SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina – FAMED Semana Acadêmica Eduardo Paglioli Comissão Organizadora Diretor FAMED/PUCRS: Prof. Dr. Jefferson Braga da Silva Comissão Científica FAMED/HSL/PUCRS: Profa. Dra. Bartira Pinheiro da Costa Diretório Acadêmico Professor Garcia do Prado: Acadêmicos Amanda T. Mello e Thomas P. Lima Dias LISTA DE RESUMOS APRESENTADOS EDUARDO PAGLIOLI/FAMED 2013: NA SEMANA ACADÊMICA 1) Título da Pesquisa: A Solicitação de Exames de Imagem na Atenção Primária à Saúde Autores: Maurício Rizzi Macagnan, Franchesca Luz, Guilherme Stüker, Ana Carolina Muller, Carlen Adriane Luz (orientadora). Introdução: A atenção primária à saúde assiste paciente, sendo a dor uma freqüente queixa e muitas vezes a conduta é a solicitação de exames de imagem. A dor é um dos sintomas mais importantes, pois, além da alta prevalência, tem grande potencial de causar impacto negativo na qualidade de vida, e a solicitação de exames de imagem é uma rotina médica que auxilia no diagnóstico. Os objetivos deste trabalho foram: quantificar o número de pacientes que buscam atendimento, tendo como queixa principal, a dor e o número de exames de imagens que são solicitados, quantificar também o gênero e a faixa etária dos pacientes. Metodologia: Estudo transversal, de janeiro a março de 2012, com amostra de 447 consultas. A coleta de dados foi realizada por um grupo de quatro acadêmicos da Universidade Luterana do Brasil, distribuídos aleatoriamente. O trabalho foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que atende uma população de 3.768 famílias, com cinco equipes do Programa de Saúde da Família. Os dados foram coletados durante três meses onde a dor e sequencialmente a solicitação de exames de imagem apareceu em 9,2% das consultas médicas. Resultados: Do total, 28,8% apresentaram, como queixa principal, a dor. Destes, cerca de 32% tiveram como conduta a solicitação de exames de imagem. As regiões mais prevalentes foram: lombalgia, com 7,8 %, dor no joelho, com 7,0%, dor no pé, com 5,5%, dor no ombro, com 3,9%, outros locais somam 7,8%. Dentre os pacientes que tiveram como conduta médica a solicitação de exames, o gênero predominante foi o feminino com 73,2% e a faixa etária, a média dos pacientes com dor foi de 56,8 anos. Conclusões: Os resultados deste trabalho apontam a dor como queixa mais freqüente dos pacientes que procuram atendimento médico, ao passo que a solicitação de exames de imagem constitui uma conduta médica que auxilia o diagnóstico médico. Conclusão: Concluiu-se que o ensino da radiologia na formação médica é importante e deve estar presente desde o início do curso. Discussão: A prevalência da dor nas queixas durante a consulta médica, muitas vezes são 1 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS decorrentes de processos degenerativos e serão identificáveis com exames de imagem em que o clínico dentro da Unidade Básica de Saúde pode solicitar, diagnosticar e tratar. 2) Título da Pesquisa: Terapia neo-adjuvante com quimiorradioterapia no carcinoma epidermóide de esôfago potencialmente ressecável Autores: Addller Oliveira Fagundes, Felipe Sheffer Tomasini, Daniel Weiss Vilhordo, Ricardo Breigeiron, Hamilton Petry de Souza (Orientador) Introdução Entre as opções terapêuticas para pacientes com carcinoma epidermoide avançado e potencialmente ressecável está incluída a quimiorradioterapia neoadjuvante seguida por cirurgia (esofagectomia). Neste grupo de pacientes, essa estratégia pode otimizar a ressecabilidade e aumentar sobrevida. Objetivo Demonstrar a seguimento de série de pacientes com diagnóstico de carcinoma epidermoide de esôfago tratados com quimioterapia neoadjuvante e cirurgia por equipe de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo de hospital terciário. Método Análise retrospectiva de dados referentes aos casos de carcinoma epidermoide avançado de esôfago e potencialmente ressecáveis avaliados por equipe de Cirurgia Geral do Hospital São Lucas da PUCRS e encaminhados para tratamento neoadjuvante. Resultados Entre os anos de 2008 e 2012, seis pacientes com carcinoma epidermoide de esôfago foram avaliados e tratados por uma equipe de Cirurgia Geral. Destes, quatro foram encaminhados para tratamento neoadjuvante com quimiorradioterapia. Nenhum paciente desenvolveu toxicidade grave e todos receberam o tratamento completo com radioterapia, carboplatina e paclitaxel. Os estadiamentos clínicos e patológicos dos casos encaminhados para neodajuvância (ycTNM e ypTNM, respectivamente), foram os seguintes: IIB/IIB (Caso 1), IIB/0 (Caso 2), IIB/IV (Caso 3), IIB/0. A variável ycT (pré-neoadjuvância) em todos os casos foi mensurada como ycT2. A variável ypT (pós-neoadjuvância), por sua vez, se distribuiu assim: ypT2 (Caso 1), ypT0 (Caso 2), ypT0 (Caso 3), ypT0 (Caso 4). No período de acompanhamento, um paciente desenvolveu metástase a distância (saco pericárdico) e foi a óbito em 2 anos. Os demais permanecem em acompanhamento (seguimento de 2 meses a 3 anos) e sem progressão de doença. Mesmo no paciente descoberto como estágio histopatológico IV, houve resposta patológica completa no sítio do tumor primário (esôfago), entretanto descobriu-se foco metastático no cárdia e linfonodos positivos no tronco celíaco. Conclusão A neoadjuvância com quimiorradioterapia foi bem tolerada no tratamento de pacientes com carcinoma epidermoide de esôfago, seu efeito principal foi a redução da variável T, um paciente evoluiu a óbito e os demais permanecem em acompanhamento e livres de doença. 3) Título da Pesquisa: Tratamento cirúrgico de tumor sólido pseudopapilar de pâncreas (Frantz): relato de dois casos - cabeça e cauda. 2 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS Autores: Felipe Sheffer Tomasini, Addller Oliveira Fagundes, Daniel Weiss Vilhordo, Rafael Andres, Hamilton Petry de Souza, Ricardo Breigeiron (Orientador). Introdução: Descrito em 1959 por Frantz, os tumores sólidos pseudopapilares de pâncreas são neoplasias raras do pâncreas exócrino que apresentaram um aumento na sua incidência recentemente. A maioria dos casos é diagnosticada em jovens do sexo feminino, acometendo principalmente o corpo e a cauda do pâncreas. Objetivo Relatar dois casos de tumor de Frantz tratados cirurgicamente. Método Análise retrospectiva de dois casos de tumor de Frantz tratados por equipe cirúrgica em hospital universitário. Resultados Caso 1: feminina, 23 anos, investigando massa palpável epigástrica. Dor em cólica associada à pirose, vômitos e plenitude pós-prandial. Ecografia abdominal: nódulo com 7,1 x 6,2 cm, supra umbilical. Endoscopia digestiva alta: compressão duodenal extrínseca. Tomografia de abdômen: junto ao arco duodenal, lesão expansiva, de 7,5 cm, com contornos regulares e densidade de partes moles, impregnada heterogeneamente pelo contraste. A lesão causava impressão sobre a cabeça do pâncreas, deslocando as alças de intestino delgado e o mesentério para a esquerda. Submetida à laparotomia exploradora, com enucleação do tumor da cabeça do pâncreas. Anatomopatológico: tumor pesando 194,4g e medindo 9,3 x 8 x 5,1 cm; peça com característica ovoide, encapsulada, com superfície interna parda e multibosselada - neoplasia sólido-cística pseudopapilar de pâncreas, com margens livres. Material encaminhado para estudo imuno-histoquímico, com diagnóstico de tumor de Frantz. Caso 2: feminina, 21 anos, dor em região toracolombar, náuseas, vômitos e cefaléia. Massa palpável no rebordo costal esquerdo, indolor. Ultrassonografia abdominal: lesão cística septada, contornos lobulados, de 19 x 12 cm em flanco esquerdo. Tomografia de abdômen: lesão expansiva situada no corpo e cauda do pâncreas, encapsulada, sólido-cística, com septações grosseiras, calcificações, impregnação pelo contraste, medindo cerca de 18,1cm. Realizada pancreatectomia distal e esplenectomia. Anatomia patológica: tumor pesando 950g e medindo 21 x 19 x 7,3 cm; presença de várias cavidades preenchidas por material pardo e friável ou líquido hemorrágico tumor pseudopapilar – sólido-cístico (Frantz). Conclusão Tumor de Frantz foi identificado em duas pacientes jovens, como abitualmente ocorre. No caso do tumor cefálico, foi possível a enucleação sem necessidade de duodenopancreatectomia e no tumor distal, ressecção pancreática foi realizada. 4) Título da Pesquisa: Avaliação de proliferação celular in vitro de membranas de PLGA para reparo de nervo periférico. Autores: Samanta Gerhardt, Alessandra Sebben, Prof. Dr. Jefferson Braga Silva (orientador) Introdução: Lesões em nervos periféricos são frequentes na prática clínica e provocam perda ou diminuição funcional do membro afetado. Embora pesquisas em técnicas cirúrgicas sejam bastante exploradas, os desfechos 3 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS continuam insatisfatórios, e demanda-se uma técnica que garanta uma melhor recuperação funcional aos pacientes. Uma opção é o uso de nervos artificiais através de polímeros, e o poli-(L-ácido láctico co-ácido glicólico) (PLGA) surge como tratamento alternativo na recuperação nervosa. Objetivo desse trabalho foi avaliar a biocompatibilidade in vitro das membranas de PLGA nanotexturizadas para utilização em reparo de nervo periférico. Objetivo: O foco foi avaliar a proliferação celular sobre a membrana após 24h, fator relevante para a posterior aplicação clínica, uma vez que o polímero deve permitir adequada proliferação celular para que o processo de reparo prossiga efetivamente. Métodos: proliferação foi avaliada através da coloração azul fluorescente DAPI com células NIH 3T3. Imagens de fluorescência das células coradas serão observadas por um microscópio de fluorescência (488nm de comprimento de onda), com registro de 15 imagens de cada tipo de membrana (serão 5 tipos diferentes de membranas de PLGA, cada uma com um tipo diferente de tratamento e tamanho), e o número de núcleos será quantificado pelo software Image Pro Plus® versão 4.5.1. Os dados obtidos foram comparados utilizando análise de variância (ANOVA) e Teste de Tukey post-hoc, sendo 5% estatisticamente significativo. Foram utilizados controles positivos (células cultivadas sem adição de nenhum material) para comparar com a proliferação celular nos diferentes tipos de membranas de PLGA. Percentuais relativos foram calculados e mostraram que a proliferação das células NIH 3T3 sobre o biomaterial foi superior ao controle positivo, com 31,60 e 12,07 células por campo, respectivamente (p=0,001). Resultados: Esses resultados mostram que membranas de PLGA são bons substratos para o cultivo de células NIH3T3, com percentual de proliferação celular superior ao controle positivo. Isso é um indicativo de que esse polímero pode ser considerado para o uso como conduto artificial para reparo de nervo periférico. 5) Título da Pesquisa: Projétil Intrapericárdico Móvel: Remover ou Observar? Autores: Laranjeira, Ff; Zandoná, Pce; Luiz, Mo; Lacerda, Bs; Azevedo, Rs; Todescatto. Introdução: Paciente masculino, 29 anos, vítima de ferimento por projétil de arma de fogo (FPAF), com arma de caça em tórax, membro superior esquerdo e mão direita. SAMU resgata paciente do pronto atendimento da Restinga e traz ao HPS de Porto Alegre, no dia 13/02/2013. Métodos Avaliação inicial pela equipe de emergência: vias aéreas pérvias, murmúrio vesicular diminuído à esquerda, ausculta cardíaca em ritmo regular, em 2 tempos, Glasgow 15 e diminuição da perfusão em membro superior direito. Avaliação equipe cirúrgica: FPAF em tórax na região precordial, pressão arterial 84/47 mmHg, frequência cardíaca de 110 bpm e hipoperfusão periférica. A recuperação do paciente com projétil intrapericárdico móvel, evitando complicações e intercorrências futuras, a fim de obter uma melhora rápida do traumatizado e aumentar a sua sobrevida. Solicitado tipagem sanguínea, Raio X (RX) de tórax, membro superior direito e esquerdo e avaliação cirúrgica. RX: múltiplos projéteis em mediastino e hemotórax 4 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS esquerdo. Realizada pericardiocentese com saída de 40ml de sangue. Administrada cefoxitina 2g e realizada toracotomia ântero-lateral esquerda. Durante o procedimento, realizaram-se abertura longitudinal do pericárdio, drenagem de 400ml de sangue e coágulos, retirada de fragmentos de chumbo localizados junto à veia pulmonar e identificação de hematoma na raiz da veia pulmonar sem perfurações evidentes ou sangramento ativo. Obteve-se uma boa evolução do pós-operatório (PO) inicial. 5º PO: Evoluiu com pneumonia e piora dos parâmetros ventilatórios. 7º PO: Traqueostomia e drenagem de pneumotórax à esquerda. 9º PO: Piora dos parâmetros ventilatórios, instituída ventilação mecânica, O2 100%, RX com câmara de pneumotórax em ápice. Tentativa de passar novo dreno, identificação de inúmeras aderências pleuropulmonares, com drenagem de pequena quantidade de ar. 14º PO: Decorticação pleural. RESULTADOS Boa evolução do PO com melhora progressiva dos parâmetros ventilatórios, aceitando dieta, hemograma sem alterações, deambulando. CONCLUSÕES São raros os pacientes com projéteis localizados no saco pericárdico sem que ocorra lesão miocárdica associada. O diagnóstico de corpo estranho intrapericárdico pode ser difícil, por isso é necessária uma investigação criteriosa. Geralmente a remoção do corpo estranho no saco pericárdico é indicada pois o tratamento conservador é imprevisível, normalmente associado a complicações, que podem aparecer até muitos anos depois como tamponamento cardíaco, pericardite estéril, ou não, e outras. O possível dano causado pela remoção do objeto comparado ao potencial risco de sua permanência deve ser analisado individualmente. Portanto, é importante avaliar o tamanho, a composição, a localização do corpo estranho e os sintomas por ele causados. 6) Título da Pesquisa: Conhecimento Básico De RCP Por Profissionais De Hospital Terciário. Autores: ZANIN EM, BRENNER MB, LIMA TP, LEHMANN DEF, ONGARATTO MS, VILHORDO DW, BREIGEIRON R. INTRODUÇÃO: A chance de um leigo se defrontar com o evento parado cardiorrespiratória (PCR) é elevada. Da mesma forma, em hospitais sem “Time de Resposta Rápido” institucionalmente definido, a identificação e o primeiro atendimento ao paciente em PCR dependem de conhecimentos prévios dos integrantes da equipe assistencial (técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, etc). Até a institucionalização de um fluxo padronizado de atendimento ao paciente em PCR, difundir conhecimento básico sobre reanimação cardiopulmonar (RCP) se faz tão importante quanto avaliar a compreensão da equipe e garantir a atualização periódica. OBJETIVO: Os autores objetivam avaliar, em hospital universitário e terciário, o conhecimento prévio de técnicos de enfermagem de diferentes setores sobre assistência à PCR. Como objetivo secundário, é analisado resposta ao mesmo questionário aplicado após aula teórica e prática de atualização em RCP ministrada pela Liga do Trauma da PUCRS aos mesmos profissionais. RESULTADOS: o questionário foi aplicado em 27 sujeitos, e a média de acertos foi de 52,8% das questões. Uma questão foi anulada por apresentar 5 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS problemas em sua formulação. Cinco indivíduos não concordaram em responder o questionário final. Na avaliação respondida após a aula, observou-se que 50% (11/22) acertaram 80% das questões. É digno de nota que não houve questionário inicial com 100% de acertos e que, nessa fase, um sujeito respondeu incorretamente a todas as 5 questões. Na reaplicação do questionário, sete indivíduos atingiram 100% de acerto. CONCLUSÕES: O trabalho analisou apenas uma fração de todos os diferentes profissionais envolvidos na assistência ao paciente hospitalizado. Embora com possíveis considerações concernentes à forma de avaliação, o índice inicial baixo de desempenho nas respostas, e sua comparação com a reaplicação do teste, podem refletir a necessidade de medidas de ensino e constante treinamento dos profissionais avaliados. O investimento na formação de um “Time de Resposta Rápida” e sua importância está além do escopo deste trabalho, porém esta pode ser uma medida institucional sólida para auxiliar no programa de educação continuada e domínio do fluxo de assistência. 