CAPÍTULO 5 - INTERAÇÃO GÊNICA, POLIGENIA e PLEIOTROPIA - pág. 73 Leitura do texto - A cor dos olhos • Cor dos olhos = cor da íris. A melanina dá cor e protege contra radiação ultravioleta. • A íris controla a quantidade de luz que entra nos olhos através da pupila. • A íris é tão individual quanto a digital. • A cor dos olhos, a altura, a cor da pele e muitas outras características, é consequência da interação entre diversos genes. 1ª e 2ª LEI DE MENDEL Um par de alelos um caráter Dois pares de alelos dois caracteres INTERAÇÃO GÊNICA Vários pares de genes PLEIOTROPIA Um par de alelos um caráter. 2 ou + caracteres INTERAÇÃO GÊNICA • Quando dois ou + pares de alelos agem na origem de uma mesma característica, o fenômeno é chamado de interação gênica. • Vamos analisar a interação de genes situados em cromossomos não homólogos, que atuam sobre a mesma característica. Há vários casos de interação gênica: 1) Interações não-epistáticas 2) Interações epistáticas: a) Epistasia recessiva b) Epistasia dominante c) Epistasia duplo recessiva. 3) Poligenia ou Herança quantitativa 1. Interações não-epistáticas • O exemplo típico é a forma da crista em algumas raças de galinhas. • Há 4 tipos básicos de cristas: – rosa – simples – ervilha – noz • que dependem de dois pares de alelos. • A presença do alelo: – E (dominante) condiciona crista ervilha – R (dominante) condiciona crista rosa. • Se os 2 alelos dominantes estão presentes, há interação gênica e a – E_R_ condiciona a crista noz. • A ausência de ambos condiciona: – eerr condiciona crista simples. FORMA DA CRISTA GENÓTIPO FENÓTIPO Noz (E_R_) Ervilha (E_rr) Rosa (eeR_) Simples (eerr) Cruzamento de dois di-hibridos Noz x Noz RrEe x RrEe RE Re rE re RREE Noz RREe Noz RREe Noz RRee Rosa RrEE Noz RrEe Noz RrEe Noz Rree Rosa rE RrEE Noz RrEe Noz rrEE Ervilha rrEe Ervilha re RrEe Noz Rree Rosa rrEe Ervilha rree Simples RE Re A proporção fenotípica entre dois di-híbridos é de 9 : 3 : 3 : 1 9 R_E_ : 3 R_ee : 3 rrE_ : 1 rree 9Noz : 3 Rosa : 3 Ervilha : 1 simples Os fenótipos aparecem na mesma proporção da 2a Lei – a diferença é que na 2a Lei aparecem 2 características e aqui surge apenas uma (forma da crista). EXEMPLO - Interações Gênicas - p. 76 1) Qual o proporção fenotípica resultante do cruzamento de EERr com EeRR? R: A proporção fenotípica é 100% noz. • • • • • • Observe que quando E e R estão presentes, o fenótipo produzido é ≠ do fenótipo obtido quando só o E ou só o R está presente. Esse tipo de interação é chamado não epistática, em oposição à epistática. Outro ex. de interação não epistática ocorre c/ as cores de pimentões. Nos pimentões, a presença do alelo R (dom.) condiciona a cor vermelha e o alelo C (dom.) que provoca a decomposição da clorofila (verde), fazendo com que o vermelho predomine. Na ausência dos 2 dominantes o pimentão é verde (rrcc). Na ausência apenas do R, o pimentão é roxo (R_cc) e na ausência apenas do R, o pimentão é amarelo (rrC_). EXERCÍCIOS – Interações Gênicas 1) Qual as proporção fenotípica resultante no cruzamento de pimentões vermelhos (RrCc) com pimentões verdes (rrcc)? (8) 2) Qual o proporção genotípica e fenotípica resultante do cruzamento um galo de crista noz (EERr) c/uma galinha de crista ervilha (Eerr)? (8) (Resumido Exercício 1 - p.84) 2. INTERAÇÕES EPISTÁTICAS • EPISTASIA: