Os Lusíadas – Análise Literatura – EM Tarde - 1C17/1C27/1C37/1C47 Profa. Camila Os Lusíadas "Os Lusíadas" era a obra que representava o Renascimento, pois falava a respeito do povo heroico português que foi desbravar o mar, que descobriu o novo continente (antropocentrismo e universalismo). O herói é o povo português (e não apenas os marinheiros). Os portugueses avançaram contra os mares desconhecidos, esmagaram as superstições dos monstros invisíveis que habitavam as águas e redesenharam o mundo. A obra é uma "epopeia", ou seja, um poema "épico" de grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos marinheiros portugueses que foram conquistar o mundo. Como o Renascimento busca fazer "renascer" a cultura da Antiguidade, a obra de Camões fez renascer a antiga mitologia grega (Apolo, Zeus, Artemis, Baco, etc...). Ou seja: além do antropocentrismo e do racionalismo, a volta dos seres mitológicos também era uma característica do Renascimento. Um exemplo é a pintura "O Nascimento de Vênus", a deusa do amor e da beleza. A característica da mitologia grega também aparece na obra de Camões. Vários deuses aparecem em "Os Lusíadas": Apolo, Baco, Neptuno, Júpiter, Vênus, entre outros. Há uma parte do poema onde Camões pede inspiração às "ninfas do rio Tejo" para poder escrever, outra evidência mitológica. Estrutura De modo geral, o poema é dividido em cinco partes: 1) Proposição: Camões mostra o assunto de seu poema, dizendo que vai escrever sobre uma viagem de Vasco da Gama às Índias, além de exaltar a glória do povo português em sua expansão pelo mundo, espalhando a fé cristã (a obra mistura mitologia com cristianismo). 2) Invocação: Camões pede às Tágides (musas mitológicas que ficam no rio Tejo) inspiração para escrever. 3) Dedicatória: Camões dedica o livro ao rei de Portugal. Camões diz ao rei (dom Sebastião) que confia a continuação das glórias e das conquistas do povo que estão sendo narradas no livro. 4) Narração: é o enredo em si. 5) Epílogo: Finalmente, Camões termina a sua obra com o epílogo. Nessa parte, o poeta fica triste ao observar a realidade, não vendo mais as glórias e as conquistas no futuro de seu povo. (http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/os-lusiadas-analise-e-caracteristicas.html) ESTRUTURA EXTERNA 10 Cantos Correspondem a 10 partes, do Canto I ao Canto X. Estrofes: A estrofe em Os Lusíadas recebe o nome de estância. Os Lusíadas são compostos por 1102 estrofes. Cada estrofe é uma oitava, isto é, tem oito versos. Versos: Cada verso tem dez sílabas métricas - decassílabos, predominando o decassílabo heroico (acentos na 6.ª e 10.ª sílabas). Os quatro planos da narrativa Plano da Viagem – A viagem de Vasco da Gama de Lisboa até a Índia. Saída de Belém, parada em Melinde e chegada a Calecut. Plano mitológico – possuem uma alternância importante, pois decidem o destino da viagem. Plano da história de Portugal – Vasco da Gama conta a história de Portugal ao rei de Melinde. Plano do poeta: Considerações pessoais feitas por Camões. Tempos da Narrativa (anacronismo) Passado – A história da origem de Portugal até o reinado de D. Manuel I. Presente – A viagem de Vasco da Gama Futuro – As profecias Concílio dos Deuses Júpiter solicita a Mercúrio, o mensageiro dos deuses, que convoque os deuses. As divindades vêm de todo o cosmos, para, em conselho, decidirem se os nautas portugueses devem chegar à Índia. Júpiter dirige-se aos deuses do Olimpo. De acordo com Júpiter, estava traçado pelo destino que os Portugueses deveriam chegar à Índia, construindo um grande império, que destronaria em mérito e fama os quatro grandes impérios do mundo. Júpiter, no seu discurso, refere que, no passado, os Portugueses ganharam fama. O pai dos deuses profetiza que está predestinado ao povo Português o domínio do oceano Índico e a chegada à “nova terra que deseja”, depois de tão dura viagem. Júpiter determina que, considerando o valor dos Portugueses e os perigos e adversidades que enfrentaram até àquele momento, os nautas merecem ser bem recebidos na costa africana antes de prosseguirem viagem até à Índia. Inês de Castro Episódio considerado momento Lírico, pois apresentam e explora os sentimentos pessoais do narrador. Neste episódio, há a exploração dos sentimentos “amor”, “crueldade” e “sofrimento”. Aspectos da tragédia grega: Ação com a morte da protagonista, e sentimentos de terror e piedade. Glorificação dos Portugueses Este episódio glorifica e engrandece os feitos dos Portugueses, desde logo porque o próprio Júpiter elogia a coragem e a ousadia do povo luso. Por outro lado, a referência às descobertas e aos sofrimentos e dificuldades enfrentados engrandece também os Portugueses, tendo em conta o facto de o concílio se realizar unicamente para tomar uma decisão sobre o apoio a dar aos navegadores que procuram chegar à Índia. Os próprios receios e oposição de Baco engrandecem o feito, já que uns simples humanos conseguem provocar o temor e a inveja de um deus.