colapso de traqueia em caes - TCC On-line

Propaganda
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
CAROLINA LINZMEYER ROBASSA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: COLAPSO DE TRAQUÉIA
EM CÃES
CURITIBA
2013
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
CAROLINA LINZMEYER ROBASSA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: COLAPSO DE TRAQUÉIA
EM CÃES
Trabalho
de
apresentado
Conclusão
ao
curso
de
de
Curso
Medicina
Veterinária como requisito parcial para
obtenção do título de Médica Veterinária
Professora Orientadora: MSc. Fabiana dos
Santos Monti
Profissional
Canever
CURITIBA
2013
Orientador:
Ricardo
José
TERMO DE APROVAÇÃO
CAROLINA LINZMEYER ROBASSA
COLAPSO DE TRAQUÉIA EM CÃES
Este trabalho foi julgado e aprovado para a obtenção do título de Médica Veterinária
no curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná
Curitiba, 13 de Novembro de 2013
___________________________________________________________________
Curso de Medicina Veterinária
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador:
Fabiana dos Santos Monti
Universidade Tuiuti do Paraná
Professor:
Diogo da Motta Ferreira
Universidade Tuiuti do Paraná
Professor:
Milton Mikio Morishin Filho
Universidade Tuiuti do Paraná
Dedico esse trabalho aos meus amados
pais Elson e Edna, que sempre lutaram
para que pudesse realizar todos meus
sonhos, mesmo deixando de lado os
seus. São meu espelho e meu orgulho.
Amo vocês.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, por se dedicarem tanto a nossa família e me proporcionarem
a melhor educação, priorizando sempre os estudos e acreditando no meu potencial,
fazendo tudo isso com muito amor. Meu eterno agradecimento.
As minhas irmãs Bruna e Fernanda por estarem sempre abertas a me ouvir
nos meus momentos de crise.
Ao meu namorado Petterson por muito me ajudar nesta etapa, aguentando
minhas crises de desespero e ansiedade, não me deixando desistir e continuar
acreditando que sou capaz.
Aos meus avós, que me proporcionaram uma semana maravilhosa em sua
casa para que escrevesse parte do meu trabalho e por serem tão amorosos e
hospitaleiros.
As minhas cadelas Frida, Nina e Preta por me ensinarem coisas que nenhum
ser humano nos ensina, sempre muito leais, fiéis e companheiras.
A minha amiga Vanessa pelos anos de faculdade, amizade e paciência
comigo. Por estar sempre pronta a me ajudar.
A todos os meus professores da Universidade Tuiuti do Paraná que
ofereceram toda base em direção ao meu conhecimento. Graças a vocês, serei
Médica Veterinária e levarei seus ensinamentos para toda vida.
E, finalmente, agradeço à Deus, por me guiar e proteger a cada dia, nunca
deixando com que perdesse a fé.
Obrigada a todos que de alguma forma participaram desta etapa comigo!
“A grandeza de uma nação
pode ser julgada pelo modo
que seus animais são tratados”
Mahatma Gandhi
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi abordar um relato de caso ocorrido no Hospital
Veterinário Santa Mônica durante o estágio curricular supervisionado no período de
05 de Agosto a 04 de Outubro de 2013. Foram desenvolvidas atividades
relacionadas à clínica médica de pequenos animais, com ênfase na mesma, além de
acompanhamento de consultas, procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos, exames
laboratoriais, exames de diagnóstico por imagem e cuidados com pacientes
internados, sob orientação de um médico veterinário. O presente trabalho irá discutir
um caso clínico acompanhado neste período de estágio, no qual o assunto é
colapso de traquéia em cães.
Palavras chave: colapso de traquéia, yorkshire, cães.
ABSTRACT
The objective of this review is to approach a case report in the Veterinary Hospital
Santa Monica occurred during the supervised traineeship period 05 August to 04
October 2013. Related activities have been developed for Small Animal Internal
Medicine, with emphasis on the same, as well as follow up visits, outpatient
procedures and surgeries, laboratory tests, diagnostic imaging examinations and
inpatient nursing, under the guidance of veterinarian. This paper aims discuss a
clinical case accompanied this probationary period, related to tracheal collapse in
dogs.
Keywords: tracheal collapse, yorkshire, dogs.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
FACHADA DO HVSM.....................................................................
13
FIGURA 2
RECEPÇÃO DO HVSM..................................................................
14
FIGURA 3
CONSULTÓRIO DO HVSM............................................................
15
FIGURA 4
INTERNAMENTO DO HVSM..........................................................
16
FIGURA 5
ISOLAMENTO DO HVSM...............................................................
16
FIGURA 6
GATIL DO HVSM............................................................................
17
FIGURA 7
SALA DE RADIOLOGIA..................................................................
17
FIGURA 8
SALA DE ULTRASSONOGRAFIA..................................................
18
FIGURA 9
CENTRO CIRÚRGICO...................................................................
18
FIGURA 10
LABORATÓRIO CLÍNICO...............................................................
19
FIGURA 11
ALA DE EMERGÊNCIA..................................................................
19
FIGURA 12
ATENDIMENTOS EMERGENCIAIS NO HVSM – PERÍODO DE
05 DE AGOSTO A 04 DE OUTUBRO............................................
FIGURA 13
COMPARAÇÃO ENTRE TRAQUÉIA NORMAL E TRAQUÉIA
COLAPSADA..................................................................................
FIGURA 14
26
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CICLO
RESPIRATÓRIO.............................................................................
FIGURA 15
20
27
RADIOGRAFIA EM PROJEÇÃO LATERAL DO TÓRAX E
REGIÃO CERVICAL DE UM CÃO COM COLAPSO DE
TRAQUÉIA DURANTE INSPIRAÇÃO............................................
30
FIGURA 16
RADIOGRAFIA EM PROJEÇÃO LATERAL DO TÓRAX E
REGIÃO CERVICAL DE UM CÃO COM COLAPSO DE
TRAQUÉIA DURANTE EXPIRAÇÃO............................................
31
FIGURA 17
PRÓTESE ENDOLUMINAL (STENT) EM CÃO COM COLAPSO
DE TRAQUÉIA EXTRA E INTRA TORÁCICO................................
FIGURA 18
CÃO DA RAÇA YORKSHIRE, 12 ANOS, FÊMEA,
APRESENTANDO COLAPSO DE TRAQUÉIA...............................
FIGURA 19
36
37
RADIOGRAFIA TORÁCICA DE CÃO YORKSHIRE EM
POSIÇÃO LATERAL ESQUERDA..................................
39
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1
TOTAL DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS AUXILIADOS
23
DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR NO HVSM – PERÍODO DE
05 DE AGOSTO A 04 OUTUBRO.....................................................
QUADRO 2
CLASSIFICAÇÃO DOS GRAUS DE COLAPSO TRAQUEAL POR
BRONCOSCOPIA.............................................................................
32
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1
TOTAL DE CONSULTAS POR SISTEMAS NO HVSM - PERÍODO
21
DE 05 DE AGOSTO A 04 DE OUTUBRO.........................................
GRÁFICO 2
DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO DOS ATENDIMENTOS CLÍNICOS
22
NO HVSM - PERÍDO DE 05 DE AGOSTO A 04 DE OUTUBRO......
GRÁFICO 3
DISTRIBUIÇÃO POR ESPÉCIE DOS ATENDIMENTOS
CLÍNICOS NO HVSM - PERÍODO DE 05 DE AGOSTO A 04 DE
OUTUBRO DE 2013..........................................................................
