UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE INSTITUTO DE OCEANOGRAFIA DISCIPLINA: GEOLOGIA BÁSICA PROF. CARLOS R. A. TAGLIANI APOSTILA DE PETROGRAFIA ROCHAS ÍGNEAS A litosfera, correspondente a parte rígida acima da astenosfera, é delimitada pela parte externa do manto superior até a crosta. Esta, por sua vez, não se apresenta de forma homogênea, podendo variar na composição e na espessura, tendo, assim, na crosta continental uma composição granítica e 50 km, em média, de espessura e nos oceanos uma composição basáltica e aproximadamente 8 km de espessura. A mobilidade no material subjacente (astenosfera), produzida pela transferência de calor, matéria e pelas forças tensionais, promove dinâmica à litosfera e, consequentemente, origina as feições no relevo, o deslocamento de porções continentais e, inclusive, as atividades magmáticas por vastas extensões da crosta. O magma, material rochoso fundido, mistura-se em maior ou menor grau com o material crustal siálico, gerando plútons (porções magmáticas cristalizadas no interior da crosta) ou processos vulcânicos básicos ou andesíticos, segundo o ambiente geotectônico envolvido (GUERRA et al, 1994: 54). 1. CARACTERÍSTICAS DO MAGMA Os fenômenos magmáticos são aqueles relacionados à sua gênese, evolução e solidificação de tal material em fusão, no interior da Terra, que origina as rochas ígneas. Nesse sentido, os diversos tipos de magmas, diferenciados pela sua origem (mantélicos, crustais ou derivados) e pela sua composição (ácidos, intermediários, básicos e ultrabásicos) geram, também, distintos tipos de rochas, tais como granitos, sienitos, gabros, peridotitos, dioritos, riolitos, basaltos, andesitos, etc. Além disso, a diferenciação no curso da cristalização do magma também é responsável por originar estas diferentes rochas ígneas, classificadas de acordo com o seu modo de ocorrência (plutônicas, hipoabissais e vulcânicas). As características físicas dos magmas, como a temperatura e a viscosidade, estão intrinsecamente relacionadas com a composição dos mesmos. Magmas basálticos são mais quentes, com temperaturas de 1000º a 1400º C e têm viscosidade menor. Já os magmas graníticos são significativamente mais viscosos e apresentam temperaturas da ordem de 700 a 800º C. A viscosidade de um magma silicático é a propriedade de uma substância oferecer resistência ao fluxo, a qual está diretamente relacionada com a sua composição e temperatura. Temperatura alta: magma menos viscoso Temperatura baixa: magma mais viscoso Teor sílica alto: magma mais viscoso (maior rede de tetraedros de sílica) Teor sílica baixo: magma menos viscoso (menor polimerização de tetraedros de sílica) A consistência física de um magma se reflete na sua mobilidade e é função dos parâmetros, mencionados: a. Composição química (teor de sílica); b. Grau de cristalinidade (proporção que o magma já contém de material cristalizado); c. Teor de voláteis; d. Temperatura. Essa consistência física (viscosidade) implica em menor ou maior facilidade de fluir. Magmas pouco viscosos (basálticos) se esparramam com facilidade, formando derrames que podem se estender por dezenas ou centenas de quilômetros. Ao contrário, magmas mais viscosos (ex. riolíticos) têm dificuldades até mesmo de extravasar, formando freqüentemente tampões nos condutos vulcânicos, o que provoca aumento de pressão por conta do magma e gases, quando a pressão supera o peso do material sobrejacente ocorrem os fenômenos de vulcanismo explosivo. Figura 1: Ciclo das rochas; formação das rochas ígneas. 