“14 Dias de Intimidade com Deus” Guia Devocional: Jonas Apresentação 1. Sobre o Jejum Chegou o momento de unir-nos para um tempo de jejum e oração na presença de Deus. Temos tanta convicção da necessidade e da urgência deste período. Como precisamos de Deus! Como precisamos nos consagrar mais radicalmente a Ele e a seus propósitos. Por isso, convocamos toda a igreja, discipuladores, líderes de Células e de ministérios, professores e todos os membros da PIBI para um período de 14 dias de clamor e consagração a Deus em oração e jejum. Cremos que estes dias de oração e jejum serão tremendos diante do Pai e veremos um mover do Espírito Santo em nosso meio. À medida que você avançar no jejum ao longo desse período começará a sentir mais fortemente a presença de Deus. Cremos que o jejum é uma arma muito poderosa dada pelo Senhor à sua igreja e se o buscarmos de todo coração, temos a certeza de que ele nos inundará do seu poder. Isso resultará em bênçãos para nós, para nossa família e na salvação de muitas e muitas vidas. Cremos que o Espírito Santo o encherá de uma grande alegria e um refrigério espiritual como poucas vezes você provou antes. Sua fé será fortalecida e você receberá uma sensibilidade espiritual que liberará uma nova unção sobre sua vida. Para que isso aconteça, vamos pagar um preço de oração e jejum, em unidade com toda a igreja e com sério comprometimento pessoal. Na Palavra de Deus, o jejum está ligado à abstenção de alimentos para finalidades espirituais; não é greve de fome com finalidade de barganhar com Deus e “merecer” sua bênção; não é dieta para propósitos físicos, mas é para concentrar-nos em objetivos espirituais. Muitas pessoas não gostam do jejum porque o associam a práticas ascéticas extremistas da idade média, ao farisaísmo, a algum tipo de penitência, ou simplesmente porque têm medo de sofrer problemas físicos como dores de cabeça, fraqueza ou tonturas. Mas o fato é que a oração e o jejum são extremamente benéficos para a vida do crente; Jesus os praticou e fortemente os recomendou aos seus discípulos. Quando tratou do jejum, Jesus se preocupou com a questão da verdadeira motivação, Mateus 6.16-18. Não podemos pensar que o jejum tenha poder de mudar a Deus ou forçá-lo a fazer algo que ele já tenha dito que faria. Precisamos entender que o jejum está centrado em Deus: é para buscá-lo, para adorá-lo e para dedicar-nos totalmente a ele e experimentarmos a sua vontade para nós. A profetiza Ana adorava com jejuns, Lc 2. 36 e 37; os profetas e mestres da igreja de Antioquia jejuavam, At 13.2; Deus pergunta para quem jejuamos, Zc 7.5. O jejum é instrumento para a disciplina do corpo, 1 Co 9.27; é uma forma poderosa de nos humilhar diante de Deus, Sl 35.13, Is 58.9, 14, e Jesus ainda declarou que esperava que seus discípulos jejuassem, Mt 9.15. Apresentação do Guia Devocional: 14 Dias de Intimidade com Deus Se estudarmos a Bíblia com profundidade, veremos que Jonas foi um profeta muito usado por Deus na sua época. Foi durante o seu ministério que as fronteiras de Israel foram restauradas, 2 Reis 14.25. Muitos estudiosos acreditam que o profeta foi contemporâneo de Eliseu e se tornou discípulo deste. O que teria acontecido com Jonas? Por que decidiu desobedecer a Deus e fugir? Por que aquela ordem divina o deixou tão oprimido? Por que flertou com a morte pela primeira vez, quando o navio estava naufragando e disse aos companheiros de viagem que o jogassem ao mar, e pela segunda vez, ao pedir ao Senhor que lhe tirasse a vida? Jonas teve experiências incríveis. Foi engolido por um grande peixe, permaneceu dentro dele por três dias e depois foi vomitado em terra firme. Em Nínive, teve a oportunidade de vivenciar a maior conversão registrada na Bíblia. Foram 120 mil pessoas que se arrependeram e se voltaram para Deus. Toda uma cidade foi transformada. Mas, certamente, a maior experiência de Jonas foi aquela em que Deus abriu o coração e lhe expôs a incomensurável compaixão que sentia pelos perdidos, em Jn 4.11: (...) “Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?”As experiências vivenciadas por Jonas têm muito a nos ensinar. É sobre isto que vamos meditar nestes 14 dias de jejum e oração. Estudo Organizado pelo Pr. Nacif da Igreja Batista Central de Belo Horizonte. 2. Orientações para o jejum • Defina um tipo de jejum: Há muitos tipos de jejuns. Defina um que seja mais apropriado para você: a) Jejum com uma refeição por dia, apenas o jantar ou o almoço; b) Jejum de Daniel, com abstenção de todo tipo de carne, doces, refrigerantes, açúcar, adoçante ou qualquer tipo de manjar; c) Jejum de meio período (6 horas de jejum), das 6h da manhã até às 12h, ou, das 12h às 18h, ou ainda, das 18h às 24h. d) Jejum de 12 horas, das 06h às 18h ou das 12h às 24h. e) Jejum completo de 24 horas apenas com água, por um período máximo de três dias e depois voltando para um dos tipos de jejum acima. f) ATENÇÃO: 1- Não é necessário vir para o templo para jejuar, o jejum pode ser feito em sua rotina normal de trabalho, quer seja em casa (no caso das donas de casa) ou em seu trabalho secular. 2- É um tempo específico onde estaremos apresentando a vida da igreja, em suas direções definidas: 1- PELA SANTIDADE DA IGREJA E 2- PELO FORTALECIMENTO ESPIRITUAL DA MESMA. 