7) Título da Pesquisa: Modelo Didático De Correção De Pneumotórax Aberto Autores: Thomás Paiva Lima, Mariana Ongaratto Scherer, Eduardo Zanin, Mateus Brum Brenner, Julia de Gasperi Daniel Weiss Vilhordo, Breigeiron R. INTRODUÇÃO: Ferimentos abertos da parede torácica com diâmetro maior que 2/3 da traquéia resultam em pneumotórax aberto, lesão ameaçadora à vida. Quando isso ocorre, as pressões atmosféricas e intratorácicas se igualam e, na inspiração, o ar tende a entrar por onde encontra menor resistência, no caso, o ferimento torácico. O tratamento inicial do pneumotórax aberto consiste na oclusão do ferimento com curativo “de três pontas”, que funciona como válvula unidirecional, evitando o colabamento pulmonar. O emprego de modelo didático pode ser útil no ensino de estudantes e profissionais da área de saúde ao ilustrar o efeito do pneumotórax aberto. OBJETIVO Demonstrar, em modelo didático, uma ferida torácica aspirativa (pneumotórax aberto) e o efeito do curativo de três pontas. MÉTODO Para construir o modelo foi utilizado garrafa de politereftalato de etileno (“PET”) representando a pleura parietal. A garrafa teve o terço inferior removido e meio balão de látex acoplado, representando o diafragma e seu movimento, quando tracionado inferiormente. Um corpo de caneta esferográfica sem a carga, representando a traqueia, foi instalado através da tampa da garrafa, adaptando-se, na extremidade inferior (dentro da garrafa), balão de látex tamanho 9, representando a pleura visceral. Para demonstrar a fisiopatologia do pneumotórax aberto e o curativo de três pontas, foi realizado orifício na parede da garrafa, e adaptada película presa em três pontos. RESULTADOS O modelo simula a mecânica ventilatória, pois com a tração inferior do látex que simula o diafragma, a pressão no interior do sistema diminui e o balão interno se enche de ar. Após a confecção do orifício na parede da garrafa, a pressão interna e atmosférica se iguala e o balão interno sofre colabamento progressivo com os movimentos de tração e relaxamento do látex que simula o diafragma. Com a instalação da película que simula o curativo de três pontas, o balão interno 6 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS passa a inflar normalmente, pois o lado livre da película permite a saída de ar do sistema. CONCLUSÃO O modelo construído é de fácil montagem e é eficaz tanto para demonstração do movimento respiratório fisiológico quanto para demonstração de como se comporta a ferida torácica aspirativa. 8) Título da Pesquisa: Pacientes em hemodiálise: estado inflamatório e massa magra corporal Autores: Alex Oliboni Sussela, Raisa Felix, Luiza Silveira Lucas, Francine Berlesi, Annerose Barros, Domingos O. L. d’Avila. Introdução: A doença renal crônica (DRC) e a hemodiálise (HD) estão associadas a um elevado estado inflamatório no paciente, levando a uma predisposição a desnutrição. A relação entre inflamação crônica e desnutrição pode ser uma das causas do aumento da mortalidade e morbidade de pacientes em HD. Objetivo: Relacionar o estado inflamatório com a massa magra corporal dos pacientes em HD. Metodologia: Este é um estudo transversal e observacional onde foram incluídos pacientes em HD clinicamente estáveis há, pelo menos, três meses. Foi utilizado o método de bioimpedância segmentar multi-frequência (InBody 520®) para a análise da composição corporal. O estado nutricional relacionado à inflamação do paciente foi avaliado segundo o instrumento que avalia o Escore Desnutrição-Inflamação (MIS). Os níveis inflamatórios formam medidos por Proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us) plasmática. Resultados: O estudo foi constituído de 59 indivíduos, sendo 30 do sexo feminino; idade: 58,7 ± 14,4 anos; tempo em HD: 24 (9 - 49) meses; peso seco: 67,0 ± 14,7 kg; massa magra: 29,7 ± 5,5 kg; PCR-us: 8,6 (3,9 – 18,0) mg/L; MIS: 4 (2 - 6). Encontramos correlação significativa entre o escore MIS e a idade (r=0,350, p<0,01; Spearman) e entre o escore MIS e o tempo em HD: (r=0,320, p<0,05; Spearman). A inflamação analisada pela PCR-us foi inversamente associada à massa magra (r=-0,283, p<0,05; Spearman). Conclusão: Quanto maior for o tempo em tratamento dialítico e associado à idade avançada do paciente, pior seu estado nutricional. Nesta amostra, a idade e o tempo em HD associaram-se à inflamação subclínica. Desse modo, é pior o prognóstico do paciente renal crônico quando há associação de desnutrição com inflamação, esta responsável por um efeito nocivo sobre a massa magra do paciente em HD. 9) Título da Pesquisa: Avaliação dos Índices Plaquetários em Gestantes Normotensas, com Síndrome de Pré-eclâmpsia e Outros Distúrbios Hipertensivos da Gestação Autores: Fernando Sontag, Júlia Barth, Marina Moschetta, Daniela Moraes, Bartira E Pinheiro da Costa, Carlos Eduardo Poli-de-Figueiredo Introdução: Os distúrbios hipertensivos compreendem uma das causas mais comuns de complicações na gestação, aumentando o risco de morte materno-fetal. A síndrome de pré-eclâmpsia (SPE) atinge 2 a 8% das 7 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS gestantes e é uma doença complexa que pode evoluir à síndrome HELLP e eclâmpsia, podendo levar a interrupção da gestação. Durante a gestação pode ocorrer desequilíbrio da coagulação com tendência à hipercoagulabilidade. Índices plaquetários, como número de plaquetas (PLA), volume plaquetário médio (VPM) e fração de plaquetas imaturas (IPF), podem alterar-se nessas gestantes, principalmente em portadoras de SPE. Objetivo(s:) Quantificar e avaliar os índices plaquetários em gestantes com SPE, normotensas (NT) e com outros distúrbios hipertensivos da gestação (HAS). Metodologia: Estudo transversal; amostra constituída por gestantes NT, com SPE e DHG que receberam assistência no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL). A seleção foi aleatória conforme a chega ao ambulatório ou centro obstétrico. Foram realizadas contagem total de plaquetas e obtidos os índices plaquetários, utilizando um contador automatizado XE-5000 (Sysmex Corporation, Kobe, Japan) do Setor de Hematologia do Laboratório de Patologia Clínica/HSL. Resultados: Até o momento, foram incluídas 76 gestantes. No grupo SPE n= 30 (39,5%), IPF 8,740 (5,825-10,600), VPM 12,041 (11,300-12,700) PLA 205300 (164250,000-236000,000). Grupo HAS n= 25 (32,9%) IPF 7,148 (4,200-10,050) VPM 11,632 (11,150-12,150) PLA 212520 (159500,000-266000,000). Grupo NT n= 21 (27,6%) IPF 3,462 (2,000-4,400) VPM 10,657 (10,050-11,400) PLA 234285 (201000,000259000,000). Todas as coletas foram realizadas no terceiro trimestre da gestação. Conclusões: A análise parcial dos resultados demonstra diferenças, estatisticamente significativas (P<0,01), entre os níveis de IPF das gestantes do grupo SPE e HAS em relação ao grupo NT . O mesmo podemos observar no parâmetro VPM. No caso das plaquetas não foram observados resultados estatisticamente significativos.O IPF, assim como outros índices plaquetários, é de rápida obtenção, barato, e de fácil acesso em hospitais que utilizam tecnologia avançada para hemograma, sendo útil, como teste de triagem, para identificação precoce de SPE e eclâmpsia. 10) Título da Pesquisa: Trauma de cólon: experiência de um centro de referência de trauma em Porto Alegre. Autores: David Emanuel Fin de Lehmann, Eduardo Madalosso Zanin, Gustavo dos Santos Raupp, Bruna Schmitt de Lacerda, Ricardo Breigeiron. INTRODUÇÃO: O cólon é o segundo órgão mais lesado nos traumas abdominais penetrantes. O exame físico abdominal é a principal ferramenta diagnóstica, e a TC de abdome é o exame complementar mais utilizado. A maior parte dos casos é diagnosticada durante a laparotomia exploradora. O tratamento das lesões de cólon ainda é controverso em muitos pontos. As principais complicações desses pacientes são de origem infecciosa. Peritonite difusa, secundária a deiscência de suturas ou retardo no tratamento definitivo, levam a quadros de difícil tratamento, com internações prolongadas em UTIs e alta mortalidade. OBJETIVO Apresentar a experiência com lesões de cólon em um centro de trauma durante um ano, demonstrando o perfil dos pacientes, as características das lesões e avaliação inicial, assim como sua evolução e desfecho. MÉTODO Os dados foram obtidos através do banco de dados do serviço de residência médica em 8 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS cirurgia geral e do trauma do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. A análise de prontuários foi realizada para complementação das informações presentes no banco de dados quando necessário. RESULTADOS 71 pacientes (66 homens e 5 mulheres). Idade média: 23,8 anos. Alterações no exame físico abdominal: sinais de peritonite (23,9%) e evisceração (5,7%). Foi solicitada TC de abdome para 11 pacientes, todas demonstrando alguma alteração, levando à laparotomia exploradora. 98,5% dos pacientes foram levados à cirurgia após avaliação na sala de emergência. Houve apenas 1 óbito (1,4%) na série. Média de internação hospitalar de 9,2 dias. Escores de trauma: ATI > 20 em 42%, TRISS > 0.90 em 78,8% e TRISS < 0.80 em 7%. CONCLUSÕES O trauma de cólon sofreu grandes mudanças em seu manejo e consequentemente, em seus desfechos, com o passar do tempo. Atualmente, a taxa de mortalidade encontra-se ao redor de 3%. Aqueles que se apresentam em mau estado geral na admissão tendem a ter internação mais prolongada e maior número de complicações. As infecções de ferida operatória podem ser vistas em até 20% dos casos, dependendo da série. Abscessos intra-abdominais e fístulas são menos comuns, com uma frequência de até 14% e 4%, respectivamente. A sensibilidade e especificidade são da TC de abdome no trauma de cólon foi estimada em 90% e 96%, respectivamente. A presença de lesões associadas é a regra, aumentando, desta forma, a morbidade e mortalidade desse pacientes. A lesão de cólon tem bom prognóstico quando diagnosticada e tratada precocemente. Um alto índice de suspeição, seja pelo mecanismo do trauma ou pelos achados clínicos do paciente, é o fator mais importante para uma evolução favorável. Em nossa série, a maioria absoluta dos casos teve tratamento precoce, o que provavelmente refletiu no baixo índice de morbimortalidade. 11) Título da Pesquisa: Impacto da introdução da vacina pneumocócica conjugada 10-valente na hospitalização de crianças por pneumonia bacteriana no Brasil. Autores: Paula Colling Klein, Virgínia Tronco, Arthur Dondonis Daudt, Fernanda Ribeiro Kliemann, Leonardo A. Pinto. Introdução: A doença pneumocócica é um grande problema de saúde pública em todo o mundo. Em 2010, a vacina pneumocócica 10-valente conjugada com proteína D de Haemophilus influenzae foi introduzida no programa nacional brasileiro de imunizações na infância, incluindo todos os 27 estados brasileiros. Objetivo desse estudo foi de relatar as tendências nacionais de internações hospitalares por pneumonias em crianças no Brasil antes e depois da introdução da vacina pneumocócica conjugada. Métodos: Foi realizada uma análise temporal de informações sobre hospitalizações de crianças entre 0-4 anos, admitidas pelo sistema público de saúde do Brasil com diagnóstico de pneumonia entre 2007 e 2012. As informações de internações hospitalares por pneumonias foram obtidas através da plataforma DATASUS, uma base de dados do governo brasileiro de livre acesso. As taxas de internações por pneumonia foram comparadas às taxas de admissões de bronquite e bronquiolite no sistema público de saúde. Resultados: As taxas de admissão por pneumonias cresceram entre 2007 e 9 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS 2009 e então diminuíram até 2012. As hospitalizações por pneumonia bacteriana decaíram para 97 por mês por milhão em 2012, comparadas às 137 internações por mês por milhão em 2009. O odds ratio (OR) para internações por pneumonia foi de 0,71 (95% IC 0,70 a 0,72) em 2012 comparado a 2009. Para bronquite e bronquiolite, o OR correspondente foi de 1,10 (95% IC 1,03 a 1,18) no mesmo período (2009 – 2012). Conclusão: As taxas de internações hospitalares por pneumonias em crianças cresceram até 2010, e diminuíram 29% entre 2009 e 2012, seguindo o programa de introdução da vacina pneumocócica 10-valente. Por outro lado, infecções respiratórias predominantemente causadas por vírus demonstraram outra tendência a partir de 2010. Essa informação é uma importante evidência da eficácia e do impacto na saúde pública dessa nova vacina pneumocócica. 12) Título da Pesquisa: Abdome Agudo Por Apendicite Não Sugestiva Levando A Choque Em Paciente Obeso E Hepatopata Crônico. Autores: Alexandra Damasio Todescatto, Felipe Ferreira Laranjeira, Julia De Gasperi, Davyd Emanuel Fin de Lehmann, Bruna Schmitt de Lacerda, Ricardo Breigeiron. INTRODUÇÃO Paciente masculino, 52 anos, procedente de Porto Alegre, procura hospital em 30/03/13 às 19h35, queixa de dor abdominal, vômitos, dor em baixo ventre e hipocôndrio direito (HD) e baixa diurese. Obeso e etilista. Exame físico: hipocorado, abdome doloroso em HD, massa no epigástrio, piparote positivo, mucosas ictéricas e membros inferiores edemaciados. Hipotenso, mas outros sinais vitais estáveis. OBJETIVO Melhora rápida do paciente, a partir da identificação precisa da etiologia do quadro de abdome agudo, da rapidez diagnóstica e tratamento adequado, evitando complicações. MÉTODO Administrados 500ml de soro fisiológico. Exames laboratoriais: hepatopatia e insuficiência renal; ecografia (ECO) abdome: esteatose e ascite leve. Saturação de O2 (SatO2) 89%. Avaliado pela cirurgia geral, realização de Tomografia Computadorizada e nova ECO abdominal: dilatação nas vias biliares intra-hepáticas no lobo esquerdo, recanalização da veia umbilical, cálculos biliares sem indicativo de colecistite, esplenomegalia. Manejo clínico com sonda naso-gástrica e observação. Episódio de hipotensão às 6h, SatO2 93%, taquicardia e taquipnéia. Nova avaliação cirúrgica, sem patologia imediata e orientação de seguimento clínico. Piora do quadro, hipotensão, encaminhado à sala de politraumatizados, onde chocou. Avaliação da equipe de politraumatizados às 10h, onde solicitada gasometria, urocultura, hemocultura, eletrocardiograma e leito em UTI. Às 18h30, parada cardiorrespiratória, restauração da circulação espontânea em 2 minutos com massagem. Nova avaliação cirúrgica: choque séptico, insuficiência renal em diálise, ventilação mecânica com tubo oro-traqueal, abdome globoso, tenso e difícil avaliação de estruturas anatômicas internas. Em laparotomia exploradora evidenciou-se apendicite aguda, circulação colateral e cirrose hepática. Apêndice cecal com necrose em base, sem perfuração, enviado para anatomopatológico e líquido abdominal para cultura. RESULTADO Pós-operatório com seguimento na 10 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS UTI, melhora do quadro clínico geral, abdome flácido, ferida operatória limpa, sem flogose. DISCUSSÃO O abdome agudo é uma situação frequente em salas de emergência, e uma vez que abrange várias etiologias, faz-se necessária investigação clínica bem delineada com história e exame físico detalhados e meios diagnósticos complementares de fácil acesso. Todavia, em pacientes com vários fatores complicadores associados, o diagnóstico pode ser difícil. A suspeição de apendicite não pode ser ignorada em caso de abdome agudo, ainda que o quadro clínico conduza a outros diagnósticos. A precoce identificação e manejo de emergências não traumáticas como essa são fundamentais para minimizar a mortalidade e comorbidades possíveis. 