alimenta da inveja vive
sempre insatisfeita e sempre está a se comparar, não pelos valores da Bíblia, mas firmada em coisas e status estabelecidos pela sociedade.
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Por que ele e
não eu?
A
semente do pecado que brotou em Lúcifer foi: “Ele
viu Deus no trono”, então disse: “Por que Ele e não
eu?” A raiz da inveja nutre-se exatamente desse pensamento: “Por que ele e não eu?” Esse é um sentimento que
destrói pessoas e relacionamentos à medida que vai crescendo porque é um pecado sutil, oculto. O que eu quero
que os meus amados leitores compreendam é que a inveja alimenta todos os outros pecados.
Quando uma pessoa se converte e vem para Jesus,
ela não mais assalta um banco ou uma joalheria, ou uma
casa ou uma pessoa. Também não adultera mais e passa
a ter um cuidado muito grande para não tornar a pecar. A
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vida dessa pessoa muda totalmente, por isso, ela não vai
estar mais com um copo de bebida nas mãos, ou com um
cigarro entre os dedos. Ela passa por uma mudança muito
grande, entretanto, no coração, pode existir o perigo sutil
de a inveja estar alojada em um plano bem profundo.
Todo fofoqueiro é invejoso. Existe um tipo de admiração do fofoqueiro pela pessoa alvo de suas fofocas, mas
essa admiração é doentia e se transforma em inveja. E a
inveja o transforma em um fofoqueiro implacável.
Só a título de amostragem do que a inveja pode fazer
e trazer ao coração de um homem, tomemos Adolf Hitler como exemplo. Ele foi sim um grande estadista, que
conseguia magnetizar toda uma multidão com seus discursos. Contudo, por traz desse magnetismo havia algo
terrível. A intenção maior de Hitler era de se sobrepor a
todas as nações, e o que o movia era a inveja. Com sua
doutrina ariana de estabelecer uma raça única e, ao seu
modo, “pura”, ele não admitia ninguém que estivesse fora
de seus conceitos. E aos seus olhos, os judeus deveriam
se eliminados, pois não se enquadravam como parte do
povo que ele queria estabelecer. Um detalhe merece destaque: visto que sobre os judeus permanecia a promessa
de serem uma nação e raça eleita e em razão disso, estarem prosperando e se multiplicando e se estabelecendo
em várias partes do mundo, Hitler se corroia por dentro,
pois via esses judeus, essa nação, como uma ameaça real
à toda a sua doutrina. Na concepção dele, eles precisariam ser eliminados. São muitas as razões que estão por
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trás do Holocausto, que a história tenta, até hoje, apagar
das suas páginas. Mas um fato é certo: Hitler era movido
pela inveja. Dela se alimentava e por ela vivia.
Com tudo isso quero dizer que ainda que não venha
cometer um genocídio como Hitler, é de se pensar: quantos já matou em nome da inveja, por ver que você ainda
não tem o que os outros tem. Não é sem motivo que Salomão, em um de sus provérbios, advertira que é difícil
conter um homem invejoso. “Cruel é o furor, e impetuosa,
a ira, mas quem pode resistir à inveja?” (Provérbios 27.4).
É fácil lidar com situações de fúria, de ira, mas a inveja é
silenciosa e se manifesta de maneira muito sutil.
É interessante notar que as tentações para os homens
são bem diferentes das tentações para as mulheres. Muitas vezes, aquilo que causa inveja em um homem, não
tem nenhuma importância para a mulher. Por exemplo: a
maior alegria para um torcedor é quando o time do outro
lado perde. Agora, essa alegria é motivada por causa de
quê? Por causa da inveja. Se um ganha o outro fica furioso: “Por que ele e não eu?” Já uma mulher pode ficar
com inveja porque sua amiga comprou uma roupa que
ela estava com muita vontade de comprar.
