UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C) CURITIBA 2009 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C) CURITIBA 2009 Genevieve Silvina Martins de Andrade TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciência Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Orientador Acadêmico: M.Sc. Ricardo Maia Orientador Profissional: Dr. João Eduardo Wallau Schossler CURITIBA 2009 Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró Reitora Acadêmica Prof.ª Carmem Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Prof.ª Roberval Eloy Pereira Secretário Geral Prof. João Henrique Ribas de Lima Diretor da Faculdade de Ciência Biológica e da Saúde Prof. João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Prof.ª Ana Laura Angeli Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Profº Ricardo Maia CAMPUS BARIGUI Rua Sidney A. Rangel dos Santos 238 - Santo Inácio Cep 82010-330- Curitiba- Paraná 3331-7700 TERMO DE APROVAÇÃO GENEVIEVE SILVINA MARTINS DE ANDRADE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção de título de Médico Veterinário por uma banca examinadora do Curso de Medicina Veterinária de Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 09 de Julho de 2009. ________________________ Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná ________________________ Orientador: Prof. MSc. Ricardo Maia Universidade Tuiuti do Paraná _______________________ Prof MSc Lourenço Rolando Malucelli Neto Universidade Tuiuti do Paraná _______________________ Profª Simone Cristine Monteiro Universidade Tuiuti do Paraná APRESENTAÇÃO Este trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, com requisito parcial para obtenção do título de Médica Veterinária, é composto de Relatório de Estágio, no qual estão descritas as atividades realizadas durante o período de 02 de março de 2009 a 30 de abril de 2009, período este em que estagiei no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria (HV-UFSM), localizada na cidade de Santa Maria – Rs cumprindo o estágio curricular e o relato de dois casos que versam sobre Luxação Toracolombar e Rinoplastia em Tumor de Células Escamosas. Dedico aos meu amados pais, os quais melhores não poderiam ter sido Carlos e Liane AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre presente, me dando força e sabedoria. Obrigada senhor por permitir eu chegar até aqui, por ter sempre me acompanhado durante essa jornada de minha vida. Agradeço aos meus amados pais Carlos Alberto e Liane Schmidt, que sempre estiveram ao meu lado em todas as minhas decisões, sempre me apoiando e aconselhando, mostrando qual é o melhor caminho, fazendo ser a pessoa que sou e estar onde estou hoje. Agradeço a eles também ao carinho incondicional que tive e a educação, pois sem eles hoje não seria quem sou. Mas minha gratidão a eles é impossível expressar em palavras. Obrigada pai e mãe Agradeço a meu tio irmão Ederaldo, que me deu muitas palavras amigas, carinho e muita paciência para me ensinar no colégio. Tio onde estiver saiba que sempre estará no coração de nossa família (in memoriam). Agradeço ao meu irmão Carlos Junior pelos conselhos, pelo carinho, pelas brigas, tudo isso também me fez crescer, Obrigada mano. A minha prima Indianara, que sempre me agüenta, mas tudo que faço é de coração. Obrigada Baxinha. Agradeço ao meu namorado Andre Luiz Tadeu, por ter me mostrado o caminho das palavras, me mostrado um pouco mais sobre a vida e por estar sempre ao meu lado mesmo longe. Obrigada por tudo e principalmente por me amar. Agradeço a Layka, por sempre estar ao meu lado e transmitir o amor incondicional, a companhia e melhor amiga, que jamais encontrarei igual. As pessoas especiais em minha vida, que de alguma forma fizeram-me ela ser mais fácil de viver. Agradeço a Nicole, Débora, Cibele, Diogo, Marcus, amigos que vão e voltam, mas sempre estarão em meu coração, em especial Rafaella que sempre esteve a meu lado nesses 12 anos de amizade. Aos meus mestres, por toda dedicação, apoio e conhecimento por eles transmitidos durante esses 5 anos de faculdade. Ao meu orientador, Ricardo Maia, pela ajuda e orientação na elaboração deste trabalho de conclusão do curso. A todos vocês dedico esse trabalho.OBRIGADA! "A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana." Charles Darwin RESUMO ANDRADE G.S.M. Trabalho de Conclusão de Curso. 2009. 83f. [Curso de Graduação em Medicina Veterinária] – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba. Orientador Acadêmico: M. Sc.Prof. Ricardo Maia Orientador Profissional: Dr. João Eduardo Wallau Schossler O presente trabalho é uma revisão de literatura de dois casos cirúrgicos estudados durante o período do estágio curricular na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). São eles: Luxação Toracolombar e Rinoplastia em Carcinoma de Células Escamosas (CCEs). As vértebras toracolombares são as mais comumente afetadas em lesões na coluna vertebral, sendo responsáveis pela compressão da medula espinhal, causando sérios problemas neurológicos. Os estudos realizados serão discutidos, incluindo: Como diagnosticar e localizar a lesão através de exames físicos e radiográficos; Qual é a melhor técnica cirúrgica para a descompressão da medula espinhal e estabilização da vértebra e o que deve ser feito no tratamento pós-cirurgico, para a melhor reabilitação do paciente. O CCEs é um neoplasma maligno e tem um grau de ocorrência elevado. Vários são os fatores que justificam um número elevado desse tipo de neoplasma. Esses fatores, bem como sua ampla área de tratamento; suas formas de diagnóstico; quais métodos de tratamento clínico e cirúrgicos e a escolha do prognóstico correto serão o tema principal deste trabalho. Palavras-Chave: Luxação Toracolombar; Rinoplastia em Carcinoma de Células Escamosas. ABSTRACT ANDRADE G.S.M. Course Conclusion Work, 2009. 83f. [Graduation course in Veterinary Medicine] - Tuiuti University of Paraná, Curitiba - Brazil. Academic Mentor: Msc. Mayan Ricardo Professional Mentor: Dr. João Eduardo Wallau Schossler The present work is a revision from two surgical cases studied during the curricular training period in the Federal University of Santa Maria (FUSM). As follow: Thoracolumbar luxation and Rhinoplasty in Carcinoma of Es Cells (RCEC). The vertebrae thoracolumbar is frequently the most affected in vertebral column injuries, being the cause for the compression of the spinal marrow and causing serious neurological problems. The carried through studies will be argued, including: How to diagnosis and locate the injury through physical and radiographic examinations; What is the best surgical technique for the decompression of the spinal marrow and the stabilization of the vertebra and what must be made in the pos-surgical treatment for the best whitewash of the patient. The RCEC is a malignant neoplasm and has a high degree of occurrence. Several are the factors that justify a high number of the occurrences of this kind of neoplasm. These factors, as well as its ample area of treatment; the methods to diagnosis this; what surgical methods of clinical treatment and the choice of the correct prognostic will be the theme of this work. Key-Words: Thoracolumbar luxation; Rhinoplasty in Carcinoma of Es Cells. LISTA DE ABREVIATURAS CCAC Clinica Cirúrgica de Animais de Companhia CCEs Carcinoma das Células Escamosas CMAC Clinica Médica de Animais de Companhia CMAS Clinica Médica de Animais Selvagens EENM Eletroestimulação Neuromuscular ES Estimulação Elétrica FCE Fluído Cérebro Espinhal HV-UFSM Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria gts Gotas IM Intramuscular IV Intravenosa HZ Hertz ME Medula Espinhal mg/kg Miligramas por Kilograma MPA Medicação Pré-Anestésica MP Membro Pélvico NC Nervos Cranianos SC Subcutâneo T.C.C: Trabalho de Conclusão de Curso UI/kg Unidade Internacional de medida por Kilograma VO Via oral LISTAS DE FIGURAS FIGURA 1 – ENTRADA DO HV-UFSM ............................................................20 FIGURA 2 – SALA DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS .............................20 FIGURA 3 – SALA DE MATERIAIS ESTERILIZADOS E ESTUFA..................21 FIGURA 4 – CORREDOR O QUAL LIGA TODAS AS SALAS.........................21 FIGURA 5 - ESCRIVANINHA PARA ANOTAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS E QUADRO DE CIRURGIAS AGENDADAS ....................................................22 FIGURA 6 - JANELA PARA RECEPÇÃO DOS PACIENTES PARA CIRURGIA . .........................................................................................................................22 FIGURA 7 – LOGOTIPO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 23 FIGURA 8 – REFLEXO PANÍCULO.................................................................33 FIGURA 9 – RADIOGRAFIA SIMPLES LATERAL DA REGIÃO TORACOLOMBAR NOTANDO-SE A LUXAÇÃO EM L13 (FLECHA) .............................................40 FIGURA 10 – RADIOGRAFIA CONTRASTADA LATERAL MOSTRANDO INTERROMPIMENTO COMPLETO NA REGIÃO DE T13 (FLEXA) ................41 FIGURA 11 – FIXAÇÃO DO ANIMAL A MESA PARA MANUTENÇAO DA MESMA POSIÇÃO DURANTE A CIRURGIA.................................................................43 FIGURA 12 – MÚSCULO MULTIFIDO E LONGUÍSSIMO DORSAL DISSECADOS E SENDO AFASTADOS PELOS AFASTADORES DE WAITLANER A ESQUERDA E DE GELPI A DIREITA E PINOS DE STEINMANN COLOCADOS NO CORPO DA VÉRTEBRA............................................................................44 FIGURA 13 - PINÇA GOIVA DE STILLER-LUER DUPLA ARTICULADA RETIROU A CRISTA VERTEBRAL...................................................................................44 FIGURA 14 – ASPIRAÇÃO COM A PONTEIRA ..............................................45 FIGURA 15 – USO DA BROCA PNEUMÁTICA PARA RETIRAR A CAMADA CORTICAL BRANCA COM GOTEJAMENTO DE SOLUÇÃO SALINA 0,9%...45 FIGURA 16 – ACRÍLICO ODONTOLÓGICO SOMENTE AO REDOR DOS PINOS PARA FIXAÇÃO...............................................................................................46 FIGURA 