22
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SIMBOLOS
ALT:
Alanina Aminotranferase
BID:
Bis in die – A cada 12 horas
ºC:
Celsius
%:
Porcentagem
et al:
E colaboradores
FA:
Fosfatase Alcalina
HVSM:
Hospital Veterinário Santa Mônica
HV:
Hospital Veterinário
IM
Via intramuscular
IV:
Via intravenosa
Kg:
Quilograma
mg:
Miligramas
mm:
Milimetros
mg/Kg
Miligramas por quilograma
MSc:
Mestrando
PO:
Per os – Via oral
PRN:
A critério
QID:
Quarter in die – A cada 6 horas
SID:
Semel in die – A cada 24 horas
TID:
Ter in die – A cada 8 horas
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO _________________________________________________ 12
2.
DESCRIÇÕES DO LOCAL DO ESTÁGIO ____________________________ 13
2.1 Atividades desenvolvidas ________________________________________ 20
2.3 Casuística ____________________________________________________ 20
3.
REVISÃO DE LITERATURA _______________________________________ 24
3.1 Colapso de Traquéia em cães ____________________________________ 24
3.1.1 Anatomia e Histologia _________________________________________ 24
3.1.2 Etiopatogenia ________________________________________________ 25
3.1.3 Diagnóstico _________________________________________________ 28
3.1.3.1 Histórico, Sinais Clínicos e Exame Físico _________________________ 28
3.1.3.2 Exames Complementares _____________________________________ 29
3.1.4 Tratamento _________________________________________________ 32
3.1.4.1 Tratamento Clínico __________________________________________ 32
3.1.4.2 Tratamento Cirúrgico ________________________________________ 33
3.1.5 Prognóstico _________________________________________________ 36
3.2 RELATO DE CASO ____________________________________________ 37
3.2.1 Histórico e Anamnese _________________________________________ 37
3.2.2 Exame físico ________________________________________________ 37
3.2.3 Exames complementares ______________________________________ 38
3.2.4 Diagnóstico _________________________________________________ 39
3.2.5 Tratamento _________________________________________________ 39
3.2.5.1 Tratamento Clínico __________________________________________ 39
3.2.5.2 Tratamento Cirúrgico ________________________________________ 40
3.2.6 Pós Operatório _______________________________________________ 40
4.
DISCUSSÃO ___________________________________________________ 41
5.
CONCLUSÃO __________________________________________________ 45
6.
REFERÊNCIAS _________________________________________________ 46
12
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho visou relatar as atividades desenvolvidas durante o estágio
curricular pela acadêmica do curso de Medicina Veterinária, da Universidade Tuiuti
do Paraná, Carolina Linzmeyer Robassa.
O estágio foi realizado no Hospital Veterinário Santa Mônica num total de 360
horas, sob orientação profissional do Médico Veterinário Ricardo José Canever, e
sob orientação acadêmica da Professora MSc. Fabiana dos Santos Monti, no
período de 05 de Agosto a 04 de Outubro de 2013.
Durante o estágio foram desenvolvidas atividades relacionadas à clínica médica
de pequenos animais, acompanhamento e auxílio de cirurgias. Também foram
acompanhadas consultas, auxílio na realização de exames diagnósticos, em
procedimentos ambulatoriais e no internamento. O objetivo foi adquirir experiências
relacionadas com a base teórica ministrada durante o curso.
Neste relatório são descritos o local de estágio, as atividades desenvolvidas,
casuística, revisão de literatura e discussão de um caso clínico de colapso de
traquéia em cão acompanhado nesse período.
13
2. DESCRIÇÕES DO LOCAL DO ESTÁGIO
O estágio foi realizado no Hospital Veterinário Santa Mônica (HVSM)
(FIGURA 1), localizado na Rua Brigadeiro Franco, 4029, Rebouças, na cidade de
Curitiba. Fundada em 1991, a clínica veterinária Santa Mônica foi dirigida sempre
pelos veterinários Roberto e Monica Lange. Em 2008, tornou-se hospital, sendo um
marco na vida profissional dos seus fundadores. O hospital atende 24 horas, com
horário comercial de 07 às 21 horas, após este horário tem início o plantão.
FIGURA 1 – FACHADA DO HVSM
FONTE: HVSM, 2012
14
A equipe médica é formada por treze profissionais médicos veterinários,
atuando nas áreas de dermatologia, odontologia, cardiologia, oftalmologia, clínica
cirúrgica, ortopedia, diagnóstico por imagem, oncologia, anestesiologia e clínica
geral. A equipe de auxiliares conta com quatro enfermeiros, um estagiário, uma
auxiliar de limpeza, quatro recepcionistas e um gerente.
A estrutura física é composta por uma recepção, sala de espera, dois
banheiros, quatro consultórios de atendimento, onde um deles é destinado a
imunizações. Possui internamento para cães, gatil, ala de isolamento para animais
com doenças infecto contagiosas, sala de diagnóstico por imagem (com
ultrassonografia, radiologia digital, eletrocardiografia e ecocardiografia), laboratório
clínico, ala para atendimento de emergências, centro cirúrgico, sala para
esterilização de materiais, ala para procedimentos odontológicos, lavanderia,
cozinha, quarto para repouso de plantonistas, escritório, pet shop, sala de estoque,
área de lazer para os animais e estacionamento.
Na recepção (FIGURA 2) o responsável pelo paciente preenche uma ficha
com seus dados pessoais e logo é conduzido a um consultório (FIGURA 3) para
realização da consulta com um profissional generalista.
FIGURA 2 - RECEPÇÃO
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
15
FIGURA 3 - CONSULTÓRIO
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
Após a consulta, o paciente pode ser encaminhado para outros setores do
hospital, como por exemplo, o internamento (FIGURA 4), isolamento (FIGURA 5),
gatil (FIGURA 6), sala de radiologia (FIGURA 7), sala de ultrassonografia (FIGURA
8) ou até mesmo para o centro cirúrgico (FIGURA 9), passando antes por uma
triagem de exames hematológicos e bioquímicos, os quais são realizados no
laboratório clínico (FIGURA 10) do HVSM. Dependendo do quadro clínico do animal,
o médico veterinário pode deixar agendada uma consulta com um médico veterinário
especialista, para avaliação do sistema acometido.
Quando o animal chega em estado crítico como, por exemplo, nos casos de
atropelamentos, convulsões e outras situações emergenciais, o responsável pelo
mesmo responde a um questionário rápido sobre o paciente, o qual é logo liberado
para a ala de emergência (FIGURA 11), na qual será estabilizado, para possível
avaliação dos sistemas acometidos.
16
FIGURA 4 - INTERNAMENTO
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
FIGURA 5 - ISOLAMENTO
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
17
FIGURA 6 – GATIL
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
FIGURA 7 – SALA DE RADIOLOGIA DIGITAL
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
18
FIGURA 8 – SALA DE ULTRASSONOGRAFIA
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
FIGURA 9 – CENTRO CIRÚRGICO
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
19
FIGURA 10 – LABORATÓRIO CLÍNICO
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
FIGURA 11 – ALA DE EMERGÊNCIA
FONTE – PRÓPRIO AUTOR, 2013
20
2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O horário estabelecido para a realização do estágio curricular iniciava às 08
horas com término às 17 horas, e intervalo de uma hora para almoço, totalizando 08
horas diárias, de segunda a sexta, completando 40 horas semanais.