3- Quem define o tipo de jejum que irá fazer é você, olhe para as orientações e opções acima e defina em oração, lembrando que o que importa é jejuar todos os 14 dias. 1 3. Orientações para a oração: 4. Leitura do Guia Devocional • Dedique diariamente pelo menos uma hora completa para a oração, podendo esta Durante os 14 dias, todos leremos o Guia Devocional “14 dias de Intimidade com Deus”. Ele contém 14 pequenas mensagens, uma para cada dia, desenvolvidas a partir do livro de Jonas. • A leitura do Guia Devocional é parte de nossa campanha de jejum e oração; • Leia todo o livro de Jonas durante esse período; • Reserve parte do tempo do seu devocional diário para ler a mensagem e meditar sobre ela; • Peça ao Senhor para trabalhar intensamente em você e para que suas tremendas promessas se tornem realidade em sua vida. O alvo é que você, sua família e sua célula sejam impactados pelo Pai; • Não leia o Guia Devocional todo de uma vez. Leia apenas uma mensagem por dia. Cada mensagem corresponde a um dia de jejum e oração e terá um tema edificante e desafiador. ser alcançada dividindo-se o período de 1h em subperíodos de 20 minutos. Uma sugestão seria 20 minutos pela manhã, 20 minutos à tarde e 20 minutos à noite. • Prepare-se espiritualmente para esta campanha. → Peça ajuda ao Espírito Santo. Comece o jejum com arrependimento, confessando cada pecado que o Espírito lhe mostrar e creia no perdão do Senhor. → Perdoe a qualquer um que o tenha ofendido. Não ore e jejue com o coração amargurado. → Se seu pecado exige restituição ou conserto com alguém, faça-o logo no começo do seu jejum. → Busque o enchimento do Espírito Santo. Use músicas de adoração, prostre-se diante de Deus de joelhos. → Reconheça Jesus como Senhor e recuse-se a fazer sua própria vontade. → Dedique tempo louvando a Deus e agradecendo pelo que ele fará. Coloque expectativas no seu coração pelo mover de Deus. Creia nos milagres e tenha uma atitude de louvor e gratidão. Creia que Deus é o mesmo e não muda, e que como ele agiu com Daniel, assim fará com você: "Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas. Daniel 10.12. → Ore forte por alguns alvos que estabelecemos para toda a igreja: a) Pela liderança e seus familiares - pastores, conselho administrativo, discipuladores, líderes de Células e professores. b) Pelas Células da igreja – pelas reuniões das Células, por unidade, renovação espiritual, pela transformação da vida dos novos convertidos, pelos líderes em treinamento, pelo crescimento das Células, pelos eventos de colheita, pela multiplicação, que é a grande meta e evidência de Célula forte. c) Pela estação do crescimento – que cumpramos a vontade de nosso Senhor que deseja que testemunhemos e geremos muitos filhos para o Pai. Peça a Deus que lhe dê o privilégio de alcançar e ultrapassar seu alvo este ano: +1 para Jesus. d) Pela PIBI – por avivamento espiritual (traduza isso como vida consagrada no altar de Deus), por operação de maravilhas entre nós (para que Deus possa curar os enfermos no âmbito físico e espiritual), pelas famílias, pelos jovens, pelas crianças e para que sejam frustrados todos os esforços do inimigo para tentar impedir esta obra que é de Deus. Estamos prontos para começar. Vamos ser muito abençoados e toda a igreja sentirá o resultado deste grande investimento quando virem o reflexo nos discípulos tornando-se mais fortes e cheios do Espírito Santo. Lembre-se de que os 14 dias de jejum e oração serão um desafio para todos, você, sua família e sua Célula. Que Deus se agrade de nós e nos abençoe ricamente. Tudo somente por Ele e para Ele! Pr. Alexandre 2 DIA 1 - DEUS FALA CONOSCO DIA 2 - DEUS TEM UM PLANO A palavra do Senhor veio a Jonas, filho de Amitai, (1:1) Vá depressa à grande cidade de Nínive, (1:2) Deus sempre tem uma palavra para você. Nunca duvide disso. Ele o exorta, consola e edifica por meio da sua Palavra. Deus tinha uma missão para Jonas. Falou com ele diretamente. Foi claro e objetivo. Deus não é Deus de confusão. Nunca despreze a Palavra de Deus. Não despreze a leitura da Bíblia. • A PALAVRA É FORTE PROTEÇÃO CONTRA O PECADO - Davi afirmou que guardou a Palavra no seu coração para não pecar contra Deus, Sl 119.11; • A PALAVRA É RESISTENTE COBERTURA CONTRA AS MOTIVAÇÕES ERRADAS - o texto de Hebreus menciona que a Palavra de Deus é viva e eficaz, apta para discernir os propósitos do coração, Hb 4.12; • A PALAVRA É PODEROSA ARMA DE ATAQUE - Paulo, quando revelou a armadura de Deus, declarou que a Palavra de Deus é a espada do Espírito, Ef 6.17; • A PALAVRA DE DEUS É O INABALÁVEL ALICERCE DE SUA VIDA - Jesus disse que aqueles que ouvem as suas palavras e as praticam é semelhante ao homem que edificou a sua casa sobre a Rocha, Mt 7.24. Se a Palavra de Deus é tão fundamental por que não se dá a ela o devido valor? Infelizmente, a geração atual de crentes é muito rasa e superficial no conhecimento da Palavra. E quando essa é a realidade, as consequências são devastadoras, conforme as advertências bíblicas revelam. Jesus respondeu: "Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus! Mt 22.29; semelhantemente, Oseias profetizou: Meu povo foi destruído por falta de conhecimento. Os 4.6. Você não pode menosprezar a Palavra de Deus. Perceba, lendo Mt 4.1-11, como foi a tentação de Jesus. Dê o devido valor a esta experiência vivida por ele. Muitos pensam que aquilo foi apenas um teatro; afinal de contas, Jesus era Jesus, jamais poderia cair em tentação. Não é verdade. Ele poderia ter caído e todo o plano de redenção do homem teria fracassado. O que lhe proporcionou a vitória sobre a tentação promovida por Satanás? A sua obediência e firme propósito de seguir a Palavra. Nas três vezes em que foi tentado, ele rechaçou a oferta maligna declarando a Sagrada Escritura. Essa mesma Palavra está arraigada em seu coração, Cl 3.16. É incrível saber, pelas pesquisas realizadas nos Estados Unidos entre cristãos professos, que a grande maioria deles não consulta a Deus no momento de tomar decisões. Diferentemente, Davi não saía para as batalhas sem antes consultar o Senhor. Será que você pode afirmar como o salmista quando diz que a lei, o testemunho, os preceitos e os mandamentos do Senhor são mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo. Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em obedecer-lhes. Sl 19.7-11. Aproveite os dias de jejum e oração para receber a Palavra de Deus, seja ela qual for. Deixe que ele fale ao seu coração. Prepare-se para um tempo de quebrantamento, muita restauração e avivamento em sua vida. Imagine se você fosse um cientista que por causa do seu trabalho recebesse o prêmio Nobel. Você se sentiria honrado? Imagine se fosse um diretor de cinema que por causa de seu trabalho recebesse um Oscar. Você se sentiria honrado? Qual é sua visão sobre a honra dada pelos homens? Todos nós desejamos fazer algo de importante que seja reconhecido pelas pessoas. É intrínseco da natureza humana. Você gostaria de fazer algo de valor que tivesse impacto por toda a eternidade? Se sua resposta for afirmativa, há uma ótima notícia para você. O nosso Deus, criador dos céus e da terra, aquele que é santo, que está acima de tudo e de todos e tem a terra por estrado de seus pés, convida você para realizar algo maravilhoso. Você se sentiria honrado? Na carta aos efésios, Paulo descreve a maravilhosa salvação operada por Cristo Jesus em nossa vida e menciona que somos salvos pela graça, por meio da fé, para realizarmos as boas obras que o Senhor já havia preparado para nós. Isso não enche o seu coração de expectativas? Deus as preparou de antemão! Antes de você ser salvo, ele já havia preparado uma boa obra para você praticar. Deus tem um plano para a sua vida!!! Somos cooperadores de Deus, 1 Co 3.9. Que privilégio! O Senhor nos chama a cooperar com ele para que sua vontade seja feita e seu reino seja estabelecido na terra. Após mencionar que somos cooperadores de Deus, Paulo afirma que todos nós podemos construir sobre o fundamento já posto, que é o Senhor Jesus. Se a nossa obra após ser provada pelo fogo permanecer, receberemos galardão,1Co 3.12-14. Deus tem uma recompensa para você mais valorosa e honrosa que qualquer prêmio Nobel. Deus tinha um plano para a vida de Jonas. Era algo importantíssimo a ser feito porque envolvia o destino eterno de muitas vidas em Nínive. O desejo dele é que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Qual verdade? A verdade de que há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens!! 1 Tm 2.4,5. A Palavra de Deus para Jonas foi “vá depressa”. A Palavra de Deus para você é “vá depressa”. 3 DIA 3 – O JUÍZO DE DEUS ...pregue contra ela, porque a sua maldade subiu até a minha presença, (1:2) Existe uma crença generalizada de que um Deus bom e misericordioso, pronto para perdoar, não vai permitir que pessoas sejam mandadas para o inferno. Afinal de contas, todas têm algo de bom e merecem ir para o céu. Entretanto, essa crença é totalmente estranha às Sagradas Escrituras. A igreja tem se omitido cada vez mais em falar da condenação eterna. É a mais pura verdade que benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar-se e de grande clemência, Sl 145.8; ele é longânimo para conosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento, 2 Pe 3.9. Mas Deus é o justo juiz de toda a terra e fica indignado todos os dias, Sl 7.11. Todos sabemos João 3.16 de cor; é o versículo mais conhecido da Bíblia. Contudo, não continuamos a leitura. Nos versículos 18 e 19, Jesus declara que “quem nele crê não é condenado e quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. Veja que Jesus diz: aquele que não crê nele já está julgado.” Mais à frente, no versículo 36, Jesus novamente declara: Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele". Fora de Jesus não há salvação; a ira divina permanece sobre aqueles que não têm o Senhor. A Bíblia fala do julgamento do trono branco que acontecerá no final dos tempos, Ap 20.11-15. Nesse julgamento, aqueles cujos nomes não estão escritos no livro da vida serão condenados, segundo as suas obras, e lançados ao lago de fogo, juntamente com a morte e o inferno. Os olhos do Senhor estão sobre toda terra. Está atento a tudo o que acontece. Deus disse a Noé: "Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles. (...) Gn 6.13. Então, veio o dilúvio. Também disse a Abraão (...) As acusações contra Sodoma e Gomorra são tantas e o seu pecado é tão grave, Gn 18.20; e assim veio a destruição daquelas cidades malignas. A mesma coisa aconteceu com a cidade de Nínive: (...) a sua malícia subiu até mim. O juízo era iminente; contudo, o destino dela foi diferente porque Jonas levou-lhes a Palavra de Deus e o povo se arrependeu. Querido, a coisa é seríssima. Fora de Jesus não há salvação. A hora é agora. Tem de haver um senso de urgência. Deus deseja que todos sejam salvos! DIA 4 – FUGINDO DE DEUS Mas Jonas fugiu da presença do Senhor, (1:3) Não parece estranho que um profeta, um homem usado por Deus, fuja da presença dele? Por que Jonas tomou essa atitude? Essa também não tem sido a nossa realidade? Não estamos fugindo do Senhor e de sua vontade? Não temos a sensação de que a confusão em que a nossa vida se encontra está relacionada à nossa atitude de fuga? Você sabia que os primeiros seres criados por Deus também agiram da mesma maneira que Jonas? Adão e Eva, logo após terem pecado e percebido que estavam