CONCEPÇÕES DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA: por uma prática diferenciada balizada na construção de conhecimento e na interlocução entre professor e aluno no Ensino Fundamental Róger Walteman Gomes1 Francine de Bem Rossi2 Alexandra Pozzatti Marchesan3 O presente estudo tem por objetivo uma reflexão a cerca de uma prática docente desenvolvida no Ensino Fundamental (9º ano/ 8ª série), balizada pela interlocução com autores bibliográficos. Assim, calcado pela experiência desenvolvida, alguns pensares emergem, relacionados a concepções de aula de Geografia, Professor de Geografia, conteúdos, metodologias, relações professor/aluno, avaliação, entre outras. Estas concepções, permeadas pelas inter-relações entre teoria e prática, evidenciam modelos epistemológicos que balizam a prática, novas relações possíveis e, principalmente a possibilidade de constantemente reconstruirmos a prática docente, superando a problemática vivida pelos cursos de Licenciatura em relação a não formação específica para a docência. Sendo assim, não só a Geografia e os conteúdos específicos da disciplina entram em questão, mas como eles podem ser trabalhados, desenvolvidos, de modo que o aluno consiga estabelecer relação com o que aprende em sala de aula sobre a disciplina e a vida cotidiana, e o mundo. Para tanto, torna-se necessário o professor de qualquer Licenciatura partir da realidade do aluno, fazendo com que este estabeleça relação entre a cultura escolar e a vida. Para isso, usou-se como estratégia de desenvolvimento destas reflexões a pesquisa bibliográfica, a fim de embasar os pensares que emergiram da prática pedagógica, trazendo como contribuidores para o discurso Candau (2002), Freire (1999), Gil (1997), Libâneo (1994), entre outros. Neste sentido, através de uma prática lúdica e dinâmica, balizada por trocas de conhecimento constante entre professor e aluno, é possível fazer com que os objetivos da disciplina de Geografia sejam alcançados, sendo ele, possibilitar que o aluno se reconheça no mundo e com o mundo, estabelecendo relações entre as variantes presente no mesmo, como também reflexões a fim de que caminhemos na busca incessante de respostas e mudanças, em um mundo com tantas diferenças étnicas, religiosas e culturais. Palavras-chave: Ensino de geografia, formação para leitura de mundo, ensino fundamental, relação de troca professor/aluno Apresentando o Estudo... 1 Autor: Acadêmico do Curso de Geografia/ Licenciatura CCNE/UFSM; Participante/pesquisador do NEC; Co-autora: Pedagoga; Acadêmica do Curso de Especialização em Gestão Educacional CE/UFSM; Participante/pesquisadora do GPFOPE; 3 Co-autora: Pedagoga; Acadêmica do Curso de Especialização em Gestão Educacional CE/UFSM; Participante/pesquisadora do GPFOPE. 2 Atualmente as reflexões acerca dos cursos de Licenciatura se intensificam, em relação a fragilidade de formação específica para a docência. Assim, no caso do exemplo deste estudo, é possível perceber durante o curso de Geografia, uma intensificação dos conteúdos direcionados à esta área do conhecimento em detrimento de conhecimento e reflexões relacionados a docência e a prática educativa. Entretanto, balizando-se em uma prática realizada num 9º ano (8ª série) do Ensino Fundamental, foi possível perceber que, mesmo sem esta formação, mas com o professor amando seu ofício, com empenho e eternamente na busca de formação continuada, através de seminários e leituras, a prática pedagógica pode ser diferente, de modo a chamar a atenção do aluno para a aprendizagem e para o significado de determinada disciplina no cotidiano. Neste sentido, é possível acreditar numa prática diferenciada, vislumbrando o aluno como ativo em seu processo de construção do conhecimento, bem como no uso de estratégias de atividades voltadas para o lúdico, de forma dinâmica, fazendo com o aluno participe constantemente. Assim sendo, traze-se como reflexões emergentes da prática vivenciada as concepções de processo de ensinar e de aprender, de escola de Ensino Fundamental, de disciplina de Geografia e seu sentido no Ensino Fundamental, de professor de Geografia, de aula de Geografia, entre outros. Para isso, inter-relaciona-se as experiências vivenciadas com pesquisa bibliográfica afim de propiciar suporte as reflexões acerca da prática