A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA E OS CRIMES TRANSFRONTEIRIÇOS NO MATO GROSSO DO SUL GLEICE AGUILAR DOS SANTOS1 Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir as políticas públicas de segurança contemporâneas e os crimes transfronteiriços espacializados nas conurbações das cidades gêmeas Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai), Mundo Novo (Brasil) e Salto del Guairá (Paraguai). Foram realizadas pesquisas teóricas, bem como análise de dados secundários retirados do Sistema Integrado de Gestão Operacional (SIGO). Os resultados positivos lidos em números de apreensões de entorpecentes transfronteiriços performatizam o fortalecimento do poder estatal na fronteiras de Mato Grosso do Sul. Palavras-chave: Políticas Públicas de Segurança, Plano Estratégico de Fronteiras, Crimes Transfronteiriços. Abstract: The objective of this work is to discuss the modern public policies of safety and the cross-border crimes committed around the twin cities of Ponta Porã (Brazil) and Pedro Juan Caballero (Paraguay), Mundo Novo (Brazil) and Salto del Guairá (Paraguay). Theory searches have been made, and some data analysis either, from the Operational Management Integrated System (Sistema Integrado de Gestão Operacional, SIGO). The positive feedback shown as drug seizure around the border area indicates the growth of State power in the border of Mato Grosso do Sul. Key-words: Security Public Policy, Strategic Plan of borders, Cross-border crimes. 1 – Introdução Segundo Foucher (2009), a fronteira é, para o Estado, um teatro onde a legitimidade de seu poder é observada com atenção [...] o limite serve de lugar metafórico a identidade nacional, étnica ou cívica, separando-nos dos outros. Numa apropriação de lugar metafórico, ao comparar a fronteira compreendida por cidades gêmeas remotamente percorreríamos por um rio de águas compartilhadas cujo ambiente geográfico produzido pela territorialização de grupos humanos e redes de circulação e intercâmbio estão unidos pela permeabilidade/porosidade dos limites estatais através da comunicação entre 1 Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados. Email de contato: [email protected] 438 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO populações pertencentes a diferentes sistemas de poder territorial (MACHADO, 2010). Há nesta permeabilidade a transcendência da soberania dos Estados-nação que ora indo e ora vindo, pessoas, bens e ideias trazem consigo uma mistura simbólica e material de ingredientes provocados-despejados-favorecidos por dois responsáveis cujo limite político-administrativo não impede a ocorrência dos fatos, características próprias do território definido como “uma conexão ideal entre espaço e política” (GOTTMAN, 2012, p. 523). As economias e as mobilidades ilegais materializadas pelos crimes transfronteiriços exigiram do Governo Federal ações de enfrentamento à criminalidade principalmente nas cidades gêmeas. Estes espaços são identificados pelo ambiente geográfico produzido pela territorialização de grupos humanos, as redes de circulação e intercâmbio unidos pela permeabilidade/porosidade dos limites estatais através da comunicação entre populações pertencentes a diferentes sistemas de poder territorial (MACHADO, 2010). O atributo específico, antes de mais nada, é uma redefinição onde está embutida toda sorte de eventos bons ou ruins. Desta forma, as fronteiras Estado-nação sustentam oportunidades, não apenas para a economia legal, mas para os ilegalismos (TELLES, 2010) e as atividades ilegais que atuam em “forma de rede e movimentam grandes somas de dinheiro sem conhecimento ou controle dos Estados” (Machado, 2000, p. 25). Geopoliticamente, essas questões se expandem em formato de ameaças ao território e ao controle estatal. O objetivo deste trabalho é apresentar, preliminarmente, os referenciais dos crimes transfronteiriços ocorridos a partir da implantação do Plano Estratégico de Fronteiras em 2011 e espacializados nas conurbações das cidades gêmeas de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, Mundo Novo e Salto del Guairá buscando subsídios às políticas públicas de segurança. O ensaio utiliza referenciais teóricos e divulga dados primários sobre os principais crimes transfronteiriços colhidos do Sistema Integrado de Gestão Operacional (SIGO), através dos registros das forças de segurança pública (Polícia Civil, Polícia Militar, Departamento Operacional de Fronteiras e Força Nacional. 