13)Título da Pesquisa: Paciente Hemodinamicamente Estável Com Lesão Duodenal: Avaliação E Tratamento Cirúrgico. I Autores: Julia De Gasperi, Mariana Ongaratto Scherer, Luiza Graça Coutinho Da Silva, Larissa Pinos Da Silva, Alexandra Damasio Todescatto, Luiza Bins Cidade, Ricardo Breigeiron. INTRODUÇÃO Paciente masculino, 28 anos chega ao hospital por ferimento por arma branca em membro superior direito e epigástrio em 01/11/2012 às 21h26. Relato de grande perda de sangue. Sinais vitais estáveis, hemodinamicamente estáveis. OBJETIVOS Recuperar o paciente, tomando decisões seguindo protocolos pré-estabelecidos e com o mínimo de intervenções, a fim de evitar sequelas e iatrogenia. MÉTODOS Encaminhados à avaliação cirúrgica. Realizado Raios-X de tórax e FAST pericárdico e abdominal, sem particularidades. Inicio de exame físico seriado. Encaminhado à avaliação vascular. Relata sangramento na hora do trauma, sem sangramento ativo no momento. Pulsos com baixa amplitude. Motricidade preservada. Exploração vascular indicada. Identificadas lesões em V. Braquial e V. Basílica direitas, que foram ligadas. Sem intercorrências no pós-operatório. Sinais vitais com piora progressiva e queixa de peritonite localizada e melena após 20 horas de internação. Realizada laparotomia exploradora, identificadas lesões duodenais de grau II. Ausência de outras lesões. Realizados duodenorrafia em plano duplo com Vicryl e seda, patch de omento e drenagem da loja duodenal, além de jejunostomia. NPO por 5 dias, hemoglobina baixa no 2º dia, realizada transfusão de duas unidades de concentrado de hemácias. RESULTADO Dreno de Sump retirado no 6º dia. Iniciou dieta via oral no 8º. Picos febris de até 39ºC no 9º, com coleção no espaço hepatorrenal em ecografia abdominal. Exame físico normal. Alta hospitalar no 11º dia. DISCUSSÃO Mais de 75% das vitimas de ferimento por arma branca na parede anterior do abdômen necessitam de laparotomia, 20% destes não tendo tido indicação inicial à cirurgia. O atraso do diagnóstico e do tratamento cirúrgico do trauma aumenta a morbimortalidade. Em pacientes hemodinamicamente estáveis, como o paciente do caso, a necessidade desse procedimento deve ser avaliada. Opções diagnósticas pouco invasivas são o exame físico seriado, sendo esse o mais indicado devido à sua alta acurácia; FAST, em que são comuns falsosnegativos; e lavagem peritoneal diagnótica. A alteração no exame seriado do paciente do caso nos levou ao manejo cirúrgico e foi diagnosticada uma lesão 11 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS duodenal de grau II. A maioria das lesões lacerativas duodenais podem ser manejadas com procedimentos simples, como desbridamentos e reparo primário ou ressecções e reanastomoses. Lacerações de grau II de duodeno que acometem toda a parede, como no caso, são debridadas e o duodeno é fechado com uma ou duas camadas. Jejunostomia pode ser feita para descompressão retrograda do duodeno, diminuindo pressão e volume de secreções e melhorando o reparo. 14) Título da Pesquisa: Modelo Prático de Punção e Acesso Venoso Periférico. Autores: Pedro Caetano Edler Zandoná, Felipe Ferreira Laranjeira, Eduardo Madalosso Zanin, Luiza Machado Kobe, Bruno Grund Frota, Renata Silva Azevedo, Ricardo Breigeiron. INTRODUÇÃO A punção de veia periférica é um procedimento comumente realizado no ambiente médico. Suas indicações vão desde o paciente estável que precisa coletar amostras de sangue ou receber soro fisiológico, até o politraumatizado que precisa repor volume ou receber medicações através de uma via rápida de infusão. Tecnicamente simples, o acesso venoso periférico pode ser realizado tanto em ambiente hospitalar, quanto em atendimento pré-hospitalar. O processo, porém, não está livre de complicações, principalmente quando é realizado com imperícia; flebites, tromboses e infecções são as mais frequentes, e, por isso, o conhecimento e o aperfeiçoamento da técnica são essenciais para os profissionais da saúde. OBJETIVO Descrever um modelo didático de acesso venoso periférico, simples e de baixo custo, previamente desenvolvido pela Liga do Trauma da PUCRS, que visa à aquisição de habilidades pelo estudante/profissional da saúde e ao bem estar do paciente que necessita desse tipo de procedimento. MÉTODO Para reproduzir a via periférica de acesso, foi utilizado um garrote de borracha, simulando uma veia, com uma extremidade em fundo cego, inserida em uma luva de látex preenchida com estopa de algodão. A outra extremidade do garrote foi conectada a uma bolsa de solução parenteral por equipos de infusão. Na bolsa de 500ml de soro fisiológico foi acrescentado corante, atráves do injetor, para reproduzir o sangue. A bolsa é instalada em um suporte mais alto que a luva, facilitando a ação da gravidade. Com o regulador de fluxo completamente aberto, cria-se uma pressão através da presença do ar com o líquido dentro dos equipos de infusão e do garrote. A primeira punção com o catéter serve para retirar o ar de dentro das cânulas; a partir de então pode-se partir para a prática do procedimento. RESULTADOS A punção venosa, realizada de forma adequada, tem como desfecho o refluxo do sangue artificial por dentro do cateter, ao contrário do que acontece quando há transfixação do garrote de borracha. Isso simula uma situação real de punção venosa, já que existe uma pressão hidrostática no garrote análogo à encontrada em uma veia. CONCLUSÕES O modelo didático auxilia no aprendizado da técnica de punção e acesso venoso periférico. Ao familiarizar-se com o método e com os materiais, há menor probabilidade de injúrias ao paciente quando realizado o procedimento nas primeiras vezes. Por outro lado, deve-se ressaltar que, para o 12 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS aprimoramento da técnica, é fundamental a prática no paciente ou em modelos mais sofisticados. 15) Título da Pesquisa: Análise de avaliações discentes sobre as disciplinas de um curso de graduação em medicina. Autores: Raisa Freitas Spanhol, Ivan Antonello, Maria Helena Itaqui Lopes, Rafaela Becker, Rita Mattiello, Margareth Salerno. INTRODUÇÃO: Para atender as demandas sócio-culturais impostas pelo novo milênio e para suas implicações na educação foi necessário que professores e alunos participassem ativamente do processo ensinoaprendizagem. Neste contexto a avaliação do curso pelos alunos tem sido uma ferramenta muito usada em várias escolas médicas nos diversos países. Para as instituições e para os docentes, estas avaliações permitem conhecer e medir os resultados obtidos, aprofundar a análise da realidade institucional, rever projetos, adequar metas, corrigir possíveis desvios e diagnosticar fragilidades. A Para acompanhamento e aprimoramento deste processo, foi necessária a criação de instrumentos que visassem avaliar o desempenho das mudanças propostas. Pela importância da veracidade e confiabilidades que devem ter estas informações, a busca de instrumentos válidos e confiáveis é imprescindível. O presente estudo teve como objetivo analisar o questionário de avaliação das disciplinas respondido pelos alunos do curso de graduação da Faculdade de Medicina da PUCRS no ano de 2011, realizar a validação do questionário, verificar o nível de satisfação dos alunos em relação às disciplinas avaliadas do curso e a associação existente entre o nível de satisfação e o percentual de atividades práticas da disciplina, o desempenho do aluno e o nível de absenteísmo. Trata-se de estudo de delineamento transversal, exploratório, observacional e contemporâneo, com avaliação quali-quantitativa. Quanto tratamento estatístico, as variáveis categóricas foram descritas por freqüências absolutas e relativas e as variáveis continuas foram descritas mediante médias e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil, conforme a simetria das variáveis. A validade do instrumento foi avaliada mediante as propriedades psicométricas validade convergente e confiabilidade. Foram estudadas 1205 respostas; 70,6% dos alunos referiram satisfação em relação às disciplinas cursadas, porém um número expressivo relatou insatisfação em relação às práticas avaliativas e à dinâmica das disciplinas do curso. Ao avaliarmos a validade convergente observamos que o escore total está associado com os domínios avaliados e o domínio dinâmico da disciplina apresentou uma associação com as questões qualitativas com as quantitativas. A confiabilidade apresentou o alfa de Cronbach =0,753 e todos os domínios apresentaram o efeito chão inferior a 20%. O efeito teto apresentou valor superior a 20% em todos os domínios avaliados. Houve associação significativa entre o escore total obtido pela disciplina e o percentual de carga horária prática acima de 50%. Não houve associação do escore total e o grau obtido, e absenteísmo. Estímulo deverá ser feito para capacitação permanente do grupo de professores para correção de pequenas rotas que não permitem o encantamento do aluno pelo seu curso e do professor pelo ensino. 13 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS 16) Título da Pesquisa: Trauma Tóraco-abdominal Transfixante da Linha Média com Lesão de Ureter. Autores: AZEVEDO RS, CIDADE LB, MARTINS AO, SANTOS MC, ZANDONÁ PCE, BREIGEIRON R. INTRODUÇÃO: Lesões do ureter por ferimento de arma de fogo (FPAF) não são frequentes. Em média 2 a 17% dos ferimentos penetrantes irão lesar o ureter, sendo o FPAF a causa principal. Devido ao envolvimentode outros órgãos, muitas vezes seu diagnóstico se dá somente no período pósoperatório. OBJETIVO: Apresentar uma ocorrência de lesão de ureter por FPAF transfixante da linha média. MÉTODO: Relato de caso: paciente masculino, 36 anos, vítima de FPAF com orifício único de entrada em região tóraco-abdominal em região axilar à esquerda. Admitido 10 minutos após o trauma. Ao exame físico: dor em abdome superior, pressão arterial 140/89mmHg, frequência cardíaca 90bpm, frequência respiratória 28irpm, saturando 95% com máscara de Hudson. Tomografia omputadorizada (TC) demostrou FPAF com orifício externo ao nível do segmento ântero-lateral da 8 costela e saída da cavidade abdominal ao nível da 8 costela direita, com fratura de ambos arcos costais e projétil alojado em subcutâneo de parede abdominal; pneumoperitônio; infiltração do mesentério ao longo do trajeto; líquido denso em goteira perieto-cólica, sugestiva de hemoperitônio; mínimo derrame pleural bilateral, pulmões hipoexpandidos; mediastino sem alterações. Indicada laparotomia, constatando-se lesões em área central ao longo da cauda do pâncreas, transfixação de segunda porção de duodeno (ântero-posterior), lesão de vesícula biliar e lobo direito do fígado e transfixação de diafragma bilateralmente. Na cirurgia foram rafiadas as lesões duodenais anterior e posterior, pancreática e diafragmáticas; feita lecistectomia, drenagem torácica bilateral, gastroenteroanastomose, dreno de Penrose número 3 em loja duodenal e dreno de Sump em loja pancreática. Paciente transferido para o HPS, onde foi submetido à lombotomia, com visualização de lesão na parede lateral do ureter proximal direito. RESULTADOS: Nos primeiros dois dias pós-operatórios, apresentava boa diurese. A partir do terceiro formou-se uma fístula uretero-cutânea. Adotada conduta expectante. No 5º pós operatório (PO) houve diminuição do débito da fístula. Paciente recebeu alta no 6º PO (10º PO da laparotomia exploradora). CONCLUSÕES: Lesão ureteral está associada a lesões viscerais abdominais; se corrigida no momento da laparotomia, não chega a manifestar-se clinicamente. Lesões despercebidas podem manifestar quadros de peritonite, formar urinomas, acarretar dor lombar e febre. Após detecção da lesão, a conduta é cirúrgica, na qual deve haver drenagem da via urinária e também colocação de cateter no ureter.Todo paciente com trauma abdominal, aberto ou fechado, deve ser investigado quanto à possibilidade de lesão ureteral para se evitar maiores complicações. 17) Título da Pesquisa: Alterações de Nervos Cranianos Baixos: Relatos de Casos. 14 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS Autores: Aline Melo Kramer, Ingrid Manoela A. C. de Aguiar, Rodrigo Douglas Rodrigues, Alex Oliboni Sussela, Caroline S. Perin, Eliseu Paglioli. Introdução: Os nervos cranianos baixos têm sua origem no bulbo e correspondem aos pares IX, X, XI e XII (glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso, respectivamente). Alterações que possam comprimir o bulbo acarretam prejuízos funcionais desses nervos. Objetivo: O presente relato visa ressaltar a importância dos aspectos relativos ao diagnóstico de doenças que acometem o sistema nervoso central a nível bulbar. Metodologia: Este é um estudo a respeito das alterações nos nervos cranianos, realizado a partir dos dois casos seguintes: primeiro caso, paciente com diagnóstico de meningioma de forâmen magno que foi submetido à cirurgia e ficou livre dos sintomas; segundo caso, paciente com diagnóstico de paraganglioma em região de golfo da jugular altamente vascularizado e inoperável. Resultados: Nesse estudo, em ambos os casos foram identificadas alterações funcionais dos nervos cranianos baixos devido à compressão bulbar por tumores. Os sinais e sintomas observados foram disfagia, rouquidão, desvio e hipotrofia da língua e da orofaringe, dores cervicais e torcicolos, engasgos frequentes, entre outros. Conclusão: Alterações como tumores ou aneurismas que comprimam os nervos cranianos IX, X, XI e XII resultam em danos as funções do sistema nervos central. Compressão do nervo IX altera funções como motricidade e sensibilidade da orofaringe e da musculatura do cavum; do nervo X, prejudica a função das cordas vocais e a deglutição; do nervo XI, altera a motricidade dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio, levando ao desenvolvimento de dores musculares crônicas; do nervo XII, causa hipotrofia e diminuição da motricidade da musculatura lingual. 18) Título da Pesquisa: Tumores Raquimedulares: Relatos de Casos. Autores: Ingrid Manoela A. C. de Aguiar, Aline Melo Kramer, Alex Oliboni Sussela, Rodrigo Douglas Rodrigues, Aline Hauschild Mondardo, Caroline S. Perin, Eliseu Paglioli. Introdução: Os tumores raquimedulares representam 15% dos tumores do SNC. Não há consenso na literatura sobre a prevalência, o prognóstico e a conduta terapêutica. A grande maioria é de natureza benigna, e as manifestações clínicas decorrem da compressão ou invasão das estruturas neurais adjacentes (Greenberg, 2003). O tratamento das lesões raquimedulares em geral é o controle da dor, a preservação da estabilidade espinal, a manutenção das funções medulares e dos esfíncteres, a recuperação das funções deficitárias e a deambulação (Winn, 2004). Objetivos: O presente estudo visa a relacionar dois casos de tumores benignos raquimedulares, um com acometimento inferior (cauda equina) ausente de sintomas, e outro localizado superiormente afetando a medula funcional e com sintomatologia característica. Metodologia: Neste estudo foram relacionados dois casos de tumores raquimedulares. Caso 1: Paciente feminina, 36 anos, assintomática, descobriu, acidentalmente, após RM a presença de ependimoma em cauda equina. Caso 2: Paciente feminina, 42 15 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS anos, consulta o médico com perda progressiva da força em membros inferiores há vários meses, com piora acelerada após sessão de fisioterapia, estando há cinco dias com força grau 1, evoluindo para força grau 2 após 24hs da administração de corticoide. Foi diagnosticada, através de RM, a presença de massa tumoral comprimindo a medula (Schwanoma). Resultados: No caso 1 o exame físico da paciente apresentou hiporreflexia sem presença de sinais piramidais, a paciente foi encaminhada para a cirurgia onde foi feita a ressecção total do tumor. Já no caso 2 a paciente apresentou sinal de Babinski bilateral e clônus inesgotável bilateral. A paciente foi encaminhada para a cirurgia onde foi feita a ressecção total do tumor e ficou livre dos sintomas. Conclusão: A compressão da medula espinhal por massas tumorais causa uma mielopatia progressiva quando comprime sua parte funcional. A síndrome clínica manifestada depende do processo, do local e da extensão da lesão estrutural. 19) Título da Pesquisa: Análise Quantitativa e Qualitativa de Células e Fatores Osteogênicos em Roedores. Autores: Mariana Ongaratto Scherer, Julia Souto Meneghetti, Fernanda Beck Tabajara, Alessandra Sebben, Eduardo Goldani. Introdução: As lesões em ossos são muito comuns em todas as idades e podem causar sérios problemas, desde imobilização até sequelas físicas. Embora o tratamento de fraturas tenha evoluído, ainda há obstáculos que 5 estimulam a pesquisa de novas opções tanto ou mais viáveis. Objetivo: O objetivo deste trabalho é, a partir de um modelo animal, analisar o 8 recrutamento de células-tronco e fatores de crescimento, como TGF-β, BMP, 9 FGF e PDGF, responsável pela osteogênese. Material e Métodos: Para o estudo serão utilizados 64 ratos Wistar, nos quais 12 será realizada a dissecção cuidadosa dos tecidos até chegar à diáfise femoral, 13 onde será criado um defeito de 2mm. A cada 48h um animal será eutanasiado 14 para análise. Resultados esperados: Pretende-se estabelecer o dia ótimo dos níveis de 17 expressão máximo de células osteoprogenitoras e fatores de crescimento 18 durante a osteogênese. 