2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO MAGMA O magma possui dois constituintes importantes: a. Os constituintes voláteis, que corresponde a sua fase líquida; b. Constituintes não voláteis, que corresponde a sua fase gasosa. Os constituintes voláteis são importantes do ponto de vista físico-químico, porém não exercem interferência nos estágios de solidificação inicial do magma, e sim, nos estágios finais. O principal representante é a água, assim como o CO2, CO, SiO2 , SO3, S2 , H2 , Ne , HCl, H2S, HF, etc. Já os constituintes não voláteis associam-se para formar os cristais, compondo as rochas, sendo os mais abundantes: SIO2, Al2O3, FeO, MgO, CaO, K2,O, Na2O e TiO2. A variação composicional dos magmas, assim como das rochas ígneas, é descrita principalmente pelo seu teor de sílica, que indica o percentual em peso de SiO2. A composição do magma depende de basicamente três fatores: a. Constituição da rocha geradora; b. Condições em que ocorreu a fusão dessa rocha e da taxa de fusão correspondente; c. História evolutiva desse magma, desde seu local de origem até seu sítio de consolidação. Magmas diversos são produzidos em função da área fonte, contudo a profundidade em que ocorre a fusão da rocha também é importante. Magmas basálticos pela fusão dos peridotitos mantélicos, rochas formadas principalmente por olivina e piroxênios (minerais ferro-magnesianos), principalmente nas regiões abaixo das dorsais meso-oceânicas. Já os magmas graníticos estão associados à fusão de partes profundas da crosta continental, enriquecida em sílica em relação à crosta oceânica. Magmas andesíticos são característicos dos arcos de ilha ou de cadeias de montanhas de margens continentais convergentes. Por razões termodinâmicas, magmas gerados a partir de uma determinada rocha-fonte são mais ricos em sílica em relação à mesma. Portanto, a fusão de peridotitos forma magmas basálticos, a fusão de basaltos gera andesitos e granitos podem se formar a partir da fusão parcial de rochas andesíticas. Magmas hidratados (ácidos) atingem temperaturas menores que magmas anidros (básicos). 3. AS FASES DO MAGMA Os magmas apresentam altas temperaturas, da ordem de 700º a 1200º, e são constituídos por: a. Parte líquida: representada pelo material rochoso fundido; b. Parte sólida: corresponde a minerais já cristalizados e a eventuais fragmentos de rocha (xenólitos) transportados em meio à porção líquida; c. Parte gasosa: constituída por voláteis dissolvidos na parte líquida, predominantemente H2O e CO2. O magma, portanto, é composto por soluções complexas e por substâncias minerais e gases dissolvidos, onde nesta variação de composições, a sílica é predominante. Ao atingir a superfície, o magma ganha o denominação de lava, uma vez que durante o processo vulcânico sofre algumas modificações físico-químicas, que a diferenciam do magma retido e cristalizado em profundidade. 4. CONCEITOS BÁSICOS Rochas ígneas: o termo ígneo refere-se àquilo que tem sua origem no fogo (do latim ignis = fogo). Assim, as rochas ígneas estão associadas à formação dada a altas temperaturas a partir de material fundido em grandes profundidades, podendo extravasar à superfície do planeta através de vulcões, por exemplo. Rocha: agregado natural formado por um ou mais minerais e/ou mineralóides, constituindo parte essencial da crosta terrestre. Minerais: são elementos ou compostos químicos de composição definida, cristalizados e formados naturalmente por processos geológicos inorgânicos. 5. SÉRIE DE CRISTALIZAÇÃO DE BOWEN A Série de Reação de Bowen, proposta pelo petrólogo experimentalista N. L. Bowen (1928) representa um modelo genérico e simplificado de um processo natural muito mais complexo e que, portanto, deve ser utilizado com cautela na interpretação da cristalização de qualquer corpo magmático (TEIXEIRA et al, 2000: 335). Á medida em que ocorre o resfriamento do magma há uma sequência de cristalização, que no estudo das rochas permite analisar quais os minerais poderão ou não se associar na formação da rocha. Nos estágios iniciais de cristalização, as diferentes fases minerais não cristalizam concomitantemente: algumas se formam primeiro, e só depois que a composição do magma remanescente tiver sido modificada pela cristalização das primeiras fases, e sua temperatura tiver diminuído ainda mais, é que as demais fases de cristalização irão se juntar às que já se encontram em processo de cristalização, ou mesmo irão substituí-las nesse processo. Com isso, Bowen estabeleceu duas séries de reações, as contínuas e as descontínuas, que