nus, esconderam-se da presença do Senhor, Gn 3.8. É incrível, tanto Jonas quanto nossos primeiros pais e todos nós, sabemos que podemos fugir ou mesmo nos esconder de Deus, mas é impossível fugir da presença dele. No salmo 139, dentre outras coisas, Davi ressalta a onipresença do Pai: “Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás.” NÃO PODEMOS FUGIR DA PRESENÇA DE DEUS. Ele nos conhece totalmente; sabe de nossas aflições e conhece todos os nossos caminhos. O que nos faz tentar fugir de Deus? Não há, muitas vezes, em nosso coração, certa desconfiança em relação ao Senhor? Por que fugimos? Fugimos porque temos medo da condenação. Esta foi, certamente, a causa da fuga de Adão no Jardim do Éden. Quando percebeu que havia pecado e sua nudez foi exposta, foi se esconder, juntamente com sua mulher por entre as árvores do jardim. A culpa não deveria nos afastar de Deus; pelo contrário, deveria nos aproximar dele, pois é nele que encontramos pleno perdão e graça abundante. Devemos confiar no que o Senhor nos revela: que se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e purificar de toda injustiça, 1 Jo 1.9. Glória a Deus! Não precisamos caminhar com medo da condenação. Fugimos também porque temos medo da rejeição. Quando somos afligidos por uma situação difícil e entramos em tribulação, a nossa tendência é achar que o Senhor não se importa conosco. Se a situação se prolonga, surge um sentimento de frustração, desesperança e somos levados a pensar que Deus nos abandonou. Outro motivo pelo qual fugimos é o medo da revelação. Temos medo da vontade de Deus; muitas vezes não a aceitamos. Esta, provavelmente, foi a razão da fuga de Jonas. Deus o estava enviando a pregar para o inimigo, um inimigo muito opressor que, inúmeras vezes, havia matado e escravizado seus irmãos. Jonas conhecia ao Senhor e tinha receio de que em vez de exercer juízo ele exercesse misericórdia. A Bíblia atesta que a vontade divina é boa, perfeita e agradável. O desejo dele é nos abençoar. Não devemos recear que Deus tire algo de nós. Se isso acontecer, devemos entender que é para o nosso bem. O Senhor é galardoador de todos os que o buscam. Receba esta palavra. Não fuja de Deus! 4 DIA 5 – QUEM É VOCÊ Diga-nos, quem é o responsável por esta calamidade? Qual é a sua profissão? De onde você vem? Qual é a sua terra? A que povo você pertence? (1:8) O caos havia se instalado no navio em que Jonas estava, após o SENHOR haver soprado um forte vento sobre o mar. Sobreveio sobre o navio uma violenta tempestade que ameaçava afundar o barco. Os marinheiros ficaram com medo e cada um clamava ao seu próprio deus. Também atiraram as cargas ao mar para tornar o navio mais leve. Enquanto essas coisas aconteciam, Jonas dormia profundamente no porão. O capitão perguntou-lhe como conseguia dormir em uma situação como aquela e por que não clamava ao seu deus. Quando descobriram que Jonas era o responsável por aquela tempestade começaram a perguntar quem ele era, a que povo pertencia e qual era a sua ocupação. Jonas não pôde ficar escondido naquele navio. Naquele momento ele teve de revelar a sua identidade. O mesmo acontece com você. Por mais que tente se esconder constantemente, é chamado a declarar quem você é. Jonas finalmente confessou: sou hebreu, temo ao Senhor, o Deus criador de todas as coisas. A pergunta é: quem é você? Qual a sua identidade? Qual a sua ocupação? “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” 1 Pe 2.9 Você é um escolhido de Deus. Ele contemplou a sua vida e com amor eterno o amou. Você é um sacerdote. O sacerdote é aquele que apresenta os homens ao Senhor; é aquele que se coloca na brecha em favor dos homens, que o adora e tem o privilégio de estar continuamente na presença dele. Você é santo, por Deus declarado santo, separado para ele. Você é propriedade exclusiva de Deus. Que privilégio. Tudo que você é em Cristo tem o propósito de anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Essa é a realidade de sua vida? Muitos têm perdido sua identidade espiritual, andado de uma maneira que não é digna da vocação para a qual foram chamados. Muitos têm se tornado como mendigos espirituais, alguns desprezando aquilo que receberam de Jesus; outros, cegos por Satanás, não se apropriam daquilo que o Mestre conquistou para nós na cruz do Calvário. O Diabo quer mudar a nossa identidade. Quer destruir o que somos e o que temos em Cristo. Quando o povo judeu foi levado cativo para a Babilônia, quatro jovens tiveram seus nomes mudados. “Entre esses estavam alguns que vieram de Judá: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. O chefe dos oficiais deu-lhes novos nomes: a Daniel deu o nome de Beltessazar; a Hananias, Sadraque; a Misael, Mesaque; e a Azarias, Abede-Nego.” Dn 1.6-7 Nome, na Bíblia, tem relação com nossa identidade e destino. Deus mudou o nome de Abrão, pai exaltado, para Abraão, pai de uma multidão, para indicar aquilo que ele seria abençoador de nações. O inimigo quer imitar o Senhor, como ele sempre faz, mas com o propósito de destruir a nossa identidade. Daniel significa Deus é meu juiz; quiseram mudar o seu nome para Beltessazar cujo significado é servo de Bel, um dos três membros da trindade satânica da Babilônia. Você aceitaria isso? O Diabo quer fazer das pessoas seus servos. Deus tem uma identidade e um propósito para sua vida. Nunca deixe que o inimigo roube isso. DIA 6 – INFLUÊNCIA POSITIVA OU NEGATIVA ...Pois eu sei que é por minha causa que esta violenta tempestade caiu sobre vocês. (1:12) No seu íntimo, Jonas sabia que tudo o que estava