pedagógica. Assim, a inter-relação da prática pedagógica com as referências bibliográficas, voltadas ao ensino, foi crucial para o desenvolvimento nas aulas de Geografia, na qual, impulsionou o processo de ensino-aprendizagem, significando-o, bem como, a estimulação do aluno em aprender esta disciplina. Desta forma, a busca maior, foi mostrar ao educando que aprender Geografia vai muito além da memorização dos livros didáticos, ou seja, o ensino tem de propiciar ao aluno, que o mesmo torne-se um sujeito ativo/reflexivo no meio em que vive, e em conseqüência, transformador do mesmo. Neste sentido, cabe ao docente a estimulação do aluno e a busca por práticas significativas para o mesmo. As concepções que permearam e emergiram a prática no Ensino Fundamental Concepção de ensino e de aprendizagem Inúmeros são as questões em discussão do processo de ensino-aprendizagem no momento atual em que estamos vivendo, ou seja, as discussões para o aprimoramento do sistema educacional brasileiro. Este torna-se a cada dia mais precário, devido ao docente achar que o professor é detentor do conhecimento e que o educando é um objeto que terá que decorar a matéria exposta pelo professor. O processo de ensino aprendizagem é algo complexo, neste sentido, Libâneo (1994) diz em suas obras que ensino envolve tanto concepções externas como internas, porém se bem estruturado é de fácil entendimento tanto para o professor com também para o aluno. Dentre os conhecimentos que construí ao longo do curso sobre o processo de ensinar e de aprender e, diante as atividades que proponho em sala de aula, o construtivismo torna-se a concepção mais pertinente como embasadora de minha prática e permeia minhas idéias sobre o processo. Sendo assim, ROSSI (2007) compartilha bem os pensares sobre o processo de ensinoaprendizagem, na qual fala: (...) ressaltamos a idéia de considerar o aprendiz constantemente, em todos os seus aspectos (cognitivo, afetivo, motor). Desta maneira, sujeitos de sua aprendizagem, o aluno participa ativamente sobre sua aprendizagem, sendo responsável por ela. Contudo, considera-se de grande valia a posição do professor na questão de promover espaços e possibilidades de aprendizagem, instruindo e coordenando o ensino. Ambos interagem, ambos ocupam seu lugar no processo, desenvolvendo um diálogo horizontal e considerando que, ambos, têm o que aprender um com o outro. ( p.42). De modo que, o professor não é o centro do processo, mas sim um mediador da aprendizagem em sala de aula. Libâneo (1994) menciona a finalidade do processo de ensino: “é proporcionar aos alunos os meios para que assimilem ativamente o conhecimento”, ou seja, o professor como mediador entre os alunos e as matérias de ensino, na qual coloca o aluno como um investigador. A questão do ensino é algo que tem sido questionado no mundo inteiro e, neste caso do ensino de geografia é algo que está em evidência atualmente também, desta forma Vesentini 2004 coloca em seus escritos da seguinte forma: Assim como acontece em muitos outros países, o ensino da geografia no Brasil vive uma etapa decisiva, um momento de redefinições impostas tanto pela sociedade em geral (...) como também pelas modificações que ocorrem na ciência geográfica (...) (p. 220). Neste sentido, as mudanças estão ocorrendo, porém de certa forma esta mudança esta ocorrendo de forma lenta, o que, de certa forma, é prejudicial para os educandos, pois estes não recebendo o verdadeiro valor do ensino de geografia, ou seja, “ou a geografia muda radicalmente e mostra que pode contribuir para formar cidadãos ativos (...) ou ela vai acabar virando uma peça de museu” (VESENTINI, 2004. p. 220) Assim, a mudança tem de ter olhares mais promissores e ordena, pois: (...) um ensino crítico da geografia não se limita a uma renovação do conteúdo – com a incorporação de novos temas/problemas, normalmente ligados às lutas sociais (...) Ela também implica valorizar determinadas atitudes (...) e habilidades (...) E para isso é fundamental a adoção de novos procedimentos didáticos (...) (p. 228). Desta forma, o melhoramento do processo de ensino/aprendizado é algo que deve ocorrer o mais breve possível, como também, a organização do mesmo, pois, neste sentido, teremos a solidificação do conhecimento e a formação de cidadãos atuantes