20) Título da Pesquisa: Diagnóstico Diferencial De Coledocolitíase: Cisto Biliar. Autores: Bruno Grund Frota, Luiza Machado Kobe, Bruna Machado Kobe, Lucas Sangoi Alves, Pedro Caetano Edler Zandoná, Rafael Carvalho Ipê da Silva. INTRODUÇÃO: Cistos biliares são ectasias ductais congênitas da árvore biliar, com incidência de 1:150.000. O diagnóstico na idade adulta ocorre em 20% dos casos, a sintomatologia é semelhante a de colelitíase. OBJETIVO: Ressaltar a importância do cisto biliar como diagnóstico diferencial em pacientes com clínica de colelitíase, visto que sua ressecção cirúrgica é 16 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS mandatória, pelo risco de malignização. MÉTODO: Relato de caso. Paciente feminino, 42 anos, tabagista, chega à emergência do HPS de Porto Alegre com dor em hipocôndrio direito (HD), náusea e vômitos, associados à alimentação. Nega febre, colúria ou acolia. Há 7 anos teve episódios semelhantes, com icterícia eventual. Ao exame: dor a palpação profunda do HD e Murphy(-). Laboratoriais com amilase: 41; BT: 1,02 (0,67 BI); TGO: 66; TGP: 102; FA:1134 e EQU com bilirrubinas +. Hipótese de colelitíase sintomática ou coledocolitíase. USG abdominal total demonstrou vesícula com barro biliar, normodistendida, vias biliares centrais e hepatocolédoco dilatados, com 1,9 cm, além de material ecogênico, com sombra acústica, de 5,8 cm em seu maior diâmetro e alguns linfonodos peripancreáticos aumentados. Suspeitada lesão expansiva ou cálculo. Na TC de abdome com contraste EV observou-se formação hiperdensa arredondada, de aspecto lamelar, delimitada, contornos regulares, com 5cm de diâmetro em colédoco, sem impregnação pelo contraste; dilatação das vias biliares intra-hepáticas; vesícula biliar moderadamente distendida. Apesar das dimensões não usuais, a hipótese de coledocolitíase foi considerada, indicando-se internação hospitalar para realização de cirurgia. Durante o procedimento, evidenciouse vesícula sem cálculos e colédoco com cálculo > 5cm no diâmetro longitudinal; realizada hepático-jejuno anastomose término-lateral em Y-deRoux, com dreno de Sump posterior à anastomose. RESULTADO: Paciente no 7° P.O, bom estado geral, dieta líquida completa e bem aceita. Retirado dreno de Sump, com drenagem ausente, sem dor abdominal, alta nos próximos dias. CONCLUSÃO: Cistos biliares acometem qualquer parte da árvore biliar. A clínica pode simular colelitíase, colangite, ectasia ductal; indicando alto risco de neoplasia. Dor abdominal crônica e intermitente é o sintoma mais comum em pacientes maiores de 2 anos. Icterícia flutuante, pancreatite e colelitíase são outras manifestações associadas. Conforme classificação, são determinadas as condutas para sua ressecção devido ao poder de malignização, principalmente dos tipos 1, 2 e 4. Pode ser feita esfinterectomia ou ressecção endoscópica, para o tipo 3; colecistectomia profilática, para o tipo 4 e até mesmo um transplante hepático, para cisto do tipo 5 de difícil ressecabilidade. 21) Título da Pesquisa: Hérnia Interna De Delgado Por Aderências Secundárias A Sigmoidectomia A Hartmann Prévia. Autores: Mateus Brenner, Eduardo Zanin, Gustavo Raupp, Davyd Lehmann, Rafael Silva, Marcelo Guimarães. INTRODUÇÃO: Paciente masculino, 44 anos, procedente de Porto Alegre, com história de Colectomia a Hartmann por volvo de sigmoide há 2 anos, chega a emergência dia 2/4/13 por prolapso da colostomia há 24 horas. Apresentava abdome inocente e prolapso de colostomia a esquerda com grande edema, sem sinais de isquemia. Realizado tentativa de redução manual sem sucesso, corrigida cirurgicamente no dia seguinte. Paciente retorna 2 dias após alta com queixas de náusea, vômitos e dor difusa a palpação abdominal. OBJETIVO Investigação com métodos diagnósticos disponíveis, visando restabilização clínica precoce com mínima invasão. 17 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS Corrigir cirurgicamente possíveis lesões obscuras potencialmente letais. MÉTODO Iniciada dia 7/4/13 rotinas de abdome agudo obstrutivo, colhido laboratoriais de controle e solicitado Raio-X onde evidenciou-se presença de gás e material fecal em intestino grosso distal e ausência de pneumoperitoneo. No dia 11/4/13, após evolução com piora do estado geral e hemograma com desvio a esquerda solicitou-se Tomografia onde se evidenciou distensão hidroaérea de delgado até a região peri umbilical em torno da colostomia. Paciente às 20h levado a Laparotomia Exploradora que mostrou pouco liquido livre de coloração turva, múltiplas aderências entre delgado e parede abdominal, massa inflamatória aderindo epiplon e delgado ao colón esquerdo ostomizado e presença de segmento de intestino delgado logo abaixo ao ângulo de Treitz herniando pelo espaço entre o colón ostomizado e parede abdominal lateral esquerda com necroses segmentares da borda anti mesentérica de alça de delgado desde o ângulo de Treitz por cerca de 10 a 15 cm. Foi realizada lise de aderências, ressecção de massa inflamatória necrótica junto ao colón ostomizado e sutura invaginante de segmentos necróticos com seda 2-0. 22) Título da Pesquisa: Padrões do Uso Não Médico do Metilfenidato entre estudantes do quinto e do sexto ano em uma faculdade de medicina do Sul do Brasil Autores: Betina Lejderman, Rodrigo Rosa Silveira Gibsi Maria Possap da Rocha. INTRODUÇÃO: O metilfenidato é um dos estimulantes mais vendidos. O uso do metilfenidato é sustentado para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Porém seu uso não médico vem aumentando hoje em dia. Seu uso não médico é definido quando a droga é usada sem prescrição médica ou apenas para experimentar o que a droga causa. Objetivos: avaliar a prevalência do uso do metilfenidato entre estudantes de medicina da PUC-RS, e discriminar o uso com prescrição médica daquele uso não médico. MÉTODOS: Alunos do 5º e 6º ano da faculdade de medicina da puc, no ano de 2012 foram convidados a responder um questionário composto por 25 questões de múltipla escolha, o qual avaliou o status acadêmico e socioeconômico, padrões do uso do metilfenidato, e atitude em relação a drogas para melhorar o desempenho acadêmico. Além disso, também foi aplicado o AUDIT, questionário compostos por 10 questões que avalia o consumo de bebidas alcoólicas. RESULTADOS: Dos 156 alunos matriculados, 152 alunos responderam ao questionário. 52 participantes (34.2%) já usaram metilfenidato, 35 participantes (23,02%) já fizeram uso sem receita médica ou por razões não médicas. Entre esses, a motivação para 24 participantes (68,57%) foi para auxiliar nos estudos, para 11 participantes (31,42%) foi para melhorar a concentração, para 11 participantes (31,42%) foi para experimentar, para 6 participantes (17,14%) foi para se manter alerta e para 2 participantes (5,71%) foi para ir a festas. Também mostraram que tanto o uso do metilfenidato como o uso não médico está associado com score no AUDIT maior do que 8. CONCLUSÕES: O uso não médico do metilfenidato é muito prevalente entre estudantes de 18 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS universidades brasileiras, assim como está associado com o abuso de álcool. Por isso é muito importante a atenção dos médicos para este tema, e os desenvolvimentos de mais pesquisas nesta área. 23) Título da Pesquisa: Conhecimento Básico De Sutura Por Estudantes Da Área Da Saúde De Capital Brasileira Autores: Gustavo Dos Santos Raupp, Eduardo Madalosso Zanin, Mateus Brum Brenner, Davyd Emaanuel Fin De Lehmann. INTRODUÇÃO: Ferimentos superficiais são muito incidentes em todas as esferas populacionais. No primeiro atendimento, avaliação adequada, antissepsia, inspeção, higiene, escolha de melhor técnica anestésica e opção por sutura com ou sem desbridamento são importantes para diminuição do risco de complicações, como infecção. OBJETIVO Em curso da Liga do Trauma da PUCRS sobre anestesia locorregional e sutura direcionado a estudantes universitários da área da saúde, aplicar questionário sobre condutas em ferimentos superficiais, abrangendo os referidos tópicos (anestesia locorregional e sutura), antes e após a aula. Analisar resultado de questionário elaborado. MÉTODO Questionário com sete perguntas sobre condutas em ferimentos superficiais, no que se refere a conhecimentos sobre anestesia locorregional e sutura, foi elaborado pela Liga do Trauma da PUCRS e aplicado a alunos do Curso Básico de Sutura, antes e depois de aulas teóricas ministradas por dois cirurgiões convidados. Dúvidas foram esclarecidas e o mesmo questionário foi reaplicado após a aula aos participantes que concordaram em respondê-lo. RESULTADOS Participaram do curso 95 estudantes de cursos da área da saúde de universidades públicas e privadas de Porto Alegre. No pré-teste, sessenta por cento dos participantes atingiram 3 a 4 acertos. Cinco indivíduos não concordaram em responder o questionário final. Na reaplicação do questionário, houve aumento no número de acertos em todas as questões. Nesta fase, oitenta e oito por cento dos participantes acertaram de 6 a 7 questões, e nenhum acertou menos do que 3 questões. Na avaliação inicial, dois por cento obtiveram nenhum acerto e em nenhum caso houve 100% de acertos; na avaliação final, não houve questionário sem acertos e 31% obtiveram 100% de acertos. CONCLUSÕES A amostra avaliada contempla apenas uma parcela selecionada dos estudantes da área de saúde. Houve melhora do desempenho na reaplicação do teste após as aulas teóricas. A relevância do atendimento adequado ao paciente com trauma superficial justifica a preocupação com a difusão permanente desse conhecimento. 24) Título da Pesquisa: Arterite de Takayasu diagnosticada no pré-natal de paciente com doença hipertensiva gestacional: relato de caso Autores: Samanta Schneider, Marta R. Hentschke, Bartira E. Pinheiro da Costa, Giovani Gadonski, Carlos E. Poli-de-Figueiredo OBJETIVOS: Descrever um caso de uma gestante com diagnóstico de arterite de Takayasu durante o pré-natal de alto risco devido à hipertensão 19 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS arterial sistêmica crônica, e demonstrar a importância da técnica de aferição adequada da pressão arterial no diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e suas implicações. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 40 anos, em sua quarta gestação, iniciou acompanhamento no pré-natal de alto risco devido à hipertensão arterial sistêmica crônica, diagnosticada aos 25 anos. A paciente internou devido à hipertensão arterial não controlada e foi diagnosticado pré-eclampsia sobreposta. Durante a internação, evidenciou-se diferença nos níveis tensionais e assimetria de pulsos entre os membros superiores (MSD 170/100 mmHg, MSE 120/80 mmHg). Realizou-se ecografia com doppler de artérias subclávias, carótidas e vertebrais durante a gestação, seguido de angiografia cerebral, que demonstraram oclusão da artéria carótida comum esquerda e da artéria subclávia esquerda, o que levou ao diagnóstico de arterite de Takayasu. CONCLUSÕES: O diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica exige a correta aferição da pressão arterial, tanto no período gestacional como fora dele, a fim de investigar e manejar os casos de hipertensão arterial secundária, neste caso, a arterite de Takayasu. Essa patologia é uma vasculite crônica de etiologia desconhecida, sendo a ocorrência maior em mulheres. Apresenta predileção pela aorta e seus ramos principais. O diagnóstico precoce da doença é difícil, pois as manifestações iniciais são inespecíficas e os sintomas decorrentes do comprometimento vascular não são tão exuberantes nesse estágio da doença. Entretanto, um exame físico cuidadoso pode evidenciar redução na amplitude de um ou mais pulsos, diferenças na pressão arterial entre os membros ou sopros na região do pescoço, área supraclavicular, axila ou abdômen. A paciente do caso sabia-se hipertensa desde os seus 25 anos de idade e, durante aproximadamente 15 anos, nenhum profissional da saúde que a examinou notou diferença de pulso e de pressão entre os membros superiores, o que justificaria investigação complementar e possivelmente poderia minimizar desfechos materno-fetais durante a gestação, já que tratamento com corticoides é capaz de impedir a progressão da doença. 25) Título da Pesquisa: Avaliação do Perfil da Resposta Imune em Crianças Portadoras de Síndrome de Down Autores: Amanda T. Mello¹, Fernanda Kirst, Arthur Dautdt, Fernanda Kliemann, Artur Kautzmann Filho, Leonardo A. Pinto. INTRODUÇÃO A Síndrome de Down (SD) é a anomalia cromossômica mais comum entre os nascidos vivos. Em relação à fisiologia respiratória, está comprovada por estudos prévios post-mortem a existência de alterações na arquitetura pulmonar em portadoras de SD que levam a uma alveolarização inadequada. Essas alterações somadas à maturação imunológica anormal e hiperresponsividade aérea explicam o porquê de infecções virais apresentarem manifestações mais graves em portadores de SD. Sujeitos portadores de SD têm uma maior susceptibilidade às infecções virais e bacterianas, doenças malignas e doenças auto-imunes. Sabe-se que a imunidade inata é muito importante na primeira linha de defesa contra microrganismo. Os neutrófilos de portadores de SD possuem menor capacidade migratória sendo então questionadas a capacidade fagocítica e a 20 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS produção de espécies reativas de oxigênio por essas células. Muitos grupos têm descrito que as anormalidades nas células T presentes em crianças portadoras de SD podem ser explicadas por uma disfunção no timo e sugerem que esta alteração pode ser conseqüência de uma senescência precoce do sistema imune. Os números de células T, B e NK circulantes estão podem estar em portadores de SD e sua resposta a mitógenos é fraca. Por outro lado, a etiologia, mecanismos e o real impacto desta deficiência imunológica ainda não são totalmente conhecidos. OBJETIVO PRINCIPAL Avaliar o perfil da resposta imunológica (inata e adaptativa) de crianças portadoras de SD. METODOLOGIA Estudo caso-controle em que foram selecionadas crianças de idades entre 2 e 18 anos recrutadas nos ambulatórios de pediatria e de otorrinolaringologia do Hospital São Lucas da PUCRS, além da Kinder – Centro de Integração da Criança Especial. O grupo controle foram crianças sem histórico de doenças crônicas, recrutadas junto a escolas da rede pública. As crianças foram após assinatura de termo de consentimento pelos responsáveis. A análise da resposta imune foi feita através de ensaio da quimiotaxia neutrófilos humanos, da purificação, da proliferação e imunofenotipagem dos linfócitos. RESULTADOS Foram incluídos 13 pacientes com SD e 6 controles. Os pacientes com SD e os controles apresentavam média de idade de 8,13 e 9,83 anos, respectivamente. A maior parte dos pacientes com SD incluídos nesse estudo tinha confirmação citogenética. Não foram observadas alterações significativas no grupo com SD em relação à capacidade de migração dos neutrófilos. Entretanto, quando analisamos as variáveis associadas à resposta imune adaptativa, observamos uma tendência de valores percentuais menores de linfócitos CD4+ e maiores de CD8+ para o grupo com SD. CONCLUSÕES No grupo com SD, observou-se que 66% dos pacientes com SD tinham a relação CD4+/CD8+ < 1, ao contrário do grupo controle, no qual nenhum individuo apresentou tal alteração. Essa diferença significativa pode, em parte, contribuir para o número mais elevado de infecções respiratórias observado em crianças com SD. O achado de estudo, juntamente à análise de estudos prévios, sugere que a redução na taxa CD4+/CD8+ presente em pacientes com SD possa justificar a recorrência de infecções respiratórias observada nesses pacientes. 