17 – RADIOGRAFIA PÓS-CIRURGIA PARA OBSERVAR POSICIONAMENTO DOS PINOS E O QUANTO FOI REDUZIDA A LUXAÇÃO .........................................................................................................................49 O FIGURA 18 - MASSAGEM SUPERFICIAL COM GEL COM MOVIMENTOS CIRCULATÓRIOS............................................................................................49 FIGURA 19 - MOVIMENTOS PASSIVOS EM FORMA DE BICICLETA E ALONGAMENTO .............................................................................................50 FIGURA 20 – POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS PARA ELETROTERAPIA (CORRENTE RUSSA) .....................................................................................50 FIGURA 21 – PACIENTE SUBMETIDO A ELETROTERAPIA.........................51 FIGURA 22 – EQUIPAMENTO PARA HIDROGINÁSTICA COM ESTEIRA ....51 FIGURA 23 – PACIENTE REALIZANDO HIDROTERAPIA .............................52 FIGURA 24 – NÓDULO ULCARADO ADERIDO AO FOCINHO......................62 FIGURA 25 – RADIOGRAFIA LATERAL MOSTRANDO LISE ........................63 FIGURA 26 – PACIENTE COM TRICOTOMIA AMPLA ...................................64 FIGURA 27 – INCISÃO DA PELE EM TORNO DA MASSA NEOPLÁSICA.....65 FIGURA 28 – DIVULSÃO EM TORNO DA MASSA NEOPLASICA .................66 FIGURA 29 – TESOURA RETIRANDO A MASSA NEOPLASICA...................66 FIGURA 30 – CURETA PARA RETIRADA DO NEOPLASMA ADERIDO AO PLANO NASAL ................................................................................................67 FIGURA 31 – SECREÇÃO INFLAMATÓRIA NO SEIO FRONTAL..................67 FIGURA 32 – MASSA NEOPLÁSICA SOLTA DENTRO DA CAVIDADE ........68 FIGURA 33 – GASES COMPRESSIVAS PARA INTERROMPER SANGRAMENTO .............................................................................................68 FIGURA 34 - OSTEOTOMIA NO OSSO E GOTEJAMENTO DE SOLUÇAO FISIOLÓGICA ..................................................................................................69 FIGURA 35 – INCISÃO EM RETANGULO PARA ACOMODAR IMPLANTE ...69 FIGURA 36 – IMPLANTE FIXADO COM PARAFUSO.....................................70 FIGURA 37 – FLAP PARA SUTURA DA INCISÃO..........................................70 FIGURA 38 – FLAP SENDO SUTURADO PARA CORREÇÃO CUTÂNEA.....71 FIGURA 39 – SUTURA DE PELE ....................................................................71 FIGURA 40 – PACIENTE SENDO ENFAIXADO PARA CONTROLE DE ENFISEMA .......................................................................................................72 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – CIRURGIAS DO SISTEMA TEGUMENTAR ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009...........25 TABELA 2 – CIRURGIAS DO SISTEMA OFTÁLMICO ACOMPANHADAS NO HVUFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009.................25 TABELA 3 – CIRURGIAS DO SISTEMA REPRODUTIVO ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009...........25 TABELA 4 – CIRURGIAS DO SISTEMA CAVIDADE ABDOMINAL ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009 .................................................................................................26 TABELA 5 - CIRURGIAS DO SISTEMA URINÁRIO ACOMPANHADAS NO HVUFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009.................26 TABELA 6 – CIRURGIAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009...........26 TABELA 7 – CIRURGIAS DO SISTEMA NEUROLÓGICO ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009...........27 TABELA 8 – CIRURGIAS DO SISTEMA AUDITIVO ACOMPANHADAS NO HVUFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009.................27 TABELA 9 – CIRURGIAS DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELETICO ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO Á 08 DE MAIO DE 2009 .................................................................................................27 TABELA 10 - DE ALTERAÇÕES NO HEMOGRAMA ......................................62 LISTA DE GRAFICOS GRAFICO 1 – CIRURGIAS REALIZADAS DIVIDIDAS POR SISTEMAS REALIZADAS NO HV-UFSM ........................................................................ 28 GRAFICO 2 - RELAÇÃO DE CÃES E GATOS ATENDIDOS NO HV-UFSM 28 SUMÁRIO 1 INTRODUÇAO .............................................................................................. 18 2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ...................................................... 19 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................. 24 4 LUXAÇÃO TORACOLOMBAR .................................................................... 29 4.1 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ....................................................................... 29 4.1.1 Anatomia ................................................................................................. 29 4.1.2 Fisiopatologia e Patogênese ................................................................... 30 4.1.3 Diagnostico e Exames Auxiliares ............................................................ 30 4.1.4 Sintomatologia......................................................................................... 32 4.1.5 Diagnóstico Diferencial............................................................................ 33 4.1.6 Pré-Operatório e Protocolo Anestésico ................................................... 33 4.1.7 Técnica cirúrgica ..................................................................................... 34 4.1.8 Pós-Operatório ........................................................................................ 36 4.1.9 Prognóstico ............................................................................................. 38 4.2 RELATO DE CASO ................................................................................... 39 4.3 DICUSSÃO 53 5 RINOPLASTIA EM TUMOR DE CELULAS ESCAMOSAS.......................... 55 5.1 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ....................................................................... 55 5.1.1 Introdução ............................................................................................... 55 5.1.2 Epidemiologia.......................................................................................... 55 5.1.3 Patogenia ................................................................................................ 56 5.1.4 Comportamento biológico........................................................................ 56 5.1.5 Anamnese e Diagnostico......................................................................... 57 5.1.6 Tratamento .............................................................................................. 58 5.1.7 Anatomia ................................................................................................. 59 5.1.8 Protocolo anestésico ............................................................................... 59 5.1.9 Tratamento Cirúrgico............................................................................... 60 5.1.10 Prognóstico ........................................................................................... 60 5.2 RELATO DE CASO ................................................................................... 61 5.3 DISCUSSÃO .............................................................................................. 74 6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 76 7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA ............................................................................... 77 1 INTRODUÇAO O estágio curricular supervisionado tem por objetivo aprimorar os conhecimentos adquiridos pelo acadêmico durante a graduação. O presente relatório refere-se ao período de estágio curricular supervisionado, sob orientação acadêmica do Professor João Eduardo Wallau Schosslerz, realizado no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria (HV-UFSM), de 02 de março a 30 de Abril de 2009, totalizando 360 horas, no setor de Clinica Cirúrgica de Animais de Companhia (CCAC), sob orientação profissional do Professor Ricardo Maia. O atendimento oferecido pelo HV-UFSM, aos animais de companhia, é dividido em seis setores: Clinica Medica de Animais de Companhia (CMAC), Clinica Cirúrgica de Animais de Companhia (CCAC), Clínica Medica de Animais Selvagens (CMAS), Enfermaria, Neurologia e radiologia. O atendimento de rotina é realizado de segunda à sexta-feira das 8:00 às 12:00 e das 14:00 às 18:00 horas. Os atendimentos normais são feitos pelos professores e por residentes, os casos cirúrgicos são atendidos pelos mestrandos e doutorandos, sendo auxiliados pelos estagiários curriculares de cirurgia. Nesse relatório estão citados todos os casos acompanhados durante o período de estagio em forma de tabela e gráficos e o relato de 2 casos cirúrgicos, Luxação Toracolombar e Rinoplastia em Tumor de Células Escamosas. A finalidade do relatório é descrever, revisar e discutir os casos acompanhados durante o período de estágio. O estágio curricular tem como objetivos adquirir conhecimento que foi concedido durante a graduação, e estimular o aprendizado e o profissionalismo. 