“Quem pode resistir à inveja?” Adão e Eva estavam no
jardim do Éden. Os dois viviam em amor. Todo o plano,
todo o sonho, toda a vontade de Deus, tudo estava fluindo de maneira muito bonita. Entretanto, neste ínterim,
chega o tentador e diz à Eva que se ela comesse do fruto
seria igual a Deus (Gênesis 3.5). Adão e Eva olhavam para
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Deus, passeavam com Ele ao entardecer, os anjos o adoravam, eles viam o poder do Senhor. Contudo, quando
o tentador disse que se eles comessem do fruto seriam
iguais a Deus, aquela semente da inveja, que estava latente, foi regada pela cobiça: “Ah, nós vamos ser iguais a
Deus.”“Por que Ele e não eu?” Então, se eu tenho um meio
para ser igual a Ele, eu vou tomar esse caminho. Mas esse
caminho era o da inveja. Eles saíram do Jardim.
Eva teve seus filhos, Caim e Abel. Os dois eram irmãos,
filhos dos mesmos pais, ouviram as mesmas histórias,
mas a semente da inveja e da destruição estava ali, alojada no coração de Caim. E quando foi regada deu origem
à dureza.
“Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão
com o auxílio do Senhor. Depois, deu à luz a Abel, seu
irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da
terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das
primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se
o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e
de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira,
Caim, e descaiu-lhe o semblante.” (Gênesis 4.1-5).
Os dois vieram oferecer ao Senhor as suas ofertas,
mas dizem as Escrituras que Deus se agradou da oferta
de Abel. Ele se agradou da motivação e da obediência de
Abel, que ofereceu ao Senhor o seu sacrifício, o sangue
foi derramado. Caim, por sua vez, não tomou o caminho
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que Deus havia orientado. Então, a fumaça do sacrifício
de Abel subiu para o Senhor, mas a fumaça da oferta, do
holocausto de Caim, não subiu e, como dizem as Escrituras, no verso 5: “Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante”. Ele ficou irado, seu semblante ficou
duro e a alegria foi-se embora por causa da inveja.
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A maldição
da inveja
Deus aceitou o sacrifício do meu irmão e a fumaça do
sacrifício dele sobe e a do que eu ofereço não? Ele ficou
duro, insensível, implacável, mas o Senhor Deus, com
muito carinho, lhe disse: “Então, lhe disse o Senhor: Por
que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se
procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu
desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gênesis 4.6-7). Se você alimenta a inveja, ela cresce cada vez
mais, mais se você não a alimentar, ela “morrerá de fome”.
Quando existe a inveja, a pessoa não muda o foco, ela só
fala sobre aquilo, porque isso incomoda, porque isso está
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dentro dela. Caim não pensava em outra coisa porque a
inveja estava lançando suas raízes e, cada vez mais, sugando todo o sentido da sua vida.
“Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim
contra Abel, seu irmão, e o matou.” (Gênesis 4.8). A pessoa
que é alvo da inveja de alguém nem sempre sabe que o
é. Muitas vezes, os próprios amigos conhecidos podem
nutrir a inveja. Você não terá inveja de uma pessoa que
não conhece ou que mora do outro lado do mundo. Você
poderá ter inveja do seu vizinho, de um parente seu ou
daquela pessoa muito chegada.
“Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu
que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.”
O campo é um lugar bonito, cheio de flores, mas, naquele exato momento, ele se transformou em um palco de
terror onde Caim matou seu irmão. Abel estava ali, e não
sabia de nada do que se passava no coração de seu irmão,
mas Caim rangia os dentes. Isso, porque a vitória, o sucesso de Abel o incomodava. Eu fico imaginando aquele momento quando Caim começou a agredir seu irmão. Abel
deve ter perguntado para ele: “Meu irmão, por que você
está fazendo isto? O que eu lhe fiz?” A inveja era tanta que
cegou Caim e, finalmente, ele mata Abel. Caim pisa sobre
ele e bate no peito: “Eu venci, o motivo da minha inveja
morreu”.
“Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão?
Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?
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E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão
clama da terra a mim. És agora, pois, maldito por sobre
a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o
sangue de teu irmão.” (Gênesis 4.9-11).
Onde está Abel? Muitas vezes a pessoa acha que matando aquele que lhe causa inveja, o problema estará
resolvido. Porém, a situação continua a mesma, a inveja
continua ali, firme. Onde está? Onde está Abel, seu irmão?
Você o sepultou? Mas você não consegue sepultar a lembrança. Você não conseguirá sepultar, de forma alguma, a
motivação do ato cometido.
“Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei;
acaso, sou eu tutor de meu irmão?” Deus, então, começa a
falar: “Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da
terra a mim. (verso 11). És agora, pois, maldito por sobre a
terra [...]” Caim, que tinha tudo para dar certo na vida, no
entanto, deu em caminhos de morte (Provérbios 14.12).
As pessoas chegam às raias da violência, como acabamos de ver na Palavra de Deus, o próprio irmão, uma
pessoa tão chegada, tão junta, mata o outro por causa da
inveja.
Eu já ouvi muitas histórias, as mais absurdas que você
possa imaginar. Algum tempo, eu estava em uma cidade
e fui jantar com uma família muito bonita, o casal e os
filhos viviam em perfeita harmonia. Tempos depois, voltei àquela mesma cidade e fiquei sabendo que aquele
homem tinha se separado da mulher. Fiquei estarrecido
com o ocorrido. Por causa da inveja, ele havia se enamo19
rado de outra mulher, mais jovem e muito bonita, como
uma “miss”, e estava, agora, com ela. Esse homem veio
me procurar e contou-me sua história. E ele disse: “Pastor,
desde que eu abandonei minha mulher e fiquei com a
outra, eu me tornei impotente”. Toda conquista do invejoso dá em erro.
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Livre da
inveja
No capítulo 37 de Gênesis, vemos a história de José.
Toda família grande tem um filho que é o caçula. O caçula
é normalmente o mais paparicado porque, quase sempre,
ele é o filho da velhice. Jacó tinha dez filhos. E o caçula se
chamava José. Jacó comprava roupas para os filhos, mas
a roupa de José era a mais bonita, toda listrada, e os irmãos passaram a nutrir inveja de José. Eles ficavam irados
com o carinho do pai por José e esbravejavam: “Tudo é
de José, tudo é ele, tudo nesta casa é para José”. Mas José
lhes contava histórias e também seus sonhos: “Atávamos
feixes no campo, e eis que o meu feixe se levantou e ficou em pé; e os vossos feixes o rodeavam e se inclinavam
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perante o meu. Então, lhe disseram seus irmãos: Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás realmente? E com isso tanto mais o odiavam, por causa dos
seus sonhos e de suas palavras. Teve ainda outro sonho
e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também que
o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim.
Contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o o pai
e lhe disse: Que sonho é esse que tiveste? Acaso, viremos,
eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em
terra? Seus irmãos lhe tinham ciúmes; o pai, no entanto,
considerava o caso consigo mesmo.” (Gênesis 37.7-11).
Você conhece a história. José tinha dezessete anos, o
seu coração era limpo, bonito diante de Deus. O pai havia
mandado José levar comida para os irmãos, mas quando ele chegou ao local, não viu os irmãos ali. Ele poderia
ter voltado, mas não, ele procurou até saber o local onde
os irmãos estavam e foi até lá. Quando ele se aproximou,
os irmãos disseram: “Lá vem aquele sonhador, vamos
matá-lo?” (Gênesis 37.19-20). José, inocentemente, foi se
aproximando, mas seus irmãos, que estavam com muita
raiva e cheios de inveja, o agarraram. José não estava entendo nada do que estava acontecendo, afinal, aqueles
eram seus irmãos, e não seus inimigos. Eles dormiam sob
o mesmo teto e comiam da mesma comida, mas a inveja
fez com que os dez irmãos o lançassem dentro de uma
cisterna vazia. José, ali naquela cisterna, nem sabia o que
estava acontecendo. Antes de jogá-lo na cisterna, eles
tiraram sua túnica talar que seu pai lhe havia dado. Um
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dos motivos da inveja estava ali, aquela roupa que lhes
provocara tal sentimento. Tiraram a túnica de José, mataram um animal, derramaram o sangue dele sobre aquela
roupa e teceram um terrível plano: “Vamos dizer que uma
fera selvagem matou o nosso irmão e o problema estará
resolvido”. Uma mentira nunca resolve e nem resolverá
problema algum. Enquanto faziam isso, um outro irmão,
cheio de compaixão, tirou José de dentro da cisterna. Passava por ali uma caravana de midianitas que levava escravos. Então, seus irmãos o venderam como escravo por
trinta moedas. José foi levado para o Egito como escravo.