26) Título da Pesquisa: Diagnóstico Diferencial Das Radiculopatias De L5 E S1 – Relato De Caso Autores: Marcela de Rezende e Karnikowski, Anderson Colpo Deliberal, Caroline Klovan, Annelise Nicotti, Eduardo Bardini A. Felippe, Ricardo Breigeiron. INTRODUÇÃO: A radiculopatia lombossacra é uma condição bastante comum na clínica neurocirúrgica, na qual há comprometimento da função de uma ou mais raízes nervosas, levando a alterações motoras e/ou sensitivas dos níveis acometidos. A região lombossacra é composta de 05 vértebras lombares móveis e 05 vértebras fusionadas (sacro). Entre cada vértebra temos o disco intervertebral, composto de um núcleo pulposo e um anel fibroso, além de ligamentos longitudinais e acessórios que auxiliam na 21 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS fixação, oferecem segurança e permitem adequada sustentação e mobilidade da coluna. Cada vértebra possui um par de forames neurais, nomeado de acordo com a vértebra correspondente, de onde emergem os pares de nervos espinhais. A dor lombossacra pode ser classificada em dor clássica irradiada, decorrente da compressão das raízes nervosas; dor lombar localizada, oriunda de estruturas intraespinhais; dor não localizada e sem irradiação, oriunda de estruturas externas ao canal como músculos, osso e ligamentos, e dor referida oriunda da afecção de vísceras abdominais. Dentre as patologias que mais cursam com dor lombossacra, podemos citar as alterações degenerativas, as anomalias congênitas e as causas não musculoesqueléticas. OBJETIVOS/DESCRIÇÃO Diferenciar clinicamente as lesões com comprometimento das raízes de L5 e S1, através do relato de caso de dois pacientes assistidos pela equipe do Serviço de Neurocirurgia do HSL/PUCRS. METODOLOGIA Será relatada dois casos de lesão acometendo a raiz de L5 e lesão acometendo a raiz de S1, respectivamente. O primeiro paciente, V.N.T., 45 anos, com dor radicular em território L5 à esquerda e incapacidade de elevar o hálux correspondente. O segundo paciente, L.A.S., 51 anos, apresentando radiculopatia em território S1 esquerda e incapacidade de permanecer na ponta do respectivo pé. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES A história do paciente e o exame clínico são de extrema importância para os casos de radiculopatia, permitindo o diagnóstico das possíveis causas. Os exames de imagem, de eletro diagnóstico assim como a análise do LCR ficam reservados para confirmação diagnóstica e planejamento cirúrgico, conforme a indicação clínica. Dessa forma, torna-se importante diferenciar, através do exame físico, a localização das raízes acometidas, para que haja adequada investigação e tratamento. 27) Título da Pesquisa: Tratamento Cirúrgico Da Nevralgia Do Trigêmio – Tema Livre Autores: Marcela de Rezende e Karnikowski, Renan Noschang, Caroline Klovan, Anderson Deliberal, Dr. Eliseu Paglioli Neto. INTRODUÇÃO: A Nevralgia do V nervo craniano, ou Trigêmio, constitui-se em importante causa de dor facial. Manifestam-se como ataques estereotipados de dor, usualmente intensos, na distribuição dos ramos trigeminais, atingindo mais frequentemente os ramos maxilar e mandibular. OBJETIVOS/DESCRIÇÃO: Descrever um caso de nevralgia do trigêmeo para o qual foi indicado tratamento neurocirúrgico e discutir acerca do impacto desta patologia na vida do paciente. METODOLOGIA Paciente JFF, masculino, 55 anos, com diagnóstico de nevralgia do V nervo craniano, com distribuição nas porções maxilar e mandibular do mesmo, sem resposta adequada ao tratamento clínico. Foi indicada neurocirurgia seguindo a técnica descrita por Janetta (isolamento vásculo - nervoso com Teflon), obtendo-se controle dos sintomas. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES A Nevralgia do Trigêmeo assume importância clínica por tratar-se de dor de elevada morbidade, muitas vezes incapacitante. Impõe-se, sob o ponto de vista médico e humano, o tratamento desta patologia. Seguindo esse raciocínio, pode-se realizar o tratamento cirúrgico, conforme a indicação. 22 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS 28) Título da Pesquisa: Neurocisticercose e Epilepsia Autores: Luiza Machado Kobe, Marcela de R.e Karnikowski, Annelise Nicotti Gonçalves, Eduardo Bardini A. Felippe, Dr. Eliseu Paglioli Neto (orientador) INTRODUÇÃO A cisticercose é uma doença causada pela larva da Taenia solium, “tênia do porco” ou Cysticercus cellulosae, bastante prevalente nas regiões em desenvolvimento. Os embriões invadem a parede intestinal e disseminam-se hematogenicamente ao sistema Nervoso Central, fígado, músculos e outros órgãos. A Cisticercose pode ser dividida em neurocisticercose (NCC) e cisticercose extraneural. A NCC pode ser parenquimatosa (a forma mais comum), ou extraparenquimatosa, que compreende as formas: intraventricular, intraocular, subaracnóide e a doença espinhal. A neurocisticercose apresenta elevada freqüência em áreas endêmicas, e constitui-se a causa mais comum de epilepsia adquirida. Com freqüência, a NCC é um achado incidental, e os pacientes com lesões intraparenquimatosas são assintomáticos. Neste tipo de lesão, o principal achado é a epilepsia (mais freqüentemente focal, podendo haver generalização secundária), seguida da cefaleia, ao passo que nas lesões extraparenquimatosas a hipertensão intracraniana é o sintoma que mais ocorre. Acredita-se que o foco epiléptico surja de reação inflamatória pericística com edema, calcificações, alterações na plasticidade neuronal e gliose. OBJETIVO Relacionar o diagnóstico de neurocisticercose aos achados clínicos de pacientes com epilepsia adquirida. A clínica da NCC depende de fatores como a localização, quantidade de cistos e resposta inflamatória do hospedeiro. As lesões parenquimatosas são mais comumente localizadas no córtex e tronco cerebral, apresentam-se como lesões de 5 a 20mm de diâmetro, circunscritas, hipodensas, com paredes hiperdensas e eventualmente acompanhadas de edema. Um mesmo paciente pode apresentar-se com lesões ativas e calcificadas. METODOLOGIA Descrição de caso da paciente J.V.S., 33 anos, com epilepsia do lobo temporal, manifestada por crise de agressividade. Apresentava ressonância magnética de encéfalo com lesão temporal localizada. A paciente foi submetida à ressecção completa da lesão, com controle das crises. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES A cisticercose constitui doença benigna com grande potencial de malignidade, diretamente relacionado a fatores como localização, tamanho e multiplicidade de lesões. Após o diagnóstico, deve-se avaliar através de exames complementares de imagem, a morfologia e topografia dos cistos, a fim de uma indicação precisa e segura de cirurgia. Esta, quando corretamente indicada, pode vir a constituir tratamento curativo para este tipo de epilepsia adquirida. 29) Título da Pesquisa: Exame Neurológico Em Paciente Portadora De Tumor Medular Cervical – Relato De Caso Autores: Renan Noschang, Luiza Machado Köbe, Bruno Grund Frota, Anderson Deliberal, Caroline Klovan, Dr. Eliseu Paglioli Neto. 23 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS INTRODUÇÃO: Tumores da medula espinhal podem ser classificados como intramedulares, extra-medulares, intra-axiais ou extra durais. Os tumores intramedulares mais frequentes incluem os ependimomas, os astrocitomas pilocíticos e os astrocitomas fibrilares difusos. Por outro lado, os tumores intradurais extramedulares são representados pelos meningiomas e neurinomas (Schwannomas). As metástases são as representantes dos tumores extradurais. OBJETIVO Descrever, a partir de relato e imagens, os sintomas clínicos e o exame físico da paciente como ferramenta para o diagnóstico topográfico neurológico. METODOLOGIA Paciente L.G.F, 17 anos, com história de cervicobraquialgia há 3 meses, progressiva, evoluindo com parestesias e diminuição de força em membros superiores (MsSs) , com posterior progressão para membros inferiores (MsIs). Ao exame clínico, apresentava nível sensitivo em T6, força Grau II em MsSs e Grau III em MsIs, com presença de sinais piramidais (clônus, Babinski e hiperreflexia). Realizado exame de neuroimagem que demonstrou lesão intra-canal medular extendendo-se de C5 a T1. Realizado procedimento neurocirúrgico com ressecção total da lesão (neurinoma), resultando na melhora funcional neurológica. CONCLUSÃO Percebe-se, a partir do relato acima, a importância do exame clínico neurológico como elemento capaz de predizer com coerência a topografia lesional e indicar, dessa forma, a correta realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos. 30) Título da Pesquisa: Expressão do receptor IL-6s em pacientes com pré-eclâmpsia Autores: Francine P. Berlesi, Alex O. Sussela, Raisa Felix, Luiza Lucas, Marta R. Hentschke, Bartira E Pinheiro da Costa, Carlos E Poli-de-Figueiredo. INTRODUÇÃO: Sabe-se que o aparecimento de HAS e proteinúria >300 mg/24h em mulheres previamente normotensas, após a 20ª semana de gestação, caracteriza a pré-eclâmpsia (PE). Apesar de essa doença ser responsável por 3% a 8% de morbidade e mortalidade de mulheres em todo o mundo, ainda não se sabe as causas exatas que levam a essa enfermidade. A má perfusão útero-placentária, que pode levar a isquemia e hipóxia tecidual, é responsável pela liberação de mediadores inflamatórios como citocinas, que contribuem com o aumento da resistência vascular e da pressão arterial das gestantes. Uma das citocinas envolvidas nesses eventos é a IL-6, mediador sintetizado por fagócitos mononucleares, células endoteliais e fibroblastos em resposta a estímulos inflamatórios, que age em receptores IL-6s. Tem-se como hipótese que a PE está associada com um aumento da resposta inflamatória, e esses eventos estão, portanto, interligados. OBJETIVO: Comparar níveis plasmáticos do receptor IL-6s em pacientes controles (GN) e paciente com PE. METODOLOGIA: O estudo foi realizado no Hospital São Lucas/PUCRS, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa. Todas as pacientes consentiram em participar. No período préparto foi coletado 4 mL de sangue materno. Realizaram-se coletas de 21 pacientes com PE e 39 de GN, armazenadas a -80°C até a análise. Os níveis séricos de IL-6sR foram mensurados através do teste ELISA em duplicata. 24 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS Para comparar os grupos, foi utilizado teste t de Student. RESULTADOS: Foram avaliadas 21 pacientes com PE e 39 gestantes normais (GN). A idade média (anos) foi 22,3±4,8 26,0±3,7 (P=0,06), idade gestacional (semanas) foi 32,7±5,8 vs 40,1±0,8 (P=0,01), PAS (mmHg) 143,0± 2,2 vs 118,8±3,1 (P=0,01), PAD (mmHg) 112,5±4,0 vs 77,2±10,2 (P=0,01), Ácido úrico (mg/dL) 5,87±1,10 vs 4,57±0,12 (P=0,02), Creatinina (mg/dL) 0,82±0,12 vs 0,73±0,09 (P=0,01), Peso do recém-nascido (g) 2.130,7±839,3 vs 3.555,0±261,0 (P=0.01), Peso da placenta (g) 621,3±167,0 vs 796,3±154,2 (P=0,05), para PE e GN, respectivamente (média e desvio padrão). A relação Proteinúria/Creatininúria no grupo PE foi 2,40±1,31. Os valores de IL-6sR (ng/dL) foram 28,7±10,8 (PE) vs 16,5+6,4 (GN) (P=0,01). CONCLUSÕES: A alta afinidade da IL-6 com o receptor IL-6s foi verificada em pacientes com PE enquanto as pacientes normotensas não apresentaram alterações. Esse aumento de IL-6sR sugere uma resposta inflamatória exacerbada em pacientes com PE. Acredita-se que uma análise detalhada da IL-6sR, com os seus receptores IL-6s e a citocina IL-6, em tecido materno, fetal e na placenta seria interessante para compreendermos melhor a importância desta citocina em pacientes com PE. 31) Título da Pesquisa: Pericondrite induzinda por Piercing Autores: Claurio Roncuni (acadêmico), Dra. Viviane Feller Martha, Dra. Caroline Berg, Giovana Fensterseifer(doutoranda), Dr. Nédio Steffen (orientador) INTRODUÇÃO A pericondrite do pavilhão auricular induzida pelo piercing vem se constituindo em afecção frequente, principalmente entre jovens. Geralmente ocorre nos meses quentes, nos quais a transpiração corporal é excessiva, prejudicando a cicatrização e predispondo a infecção. A ausência de suprimento arterial exuberante no tecido cartilaginoso contribui para a perpetuação do processo infecciosa. O principal material responsável pela reação de hipersensibilidade ao piercing é o níquel. Ele induz fenômenos alérgicos contribuindo na formação de um complexo níquel-proteina capaz de desencadear resposta imunológica. A principal sequela desta afecção é a deformidade da cartilagem do pavilhão auricular que representa aspecto característico denominado “orelha em couve-flor”. OBJETIVO Relatar caso de complicação pelo uso de piercing em uma jovem paciente. RELATO DE CASO Paciente de 18 anos procura emergência por dor, edema e eritema de região auricular (orelha externa) 48 horas após colocação de piercing. DISCUSSÃO O agente etiológico mais encontrado na pericondrite induzida por piercing é a Pseudomonas aeroginosa, sendo menos freqüentemente por Staphylococcus aureus. Além disso, o suprimento arterial no tecido cartilaginoso é escasso, o que contribui para a manutenção do processo infeccioso. As complicações, normalmente, iniciam de horas até uma semana após a colocação do piercing. Os sintomas manifestam-se através eritema, hematoma, abscesso, enrijecimento da pele no local, podendo também ocorrer manifestações sistêmicas, como choque tóxico, osteomielite e condrite. O diagnóstico é essencialmente clínico, devendo-se realizar cultura e antibiograma da secreção. As culturas geralmente revelam bactérias Gram 25 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS negativas, utilizando Cefalosporinas, Quinolonas e Ceftazidima para a erradicação da pseudomonas aeroginosa. A realização de ampla incisão cirúrgica com a remoção de tecido necrótico é determinante no aspecto cicatricial, evitando deformidades. A seqüela mais comum é a deformidade do pavilhão auricular, possuindo aspecto característico de "couveflor".Recebeu cefadroxil em outro serviço e apresentou piora progressiva do quadro no 5 dia de evolução Foi realizada drenagem ambulatorial sob anestesia local e recebeu clindamicina 400 mg de 6/6horas, bem como ibuprofeno e paracetamol. Após 2 dias a paciente retorna com piora progressiva do edema e eritema, foi hospitalizada e realizado debridamento no bloco cirúrgico com dreno de penrose no local. Recebeu clindamicina IV, corticoesteroide e teve melhora significativa. Retirado penrose no 3 dia pós debridamento e alta no 5 dia, recebendo antibiótico via oral novamente (mantido clindamicina). Após 72 horas piora novamente do quadro, aspirado 10ml de secreção purulenta enviado para cultura. Resultado: pseudomonas aeroginosa, recebeu oxacilina 2g IV 4/4h com resolução do processo infeccioso, com sequela estética significativa. 32) Título da Pesquisa: Neurolues Autores: João Pedro Z. Sanvitto, Leonardo Mazzochi, Ana Paula Heck, Fernanda Costa,Valentina M. Cará, Lucas Schilling, Antônio Carlos Huf Marrone(orientador). INTRODUÇÃO: Paciente feminina, 38 anos QP: alteração de marcha, confusão mental e disartria HDA: Paciente vem à emergência do HSL apresentando alteração de marcha, confusão mental e disartria com início há um ano, com piora nos últimos dias, que a levaram a procurar o serviço de emergência. Diagnóstico Sindrômico: Paralisia Geral EXAMES Labs: VDRL sérico 1\64 VDRL liquor 1\32 FTA-ABS reagente no liquor Imagem: RNM de encéfalo - extensas áreas hipertensas na substância branca periventricular. Diagnóstico Etiológico: Neurolues Tratamento: Esquema de 14 dias com penicilina G Evolução: Paciente teve melhora do estado geral, tendo recebido alta com melhora da confusão mental, persistindo os sintomas de alteração de marcha e linguagem. A partir desse caso, debateremos os aspectos clínicos e a epidemiologia dessa doença, os possíveis motivos que estão causando o aumento de sua incidência e que medidas poderiam ser adotadas para previni-la. 33) Título da Pesquisa: Posterior Reversible Encephalopathy Syndrome em um caso de Glomerulonefrite pósestreptocócica. Autores: João Pedro Farina Brunelli, Bernardo Portal, Lucas Luã Machado Pereira, Aline Melo Kramer, Luiz Carlos Porcello Marrone, Antônio Carlos Huf Marrone INTRODUÇÃO: PRES (Posterior Reversible Encephalopathy Syndrome) é uma entidade clinicorradiológica apontada pela primeira vez em 1996, em 26 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS uma publicação de Hinchey et al, definida pela combinação de alguns sintomas – cefaleia, crises convulsivas, alteração do nível de consciência e distúrbios visuais – com um padrão imagenológico típico – edema na substância branca encefálica, predominantemente nas porções posteriores dos hemisférios cerebrais, e usualmente reversível, como constatado em subsequentes exames de neuroimagem. Vários fatores podem agir como gatilho da condição - entre os mais comuns estão pré-eclâmpsia/eclâmpsia, terapia imunossupressiva e aumento abrupto da pressão arterial sistêmica e ela pode representar grande ameaça durante sua manifestação. MÉTODOS e RESULTADOS: nós descrevemos aqui o caso de uma paciente do sexo feminino, de 15 anos de idade, previamente hígida, procedente de Sapiranga, tendo sido encaminhada para o Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS após ter sofrido uma crise convulsiva e apresentado alterações no exame tomográfico realizado no hospital da cidade. Sofreu nova crise convulsiva e apresentou-se com febre e alteração de função renal. Foi realizada ressonância magnética de encéfalo, que mostrou padrão de lesão típico de PRES, e a paciente foi avaliada pelo Serviço de Nefrologia em busca da etiologia da alteração renal. A paciente manteve-se posteriormente estável e fez-se o diagnóstico de Glomerulonefrite pós-estreptocócica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: alteração abrupta de função renal também aparece entre as causas importantes da Síndrome, provavelmente por causar alteração nos níveis tensionais arteriais e perda da autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral, levando a alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica e edema vasogênico. Descrevemos este caso no intuito de alertar a comunidade médica para tal condição, que já é reconhecida com certa frequência em nosso hospital e é foco da atenção de vários especialistas no mundo, como pode ser visto revisando os bancos de dados de literatura médica. 