As atividades desenvolvidas no estágio curricular, as quais sempre são
supervisionadas por um médico veterinário, abrangiam todas as áreas. Durante as
consultas, o estagiário podia acompanhar e ajudar o veterinário no que fosse
necessário quando solicitado. O estagiário também tinha a oportunidade de auxiliar
em cirurgias e realização dos exames laboratoriais, bem como aferir parâmetros
físicos nos animais que estavam internados e realizar as medicações prescritas no
prontuário.
2.3 CASUÍSTICA
Durante o período de estágio foram atendidas no HVSM 587 consultas,
destas, 63 (10,73%) foram imunizações, 54 (9,19%) foram atendimentos
emergenciais – as causas estão relacionadas na FIGURA 12.
FIGURA 12 – ATENDIMENTOS EMERGENCIAIS NO HVSM – PERÍODO DE 05 DE
AGOSTO A 04 DE OUTUBRO
21
No GRÁFICO 1 são demonstradas as consultas acompanhadas durante o
período de estágio, subdivididas pelos diferentes sistemas, sendo a maioria na área
de Dermatologia (25%), seguidas de Ortopedia (13%) e Gastroenterologia (13%),
que obtiveram o mesmo percentual de atendimentos. As patologias de pele mais
atendidas foram atopia e demodiciose, enquanto os atendimentos ortopédicos mais
frequentes foram fraturas e discopatias. Do total dos animais atendidos, 321 (55%)
eram fêmeas e 266 (45%) eram machos (GRÁFICO 2). Em relação às espécies
atendidas, 464 (79%) eram cães e 123 (21%) eram gatos (GRÁFICO 3).
GRÁFICO 1 – TOTAL DE CONSULTAS POR SISTEMAS NO HVSM - PERÍODO DE
05 DE AGOSTO A 04 DE OUTUBRO
22
GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO DOS ATENDIMENTOS CLÍNICOS
NO HVSM - PERÍDO DE 05 DE AGOSTO A 04 DE OUTUBRO
GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO POR ESPÉCIE DOS ATENDIMENTOS CLÍNICOS
NO HVSM - PERÍDO DE 05 DE AGOSTO A 04 DE OUTUBRO
Além dos atendimentos clínicos e emergenciais, foram auxiliadas cirurgias,
totalizando 26 procedimentos, os quais encontram se relacionados no QUADRO 1.
23
QUADRO 1 – TOTAL DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS AUXILIADOS
DURANTE O ESTÁGIO CURRICULAR NO HVSM - PERÍODO DE 05 DE AGOSTO
A 04 DE OUTUBRO
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
Osteossíntese de fêmur
Osteossínte de L6
Artrodese de Tíbia
Rinoplastia
Correção de Palato Alongado
Ovariohisterectomia Eletiva
Ovariohisterectomia Terapêutica
Enucleação
Orquiectomia
Esplenectomia
Mastectomia Unilateral
Cesariana
Nodulectomia
Celiotomia Exploratória
Herniorrafia Perineal
TOTAL
QUANTIDADE
2
1
1
1
1
6
2
1
2
1
2
1
3
1
1
26
Os exames de diagnóstico por imagem são bastante frequentes na rotina do
HVSM, realizados sempre por profissionais contratados e especialistas na área,
sendo os exames mais comuns: ultrassonografia e radiografia, seguidos pela
ecocardiografia e eletrocardiografia. Um profissional terceirizado realiza os exames
de endoscopia e colonoscopia dentro do hospital veterinário (HV).
Hemograma, exames bioquímicos e urinálise são efetuados dentro do
laboratório clinico do hospital, já os exames citopatológicos, histopatológicos e os
demais são enviados a um laboratório terceirizado.
24
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 COLAPSO DE TRAQUÉIA EM CÃES
3.1.1 ANATOMIA E HISTOLOGIA DA TRAQUÉIA
A traquéia, estrutura constituinte da porção condutora de ar do sistema
respiratório, forma junto com os brônquios, um sistema contínuo de tubos
denominado árvore traqueobrônquica que conduz ar aos bronquíolos pulmonares
para que se realize a hematose (DA SILVA et al, 2008). É um órgão tubular e
flexível, que se inicia na laringe (na altura do áxis) e se estende pelo plano mediano
até a sua bifurcação (carina da traquéia) em brônquios principais esquerdo e direito,
na base do coração, na altura do quarto a sexto espaço intercostal (FERIAN, 2009).
A parte da traquéia que esta localizada no pescoço é designada como cervical, e a
parte que esta localizada dentro da cavidade torácica é designada como torácica
(LESSA, 2009).
O órgão é composto por uma série de anéis cartilaginosos (entre 42 e 46
anéis no cão) em forma de ferradura, que são conectados entre si por tecido
fibroelástico (ligamentos anulares), para manter a flexibilidade, permitindo deste
modo o movimento do pescoço sem comprometer as vias aéreas (FERIAN, 2009;
NELSON & COUTO, 2010). Os anéis cartilaginosos são incompletos na região
dorsal. A membrana traqueal dorsal, que consiste de músculo traqueal longitudinal e
tecido conjuntivo, completa os anéis (NELSON & COUTO, 2010.)
A parede da traquéia, de dentro para fora, é composta principalmente pelas
lâminas mucosa, submucosa, musculocartilaginosa e adventícia. A lâmina mucosa é
recoberta por um epitélio cilíndrico pseudo estratificado contendo numerosas células
caliciformes e os cílios do epitélio batem cranialmente e movimentam as secreções
mucosas e as partículas de matérias estranhas no sentido da laringe; a lâmina
submucosa é rica em fibras elásticas possuindo também adipócitos e glândulas
tubulares submucosas que se abrem no lúmen; a lâmina musculocartilaginosa é
composta por placas cartilaginosas hialinas, tecido fibroelástico e pelo músculo
traqueal; a adventícia é uma lâmina de tecido conjuntivo que se une à lâmina
25
musculocartilaginosa e com o tecido conjuntivo circundante à traquéia (SISSON et
al., 1986; LESSA, 2009).
A composição da traquéia possui algumas sutilezas capazes de suprir
determinadas exigências: as placas cartilaginosas conferem rigidez à estrutura
impedindo que a traquéia entre em colapso quando os pulmões expandem; a
expansão da traquéia, para acomodar aumentos no volume de ar durante a
respiração, é possível devido à existência de cartilagem hialina dotada de certa
flexibilidade inerente, às placas cartilaginosas que são incompletas em sua porção
dorsal, à lâmina mucosa que possui pregas longitudinais e à considerável
quantidade de tecido elástico na submucosa.
As partículas finas de matéria estranha absorvidas durante o processo de
inspiração são capturadas no muco pegajoso secretado pelas glândulas traqueais e
células caliciformes e depois removidas pela ação do batimento dos cílios. A
cartilagem que fornece rigidez à traquéia está presente na forma de placas mantidas
unidas por ligamentos fibroelásticos sendo, portanto, uma estrutura flexível que
permite os movimentos de cabeça e do pescoço (SISSON et al., 1986; LESSA,
2009).
As atribuições fisiológicas da traquéia se devem a ação do sistema mucociliar
e a sua função como porção condutora do fluxo aéreo. O sistema mucociliar é um
mecanismo de remoção física de partículas do trato respiratório. O material inalado é
retido no muco que recobre a mucosa, sendo conduzido até a faringe pela ação dos
cílios do epitélio, onde acaba por ser deglutido. Além disso, para que o fluxo de ar
em direção aos pulmões mantenha-se adequado, é fundamental a manutenção do
diâmetro traqueal normal. Estão duas funções estão prejudicadas em animais com
colapso traqueal (FERIAN, 2009).