é um tipo de interação gênica na qual um par de alelos “INIBE” a manifestação de outros pares não alelos. • Epistático: os genes inibidores. • Hipostático: os inibidos, ou seja, os que são impedidos de se manifestarem. A) EPISTASIA RECESSIVA • A cor do pelo de camundongos é influenciada por vários pares de alelos. • De forma simplificada, o alelo A fornece o padrão aguti, no qual o pelo é preto c/ faixa amarela, o que dá uma tonalidade marrom-acinzentada. • O alelo a determina o pelo preto uniforme. • A presença de um alelo de outro gene, C, é condição indispensável para que se forme qualquer pigmento. • Em dose dupla (cc), o alelo c é epitático sobre A e a, e forma-se pelo albino. • Assim, aacc e A_cc são albinos. PELAGEM EM CAMUNDONGOS FENÓTIPOS GENÓTIPOS • • Aguti A_C_ Preto aaC_ albino A_cc ou aacc Cruzando dois indivíduos duplo heterozigotos, obtém-se em F2 uma proporção de 9 : 3 : 4 9 aguti (A_C_) : 3 pretos (aaC_) e 4 albinos (A_cc e aacc). Livro p. 77 B) EPISTASIA DOMINANTE • Ocorre qdo. um alelo dominante impede o efeito de um alelo de outro gene. • Um exemplo é o que acontece com a cor da pena em certas raças de galinhas. • Um alelo epistático I inibe a manifestação de um alelo de outro par, situado em outro cromossomo, o alelo C, responsável pela produção da cor. O alelo i não tem efeito inibitório e o alelo c não produz cor. COR DAS PENAS EM GALINHAS FENÓTIPOS GENÓTIPOS Coloridas C_ii Brancas C_I_ / ccI_ / ccii • Cruzando dois indivíduos duplo heterozigotos, obtém-se em F2 uma proporção de 13 brancas : 3 coloridas 3) Em cães o alelo dominante I, de-termina cor branca dos pelos, e é epistático em relação aos genes B que determina cor preta e a seu alelo b, que determina cor marrom. Do cruzamento de indivíduos de genótipo IiBb com iibb, qual a proporção fenotípica esperada entre os descendentes? 4) (Copiar o exercício 2 - p.84) Galinhas c/ o alelo dominante C têm penas coloridas, a não ser que esteja presente o alelo dominante I, que inibe C e produz cor branca. O alelo recessivo i não tem efeito inibidor, e o genótipo cc origina cor branca. Qual o resultado do cruzamento de duas aves duplamente heterozigotas? C) EPISTASIA DUPLO RECESSIVA • Ocorre qdo. qq um dos alelos recessivos de um par, em homozigose, é epistático sobre o alelo dominante de outro par. • Na ervilha-de-cheiro, plantas c/ alelo A e B em seu genótipo possuem flores roxas. • As plantas c/ genótipo A_bb, aaB_ e aabb têm flores brancas. • O genótipo aa inibe o alelo B e o genótipo bb inibe o aleo A – epistasia recessiva dupla. COR DAS FLORES EM ERVILHAS FENÓTIPOS GENÓTIPOS Roxas A_B_ Brancas A_bb / aaB_ / aabb • Cruzando dois indivíduos duplo heterozigotos, obtém-se uma proporção de 9 A_B_ : 3 A_bb : 3 aaB_ : 1 aabb 9 roxas : 7 brancas • • • A proporção fenotípica de 9 : 7 ocorre tb em um tipo de surdez hereditária na sp humana. O indivíduo de audição normal deve apresentar os alelos D e E no genótipo. A ausência de um deles provoca surdez. SURDEZ NA ESPÉCIE HUMANA FENÓTIPOS GENÓTIPOS Normal D_E_ Def. Auditivo D_ee / ddE_ / ddee A proporção fenotípica entre dois duplo heterozigotos é 9:7 9 D_E_ : 3 D_ee : 3 ddE_ : 1 ddee 9 Normais : 7 deficiente auditivo Texto: Causas de surdez – p. 79 - Ler • Origem ambiental: 25% (exposição prolongada a ruído intenso, acidente ou infecções); • Origem genética: 75% (heranças dominante, recessiva, autossômica ligada ao sexo). Como muitos genes contribuem p/ o desenvolvimento da audição humana, é de esperar que uma mutação em qq desses genes possa levar a uma deficiência. 