A reação de José sempre foi a reação de uma pessoa
que confia no seu Deus: “Senhor, minha vida está em tuas
mãos e eu não vou permitir que a inveja destrua a minha
vida. Eu não vou reagir segundo os meus irmãos; o ódio
não vai fazer parte da minha história”. Em razão da sua fé e
da sua obediência a Deus, José foi levado, aos trinta anos,
para o trono do Egito. Mas antes, durante treze anos, ele
amargou todo tipo de sofrimento, de calúnias e abandono. Ele ficou treze anos preso até que subiu ao trono do
Egito. Muito tempo depois, quando os irmãos foram ao
Egito em busca de comida, José poderia ter dito: “Chegou
a minha vez, a minha vingança está preparada”. Mas não
foi essa a reação dele. Quando José tinha tudo para se
vingar de seus irmãos, a Palavra de Deus conta que ele
começou a chorar. E ele chorava compulsivamente; era
um pranto tão forte que as pessoas começaram a ouvir.
José disse: “Vocês intentaram mal contra a minha vida,
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mas Deus tinha um plano para mim, e eu estou aqui”.
A crise não desenvolve o nosso caráter, ela apenas
revela o nosso caráter; são as situações da vida que revelam o que somos. Naquela hora, José poderia estar com
o coração cheio de amargura e querer se vingar, mas ele
não fez isso. Ele sabia que o seu lugar e toda a sua vida
estavam nas mãos de Deus, o Pai. Quantas pessoas, hoje,
por não terem essa compreensão entram por caminhos
que as desestabilizam totalmente ou até as levam à morte? Pessoas que abandonam o rebanho do Senhor por
qualquer coisa e entram por caminhos de destruição. Ao
observar a vida de José, percebemos que ele foi um homem que não nutriu inveja em nenhum momento de sua
vida. Ele não permitiu que o veneno da inveja chegasse
à sua alma.
Em 1 Samuel, capítulo 18, lemos a história de Davi e
Saul. Saul tinha tudo para “dar certo”. Quando foi escolhido,
ele era o mais bonito de Israel, ele teve a bênção, o favor,
e estava no trono. Ele era o rei, enquanto Davi era um simples pastor de ovelhas e estava, ali, cumprindo as ordens
do rei. O que o rei o mandava fazer, Davi fazia. Ele ia para
as guerras, lutava como um vencedor, mas a semente da
inveja começou a dominar o coração de Saul. Então, houve
uma ocasião que suscitou inveja no coração de Saul:
“Vindo Saul e seu exército, e voltando também Davi
de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de
Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com júbilo e com instrumentos de
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música. As mulheres se alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi,
os seus dez milhares. Então, Saul se indignou muito, pois
estas palavras lhe desagradaram em extremo; e disse:
Dez milhares deram elas a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão o reino? Daquele dia
em diante, Saul não via a Davi com bons olhos.” (1 Samuel
18.6-9).
Daí por diante, vamos encontrar Saul perseguindo
Davi, que estava ali, querendo cumprir tudo o que o rei
mandava. Por causa da inveja, Saul tentava de todas as
maneiras destruir Davi. Saul tentava aniquilar Davi, e a
motivação era a inveja. Por que as mulheres cantaram:
“Davi matou dez milhares e eu só milhares”? Isso motivou
o crescimento da inveja em seu coração.
Existe uma coisa que os homens buscam muito, que é
o reconhecimento. Um problema muito forte na questão
da inveja do homem chama-se reconhecimento. A mulher já é mais doce, e não tem tanta preocupação assim
nessa área, apesar de ela também precisar ser reconhecida. A tentação do homem é diferente da tentação da mulher. É muito difícil um homem sentir inveja de outro homem por causa de um sapato ou de uma roupa. Algo que
é problema para o homem pode não ser problema para a
mulher. Na questão do reconhecimento, aquilo que para
ele é terrível é: “por que ele e não eu?” Com as mulheres é
mais ou menos assim: “Por que elas estão cantando desse
jeito? Por que estão agindo desta maneira?”
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Quando alguém é colocado como chefe de determinado trabalho, os outros homens ficam com inveja, mas
a maioria das mulheres sabe administrar isso muito bem.
Elas dizem: “Bem, que bom para ele. Vou trabalhar para
que um dia chegue a minha vez”.
