Adoração a Deus e ao cordeiro - Convenção Batista Fluminense

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LIÇÃO 03 - ADORAÇÃO A DEUS E AO CORDEIRO
Texto bíblico: Apocalipse 4-5
Motivação
Os imperadores romanos eram pessoas muito poderosas. Tão
poderosas que imaginavam poder receber honras e adoração como se fossem
uma divindade. Os seguidores de Jesus, no entanto, não pensavam da mesma
forma. Estava muito claro para eles que somente Deus e seu Filho Jesus Cristo
eram dignos de adoração.
Exposição Bíblica
O CULTO A DEUS
No capítulo 4 de Apocalipse, João foi transportado para o céu, em
espírito, através de uma pequena porta. Lá dentro, ele viu algumas coisas. O
que ele viu? No centro de tudo, o trono de Deus. Em volta do trono, quatro
seres viventes, e em volta desses seres, vinte e quatro anciãos. Em volta dos
anciãos, anjos de todos os tipos.
Na fase inicial do culto, a ênfase está na descrição dos personagens e
os principais são exatamente a pessoa de Deus e seu Ungido Jesus Cristo.
Neste capítulo, Deus é adorado de várias maneiras pelos seres celestiais. Ele é
adorado em função, principalmente, de seus atos criadores. Deus criou o
mundo, e isso O torna digno de ser adorado por todos os seres vivos.
O CULTO AO CORDEIRO
Após a narração do capítulo 4, o Apocalipse apresenta uma crise no
capítulo 5. Qual é a crise? João é informado de que há um livro que ninguém
pode abrir. Ele começa a chorar, até que alguém bate no seu ombro e diz: “Não
chore, João, porque o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu e pode
abrir o rolo” (Ap 5.5). Ele ouve falar de um leão, mas quando olha, o que vê é
um cordeiro. É Jesus Cristo, na forma simbólica de um cordeiro
ensanguentado, representando a centralidade do seu sacrifício na cruz, no
projeto de redenção divino.
Daqui em diante, o Cordeiro, Jesus Cristo, já com o rolo na mão, vai
começar a quebrar os selos do rolo, um por um. À medida que cada selo é
removido, uma cena é testemunhada por João. Ele olha, testemunha a
abertura de cada selo, acompanha os eventos relacionados com cada um e,
posteriormente, ao se lembrar da experiência em espírito, registrará com suas
palavras no livro que agora temos nas mãos.
Na seção que começa no capítulo 4 de Apocalipse, Deus é descrito
como um ancião sentado sobre um trono. Além dele, João vê quatro seres
viventes, vinte e quatro anciãos e muitos seres angelicais. Jesus, que já
aparecera antes na forma do Filho do Homem, agora é descrito como um
Cordeiro que foi morto, com sete chifres e sete olhos. Essas imagens devem
ser menos entendidas e mais sentidas. Chifres e olhos têm a ver com a
presença do poder de Deus e do Espírito de Deus. Mas de onde vem a imagem
do Cordeiro?
Essa imagem tem analogia com o sacrifício e a morte. Uma passagem
significativa para estudar o conceito de "cordeiro" está no Antigo Testamento,
especificamente em uma profecia de Jeremias 11.19: “Eu era como manso
cordeiro, que é levado ao matadouro; porque eu não sabia que tramavam
projetos contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com seu fruto; a ele
cortemo-lo da terra dos viventes, e não haja mais memória do seu nome”.
Nesse texto, o profeta fala de si mesmo como um cordeiro que é levado
mansamente para a morte.
A passagem mais próxima de Jeremias é Isaías 53.7: “Ele foi oprimido e
humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e,
como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”. O
relato de Isaías 53 sobre o “servo sofredor” reaparece no Novo Testamento de
diversas formas para falar do ministério de Jesus e sua morte (Lc 22.37; At
8.32-33; 1Pe 2.22), sendo muito importante para responder à questão de como
o sofrimento e a morte de Jesus poderiam ser explicados diante da sua
natureza messiânica.
É exatamente isso que aparece quando o Apocalipse descreve Jesus
como um Cordeiro. Ele é o Messias pelo caminho do sacrifício. Mais ainda, o
Cordeiro Jesus:
 É aquele que morreu e ressuscitou (Ap 5.6);
 É adorado pelas figuras celestiais (Ap 5.8,12,13);
 É o que tem o poder de revelar os eventos celestiais (Ap 6.1);
 É o que julgará todas as pessoas (Ap 6.16; 7.17), pois possui o Livro da
Vida (21.27);
 É o que lavou as vestes dos salvos com o seu próprio sangue (Ap
7.9,10,14);
 É o que venceu o Dragão em função do seu sangue (Ap 12.11);
 Vencerá as bestas (Ap 17.14);
 Se casará com sua noiva, a Nova Jerusalém, o povo de Deus (Ap
19.7,9; 21.9);
 Iluminará a Nova Jerusalém (Ap 21.23).