5) Com relação a surdez hereditária na espécie humana dê os fenótipos dos seguintes indivíduos: a) EEDD:………………. b) Eedd:……………….. c) EEDd:………………. d) eeDD:………………. e) eedd:………………. Copiar exercício 3 – p. 85 6)Uma forma de surdez hereditária é condicionada por 2 pares de ale-los. P/ que haja surdez basta a ausência de um dos alelos dominantes (D e E) de cada gene. Qual a proporção genotípica e a fenotípica de um casal com genótipo DdEe e ddee? Outro ex. que envolve interação epistática • O alelo A é responsável pela forma esférica da abóbora. O alelo B tb provoca a forma esférica. • Qdo. os 2 estão presentes eles interagem e formam-se abóboras discoides (abóbora-moranga); • Qdo. ambos estão ausentes (aabb), a abóbora é alongada. Qual o resultado do cruzamento de duas abóboras duplo heterozigotas (AaBb)? A proporção fenotípica entre dois duplo heterozigotos é 9:6:1 9 A_B_ : 3 A_bb : 3 aaB_ : 1 aabb 9 Discoides : 6 Esféricas : 1 Alongada Texto: A cor do olho na sp humana p.79 - Ler • O mesmo pigmento marrom que dá cor à pele (melanina) é encontrado na íris. • Nos olhos claros há menor qtde. de melanina do que nos olhos escuros. • A cor da íris é resultado de uma interação en-tre vários genes (ainda não decifrado). • A cor dos olhos de um bebê pode mudar, pois ao nascer ainda não produziu toda melanina possível. A exposição da luz desencadeia essa produção (3 anos). • Heterocromia: pessoa c/ olhos de cores ≠s. 3. POLIGENIA, HERANÇA QUANTITATIVA, H. POLIGÊNICA OU H. MULTIFATORIAL • • • • • Nesse caso de interação gênica, dois ou + pares de alelos somam ou acumu-lam seus efeitos, o que permite uma série de fenótipos gradativamente ≠s entre si. Essas características sofrem, em geral, grande ação de fatores do ambiente, o que aumenta ainda + a variação fenotípica. Muitas características no ser humano, nos animais e nos vegetais resultam de herança poligênica. Por exemplo: • Cor da semente de trigo; • Cor dos olhos e da pele humana; • Altura e peso na sp humana; • Produção do leite do gado, etc. Em todos, o cruzamento entre dois híbridos resulta em ampla e gradativa variação de fenótipos. MODELOS P/ A COR DA PELE HUMANA • • • • • Vamos supor que a cor da pele humana fosse condicionada por apenas 2 pares de alelos, situados em cromossomos ≠s. Os alelos representados por letras maiúsculas condicionam maior produção de melanina que os alelos representados pelas letras minúsculas. Qto. maior o no de alelos c/ letras maiúsculas, + escura é a pele. (Aditivos ou efetivos). 2o esse modelo simplificado, o in-divíduo AABB tem a qtde. máxima de melanina e sua pele teria a cor denominada preta; O indivíduo aabb tem a qtde. mínima de melanina e sua pele teria a cor considerada branca. – AaBb, AAbb, aaBB = parda (mulato médio) – duas doses do pigmento. – AABb, AaBB = mulato escuro – 3 doses – aaBb, Aabb = mulato claro - 1 dose. MODELO P/ HERANÇA DA COR DA PELE HUMANA • • Na realidade, observamos nas tonalidades de pele uma variação maior que essa, em parte por causa da maior ou menor qtde. de sol a que uma pessoa se expõe. Outra razão é que simplesmente