“Não tenhas inveja do homem violento, nem sigas
nenhum de seus caminhos.” (Provérbios 3.31). Homem
violento é aquele que abre caminho na força, ou seja, que
conquista as coisas no braço. Ele faz por ele mesmo. A
Bíblia diz que “o homem não pode receber coisa alguma
se do céu não lhe for dada.” (João 3.27). Nós só temos o
que Deus nos dá. Tudo o que conquistamos, pisando no
outro, nós não temos. Não vamos perder o que Deus nos
dá. Mas aquilo que é conquistado com violência não vale
a pena. Deus diz: “Não tenhas inveja do homem violento,
nem sigas nenhum de seus caminhos.”
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Não inveje os
arrogantes
“Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os
de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os
meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos. Para eles não há preocupações, o
seu corpo é sadio e nédio. Não partilham das canseiras
dos mortais, nem são afligidos como os outros homens.
Daí, a soberba que os cinge como um colar, e a violência
que os envolve como manto. Os olhos saltam-lhes da gordura; do coração brotam-lhes fantasias. Motejam e falam
maliciosamente; da opressão falam com altivez. Contra os
céus desandam a boca, e a sua língua percorre a terra. Por
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isso, o seu povo se volta para eles e os tem por fonte de
que bebe a largos sorvos. E diz: Como sabe Deus? Acaso,
há conhecimento no Altíssimo? Eis que são estes os ímpios; e, sempre tranqüilos, aumentam suas riquezas. Com
efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as
mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido e cada
manhã, castigado. Se eu pensara em falar tais palavras, já
aí teria traído a geração de teus filhos. Em só refletir para
compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até
que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles.
Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados,
totalmente aniquilados de terror! Como ao sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem deles. Quando o coração se me amargou e
as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e
ignorante; era como um irracional à tua presença. Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão
direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro
em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha
carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do
meu coração e a minha herança para sempre. Os que se
afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que
são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto
a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos.” (Salmo 73.1-28).
Observe que o drama de Asafe, que escreveu esse
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Salmo, não é diferente do drama de muitos. Talvez seja
seu drama ao ver uma pessoa que não tem nenhum referencial de pureza, de justiça, e de fé, uma pessoa desqualificada. Então, a inveja começou a tomar conta do
seu coração e ele disse: “Quanto a mim, porém, quase me
resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem
os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes.” Ele continua descrevendo como eles vivem, parece que tudo dá
certo para eles, enquanto que para mim que sou íntegro
e estou na casa de Deus, parece que as coisas não chegam assim tão facilmente.
Talvez você tenha uma colega de escola que esteja
vivendo de maneira contrária aos princípios do Senhor,
mas que ganha um buquê de flores no dia dos namorados. Você, porém, que está guardando sua virgindade,
sua pureza, ganha apenas um sonho. Existem os momentos do “quase” em nossa vida: “Quanto a mim quase [...]”,
quase acabei, quase me desviei, quase deixei tudo para
trás, quase deixei meus princípios, quase”. Mas, há um
momento em que o salmista disse: “até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles.” (Salmo 73.17.) Na
nossa vida é como termina que verdadeiramente conta.
Jesus Cristo disse: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o
homem em troca da sua alma?” (Mateus 16.26).
“Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os
fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados,
totalmente aniquilados de terror! Como ao sonho, quan29
do se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem deles. Quando o coração se me amargou e
as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e
ignorante; era como um irracional à tua presença.” (Salmo
73.18-22).
Quando uma pessoa entra pelo caminho da inveja,
ela fica transtornada e embrutecida. Somente ela tem razão e ninguém mais tem direito algum. Mas, ele diz: “Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha
mão direita.” (Salmo 73.23). Quando estamos em sintonia
com o Senhor e o sentimento de inveja não toma conta
de nós, podemos dizer com toda a força do nosso coração: “Tu sempre estás comigo e o melhor da minha vida é
a tua presença”. O melhor da nossa vida é a presença do
Senhor. A maior riqueza que possuímos é o Senhor.