3.1.2 ETIOPATOGENIA
A etiologia do colapso de traquéia é desconhecida e provavelmente
multifatorial. Etiologias propostas incluem fatores genéticos, fatores nutricionais,
alérgenos, anormalidades neurológicas, doença das pequenas vias aéreas e
degeneração da matriz cartilaginosa. A cartilagem hialina é substituída por
fibrocartilagem e fibras colágenas, ocorrendo também uma diminuição do sulfato de
condroitina e glicosaminoglicano, com isso, os anéis cartilaginosos ficam menos
26
rígidos e perdem sua capacidade de manter a conformação traqueal normal durante
o ciclo respiratório (FOSSUM et al., 2012). Isso, juntamente com outras alterações
patológicas na matriz, é responsável pela redução da capacidade da cartilagem de
reter água e, consequentemente, diminui a sua rigidez funcional (LASCELLES,
2005).
A traquéia geralmente colapsa na direção dorso ventral (FOSSUM et al.,
2012) (FIGURA 13).
FIGURA 13 – COMPARAÇÃO ENTRE TRAQUÉIA NORMAL E TRAQUÉIA
COLAPSADA
FONTE: LESSA, 2009
Durante a inspiração, a pressão negativa gerada pela expansão da caixa
torácica resulta no colapso da membrana traqueal dorsal no segmento cervical da
traquéia. Na expiração e na tosse, o aumento da pressão intratorácica resulta no
colapso do segmento torácico e, alguns casos, dos brônquios principais (FERIAN,
2009) (FIGURA 14).
Observou se que, apesar da tendência de colapso da traquéia extratorácica
durante a inspiração e da porção torácica na expiração e tosse, isto não ocorre como
regra absoluta, e alguns animais apresentam diminuição do lúmen independente da
fase do ciclo respiratório (FERIAN, 2009; JOHNSON, 2012).
A traquéia colapsada dispara o processo de tosse e aumenta o esforço
respiratório tornando maior a pressão intratorácica e fazendo com que a mucosa de
um lado da parede da traquéia entre em contato com o lado oposto causando lesão
(LESSA, 2009). Como conseqüência, as funções normais dos cílios são
progressivamente substituídas pela tosse, tornando se o principal mecanismo de
limpeza já que os cílios não funcionam normalmente (LASCELLES, 2005).
27
Uma agressão crônica conduz a um processo inflamatório e a uma
descamação epitelial que podem interromper a limpeza mucociliar agravando ainda
mais a tosse e o colapso traqueal. Uma vez estabelecido o ciclo vicioso, a desordem
pode ser considerada progressiva (LESSA, 2009).
FIGURA 14 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CICLO RESPIRATÓRIO. A:
CONFORMAÇÃO NORMAL DA TRAQUÉIA DURANTE O CICLO RESPIRATÓRIO.
B: COLAPSO EXTRATORÁCICO. C: COLAPSO INTRATORÁCICO.
FONTE: FERIAN, 2009
28
3.1.3 DIAGNÓSTICO
3.1.3.1 HISTÓRICO, SINAIS CLÍNICOS E EXAME FÍSICO
O colapso de traquéia, com raras exceções, é identificado em raças toy e
miniatura, com mais frequência em Chihuahuas, Pomerânias, Poodles toy, Shih
Tzus, Lhasa Apsos e Yorkshire Terriers (ETTINGER et al., 2004). É comum em
cães de meia idade, embora também possa ocorrer em cães jovens e de grande
porte (NELSON & COUTO, 2010).
No colapso traqueal as manifestações podem ocorrer de forma aguda, mas
progridem lentamente no decorrer de meses a anos (NELSON & COUTO, 2010). Os
sinais clínicos são progressivos com a idade e frequentemente se iniciam antes de
um ano de vida, embora o diagnóstico seja realizado com maior frequência em cães
de meia idade ou idosos (DOCAL et al., 2008). Os sinais podem ser induzidos ou
agravados por infecção traqueal, compressão traqueal, exercício, excitação, durante
a ingestão de alimentos ou água e em clima quente e úmido. Estímulos nocivos (por
exemplo, fumaça de cigarro e outros irritantes respiratórios) também podem
precipitar os sinais clínicos (FOSSUM, 2012). O principal sintoma é uma tosse não
produtiva, descrita como “grasnido de ganso”. Podem ocorrer episódios de vômito ou
expectoração após as crises (FERIAN, 2009).
Segundo FOSSUM (2012) os cães com colapso traqueal podem sofrer uma
variedade de problemas concomitantes, como a obesidade que agrava os sinais
clínicos e também sopro sistólico consistente com a insuficiência da válvula mitral.
Os sinais respiratórios superiores podem ser agravados pelo aumento do átrio
esquerdo que faz pressão sobre a carina da traquéia e os brônquios principais.
Outro fator concomitante são cães que apresentam doenças periodontais. As
bactérias orais aspiradas contribuem para exacerbação dos sinais clínicos causado
pelo aumento da inflamação das vias aéreas ou aumento da tosse.
Os animais acometidos podem desenvolver uma síndrome de angústia
respiratória, provocada por obstrução do fluxo de ar para as vias aéreas, induzida
por excitação, exercício ou superaquecimento, incluindo histórico de tosse, ruídos
respiratórios anormais, engasgamentos, graus variáveis de dispnéia, intolerância a
exercícios, cianose e síncope. (ETTINGER et al., 2004; DOCAL et al, 2008;
NELSON & COUTO, 2010).
29
O exame físico em geral revela um cão normal, que pode ser obeso ou
magro. A obesidade, caso presente, constitui-se em um fator complicador,
normalmente agravando o quadro de dificuldade respiratória. Dependendo do estado
de ansiedade e da angústia respiratória do momento, a coloração das mucosas varia
de normal a cianótica. Hepatomegalia é um achado comum, embora sua causa
permaneça ainda desconhecida (ETTINGER et al., 2004; FERIAN, 2009).
Segundo ROZANSKI (2008), o exame físico de cães com tosse deve ser
completo, mas com ênfase no sistema cardiovascular. A auscultação pode localizar
ruídos respiratórios anormais, como estertor respiratório, além de identificar uma
valvopatia mitral. Bulhas cardíacas anormais podem estar associadas à cardiopatia
intercorrente (LESSA, 2009). No cão com colapso de traquéia, a segunda bulha
cardíaca é mais pronunciada que a de um cão normal (ETTINGER, 2004).
Os principais diagnósticos diferenciais residem naquelas enfermidades
causadoras de tosse crônica e frequentes em animais de pequeno porte, como a
insuficiência cardíaca congestiva esquerda e a bronquite crônica. Não é incomum o
paciente apresentar alguma destas patologias concomitante ao colapso traqueal
(FERIAN, 2009).
3.1.3.2 EXAMES COMPLEMENTARES
Os testes laboratoriais geralmente são normais em cães com colapso traqueal
a não ser que haja enfermidade concomitante. O estado hematológico é importante
para avaliar desordens sistêmicas tal como broncopneumonia, que pode
comprometer o sucesso do tratamento (LESSA, 2009).
As radiografias são essenciais, pois detectam simultaneamente desordens
cardíacas e pulmonares, além do colapso (JOHNSON, 2012). A projeção mais
adequada para estudo da traquéia é a lateral esquerda da região cervical. A imagem
radiográfica é caracterizada pela diminuição do lúmen traqueal no sentido dorso
ventral (FERIAN, 2009). As radiografias da região cervical, para avaliar o tamanho
do lúmen da traquéia extratorácica, são feitas durante a inspiração, quando o
estreitamento provocado pelo colapso traqueal é mais evidente por causa da
pressão negativa nas vias aéreas (NELSON & COUTO, 2010), como mostra a
FIGURA 15.