A imagem do cordeiro sacrificial, então, no Apocalipse, faz referência
não apenas ao sofrimento e à morte, mas também à vitória, reinado, poder e
glória.
É a este Cordeiro exaltado que toda a adoração do capítulo 5 se dirige.
Ele é digno de ser adorado porque, segundo os vinte e quatro anciãos e os
quatro seres viventes, morreu, e com seu sangue comprou pessoas de todas
as nações, constituindo-as Reino e sacerdotes para Deus (Ap 5.9-10). Os
mesmos seres que adoram a Deus no capítulo 4, agora se rendem em
adoração ao Cordeiro de Deus.
O ROLO SELADO
Mas, o que seria o rolo selado com os sete selos? Qual seria o seu
significado? O livro selado representa a história da salvação, operada por Deus
através do Cordeiro, Jesus Cristo. O que lemos no Apocalipse, do capítulo 6
até o 11 (a extensão do rolo selado), é a forma como o Cordeiro implementa
seu Reino, como Ele formou um povo.
Quando Jesus andou entre nós, ele abria a boca e dizia: “É chegado o
Reino dos céus” (Mt 4.17). Pois bem, o Reino realmente chegou, mas ainda
não foi consumado, completado, terminado. Isso se dará na segunda volta do
Cordeiro. Entre a primeira vinda do Cordeiro e a segunda, acontece no mundo
um processo de integralização do Reino do Cordeiro. E como esse Reino está
sendo implementado na história? É exatamente isso que o Apocalipse quer
revelar por meio da cena do rolo selado com sete selos. O que acontece nos
capítulos 4 a 11 é a revelação do conteúdo do rolo.
Alguns elementos ainda são importantes para compreender o conteúdo
do rolo:
1)
a abertura do livro selado é uma cena profética, como as antigas cenas
proféticas encontradas no Antigo Testamento. Os profetas, eventualmente,
dramatizavam suas mensagens para que fossem comunicadas e entendidas
com muito mais clareza. Foi isso que levou Jeremias a comprar um campo
para demonstrar esperança no poder de Deus (Jr 32.6-15); ou que levou Isaias
a se despir por três anos para anunciar o castigo de Deus (Is 20.1-6); ou que
levou Ezequiel a ficar deitado por vários meses para declarar a forma como o
povo seria castigado (Ez 4.1-8). O rolo selado não é um registro histórico em
linguagem histórica, ou uma reportagem em linguagem jornalística. É uma
descrição profética do plano de salvação de Deus, que não apenas se move
para salvar individualmente seus filhos, mas que, no fim, resultará numa
intervenção maravilhosa para dar origem ao Reino do Cordeiro.
2)
o rolo está estruturado por meio da abertura de sete selos. Entretanto,
antes da abertura do selo de número sete, um parêntese, uma pausa narrativa,
interrompe a série de imagens. O capítulo 7 de Apocalipse não pertence nem
ao sexto selo, nem ao sétimo selo. Ele é um parêntese. Finalmente, o sexto
selo é rompido, e quando seu conteúdo é revelado, João vê sete anjos com
sete trombetas. Isso significa dizer que as sete trombetas são precisamente o
conteúdo do sétimo selo. Por isso, temos enfatizado aqui que os selos se
estendem até o capítulo 11, quando a sétima trombeta será tocada. Somente
após a última trombeta é que se dá o fim da revelação do rolo selado.
Relação com a vida
A grande pergunta que os capítulos 4 e 5 de Apocalipse quer responder
é: Quem é digno de adoração? Muita gente na época do Apocalipse dizia que o
Imperador Romano era digno de adoração. Mas eles estavam errados.
Somente Deus é digno de receber toda e qualquer adoração. Nesses dois
pequenos capítulos da Bíblia encontramos seres e mais seres no céu em
adoração a Deus.
Essas passagens bíblicas certamente podem iluminar nossos corações
a respeito do mundo celestial e as coisas que ali acontecem. Nele, anjos e
humanos se unem num imponente culto. É bonito pensar que quando
morrermos e chegarmos lá, iremos nos juntar a muitos outros naquela bela
cantoria.
Para pensar e agir
Tomando o céu como um grande espaço de culto, devemos aproveitar
as oportunidades que temos em vida, nos cultos de nossas igrejas, para
praticarmos aquilo que faremos na eternidade. O povo de Deus é um povo que
tem prazer na adoração. Afinal, é a própria Palavra que declara que Deus
habita "no meio dos louvores" (Sl 22.3).
Leituras diárias:
Segunda-feira: Apocalipse 4.2-11
Terça-feira: Apocalipse 5.1-14
Quarta-feira: 2Coríntios 12.1-6
Quinta-feira: Isaías 6.1-5
Sexta-feira: - Ezequiel 1.1-28
Sábado: Daniel 10.1-9
Domingo: Mateus 17.1-8
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