2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO O bloco A é a entrada do HV-UFSM (FIGURA 1) é composto de três ambulatórios para o setor de CMAC, o qual é revisado por residentes e professores para o atendimento, sendo auxiliados pelos estagiários da faculdade e curriculares de clinica, sendo realizados neles também os atendimentos de clínica cirúrgica, possuem um ambulatório para neurologia e um ambulatório para (CMAS), a enfermaria é composta por uma sala para enfermeiros, uma sala contendo gaiolas para animais internados e uma sala para curativos, a radiologia é composta por uma sala de espera, uma sala com duas máquinas de radiografia, uma sala de revelação automática e uma sala de ultra-sonografia. O bloco B é o setor de CCAM e é composto de três salas cirúrgicas (FIGURA 2), uma sala para recuperação, uma sala para materiais esterilizados e estufa para soluções (FIGURA 3) a qual tem ligação para matérias esterilizadas, uma sala de armazenamento, sendo todas elas ligadas pelo corredor (FIGURA 4) onde se localiza a escrivaninha para anotações pós-cirúrgicas e quadro de cirurgias agendadas (FIGURA 5) e a janela pela qual se recebe os animais tricotomizados e aplicados medicação pré-anestésica (MPA) conforme mostra figura 6, contendo dois vestiários, um feminino e um masculino. Os blocos A e o B são localizam-se no bloco 5, sendo que no bloco 6 são realizadas cirurgias experimentais e cirurgias de aula prática para animais de companhia, o bloco de grandes animais contem um centro cirúrgico, seis baias para cavalos e oito para outras espécies, com espaço para atendimento. FIGURA 1 – ENTRADA DO HV-UFSM FIGURA 2 – SALA DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DO HV-UFSM FIGURA 3 – SALA DE MATERIAIS ESTERILIZADOS E ESTUFA DO CENTRO CIRURGICO DO HV-UFSM FIGURA 4 – CORREDOR CENTRAL DO BLOCO CIRÚRGICO DO HV-UFSM FIGURA 5 - ESCRIVANINHA PARA ANOTAÇÕES PÓSCIRÚRGICAS E QUADRO DE CIRURGIAS AGENDADAS FIGURA 6 - JANELA RECEPÇÃO DOS PACIENTES PARA CIRURGIA FIGURA 7 – LOGOTIPO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Os estagiários de clinica cirúrgica fazem rodízio no período da manhã e da tarde, sendo divididos em um período no bloco A um período na bloco B dentro do centro cirúrgico apenas. Os estagiários que ficam no bloco A auxiliam nos atendimentos de clínica cirúrgica, assim como, nos atendimentos normais e de enfermaria, onde realizam: Limpeza de curativos, administração de medicamentos, preparação de animais para cirurgia (efetivando tricotomia e MPA) e levando animais para passear. Os que ficam no bloco B auxiliam nas cirurgias. 3.1 CASUÍSTICA Durante o período de estágio, foram acompanhados 78 casos cirúrgicos que no presente relatório estão descritos em tabelas divididas por sistemas (TABELA 1 a 9) e 83 de clínica médica e clínica cirúrgica, totalizando 161 casos acompanhados. Os casos relatados nas tabelas e gráficos de casuísticas, não são os números reais de ocorrência no hospital, somente os casos acompanhados durante o período de estágio. Durante o estágio, observaram ocorrência de alto índice de animais atropelados, que totalizaram 19, onde a maioria deles, sofreu cirurgia no próprio HV-UFSM e que devido à especialização de neurologia do HV-UFSM, atende também grande número de animais com problemas neurológicos, sendo relatado nesse trabalho um caso de animal atropelado com problemas neurológicos. Quanto às espécies, já se espera um numero maior de cirurgias na espécie canina, que totalizaram 72 e na espécie felina 6, conforme mostra gráfico 2. TABELA 1 – CIRURGIAS DO SISTEMA TEGUMENTAR ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Exérese de nódulos Abdominal 2 / Canino Exérese de nódulo Cauda 1 / Canino Exérese de nódulo 1 / Canino Exérese de nódulos anais 1 / Canino Otohematoma 1 / Canino Biopsia de pele 1 / Canino TOTAL 7 9% TABELA 2 – CIRURGIAS DO SISTEMA OFTÁLMICO ACOMPANHADAS NO HVUFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Enucleação 2 / Canino Sepultamento da glândula de 3º 2 / Canino pálpebra TOTAL 4 5% TABELA 3 – CIRURGIAS DO SISTEMA REPRODUTIVO ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Ovariosalpingohisterectomia 4 / Canino e 2 / Felino Orquiectomia 1 / Canino Mastectomia total 1 / Canino Mastectomia pacial 3 / Canino e 1/ Felino Lumpectomia 4 / Canino Cesariana 5 / Canino Piometra 3 / Canino TOTAL 24 30 % TABELA 4 – CIRURGIAS DO SISTEMA CAVIDADE ABDOMINAL ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Laparatomia exploratória 3 / Canino e 1 / Felino Sinos na linha alba 1 / Canino Herniorafia inquinal 2 / Canino Toracotomia exploratória 1 / Canino TOTAL 8 10 % TABELA 5 - CIRURGIAS DO SISTEMA URINÁRIO ACOMPANHADAS NO HVUFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Cistotomia 2 / Canino TOTAL 2 2,5 % TABELA 6 – CIRURGIAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO ACOMPANHADAS NO HVUFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Exodontia 2 / Canino e 1 / Felino Tratamento periodontal 3 / Canino Fístula de 4º molar 3 / Canino Ressecção de Tumor 1 / Canino TOTAL 10 13 % TABELA 7 – CIRURGIAS DO SISTEMA NEUROLÓGICO ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Laminectomia com fixação com pinos 1 / Canino Luxação e fratura de vertebra fixação 1 / Canino com pinos TOTAL 2 2,5 % TABELA 8 – CIRURGIAS DO SISTEMA AUDITIVO ACOMPANHADAS NO HVUFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Ressecção de canal auditivo 2 / Canino TOTAL 2 2,5 % TABELA 9 – CIRURGIAS DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELETICO ACOMPANHADAS NO HV-UFSM NO PERÍODO DE 03 DE MARÇO A 08 DE MAIO DE 2009 Cirurgia Nº de Casos / Espécie Porcentagem Osteossíntese de úmero 1 / Felino Osteossíntese de fêmur 4 / Canino Osteossíntese de tíbia 2 / Canino Osteossíntese mandibular 1 / Canino Artrodese de metacarpo 1 / Canino Artrodese de metatarso 1 / Canino Amputação de membro 4 / Canino Retirada de pinos 3 / Canino Luxação femuralacetabular 1 / Canino Reconstituição de ligamento cruzado 2 / Canino TOTAL 20 26 % GRÁFICO 1 – CIRURGIAS REALIZADAS DIVIDIDAS POR SISTEMAS REALIZADAS NO HV-UFSM Tegumentar Oftalmico 3% 3% 3% 9% Reprodutivo 5% 26% Abdominal Digestivo 29% 13% 9% MúsculoEsqueletico Neurologico Urinario Auditivo GRÁFICO 2 - RELAÇÃO DE CÃES E GATOS ATENDIDOS NO HV-UFSM 8% Caninos Felinos 92% 4 LUXAÇÃO TORACOLOMBAR 4.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1.1 Anatomia A estabilidade da coluna vertebral se deve aos componentes ósseos e dos tecidos moles que formam os compartimentos dorsal e ventral (BRUECKER & SEIM III, 1995), pelos ligamentos supra e interespinhoso, articulações dos processos articulares, articulações entre os corpos vertebrais e pelos ligamentos longitudinal ventral e dorsal (ALVES et al, 2007). A ruptura traumática da coluna vertebral e das estruturas de tecido mole de sustentação pode resultar na fratura ou luxação vertebral e disfunção da medula espinhal (BRUECKER & SEIM III, 1995). O suprimento arterial à coluna vertebral consistindo de um ramo espinhal entrando no canal vertebral através do forame intervertebral, intimamente associado ao nervo espinhal (HAYASHI, 2006), a drenagem venosa é realizada pelo plexo venoso vertebral interno, estendidos ventrolateralmente ao longo da superfície ventral do canal vertebral. Devido a dificuldades técnicas dos procedimentos cirúrgicos e ocorrência de hemorragia do plexo venoso, o cirurgião deve estar familiarizado com a anatomia do plexo venoso vertebral (HAYASHI, 2006). A medula espinhal (ME) e as raízes espinhais estão localizadas no interior do canal vertebral, sendo circundadas e protegidas por três camadas de meninges: a dura-máter, a aracnóide, e a pia-máter (ROSCAMP, 2007). O sistema subaracnóide tem um grande espaço logo abaixo da porção posterior do cerebelo e acima do bulbo. Este grande espaço é referido como cisterna magna que é o local de escolha para a coleta de fluído cerebrospinhal (FCE) nos animais domésticos (VIANNA, 2008). 4.1.2 Fisiopatologia e Patogênese A espinha toracolombar constitui o local mais comum para fraturas e luxações espinhais, ocorrendo entre T11 e L6 aproximadamente 50 a 60% dos casos (CHRISMAN, 1995). Muitas pesquisas têm sido realizadas para melhora da fisiopatologia associada a trauma da medula espinhal, a fim de que possam fornecer métodos terapêuticos mais eficazes. A maioria dos estudos experimentais baseia-se no trauma a medula espinhal toracolombar (CHRISMAN, 1995). As luxações e fraturas de coluna vertebral podem ser patológicas ou traumáticas. As fraturas e luxações traumáticas geralmente ocorrem na função de segmentos vertebrais móvel com outro imóvel, induzido por uma força estáticacinética, resultando em uma concentração da tensão desse local. Essa incapacidade da coluna vertebral em resistir a essas forças pode resultar em compressão da medula espinhal (BRUECKER e SEIM III, 1995). O movimento da ME em resposta à essas lesões extramedulares compressivas fica restrito não apenas pelas vértebras e meninges circunjacentes, mas também pelas raízes nervosas, ao deixarem à coluna vertebral. Freqüentemente a ME se torna encarcerada entre uma destas estruturas e a lesão agressora (ROSCAMP, 2007). 4.1.3 Diagnóstico e Exames Auxiliares Qualquer cão ou gato, independente de raça, idade ou sexo, pode sofrer de traumatismo de coluna vertebral em região toracolombar (CHRISMAN, 1995). A avaliação de animais sob suspeita de sofrer afecção neurológica deve incluir a anamnese clínica, sinais especiais do paciente, exame físico, e exame neurológico (ROSCAMP, 2007). Animais que sofreram trauma devem se realizados os exames com mínimo de movimentação do animal (CHRISMAN, 1995). Usam-se exames neurológicos seriados, exames de nervos cranianos (NC), reflexos espinhais, postura, sensibilidade (VIANNA, 2008), para avaliar o estado do paciente em melhora, estático ou em deterioração (SEIM III, 1995). Teste de NC confirma a presença de lesão acima do forame magno (VIANNA, 2008). Os reflexos espinhais são úteis para localizar a lesão no segmento especifico da medula espinhal (CHRISMAN, 1995). As reações de atitude e de postura testam à integridade das vias proprioceptivas, seus componentes cerebrais e cerebelares e também, as vias motoras responsáveis pela correção das mesmas (VIANNA, 2008), detectam a presença de deficiência sutil na força e coordenação na ambulação (ROSCAMP, 2007). A sensibilidade é o teste de presença ou ausência da percepção dolorosa profunda constitui o teste prognóstico mais importante do exame neurológico e constitui um indicador confiável da integridade do cordão espinhal (SEIM III, 1997). Com base nesses dados neurológicos, são classificados em cinco graus de deficiências neurológicas: grau I - somente dor; grau II - ataxia proprioceptiva, deficiência proprioceptiva consciente; grau III - paraparesia; grau IV – paraplegia com dor profunda; grau V - paraplegia sem dor profunda (FESTUGATTO et al, 2009). Estabelecida a área da lesão, o clénico devera então, através de meio auxiliares, como radiografia simples e mielografia, localizar com mais precisão o local da lesão e a causa (GOMES, 2008). Quando radiografias espinhais são efetuadas, deve-se usar anestesia geral. É exigido um posicionamento simétrico cuidadoso para sustentar a espinha durante reposicionamento, para a obtenção de projeções laterais e ventrodorsais de cada seção espinhal (GOMES, 2008). A mielografia é uma técnica escolhida para avaliar a compressão na espinha. Deve ser usado meio de contraste não iônico, solúvel em água, como o iohexol (SAMENTO et al, 2002; NISHIMORI et al, 2005 e GIORDANO e RIGUEIRA et al; 2006), é o menos tóxico e com menor índice de complicações (RIGUEIRA et al, 2006). A técnica pela cisterna magna é mais fácil de ser realizada, porém o contraste deve ser injetado vagarosamente para evitar apnéia. Além disso, o contraste pode não ultrapassar lesões obstrutivas caudais à coluna cervical. Se for realizada mielografia lombar, o contraste deve ser injetado sob pressão para delinear lesões obstrutivas da coluna torácica ou lombar (FILHO, 2005). A tomografia computadorizada é considerada superior a mielografia por possibilitar a avaliação do espaço subaracnóide e as anormalidades extradurais, por isso é de extrema valia para o direcionamento cirúrgico (BURGESE, 2009). 