30
FIGURA 15 – RADIOGRAFIA EM PROJEÇÃO LATERAL DO TÓRAX E REGIÃO
CERVICAL DE UM CÃO COM COLAPSO DE TRAQUÉIA DURANTE A
INSPIRAÇÃO. A PORÇÃO EXTRATORÁCICA DAS VIAS AÉREAS ESTÁ
BASTANTE ESTREITADA CRANIALMENTE A ENTRADA TORÁCICA.
FONTE: NELSON & COUTO, 2010
Por outro lado, o exame realizado durante a expiração em geral revela
colapso do segmento torácico (e, ocasionalmente, de brônquios do tronco principal)
e segmento cervical normal ou ligeiramente dilatado (ETTINGER et al., 2004), como
mostrado na FIGURA 16. Anormalidades na traquéia torácica tornam-se mais
evidentes durante a tosse (THRALL, 2010).
31
FIGURA 16 – RADIOGRAFIA EM POSIÇÃO LATERAL DO TÓRAX E REGIÃO
CERVICAL DE UM CÃO COM COLAPSO DE TRAQUÉIA DURANTE A
EXPIRAÇÃO. A PORÇÃO INTRATRATORÁCICA DAS VIAS AÉREAS ESTÁ
BASTANTE ESTREITADA.
FONTE: HVSM, 2013.
Infelizmente, as radiografias estáticas não conseguem identificar o grau do
colapso de traquéia (JOHNSON, 2012).
A fluoroscopia fornece uma “imagem em movimento” da atividade das
grandes vias aéreas, tornando mais fácil a identificação das alterações no diâmetro
do lúmen comparado às radiografias de rotina (NELSON & COUTO, 2010).
A broncoscopia/fluoroscopia é considerada o método de escolha para avaliar
tanto a traquéia quanto as vias aéreas superiores, pois permite a visualização direta
para o clínico para a avaliação do grau de colapso traqueal I, II, III e IV (mostrado no
QUADRO 2) e avaliação de qualquer outra anormalidade anatômica da via
respiratória superior como um todo. Além disso, as amostras para exame
citopatológico e cultura podem ser colhidas através deste método (ROSANSKI,
2008). Uma das suas limitações reside no seu custo, que limita sua disponibilidade a
poucas localidades (FERIAN, 2009).
32
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS GRAUS DE COLAPSO TRAQUEAL
POR BRONCOSCOPIA
Diminuição de até 25% do lúmen traqueal. Achatamento discreto do
Grau 1 anel.
Diminuição de até 50% do lúmen traqueal. Achatamento moderado do
Grau 2 anel.
Diminuição de até 75% do lúmen traqueal. Achatamento grave do
Grau 3 anel.
A membrana traqueal toca a superfície ventral da traquéia,
Grau 4 ocasionando obliteração luminal total.
FONTE: FERIAN, 2009.
3.1.4 TRATAMENTO
3.1.4.1 TRATAMENTO CLÍNICO
A terapia clinica é considerada o tratamento de escolha para pacientes com
colapso de traquéia e a cirurgia deve ser reservada para aqueles que não
respondem satisfatoriamente. O tratamento clínico é sintomático e paliativo, não
curativo (LESSA, 2009).
Os corticosteróides são utilizados com o intuito de diminuir a inflamação
traqueal decorrente do colapso repetido da via aérea. Administra–se inicialmente
prednisona por cinco a sete dias, na dose de 0,5 mg/kg BID PO, mas o uso do
fármaco pode ser prolongado caso necessário, ou utilizado de maneira intermitente
(LASCELLES, 2005; FERIAN, 2009).
Os broncodilatadores não agem sobre a traquéia, porém, melhoram o fluxo
respiratório, e são benéficos naqueles pacientes com manifestações de dispnéia.
Ocorre também uma melhora na depuração mucociliar e redução da fadiga
diafragmática (ETTINGER et al., 2004). Os agentes aminofilina, na dose de 8-10
mg/kg TID PO e teofilina na dose de 20 mg/kg SID PO são os mais frequentemente
utilizados (LASCELLES, 2005).
Os antitussígenos podem reduzir a irritação crônica ou o dano do epitélio
traqueal. As opções terapêuticas incluem agentes narcóticos e não narcóticos. As
medicações narcóticas são as de escolha para controlar a tosse e devem ser
33
administradas de maneira contínua, de acordo com a necessidade de cada paciente,
buscando-se ajuste de dose e frequencias individuais. Os fármacos mais utilizados
incluem hidrocodona (0,22 mg/kg PO BID-QID) e butorfanol (0,55-1,1 mg/kg PO
PRN) (FERIAN, 2009; JOHNSON,2012).
SALTO et al. (2003) descreveram a utilização de sulfato de condroitina em um
paciente com colapso
de traquéia, relatando amenização dos sinais clínicos.
Contudo, tal trabalho baseou- se na observação de um único paciente e na melhora
do quadro de tosse, que pode ocorrer de maneira espontânea em alguns animais.
Não há atualmente, portanto, embasamento científico para utilização destas
medicações em pacientes com colapso de traquéia (SALTO et al., 2003).
A utilização de antibióticos normalmente é desnecessária. Recomenda-se
utilização de agentes antibacterianos apenas nos casos em que há evidencias
clinicas de infecção das vias aéreas inferiores, como febre, sinais sistêmicos como
prostração e anorexia e padrão alveolar na radiografia pulmonar (FERIAN, 2009;
JOHNSON, 2012).
Alguns pacientes podem apresentar manifestação aguda dos sinais clínicos
com insuficiência respiratória, caracterizando um quadro clínico emergencial. Nestes
casos, deve-se proceder imediatamente com oxigenioterapia, administração de
corticóides intravenosos como a dexametasona para diminuição do edema traqueal
e broncodilatadores intravenosos como a aminofilina para melhorar o fluxo de ar
para os pulmões. A sedação leve destes animais com acepromazina e opióides
(morfina, butorfanol ou meperidina) ajuda a diminuir a ansiedade causada pela
dispnéia, além de suprimir a tosse (FERIAN, 2009).
3.1.4.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO
Recomenda-se cirurgia para todos os cães com sinais clínicos moderados a
graves, redução de 50% ou mais no lúmen traqueal ou afecção refrataria a terapia
médica (FOSSUM, 2005). Apesar de muitas técnicas descritas na literatura, as mais
utilizadas na atualidade incluem a colocação de prótese extra luminal e, mais
recentemente, o uso de stents endo luminais (FERIAN, 2009).
34
 Próteses extra luminais
A utilização extra luminal de próteses traqueais tem por objetivo dar
sustentação estrutural às cartilagens e ao músculo traqueal, preservando ao máximo
o aporte sanguíneo e a inervação da laringe e da traquéia. As próteses são de
polipropileno e podem ser em forma de anéis individuais ou em espiral. Esta técnica
é limitada à traquéia cervical e a uma pequena porção proximal da torácica; os
pacientes com menos de seis anos de idade respondem melhor ao tratamento do
que os mais idosos. A principal complicação que pode surgir é a paralisia de laringe
devido à lesão do nervo laríngeo recorrente durante a cirurgia, sendo necessária
uma traqueostomia permanente em alguns casos. Os sinais clínicos poderão
permanecer se o colapso das vias aéreas progredir acima ou abaixo da prótese ou
nas vias aéreas inferiores (LESSA, 2009 apud SUN et al., 2008).