Já dissemos que a inveja das mulheres é diferente da
dos homens. O grande problema das mulheres para o terreno fértil no coração delas é a competição. Na década
de trinta, quando a bolsa de valores de Nova York quebrou, foi um caos total. Todas as ações não valiam mais
nada, entretanto, as únicas ações que mantiveram seus
preços e com tendências a subir, não foram as ações das
indústrias de remédios, ou de brinquedos, mas, sim, as
das indústrias de cosméticos. Pode ter a crise que for, mas
a mulher se esforça para comprar um batom, um perfume
ou uma tintura de cabelo.
Há algum tempo, eu fui a uma determinada igreja e
achei muito interessante o que acontecia ali. Aqui, em
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nossa igreja nós somos muito simples, mas ali, naquela
igreja, o que muito me impressionou foi o fato de que as
mulheres iam para a igreja arrumadas como se fossem
a um casamento. Todas elas vinham maquiadas, produzidas, mas se você fosse à casa delas, veria que, muitas
delas moravam em dois cômodos. Elas comiam mal, moravam mal, mas andavam como se estivessem em um
desfile. Por quê? Porque o grupo promove isso. Podemos
observar que a moda muda. Há uns anos atrás, todas as
mulheres usavam lenço na cabeça, hoje ninguém mais
usa. A moda muda e todas as mulheres, de modo geral,
acompanham. Por quê? Não podem ficar para trás.
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Disputa
familiar
No livro de Gênesis, no capítulo 30, há uma disputa
entre duas irmãs, uma chamava-se Raquel, uma jovem
doce, muito bonita, e sua irmã, que se chamava Lia. É a
história de Jacó que queria se casar com Raquel, mas acabou se casando com Lia.
“Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve ciúmes
de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morrerei.
Então, Jacó se irou contra Raquel e disse: Acaso, estou eu
em lugar de Deus que ao teu ventre impediu frutificar?
Respondeu ela: Eis aqui Bila, minha serva; coabita com ela,
para que dê à luz, e eu traga filhos ao meu colo, por meio
dela. Assim, lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó a
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possuiu. Bila concebeu e deu à luz um filho a Jacó. Então,
disse Raquel: Deus me julgou, e também me ouviu a voz,
e me deu um filho; portanto, lhe chamou Dã. Concebeu
outra vez Bila, serva de Raquel, e deu à luz o segundo filho
a Jacó. Disse Raquel: Com grandes lutas tenho competido
com minha irmã e logrei prevalecer; chamou-lhe, pois, Naftali. Vendo Lia que ela mesma cessara de conceber, tomou
também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó, por mulher. Zilpa, serva de Lia, deu a Jacó um filho. Disse Lia: Afortunada! E lhe chamou Gade. Depois, Zilpa, serva de Lia, deu o
segundo filho a Jacó. Então, disse Lia: É a minha felicidade! Porque as filhas me terão por venturosa; e lhe chamou
Aser. Foi Rúben nos dias da ceifa do trigo, e achou mandrágoras no campo, e trouxe-as a Lia, sua mãe. Então, disse
Raquel a Lia: Dá-me das mandrágoras de teu filho. Respondeu ela: Achas pouco o me teres levado o marido? Tomarás
também as mandrágoras de meu filho? Disse Raquel: Ele te
possuirá esta noite, a troco das mandrágoras de teu filho.
À tarde, vindo Jacó do campo, saiu-lhe ao encontro Lia e
lhe disse: Esta noite me possuirás, pois eu te aluguei pelas
mandrágoras de meu filho. E Jacó, naquela noite, coabitou
com ela. Ouviu Deus a Lia; ela concebeu e deu à luz o quinto filho. Então, disse Lia: Deus me recompensou, porque
dei a minha serva a meu marido; e chamou-lhe Issacar. E
Lia, tendo concebido outra vez, deu a Jacó o sexto filho. E
disse: Deus me concedeu excelente dote; desta vez permanecerá comigo meu marido, porque lhe dei seis filhos; e lhe
chamou Zebulom. Depois disto, deu à luz uma filha e lhe
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chamou Diná. Lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a fez
fecunda. Ela concebeu, deu à luz um filho e disse: Deus me
tirou o meu vexame. E lhe chamou José, dizendo: Dê-me o
Senhor ainda outro filho. Tendo Raquel dado à luz a José,
disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte ao meu lugar
e à minha terra. Dá-me meus filhos e as mulheres, pelas
quais eu te servi, e partirei; pois tu sabes quanto e de que
maneira te servi.” (Gênesis 30.1-26).