4.1.4 Sintomatologia A sensibilidade cutânea é reduzida ou torna-se ausente abaixo da lesão e aumentada na região ou imediatamente após o nível da lesão. Se a lesão ocorre após L3, haverá uma paraparesia ou paraplegia, perda parcial ou completa, respectivamente, da função motora voluntária nos membros pélvicos (ROSCAMP, 2007 e GIORDANO et al, 2007). Lesões de T2 a L3 não interferem no suprimento sensitivo ou motor dos membros pélvico, ânus, bexiga e cauda (CHRISMAN, 1995). A progressão dos sinais clínicos ocorre de acordo com o aumento da lesão medular e sua relação com envolvimento de fibras nervosas de diversos tamanhos. De acordo com este conceito, a perda da propriocepção ocorre em lesões médias (HAYASHI, 2006). Lesões cada vez mais severas promovem perda da habilidade de sustentação, do movimento voluntário e no final, da percepção da dor profunda (HAYASHI, 2006 e CHRISMAN, 1995). O reflexo panículo (FIGURA 8) pode estar deprimido ou ausente, caudalmente ao local da lesão medular. Os reflexos espinhais dos membros torácicos encontram-se normais. Já os reflexos dos membros pélvicos e o tônus muscular estão normais a exagerados, dependendo da gravidade da lesão. A atrofia do membro pélvico, se presente, resulta do desuso, sendo observada em animais com lesão crônica grave (FILHO, 2005). FIGURA 8 – REFLEXO PANÍCULO FONTE - MARCELO ROSCAMP, 2007. 4.1.5 Diagnóstico Diferencial O diagnóstico diferencial pode ser eliminado pela avaliação dos estudos físicos, hematológicos, bioquímico séricos, de fluido cérebro espinhal e radiográficos (SEIM III, 1995). Para Filho (2005) na região toracolombar, os principais diagnósticos diferenciais são discospondilite, neoplasia, distúrbios congênitos e mielopatia isquêmica. Para Giordano (2007) incluem essas afecções mais mielopatia degenerativa, neurite da cauda eqüina e afecções ortopédicas (artrite coxo-femoral, displasia coxo-femoral, ruptura do ligamento cruzado, contratura do grácil). 4.1.6 Pré-Operatório e Protocolo Anestésico Durante uma cirurgia de redução de vértebras, uma hemorragia como resultado de laceração de um ou ambos os seios venosos vertebrais pode ser fatal, deve ter dois cateteres cefálicos para permitir uma rápida administração de fluido, e haver sangue disponível para transfusão (FOSSUM, 2005). Os pacientes com lesão medular-vertebral sentem bastante dor e freqüentemente desenvolvem arritmias. A MPA realizada com opióide, associada a um agente anticolinérgico é benéfica para redução da dor pré e pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia vertebral, porém a sedação profunda é contra indicada, especialmente em animais com lesões medulares traumáticas, visto que pode ocasionar diminuição do tônus muscular e remoção do efeito protetor da musculatura epaxial sobre as vértebras instáveis (GODOI et al., 2009). Para manutenção anestésica, prefere-se isoflurano, halotano ou sevoflurano (FOSSUM, 2005). Alguns autores descrevem a influência combinação da anestesia sobre o aparecimento de crises convulsivas (LEXMAULOVÁ et al, 2008). Propofol, mesmo como barbitúricos, reduz a atividade epiléptica, sendo indicado para mielografia e cirurgia de coluna vertebral (LEXMAULOVÁ et al, 2008 e NISHIMORI et al, 2005). Deve-se evitar acepromazina, devido o risco de hipotensão e promover ataque convulsivo (FOSSUM, 2005). 4.1.7 Técnica cirúrgica A cirurgia vertebral e de medula espinhal em cães e gatos é baseada em três procedimentos: descompressão, fixação e exploração (TUDURY, 2001). As técnicas descompressivas para a coluna toracolombar compreendem as hemilaminectomias (unilaterais e bilaterais), minihemilaminectomias e laminectomias dorsais (TUDURY, 2001). A laminectomia é recomendada para aliviar a compressão da medula espinhal, que ocorre nas seguintes alterações patologicas da coluna espinhal; fraturas e luxações, protusão de disco intervertebral, hemorragias extradurais e neoplasias meningeas (TUDURY, 1985). Vários tipos de laminectomia dorsal foram descritas. Funkquist (1962) foi um dos primeiros veterinários, para descrever as técnicas de laminectomia no cão. Existe quatro tipos de laminectomias; laminectomia dorsal de Funkquist A, laminectomia dorsal de Funkquist B, laminectomia dorsal modificada, laminectomia dorsal deprofunda. ( TOOMBS e BAUER, 1995). A laminectomia é uma técnica que envolve a remoção dos processos espinhosos dorsais, lâminas dorsais, e quantidades variáveis de processos articulares e pedículos de pelo menos duas vértebras consecutivas. É importante que sejam removidos os processos espinhosos dorsais sem que sejam exercidas forças torcionais sobre as vértebras durante os cortes (FILHO, 2005). Funkquist investigou o melhor método de remoção óssea compatível com a necessária exposição da medula espinhal, sem incorrer em risco de instabilidade. Na operação do Funquist tipo A, pedículos são removidos abaixo do nível da superfície dorsal dural; na operação, o Funquist tipo B pedículos são deixados intactos acima da medula espinhal (JEFFERY, 1995), no laminectomia dorsal modificada é semelhante ao laminectomia dorsal Funkquist B, no entanto deve remover os processos articulares caudais inteiros e cortar por baixos das bordas da laminectomia, causando exposição adicional do canal espinhal, na laminectomia dorsal profunda, envolve a remoção da lamina dorsal, das facetas articulares, e dos pedículos ate a face ventral do canal vertebral (FOSSUM, 2005). Os meios de fixação de vértebras traumatizadas ou luxadas podem ser: Fixação com pinos de Steinmann e polimetil, colocação de placa em corpo vertebral dorsolateral, colocação de placa em processo espinhoso dorsal, fixação espinhal segmentar modificada (FOSSUM, 2005) Fixação com pinos de Steinmann, pode ser usada em qualquer área da espinha, qualquer idade ou tamanho do anima, é realizada facilmente e requer equipamento especial mínimo (FOSSUM, 2005). Pode ser realizada laminectomia junto a técnica, porem deve se tomar cuidado com polimetil metacrilato não entrar em contato com a medula espinhal (BRUECKER e SEIM III, 1995) As desvantagens dos outros procedimentos de fixação são: a placa em corpo vertebral dorsolateral tem a desvantagem que necessita de uma grande área de dessecação e inervação, a placa em processo espinhoso dorsal tem a desvantagem de arrancamento de parafusos, deslizamento dorsal das placas e reações seromatosas, entre outras, a fixação espinhal segmentar modificada tem a desvantagem que podem ocorrer migração de pino e fraturas por fadiga de fio de aço ortopédico ou pinos (FOSSUM, 2005). 4.1.8 Pós-Operatório O Pós-operatório de animais deve ser baseado na doença do animal. Tratando se de animais com paraplegia a fisioterapia é muito importante (FOSSUM, 2005). De acordo com SILVEIRA (2008), os objetivos do fisioterapeuta veterinário no tratamento clínico, das lesões de coluna são: debelar processos ou sinais inflamatórios; alívio da dor; diminuição de espasmos musculares, evitar ou reverter atrofias osteoarticulares, musculares ou nervosas; reabilitar estímulos proprioceptivos; acelerar o retorno anatomo-funcional; adaptar, aprimorar ou melhorar as condições de vida do animal; entre outras. Uma lesão completa é caracterizada pela transecção da medula espinhal, causando uma paralisia permanente. Contudo, se houver algum tecido nervoso remanescente no local da lesão, o paciente possuirá um potencial de recuperação e é nesse potencial que a fisioterapia trabalhara com exercícios e mecanicamente para fazer a reabilitação do paciente (LEVINE et al, 2008). Para cada animal é necessário um plano terapêutico diferente. Podendo ser citados: • Massagem: Em geral é caracterizada pela manipulação terapêutica de tecidos moles e músculos. (LEVINE et al, 2008). Atua sobre o tecido conectivo, neuromuscular e circulatório, trazendo benefícios como o aumento da circulação local, drenagem linfática, liberação de mediadores e neurotransmissores relacionados ao bem estar. É muito utilizada para acalmar o animal e como preparação para utilização de outras técnicas de fisioterapia (SILVEIRA, 2008). • Cinesioterapia: Silveira (2008) diz que nos exercícios passivos é realizada uma contração muscular involuntária através de uma força externa. Feitos de uma forma que o paciente possa evitá-los (LEVINE et al, 2008). É indicada para animais com dificuldades ou ausência de movimento nos membros (SILVEIRA, 2008 e GUIMARÃES, CRUZ, 2003). Tem como objetivo a reestruturação de movimento, aumento de flexibilidade, mobilidade, coordenação e equilíbrio. Este tipo de exercício não aumenta a