se processam simultaneamente enquanto a temperatura decresce. a. Série Descontinua: é aquela representada pelos minerais ferromagnesianos mais importantes, tais como olivinas, piroxênios, anfibólios e biotitas. À medida que a temperatura decresce, os minerais formados em temperaturas mais elevadas tornam-se instáveis e tendem a reagir com a sílica (SiO2), que está em fusão no magma para tornarse mais estável. Com o resfriamento do magma os minerais se tornam mais ricos em sílica; a olivina (SiO4), o piroxênio (SiO3), o anfibólio (Si4O4) e a biotita (Si2O5), ou seja, os minerais ferromagnesianos, cristalizam-se no magma em uma ordem crescente de acidez: SiO4 > SiO3 > Si4O4 > Si2O5 b. Série Contínua: expressa pelos minerais do grupo dos plagioclásios. Nesta série, as reações ocorrem continuamente com reajuste das composições à medida que a temperatura diminui. Os primeiros plagioclásios a se formarem são os cálcicos. Enquanto estes se formam em um magma composto de Ca (Cálcio) e Na (Sódio), resta mais Na livre, o que aumentará o seu teor durante o resfriamento, passando a formar plagioclásios sódicos. As duas séries processam-se simultaneamente, convergindo para uma única, como pode ser visto no esquema a seguir: Figura 2: Série de cristalização de Bowen com a ordem de formação dos minerais. Figura 3: Esquema de classificação das rochas ígneas. 6. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS 6.1. QUANTO AO MODO DE OCORRÊNCIA Rochas efusivas, extrusivas ou vulcânicas: são aquelas que se cristalizam na superfície da Terra. Como há uma perda de calor muito rápida da lava com cerca de 1.000º C aumenta a viscosidade do magma, que em certo momento pode se transformar em vidro, estancando a cristalização. Assim, apenas alguns cristais irão se formar, já que o resfriamento e a consequente vitrificação da lava são mais rápidos que o demorado processo de cristalização dos minerais. Resulta, portanto, em uma mistura de cristais pequenos e material vítreo (não cristalino; amorfo). Rochas intrusivas ou plutônicas: São aquelas que a cristalizam no interior da crosta terrestre. Como o resfriamento é mais lento, todo o magma cristaliza-se sob a forma de minerais, não havendo formação de vidro. Se as rochas cristalizam-se a grandes profundidades são denominadas PLUTÔNICAS, e se cristalizam mais próximo à superfície são chamadas de HIPOABISSAIS. 6.2. QUANTO AO ÍNDICE DE COR Um parâmetro muito útil na caracterização composicional expedita de rochas ígneas é o índice de cor (M), que diz respeito à proporção entre minerais máficos e félsicos, e é definido pelo número puro correspondente ao percentual de minerais máficos na constituição volumétrica de uma rocha ígnea qualquer. Segundo esse parâmetro as rochas ígneas podem ser subdivididas em: LEUCOCRÁTICAS – O a 10% - são rochas que predominam os minerais de cor clara (quartzo, feldspatos, feldspatóides e micas moscovitas) MESOCRÁTICA: 10 a 50% - são rochas em que não há predomínio de minerais claros ou escuros. MELANOCRÁTICA: 50 a 90% - são rochas em que predominam minerais de cor escura (mica biotita, piroxênios, anfibólios e peridotitos). ULTRAMELANOCRÁTICA: 90 a 100%: rochas predominantemente máficas, sem qualquer mineral felsico. 6.3. ACIDEZ DAS ROCHAS – TEOR DE SÍLICA Os magmas e as respectivas rochas originadas são classificados segundo o seu teor de sílica, tal como a seguir: ÁCIDAS – mais de 65% de sílica INTERMEDIÁRIAS – entre 52 e 65% de sílica BÁSICAS – entre 52 e 45% de sílica ULTRABÁSICAS – menos de 45% de sílica 6.4. QUANTO À SÍLICA-SATURAÇÃO Existe para cada condição de Temperatura e Pressão uma relação ótima entre o cátions metálico e a quantidade de silício do radical ao qual ele se unirá para formar o silicato. Minerais que apresentam essa relação ótima são denominados saturados. Exemplos são os feldspatos, biotita, anfibólios e piroxênios, que por apresentarem o teor máximo de Si compatível com o radical, são considerados minerais estáveis na presença de sílica livre. No caso de ocorrer deficiência em sílica, por ocasião da cristalização, os cátions irão se ligar a radicais cujo conteúdo em Si está abaixo do ótimo exigido. Irão formar-se, portanto, silicatos deficientes em sílica, denominados minerais insaturados (Olivinas e feldspatóides), os quais são instáveis na presença de sílica livre. ROCHAS SUPERSATURADAS – minerais saturados mais a presença de quartzo; ROCHAS SATURADAS – somente minerais saturados; ROCHAS INSATURADAS – somente minerais insaturados ou saturados mais insaturados, entretanto sem a presença de quartzo. 