acontecendo com o navio era por sua causa. Toda a turbulência e um provável naufrágio ocorriam porque ele fugia de Deus. Já tinha parado para pensar que a sua presença influencia o ambiente no qual você vive e se relaciona? Diante do iminente cumprimento da ira de Deus, Abraão intercedeu pedindo que o Senhor não destruísse Sodoma. Todo seu clamor foi fundamentado na presença de justos naquela cidade, Gn 18.22-33. A presença de um justo tem uma forte influência no ambiente onde ele se encontra e, conforme Abraão orou, deveria ser sempre uma influência positiva, marcada por preservação e proteção e não destruição. Jesus afirma que Ele é a luz do mundo e quem o segue não anda em trevas, pelo contrário, terá a luz da vida, Jo 8.12. E no sermão da montanha, revela que nós somos a luz do mundo. E ao enfatizar a importância de sermos luz, o Mestre declara que ninguém acende uma candeia para colocá-la debaixo de uma vasilha e sim em local apropriado, para iluminar a todos os que estão em casa. A nossa influência no meio em que vivemos deve ser sempre positiva, colocando luz e eliminando toda treva. A luz prevalece sobre as trevas, Jo 1.5. Muitos, lamentando-se, dizem: “Apenas eu conheço a Jesus em minha família”; como se isso fosse algo ruim. Nunca fale assim. Glória a Deus por você ser o único que crê. Antes só havia trevas, agora a luz começou a brilhar. Maior é o que está em você do que o que está no mundo, 1 Jo 4.4. Nunca diga: “o inimigo está agindo de tal maneira em minha casa que não aguento mais ficar lá”. Quem tem de sair é o inimigo e não você porque a luz prevalece sobre as trevas. Precisamos ser influência positiva no ambiente em que vivemos. A nossa presença tem de influenciar o mundo espiritual ao nosso redor. A luz que há em nós tem de brilhar. Em nome de Jesus. 5 DIA 7 – O FUNDO DO POÇO DIA 8 – DEUS QUER QUE MORRAMOS? ... pegaram Jonas e o lançaram ao mar enfurecido, e este se aquietou. (1:15) ... e ele ficou dentro do peixe três dias e três noites. (1:17) Já passou por alguma situação em sua vida na qual você disse: “cheguei ao fundo do poço?” Essa expressão é usada quando a pessoa acredita que não há como ser pior, pois está sendo acometida por tudo que há de ruim. Você atentou para a trajetória de Jonas após fugir da presença de Deus? Jonas desceu para Jope; embarcou no navio e desceu para o porão; lançado pelos tripulantes, desceu para o fundo do mar e engolido por um peixe, desceu para o ventre dele. FOI UMA TRAJETÓRIA DE QUEDA. Fugir do Senhor pode levá-lo ao fundo do poço. Saul foi o primeiro rei de Israel. Foi ungido e cheio do Espírito. Entretanto, em determinado momento do seu reinado, afastou-se de Deus entrando em desobediência e rebeldia. Foi repreendido pelo profeta Samuel, mas não se arrependeu. Cada vez mais longe do Senhor, Saul foi consultar uma médium espírita, algo que era terminantemente proibido em Israel. Chegou ao fundo do poço e de lá nunca saiu. Terminou sua vida cometendo suicídio, quando batalhava contra o exército inimigo. Elias foi um profeta que marcou profundamente a sua geração, numa época em que a nação oscilava entre cultuar o Senhor e também a Baal. Desafiou os profetas do falso ídolo no Monte Carmelo declarando que o Deus verdadeiro se revelaria enviando fogo do céu em resposta ao clamor de seus seguidores. O profeta foi instrumento divino para revelar a todos que apenas o Senhor era Deus. Como resultado, os sacerdotes de Baal foram mortos. Foi uma experiência e tanto! 1 Rs 18.16-40. Jezabel, esposa do rei, aquela que mantinha os profetas de Baal debaixo de sua proteção, ameaçou Elias, dizendo que haveria de matá-lo. Então ele foge e pede ao Senhor para tirar-lhe a vida; não queria mais viver. Depois de receber comida trazida por um anjo, caminhou 40 dias e foi parar no fundo de uma caverna. Como alguém que teve uma experiência tão maravilhosa pode chegar ao fundo do poço logo em seguida? Mas o profeta ouviu a voz divina. Seu ministério não havia terminado. Ele ainda pôde ser instrumento de Deus. Pedro foi um dos discípulos mais ativos de Jesus. Andou ao lado dele por tanto tempo, vivenciando experiências e revelações incríveis e maravilhosas. Chegou a declarar-lhe que estava disposto a morrer por ele, Mt 22.31-33. Entretanto, negou o Senhor quando sua fé foi questionada e chorou amargamente. Também teve o seu fundo do poço. Mas assim como Elias, Pedro ouviu a voz do Altíssimo, foi restaurado por Jesus e se tornou um dos principais líderes da igreja primitiva. Jonas foi para o fundo do poço. Sua atitude definiu o seu destino. No ventre do peixe clamou a Deus. Sua oração foi ouvida e seu ministério restaurado. Você está no fundo do poço? Deus quer restaurar você. São muitos os paradoxos existentes no reino de Deus. Paradoxo significa opinião contrária à comum; afirmação, na mesma frase, de um conceito mediante aparentes contradições ou termos incompatíveis. Quando pensamos nos princípios que regem a nossa vida espiritual ligados ao Reino, encontramos fatos incríveis: • Quanto mais se dá mais se tem, Lc 6.38; • Não se vence o mal com o mal, mas sim com o bem, Rm 12.21; • Deus não valoriza aparência e sim o coração, 1 Sm 16.7. Quando consideramos a vida de Jesus e sua obra em nosso favor, novamente achamos fatos incríveis: • Ele foi castigado para podermos receber paz, Is 53.5; • Ele foi ferido para podermos receber cura, Is 53.5; • Ele foi amaldiçoado para nos tornar abençoados, Gl 3.13,14; • Ele se fez pobre para nos tornarmos ricos, 2 Co 8.9; • Ele sofreu a morte para recebermos vida, Rm 6.5. Os escribas e fariseus