força muscular, porém, minimiza a atrofia muscular (SANTOS, 2004). O Alongamento são exercícios passivos que aumentam o comprimento dos tecidos moles patológicos encurtados com isso aumentando a movimentação, aplicando a força entre 15 a 20 segundos, repetindo varias vezes em uma sessão de exercícios (SANTOS, 2004). • Eletroterapia: Para realizar a eletroteriapia os pêlos sob área de aplicação de estimulação elétrica (ES) devem ser tricotomizados ou presos para reduzir a impedância. Deve-se limpar a pele com álcool antes do inicio do tratamento, para remover a oleosidade da sua superfície (LEVINE et al, 2008) e redução da resistência para passagem de corrente elétrica (SOUZA, 2007). Para a contração muscular com o ES, os eletrodos devem ser posicionados sobre o músculo a ser estimulado (LEVINE et al, 2008). A eletroterapia consiste na utilização da corrente elétrica de baixa e média freqüência com finalidades terapêuticas (SANTOS, 2004). Pode-se obter: eletroanalgesia, relaxamento muscular, aumento da força, resistência muscular (SILVEIRA, 2008), analgésica, vasodilatação, diminuição da inibição reflexa (SANTOS, 2004), afetam positivamente o crescimento, reparo e remodelamento de tecidos moles e duros (CALDEIRA, 2006). A estimulação elétrica retardará e em alguns casos, evitará a atrofia muscular apesar da desnervação (SANTOS, 2004). A contração muscular fisiológica do animal ocorre gradativamente, já a contração muscular com estímulos elétricos, ativa todas as células ao mesmo tempo, podendo perder sua característica de suavidade e de ativação gradual, resultando em fadiga. O uso da freqüência ideal gera uma resposta fisiológica ótima, o que reduz a ocorrência da fadiga muscular (LEVINE et al, 2008). A corrente russa ou de Kotz tem sido usada para incremento de força. Consiste em uma corrente de média freqüência de 2.500 Hz modulada para 50 Hz (PELIZZARI et al, 2008). A estimulação elétrica é procedimento controvertido na literatura. Vários autores referem ser benéfica e sem prejuízos funcionais (ROMÃO, 2007), ao contrário de outros, que afirmam ser nociva, provocando contraturas e espasmos (ESQUISATTO, 2006 e SOUZA, 2001). • Hidroterapia: Utiliza as propriedades hídricas para conseguir: aumento de força muscular; aumento de resistência muscular; aumento de resistência cardiorrespiratória; aumento da agilidade; aumento do fluxo sanguíneo; sensação de bem-estar; diminuição da dor e diminuição do peso e impacto ao realizar exercícios dentro d’água (SILVEIRA, 2008) A terapia aquática parece ser benéfica no tratamento de pacientes com distúrbio de músculo-esquelético, neurológicos, cardiopulmonares (GIMENES et al, 2005), pacientes que se deseja pouca ou nenhuma sustentação de peso limitação da amplitude de movimento, para pacientes que estejam incapacitados de realizar exercícios no solo, pacientes que precisão de reeducação muscular (SAVIATTO, 2006). O calor superficial aliviando a dor, reduzindo os espasmos, facilitando dessa forma a transferência e marcha de pacientes com déficit muscular, explorando exercícios para preparar o paciente a realizar os movimentos em terra, (SAVIATTO, 2006). 4.1.9 Prognóstico O prognóstico varia conforme o grau de comprometimento neurológico e a localização da lesão. Um canino que apresenta paraplegia com lesão acima de L3, em geral tem um prognostico melhor do que um cão que tenha reflexos abolidos e abaixo de L3, pois de T2 a L3 afeta somente os corpos celulares dos neurônios inferiores para musculatura apendicular, já abaixo de L3 afeta corpos celulares dos neurônios inferiores para os membros posteriores, ânus e bexiga. Apesar de um diagnóstico precoce, antes da cirurgia não pode ser feito (CHRISMAN, 1985). A ausência de sinais de dor profunda, vários dias após o trauma é um mau prognóstico (CHRISMAN, 1985) e animais que mantêm a percepção profunda da dor no pós-operatório é de razoável a muito bom (ROSCAMP, 2007). 4.2 RELATO DE CASO Foi atendido, no HV-UFSM, um canino da raça cocker spaniel, fêmea, não castrada, de quinze anos de idade. A paciente foi atropelado há vinte e cinco dias, conseguido apoiar os membros pélvicos (MP) no dia, vinte quatro horas após o acidente não conseguia mais sustentar o seu corpo com os MP, emagrecendo após isso. O medico veterinário que atendeu a paciente no dia do acidente receitou cloridrato de tramadol, meloxican e óleo mineral. Ao exame físico feito no HV-UFSM, a paciente estava apática, bom estado nutricional, coloração da mucosa estava rosa pálida, temperatura 38,2 ºC, urinando normalmente e disquezia. No exame neurológico seu estado mental estava em alerta, paraplégia grau IV, reações posturais de propriocepção consciente (salto e hemi-salto), dos membros torácicos estavam normais, dos membros pélvicos estavam todos ausentes. Todas as respostas aos nervos cranianos, ambos os lados, estavam normais. Os reflexos espinhais segmentares de membros torácicos: salto (C7-T2); flexor (C7-T2); tônus muscular (C7-T1), bem como os pélvicos: patelar (L4-L6); flexor (L6-S2); perineal (S1-S3) e tônus muscular (L4-S3), apresentavam-se normais. Os reflexos do panículo estavam ausentes em L2, L3, L4, L5, ambos os lados. A nocicepção foi difícil de avaliar, porém apresentou normal em membro torácico, diminuída em membro pélvico e ausente em cauda. Foi encontrado a neurolocalização da lesão, na medula espinhal entre T3 e L3. Sendo feitas radiografias simples e mielografia, como exames de auxílio ao diagnóstico. Diagnóstico O diagnóstico do paciente foi realizado conforme citado na revisão bibliográfica, sendo encaminhada após a consulta para o centro de radiologia do HV-UFSM, onde primeiramente foram feitas radiografias simples lateral da região toracolombar, notando-se a luxação em L13 conforme a flecha (FIGURA 9), porém para confirmar o grau de compressão da medula espinhal, foi realizado a mielografia. Para mielografia, foi efetuada tricotomia ampla da região do occipital e atlas, cateterizada a veia cefálica do membro torácico esquerdo, após isso paciente foi intubado e induzido a anestesia geral com propofol. A paciente foi posicionada sobre uma mesa em triângulo, para que ocorresse através da força de gravitação, uma descida mais rápida do contraste pelo canal medular, da parte cranial para a caudal, seguindo-se o procedimento sendo feito anti-sepsia do local com álcool, iodo e álcool, após isso, sendo lateralizando o paciente foi inserida a agulha no espaço sub-aracnóide, na região da sisterna magna, coletado o fluido cérebro-espihal (FCE) para analise (o qual não teve alteração nenhuma) e injetado meio de contraste iohexol (Omnipaque®), na mesma agulha, esperou-se o tempo do contraste para atingir a região toracolombar. Foram reprizados radiografias na posição lateral a qual demonstrou interrompimento completo da passagem do contraste na vértebra T13 conforme mostra a flecha (FIGURA 10). FIGURA 9 – RADIOGRAFIA SIMPLES LATERAL DA REGIÃO TORACOLOMBAR NOTANDO-SE A LUXAÇÃO EM L13 (SETA) FIGURA 10 – MIELOGRAGRAFIA LATERAL MOSTRANDO INTERROMPIMENTO COMPLETO NA REGIÃO DE T13 (SETA) Protocolo Anestésico e Medicação Pré-Operatória Primeiramente no pré-operatório, foi administrado antibiótico profilático 30 min antes da cirurgia sendo de escolha a cefalotina na dosagem de 30 mg/kg por via intravenosa (IV). A MPA administrada foi administrada morfina na dose 0,6 mg/kg e atropina na dose 0,044 mg/kg via intramuscular (IM), diazepam na dose 0,5 mg/kg/IV e a indução foi realizada com base de propofol na dose 4 mg/kg. A manutenção realizada com isofluorano. Técnica Cirúrgica Foi feita uma ampla tricotomia desde a região C6 ate S3, colocou-se compressas enroladas no abdômem do animal a baixo da luxação para elevar a região toracolombar, fixou-se o animal à mesa com esparadrapo na altura da C6 e na S3 para que a paciente se mantevesse na mesma posição durante a cirurgia (FIGURA 11). A anti-sepsia foi efetuada com álcool, iodo e álcool novamente, com gaze esterilizada e pinça de duval. Foram colocados os panos de campo deixando espaço apenas para a incisão, pinçando com as pinças bacaus. Seguindo a incisão sobre a linha media dorsal entre as vértebras T12, T13, L1 e L2, foram dissecados os músculos multifido e longuíssimo dorsal com auxilio do levantador de periósteo (a fim de minimizar hemorragia) e com auxilio do afastador de Gelpi e waitlaner para facilitar o campo de visão e a dissecação até o nível das facetas articulares, o mais próximo da crista dorsal para evitar hemorragias (FIGURA 12). Hemorragia arterial (os ramos das artérias intercostais e lombares) são frequentemente encontradas como os tendões do músculo multifidos são cortados em seus anexos para o processo mamilar do processo articular. É conveniente cessar essa hemorragia com eletrocaltério (JEFFERY, 1995). Tentou-se colocar a luxação no lugar com auxílio de duas pinças bacaus na crista das vértebras T12 e L1, contudo por causa do tempo do ocorrido, havia intensa deposição de tecido fibroso, não permitindo a redução, fixando com pinos de Steinmann conforme mostram a figura 12, com a furadeira autoclavável nos corpos vertebrais T13 e L1, sendo colocados 3 a 4 mm abaixo dos processos espinhosos dorsais. O procedimento continuou com laminectomia Dorsal Funkquist B, para aliviar a pressão medular. A laminectomia foi feita na vértebra L1 e parte do processo espinhoso da T13. Sendo feita com uma pinça goiva Stilleluer dupla articulada retirou a crista vertebral (FIGURA 13). Com uma broca sulcada de 3mm de diâmetro acoplada a uma perfuratriz elétrica de baixa rotação (FIGURA 14) iniciou o desgaste da camada cortical externa a camada cortical branca (simultaneamente irrigação com solução fisiológica e aspiração do local Figura 15), remoção dos processos articulares, remoção da camada medular do tecido ósseo. Na camada cortical interna a perfuração foi feita em pinceladas, devido à proximidade com a medula. Utilizado também pinça de Kerrison para auxiliar na retirada destas camadas ósseas. Foi realizada uma variação da técnica, deixando