ANDANDO COM DEUS "E José foi levado ao Egito, e Potifar, eunuco {ou oficial} de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. E o SENHOR estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio." (Gênesis 39:1-2 RC) O Antigo Testamento está recheado de histórias que nos trazem grandes lições sobre Deus, Seu caráter, Seus desígnios e Seu interesse para com aqueles que são seus, mostrado até mesmo no fato de que muitas vezes Deus precisa moldar a esses através de muitos sofrimentos e provas. A história de José é uma dessa histórias. Aparentemente, até aos 17 anos José teve a "vida que pediu a Deus", mas a partir daí, por um período de treze anos, começou a enfrentar várias dificuldades. Essas dificuldades estão registradas nos capítulos 37-40 de Gênesis. Vejamos dois acontecimentos importantes na vida de José, enquanto ele trilhava os seus caminhos difíceis, que nos trazem preciosas lições. 1) DEUS ESTAVA COM JOSÉ Em meio a todos os reveses pelos quais José passou, o narrador bíblico, no caso Moisés, insiste em destacar algo extraordinário: Deus estava com José. Na casa de Potifar, o capitão da guarda do Faraó do Egito, onde José era escravo, o Senhor estava com ele e o fez prosperar. Quando José foi levado para a prisão, vítima da mentira da mulher de Potifar, Deus foi com ele e o fez prosperar ali. A coisa mais extraordinária que pode acontecer na vida de um homem é Deus estar com ele. A presença do Senhor é a garantia da vitória, mesmo que Ele permita que a luta dure por um tempo (talvez treze anos). Moisés, o homem que, inspirado por Deus, relatou essa história de José, sabia muito bem disso. Quando Deus disse a Moisés que conduzisse o povo de Israel e que Ele lhe daria vitória mas não iria junto a eles, veja o que Moisés disse ao Senhor: "...Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome; também achaste graça aos meus olhos. Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e atenta que esta nação é o teu povo. ...Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui. Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso, não é por andares tu conosco, e separados seremos, eu e o teu povo, de todo o povo que há sobre a face da terra?" (Êxodo 33:15-16 RC) Saul também soube muito bem o que era ter Deus do lado, mas infelizmente ele experimentou também a outra realidade, quando o Espírito do Senhor o abandonou. Nos capítulos 40-48 de Ezequiel, o profeta descreve a restauração de Israel durante o reino milenar de Cristo. Haverá um novo templo cuja glória ultrapassa toda a história de Israel. Haverá um novo culto de adoração. E haverá uma nova Terra Santa, magnífica, uma nova cidade cujo nome Ezequiel mostra no final do capítulo quarenta e oito que será JEOVÁ – SHAMMAH, que significa: DEUS ESTÁ ALI. Deus está ali, e essa é a razão da magnitude daquilo que é descrito por Ezequiel. 2) JOSÉ ESTAVA COM DEUS Deus está com o homem que está com Ele, e é por isso que Deus estava com José, porque José estava com Ele. Com isso eu quero dizer que José era um homem que cria e tinha completa confiança em Deus, bem como lhe era fiel, mesmo em meio às dificuldades. A Fé de José þ Vários acontecimentos na vida de José mostram que ele era um homem que confiava em Deus. Quando José tinha apenas 17 anos Deus começou a revelar a ele os desígnios divinos para a sua vida, e, pelo que podemos ver em sua história, ele creu e assumiu o destino que Deus havia traçado para ele. Quando ele foi tentado pela mulher de Potifar, ele podia muito bem ter se aproveitado da situação para a obtenção de mais benefícios pessoais ainda, mas ele não o fez, e um dos motivos era a sua fé em Deus. Quando ele estava na prisão ele interpretou os sonhos de dois companheiros de prisão, mas atribuiu a Deus a posse das interpretações. Na lista dos exemplos de fé do V.T., de Hebreus 11, o nome de José se faz presente, e o destaque é dado à sua fé em Deus quanto à aliança feita com o patriarca Abraão, a ponto de ordenar que seus ossos fossem levados do Egito para ser enterrado na Terra Prometida quando o Êxodo para lá acontecesse. A Fidelidade de José mesmo em meio às dificuldades þ Parece até que José conhecia a mensagem de Romanos 8:28: "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto." (RC). E certamente ele conhecia, pois essa verdade não se originou em Paulo. Os desígnios de Deus estavam sendo cumpridos, e incluíam dificuldades na vida de José, e o que José decidiu foi ser fiel a Deus em qualquer que fosse a circunstância. A fidelidade de José me faz lembrar a fidelidade de outros quatro homens de Deus: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Em um momento difícil na vida desses homens, quando haviam sido levados cativos para a Babilônia, eles resolveram permanecer fiéis a Deus e não se contaminar. Em outras palavras, eles resolveram ficar com Deus mesmo que fosse em uma cova repleta de leões famintos ou numa fornalha acesa e aquecida sete vezes. Resultado: Deus esteve sempre presente com eles nestas e em outras situações, envergonhando reis e exaltando escravos. José, bem como outros servos de Deus citados, confiava em Deus e queria ser-lhe fiel e estar com Ele onde quer que fosse. Consequentemente, Deus estava sempre com José, até mesmo livrando-o de aparentes livramentos. O irmão mais velho de José tinha a intenção de livrá-lo do poço onde ele havia sido lançado e devolvê-lo ao seu pai, mas antes que isso acontecesse Deus enviou uma caravana de ismaelitas para levá-lo para onde Deus tinha reservada uma grande bênção para ele. Assim, o que parecia que ia ser um livramento não o seria de fato, e o que pareceu ser um aprisionamento foi o verdadeiro livramento. Quero terminar essa reflexão conclamando a igreja a que juntos decidamos andar com Deus. Separarmo-nos de tudo o mais que não agrada a Deus e andarmos com Ele e confiantes n’Ele e em seu direcionamento, mesmo que este pareça, a princípio, estranho. Foz do Iguaçu, 07 de Fevereiro de 2002 Pr. Walmir Vigo Gonçalves