pediram a Jesus um sinal. Respondeu, contudo, que nenhum sinal seria dado a não ser o do profeta Jonas: “Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra”, Mt 12.40. Três dias e três noites fala de morte e ressurreição. Jesus morreu e ressuscitou ao terceiro dia. Jonas precisava morrer. Você precisa morrer. Essa é a simbologia do batismo. Morremos com Cristo, para o velho homem e ressurgimos para uma nova vida. O nosso “eu” foi sepultado. Precisamos morrer. Essa foi a experiência pela qual Jonas precisou passar. Essa é a experiência pela qual nós também precisamos passar, diariamente. E aí encontramos mais um paradoxo. Jesus afirmou: “Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará,” Mt 10.39. Só perdendo a nossa vida vamos encontrá-la. Certa vez Jesus declarou: (...) “se o grão de trigo não cair na terra e não morrer continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto,” Jo 12.24. Não é possível dar fruto se não houver morte. Essa questão de morrer para o meu ego pode parecer confusa. Uma maneira bem prática de entendê-la é: Eu morro quando escolho fazer a vontade do Senhor, quando fico em luta entre a minha vontade e a dEle. É mesmo um paradoxo, mas Deus quer que você morra. 6 DIA 9 – AGRADANDO A DEUS ... E a minha oração subiu a Ti ... mas eu, com um cântico de gratidão, oferecerei sacrifício a Ti. (2:7 e 9) No ventre daquele peixe, Jonas decidiu que em vez de fugir era hora de se aproximar do Senhor. Você sabia que existem atitudes que me aproximam e outras que me afastam de Deus? Você deseja a presença do Senhor? Isso é algo importante para você? No nosso dia a dia levamos em conta se o que fazemos nos aproxima dele, atraindo sua presença? Devemos ter ciência de que o pecado nos afasta do Altíssimo. A Bíblia diz que o pecado faz separação entre nós e o nosso Deus, Is 59.1-2. Apesar da nossa sociedade considerar o pecado algo em extinção, devemos levá-lo a sério, pois foi para resolver suas consequências que Jesus veio a este mundo. Pecado é transgressão da lei, 1 Jo 3.4, e tem o sentido de errar o alvo, o caminho. Pecado também tem o sentido de contrair dívidas, Mt 6.12, bem como a desobediência - ouvir mal, com falta de atenção, Hb 4.2. Muitas vezes, também na Bíblia, a palavra tem o sentido de rebeldia e idolatria. A prática do pecado traz consequência danosas para a nossa vida, Rm 6.23 e a Bíblia nos exorta a andar em santidade, 1 Ts 4.3. Seguir a multidão, as coisas do mundo, também impede de aproximar-nos de Deus. Encontramos na Bíblia diversas situações em que as pessoas são impedidas de chegar até Jesus por causa da multidão. Zaqueu, o cobrador de impostos, queria ver quem era Jesus, mas foi impedido por causa da multidão, Lc 19.3. O paralítico que teve de descer por um buraco feito no telhado da casa para ser curado por Jesus, não pôde entrar pela porta da frente por causa da multidão, Mc 2.4. Devemos estar alerta, pois a voz do povo não é a voz de Deus. Por outro lado, o quebrantamento nos aproxima do Senhor. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado e um coração contrito, Sl 51.17. Pessoas quebrantadas choram por causa do pecado, como Davi quando pecou com Bate-seba. Abrem mão de seus direitos em caso de disputas, como Moisés quando inquirido por seus irmãos Arão e Miriã. Também são pacificadoras, buscando sempre paz nos relacionamentos com os outros; e misericordiosas, agindo com os outros como Jesus agiu, com graça e perdão. Também a oração, talvez a principal das disciplinas espirituais, nos aproxima do Senhor, pois nos conduz à comunhão com ele. Orar é conversar com o Pai. Assim, quando alguém ora, usufrui da presença e da intimidade divina. A oração também é algo que transforma a vida. Por meio dela, recebemos a vida divina e somos constrangidos a nos arrepender de nossos pecados. Além disso, por meio da oração intercessória cooperamos com Deus em suas ações no mundo. A intercessão é tão importante que a Bíblia diz que ele procura intercessores, Ez 22.30. Da mesma forma, a manifestação de gratidão atrai a presença divina, trazendo-lhe glória. Jesus, em todas as coisas, dava glórias ao Pai. Paulo orientou os irmãos a terem, em todo tempo e circunstância, gratidão a Deus, 1Ts 5.18; Ef 5.20. Veja o exemplo dos 10 leprosos clamando por cura ao Senhor. Apenas um voltou para agradecer-lhe, Lc 17.11-19. Sua fé se manifestou por meio da gratidão e agradou o coração de Jesus. A mudança de atitude de Jonas, no interior do grande peixe, foi exteriorizada pelo seu quebrantamento, oração e gratidão. Essas são as atitudes que Deus espera de nós. Bendito seja o nome do Senhor. DIA 10 – O DEUS AS SEGUNDA CHANCE A palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez com esta ordem: "Vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela a mensagem que eu vou dar a você". (3:1 e 2) A palavra do Senhor entregue a Jonas foi exatamente igual à primeira. Deus manda novamente que ele vá a Nínive. O propósito do Senhor não havia mudado. A vontade dele para a vida de Jonas permanecia a mesma. Aliás, ele nunca muda; Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre, Hb 13.8. Certa vez, Deus mandou o profeta Jeremias na casa do oleiro. Jeremias viu o trabalho cotidiano daquele que faz vasos. O oleiro toma o barro informe e faz dele algo de uma maneira única e singular. Caso o processo não seja bem-sucedido, ele o desmancha e faz o vaso de novo. Assim faz o Senhor conosco. Ele não desiste de nós. SOMOS PRECIOSOS PARA DEUS E NÃO SOMOS DESCARTADOS COMO ALGO SEM VALOR. É seu desejo nos moldar conforme a