parte do processo espinhoso dorsal de T13, mantendo o máximo possível de tecido ósseo, visando uma maior estabilidade, visto que o segmento medular que estava comprimido já fora liberado. Após feita a laminectomia, foram cortados os pinos de Steinmann, ficando de 1,5 a 2,0 mm expostos. Em seguida aplicacou polimetil metacrilato sobre os pinos para fixação (FIGURA 16), com auxilio de pinças para o acomodamento do polimetil metacrilato, cuidando para não entrar em contato no local feito laminectomia. Antes do fechamento o ferimento foi lavado com solução fisiológica a temperatura ambiente e o local foi aspirado. Fechamento da musculatura epaxial em padrão contínuo e fio de nylon 2-0, fechamento do subcutâneo em padrão contínuo com fio nylon 2-0. Síntese de pele em padrão Wolf horizontal isolado, com fio de nylon 2-0. Crioterapia com bolsa de gelo por 15 minutos. FIGURA 11 – FIXAÇÃO DO PACIENTE A MESA PARA MANUTENÇAO DA MESMA POSIÇÃO DURANTE A CIRURGIA FIGURA 12 – AFASTADORES DE WAITLANER A ESQUERDA E DE GELPI A DIREITA E PINOS DE STEINMANN COLOCADOS NO CORPO DA VÉRTEBRA FIGURA 13 - PINÇA GOIVA DE STILLER-LUER DUPLA ARTICULADA RETIROU A CRISTA VERTEBRAL FIGURA 14 – USO DA BROCA PNEUMÁTICA E GOTEJAMENTO DE SOLUÇÃO SALINA 0,9% FIGURA 15 – ASPIRAÇÃO COM A PONTEIRA FIGURA 16 – ACRÍLICO ODONTOLÓGICO SOMENTE AO REDOR DOS PINOS PARA FIXAÇÃO Pós-operatório Foi feita radiografia simples para ver o posicionamento dos pinos e o quanto foi reduzida a luxação (FIGURA 17). Não realizou antibióticoterapia no pós-operatório, pois foi uma cirurgia totalmente asséptica, sendo citada por Mazzante (2009). Como agente analgésico foi administrado nas primeiras 24 horas, morfina na dose de 0,5 mg/kg por via subcutânea (SC), continuando com cloridrato de tramadol na dose de 1mg/kg/SC a cada 6 horas por mais 5 dias. Foram realizadas limpeza da ferida com solução fisiologia a 0,9% duas vezes ao dia. A paciente foi encaminhada para fazer fisioterapia 5 dias após a cirurgia, sendo submetido a 12 sessões de fisioterapia primeiramente, 3 vezes por semana, com intervalo de 48 horas entre as sessões e duração de 1 hora cada sessão. Foram empregados os seguintes exercícios: eletroestimulação neuromuscular (EENM) média freqüência (Russa), massagem e exercícios passivos. Após 72 horas de término das 12 sessões , foi submetido a mais 6 sessões de hidroterapia. Primeiramente foi aplicada massagem superficial com gel, com duração de 15 minutos, em movimentos circulatórios (FIGURA 18), para fazer o relaxamento do animal, seguido de exercício passivo, que são movimentos passivos em forma de bicicleta e alongamento (FIGURA 19), com duração de 15 minutos. Após esses exercícios a sessão continuava com EENM, com o aparelho de ES da marca Neurodin Geração 2000 da Imbramed. O EENM foram empregados nos músculos vasto medial e vasto lateral com parâmetros da corrente emitida pelo aparelho de EENM foram freqüência de 2.500Hz, largura do pulso de 50%, modo sincronizado, com ciclos de estimulação de 12 segundos seguidos por 25 segundos de descanso (relação on:off de 1:2). A rampa de subida (rise) três segundos e descida (decay) do pulso três segundos. A intensidade de corrente foi controlada de acordo com o desconforto do animal ao estímulo (vocalização, inquietude, retirada do membro estimulado). Os músculos estimulados foram os que compõem o quadríceps femoral, ou seja, vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e reto femoral. Para a realização da EENM, foi feita a tricotomia da coxa direita e antisepsia com álcool para remoção da oleosidade e redução da resistência para passagem de corrente elétrica. Dois eletrodos de canais diferentes foram colocados sobre os pontos motores (GOMES, 2008) dos músculos vasto medial e vasto lateral e os restantes situados sobre os mesmos músculos (FIGURA 20 e FIGURA 21), o mais distante possível entre eles, para fechamento de corrente numa disposição diagonal. Foi aplicado gel condutor apropriado de aproximadamente 3mm de espessura sob os eletrodos, posicionados conforme a técnica quadripolar (KITCHEN, 2003) e fixados com fita adesiva. A hidroterapia foi feita com o equipamento fitness dog (FIGURA 22). As sessões de hidroterapia foram aumentando gradualmente, conforme o acondicionamento da paciente. Duraram em torno de 8 minutos variando para mais ou para menos, durante as sessões, andando em torno de 1km e meio cada sessão (FIGURA 23). A evolução ocorreu da seguinte forma. Nove dias após a cirurgia começou a mexer os membros, dezenove dias após a cirurgia levantou-se sozinha na mesa e permaneceu em estação sem apoiar muito o membro direito mais atrofiado, vinte um dias após o proprietário relatou que levantou e deu alguns passos, trinta dias após paciente chegou caminhando bem, porém com pouco desequilíbrio. FIGURA 17 – RADIOGRAFIA PÓS-CIRURGIA PARA VER O POSICIONAMENTO DOS PINOS E O QUANTO FOI REDUZIDA A LUXAÇÃO FIGURA 18 - MASSAGEM SUPERFICIAL FIGURA 19 - MOVIMENTOS PASSIVOS EM FORMA DE BICICLETA E ALONGAMENTO FIGURA 20 – POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS PARA ELETROTERAPIA FIGURA 21 – PACIENTE SUBMETIDO A ELETROTERAPIA FIGURA 22 – EQUIPAMENTO PARA HIDROGINÁSTICA COM ESTEIRA FIGURA 23 – PACIENTE REALIZANDO HIDROTERAPIA 4.3 DISCUSSÃO Os pacientes que sofrem atropelamento estão propensos a sofrer fraturas ou luxação de vértebras, podendo apresentar diversos graus de compressão da ME, resultado de uma concentração de tensão desse local, sendo de acordo com a literatura as vértebras toracolomares o local mais comum para fraturas e luxações. O protocolo de avaliação do paciente foi realizada como a literatura cita, sendo diagnosticada como luxação toracolombar e de acordo com relato de Festugatto (2009) classifica-se como grau IV de paraplegia. A localização da lesão no paciente foi realizada através de reflexo do panículo, estando ausente em L2, L3, L4, L5. Segundo Filho (2005), o reflexo panícular pode estar ausente ou deprimido, caudalmente ao local da lesão medular. A integridade da medula espinhal foi testada com sensibilidade da dor profunda, resultando em diminuída nos membros pélvicos. Conforme a literatura a percepção da dor profunda constitui o melhor teste para avaliar o prognostico do paciente. A mielografia foi realizada com meio de contraste iohexol (Omnipaque®), sendo citado como o menos tóxico e com menor índice de complicações. Porém segundo Burgese (2009) sendo de extrema valia para o direcionamento cirúrgico. A MPA realizada ao paciente com opióide, associada a um agente anticolinérgico é benéfica para redução da dor pré e pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia vertebral (GODOI et al, 2009), assim como o propofol, também administrado ao paciente é indicado na literatura. O procedimento cirúrgico foi realizado fixando com pinos de Steinmann com a furadeira autoclavável nos corpos vertebrais T13 e L1 seguido de laminectomia Dorsal Funkquist B, para aliviar a pressão medular sendo aplicado polimetil metacrilato sobre os pinos para fixação. A Fixação com pinos de Steinmann e polimetil pode ser usada em qualquer área da espinha, qualquer idade ou tamanho do paciente, é realizada facilmente e requer equipamento especial mínimo. Não sendo observando na literatura desvantagens como outras técnicas de fixação. De acordo com Tuduty (1985) a laminectomia é recomendada para aliviar a compressão da medula espinhal e a Funkquist B pedículos são deixados intactos acima da medula espinhal, sendo a técnica recomendada por remover menor quantidade de processos ósseos. A paciente ao final da fisioterapia estava se locomovendo sozinha com pouca dificuldade de ambulação, resultando em um bom prognóstico, pois segundo Chrisman (1995) o prognóstico varia conforme o grau de comprometimento neurológico e a localização da lesão. Um paciente que apresenta paraplegia com lesão acima de L3, em geral tem um prognóstico melhor do que um cão que tenha reflexos abolidos e abaixo de L3. 5 RINOPLASTIA EM CARCINOMA DE CELULAS ESCAMOSAS 5.1 REVISAO BIBLIOGRÁFICA 5.1.1 Introdução Neoplasia é um termo geral que inclui proliferações celulares que não estão mais sob o controle dos mecanismos normais do organismo. O carcinoma de células escamosas (CCEs) refere-se especificamente a células malignas, sendo considerado uma doença relacionada ao crescimento celular descontrolado (DIAS, 2008). Neoplasmas da pele e seus anexos são muito comuns em países de clima tropical como o Brasil (SCOPEL et al, 2006). O CCEs é um neoplasma maligno da epiderme, relativamente comum em homens e animais, podendo ter ampla variedade de formas clínicas (BARROS, 2008). comum em felinos, bovinos, caninos, eqüinos, relativamente incomum em ovinos e raro em cabras e suínos (SCOPEL et al, 2006). 5.1.2 Epidemiologia De Nardi (2002) afirma que os tumores de pele e os de tecido subcutâneo são os que mais acometem os cães representando, aproximadamente, 1/3 de todas as neoplasias diagnosticadas nessa espécie. No cão, o CCEs acontece mais comumente na cabeça, abdômen, membros anteriores, membros posteriores, períneo e dígitos (SCOPEL et al, 2006 e BARROS, 2008). As raças de cães consideradas de alto risco são o Schnauzer, Basset Hound e Collie, enquanto que o Boxer possui um risco menor para esta enfermidade (SCOPEL et al, 2006). De acordo com Scopel et al (2006), em seus 4 anos de revisão observou-se que há uma maior de ocorrência deste tipo de carcinoma em caninos do que em felinos, bovinos, eqüinos e ovinos respectivamente nesta ordem. Em relação ao sexo dos animais, as fêmeas foram mais acometidas do que os machos. Animais de meia idade (6 a 10 anos) apresentaram uma maior predisposição para o desenvolvimento do carcinoma de células escamosas do que os jovens e os de idade mais avançada. Já Barros (2008), afirma que geralmente ocorre em idade superior a cinco anos com maior ocorrência em cães entre nove e 15 anos com pele pobremente pigmentada. Concluindo que o CCEs pode ocorrer em animais jovens, mas a incidência aumenta com a idade (SCOPEL et al, 2006). 