439 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 2 – Desenvolvimento Com a mudança no capitalismo mundial a partir dos anos 90, sobretudo pela crise dos Estados Nacionais, os controles das fronteiras foram reduzidos em benefício do comércio legal. O enfraquecimento do aparelho burocrático do Estado e as formas desenvolvidas do crime organizado transformado em força política expuseram o território pela “multiplicidade de poderes” (HAESBAERT, 2007) onde as redes ilícitas atuam em diversas escalas. As vulnerabilidades começaram a ser discutidas com a retomada do planejamento da faixa de fronteira e a caracterização das regiões fronteiriças aprimorada pela PPDFF (BRASIL, 2005) que considerou as que ameaças do Estado consistem no “progressivo esgarçamento do tecido social, na miséria que condena importantes segmentos da população ao não exercício de uma cidadania plena, no desfio cotidiano perpetrado pelo crime organizado e na falta de integração com os países vizinhos”. Além disso, a preocupação com o desenvolvimento da Faixa de Fronteira configurado em políticas estratégicas de integração sul-americana se justificou pela ausência do Estado e a dificuldades de acesso aos bens e aos serviços públicos e os problemas de segurança e as débeis condições de cidadania (BRASIL, 2009). No contexto contemporâneo, o papel do Estado em combater e controlar esta força política materializada pelo crime organizado (tráfico de drogas, de pessoas, armas, contrabando, lavagem de dinheiro etc) tem operacionalidade através das iniciativas do governo federal através das políticas públicas de segurança que ajustam elementos de afirmação da soberania e de defesa do território na faixa de fronteira. Segundo o Grupo Retis, “Conceber políticas públicas dirigidas às fronteiras internacionais é problemático por envolver interesses, elementos espaciais e legislações de países distintos” (BRASIL, 2005, p. 152), além disso, O desafio ao conceito de lei territorial representado pela situação de fluidez e imprevisibilidade nas faixas de fronteira, onde pouca lei e pouco respeito à lei desafiam os limites de cada estado. Esse processo de diluição dos limites nacionais se deve não só à multiplicação de redes trans-fronteira, mas também à competição entre diferentes sistemas de normas, induzida pelos próprios estados 440 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO e por outras grandes organizações, legais e ilegais [...] (MACHADO, 1998. p. 6). Neste sentido, as políticas públicas de segurança surgem como alternativas de controle social para a garantia da cidadania numa região que ocupa 27% do território nacional e concentra 10 milhões de pessoas. Por inferência do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF) instituído pelo Decreto nº 7496 de 08 de junho de 2011, as intervenções de segurança na sociedade passaram a ter objetivos de prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços e dos delitos praticados na faixa de fronteira brasileira por meio da atuação integrada das instituições2. As iniciativas do governo federal, ora empregadas ajustam elementos de afirmação da soberania e de defesa do território na faixa de fronteira em ações territoriais estruturantes que foram gradativamente se espacializando através de diálogos de integração sistêmica e cooperação com metas pactuadas para a redução de homicídios e aumento na apreensão de drogas e armas 3. A preocupação envolve e requer atividade da alta política e da alta diplomacia e está diretamente relacionada a intervenção estatal cuja representação contemporânea se expressa através da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON)4. Entre outras leituras sobre limites (ALBUQUERQUE, 2009) e cooperação (MENA, 2013), consideramos que o papel ativo da Geografia no campo político está justamente em identificar que do ponto de vista territorial a questão da segurança pública na faixa de fronteira está desenhando novas formas de Estado completamente racionalizado. Assim, falar sobre fronteira é reconhecer o espaço não apenas como materialidade, mas como tudo que está acima desta materialidade e reconhecer a organização, uso e regulação do território. Quando se trata de políticas públicas concordamos com Appadurai (1997, p. 39), Todos os aparatos estatais enfrentam, de uma forma ou de outra, a realidade de populações que se movem, fluxos de mercadorias legais ou ilegais e movimentos maciços de armas através de 2 Órgãos de segurança pública, da Secretaria da Receita Federal do Brasil e das Forças Armadas As metas dos principais indicadores sugeriram aumento de 4 Concentra iniciativas e projetos para a consecução do fortalecimento da interlocução entre os órgãos federais, estaduais e municipais relacionados à segurança pública nas fronteiras 3 441 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO fronteiras, o que