no mundo, ou seja, educando ativos. Concepção de escola e de aluno de Ensino Fundamental A Escola é o local para a formação do sujeito em suas dimensões globais (piscicologica-cognitiva-motor), capacitando-o para o senso crítico e reflexivo, possuidor de conhecimento e da realidade no meio em que vive e ao seu redor, ou seja, conhecimentos locais, regionais e globais. Deste modo, evidencia-se a importância da Escola, falando mais precisamente na disciplina de Geografia, na formação de um cidadão crítico-reflexivo e, tratando-se de alunos do ensino fundamental, a responsabilidade torna-se ainda maior, visto que é a base desta formação crítica-reflexiva, pois trata-se de alunos pré-adolescentes e que terão que ter uma boa base para seu futuro. Este é o principal fato em questão dos dias atuais, fato este tão discutido, pelo falta da negligência de ensino de qualidade frente esses alunos. Assim, tem de ocorrer discussões, debates e diálogos sobre a reformulação do Ensino Fundamental, para que os educando adquiram uma boa base, calcada no conhecimento para emancipação e leitura de mundo, e não para reprodução e cópia, tanto para no futuro Ensino Médio, como também para a vida. Concepção de disciplina de geografia e seu sentido no Ensino Fundamental O ensino de Geografia no Ensino Fundamental pode levar aos alunos a compreenderem de forma mais ampla a realidade, possibilitando os mesmos, uma interferência mais consciente e propositiva. Entretanto, é necessário que os alunos adquiram conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as relações socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de pensar a realidade, ou seja, o conhecimento geográfico. (PCN) Deste modo o ensino da Geografia torna-se um marco muito importante, na qual em alguns casos é até esquecido por parte de alguns docentes, e esta importância é afirmada no Parâmetro Curricular Nacional (1997): (...)a Geografia tem que trabalhar com diferentes noções espaciais e temporais, bem como os fenômenos sociais, culturais e naturais que são característicos de cada paisagem, para permitir um compreensão processual e dinâmica de sua constituição. (p.74). Deste modo, no que se refere ao Ensino Fundamental é de grande importância a consideração de categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação a sua faixa etária, sendo neste caso dentre 13 a 16 anos, como também, as capacidades que esperasse que eles desenvolvessem. No Ensino Fundamental, o papel da Geografia é “alfabetizar” o aluno espacialmente em suas diversas escalas e configurações, dando-lhe suficiente capacitação para manipular noções de paisagem, espaço, natureza, Estado e sociedade. Cabe ressaltar que o professor é responsável também por esse sentido a disciplina, pois se a prática for calcada somente na leitura acrítica de livros didáticos e cópias do quadro negro, dificilmente este sentido e a relação dos conteúdos e a vida cotidiana emergirá. Concepção de aula de geografia As aulas de geografia são de extrema importância, como todas as disciplinas, porém assim como outras disciplinas, e principalmente nas aulas de geografia, tem se esquecido o verdadeiro sentido/significado da mesma. A discussão destas, tem aparecido com freqüência nas reuniões pedagógicas, como também, em congressos de educação e, principalmente, a discussão do ensino de geografia, que busca nas teorias o seu melhor aproveitamento e o verdadeiro sentido de sua função para o processo de aprendizado. Assim, Castrogiovanni (2000) coloca em seus escritos o seguinte: (...) o ensino da Geografia deve preocupar-se com o espaço nas suas multidimensões. O espaço é tudo e todos (...) A compreensão da formação dos grupos sociais, a diversidade social e cultural, assim como a apropriação da natureza por parte dos homens, deve fazer parte também dessa alfabetização. (p. 12). Nesta perspectiva as aulas de geografia têm de envolver o aluno, como ser ativo no processo, sentindo-se capaz de ser atuante no meio em que vive. Deste modo cabe lembrar também que o professor tem um papel fundamental neste processo, ou seja, o educador não pode esquecer que a sala da aula é algo dinâmico, como também, lembrar, neste caso nas palavras de Kaercher 2007: (...) Ninguém educa sem construir/transmitir visões de mundo, de ciência, de educação. Ninguém