34) Título da Pesquisa: A Doença Hipertensiva Gestacional, Hipertensão secundária, Distúrbios Metabólicos: A importância do acompanhamento clínico puerperal. Autores: Vicente Bohrer Brentano, Jeziel Basso, Samantha Schneider, Silvia Mattos, Marta Ribeiro Hentschke, Bartira E Pinheiro da Costa, Giovani Gadonski, Carlos E. Poli-de-Figueiredo. INTRODUÇÃO: A Doença Hipertensiva Gestacional (DHG) é umas das principais causas de morbimortalidade materna e fetal no mundo. A DHG é subdividida em quatro classes: Hipertensão gestacional (HG); Hipertensão crônica (HC); Pré-eclâmspia (PE) e Pré-eclâmspia sobreposta (PES), sendo esta classificação confirmada após a 12ª semana de puerpério. Até o presente momento, não há diretrizes governamentais que padronizam o atendimento dessas puérperas. A falta de acompanhamento clínico compromete o diagnóstico de importantes distúrbios e patologias as quais, se previamente diagnosticadas, diminuiriam desfechos negativos em próxima gestação e ao longo da vida. OBJETIVO: Relatar a importância do acompanhamento ambulatorial padronizado, através da apresentação dos diagnósticos finais da DHG; Hipertensão secundária e Distúrbios metabólicos 27 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS relacionados a DHG, em puérperas que desenvolveram DHG. METODOLOGIA: Estudo de coorte realizado através de acompanhamento puerperal de pacientes que desenvolveram DHG, atendidas no setor de obstetrícia do Hospital São Lucas/PUCRS, entre agosto de 2003 a dezembro de 2010. A amostra foi composta 249 pacientes, totalizando 1167 consultas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e pesquisa da PUCRS e todas as pacientes consentiram em participar do estudo. Durante as consultas, foi aplicado um questionário padrão, sendo os dados armazenados em banco de dados para posterior análise. Após três meses de puerpério, definiu-se o diagnóstico final da DHG. Para o diagnóstico de patologias associadas à hipertensão secundária foram realizados: ECG de repouso, Cintilografia renal com DMSA, Raio-x de tórax e exames laboratoriais, de acordo com a investigação clínica de cada paciente. RESULTADOS: Das 249 pacientes analisadas, 71% tiveram alta ou abandonaram o atendimento, Das 72 pacientes ativas, 38,8% foram classificadas como HC e 19,4% como PES. Assim, 58,2% das pacientes necessitaram de acompanhamento clínico para tratamento de HAS. Ainda, das 249 pacientes do estudo, 30 (12,04%) apresentaram patologias associadas à hipertensão secundária, sendo as mais prevalentes: refluxo vésico-ureteral (23,3%), síndrome dos ovários policísticos (13,3%) e Diabete Mellitus gestacional (13,3%). Das 232 que possuíam dados de IMC, 28% apresentavam sobrepeso, 18,5% obesidade grau I, 16,8% grau II e 13,79% grau III. Das 119 pacientes que apresentavam dados de perfil lipídico, 77,31% possuíam algum grau de dislipidemia. CONCLUSÃO: O acompanhamento clínico puerperal especializado é de extrema importância para pacientes que desenvolveram DHG. Dessa forma, é possível diagnosticar casos de HAS secundária, os quais, em grande parte, possuem caráter reversível com tratamento específico. Ainda, é possível realizar controle metabólico dessas pacientes e evitar desfechos desfavoráveis a curto e longo prazo. 35) Título da Pesquisa: A gordura subcutânea: uma ferramenta útil para avaliação do risco cardiovascular em adolescentes. Autores: Rafaela Garces Becker, Arthur Lazaretti, Patricia Forelich Giora Vieira, Augusto Pellicioli, Rita Mattiello e Matteo Baldisserotto (orientadores). INTRODUÇÃO: muitos estudos têm relacionado a gordura abdominal com anormalidades metabólicas e aumento do risco para doenças cardiovasculares em adultos, porém existem poucas pesquisas que examinaram essas questões em adolescentes. OBJETIVO: o propósito desse estudo foi avaliar a relação entre medidas ultra-sonográficas de gordura abdominal com dados antropométricos e laboratoriais em adolescentes, a fim de identificar potenciais marcadores que podem ser usados para controlar o desenvolvimento de fatores de risco para a doença cardiovascular em adolescentes. DESENHO: estudo transversal. CENÁRIO: os participantes foram avaliados em um ambulatório pediátrico tanto no Instituto da Criança da Universidade de São Paulo em São Paulo, quanto no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica no Rio Grande do Sul. METODOLOGIA: Quarenta e cinco pacientes com idade entre 10 e 17 anos foram incluídos 28 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS nesse estudo voluntariamente. Os adolescentes foram classificados como obesos ou eutróficos de acordo com o seu índice de massa corporal e o escore-Z para crianças e adolescentes brasileiras. Determinou-se a circunferência da cintura, a relação cintura-altura, o índice de conicidade e foram coletadas amostras de sangue de todos os participantes. Todos os pacientes realizaram uma avaliação ultra-sonográfica do tecido subcutâneo, da gordura pré-peritoneal e da gordura intra-abdominal. A associação das medidas ultra-sonográficas de gordura com as medidas antropométricas e laboratoriais foi analisada por meio do modelo de regressão linear (GLM) uni e multivariável. RESULTADOS: as medidas ultra-sonográficas da gordura apresentaram associações significativas na análise univariada com as medidas antropométricas, nível glicêmico, nível insulínico e HOMA-IR (exceto glicose e gordura máxima pré-peritoneal). Já no modelo multivariável, o índice de massa corporal, o escore-Z, o índice de conicidade e o HOMA-IR foram as únicas variáveis preditoras que permaneceram associadas com a soma da gordura dos sujeitos. CONCLUSÃO E RELEVÂNCIA: as medidas ultra-sonográficas de gordura abdominal estão associadas com dados antropométricos e laboratoriais nos adolescentes avaliados. Assim sendo, a gordura subcutânea pode ser uma ferramenta útil para avaliação do risco cardiovascular em adolescentes. 36) Título da Pesquisa: A idéia do paciente quanto ao anestesista Autores: Juliana Michalski Peres, Amanda Rocha Reinstein, Gonçalves, Mateus Brum Brenner, Regis Borges Aquino (orientador). Felipe INTRODUÇÃO: Anestesista ser médico não é assim entendido por parte da população. Os escassos dados neste sentido, quanto aos pacientes do nosso hospital, objetivou esta pesquisa, a fim de verificar a idéia destes quanto à aplicação da anestesia e à formação profissional do anestesista. MÉTODOS: estudo de coorte, n = 40, nos critérios de inclusão de pacientes do SUS, escolaridade primária ou secundária e cirurgias ambulatoriais. Entrevista realizada antes da abordagem do anestesista. Homens 23 (57,5%) e 17 (42,5%) mulheres com média de 56 anos e homens com média de 51 anos. Questionário constando das seguintes perguntas: 1- Quem aplica a anestesia é o: a) técnico de enfermagem b) cirurgião c) anestesista d) enfermeiro; 2O anestesista tem como formação profissional: a) graduação em medicina e especialização em anestesiologia; b) graduação em anestesia; c) curso técnico profissionalizante em nível médio (segundo grau); d) graduação em qualquer curso da área da saúde com especialização em anestesia; e) adquire conhecimento com a prática, não necessitando ter uma formação específica. RESULTADOS: Pergunta 1: b) 08 (20,0%); c) 32 (80,0%); as demais não pontuaram. Pergunta 2: a) 31 (77,5%); b) 07 (17,5%); d) 02 (5%); as demais alternativas com zero. DISCUSSÃO: Tanto em estudos americanos quanto em europeus verifica-se que pouco mais de 50% dos pacientes, com escolaridade secundária, tem conhecimento que o anestesista é graduado em medicina e especializado em anestesiologia. Nesta amostra, se observou que quase 1/4 dos pacientes entendem que a anestesia não é aplicada pelo anestesista. Quanto à formação profissional quase 20% 29 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS desconhecem que para ser anestesista é preciso ser médico e especializar-se em anestesiologia. Nenhum paciente referiu que a anestesia seria aplicada por técnico de enfermagem, assim como a formação profissional do anestesista, pelo mínimo, teria que ter algum curso de formação. CONCLUSÕES: verificou-se que aproximadamente ¼ dos pacientes ainda tem uma ideia equivocada quanto a quem aplica a anestesia e quanto à formação profissional do médico especialista em anestesiologia. 37) Título da Pesquisa: Alterações ortognáticas e posturais em paciente respirador oral Autores: Luíse Sgarabotto Pezzin, Dr. Nédio Steffen, Dra. Viviane Feller Martha (orientador) INTRODUÇÃO: Os tecidos linfoides (tonsilas palatinas e adenoides) desenvolvem-se rapidamente após o nascimento, atingem seu tamanho máximo na fase inicial da infância e começam a regredir entre os 8 e 10 anos. No entanto, em algumas crianças, seu crescimento excessivo pode levar a distúrbios relacionados a alterações ortognáticas e posturais. Em relação a alterações ortognáticas, observou-se que os pacientes com tonsilas e adenóides hiperplásicas tendem a apresentar retroposicionamento mandibular, incisivos inferiores lingualizados e incisivos superiores vestibularizados, aumento da sobressaliência e diminuição da sobremordida, além de efeitos na oclusão dentária. Ainda, estudos demonstram que obstruções nasorrespiratórias levam a crescimento vertical da face, mordidas cruzadas e estreitamento da arcada. Estudos anteriores relatam alterações posturais nas crianças, como escápulas mais elevadas em respiradores orais, lordose cervical, lordose lombar, cifose torácica e posição da pelve. OBJETIVO: Propõem-se um relato de caso acompanhado de fotos, ilustrando o tema. METODOLOGIA: Relato de caso de paciente pediátrico atendido em consultório de Otorrinolaringologia. CONCLUSÃO: A partir deste relato de caso, observa-se a grande influência da patologia exposta em relação à composiçãoo física - postural e ortognática – do paciente em questão. 38) Título da Pesquisa: Análise de sobrevida e causas de óbito em transplantados renais do Hospital São Lucas da PUCRS em 5 anos de acompanhamento. Autores: Luiza Silveira Lucas, Francine Berlesi, Alex Oliboni Sussela, Raisa Perdomo Felix, Karla Cusinato Hermann, Annerose Barros, Domingos O. d'Avila. INTRODUÇÃO: O transplante renal (TRx) é o tratamento de escolha para grande parte dos pacientes com doença renal crônica, representando a terapia de substituição renal que proporciona melhor qualidade de vida ao paciente e que tem o melhor custo/efetividade. OBJETIVOS: Avaliar a sobrevida e as causas de óbito de receptores de TRx em um período de 5 30 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS anos. METODOLOGIA: Estudo de coorte não contemporânea, envolvendo pacientes transplantados renais com rins provenientes de doadores falecidos, maiores de 18 anos, com tempo de seguimento mínimo de 12 meses ou com óbito durante o período, não submetidos a transplante de múltiplos órgãos, entre 1/2005 e 12/2010, no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (HSL-PUCRS). RESULTADOS: A amostra foi constituída de 212 pacientes, sendo 4 excluídos por interrupção no seguimento e outros 20 por não completarem os critérios para inclusão no estudo. Dos 188 pacientes em estudo 95 eram do sexo feminino; idade: 49,5±12,8 anos; tempo de acompanhamento: 42 (25,8–60,1) meses. A taxa de sobrevida em 60 meses foi de 85,7%. 19 pacientes (10,1%) foram a óbito pós-TRx; idade: 53,1±10,7 anos, sendo que 89,5% tinha idade superior a 40 anos, com risco relativo (RR) de morte igual a 3,0. 10 (52,6%) pacientes faleceram nos primeiros sete meses pós-TRx, sendo 4 (21%) no primeiro mês; 5 (26,3%) faleceram entre o primeiro e quarto ano pós-TRx e 4 (21%) entre o quarto e quinto ano. Entre as causas de óbito estão: choque séptico (7/19), doença cardiovascular (3/19), choque hemorrágico (3/19), aspergilose (1/19), neoplasia de pulmão (1/19), lúpus eritematoso disseminado (1/19) e desconhecida (3/19). CONCLUSÕES: Os resultados dos TRx foram satisfatórios, com taxa de sobrevida em 5 anos de acompanhamento de 85,7%, superior a do Registro Americano de Transplantes, querelata 81,8% de sobrevida em 5 anos. A idade do receptor parece ser um dos fatores determinantes nos resultados do TRx: em nossa amostra ela esteve associada a mortalidade, com RR=3,0 para indivíduos com idade superior a 40 anos. A maioria dos óbitos (52,6%) ocorreu num período precoce (<1 ano pós-TRx). O avanço da técnica cirúrgica e o desenvolvimento de novas drogas imunossupressoras têm contribuído para a diminuição da mortalidade de pacientes submetidos à TRx. A principal causa de óbito foi sepse, o que equivale a resultados encontrados em outros países em desenvolvimento, onde a mortalidade relacionada à infecção pós-TRx apresenta maior prevalência em relação às demais causas. 39) Título da Pesquisa: Concentração de CCL5 em plasma materno, cordão umbilical e placenta em gestantes com e sem pré-eclampsia Autores: Raisa Perdomo Felix, Luiza Silveira Lucas, Francine Berlesi, Alex Oliboni Sussela, Bruna Krauspenhar, Marta Ribeiro Hentschke, Carlos E Polide-Figueiredo, Bartira E. Pinheiro da Costa INTRODUÇÃO: Sabe-se que pré-eclampsia (PE) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna e fetal no mundo, afetando de 3 a 8% das gestantes. Considera-se PE o aumento dos níveis tensionais >140/90 mmHg, associado a presença de proteinúria patológica (> 300mg/24h), após a vigésima semana de gestação. Estudos prévios mostraram que a PE parece estar relacionada com uma resposta inflamatória exacerbada durante a gestação, intimamente relacionada com a disfunção endotelial e vascular, e consequentemente, com o aumento da pressão arterial sistêmica. Dessa forma, tem-se como hipótese que a citocina inflamatória CCL5 (Chemoattractant Chemokine Ligand 5) ou RANTES estaria aumentada em 31 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS pacientes com pré-eclâmpsia, em comparação ao grupo controle. OBJETIVOS: O estudo visa estimar os níveis da citocina inflamatória CCL5, no plasma materno, plasma proveniente do cordão umbilical e em amostras de placenta de pacientes com pré-eclâmpsia e grupo controle. METODOLOGIAS: Estudo transversal realizado no Hospital São Lucas/PUCRS. A amostra foi composta por 69 pacientes (33 com PE e 36 controles). No período pré-parto foi coletado 4 mL de sangue materno e, logo após o parto, 4 ml do sangue do cordão umbilical e biópsias de 1cm³ do centro dos cotilédones centrais da placenta. As amostras foram armazenadas a -80°C até a análise. Os níveis da citocina foram mensurados através do teste imunoenzimático (ELISA) em duplicata. A análise dos dados foi realizada através do programa SPSS versão 17.0 para Windows. RESULTADOS: A hipótese de que a citocina CCL5 estaria aumentada em pacientes que apresentaram PE em relação ao grupo controle foi confirmada nas amostras de plasma materno e placenta (P<0.001); a despeito do plasma fetal, em que a concentração de CCL5 foi menor no grupo PE (P<0.001). CONCLUSÕES: Uma importante diferença de concentração de CCL5 foi encontrada em plasma materno, cordão umbilical e tecido placentário entre PE e controles. Esse perfil sugere uma resposta inflamatória materna e placentária exacerbada em PE e diminuída no feto. Para o nosso conhecimento, esse estudo é novo em apresentar o comportamento da citocina CCL5 em pacientes com PE em relação ao grupo controle em amostras de plasma e placenta. 