Tecido Conjuntivo - escopetas

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Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Departamento de Morfologia
Guilherme Marques da Fonseca Número 36
Turma XXXVIII
Tecido Conjuntivo
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Contém muita matriz extra-celular, secretada pelas células do conjuntivo.
Existem vários tipos de tecido conjuntivo e, portanto, várias funções.
Funções do Tecido Conjuntivo:
 Sustentação: osso, cartilagem, e rede nos órgãos linfóides e glandulares;
 Preenchimento: organiza e preenche os espaços entre as células do
parênquima. Alta capacidade mitótica (exemplo: preenchimento da área
necrosada do coração após um infarto, visto que as células do músculo cardíaco
estão em G0, formando uma cicatriz.
 Defesa: mastócito, macrófago, linfócito e eosinófilo. As células são produzidas
na membrana óssea e depois passam do sangue para o tecido conjuntivo. Além
disso, o tecido conjuntivo apresenta uma consistência gelatinosa,
proporcionando uma defesa contra choques mecânicos e contra a entrada de
microorganismos.
 Nutrição: distribuição de metabólitos. O conjuntivo tem uma grande rede de
vasos sanguíneos, proporcionando a nutrição do epitélio por difusão.
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O tecido conjuntivo também aparece na camada mais externa dos vasos sanguíneos,
formando a adventícia, proporcionando maior estabilidade aos vasos. No caso de
capilares ligados ao tecido conjuntivo, este modula a passagem de substâncias do
sangue para os tecidos e vice-versa.
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A matriz extra-celular é composta por fibras mais a substância fundamental amorfa
(o conceito amorfa é errado, mas foi consagrado pelo uso).
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O plasma intersticial banha as estruturas do tecido conjuntivo, porém este líquido
não está livre, proporciona uma movimentação de substâncias.
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Fibroblasto: célula fundamental do tecido conjuntivo. É uma célula alongada, com
pouco citoplasma. O limite entre o citoplasma e a matriz não é muito visível. Possui
núcleo afunilado.
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O tecido conjuntivo deriva do mesênquima.
Fibras colágenas
-
a fresco: rijas, brancas e brilhantes
histologia: acidófilas, longas, sem ramificações.
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O colágeno, a proteína mais abundante no corpo humano, dá rigidez, resistência ao
tecido. Os tendões são ricos em colágeno, por isso apresentam uma coloração branca.
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O colágeno adquire consistência gelatinosa quando hidratado. Tecidos ricos em
colágeno, quando submetidos a tratamentos de enrijecimento, dão origem ao couro. A
derme é muito rica em colágeno.
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O colágeno é um polímero de tropocolágeno, que por sua vez se apresenta em forma
de tripla hélice, mantida por pontes de hidrogênio. É rico em glicina (33%) e prolina e
lisina (12%).
Síntese de tropocolágeno
 Local: citoplasma do fibroblasto
 Hidroxilação da prolina-lisina (na cisterna do REG) sob ação da protocolágeno
hidroxilase em conjunto com o ácido ascórbico (coenzima). A síntese ocorre em
ribossomos acoplados ao REG.
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Escorbuto: falta de vitamina C. Provoca:
- Sangramento gengival, devido à fragilidade da adventícia.
- Amolecimento dos dentes, já que o ligamento periodontal é rico em colágeno e
precisa de uma produção rápida desta proteína.
Síntese de colágeno
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Procolágeno: tripla hélice hidroxilada, glicosilada e com peptídeos de registro.
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Peptídeos de registro: extremidades das cadeias a que não formam tripla hélice. Os
peptídeos de registro têm as seguintes funções:
- Ajuda a dirigir a formação da tripla hélice.
- Com eles não há polimerização. Isso funciona como um mecanismo de defesa,
garantindo que a polimerização ocorra somente fora da célula, o que garante a
integridade do fibroblasto.
No espaço extracelular, os peptídeos de registro são retirados, pela ação da
procolágeno peptidase.
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Após a retirada dos peptídeos de registro, o tropocolágeno maduro sofre uma
polimerização, formando uma fibrila colágena. O conjunto de fibrilas forma uma
fibra. Um feixe é um conjunto de fibras.
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As fibras colágenas têm por característica um bandeamento claro/escuro, em
função da disposição dos tropocolágenos.
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Síndrome de Ehlers-Danlos: defeito genético que provoca uma alteração da
protocolágeno peptidase, portanto não há polimerização de tropocolágeno. Provoca:
- baixa estatura;
- articulações hipermóveis (frouxidão ligamentar);
- pele hiperextensível;
- fragilidade vascular (hemorragias).
Tipos de colágeno
Tipo
Tipo
Tipo
Tipo
Tipo
I: tendão, ligamento, derme (90% do colágeno no corpo);
II: cartilagem, hialina;
III: fibras reticulares;
IV: lâmina basal;
V: tecido conjuntivo embrionário.
Colágeno tipo IV
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colágeno das lâminas basais
não forma fibrilas
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Fibronectina: glicoproteína de ancoragem
 Ligação com a matriz
 Integrinas (proteínas transmembrânicas) ligadas ao citoesqueleto (no citosol) e
à fibronectina, que por sua vez está ancorada ao colágeno da matriz.
Fibra reticular