educa sem construir/transmitir valores. Explicitar e rediscutir tais valores com os alunos é uma necessidade ética. Estimular o debate de visões contraditórias é uma necessidade de todo educador. (p. 28). Desta forma, percebe-se que além de ter a vontade de uma mudança nas aulas de Geografia, o docente deve problematizar aos seus alunos os mínimos valores. Assim, tem-se na disciplina de geografia, uma busca de cidadãos ativos na sociedade, ou seja, tem de ser construídos/dialogados a esses os mínimos valores, como, responsabilidade, respeito, honestidade, solidariedade, coletividade, etc... A inovação das aulas de Geografia tem proporcionado aos alunos um melhor rendimento, como também, uma solidificação dos conhecimentos geográficos. Entretanto, antigamente os educandos pareciam mais “marionetes” moldadas pelos professores que, produziam em provas e/ou testes os conteúdos dos livros didáticos. Nesta perspectiva de mudança, o professor passou a dar maior atenção ao que os alunos tinham de relatar e, esta ferramenta proporcionou e proporciona a uma construção do conhecimento a partir de conhecimentos e, experiências próprias dos alunos. Neste sentido, o professor tem de basearse em: (...) Ouvir o aluno é importante não só porque entendemos a sua forma de pensar, mas sobretudo, porque percebemos a nossa ignorância em relação ao universo simbólico deles. E entender esse universo – ou, pelo menos, conhece-lo – é a chave de entrada para uma docência mais qualificada. (KAERCHER, 2007, p. 31). Assim, com a participação dos alunos e mostrando lhes a capacidade que os mesmo têm de mudança no mundo que vive, o processo de ensino torna-se um atrativo, conseqüentemente nos educadores, “peça chave”, no ensino-aprendizagem, “(...) podemos romper a indiferença dos alunos em relação à disciplina”, (KAERCHER, 2007, p. 32) pois esta encontra-se ainda como uma disciplina maçante e que prende-se na memorização de nomes de rios e livros didáticos. Concepção de professor de geografia Devido ao fato desta importância do ensino de Geografia, a questão no momento é das características mais corretas em relação ao desempenho do professor de Geografia em sala de aula. Sendo este profissional, deixa de ser o de ensinar, e passa a ser o de ajudar o aluno a aprender, ou seja, o facilitador do aprendizado. (Gil, 1997) Neste sentido, o processo de ensino é ao mesmo tempo um processo de educação, na qual o educador, dotado dos conhecimentos teóricos e metodológicos, como também o domínio dos modos do fazer docente, propiciam uma orientação mais segura para o trabalho profissional do professor. Sendo assim, o professor tem como principal tarefa, garantir a unidade didática entre ensino e aprendizagem através do processo de ensino. (LIBÂNEO, 1994) Sendo assim, Libâneo (1994) afirma em sua obra o papel do professor em sala de aula, ou seja: (...) os professores devem estar preparados para buscar procedimentos didáticos que ajudem os alunos e enfrentarem suas desvantagens, a adquirirem o desejo e o gosto pelos conhecimentos escolares, a elevar suas expectativas de um futuro melhor para si e sua classe social. (p. 88) Deste modo, o professor de Geografia torna-se um mediador do conteúdo proposto e motivador do mesmo, contribuindo para que, através da geografia, o aluno estabeleça as relações com o mundo, reconhecendo-o como espaço e se reconhecendo como sujeito inserido neste mundo físico e de relações. Além de ser um educador, o mesmo deve ser um pesquisador, e problematizar aos seus alunos a grandiosidade da pesquisa, na qual o educando, conseqüentemente, terá um aprendizado de melhor qualidade e a solidificação do conhecimento. Neste sentido, Paulo Freire coloca a importância da pesquisa: Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, por que indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (PAULO FREIRE, 1996 pág. 29) Seus escritos demonstram o quanto é importante à pesquisa e, a partir da mesma o aluno e/ou professor estarão consolidando o conhecimento, através de trocas de experiências pós pesquisas, além de que, sendo um aluno pesquisador, terá um conhecimento muito maior, que aquele educando na qual reproduz o livro didático e/ou as palavras do educador em provas/teste. Neste sentido, o papel do professor é de extrema importância, porém, a