6.5. TEXTURAS São as relações mútuas entre os componentes de uma rocha, definida pelo arranjo, forma e distribuição dos minerais em seu interior. Seu estudo permite tirar conclusões a respeito da origem e natureza da formação das rochas. 6.5.1 QUANTO À CRISTALINIDADE A cristalinidade corresponde ao grau de cristalinização do magma, ou seja, a proporção de minerais e vidro que se encontram presentes nas rochas ígneas. HOLOCRISTALINA – rocha é composta somente de minerais (forma-se em condições de resfriamento lento); HIPOCRISTALINA – composta por matriz cristalina e vítrea, sendo a primeira aquela que predomina (forma-se em condições de resfriamento rápido, mas não repentino); HIPOVÍTREA – também composta por matriz cristalina e vítrea, porém com esta última predominante na rocha; HOLOVÍTREA – somente vidro, sem cristais (formado em regime de resfriamento brusco). Figura 4:Textura hipocristalina. Figura 5: Textura holocristalina. 6.5.2 QUANTO À GRANULAÇÃO A granulometria representa medida quantitativa do tamanho dos minerais constituintes de rochas ígneas, sobretudo as holocristalinas. FANERÍTICA – quando os minerais podem ser vistos a olho nu. A textura fanerítica pode, ainda, ser homogênea (com os grãos do mesmo tamanho) ou heterogênea (grãos com tamanhos diferentes). Fina: minerais < que 1 mm; Média: minerais entre 1 e 5 mm; Grossa: minerais > que 5 mm. AFANÍTICA - quando os minerais não podem ser vistos a olho nú. Pode, também, se dividir em: Microcristalina : minerais visíveis apenas ao microscópio Criptocristalina: minerais visíveis apenas ao microscópio eletrônico ou raios-X. Figura 6: Granulometria fanerítica (esquerda) e afanítica (direita). 6.5.3 QUANTO AO TAMANHO DOS MINERAIS Existem rochas ígneas constituídas por minerais de tamanho aproximadamente igual, que são denominadas de textura equigranular. As rochas compostas de minerais de granulometria gradativamente variável são denominadas inequigranular. EQUIGRANULAR – os cristais apresentam mais ou menos o mesmo tamanho; INEQUIGRANULAR – os cristais apresentam diferenças marcantes de tamanho. 6.5.4 QUANTO À FORMA E HÁBITO DOS MINERAIS Todas as faces do cristal do mesmo tipo de conformação e que nos retículo do cristal possuem uma relação espacial comum, constituem um hábito cristalino. Nos casos em que os cristais não estão deformados, todas as faces simetricamente equivalentes são idênticas em tamanho e forma. Quanto à presença ou não de faces planas nos minerais (FORMA): a. EUÉDRICOS (Idiomórficos; automórfos): apresentam todas as faces planas; b. SUBÉDRICOS (Hipidiomórficos; hipautomórficos): minerais c/ algumas faces planas; c. ANÉDRICOS (Xenomórfos; alotriomórfos): minerais c/ faces irregulares. a. b. c. d. e. f. g. h. i. Quanto às três dimensões no espaço ou forma geométrica externa (HÁBITO): LAMINAR (aspecto de folhas); PRISMÁTICO (os cristais aparecem alongados como prismas); ACICULAR (tem aspecto de agulhas); TABULAR (em “forma de tijolos”) EQUIDIMENSIONAL; FIBROSO; CUBO; OCTAEDRO; ROMBOEDRO; etc. Figura 7: Alguns exemplos de hábitos cristalinos dos minerais. 