5.1.3 Patogenia Vários fatores estão associados ao desenvolvimento deste carcinoma, dentre eles podemos destacar a prolongada exposição à luz ultravioleta emitida pela luz solar (BARROS et al, 2006; SCOPEL et al, 2006; MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007 e BARROS et al, 2008), ocorrendo os maiores números de casos em baixas latitudes, onde há maior exposição direta aos raios solares (BARROS, et al 2006). Outros fatores podem ser: Falta de pigmentação dentro da epiderme, a falta de pêlos ou a disposição de pêlos de forma esparsa na pele, úlceras crônica, cicatrizes, pré-existência de dermatites crônicas, imunossupressão (SCOPEL et al, 2006 e MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007) e papilomavírus onde o CCEs desenvolve se em áreas de vacinação para papilomavírus bucal (KRAEGEL e MADEWELL, 2004). 5.1.4 Comportamento biológico Como já foi dito é um neoplasma maligno, que se diferencia para queratinócitos (SCOBEL et al, 2006) Os CCEs são usualmente solitários (MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007), as metástases são raras de acordo com vários autores (KRAEGEL e MADEWELL, 2004; BARROS, et al 2006; SCOPEL et al, 2006; MAFFEZZOLLI, ZOTTI, 2007 e BARROS et al, 2008), geralmente observadas em animais com neoplasmas grandes; nesses casos, os êmbolos de células neoplásicas inicialmente atingem os linfonodos da cabeça antes de alcançarem a circulação sangüínea, através do ducto torácico (BARROS et al, 2006) e mais tarde para os pulmões (KRAEGEL e MADEWELL, 2004). Em caninos o CCEs de plano nasal não deve ser considerado um tumor induzido pela luz solar (KRAEGEL e MADEWELL, 2004), porém, é localmente invasivo, destrutivo, proliferativo e provoca ulceração na epiderme (sangrando facilmente), contudo Barros (2008), afirma ser raramente metastático. As células escamosas neoplásicas não ficam restritas à superfície externa do neoplasma, ao invés disso, são massas irregulares, de cordões alongados de células neoplásicas estendendo-se aleatoriamente por toda o neoplasma (SCOPEL et al, 2006). 5.1.5 Anamnese e Diagnóstico É consenso na literatura médica veterinária sobre a importância da avaliação completa do paciente para a definição do diagnóstico, prognóstico e terapia dos animais portadores de neoplasias (DE NARDI et al, 2002), o histórico que o paciente apresenta geralmente são, lesões macroscópicas as quais devem ser associadas à identificação de fatores predisponentes (BARROS et al, 2008). Além da anamnese, o exame físico aliado á citologia, radiografia e histolopatologia definem precisamente o diagnóstico (DE NARDI et al, 2002), porém conforme Barros (2008) o diagnóstico definitivo é com o histopatológico e segundo Galera e Martins (2001) o exame citológico é apenas para confirmação, hemogramas apresentam-se normais geralmente (TILLEY E JUNIOR, 2008). Os exames devem ser realizados o quanto antes, para permitir o tratamento e evitar metástase para os linfonodos locais (MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007), porém Xavier et al (2008) cita que o diagnóstico geralmente é tardio e decorre de tratamentos infrutíferos instituídos para tratar ferida comum. Nos sinais clínicos e exame físico conforme Kraegel e Madewell (2004) relata que em plano nasal de caninos ocorre: epistaxe ou espirros, ulceração ou tumefação do plano nasal. Na citologia pode-se observar células epiteliais agrupadas, arredondadas com citoplasma basofílico, pouco diferenciadas, até células não queratinizadas maduras grandes e angulares, com citoplasma abundante, núcleo e vacuolização perinuclear (MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007). A radiografia é recomendada em CCEs em plano nasal de acordo com Kraegel e Madewell (2004) para avaliar metástases em pulmão no tórax e no abdômen nódulos linfáticos sublombares e para Tilley e Junior (2008) a radiografia do crânio revela padrão típico de destruição assimétrica dos turbinados caudais; superposição de massa de tecido mole; pode se observar densidade fluida nos seios frontais secundários a obstrução do fluxo de saída. Histologicamente são compostos, de massas irregulares ou cordões de células epidérmicas, que proliferam invadindo a derme adjacente. Como a célula que origina o tumor é o queratinócito, umas das características desse tumor é a formação de queratina e a quantidade formada depende do grau de maturação do tumor (XAVIER et al, 2008). 5.1.6 Tratamento A opção do tratamento depende não só do estadiamento do neoplasma, mas do grau de aceitação do proprietário com relação aos efeitos colaterais, as mudanças estéticas, da disponibilidade de equipamentos, fármacos, (MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007). O CCEs é um dos poucos neoplasmas em que várias opções, além da cirurgia, estão disponíveis para o paciente como: crioterapia, radioterapia, quimioterapia e terapia fotodinâmica (SCOPEL et al, 2006). A crioterapia que é a aplicação do frio, com fins terapêuticos, visando a congelação dos tecidos biológicos, o que acarretaria inibição fisiológica ou destruição tecidual das células neoplásicas, porém são poucos os autores que indicam o procedimento em lesões muito amplas (LUCAS e LARSSON, 2006). A radioterapia e terapia fotodinâmica são mais comumente utilizadas em situações onde as lesões são inoperáveis ou requerem cirurgias multilantes, assim como em casos de recidiva, tento resultados excelentes. Infelizmente no Brasil só dispomos de tais serviços em grandes centros e com grande custo (MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007). De acordo com Kraegel e Madewell (2004), para caninos com CCEs de plano nasal a radioterapia apresentam pouca resposta, porém mostrou ser eficaz para CCEs induzido por luz solar. A quimioterapia pode ser sistêmica, tópica ou intralesional. A intralesional na qual são depositados agentes citotóxicos no local da lesão, combinados a adjuvantes como óleo de sésamo, colágeno bovino ou epinefrina, na tentaiva de minimizar a absorção sistêmica e aumentar a concentração local do quimioterápico (MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007). Os agentes citotóxicos podem ser cisplatina ou 5fluoruracil (KRAEGEL e MADEWELL, 2004). A quimioterapia sistêmica é utilizada para alivio paliativo para caninos com lesões disseminadas ou metastáticas (KRAEGEL e MADEWELL, 2004). A quimioterapia pós-operatória deve ser considerada para pacientes com neoplasias potencialmente metastáticas (OLIVEIRA, 2007) 5.1.7 Anatomia A cavidade nasal se estende desde as narinas até o meato nasofaringeano e é separado em duas metades pelo septo nasal. O septo é predominantemente cartilaginoso, mas também possui porções ósseas e membranosas. As conchas nasais se desenvolvem a partir das paredes laterais e dorsais da cavidade nasal, as vias aéreas entre as conchas são conhecidas como meatos. Os seios paranasais incluem recesso maxilar, seio frontal e seio esfenóide, o seio frontal ocupa o processo supra-orbitário do osso frontal (FOSSUM, 2005). O suprimento sanguíneo da cavidade nasal é extenso e se origina de ramos da artéria maxilar, um vasto terminal da artéria carótida externa (JUNIOR, 2005). 5.1.8 Protocolo anestésico Normalmente procedimentos oncológicos são demorados e radicais, devido a necessidade de margem envolvendo, geralmente com grande perda de sangue, devendo tomar providencias cabíveis para eventual transfusão (FANTONI e CORTOPASSI, 2002), se necessário colocar cateteres cefálicos permitindo administração de sangue (FOSSUM, 2005) Os barbitúricos e opióides afetam significativamente a resposta imune, favorecendo recidivas e ocorrências de metástases. O cloridrato de tramadol em contraste com a morfina favorece a resposta imune e deve ser o analgésico de escolha (FANTONI e CORTOPASSI, 2002). 5.1.9 Tratamento Cirúrgico A excisão cirúrgica é rápida e eficaz em lugares acessíveis, a qual tem a vantagens de remover o CCEs com margem cirúrgica livre de células neoplásicas (KRAEGEL e MADEWELL, 2004 e FERREIRA et al, 2006 ). Para caninos pode ser feita a ressecção da região (se tiver espaço para margem sem células neoplasicas) ou combinada com ressecção da pré-maxila. É a única terapia relatada que animal tem sobrevida maior que 6 meses (KRAEGEL e MADEWELL, 2004). Embora a rinoplastia possa não estender de modo apreciável a vida do paciente com tumores nasais, ela torna mais confortável (FOSSUM, 2005). Traqueostomia permanente pode beneficiar alguns cães que apresentam dificuldades respiratórias graves. Assim como sangramento que não se interrompe após termino da cirurgia pode-se utilizar faixas de gaze saindo pela narina ou de um estoma dorsal e suturá-la na lateral da face, removendo 1 ou 2 dias após (FOSSUM, 2005). Apenas a cirurgia não é curativa (TILLEY e JUNIOR, 2008) 5.1.10 Prognóstico A precocidade no diagnóstico tem efeito fundamental no prognóstico (SCOPEL et al, 2006 e MAFFEZZOLLI e ZOTTI, 2007). Lucas e Larsson (2006) relatam que os prognósticos revelam ser desanimadores, por apresentarem resultados poucos satisfatórios, Maffezzolli e Zotti (2004) confirma o prognóstico menos efetivo para CCEs de plano nasal que que não se remova parte da maxila. 