sua maior importância está sendo deixada de lado, pois em alguns casos encontram-se despreparados, desmotivados, assim, Vesentini 2004, destaca o papel do professor, e algumas características do bom professor: O professor crítico e/ou construtivista – não podemos esquecer que o bom professor é aquele que “aprende ensinando” e que não ensina, mas ajuda os alunos a aprender” – não apenas reproduz, mas também produz saber na atividade educativa (...) Ele é um ser humano com uma história de vida a ser levada em conta no processo de aprendizagem (...) (p. 224) Neste sentido, entende-se a importância da presença do educador, não somente em sua disciplina, mas sim ser presencial em todo o corpo escolar. Atualmente outro fato a ser destacado é a utilização dos livros didáticos pelo professor que, em muitas vezes coloca aos seus educandos, a transmissão dos conteúdos, ou seja, os alunos parecem “marionetes” moldadas a partir dos livros didáticos. Desta forma, o educador tem o seu valor, porém, às vezes não é o mesmo valor dos alunos. Assim, o educador deve buscar uma (re)leitura dos novos códigos culturais/sociais, não esquecendo os códigos já adotados pela sociedade, como também, evitar o equívoco de supervalorização dos novos valores e códigos de grupos sociais. (CASTROGIOVANNI, 2000). Quanto à avaliação A avaliação é continua, considerando o empenho do aluno nos trabalhos propostos em sala de aula, em tarefas agendadas, bem como, sua participação em debates e aproveitamento em trabalhos, tanto individuais como em grupo, testes e provas. Desta forma, “a avaliação é uma tarefa didática e permanente do trabalho docente, que deve caminhar passo a passo o processo de ensino-aprendizagem”. (LIBÂNEO, 1994:195) Estes artefatos de avaliação são maneiras para a qual o educando possa ser capaz de: “compreender que o mundo não é mágico e sim construído a partir de ações humanas, produto da participação de todos e que muitas vezes as decisões não emergem de consenso numa sociedade” (PCN, 1998), deste modo, poderá ter um aprendizado crítico-reflexivo e solidificado. Nesta perspectiva do professor tem de lembrar que “a avaliação é uma tarefa complexa que não de resume à realização de provas e atribuição de notas” (LIBÂNEO, 1994: 195), ou seja, a avaliação não pode ser encarada como um mero instrumento qualitativo e sim como um fator de cumprimento de “funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e de controle em relação às quais se recorre a instrumentos de verificação do rendimento escolar” (LIBÂNEO, 1994: 195). Considerações Finais Neste sentido, a partir destes pressupostos e da prática desenvolvida foi possível perceber a aprendizagem de forma mais crítica de conteúdos geográficos, pois através de trabalhos práticos e, principalmente, com a formação de debates de mostra de mídias, foi possível que os alunos notassem o quanto é interessante e o quanto a disciplina de Geografia é importante para dos mesmos. Deste modo, a proposta por um Ensino de Geografia, voltado para a formação de cidadão críticos-reflexivos, capazes de serem atuantes no mundo em que vivem, construiuse de forma positiva, apesar das várias barreiras que o ensino tradicional ainda impõe. A partir do momento, que ganha-se a confiança do aluno, ou seja, no momento que os educandos vêem no professor um profissional que traz inovações, os mesmos, dedicam-se às aulas e à aprendizagem sem perceber que estão saindo de um ensino tradicional, onde o professor é o sujeito e os alunos totalmente passivos, para serem, sujeitos ativos no processo de ensinoaprendizagem. Desta forma, os alunos compreendem melhor os conteúdos, desperta o interesse para os conhecimentos que determinada disciplina pode trazer para a vida e percebem mais sentido na escola. Referências Bibliográficas BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: geografia / Secretaria de Educação Fundamental. . 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Série formação do professor). ROSSI, Francine de Bem. Construindo ações e práticas reflexivas através de uma vivência compartilhada - 2007. (Proposta de Estágio). Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007. VESENTINI, José William (Org.). O ensino de Geografia no século XXI. Campinas, SP: Papirus, 2004. (Coleção Papirus Educação).