Os anéis ou espirais traqueais protéticos devem ser fabricados cortando se
corpos de seringa de polipropileno de 3 ml. Deve se perfurar cinco ou mais orifícios
escalonados em cada anel ventralmente para permitir sua colocação e os anéis
devem ser autoclavados.
 Próteses intra luminais
Comparado com o tratamento cirúrgico convencional, os stents endotraqueais
tem a vantagem de serem minimamente invasivos, com melhoria imediata da
situação clinica e tempo de recuperação cirúrgico mais curto. A técnica de colocação
de próteses endotraqueais (stents) é nova para o manejo do colapso traqueal em
pequenos animais e está sob avaliação, pois várias complicações estão sendo
abordadas (SUN et al., 2008). As complicações estão relacionadas com a migração
ou o colapso da endoprótese, desenvolvimento de infecções e fatores que
desestabilizam o aparato mucociliar, podendo agravar os sinais clínicos (LESSA,
2009).
Em medicina veterinária, os stents mais utilizados têm sido os de nitinol (uma
liga de níquel e titânio) e aço inoxidável (“wallstents”). A colocação é realizada por
meio de endoscopia e fluoroscopia, o que determina um procedimento minimamente
invasivo. O tamanho da prótese deve ser suficiente para manter o diâmetro traqueal
cobrir toda área afetada (FIGURA 17). Uma das vantagens constitui-se na
35
possibilidade de colocar o stent na traquéia intratorácica, o que é extremamente
complicado com as próteses extra luminais (SUN et al., 2008; FERIAN, 2009).
Outro importante fator a ser considerado é que, após a colocação do stent, é
difícil remove-lo com segurança, em função da cobertura da prótese por epitélio
respiratório, que ocorre em média de 2 a 4 semanas após a implantação. Caso
complicações graves ocorram com a prótese, o paciente pode perder a oportunidade
de realização da cirurgia com prótese externa, que poderia ter sido benéfica. Desta
maneira, em função das complicações observadas e resultados até então
semelhantes aos obtidos com o procedimento de prótese externa, alguns autores
preconizam que a colocação de stents deve ser considerada principalmente
naqueles pacientes com alto risco cirúrgico ou naqueles animais com colapso
extenso da traquéia, que inclua a porção torácica e brônquios principais (SUN et al.,
2008).
Os stents são colocados sob anestesia geral sendo guiados por traqueoscopia
ou fluoroscopia. A seleção do tamanho do implante deve ser exata e pode ser
determinado a partir de medições feitas durante traqueoscopia ou imaginologia. O
implante deve permanecer cerca de 10 mm a partir da laringe e da carina, para
evitar excesso de irritação e granulação. Após selecionar o implante, anestesiar o
cão, inserir o implante e implantá-lo de acordo com as instruções do fabricante, com
auxilio de fluoroscopia ou traqueoscopia/broncoscopia. O reposicionamento dos
stents não é possível após terem sido implantados (FOSSUM, 2012).
FIGURA 17 PRÓTESE ENDOLUMINAL (STENT) EM CÃO COM COLAPSO DE
TRAQUÉIA EXTRA E INTRA TORÁCICO
FONTE: HVSM
36
3.1.5 PROGNÓSTICO
O prognóstico do colapso de traquéia depende mais dos problemas
respiratórios intercorrentes (tais como paralisia ou colabamento laringeanos e
broncopatia) que da localização ou da gravidade do colabamento traqueal.
Algumas vezes, podem-se controlar os sinais clínicos se o colabamento traqueal
não for intenso e o paciente não ficar obeso (FOSSUM et al., 2005). Os animais com
manifestações graves, apesar do cuidado médico adequado, tem um prognóstico
reservado, e os clientes dispostos devem ser encaminhados para possível correção
cirúrgica (NELSON & COUTO, 2010).
37
3.2 RELATO DE CASO
A paciente acompanhada, canino, da raça Yorkshire Terrier, tinha doze anos
e cinco meses de idade. Era fêmea e pesava 2,73 Kg. Castrada, com vacinas e
vermifugação em dia.
3.2.1 HISTÓRICO E ANAMNESE
A responsável pela paciente chegou ao HVSM no dia 31 de Agosto de 2013,
relatando que o animal apresentava tosse (mais que o observado diariamente) e
muita dispnéia neste dia. Negou síncope e crise convulsiva. Fazia uso de codeína
esporadicamente, receitado por outro médico veterinário quando apresentou os
primeiros episódios de tosse, mas a responsável pelo paciente não sabia informar a
respeito do inicio dos sintomas, mas referia piora nos momentos de excitação. A
paciente (FIGURA 18) fazia uso de Cloridrato de Benazepril na dose de 0,5 mg/Kg,
SID, PO, há três meses, indicado por colega que diagnosticou endocardiose de
mitral.
FIGURA 18 – CÃO DA RAÇA YORKSHIRE, 12 ANOS, FÊMEA, APRESENTANDO
COLAPSO DE TRAQUÉIA
FONTE: PRÓPRIO AUTOR
3.2.2 EXAME FÍSICO
Ao exame físico o animal apresentava temperatura corpórea de 38ºC,
crepitação pulmonar sugestivo de edema pulmonar, ronco e estertor respiratório e
38
dispnéia mista, além de sopro cardíaco. Mucosa oral levemente cianótica, mucosa
ocular normocorada e linfonodos não reativos. Como o animal estava dispnéico foi
indicada sua internação para estabilização do quadro e posterior realização de
novos exames.
3.2.3 EXAMES COMPLEMENTARES
Foi solicitado exame ecocardiográfico para confirmar diagnóstico de
endocardiose de mitral; exame radiográfico de tórax em posição ventro dorsal para
visualização de silhueta cardíaca e região de brônquios; exame radiográfico de
traquéia cervical e torácica em posição latero lateral esquerda, durante inspiração e
expiração, devido a suspeita de colapso de traquéia; hemograma completo, perfil
renal (uréia e creatinina) e hepático (ALT e FA).
O resultado do ecocardiograma revelou endocardiose de mitral com refluxo de
grau discreto sem repercussão hemodinâmica, insuficiência discreta em tricúspide e
hipertensão pulmonar em grau discreto. Não houve aumento significativo das
câmaras cardíacas.
O exame radiográfico em posição latero lateral esquerda na inspiração
(FIGURA 19) demonstrou padrão pulmonar bronquial grave e áreas de atelectasia
pulmonar, sugestivo de edema pulmonar não cardiogênico, bronquite crônica e
obstrução das vias aéreas superiores; grave diminuição do lúmen traqueal cervical
no sentido dorso-ventral e na expiração demonstrou grave diminuição do lúmen
traqueal torácico, confirmando o diagnóstico de colapso de traquéia intra e
extratorácico. Em posição ventro dorsal demonstrou discreto aumento da silhueta
cardíaca, ultrapassando gradil costal.
39
FIGURA 19 – RADIOGRAFIA TORÁCICA DE CÃO YORKSHIRE, 12 ANOS,
FÊMEA, EM POSIÇÃO LATERO LATERAL ESQUERDA (REALIZADO NA
INSPIRAÇÃO). A–COLAPSO TRAQUEAL CERVICAL B – PADRÃO
INTERSTICIAL/BRONQUIAL SEVERO.