Nós vimos nesse texto, a disputa das duas irmãs, e a
motivação dessa competição foi a inveja.
Os maiores conflitos que Moisés teve durante os quarenta anos conduzindo o povo pelo deserto não foi tanto com o povo, mas foi exatamente com a sua liderança,
porque os seus próprios irmãos, Miriã e Arão, chegavam
e diziam: “Por que é só Moisés, por que não nós?”“E disseram: Porventura, tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós? O Senhor o ouviu.”
(Números 12.2).
O Salmo 106 descreve algumas lutas, frutos da inveja, e todo ele fala sobre a ingratidão. Mas vamos meditar
apenas nos versículos de 13 a 16:
“Cedo, porém, se esqueceram das suas obras e não lhe
aguardaram os desígnios; entregaram-se à cobiça, no deserto; e tentaram a Deus na solidão. Concedeu-lhes o que
pediram, mas fez definhar-lhes a alma. Tiveram inveja de
Moisés, no acampamento, e de Arão, o santo do Senhor.”
Quantas histórias tristes nós conhecemos de pessoas da igreja que se levantaram contra seus líderes, moti35
vadas pela inveja. Algumas chegaram a tirar o pastor da
igreja e a pessoa que fez o complô assume o pastorado.
Mas, dentro de pouco tempo, ele vai vendo aquela igreja
se definhar. Ele vai se definhando até que fecha as portas.
Nós somente temos o que Deus nos dá.
Nos livros do Pentateuco, principalmente nos livros
do Êxodo e Números, nós vemos como Moisés sofreu. As
pessoas sempre questionaram suas atitudes, sendo que
ele estava fazendo apenas a vontade do Senhor. As pessoas estavam curtindo a inveja: “Ah, vamos tirar ele daí. Ele
está se achando o maior. Vamos colocar outro”. E, quantas
vezes, essa história tem se repetido nos dias de hoje?
Nós sabemos que quem levou Jesus à cruz não foram
os judeus, tampouco foram os romanos, mas foram os
nossos pecados. E, dentre eles, qual o pecado que estava
ali no topo e que levou Jesus à cruz?
“Jesus estava em pé ante o governador; e este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeulhe Jesus: Tu o dizes. E, sendo acusado pelos principais
sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então, lhe
perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem? Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com
isto a admirar-se grandemente o governador. Ora, por
ocasião da festa, costumava o governador soltar ao povo
um dos presos, conforme eles quisessem. Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado
Barrabás. Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes
Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou
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a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o
tinham entregado.” (Mateus 27.11-18).
Pilatos sabia que os sacerdotes tinham inveja de Jesus. Ele sabia que eles manipularam a multidão para que
gritassem e soltassem Barrabás e que Jesus Cristo fosse
crucificado. Pilatos sabia que tinha sido por inveja.
O livro de Ester fala de um homem invejoso, chamado
Hamã, que curtia uma inveja doentia por Mordecai. Lendo a história, no livro de Ester, podemos ver como aquele
homem tão amargo fez com que as coisas mudassem de
forma tão terrível.
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Conclusão
Eu quero concluir dizendo quatro coisas que é a raiz
desse problema e como nos libertar dele.
1- Você precisa ter uma compreensão sobre
você.
A primeira raiz é que, normalmente, a pessoa tem
uma imagem distorcida dela mesma. Muitas vezes, ela
não gosta de si mesma. Ela se olha no espelho e diz:
“Deus errou tudo em mim e acertou tudo no outro”. Veja
o exemplo de Saul; ele era um homem bonito, forte, mas
quando ele foi chamado, estava escondido no meio das
bagagens. Ou seja, ele não se valorizava, não gostava dele
mesmo, tinha uma imagem errada de si próprio. A inveja
encontrou todo o espaço que precisava na sua vida.
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2 - O orgulho.
Outra raiz que leva à inveja é aquele sentimento de
orgulho. É quando nós nos vemos além do que somos.
Quando dizemos: “Eu mereço, ou eu sou bom mesmo,
tudo o que eu tenho é pelos meus próprios méritos”. Isso
é orgulho. Quando a pessoa tem orgulho no coração, a
semente da inveja encontra um terreno propício para
crescer.
