Telefone: (11) 2825-0440 E-mail: [email protected] Endereço: Al. Jurupis, 470 - Moema Reequilíbrio Torácico-Abdominal O que é O método Reequilíbrio Torácico-Abdominal visa incentivar a ventilação pulmonar e a desobstrução brônquica, através da normalização do tônus, comprimento e força dos músculos respiratórios. O RTA entende que as disfunções e doenças respiratórias apresentam sequelas musculares, posturais, ocupacionais e sensório-motoras. Este método foi assim denominado porque as alterações mecânicas resultantes de patologias pulmonares demonstram desequilíbrio de forças entre músculos inspiratórios e expiratórios (torácicos e abdominais). Este desequilíbrio muscular e as alterações do volume pulmonar modificam o ponto de equilíbrio do tórax (Capacidade Residual Funcional ou Nível de Repouso) que se desloca em sentido inspiratório nas patologias obstrutivas e expiratório nas patologias restritivas. Histórico O método RTA surgiu na década de 80 em função do descontentamento de sua idealizadora, fisioterapeuta Mariângela Pinheiro de Lima, com os resultados de terapias aplicadas até então. Trabalhando em um hospital pediátrico, onde a imaturidade de bebês e crianças com doenças respiratórias não permitia que eles obedecessem comandos, ela começou a elaborar uma atividade terapêutica que levaria em conta as várias alterações que estes distúrbios promovem, como sensoriais, posturais, motoras e ocupacionais. Além de se preocupar com o acúmulo de secreções apresentado pelos pacientes, notou que as alterações mecânicas da caixa torácica e do abdômen contribuem para a acentuação dos distúrbios ventilatórios. Naquela época, pouca ou nenhuma importância era dada aos músculos respiratórios no enfoque da terapia respiratória e a divulgação dos conceitos do método RTA causou estranhamento, pois associar a postura à doença respiratória era uma ideia muito nova. O trabalho, ainda não nominado Reequilíbrio Torácico-Abdominal, foi apresentado pela primeira vez durante o III Simpósio Internacional de Fisioterapia Respiratória, em Recife, no ano de 1986. A conferência "Tratamento Fisioterápico do Tórax Enfisematoso" foi publicada na revista da Sociedade Universitária Augusto Motta, série Fisioterapia no Hospital Geral, tema 21, 1986. Nesta conferência, Mariângela Pinheiro de Lima enunciou alguns dos importantes princípios do método RTA, como os que podem ser conferidos a seguir: A hiperinsuflação pulmonar e o esforço dos músculos inspiratórios frente a obstrução, conduzem ao encurtamento destes músculos e à fraqueza dos músculos expiratórios; O encurtamento dos músculos inspiratórios diminui a elasticidade e a expansibilidade da caixa torácica; Embora a musculatura acessória da inspiração trabalhe em esforço e se encurte, apresenta debilidade em suas ações não respiratórias; As deformidades torácicas ( no caso, o tórax em tonel), também ocorrem em patologias agudas, desde que haja hiperinsuflação pulmonar, esforço respiratório e encurtamento dos músculos acessórios da inspiração; A respiração diafragmática não deve ser condicionada através de solicitação. Deve-se dar condições mecânicas ao paciente para que ele respire Fonte: http://www.rtaonline.com.br/01rta/rta_tec.html WWW.MARCIALOBO.COM.BR Telefone: (11) 2825-0440 E-mail: [email protected] Endereço: Al. Jurupis, 470 - Moema adequadamente; O fortalecimento do diafragma deve ser obtido através de estímulos proprioceptivos, térmicos e por reflexo de estiramento. Posteriormente os estímulos por reflexo de estiramento foram deixados de lado porque a resposta aos estímulos proprioceptivos ( apoio torácico-abdominal, apoio abdominal inferior e apoio no espaço íleo-costal) é consideravelmente melhor; Nos paciente obstrutivos, os movimentos de abdução e flexão anterior dos braços devem ser feitos durante a fase expiratória e o tórax deve ser estabilizado, direcionando as costelas para baixo para haver real afastamento da origem e inserção dos músculos acessórios da inspiração e consequente alongamento. O método RTA pode ser aplicado a pacientes de todas as idades e patologias que resultem em disfunção respiratória, desde o prematuro até o adulto. A condição clínica não é limitante para aplicação da técnica, pois