Finas, delicadas, formando redes;
Fibras argirófilas;
Colágeno do tipo III;
Arcabouço de órgãos linfóides e glandulares.
Fibra elástica




À fresco: cor amarelada;
Distendem-se se submetidas a tração;
Finas e ramificadas;
Dois componentes: microfibrilas + elastina
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Abundantes em tecidos que sofrem distensão (ex.: pulmões, grandes vasos)
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Síndrome de Marfan:
 Gene dominante autossômico (cromossomo 15);
 Defeito na síntese de microfibrilas;
 Longilíneo;
 Aracnodactilia (dedos alongados e finos);
 Coartação da aorta (fragilidade).
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Substância fundamental amorfa: composta por proteoglicanos.
Agrecan: ácido hialurônico ligado a vários proteoglicanos.
Líquido extra-celular
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É sempre renovado, mas sua quantidade deve ser mantida constante.
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A pressão hidrostática força a saída de água dos capilares. É regulada pela pressão
coloidosmótica (oncótica), que “segura” a água dentro dos vasos.
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No caminho arteríola -> vênula, a pressão hidrostática diminui e a coloidosmótica se
mantém.
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Nem todo o líquido intersticial volta para os vasos. Por volta de 30% é drenado pelo
sistema linfático.
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Edema: excesso de líquido intersticial. É causado por:
- bloqueio venoso;
- bloqueio linfático;
- subnutrição, diminuindo a pressão coloidosmótica;
- insuficiência cardíaca, que diminui a pressão hidrostática;
- mudança da permeabilidade capilar, por substâncias como a histamina.
Células do Tecido Conjuntivo
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células de fibras: fibroblasto, adipócito e célula mesenquimal;
células de origem diversa: macrófago, mastócito, plasmócito.
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Fibroblasto: célula alongada, com REG abundante.
Fibrócito: fibroblasto em repouso. Pode voltar a ser fibroblasto.
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Adipócito: reserva, cheio de vesículas lipídicas que se fundirão, formando uma
gotícula lipídica. O citoplasma se situa na periferia e o núcleo é excêntrico.
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As outras células têm origem na medula óssea (mastócitos, macrófagos, linfócitos,
plasmócitos, neutrófilos, eosinófilos) – Sistema hematopoético.
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Macrófago:
- fagocitose;
- defesa;
- autofagia;
- remodelagem tecidual;
- citoplasma repleto de lisossomos.
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Mastócito:
- microvilos;
- citoplasma repleto de grânulos, com heparina, histamina e quimiotáxicos
(substâncias que atraem outras células para aquela região)
- Têm receptores de IgE. Quando um antígeno entra no corpo em que o IgE está
ligado ao receptor, desencadeia-se uma reação de 2º mensageiro, havendo
exocitose das substâncias nos grânulos.
-
Histaminas: provocam broncoconstrição e vasodilatação.
Células do sangue
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eosinófilo: fagocita o complexo antígeno-anticorpo. É atraído pelos quimiotáxicos
produzidos por mastócitos;
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linfócito: dá origem a plasmócitos;
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neutrófilo: fagocita bactérias e microorganismos.
Classificação dos tecidos conjuntivos
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Frouxo (ou aureolar): não há predomínio de nenhum composto
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Denso: predomínio de matriz. Pode ser modelado (apresenta orientação na
deposição do colágeno) e não-modelado.
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OBS: pode existir intermediários entre o frouxo e o denso.
Tecidos conjuntivos especiais (ex: elástico, mucoso, ósseo, adiposo)
 Elástico: predomínio de fibras elásticas
 Adiposo: pode ser unilocular (ou amarelo) ou multilocular (ou pardo).
- reserva energética;
- mantém calor (isolante térmico);
- dá forma ao corpo.
O tecido adiposo multilocular predomina nos recém-nascidos. Por ter uma
metabolização rápida, gera calor no RN. Células ricas em mitocôndrias. Também é
importante em animais que hibernam.
 Mucoso: no cordão umbilical. Possui muita substância fundamental amorfa.
Lâminas (29/05/2000)
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9.
Tecido conjuntivo frouxo: A12, B12, B13
Tecido conjuntivo denso não-modelado: H2
Tecido conjuntivo denso modelado: A10
Fibras colágenas: A10, A12
Fibras reticulares: A14, A29
Fibras elásticas: A12, A13, F3, F4, F15
Macrófagos (histiócitos): A9
Plasmócitos e mastócitos: A11
Mastócitos: A8, A12
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