A
B
FONTE: HVSM, 2013.
O hemograma e a bioquímica sérica revelaram-se com nada digno de nota.
3.2.4 DIAGNÓSTICO
Devido aos sinais clínicos e achados radiográficos a paciente foi
diagnosticada com colapso de traquéia, tanto extratorácico quanto intratorácico.
3.2.5 TRATAMENTO
3.2.5.1 TRATAMENTO CLÍNICO
A paciente permaneceu internada, sendo mantida em oxigenioterapia devido
a síndrome de angústia respiratória. Foi mantido o cloridrato de benazepril (0,5
mg/Kg SID PO) devido a endocardiose de mitral e foi instituído furosemida (4mg/kg,
TID, IV), morfina (0,1 mg/kg DU IM), predinisolona (0,5 mg/kg BID IV) e aminofilina
(6mg/kg TID IV). Este protocolo foi mantido por três dias, com a paciente internada,
não havendo melhora do quadro, que evoluiu para parada cardiorrespiratória. O
40
animal foi submetido a procedimento de reanimação, com resultado satisfatório.
Diante da refratariedade da paciente à terapia medicamentosa, optou se pelo
tratamento cirúrgico
3.2.5.2 TRATAMENTO CIRÚRGICO
A cirurgia para colocação de prótese endotraqueal (stent) foi autorizada pela
proprietária e iniciada após estabilização do quadro respiratório, uma vez que a
paciente manteve-se dispnéica posteriormente ao procedimento de ressuscitação.
O tamanho do stent já havia sido escolhido por medições realizadas por exame
radiológico.
A paciente foi induzida com 4mg/kg de Propofol 1% e posteriormente entubada.
O procedimento foi realizado na sala de radiologia, onde foram feitas imagens antes,
durante e depois da colocação do stent, para seu correto posicionamento, já que o
HV não disponibilizava de um aparelho fluoroscópico.
Em menos de 30 minutos o stent já estava posicionado na traquéia do animal,
com sucesso, como já mostrado na FIGURA 17 (acima).
3.2.6 PÓS OPERATÓRIO
No pós operatório imediato o animal apresentava-se estável e sem dispnéia.
Algumas horas após, entretanto, o quadro evoluiu de maneira insatisfatória, com
nova parada cardiorrespiratória, não responsiva ao procedimento de reanimação,
que resultou em óbito.
41
4. DISCUSSÃO
O colapso traqueal é uma síndrome caracterizada por achatamento dorso ventral
dos anéis traqueais com frouxidão da membrana traqueal dorsal. A síndrome esta
associada com sinais clínicos de tosse e graus variados de dispnéia, mais
frequentemente observada em cães de meia idade a idosos e das raças toy e
miniatura (LASCELLES,2005) sendo um diferencial importante de tosse em cães
(CAVALARO et al., 2011). A apresentação clínica do colapso traqueal é variável.
Tipicamente, a principal queixa do proprietário é uma tosse seca que vem se
agravando ao longo do tempo, sendo mais intensa no momento de excitação
(FERIAN, 2009). A paciente acompanhada era da raça York Shire e tinha 12 anos
de idade, apresentando sinais de dispnéia e tosse, principalmente em momentos de
excitação e ansiedade, o que está de acordo com a literatura consultada.
Dependendo da gravidade do quadro, a coloração da mucosa pode variar de
normal a cianótica (LESSA, 2009). A paciente relatada apresentava mucosa oral
levemente cianótica, devido à baixa oxigenação tecidual, decorrente do colapso
traqueal. Segundo ROZANSKI (2008) o exame físico de cães que apresentam tosse
deve ser completo, mas com ênfase no sistema cardiorrespiratório. A auscultação
pode localizar ruídos respiratórios anormais, identificar uma valvulopatia mitral
(sopro cardíaco) e aumento de átrio esquerdo (LESSA, 2009), como identificado na
paciente, que apresentou ronco e estertor respiratório, além de sopro cardíaco.
Segundo FOSSUM (2012), sinais respiratórios superiores podem ser agravados pelo
aumento do átrio esquerdo gerado por valvulopatia de mitral, enfermidade
concomitante e agravante dos sinais clínicos de colapso de traquéia, justificando o
ocorrido com a paciente.
A broncoscopia é o exame considerado “padrão ouro” no diagnóstico do colapso
traqueal, mas o entrave é o custo da aparelhagem, que limita sua disponibilidade a
poucas localidades. No caso da paciente relatada, o exame diagnóstico de escolha
foi a radiografia, que é a técnica mais utilizada, por estar prontamente disponível em
vários estabelecimentos veterinários, ter baixo custo, não necessitar de sedação ou
anestesia e não ser invasivo (FERIAN, 2009). Radiografias laterais da região cervical
e torácica são diagnosticas em aproximadamente 60% a 80% dos animais com
colapso de traquéia. Como esta anomalia é dinâmica, ou seja, a traquéia cervical
42
sofre colabamento na inspiração enquanto a torácica, na expiração, os filmes devem
ser feitos tanto na inspiração quanto na expiração para avaliação de toda a traquéia
(LESSA, 2009; FERIAN, 2009), o que foi realizado na paciente em questão e
identificado colapso traqueal extra e intratorácico, pois durante a inspiração houve
colabamento cervical da traquéia e durante a expiração houve colabamento da
traquéia intratorácica.
Os cães mais velhos muitas vezes têm um aumento no padrão bronquial que
pode estar relacionado à bronquite crônica (ROZANSKI, 2008), que também foi um
achado radiográfico na paciente relatada e segundo CLEREXC (2010) as causas da
bronquite crônica são pouco compreendidas e a doença é detectável em estágios
avançados uma vez que a patogênese é demorada e doenças coexistentes como,
por exemplo, colapso da traquéia pode provocar esta doença, que foi o ocorrido na
paciente em questão.
A terapia clínica é considerada o tratamento de escolha para pacientes com
colapso de traquéia. Alguns deles podem apresentar manifestações agudas dos
sinais clínicos com insuficiência respiratória, constituindo se num quadro clínico
emergencial. Nestes casos, deve se proceder imediatamente com oxigenioterapia
que, segundo SIGRIST (2011) minimiza o stress quando realizado de forma que o
animal não se incomode. Além da oxigenioterapia, a administração de corticóides
intravenosos para diminuição do edema traqueal e
de broncodilatadores
intravenosos como a aminofilina, para melhorar o fluxo de ar para os pulmões,
também são indicados (FERIAN, 2009; LESSA, 2009). Este protocolo terapêutico foi
instituído na paciente relatada, pois apresentava quadro de insuficiência respiratória.
Durante a internação foi mantido o cloridrato de benazepril (0,5 mg/kg SID PO)
devido à presença de endocardiose de mitral, doença intercorrente comum. Tanto a
endocardiose como o colapso de traquéia acometem cães de meia idade a idosos,
de pequeno porte, sendo importante a avaliação cardíaca nos pacientes com
colapso de traquéia que encaixam-se neste perfil epidemiológico (FERIAN, 2009).
Foi instituída furosemida devido ao edema pulmonar não cardiogênico, que
possivelmente foi causado por pressão negativa, secundário à obstrução das vias
áreas superiores (atelectasia). A formação de edema pulmonar não cardiogênico é
secundário a várias formas de obstrução das vias aéreas superiores. O principal
mecanismo fisiológico na formação desse edema está na geração de uma pressão
intratorácica acentuadamente negativa que leva ao aumento do volume vascular
43
pulmonar (MUSSIL, et al, 2008), justificando assim o edema pulmonar não
cardiogênico da paciente relatada. A sedação leve destes animais com
acepromazina e opióides (morfina, butorfanol ou meperidina) ajuda a diminuir a
ansiedade causada pela dispnéia e a suprimir a tosse. Inicialmente foi usado morfina
(0,1 mg/kg IM DU), mas como explica JOHNSON (2012), este fármaco pode
provocar vômito, deixar o animal ofegante e piorar ainda mais o quadro respiratório.