o manuseio muda de acordo com as possibilidades de cada paciente. Na verdade o conceito RTA é de reestruturação da mecânica respiratória e isto pode ser alcançado em diferentes situações. Avaliação do paciente A avaliação do paciente baseia-se na observação do comportamento do diafragma e dos músculos acessórios da respiração durante o repouso e durante a atividade motora geral, considerando principalmente o sinergismo destes músculos e o grau de coordenação entre a respiração e as atividades de vida diária. A capacidade para observar de maneira precisa as disfunções dinâmicas e estáticas da mecânica respiratória, associada à ausculta pulmonar e à interpretação de avaliações da função pulmonar constituem a base da avaliação do paciente através do método RTA. >> Alterações Mecânicas na Pneumopatia Nas doenças obstrutivas, a postura observada no tórax é de elevação, e nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas podem se instalar deformidades torácicas generalizadas como o tórax em tonel e o peito de pombo, ou ainda deformidades regionais, como elevação acentuada das últimas costelas, do esterno, hipercifose dorsal, cifose escapular, elevação dos ombros e encurtamento do pescoço. Na presença de doenças obstrutivas, chega-se a este estado de modificação da postura do tronco devido ao progressivo aumento do volume pulmonar e ao esforço dos músculos inspiratórios para exercer sua função contra a resistência imposta por condutos aéreos obstruídos. O esforço respiratório aumenta o estado de tensão e diminui o comprimento dos músculos inspiratórios que, então, tracionam o tórax para uma posição mais elevada. Como consequência deste processo (hiperinsuflação e encurtamento dos músculos inspiratórios) o retrocesso elástico do tórax para o nível de repouso ou ponto de equilíbrio (CRF) fica diminuído e, assim, os músculos abdominais perdem força e tônus e não podem manter as costelas em sua posição normal ou oferecer uma pressão adequada ao bom funcionamento do diafragma. Todas as alterações mecânicas que se originam da doença pulmonar passam a ser também uma causa do déficit ventilatório: a elevação das costelas inferiores associada a um volume pulmonar alto modificam a geometria do diafragma, diminuindo a área de Fonte: http://www.rtaonline.com.br/01rta/rta_tec.html WWW.MARCIALOBO.COM.BR Telefone: (11) 2825-0440 E-mail: [email protected] Endereço: Al. Jurupis, 470 - Moema justaposição. Somado a isto, os efeitos do aumento da resistência ao fluxo aéreo na inspiração e do esforço dos músculos inspiratórios sobre a caixa torácica (queda da pressão intra-pleural) impedem a transmissão da pressão positiva do abdômen para o espaço intra-pleural através da área de justaposição. Assim , há uma súbita queda da pressão pleural provocando um efeito de sucção sobre a caixa torácica que tende a ser tracionada para baixo e para dentro durante a inspiração. Este movimento negativo da caixa torácica (para dentro e para baixo), que caracteriza a distorção torácica, pode ocorrer na região inferior do esterno ou na região anterolateral inferior das costelas (Sinal de Hoover). A distorção torácica, que é uma das mais agressivas formas de expressão do esforço respiratório, passa a ser mais uma causa de esforço já que seu efeito é de redução da ventilação e de perda de energia. A elevação das costelas superiores, do esterno e o encurtamento do pescoço demonstram, além do aumento do volume pulmonar, a atividade constante dos músculos inspiratórios acessórios que deslocam o tórax para o alto em oposição ao movimento longitudinal do diafragma. Isto justifica o padrão de respiração alternada apresentado por pneumopatas crônicos e distorção torácica presente nas atividades de vida diária (distorção torácica ocupacional). Nas doenças pulmonares de natureza restritiva, a postura do tórax é de depressão nas regiões afetadas pela restrição e de elevação vicariante nas outras áreas do tórax. Quando a patologia restritiva é de apresentação simétrica, todo o tórax está em queda. A depressão das costelas e do esterno expressam o baixo volume pulmonar, a retração da caixa torácica e a perda de força e tônus dos músculos inspiratórios que não conseguem vencer o aumento