6.5.5 QUANTO AO TIPO DE ESTRUTURA A estrutura de uma rocha diz respeito aos aspectos de conjunto, observáveis, via de regra, em afloramentos. Está relacionada às condições de formação das rochas e devem-se, muitas vezes, à ação de esforços aplicados às mesmas durante ou após os estágios de cristalização. São as descontinuidades apresentadas pelas rochas e todas as modalidades de variações texturais em escala geológica de corpos rochosos, nem sempre observáveis em amostras de mão. a. MACIÇA: quando a rocha não apresenta vazios na amostra. Ex: granito - alguns basaltos. b. VESICULAR: quando a rocha apresenta vazios na amostra. Ex: basalto. c. AMIGDALOIDAL: quando a rocha apresenta vazios preenchidos parcialmente por minerais secundários; d. DISJUNÇÃO COLUNAR (diaclasada); e. ESTRUTURA LAMELAR OU LINEAR (fluidal). Figura 8: Exemplo de estrutura amigdaloidal. Figura 9: disjunção colunar em diabásio. 6.5.6 QUANTO AO ARRANJO DOS CRISTAIS TEXTURA PORFIRÍTICA – os cristais maiores (fenocristais) estão imersos em uma matriz fina. Essa textura sugere 2 estágios diferentes de consolidação: 1. Os fenocristais foram formados em profundidade, onde pressões elevadas e o resfriamento lento favorecem a formação de grandes cristais. 2. A súbita transferência do magma a níveis mais superiores da crosta causou diminuição da pressão, perda de voláteis, aumento da viscosidade e resfriamento mais rápido, constituindo a matriz da rocha porfirítica. Se o resfriamento é muito rápido, forma-se vidro e a textura é chamada de vitrofirítica. TEXTURA POIQUILÍTICA – apresenta pequenos cristais no interior dos grandes, Primeiro, cristalizam-se os cristais menores e, após, com o enriquecimento de voláteis, formam-se os cristais maiores englobando aqueles menores. É comum em sienitos e monzonitos, onde o ortoclásio é o hospedeiro. TEXTURA FLUIDAL – ocorrem faixas paralelas acompanhando as linhas de fluxo do magma. É característico em lavas feldspáticas como o traquito, fonolito e andesito. 6.6. QUANTO A RELAÇÃO DOS FELDSPATOS PRESENTES a. SÓDICA (Na): quando o mineral for de cor esbranquiçada. Ex: granito. b. POTÁSSICA OU ALCALINOS(K): quando o mineral for de cor rósea. Ex: alguns granitos. c. CALCO-ALCALINA: Modo de ocorrência Vulcânica Hipoabissal Plutônica Vulcânica Hipoabissal Plutônica Vulcânica Hipoabissal Plutônica Tonalidade das rochas SODICO – CALCICAS FK < P CALCO – ALCALINO FK = P POTÁSSICAS FK > P ROCHAS ÁCIDAS Riolito Riodacito Pegmatito/ Aplito ---Granito Adamelito ROCHAS INTERMEDIÁRIAS Traquito Traqui-andesito Pegmatito/ Aplito Monzonito porf Sienito Monzonito ROCHAS BÁSICAS -------------------Shonkinitos Kentalinitos Dacito ----Granodiorito Andesito Aplito / Pegmatito Diorito Basalto Diabásio Gabros Leucocratas Mesocratas Melanocratas Feldspatos alcalinos feldspatos calcoalcalinos Plagioclases m i n e r a i s e s s e n c i a i s com sem quartzo sem quartzo sem quartzo quartzo Rochas plutónicas GRANITO SIENITO DIORITO GABRO* Rochas vulcânicas RIOLITO TRAQUITO ANDESITO BASALTO 6.7. QUANTO À CLIVAGEM Quando os minerais são submetidos a uma força externa destrutiva, como um forte impacto provocado por um martelo, estes se rompem. Existem várias maneiras de rompimento físico, ou seja, desintegração mecânica, no qual, clivagem e fratura são típicas. Clivagem é a propriedade de um mineral se romper de forma a produzir superfícies planas com direções definidas. A clivagem, na verdade, reflete os planos de fraqueza na estrutura do mineral e, por conseguinte, é geralmente perpendicular às direções nas quais as ligações são de baixa densidade e de baixa resistência. Portanto, o mineral se rompe sempre segundo direções paralelas aos planos de configuração atômica, sendo, obviamente, paralelas aos planos de cristalização. Tipos de clivagem: a. PROEMINENTE: quando quebramos o plano paralelo do mineral com a unha; b. PERFEITA: quando o mineral se quebra em planos paralelos em uma ou mais direções, com o uso do martelo; c. DISTINTA: quando se observa os planos, porém não é possível quebrar com o martelo; d. INDISTINTA: quando não observamos planos de clivagem. 6.8. QUANTO À FRATURA Toda quebra de um mineral segundo uma superfície não coincidente com um possível plano cristalográfico é denominado fratura, ou seja, os minerais se rompem na direção que não é paralela aos planos do cristal. Numa fratura, as ligações químicas são rompidas de um modo irregular não relacionado à simetria da estrutura interna. Tipos de fratura: a. CONCHOIDAL: apresenta-se com concavidades mais ou menos profundas, semelhante a um vidro quebrado; b. SUBCONCHOIDAL: uma concavidade com várias concavidades; c. IGUAL OU PLANA: quando a superfície da fratura se aproxima de um plano; d. IRREGULAR: apresenta superfície de fratura completamente irregular. 