5.2 RELATO DE CASO Foi atendido no HV-UFSM um canino, macho, sem raça definida (SRD), de 8 anos com 9,5kg de massa corporal, com histórico de aumento de volume no focinho há três meses. O proprietário relatou que a principio era apenas um inchaço que veio à ulcerar, paciente tossia e roncava muito. Não percebeu nenhuma alteração em urina e fezes, sem histórico de vacinação regular, desvermifugado há 2 meses e alimentando-se normalmente. Ao exame clínico observou-se estado nutricional bom, estado de hidratação normal, coloração das mucosas rosadas, temperatura retal de 38,7 C, sem linfonodos aumentados, freqüência cardíaca de 140 batimentos por minuto, sem alterações na ausculta cardíaca, freqüência respiratória 40 movimentos respiratórios por minuto, sem alterações na ausculta pulmonar, nódulo de aproximadamente 6 centímetros de diâmetro, ulcerado, de coloração vermelho escuro, aderida ao plano frontonasal (FIGURA 24). Foram solicitados exames auxiliares como, hemograma, citológico, radiografia de face e tórax. O hemograma no dia da consulta estava normal com leve anemia apenas, já os hemogramas após quimioterapia resultaram discreta anemia normocitica normocromica, leucocitose com monocitose, aumento de segmentados, citológico revelando carcinoma de células escamosas e radiografia apresentando lise óssea frontonasal (FIGURA 25) sem alterações na leitura da radiografia torácica. O paciente foi internado para quimioterapia sistêmica e tópica, realizada uma vez por semana, completando 4 sessões antes da cirurgia, com 5-fluoruracil na dose de 3,6 ml/kg e em pasta. Diariamente foram realizadas limpezas do nódulo ulcerado com solução fisiológica e aplicação de 5-fluoruracil tópico e inflame gotas 6 gts/VO. Sem diminuição do nódulo neoplásico, somente vascularização do neoplasma, sendo encaminhado para cirurgia. diminuição da TABELA 10 - DE ALTERAÇÕES NO HEMOGRAMA Dias 16.03 19.03 26.03 02.04 16.04 Hematocrito 33.6 29.4 30.3 28.6 28.3 Leucocitos 17.800 19.900 26.300 27.800 23.600 Segmentados 13.706 17.131 20.514 23.630 19.116 FIGURA 24 – NÓDULO ULCARADO ADERIDO PLANO FRONTONASAL FIGURA 25 – RADIOGRAFIA LATERAL MOSTRANDO LISE (SETA) Pré-Operatório e Protocolo Anestésico Primeiramente foi administrado a MPA a qual era composta por acepromazina na dose de 0,05 mg/kg/IM e fentanil na dose de 25 mg/kg/IM. Foi realizada tricotomia ampla, na altura do abdômen ate a ponta do plano nasal e em torno do pescoço (FIGURA 26), pois não se sabia exatamente aonde seria feito o flap, permitindo deixar somente as orelhas sem tricotomizar. Foi cateterizada a veia cefálica do membro torácico esquerdo, sendo mantida com solução salina 0,9% para manter uma via de acesso, pela da qual foi administrado propofol para indução. O agente anestésico de escolha foi o halotano e a terapia de apoio foi composta por morfina na dose de 0,5 mg/kg/IM e cefalotina 30 mg/kg/IM. FIGURA 26 – PACIENTE COM TRICOTOMIA AMPLA Técnica cirúrgica O paciente foi colocado com a cabeça sobre panos de campos para melhorar o campo de visão dos cirurgiões. A cirurgia começou com a incisão da pele em torno da massa neoplasica, incisão foi realizada desde a parte rinária (coxim nasal) até a extensão do seio frontal passando lateralmente próximo à borda ocular (FIGURA 27), incisou-se a fáscia subcutânea em torno da massa neoplasica. Com auxilio de pinças bacaus e anatômica, foi divulcionado em torno da massa (FIGURA 28), entrando em ambos os lados da cavidade nasal, como a massa neoplásica nasal já havia penetrado por toda extensão das fossas nasais e realizado lise óssea da própria, foi utilizado tesoura mayo e pinça anatômica para retirar a maior parte do neoplásma (FIGURA 29), com auxilio de elevador de periósteo e cureta (FIGURA 30) retirou-se a neoplasia que encontrava-se aderida ao osso, causando rompimento do seio frontal extravasando secreção inflamatória densa (FIGURA 31). Havia massa neoplásica solta dentro da cavidade nasal conforme mostra figura 32. Após a retirada da massa neoplásica, foi lavada com solução fisiológica ligado a um equipo, acontecendo um sangramento difuso dentro da cavidade, sendo interrompido com gaze compressivas por 5 minutos (FIGURA 33). Depois de cessado o sangramento, foi feito osteotomia do osso para deixá-lo em forma de retângulo com uma broca pneumática com serra redonda, ao mesmo tempo foi sendo gotejada solução fisiológica com uma seringa, para minimizar o aquecimento do local (FIGURA 34). A osteotomia foi realizada para acomodar o implante de titânio (FIGURA 35), sendo dobrado levemente as bordas para acomodá-lo conforme a anatomia nasal, fixado os parafusos cirúrgicos entre os furos da placa (FIGURA 36). Para haver tecido para a sutura, foi seguida a incisão e feito um flap na altura das orelhas entre elas (FIGURA 37). O qual foi suturado com vicryl 3-0 até o implante de titânio e depois na fáscia ao lado do titânio e em alguns pontos do titânio (FIGURA 38), a pele foi fechada com nylon 3-0 (FIGURA 39). FIGURA 27 – INCISÃO NA PELE EM TORNO DA MASSA NEOPLÁSICA (SETAS) FIGURA 28 – DIVULSÃO EM TORNO DA MASSA NEOPLÁSICA FIGURA 29 – TESOURA RETIRANDO A MASSA NEOPLÁSICA FIGURA 30 – CURETA PARA RETIRADA DO NEOPLASMA ADERIDO AO PLANO NASAL FIGURA 31 – SECREÇÃO INFLAMATÓRIA FRONTAL (SETA) NO SEIO FIGURA 32 – MASSA NEOPLASICA LIVRE DENTRO DA CAVIDADE NASAL FIGURA 33 – POSICIONAMENTO DE GAZES COMPRESSIVAS INTERROMPER SANGRAMENTO (SETA) PARA FIGURA 34 - OSTEOTOMIA DO PLANO NASOFRONTAL E GOTEJAMENTO DE SOLUÇAO FISIÓLOGICA FIGURA 35 – OSTEOTOMIA EM RETANGULO (SETAS) FORMA DE FIGURA 36 – IMPLANTE FIXADO COM PARAFUSOS OSSEOS (SETAS) FIGURA 37 – FLAP PARA CORREÇÃO DA INCISÃO CUTÂNEA FIGURA 38 – FLAP SENDO SUTURADO PARA CORREÇAO CUTANEA FIGURA 39 – SUTURA DE PELE NO PACIENTE Pós-Operatório No pós-operatório foi administrado morfina na dosagem de 0,5 mg/kg via IM, maxican a 2% na dosagem de 0,1 mg/kg via subcutâneo (SC), cefalotina na dosagem de 30 mg/kg via IM e dipirona na dose de 25 mg/kg via IM. Contudo no quinto dia pós-cirúrgico o paciente começou a fazer enfisema no subcutâneo de uma forma rápida se estendendo por todo corpo, ficou apático sendo administrado cloridrato de tramadol na dose de 4 mg/kg via SC e uma dosagem única de bezentacil 40.000 UI/kg via IM. Após ser drenado o enfisema do paciente foi enfaixado desde a cabeça contornando o maxilar e a mandíbula (deixando espaço para se alimentar), ate o abdome (FIGURA 40) para controlar o enfisema por pressão. Após o controle, o paciente recebeu alta. FIGURA 40 – PACIENTE SENDO ENFAIXADO CONTROLE DE ENFISEMA PARA 5.3 DISCUSSÃO O CCEs é um neoplasma malígno da epiderme, relativamente comum aos animais, onde os caninos são as espécies mais acometidas. O diagnóstico é baseado em histórico, citologia, histopatológico e radiografia para avaliar metástases. O paciente passou por exames físicos, citológicos e radiografias. De acordo com a literatura o exame citológico é apenas para confirmação e o diagnostico definitivo é realizado através do histopatológico. A idade de maior probabilidade de acordo com a literatura é a meia idade, sendo compatíveis com o paciente. O principal fator deste neoplasma é a exposição a raios ultravioletas entre outros, contudo segundo a literatura o animal não apresentava os fatores compatíveis com CCEs, somente a imunossupressão. O CCEs é um dos poucos neoplasmas em que várias opções de tratamento, além da cirurgia, estão disponíveis para o paciente como: crioterapia, radioterapia, quimioterapia e terapia fotodinâmica. No paciente foram feitos quimioterapia e rinoplastia, já que a crioterapia não é recomendada para lesões muito amplas, apesar de bons resultados em literatura, a radioterapia e terapia fotodinâmica tem pouca disponibilidade no Brasil. Não foram realizadas quimioterapia pós-operatória. Segundo a literatura, a quimioterapia pós-operatória deve ser considerada para pacientes com tumores potencialmente metastático. O protocolo de MPA do paciente foi composta por acepromazina e fentanil. Segundo a literatura os barbitúricos e opióides afetam significativamente a resposta imune, favorecendo recidivas e ocorrências de metástases, contudo foi realizado no paciente terapia de apoio composta por morfina, favorecendo de acordo com a literatura a resposta imune, devendo ser o analgésico de escolha. Procedimentos oncológicos desencadeiam grandes hemorragias normalmente, deve-se ter sangue disponível para tranfusao, sendo realizado no procedimento deste caso. Por complicações citadas na literatura, o procedimento cirúrgico foi composto por retirar o neoplasma somente em contorno dele, faltando espaço para linha de margem de segurança, porém segundo literatura, a maior vantagem do procedimento cirúrgico em CCEs é a margem livre de células neoplasicas, sendo citado que em caninos pode ser feita a ressecção da região combinada com ressecção da pré-maxila. É a única terapia relatada que pacientes tem sobrevida maior que seis meses. Baseado nesses o prognostico é desanimador com poucos resultados satisfatórios em CCEs em plano nasal que são removidos ou que não se remova parte da mandíbula, sendo confirmado o prognostico por Lucas e Larsson (2006) . 6 CONCLUSÃO O estágio curricular obrigatório se tornou muito importante para a minha formação acadêmica, pelo conhecimento que foi adquirido, pelo contato com os residentes e ótimos professores, pela integração com o hospital escola e pela escolha definitiva na área que desejo atuar, a de CCAC, mas também tendo um ótimo aprendizado nos outros setores do hospital. O hospital que realizei estágio possui uma casuística elevada e diversificada, com varias áreas dentro da clínica médica, abordando vários casos clínicos e posterior evolução clínica do paciente, tendo espaço amplo e equipamentos que auxiliaram no aprendizado durante o estágio. Os casos relatados foram que grande valia para ampliar meus conhecimentos não somente sobre eles, mas sobre assuntos semelhantes a eles. Como toda a revisão sobre neurologia e o funcionamento de células neoplásicas. De modo geral, pode-se afirmar que assim como o estágio no HV-UFSM, como o T.C.C. foram de grande valia tanto para meu crescimento profissional como pessoal. 7 REFERÊNCIA ALVES, A. L. G; FONSECA B. P. A.; THOMASSIAN A; NICOLETTI J. L. M; HUSSNI C. A; SILVEIRA A. B; Lombalgia em eqüinos; Braz. J. vet. Res. anim. Sci., São Paulo, v. 44, n. 3, p. 191-199, 2007. Disponível em : http://www.fumvet.com.br/novo/revista/44/n3/191-199.pdf. Acessado em 14 de abril de 2009. BARROS, R. R.; RECHR.R; VIOTT A. M.; BARROS C.S. L.; Carcinoma de células escamosas no olho de bovino com invasão cerebral através dos nervos cranianos. Cienc. Rural vol.36 no.5 Santa Maria Sept./Oct. 2006. Acessado em 03 de maio de 2009. BARROS, R. M.; JACOBINA G. C.; ECCO R.; SILVA C. E. V.; GALERA P. 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