não sabemos quantos pares de alelos estão envolvidos na herança da cor da pele. Supondo serem 2 pares de alelos que determina a cor da pele a proporção fenotípica entre dois heterozigotos é - 1 : 4 : 6 : 4 : 1 1 – Negro 4 – Mulato escuro 6 – Mulato médio 4 – Mulato claro 1 – Branco A cor da pele não divide a sp humana em raças • Do ponto de vista da Biologia não é válida a ideia de ÷ da sp humana em raças, pois, em geral, a ≠ genética entre os indivíduos é muito pequena, sendo que a maior parte dessa ≠ ocorre entre indivíduos de uma mesma população. • Isso quer dizer que pode haver + diferen-ças entre a carga genética de duas pes-soas de pele de cor branca do que entre a carga genética de uma pessoa de pele de cor branca e uma de pele de cor preta. 7) Supondo que a cor da pele humana seja determinada por apenas dois pares de alelos dê os fenótipos dos seguintes indivíduos: a) AABB:…………………………... b) AaBB:………….………….…….. c) aaBB:……………………………. d) Aabb:……………….…….……. e) aabb:……………………………. No DE GENES E FENÓTIPOS NA H.Q. • Qdo. uma característica é condicionada por 2 pares de alelos, são formados 5 tipos distintos de fenótipos. • Se forem 3 pares = 7 fenótipos. REGRA: O no de fenótipos resultante do cruzamento de dois híbridos p/ todos os alelos, é dado pelo no total de alelos +1. • Se soubermos o no de fenótipos podemos tb calcular o no total de alelos. n + 1 = no de fenótipos Onde: n = no total de alelos Exemplo: 2 pares de alelos = 4 alelos n + 1 = fenótipos 4 + 1 = 5 fenótipos ou seja, há 2 pares de alelos envolvidos nessa herança o que resulta em 5 fenótipos diferentes. Copiar exercício 4 – p. 85 8) Supondo que a cor da pele humana seja determinada por três pares de alelos de efeitos cumulativos, situados em cromossomos ≠s, quantos tipos ≠s de pigmentação poderiam ser identificados? 9) Supondo que na determinação da cor da pele humana, atuam dois pares de genes que condicionam tipos extremos (AABB-negro e aabb-branco) e tipos intermediários. A proporção fenotípica esperada na descendência do cruzamento de AABB x aabb é de: 4. PLEOTROPIA • • • Em muitos casos, um único gene tem efeito simultâneo sobre várias características do organismo. Esse gene é denominado pleiotrópico o fenômeno é chamado pleotropia. Em termos moleculares, o gene fabrica apenas uma enzima, mas a presença ou a ausência dela tem várias consequências no organismo. Um exemplo de pleotropia é a doença fenilcetonúria. • Sua causa é um gene recessivo que fabrica uma enzima incapaz de transformar o aa. fenilalanina em tirosina. • Se a pessoa ingerir alimentos que contenham fenilalanina, esse aa. se acumula no organismo e transforma-se em ácido fenilpirúvico, q começa a aparecer na urina e no líquido cérebroespinhal. • No período de amadurecimento do tecido nervoso (até 6 anos de idade), a presença dessa substância no sistema nervoso causa retardo mental (retardo no desenvolvimento). • A falta da tirosina provoca menor produção de melanina – há pouca pigmentação da pele. (1 gene – vários caracteres). • P/ evitar, os recém-nascidos são submetidos as teste do pezinho. • Se detectado a fenilcetonúria, o médico irá indicar uma dieta com qtde. mínima de fenilalanina. • Assim a pessoa pode ter vida normal, sem os sintomas da doença. Refletindo e concluindo - Testes: 2, 3, 4, 5, 6 - pág. 85 e 86