40) Título da Pesquisa: Indução de Memória de Extinção através da Exposição a uma Novidade Autores: Gerson Guilherme Sápiras, Jociane de Carvalho Myskiw, Fernando Benetti e Ivan Izquierdo. INTRODUÇÃO: Fortes estressores traumáticos no passado de um indivíduo podem desencadear a formação de memórias que, quando evocadas com frequência, podem trazer prejuízos à vida do paciente, tal como no TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático). A extinção de tais memórias na terapia de exposição é uma maneira de suprimir a evocação destas. OBJETIVO: Verificar se a exposição a uma novidade pode induzir a extinção de memória aversiva. METODOLOGIA: Utilizou-se ratos Wistar machos (3 meses de idade), submetidos à cirurgia estereotáxica para implantação bilateral de cânulas guias na região CA1 do hipocampo dorsal ou amígdala basolateral (BLA). Após período de recuperação, estes foram submetidos ao paradigma de Condicionamento Contextual ao Medo. No dia 1 (treino), os animais foram submetidos a estímulos elétricos na caixa de condicionamento. No dia 2 (extinção), foram expostos ao mesmo aparato, porém sem o estímulo elétrico. No dia 3 os animais foram submetidos a uma sessão de teste. Durante as sessões de extinção e teste, mediu-se o tempo total de imobilidade como resposta condicionada. Como estímulo novo, os animais foram expostos a um aparato de Campo Aberto (CA) diferentes tempos antes ou após a sessão de extinção por 5 min. As infusões farmacológicas intra-CA1 ou BLA foram realizadas imediatamente após a exposição ao CA ou após a sessão de extinção. RESULTADOS: É possível 32 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS induzir a formação da memória de extinção, quando os animais são expostos à novidade 1 ou 2 horas antes, ou 1 hora depois da sessão de extinção. Entretanto, tal efeito é prejudicado pela infusão de diferentes inibidores de síntese proteica, como a anisomicina e a rapamicina na região CA1 do hipocampo dorsal, mas não na BLA, imediatamente após a novidade ou a sessão de extinção. Porém a infusão intra-CA1 de DRB, inibidor de expressão gênica, prejudica o efeito positivo da novidade sobre a formação da memória de extinção apenas quando infundido imediatamente após o CA, mas sem efeito sobre a BLA. CONCLUSÕES: o efeito da novidade sobre a memória de extinção pode ser atribuído a um mecanismo semelhante ao chamado Synaptic Tagging and Capture, no qual uma LTP (Long-term Potentiation) precoce pode ser estendida a uma LTP tardia, de maneira dependente de síntese de proteínas. Ou seja, o aprendizado fraco de extinção gera uma marcação nas sinapses que foram ativadas, enquanto que o aprendizado da novidade induz a síntese de proteínas relacionadas à plasticidade, que serão então capturadas pelas sinapses marcadas, e consequentemente, fortalecidas. 41) Título da Pesquisa: Leiomiossarcoma nasal e sinonasal Autores: Shandi Prill, Aline Silveira Martha, Viviane Feller Martha, Nédio Steffen (orientador) INTRODUÇÃO: Leiomiossarcomas correspondem a aproximadamente 7% de todos os sarcomas de tecidos moles. Raramente ocorrem na cabeça e no pescoço ou envolvem o trato sinonasal ou a faringe. Leiomiossarcomas na região sinonasal são incomuns e associados com curso agressivo e mau prognóstico. O tratamento geralmente consiste em excisão cirúrgica radical. Terapia adjuvante tem efeito limitado. Em revisão de 63 casos, com acompanhamento de 50 pacientes, a taxa de sobrevida em 5 anos foi de 20% e em 10 anos, 6%. Em 17 desses 63 casos houve recidiva local. Identificação precoce é difícil devido a sua agressividade. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de leiomiossarcoma com acometimento nasal e sinonasal, um tipo de lesão rara, agressiva e de mau prognóstico. Metodologia e resultados: descrição de caso de paciente masculino, branco de 46 anos, procedente de Porto Alegre, encaminhado por pneumologista por estar em tratamento para rinossinusite aguda há 15 dias, com uso de amoxacilina e prednisona, com queixa principal de secreção e obstrução nasais, apresentando ao exame físico cornetos hipertrofiados e mucosa hiperemiada, sendo prescrita antibioticoterapia por mais 15 dias. No quarto dia, paciente retorna com epistaxe em pronto atendimento, sendo realizado tamponamento anterior da fossa nasal direita e retorna no terceiro dia de tamponamento para revisão, quando foi identificada lesão polipóide em fossa nasal direita e solicitada Tomografia Computadorizada (TC). Esse exame evidenciou lesão expansiva ocupando fossa nasal direita, seio maxilar direito e rinofaringe, com velamento de etmóide direito. Indicada biópsia excisional. À cirurgia, identificada lesão polipóide, friável e de consistência dura, a qual é removida e encaminhada para análise. Anátomo patológico e exame imunohistoquímico compatíveis com leiomiossarcoma. 33 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS 42) Título da Pesquisa: Modelo didático de correção de pneumotórax aberto Autores: PAIVA TL, SCHERER MO, GASPERI J, ZANIN EM, BRENNER MB, VILHORDO DW, BREIGEIRON R. INTRODUÇÃO: Ferimentos abertos da parede torácica com diâmetro maior que 2/3 da traquéia resultam em pneumotórax aberto, lesão ameaçadora à vida. Quando isso ocorre, as pressões atmosféricas e intratorácicas se igualam e, na inspiração, o ar tende a entrar por onde encontra menor resistência, no caso, o ferimento torácico. O tratamento inicial do pneumotórax aberto consiste na oclusão do ferimento com curativo “de três pontas”, que funciona como válvula unidirecional, evitando o colabamento pulmonar. O emprego de modelo didático pode ser útil no ensino de estudantes e profissionais da área de saúde ao ilustrar o efeito do pneumotórax aberto. OBJETIVO Demonstrar, em modelo didático, uma ferida torácica aspirativa (pneumotórax aberto) e o efeito do curativo de três pontas. MÉTODO Para construir o modelo foi utilizada garrafa de politereftalato de etileno (“PET”) representando a pleura parietal. A garrafa teve o terço inferior removido e meio balão de látex acoplado, representando o diafragma e seu movimento, quando tracionado inferiormente. Um corpo de caneta esferográfica sem a carga, representando a traqueia, foi instalado através da tampa da garrafa, adaptando-se, na extremidade inferior (dentro da garrafa), balão de látex tamanho 9, representando a pleura visceral. Para demonstrar a fisiopatologia do pneumotórax aberto e o curativo de três pontas, foi realizado orifício na parede da garrafa, e adaptada película presa em três pontos. RESULTADOS o modelo simula a mecânica ventilatória, pois com a tração inferior do látex que simula o diafragma, a pressão no interior do sistema diminui e o balão interno se enche de ar. Após a confecção do orifício na parede da garrafa, as pressões interna e atmosférica se igualam e o balão interno sofre colabamento progressivo com os movimentos de tração e relaxamento do látex que simula o diafragma. Com a instalação da película que simula o curativo de três pontas, o balão interno passa a inflar normalmente, pois o lado livre da película permite a saída de ar do sistema. CONCLUSÃO o modelo construído é de fácil montagem e é eficaz tanto para demonstração do movimento respiratório. 43) Título da Pesquisa: Ferimento penetrante epigástrico acarretando improvável acometimento do trato geniturinário. Autores: LUIZ, MO; RAUPP GS; ZANIN EM; LEHMANN DEF, BRENNER MB, SILVA RCI, BREGEIRON R INTRODUÇÃO: Paciente masculino, 20 anos, procedente de Porto Alegre, vítima de ferimento por projétil de arma de fogo trazido por familiares dia 27/02/13 à emergência 30min depois de encontrado. Paciente com ferimento perfurante com entrada em epigástrio e saída lateral em dorso à direita, 34 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS sinais de choque, abdômen tenso. Indicada avaliação da equipe cirúrgica, que encontrou abdômen distendido com dor difusa e defesa à palpação profunda. Evisceração de oomento em ferida de entrada. Pulsos periféricos ausentes. OBJETIVO A recuperação do paciente com o mínimo de intervenções possíveis tomando decisões de acordo com os protocolos préestabelecidos visando identificar possíveis lesões ameaçadoras da vida obscuras e aumentar a chance de sobrevivência e de melhora rápida do traumatizado. MÉTODO Indicada laparotomia exploratória, que evidenciouse presença 3L de sangue em cavidade peritoneal, perfuração de mesentério com sangramento ativo, em m. psoas direito, v. ilíaca direita e v. cava inferior. Feito tamponamento do m. psoas e controle vascular via Foley 18 e fita cardíaca. Rafia da lesão da v. cava inferior feita com fio 4-0 Prolene e ligadura de v. ilíaca. Houve transecção de ureter direito com perda de substância, realizada anastomose com fio Vicryl e colocação de cateter duplo J garantindo a permeabilidade da via. Desfile das alças identificando duas lesões em colón e duas em jejuno proximal. Rafia em dois planos com fio Vicryl e fio Seda das respectivas lesões. Posto dreno de borracha, flexível com sistema aberto número 3 junto à anastomose de ureter com bolsa coletora. RESULTADOS Evolução progressiva, drenagem de secreção serohemática diminuindo paulatinamente até cessar. No quarto dia, abdômen menos tenso, iniciando dieta hídrica. Alta da UTI no quinto dia. Sexto dia, abdômen inocente com um episódio de vômito. Sétimo dia, tolerância à dieta líquida com plano de alta em breve. CONCLUSÕES Lesões ureterais são raras. Em adultos, ferimentos penetrantes representam aproximadamente 90% dos casos e, comumente, envolvem ferimentos por projétil de arma de fogo. Traumas ureterais penetrantes estão associados, geralmente, a lesões adicionais ao trato gastrointestinal, vascular, abdominal, pélvico, rins e bexiga, como no caso mencionado. Precoce identificação e manejo de ferimentos penetrantes em vias geniturinárias podem minimizar as comorbidades, que podem incluir insuficiência renal, incontinência urinária e disfunção sexual. Lesões do trato genitourinário isoladas raramente representam ameaça a vida, contudo, podem levar a danos para a qualidade de vida. Por isso a necessidade de intervenção precoce como realizado no caso, já que essa abordagem evita danos permanentes. 44) Título da Pesquisa: Análise do Perfil dos Pacientes com Tontura Atendidos em Ambulatório de Otorrinolaringologia em Hospital Universitário Autores: Juliana Johnson Ferri, Luíse Sgarabotto Pezzin, Ricardo Almeida, Dr. Nédio Steffen,Dra. Viviane Feller Martha (orientador) INTRODUÇÃO: Nos EUA, a tontura é a queixa mais frequentemente relatada e é a principal causa de atendimento em pacientes com idade superior a 75 anos. No RS, há poucos estudos analisando as características dos pacientes que procuram atendimento por queixa de tontura. A vertigem é um tipo específico de tontura, que se caracteriza por sensação ilusória de rotação do ambiente e geralmente é acompanhada de sintomas como sudorese e palpitações. OBJETIVO: Analisar o perfil dos pacientes com queixa de tontura, atendidos em ambulatório de otorrinolaringologia. METODOLOGIA: Foi conduzido um estudo retrospectivo, em que se analisou 35 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS 160 protocolos,formulados pelo serviço de otorrinolaringologia. Os protocolos visavam a contemplar as característicasmais comuns dos pacientes com tontura como queixa principal. Avaliaram-se dados como: a identificação, as características da tontura, a ocorrência de quedas, as alterações audiológicas, as comorbidades, o uso demedicações, os antecedentes familiares, o exame otoneurológico e o diagnóstico . Dentre os 160 pacientes, apenas 126 foram incluídos na análise de dados. RESULTADOS: Dos 126 pacientes, 26,9% eram homens e, dentre estes, 60,9% apresentavam tontura rotatória (vertigem), 41,3% desequilíbrio e 19,5% apresentavam ambos os tipos de tontura. Dentre as mulheres, 65,8% queixavam-se de tontura rotatória, 38,4% apresentavam-na como desequilíbrio. Hipoacusia foi relatada por 64,5% dos pacientes. Zumbido esteve presente em ambos os tipos de tontura. Além disso, 80,3% fazia uso de algum medicamento (gráfico). Dentre as comorbidades, a mais freqüente é a HAS, em cerca de 49,3% dos indivíduos analisados pelo estudo. Em relação aos sintomas associados, presentes em 82,9% dos pacientes, destacam-se náusea e vômitos em 52,3%, cervicalgia em 48,4%, sintomas visuais em 38% e quedas em 47,6% dos pacientes. Incoordenação, otalgia, quedas súbitas ‘drop attacks’, hiperacusia e otorreia também foram relatados (tabela). CONCLUSÃO: Predominantemente, os pacientes que procuraram atendimento por tontura foram mulheres, pós-menopausa e hipertensas. O tipo de tontura mais comum dentre os pacientes foi do tipo rotatória (vertigem). Observou-se que 80,3% dos pacientes fazia uso de algum medicamento, sendo os antihipertensivos (49,3%) os mais frequentemente usados. Dentre os sintomas associados à tontura, os mais relatados foram náuseas e vômitos (52%). 45) Título da Pesquisa: Efeito da Cola de Fibrina contendo Plasma Rico em Plaquetas e Fibrina Rica em Plaquetas na Regeneração de Nervo Ciático em Ratos Autores: Amanda Schnorr, Lourenço Frigeri Teixeira, Bruna Arruda, Thaís Beuren, Jefferson Luis Braga da Silva (orientador).] INTRODUÇÃO: A completa regeneração após um trauma de nervo periférico é comumente difícil mesmo com tratamento adequado. O resultado favorável obtidos em diversas pesquisas, em que se utilizou a cola de fibrina sintética acrescida de fatores de crescimento, motivou o presente estudo a avaliar o eventual benefício do plasma rico em plaquetas (PRP) e da fibrina rica em plaquetas (PRF) acrescentados à cola de fibrina, na regeneração nervosa periférica. OBJETIVO Avaliar o efeito da adição de PRP e de PRF à cola de fibrina para a regeneração de nervo ciático em ratos. METODOLOGIA Estudo experimental, controlado, comparado e cego na avaliação dos resultados. Um grupo de 28 ratos foi dividido aleatoriamente em 4 grupos, de acordo com o tipo de tratamento instituído imediatamente após secção do nervo ciático produzida por microcirurgia. Dois ratos foram os doadores de sangue para a obtenção do PRP e do PRF. Os grupos de comparação são: GRUPO I (7 ratos): sutura microcirúrgica; GRUPOII (7 ratos): cola de fibrina; GRUPO III (7 ratos): cola de fibrina + PRP; GRUPO IV (7 ratos): cola de 36 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS fibrina + PRF. Para testar o resultado funcional foi realizado o teste funcional de marcha. Os ratos foram postos em uma plataforma retilínea e foram marcados com tinta Nanking nas patas. O fator pesquisado foi o SFI, ou seja, índice de função do ciático. Após, os animais foram submetidos à eutanásia para posterior coleta das amostras histológicas. A avaliação será através de microscopia eletrônica de transmissão. Serão realizadas análises morfométricas como o diâmetro dos axônios mielinizados e das fibras nervosas mielinizadas, espessura da bainha de mielina, preservação da arquitetura do nervo, presença de degeneração Walleriana, área das fibras de axônios mielinizados e densidade das fibras nervosas através de um software analisador de imagens Image Pro Plus, versão 4.1. RESULTADOS Os resultados esperados são maior densidade de fibras nervosas, maior número de axônios, maior área de fibras de axônio mielinizados, maior espessura da bainha de mielina e maior preservação da arquitetura nervosa nos grupos em que foi utilizada a cola de fibrina acrescida de PRP ou PRF. Assim como também é esperado que, nestes grupos, os ratos tenham maior SFI no teste funcional de marcha. CONSIDERAÇÕES Há diversas pesquisas publicadas que analisaram o uso de PRP e PRF, mas poucasavaliaram a regeneração após lesões de nervos periféricos. Portanto, torna-se necessáriocontinuarmos estudando o uso destes recursos. 