podem realisticamente monopolizar é muito pouco, exceto a ideia de território como elemento diacrítico crucial da soberania. Neste sentido a fronteira pode ser entendida através da ocupação do espaço pelas experiências dos fronteiriços e os objetivos das instituições de segurança e defesa que através da espacialização das políticas públicas de segurança operam atividades estratégicas trazendo especificidades a base material. Sempre considerando não apenas a segurança nacional, mas também a segurança da cidadania, do cotidiano dos povos fronteiriços e dos agentes de segurança pública verificamos elementos negociáveis na afirmação da nacionalidade e isso implica que a “linha tem um caráter frágil pouco constritivo e assim é habitualmente tratada no cotidiano do lugar, como um pequeno obstáculo a ultrapassar” (DORFMAN, 2009, p. 71). No Mato Grosso do Sul as dinâmicas sócio-espaciais, especificamente pela convergência entre Brasil e Bolívia e nas relações históricas entre Brasil e Paraguai facilitaram a circularidade de exportação e importação, também de mercadorias ilegais. As estatísticas de apreensões de armas e drogas em Ponta Porã (MS) e Pedro Ruan Caballero (PY), Mundo Novo (MS) e Salto Del Guairá (PY) representam algumas especificidades características das contiguidades operacionais e atributos resultantes da falta de obstáculo físico que integram dois Estados-nacionais. São em cidades gêmeas que, na práxis, identificamos o protagonismo das forças de segurança5, que através de seus operadores se expandem em forma de atividades estratégicas6 conferindo através dos resultados uma materialidade para avaliação das políticas públicas de segurança. Embora este não seja o nosso objetivo os números apresentam uma evolução e assinalam resultados positivos aos investimentos direcionados a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras. Crimes Transfronteiriços 5 Para este trabalho as forças de segurança estão representadas pela Polícia Civil, Polícia Militar, Departamento de Operações de Fronteiras, Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira e Força Nacional. 6 Exercício de fiscalização, prevenção, inibição, coibição e repressão dos crimes transfronteiriços. 442 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Representando os atendimentos mais comuns na faixa de fronteira o Departamento de Operações de Fronteiras (DOF) destaca os principais crimes trnsfronteirços7: Contrabando (Artigo 334-A do Código Penal); Descaminho (Artigo 334 do Código Penal); o Tráfico de Drogas e armas (Lei 11.343/2006 e 10.826/2003); Utilização de rádios transceptores clandestinos (Lei 9.472 de 16 de julho de 1997); os anabolizantes e remédios proibidos (Artigo 273 do Código Penal); O Roubo/Furto de veículos em outras cidades que são levados para o Paraguai e Bolívia. (Em alguns casos ocorrência de latrocínio); Ocorrências envolvendo indígenas. Para este trabalho foram recolhidos alguns dados por amostragem para estabelecer um perfil inicial das regiões que receberiam a maior parte das mercadorias ilegais e também divulgar dados gerais das ocorrências. Foram considerados os dados constantes nos boletins de ocorrências registrados pelas forças de segurança e que expunham nos relatórios os dados específicos das apreensões8. No segundo semestre de 2011, foram registradas pelas forças de segurança, 65 ocorrências de tráfico de drogas em Ponta Porã sendo apreendidos 2.327,509 (dois mil e trezentos e vinte e sete, quinhentos e nove) quilos de drogas (crack, cocaína, haxixe e maconha) que seriam transportadas principalmente para o Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais. Para o Estado de São Paulo se destinaria mais9 de 199 (cento e noventa e nove) quilos de maconha e 20 bolas de haxixe. Para Minas Gerais iriam 44,5 (quarenta e quatro quilos e meio) de cocaína, além de lanças perfume. O Estado de Mato Grosso também receberia a quantia 63 quilos de maconha. Em Mundo Novo, no mesmo período, foram apreendidos mais de 600 (seiscentos) quilos de entorpecentes destaca-se o destino para o estado do Paraná sendo mais de 187 (cento e oitenta e sete) quilos de haxixe e aproximadamente 24 (vinte e quatro) quilos de maconha. Em contrapartida, no primeiro semestre de 2015, 7 Notas de aula do Curso de Unidades Especializadas de Fronteiras, ministrada pelo 1º Ten. PM Frederico Françoso Canola em 23 de março de 2015. 8 Alguns relatórios não esclarecem a quantidade de drogas apreendidas. 9 Alguns registros não especificam em quantidade por quilogramas sendo especificado em tabletes. 