imagem do seu filho Jesus. Veja o que Ele diz: “como barro nas mãos do oleiro, assim são vocês nas minhas mãos,” Jr 18.6. Veja o que aconteceu com Sansão. Ele foi levantado por Deus como instrumento para libertar Israel dos filisteus. Tinha uma força descomunal. Seu segredo era ser nazireu, consagrado ao Senhor desde o ventre materno. Sansão se afeiçoou a uma prostituta chamada Dalila e, muito molestado por ela, acabou entregando o seu segredo: seu cabelo nunca fora cortado, pois era nazireu. Quando o cabelo foi cortado, perdeu sua força e unção. Teve os olhos vazados, tornou-se prisioneiro e escravo. Perdeu seu poder para resistir ao pecado e às obras do mal. Perdeu sua liberdade em Deus, perdeu a direção. Tornou-se motivo de gozação. Entretanto, o seu cabelo voltou a crescer. Foi nessa condição que Sansão orou ao SENHOR, dizendo: “Ó Soberano SENHOR, lembrate de mim! Ó Deus, eu te suplico, dá-me forças, mais uma vez, e faze com que eu me vingue dos filisteus por causa dos meus dois olhos!” Jz 16.28. O Pai usou de misericórdia e deu a Sansão uma segunda chance. Derrubando as colunas do templo às quais estava amarrado, Sansão matou milhares de líderes filisteus. Na sua morte, Sansão matou mais homens do que em toda a sua vida. Na carta que Jesus enviou à Igreja de Éfeso, Jesus afirmou: “Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio,” Ap 2.4-5. Assim como o Senhor não desistiu de Jonas e Sansão, ele não desistiu de você. É tempo de voltar. É tempo de se arrepender. Os planos do Altíssimo a seu respeito não mudaram. Glória a Deus por isso. 7 DIA 11 – VALE A PENA OBEDECER Jonas obedeceu à palavra do SENHOR e foi para Nínive. (3:3) Jesus sempre deixou claro que o fundamento de seu ministério era a obediência ao Pai. Disse aos seus discípulos que lhe ofereciam comida: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra.” Jo 4.34. Em outro momento, quando se revelava como o Pão da Vida, declarou: “Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.” Jo 6.38. Quando o rei Saul desobedeceu à determinação divina de destruir todo o povo amalequita, foi repreendido por Samuel. Este mostrou ao rei aquela que é a maior de todas as exigências: (...) “A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria.” (...) 1 Sm 15.22- 23. A obediência é a maior de todas as exigências. Por causa da desobediência, Saul foi rejeitado como rei de Israel e sua vida entrou em declínio. Na igreja primitiva, todos os discípulos do Mestre se identificavam como servos ou doulos, em grego. Essa palavra tem o significado de escravo, aquele que pertence a alguém. Nas cartas do Novo Testamento, todos os autores se identificavam como servos de Jesus. Servos não mandam. Servos obedecem. Existe uma relação entre bênção e obediência. A palavra abençoar, barach, em hebraico, significa conceder poder para prosperar, para ter longevidade, ter fecundidade, obter sucesso e dar muitos frutos. Na sua raiz, essa palavra têm o significado de ajoelhar-se, submeter-se, honrar um superior. Assim sendo, quem quer ser abençoado precisa manter uma relação de obediência com aquele de quem ela provém: Deus! É impossível ter a bênção e ao mesmo tempo viver uma vida fora dos padrões divinos. É uma grande incoerência. A Palavra diz: “Se vocês obedecerem fielmente ao Senhor, ao seu Deus, e seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos que hoje lhes dou, (...) vocês serão abençoados” (...) Dt 28.1-3. Ou seja: a obediência sempre precede a bênção. Há grande valor em obedecer. Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz. Por isso, recebeu um nome que é sobre todo nome e se tornou o Senhor. Quando Jonas decidiu obedecer a Deus, as condições para o milagre acontecer foram criadas. E ele veio; toda a cidade de Nínive foi salva porque o desejo de Deus é que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade de que há um só Senhor e um só mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus, homem. 1Tm 2.4-5. Vamos viver uma vida de obediência? DIA 12 – A FORÇA DO ARREPENDIMENTO Cubram-se de pano de saco, homens e animais. E todos clamem a Deus com todas as suas forças. Deixem os maus caminhos e a violência. ... Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então Deus se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado. (3: 8 e 10) Algo aconteceu em Nínive que mudou o seu destino. Quando a mensagem de Jonas chegou até o rei, vestiu-se de pano de saco e sentou-se sobre cinzas. O restante da população fez a mesma coisa. A Palavra diz que eles abandonaram os seus maus caminhos e a violência. Na verdade, o que houve em Nínive foi que a população se arrependeu. Arrependimento, metanoia, no grego, é dar meia volta; não só mudança de direção, mas também mudança de coração e mente. Mas a meia volta é em direção ao Senhor. É voltar as costas para o pecado e ir em direção à face do Pai para uma relação pessoal com ele. Perceba a força do arrependimento genuíno: mudou o destino da cidade, mudou a sentença de Deus. A pregação de João Batista chamava as pessoas ao arrependimento, Mt 3.2. Jesus iniciou seu ministério pregando o arrependimento, Mt 4.17. A primeira mensagem pregada por Pedro após a ressurreição de Jesus enfatizou o arrependimento, At 2.38. A igreja do Senhor precisa urgentemente se afastar de seus maus caminhos. Vivemos em uma época de tanta relativização, de tanta inversão de valores, que não há mais convicção de pecados e muito menos de arrependimento. O máximo que se diz é: “foi mal, cara!”