46) Título da Pesquisa: O papel dos receptores histaminérgicos na consolidação da memória de reconhecimento de objetos. Autores: Eduardo de Assis Brasil, Clarice K.B. da Silveira, Cristiane R.G. Furini, Fernando Benetti, Siomara da Cruz Monteiro, Ivan Izquierdo (orientador) INTRODUÇÃO: O paradigma de reconhecimento de objetos (RO) é baseado na propensão natural de roedores em explorar uma novidade, a qual confere ao animal a habilidade de iscriminar entre um objeto familiar e um novo. Estudos sugerem que esta tarefa é dependente, da região cerebral chamada de hipocampo. Além disso, estudos tem demonstrado que o sistema histaminérgico está envolvido na consolidação e extinção de memórias de medo. OBJETIVOS E MÉTODOS: A fim de verificar a participação do sistema histaminérgico na consolidação da memória de RO, ratos Wistar machos foram submetidos a cirurgia estereotáxica para a implantação de cânulas guia na região CA1 do hipocampo dorsal. Após um período de recuperação, os animais foram habituados à arena de experimentação durante 20 min por 4 dias, na ausência de estímulos comportamentais. Vinte e quatro horas após a última sessão de habituação, os animais foram submetidos a uma sessão de treino (dia 1), na qual foram expostos a dois objetos diferentes por 5 min. Depois de vinte e quatro horas (dia 2) os mesmos foram submetidos a uma sessão de teste, na presença de um objeto familiar e um novo por 5 min. Durante as sessões de treino e teste verificouse o tempo gasto na exploração (cheirar, tocar) de cada um dos objetos. Os animais receberam a infusão das diferentes drogas na região CA1 do hipocampo dorsal imediatamente, 30, 120 ou 360 min após a sessão de 37 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS treino. RESULTADOS: O antagonista do receptor H1, pirilamina, o antagonista do receptor H2, ranitidina, e o agonista do receptor H3, imetit, bloquearam a retenção da memória de longa duração, quando infundidos na região CA1, 30 ou 120 min após a sessão de treino, sem afetar o estado de ansiedade ou a funcionalidade hipocampal. Enquanto o agonista do receptor H1, piridiletilamina, o agonista do receptor H2, dimaprit, e o antagonista do receptor H3, thioperamida, não tiveram efeito sobre a consolidação da memória de RO. CONCLUSÃO: Os dados demonstram que o sistema histaminérgico modula a consolidação da memória de reconhecimento de objetos através dos receptores H1, H2 e H3. 47) Título da Pesquisa: Padrões do Uso Não Médico do Metilfenidato entre estudantes do quinto e do sexto ano em uma faculdade de medicina do Sul do Brasil Autores: Betina Lejderman, Rodrigo Rosa Silveira, Gibsi Maria Possap da Rocha INTRODUÇÃO: O metilfenidato é um dos estimulantes mais vendidos. O uso do metilfenidato é sustentado para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Porém seu uso não médico vem aumentando hoje em dia. Seu uso não médico é definido quando a droga é usada sem prescrição médica ou apenas para experimentar o que a droga causa. Objetivos: avaliar a prevalência do uso do metilfenidato entre estudantes de medicina da PUC-RS, e discriminar o uso com prescrição médica daquele uso não médico. MÉTODOS: Alunos do 5º e 6º ano da faculdade de medicina da puc, no ano de 2012 foram convidados a responder um questionário composto por 25 questões de múltipla escolha, o qual avaliou o status acadêmico e socioeconômico, padrões do uso do metilfenidato, e atitude em relação a drogas para melhorar o desempenho acadêmico. Além disso, também foi aplicado o AUDIT, questionário compostos por 10 questões que avalia o consumo de bebidas alcoólicas. RESULTADOS: Dos 156 alunos matriculados, 152 alunos responderam ao questionário. 52 participantes (34.2%) já usaram metilfenidato, 35 participantes (23,02%) já fizeram uso sem receita médica ou por razões não médicas. Entre esses, a motivação para 24 participantes (68,57%) foi para auxiliar nos estudos, para 11 participantes (31,42%) foi para melhorar a concentração, para 11 participantes (31,42%) foi para experimentar, para 6 participantes (17,14%) foi para se manter alerta e para 2 participantes (5,71%) foi para ir a festas. Resultados também mostraram que tanto o uso do metilfenidato como o uso não médico está associado com score no AUDIT maior do que 8. CONCLUSÕES: O uso não médico do metilfenidato é muito prevalente entre estudantes de universidades brasileiras, assim como está associado com o abuso de álcool. Por isso é muito importante a atenção dos médicos para este tema, e os desenvolvimentos de mais pesquisas nesta área. 48) Título da Pesquisa: Posterior Reversible Encephalopathy Syndrome em um caso de Glomerulonefrite pósestreptocócica. 38 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS Autores: João Pedro Farina Brunelli, Bernardo Portal, Lucas Luã Machado Pereira, Aline Melo Kramer, Luiz Carlos Porcello Marrone, Antônio Carlos Huf Marrone INTRODUÇÃO: PRES (Posterior Reversible Encephalopathy Syndrome) é uma entidade clinicorradiológica apontada pela primeira vez em 1996, em uma publicação de Hinchey et al, definida pela combinação de alguns sintomas – cefaleia, crises convulsivas, alteração do nível de consciência e distúrbios visuais – com um padrão imagenológico típico – edema na substância branca encefálica, predominantemente nas porções posteriores dos hemisférios cerebrais, e usualmente reversível, como constatado em subsequentes exames de neuroimagem. Vários fatores podem agir como gatilho da condição - entre os mais comuns estão pré-eclâmpsia/eclâmpsia, terapia imunossupressiva e aumento abrupto da pressão arterial sistêmica -, e ela pode representar grande ameaça durante sua manifestação. MÉTODOS E RESULTADOS: nós descrevemos aqui o caso de uma paciente do sexo feminino, de 15 anos de idade, previamente hígida, procedente de Sapiranga, tendo sido encaminhada para o Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS após ter sofrido uma crise convulsiva e apresentado alterações no exame tomográfico realizado no hospital da cidade. Sofreu nova crise convulsiva e apresentou-se com febre e alteração de função renal. Foi realizada ressonância magnética de encéfalo, que mostrou padrão de lesão típico de PRES, e a paciente foi avaliada pelo Serviço de Nefrologia em busca da etiologia da alteração renal. A paciente manteve-se posteriormente estável e fez-se o diagnóstico de Glomerulonefrite pós-estreptocócica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: alteração abrupta de função renal também aparece entre as causas importantes da Síndrome, provavelmente por causar alteração nos níveis tensionais arteriais e perda da autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral, levando a alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica e edema vasogênico. Descrevemos este caso no intuito de alertar a comunidade médica para tal condição, que já é reconhecida com certa frequência em nosso hospital e é foco da atenção de vários especialistas no mundo, como pode ser visto revisando os bancos de dados de literatura médica. 49) Título da Pesquisa: Avaliação da composição corporal e da volemia através do Body Composition Monitor: o liquido intraperitoneal faz diferença? Autores: Marina Oliboni Moschetta, Julia Gabriela Motta, Cristina Fontoura Bombardelli, Rafaela Siviero Caron-Lienert, Bartira Ercília Pinheiro da Costa, Carlos Eduardo Poli-de-Figueiredo. INTRODUÇÃO: A sobrecarga de fluidos corpóreos tem sido relacionada à hipertensão, sinais e sintomas de edema pulmonar, insuficiência cardíaca, hipertrofia ventricular esquerda e outros efeitos cardiovasculares adversos, correlacionando-se com piora na evolução e aumento de mortalidade em pacientes em diálise peritoneal (DP). O Body Compositon Monitor (BCM), método validado, não invasivo, de simples e rápida aplicação e alta reprodutibilidade é seguro para a determinação da volemia. Porém, a 39 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS interferência da presença do líquido na cavidade intraperitoneal destes pacientes durante a sua aplicação ainda gera dúvidas. OBJETIVOS: Comparar parâmetros volêmicos e de composição corporal com o líquido na cavidade peritoneal e após este ser drenado. MÉTODOS: Estudo transversal onde foram incluídos 32 pacientes adultos em DP, há pelo menos 30 dias em acompanhamento no serviço de Nefrologia do Hospital São Lucas da PUCRS. Através do BCM foi possível determinar a água corporal total (ACT), a intracelular (AI) e a extracelular (AE), o indicador de hiperidratação (HH), além dos índices e percentuais de massa magra (MM), de gordura (MG), de tecido adiposo (MTA) e celular corporal (MCC). Esta avaliação foi realizada duas vezes, uma com a cavidade peritoneal cheia de dialisato (CC) e outra após sua drenagem, com cavidade vazia (CV). RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças nos parâmetros de volemia e de composição corporal entre CC e CV. A HH, assim como a ACT, AE, AI e suas correções para altura e peso, MM, MG, MTA, MCC não apresentaram diferença estatística. O teste de correlação de Pearson de HH entre CC e CV apresentou valor de r=0.989, R2=0.979 (P<0.001). Observou-se diferença na avaliação do peso entre as duas medidas, visto que, normalmente, o paciente mantém uma quantidade aproximada de 2L de dialisato na cavidade abdominal (P<0.001). CONCLUSÃO: Por não ser observada diferença entre as variáveis estudadas em ambos os momentos, sugere-se que o BCM pode ser aplicado sem a necessidade de drenagem do líquido de diálise quando presente nos pacientes em DP. 50) Título da Pesquisa: Atrofia Cerebelar Aguda induzida pelo uso não prolongado de Fenitoína. Autores: Bernardo Chaves D’ávila Portal, João Pedro Farina Brunelli, Renan Noschang, Laura Mocellin Teixeira , Romulo França Severino, André Luís Fernandes Palmini (orientador) INTRODUÇÃO: A difenil-hidantoína (DPH) é droga de primeira linha para tratamento de muitas formas de epilepsia. O efeito adverso mais comum dessa droga é a disfunção cerebelar após intoxicação aguda, levando a sintomas como diplopia e ataxia. Atrofia cerebelar irreversível pode ocorrer após intoxicação aguda e também após o uso crônico da fenitoína. No entanto a Atrofia cerebelar aguda pelo uso de Fenitoína em doses não tóxicas é um evento extremamente raro, exisitndo menos de 10 casos relatados no mundo. MÉTODOS E RESULTADOS Descrevemos neste trabalho um caso de uma paciente feminina, 14 anos, solteira, natural e residente de gravataí, que foi encaminhada ao serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS por apresentar Retardo do Desenvolvimento Neuropsicomotor e Epilepsia Parcial. Em novembro/2012, a paciente apresentava crises convulsivas que caracterizavam-se por mioclonias que iniciavam em membro superior direito e irradiavam para membro infeiror direito. Havia uma internação prévia em setembro de 2012 para controle de crises, momento no qual foi realizad uma RNM de encéfalo com evidência de áreas de displasia cortical focal em área motora do hemisfério cerebral esquerdo, sem outras alterações. Foi realizado um Eletroencefalograma que 40 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS evidênciou presença de foco epileptogênico em F3-C3. Durante esta internação foi realizado tratamento com Depakote 1000mg/dia, Diamox 250mg/dia, Nitrazepam 5mg/dia, Fenitoína 300mg/dia e Topiramato 150mg/dia. A paciente recebeu alta no dia 20/12/2012 com bom controle das crises. Após a alta, a paciente relatou inapetência, com perda de 1012kg em 2 meses, desenvolvendo importante incapacidade motora, incoordenação e quedas. Teve internação no Hospital Dom João Becker, onde se suspeitou de intoxicação medicamentosa, sendo suspensa todas as medicações e introduzido Carbamazepina 1000mg/dia + Depakote 750mg/dia + Urbanil 30mg/dia. Ao exame físico a paciente apresentava fala disártrica, forca grau III em hemicorpo D, grau IV em hemicorpo E, hipertonia + clonias intermitentes do hemicorpo D, dismetria dos quatro membros, disdiadococinesia, tremor de intenção, distasia e Babinski + à direita. Nova RMN de encéfalo foi realizada para avaliação do quadro, observando-se comparativamente ao exame anterior (setembro/2012), discreta proeminência dos espaços liquóricos, mais evidente na fossa posterior, podendo estar relacionada a algum grau de atrofia cerebral, especialmente cerebelar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista a baixa incidência deste tipo de complicação relacionada ao uso de Fenitoína, após revisão da literatura médica, a proposta desse trabalho é alertar a comunidade médica para tal condição e expor um caso do Serviço de Neurologia do Hospotal São Lucas da PUCRS. 51) Título da Pesquisa: Alterações ortognáticas e posturais em paciente respirador oral Autores: Luíse Sgarabotto Pezzin, Dr. Nédio Steffen, Dra. Viviane Feller Martha (orientador) INTRODUÇÃO: Os tecidos linfoides (tonsilas palatinas e adenoides) desenvolvem-se rapidamente após o nascimento, atingem seu tamanho máximo na fase inicial da infância e começam a regredir entre os 8 e 10 anos. No entanto, em algumas crianças, seu crescimento excessivo pode levar a distúrbios relacionados a alterações ortognáticas e posturais. Em relação a alterações ortognáticas, observou-se que os pacientes com tonsilas e adenóides hiperplásicas tendem a apresentar retroposicionamento mandibular, incisivos inferiores lingualizados e incisivos superiores vestibularizados, aumento da sobressaliência e diminuição da sobremordida, além de efeitos na oclusão dentária. Ainda, estudos demonstram que obstruções nasorrespiratórias levam a crescimento vertical da face, mordidas cruzadas e estreitamento da arcada. Estudos anteriores relatam alterações posturais nas crianças, como escápulas mais elevadas em respiradores orais, lordose cervical, lordose lombar, cifose torácica e posição da pelve. OBJETIVO: Propõem-se um relato de caso acompanhado de fotos, ilustrando o tema. METODOLOGIA: Relato de caso de paciente pediátrico atendido em consultório de Otorrinolaringologia. CONCLUSÃO: A partir deste relato de caso, observa-se a grande influência da patologia exposta em 41 SEMANA ACADÊMICA PROF EDUARDO PAGLIOLI – FAMED/PUCRS relação à composição física - postural e ortognática – do paciente em questão. 52) Título da Pesquisa: Tumores Raquimedulares: Relatos de Casos Autores: Ingrid Manoela A. C. de Aguiar, Aline Melo Kramer, Alex Oliboni Sussela, Rodrigo Douglas Rodrigues, Aline Hauschild Mondardo, Caroline S. Perin, Eliseu Paglioli. INTRODUÇÃO: Os tumores raquimedulares representam 15% dos tumores do SNC. Não há consenso na literatura sobre a prevalência, o prognóstico e a conduta terapêutica. A grande maioria é de natureza benigna, e as manifestações clínicas decorrem da compressão ou invasão das estruturas neurais adjacentes (Greenberg, 2003). O tratamento das lesões raquimedulares em geral é o controle da dor, a preservação da estabilidade espinal, a manutenção das funções medulares e dos esfíncteres, a recuperação das funções deficitárias e a deambulação (Winn, 2004). OBJETIVOS: O presente estudo visa a relacionar dois casos de tumores benignos raquimedulares, um com acometimento inferior (cauda equina) ausente de sintomas, e outro localizado superiormente afetando a medula funcional e com sintomatologia característica. METODOLOGIA: Neste estudo foram relacionados dois casos de tumores raquimedulares. Caso 1: Paciente feminina, 36 anos, assintomática, descobriu, acidentalmente, após RM a presença de ependimoma em cauda equina. Caso 2: Paciente feminina, 42 anos, consulta o médico com perda progressiva da força em membros inferiores há vários meses, com piora acelerada após sessão de fisioterapia, estando há cinco dias com força grau 1, evoluindo para força grau 2 após 24hs da administração de corticoide. Foi diagnosticada, através de RM, a presença de massa tumoral comprimindo a medula (Schwanoma). RESULTADOS: No caso 1 o exame físico da paciente apresentou hiporreflexia sem presença de sinais piramidais, a paciente foi encaminhada para a cirurgia onde foi feita a ressecção total do tumor. Já no caso 2 a paciente apresentou sinal de Babinski bilateral e clônus inesgotável bilateral. A paciente foi encaminhada para a cirurgia onde foi feita a ressecção total do tumor e ficou livre dos sintomas. CONCLUSÃO: A compressão da medula espinhal por massas tumorais causa uma mielopatia progressiva quando comprime sua parte funcional. A síndrome clínica manifestada depende do processo, do local e da extensão da lesão estrutural. 42