443 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO foram apreendidos, apenas 72,05 Kg (setenta e dois quilos e cinco gramas) de entorpecentes, sendo a maior parte apreensões de maconha. Esta redução pode estar atribuída a diversos fatores atrelados não apenas a intensificação das operações e fiscalização, mas às demandas consumidoras. Em relação à Ponta Porã, no mesmo período, a soma de apreensões é expressiva. Foram 24. 94,86 Kg (vinte e quatro mil e noventa e quatro quilos e oitenta e seis gramas) em maconha, 42,96 Kg (quarenta e dois quilos e noventa e seis gramas) em crack e mais de cinco quilos em haxixe. Em relação ao destino organizamos as tabelas 1,2 e 3 onde a expressão (N.E) significa não especificado em Boletim de Ocorrência). Tabela 1: Destino do crack apreendidos pelas forças de segurança no 1º semestre 2015 Crack UF Destino Apreensões Kg informado MS 1 0,55 N.E 1 N.E Total 2 0,55 Fonte: SIGO, 2015 Tabela 2: Destino da maconha apreendida pelas forças de segurança no 1º Semestre de 2015. Maconha UF Destino Apreensões Kg AC 1 3 DF 1 N.E GO 1 600 MG 2 114 444 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO MS MT PA PR RN RO SC SP N.E Total Fonte: SIGO, 2015 30 8 1 2 1 2 1 6 22 78 1.239,79 96,1 N.E 190 8 N.E 18 19.031 2.966,5 24.266,39 Tabela 3: Destino da cocaína registrado pelas forças de segurança do MS no 1º semestre 2015 Cocaína UF Destino Apreensões Kg MS 5 40,76 PR 1 2,2 N.E 1 N.E Total 7 42,96 Fonte: SIGO, 2015. Os principais destinos dos entorpecentes seriam o Estado de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Para Campo Grande - capital do Mato Grosso do Sul seriam destinadas 23,5% das apreensões, isso significa a construção de novas espacialidades e territorializações que carecem de estudos aprofundados. O combate aos crimes transfronteiriços através da Enafron reforçam, em números reais, a intensificação de atividades estratégicas e operações resultantes de planejamentos direcionados, atividades de inteligência e capacitação dos operadores de segurança. Os destinos dos entorpecentes representam demandas consumidoras e a grande soma do produto disponível aos mercados também esclarece o aumento da produção originária. Considerações finais A igualdade cidadã começou a ser fortalecida a partir de 2005, com o Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira e posteriormente com a 445 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Proposta de Reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira, assim, as políticas públicas e programas de governo foram gradativamente desenhando novas espacialidades, principalmente nas cidades gêmeas. No Mato Grosso do Sul, alguns elementos limitam ou facilitam o papel do Estado nesta porção territorial. De maneira simplista podemos verificar que muitos dos crimes praticados da faixa de fronteira englobam uma demanda de autores oriundos do outros Estados – destaca-se São Paulo como grande centro consumidor. Assim, os aparatos judiciais e logísticos para aplicabilidade da lei e para manutenção deste envolvido numa penitenciária regional traz consigo uma série de prejuízos quando se considera o direcionamento dos investimentos em estruturas e segurança pública, pois a região se compromete com as demandas externas. A incorporação de iniciativas políticas de cooperação e integração ainda são desafios em construção. Embora haja sensibilidades oriundas da porosidade da fronteira seca que acolhe as cidades-gêmeas, os resultados positivos lidos em números de apreensões de entorpecentes performatizam o fortalecimento do poder estatal nas fronteiras sul mato-grossense. Não podemos deixar de considerar a espacialização de objetos técnicos tornados necessários perante as ameaças ao território tanto no plano da defesa quanto da segurança. Estes repercutem na espera social a atividade de diversos poderes congregados em objetivos comuns de enfrentamento - o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) é uma representação bem específica. A questão da segurança pública em fronteiras urge não apenas diante do legado de ameaças externas no quesito soberania, mas do inimigo comum aos povos e das ameaças que transitam internacionalmente pelos gargalos territoriais, jurídicos e democráticos apropriados pelos crimes e a violência. Referências bibliográficas 446 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO ALBUQUERQUE, J. L. C. Dinâmica das fronteiras: deslocamento e circulação dos “brasiguaios” entre os limites nacionais. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, ano 15, n. 31, jan./jun 2009. p. 137-166. APPADURAI, A. Soberania sem territorialidade, notas para uma geografia pósnacional. Tradução: Heloíza Buarque de Almeida. Novos Estudos, n. 49. 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