. Estudiosos dos avivamentos que aconteceram ao longo da história da igreja são unânimes em afirmar que eles foram precedidos por intensa oração e arrependimento. Deus, em sua Palavra, já havia nos ensinado sobre isso. Ele disse: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra,” 2 Cr 7.14. Esta é a chave para o avivamento: Deus exorta o seu povo a: (1) Se humilhar; (2) Orar; (3) Buscar a sua face; (4) Se afastar de seus maus caminhos. Que chave é esta? Seu nome é arrependimento. Quando usamos essa chave, Deus faz uma tríplice promessa: (a) dos céus o ouvirei; (b) perdoarei o seu pecado; (c) e curarei a sua terra. Mais uma vez, veja a força do arrependimento. Foi assim em Nínive; pode ser da mesma maneira em você, na sua Célula, na sua família e na sua nação. 8 DIA 13 – INDO ALÉM DIA 14 – O CORAÇÃO DE DEUS EXPOSTO Agora, SENHOR, tira a minha vida, eu imploro, porque para mim é melhor morrer do que viver... Então o SENHOR Deus fez crescer uma planta sobre Jonas, para dar sombra à sua cabeça e livrá-lo do calor, o que deu grande alegria a Jonas ... Mas na madrugada do dia seguinte, Deus mandou uma lagarta atacar a planta e ela secou-se ... Mas Deus disse a Jonas: “Você tem alguma razão para estar tão furioso por causa da planta? ... Você tem pena dessa planta, embora não a tenha podado nem a tenha feito crescer. (4:3-10) “Contudo, Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade? " (4:11) Não é estranho o sentimento de Jonas após o livramento da cidade? A impressão que se tem é que ele ficou deprimido, a ponto de pedir a morte. Mesmo após uma experiência maravilhosa, quando uma cidade inteira se rendeu aos pés de Deus, Jonas ainda mantinha o mesmo coração insensível. O profeta Elias passou por experiência semelhante. Você se lembra. Ele orou e Deus mandou fogo do céu em resposta. Aquilo serviu para desmascarar os profetas de Baal e todo o culto idólatra que havia em Israel. Entretanto, Jezabel, esposa do rei, ameaçou matá-lo e por isso ele fugiu e pediu a morte ao Senhor. Assim como Jonas, Elias entrou em depressão, após uma experiência maravilhosa. Sobre vestir a armadura de Deus em Ef 6.10-18, Paulo declara que essa armadura tem três propósitos: (a) Ficar firme, oferecer resistência contra as ciladas do Diabo porque a nossa luta não é contra carne e sangue; (b) Resistir no dia mau. Crente tem dia mau; (c) Após o combate, permanecer inabalável. Veja que mesmo após a vitória pode haver tribulações e dificuldades. Foi o que aconteceu com Elias e Jonas. Deus, porém, restaurou tanto um quanto o outro. Faltava ainda algo a ser feito na vida de Jonas. Faltava ainda uma experiência. Jonas precisava ainda ser tratado pelo Senhor porque aquele que começou a boa obra em nós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus, Fp 1.6. Glória a Deus por isso. Jonas não conseguia se alegrar com aquela situação. Ainda olhava para os ninivitas como inimigos. O Senhor, então, dá a ele a experiência da planta e mostra-lhe o seu coração. Precisamos conhecer o coração de Deus!! Um coração cheio de compaixão e de amor incondicional pela sua criação. Jonas precisava ir além. Você não precisa? Ao narrar o sofrimento do Messias por causa de nossas transgressões e iniquidades, o Espírito de Deus fez questão de mencionar que andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviando pelo caminho, Is 53.4-6. Isso ressalta que o fato de andarmos desgarrados como ovelhas foi uma das motivações que levou Jesus a morrer na cruz do calvário. Evidenciou que ovelha sem pastor, ovelha desviada, é algo que mexe com o coração do Pai. Esse fato foi confirmado pelo próprio Jesus, quando se encheu de compaixão por pessoas aflitas e exaustas que estavam perdidas como ovelhas sem pastor. Por isso pediu aos discípulos que orassem ao Pai para enviar-lhes trabalhadores, Mt 9.36- 38. A pergunta é: que tipo de trabalhadores? Creio que a resposta é: pastores, aqueles que cuidam das ovelhas. É impressionante como Moisés teve o mesmo sentimento de Jesus. Quando o Senhor disse que seu tempo havia chegado ao fim, ele pediu-lhe que colocasse um homem como líder da congregação para que eles não fossem como ovelhas sem pastor, Nm 27.16-17. Jesus amava tanto as ovelhas, as pessoas, que declarou ser o bom pastor, aquele que dá a vida pelas ovelhas; acrescentou ainda que o bom pastor tem de conhecer suas ovelhas, Jo 10.14. Quando foi questionado pelos fariseus por comer com pecadores, o Mestre usou a figura do pastor buscando a ovelha perdida, Lc 15.4, para falar do amor de Deus por todos os seres humanos e que ele, Jesus, veio buscar e salvar o perdido. Após haver ressuscitado e proporcionado aos discípulos uma segunda pesca maravilhosa, Jesus chamou Pedro para uma conversa particular. Disse-lhe que se Pedro o amasse verdadeiramente deveria demonstrá-lo pastoreando as ovelhas, Jo 21.15-17. Nosso Mestre declarou que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai: “Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia". Jo 6.40. O desejo do Pai é que todos sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade, a verdade de que há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, 1 Tm 2.4-5. Certamente a mensagem central do livro de Jonas é delineada quando Deus expõe o seu coração a Jonas. Ele fala do seu amor incondicional e de sua graça e misericórdia em favor de sua criação. Mesmo os ninivitas, um povo que andava por um mau e violento caminho, inimigo do povo de Israel, eram alvos do seu incomensurável amor. Abra o seu coração para o Senhor. Permita que o que está no coração do Pai seja transferido para o seu coração. Em nome de Jesus! 9