da retratilidade pulmonar. A dificuldade para elevar o tórax gera esforço inspiratório, encurtamento e uma substancial perda de massa dos músculos inspiratórios. Da mesma forma que nas doenças obstrutivas, as alterações mecânicas decorrentes de pneumopatias restritivas passam a ser mais uma causa de esforço e de restrição da ventilação. Nas patologias restritivas assimétricas, existem áreas de depressão e outras mais elevadas que o normal. Nas últimas, a força dos músculos estará mais preservada e estes exercem uma tração inspiratória maior do que os músculos inspiratórios localizados nas áreas deprimidas. Isto cria um efeito de distorção do tórax em rotação e lateralização com movimento negativo e redução da ventilação na região afetada pela restrição. O diafragma sofre menos alterações geométricas do que nas doenças obstrutivas, pois o volume pulmonar reduzido não contribui para a diminuição da área de justaposição, mas também se encurta por trabalhar em esforço. Ao encurtar-se, eleva as últimas costelas, o que reduz a força dos músculos abdominais e, consequentemente, sua ação inspiratória. Do encurtamento e perda de força dos músculos respiratórios que acompanham as doenças pulmonares, associados às modificações do volume pulmonar, resultam as deformidades torácicas e uma modificação global da postura do tronco. Estas alterações posturais interferem no equilíbrio e na retificação, nas atividades de vida diária e no comportamento geral da pessoa portadora de pneumopatia. A técnica Fonte: http://www.rtaonline.com.br/01rta/rta_tec.html WWW.MARCIALOBO.COM.BR Telefone: (11) 2825-0440 E-mail: [email protected] Endereço: Al. Jurupis, 470 - Moema A técnica do método RTA consiste de um manuseio dinâmico sobre o tronco, que visa restabelecer a respiração predominantemente abdominal, oferecendo ao diafragma uma melhora dos componentes justa posicional e insercional através de alongamento, fortalecimento e estimulação proprioceptiva adequada. Para alcançar tais objetivos, a técnica oferece possibilidades de inibição da atuação excessiva dos músculos acessórios da inspiração, através de alongamento e fortalecimento destes músculos. O alongamento dos músculos inspiratórios facilita o movimento do diafragma e deve ser feito preferencialmente durante a expiração, evitando compensações que distorçam o tórax e prejudiquem a ventilação. Já o fortalecimento destes músculos proporciona estabilidade `a cintura escapular e ao pescoço, e é obtido através do treinamento de funções não respiratórias pelas quais estes músculos são responsáveis, nunca oferecendo resistência às vias aéreas. A melhora da força e tônus dos músculos abdominais, além de facilitar o recolhimento elástico da caixa torácica e a manutenção ou facilitação da posição normal das costelas, potencializa as funções respiratórias e não respiratórias do diafragma (excreção e expressão). O método RTA facilita a desobstrução brônquica incrementando a ventilação , melhorando o fluxo expiratório, a movimentação fina e qualitativa do tórax e normalizando a tonicidade e força dos músculos abdominais. O tratamento do paciente pneumopata merece uma abordagem global, assim como são globais as funções dos músculos respiratórios que possuem algumas ações puramente relacionadas à respiração e outras que facilitam funções como a alimentação, a captação sensorial, as reações de retificação e equilíbrio, o trabalho, a higiene pessoal, a fala e a excreção. Ao abordar os distúrbios respiratórios de forma abrangente é possível vislumbrar uma reabilitação da função respiratória reintegrando respiração à atividade motora geral, oferecendo ao paciente melhor qualidade de vida, valorizando suas potencialidades e, acima de tudo, reduzindo o esforço muscular respiratório. O RTA busca a reabilitação da função pulmonar de forma global, entendendo a interação do indivíduo com o meio ambiente e consigo mesmo. A técnica do método RTA enfatiza uma reestruturação da mecânica respiratória, devolvendo aos músculos respiratórios o alongamento e força necessários para vencer as tensões elásticas e obstrução pulmonares aumentadas na vigência de pneumopatias. Fonte: http://www.rtaonline.com.br/01rta/rta_tec.html WWW.MARCIALOBO.COM.BR