Como houve piora do quadro optou se pelo uso de acepromazina (0,05 mg/kg IM
DU) para minimizar os efeitos colaterais citados.
O tratamento indicado foi o cirúrgico já que a paciente não respondeu ao
tratamento
medicamentoso,
havendo
persistência
dos
sinais
clínicos
com
comprometimento da qualidade de vida e risco de óbito (FERIAN, 2009). Para
Ferrari (2009) isso ocorre normalmente com cães que apresentam colapsos de
graus III e IV. Segundo FOSSUM et al. (2008) a cirurgia não deve ser adiada mesmo
que o animal esteja em desconforto respiratório grave pois os sinais clínicos podem
piorar e o animal vir a óbito. A técnica escolhida foi a colocação de prótese endo
luminal, pois é uma alternativa cirúrgica que possui a vantagem de ser minimamente
invasiva além de possibilitar o tratamento do colapso torácico (LESSA, 2009). Além
disso, a colocação de stents deve ser considerada principalmente naqueles
pacientes com alto risco cirúrgico ou naqueles animais com colapso extenso da
traquéia, que inclua a porção torácica e brônquios principais (FERIAN, 2009 apud
SUN et al.), que foi o caso da paciente relatada, que apresentava colapso intra e
extra torácico além de bronquite crônica, atelectasia e crises de angústia
respiratória.
No pós operatório imediato o cão passou bem na primeira hora após a colocação
do stent, sem sinal de angústia respiratória e cianose, pois como relata NELSON &
COUTO (2010) a resposta ao tratamento é imediata e bastante evidente. Após
algumas horas, a paciente apresentou posição ortopneica e minutos depois veio a
óbito, sem resposta ao procedimento de reanimação cardiorrespiratória.
A
morte
provavelmente
foi
decorrente
de
complicações
respiratórias
intercorrentes, pois cães com broncopatias não apresentam melhora tão significativa
quanto aqueles com colabamento traqueal apenas. Dessa forma, o tratamento
cirúrgico pode não solucionar o problema coexistente de colapso de brônquio
principal. (FOSSUM, 2004). Dificuldade respiratória e morte podem ocorrer em
44
animais com disfunção laríngea grave ou doença broncopulmonar (FOSSUM, 2012).
No caso da paciente relatada havia presença de doença broncopulmonar.
45
5. CONCLUSÃO
O estágio curricular, em complemento com os cinco anos de estudos teóricos e
práticos na Universidade Tuiuti do Paraná, bem como os estágios extracurriculares,
torna o aluno apto a exercer a profissão de Médico Veterinário, e, por outro lado,
proporciona extrair experiências em situações reais da prática cotidiana. Isso é de
grande valor, pois a vida profissional exige preparo integral do profissional nas mais
diversas situações.
O enfoque do caso abordado e pesquisado teve como objetivo extrair conclusões
confirmatórias dos estudos científicos já feitos, e de outras que o próprio graduando
conclui por suas próprias impressões. O caso de colapso de traquéia em cães fez
concluir a importância de passar ao responsável pelo animal, as doenças
predispostas à raça adquirida e realização de exames de rotina, bem como orientá-lo
sobre sinais que demonstram que o animal não está em boa condição de saúde.
Cabe ao Médico Veterinário responsável promover um serviço cada vez melhor e
mais avançado para seus pacientes, assim como alertar os responsáveis dos
cuidados com seus animais, mesmo sem acometimento de enfermidades e propor o
tratamento mais adequado.
46
6. REFERÊNCIAS
CAVALARO, G. C. et al. Colapso traqueal em Yorkshire: Diagnóstico diferencial de
tosse. In: VII Encontro Internacional de Produção Científica, 25-28 Outubro, 2011.
CLEREX, C. Chronic non-cardiac cough in dogs. In: Proceedings of the 35th World
Samll Animal Veterinary Congress WSAVA 2010, Switzerland, 2010.
DA SILVA, A. C. J. et al. Traquéia: anatomia e importância médico cirúrgica. In: Área
de anatomia do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal – Universidade
Federal Rural de Pernambuco, 2008.
DOCAL, C. M. et al. Alterações cardiorrespiratórias em cães da raça Yorkshire
Terrier com colapso de traquéia. Artigo científico, 2008. Disponível em:
http://www.petsa.com.br/uploads/TrabalhosAprovados/Cardiologia/90.pdf
ETTINGER, S. J. et al. Tratado de Medicina Interna Veterinária.5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 2004, p. 1090 – 1107.
FERIAN, P. E. Avaliação histológica, histoquímica, morfométrica e radiográfica de
traquéias de cães portadores de colapso traqueal. Tese de doutorado –
Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2009.
FERRARI, Q. Uso de próteses de polipropileno no tratamento de colabamento
traqueal em cães. Revisão de literatura - Obtenção do titulo de especialista em
clínica médica de pequenos animais – Universidade Federal do Semi Árido, Porto
Alegra, 2009.
FOSSUM, T. W. et al., Cirurgia de Pequenos Animais. 2. ed. São Paulo: ROCA,
2005, p. 740 – 745.
47
FOSSUM, T. W. Small Animal Surgery. 4. Ed. São Paulo: Elsevier, 2012, p. 937-943.
FOSSUM, T. W. et al. Tracheal collapse. In: Proceedings of the Congresso de La
Sociedad Ecuatoriana de Emergencias y Cuidados Críticos Veterinarios, Ecuador,
2012.
JOHNSON, L. Medical treatment of tracheal collapse. In: Proceedings of the
International Congress of the Italian Association of Companion Animal Veterinarians,
Italia, p. 272-274, 08/10/2012.
LASCELLES, B. D. X. Treatment of Tracheal Collapse. In: Proceeding of the NAVC
North American Veterinary Conference, Florida, 8 - 12 Jan., 2005.
MUSSIL, R. K. et al. Relato de caso: Edema e hemorragia pulmonar por pressão
negativa associados a obstrução das vias aéreas superiores. Artigo científico Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2008.
NELSON, R. W. et al. Medicina Interna de Pequenos Animais. 4. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010, p.295 – 298.
ROZANSKI, E. Diagnosis and Management of Tracheal Collapse. In: Proceeding of
the SEVC Southern European Veterinary Conference, Spain, 17- 19 Oct., 2008.
SALTO, T. B. et al. Utilização de sulfato de condroitina em cães com colapso
traqueal: um relato de caso. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA ANCLIVEPA, 2003,
Belo Horizonte.
SIGRIST, N. et al. Respiratory Distress – Don’t Break the Camel’s Back. In:
Proceedings of the 35th World Small Animal Veterinary Congress WSAVA 2010,
Switzerland, 2010.
SISSON, S. et al. Anatomia dos Animais Domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 1986, p. 124 – 126.
48
SUN, F. et al. Endotracheal stenting therapy in dogs with tracheal collapse. In: The
veterinary Journal, Spain, 2008.
THRALL, D. E. Diagnóstico de Radiologia Veterinária. 5. ed. São Paulo: Elsevier,
2010, p. 492 – 494.
Download