3 - Não conhecer Deus.
Outra raiz é a não compreensão ou a imagem distorcida de Deus. Quando a pessoa não tem o conhecimento
da justiça de Deus, de que Deus é um Deus fiel, essa pessoa começa a dizer: “Deus é justo com o outro, mas não é
justo comigo”. É quando ela começa a fazer comparações
e a perguntar: “Por que Deus está abençoando aquele outro e não me abençoa?” Deus é justo, e quando a pessoa
passa a questionar a justiça de Deus é muito triste! Mas
quando você diz: “Deus me ama, é muito diferente!”
4 - O medo.
A inveja brota no coração da pessoa que tem medo.
Ela brota no coração daquela pessoa insegura, que não
consegue descansar nas promessas do Senhor. A Palavra
diz que “no amor não existe medo; antes, o perfeito amor
lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo,
aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João
4.18).
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Como responder a uma pessoa que você sabe que sente
inveja de você? Não provocando inveja nessa pessoa. “Não
nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.”(Gálatas 5.26) Não provoque
seu irmão. É a graça de Deus que temos de ministrar sobre as
pessoas. Se você tem uma casa, diga: “Esta casa foi um milagre de Deus na minha vida”. Se você tem um carro, diga: “Este
carro foi um milagre de Deus na minha vida”. Se você se casou
fale que o seu casamento foi um milagre de Deus. Quando
você atribui todas as coisas, todos os feitos, todos os milagres
a Deus, dando-lhe a glória devida, tudo flui na sua vida.
Nós precisamos evitar o manipulador. A Bíblia diz
para fugirmos do homem contencioso, do homem invejoso, porque a inveja é mais cruel que toda a fúria. “Cruel
é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja?” (Provérbios 27.4).
Não provoque, de maneira alguma, ciúmes e inveja
nos outros, mas deixe o seu coração no coração de Deus,
o nosso Pai. Não tenha medo. “O Senhor é a minha luz
e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a
fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmo 27.1).
Você está guardado pelo Senhor, portanto, descanse
nele. Abençoe os invejosos, abençoe aqueles que te maldizem, porque a Palavra de Deus diz para abençoarmos
e não amaldiçoarmos. Seja assim, um abençoador. Vimos
que o pecado começou no coração de um anjo. E esse
anjo era um anjo de luz, Lúcifer. Tudo começou por causa
da inveja. Toda destruição repousa sobre a inveja.
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Veja a sua vida como um milagre de Deus. Quem sabe
você não esteja sofrendo por causa da inveja? Que nesta
hora haja arrependimento no seu coração e você comece
a deixar Jesus Cristo ser o Senhor pleno da sua vida. Existe
necessidade de virar as costas para este pecado que nos
leva a destruir as pessoas que amamos. Volte-se para o
Senhor.
Te convido a fazer esta oração:
“Senhor Jesus, “vê se há em mim algum caminho mau
e guia-me pelo caminho eterno.” (Salmos 139.24). “Se eu
tenho abrigado a inveja em minha vida eu quero me arrepender. Lava o meu coração. Tomo posse do seu perdão,
pelo sangue de Jesus. Que as minhas motivações, todas
elas, possam refletir o seu amor. Pai, que na minha vida
eu não tenha nada que seja uma conquista motivada
pela inveja. Eu quero, Senhor, ter apenas o que o Senhor
me der e eu lhe agradeço porque o Senhor tem me dado
tanto, e eu o louvo por isso, Senhor. Eu reconheço que
os seus caminhos são mais altos do que os meus caminhos. Eu sou o que a sua Palavra diz que eu sou, por isto,
ó Deus, eu não tenho inveja, porque o meu coração é
alvo da tua bondade. Eu posso o que a sua Palavra diz
que eu posso e tenho o que a tua Palavra diz que tenho, e
isso me basta. Eu quero que Jesus reine em meu coração.
Que a minha vida seja simples, e os meus valores sejam
os valores da sua Palavra, por isto, Senhor, quero ser uma
inspiração para o meu próximo. Que as pessoas possam
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ver a sua presença em mim, que elas saibam que é a sua
graça que faz com que eu seja o que sou. Em nome de
Jesus, amém!”
Deus abençoe,
Pr. Márcio Valadão
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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação
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