6.9. QUANTO AO BRILHO É a capacidade de reflexão da luz incidente. Assim, aqueles minerais que refletem mais de 75% da luz incidente exibem brilho metálico, como é o caso da maioria dos minerais opacos. Aqueles que não atingem esta reflexão têm brilho não metálico. Alguns exemplos de brilho: nacarado, vítreo, sedoso, resinoso, adamantino, graxo, perláceo, etc. 6.10. QUANTO ÀS MACLAS São agregados homogêneos que estão formados por dois ou mais cristais que entre si apresentam uma simetria. Esta simetria está determinada, dependendo do caso, por um eixo ou plano de macla que define o tipo de associação, denominado Lei de Macla. Os mecanismos que originam as maclas são: Crescimento em conjunto dos cristais maclados; Transformação polimórfica e Deslizamento. 7. CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS DOS MINERAIS ESSENCIAIS DAS ROCHAS ÍGNEAS 7.1 FELDSPATOS - Clivagem boa a 90 graus formando cantos e escadinhas; - Maclas Carlsbad com brilho distinto; - Cor: se o Feldspato alcalino é o único na rocha, ele pode ser rosado, amarelado ou esbranquiçado. Se ocorrer associado a plagioclásios, ele será quase sempre rosado e o plagioclásio será cinza esbranquiçado. (O PLAGIOCLÁSIO NUNCA SERÁ ROSADO!) - Hábito placóide, equidimensional; - Forma anédrica a subédrica; - Brilho intenso na face (010) e menos intenso na (001); - Dureza alta (6); - Os feldspatos alcalinos se alteram em caolim (esbranquiçados); - Os plagioclásios se alteram em sericita (mica fina) e epidoto (esverdeado). Figura 10: Feldspato - Microclínio 7.2 QUARTZO Quartzo alfa (trigonal) - Quartzo de baixa temperatura, comum nas rochas ígneas plutônicas; - Normalmente incolor, podendo ser cinza ou esbranquiçada; - Anédrico, irregular, amebóide, intersticial, - Brilho vítreo; - Dureza alta (7); - Fratura conchoidal, irregular, subplana. Quartzo Beta (hexagonal) - Quartzo de alta temperatura, comum nas rochas vulcânicas; - Cristais arredondados; - Subédricos e euédricos; - Formas piramidais. Figura 11: Quartzo e a fratura conchoidal. 7.3 FELDSPATÓIDES LEUCITA - Ocorre em rochas efusivas alcalinas; - Fenocristais subédricos e euédricos; - Hábito icnsitetraedrico a arredondado; - Cor cinza esbranquiçada; - Dureza alta (6); - Sem clivagem. NEFELINA - Ocorre em rochas sieníticas; - Anédrica; - Hábito equidimensional, irregular, semelhante ao quartzo; - Brilho graxo, menos intenso que o quartzo; - Fratura irregular; - Sem clivagem; - Cor castanho claro/ escuro; - Dureza alta (6); - Ataque com HCl – forma sílica gel (quartzo não reage). SODALITA -Ocorre em nefelina-sienitos - Cor azul intenso; - Clivagem imperfeita; - Dureza alta; - Fratura subplana; - Brilho vítreo. 7.4 MICAS (biotitas e moscovitas) - Hábito tabular; - Intenso brilho nas faces de clivagem; - Excelente clivagem; - Pode ser destacada em lâminas facilmente; Biotita = cor castanho escuro a preto; Moscovita = cor incolor a prateado. Figura 12: mica Biotita Figura 13: mica Moscovita 7.5 ANFIBÓLIOS - Cor verde escuro, castanho e preto; - Hábito prismático alongado; - Forma euédrico a subédrico - prismas Anédrico – grãos - Seção transversal – lozangos com cantos cortados; - Dureza alta, fratura irregular; - Clivagem prismáticas boa (56 p/ 124); - Brilho forte; - Alongamento do prisma segundo o eixo c. Figura 14: HORNBLENDA. 7.6 PIROXÊNIOS - Mesmas cores dos anfibólios; - Hábito prismático curto; -Forma igual ao anflibólio; - Seção transversal quadrada ou octogonal; - Fratura irregular; - Dureza alta; - Clivagem prismática boa, mais espaçada que a dos anfibólios; -Ângulo das clivagens à 90 graus, formando cantos e escadinhas. 7.7 OLIVINAS - Quase sempre subédrica a anédrica; - Hábito alongado a arredondo; - Cores esverdeadas; - Dureza alta; - Alteração freqüente em serpentina; - Identificável macroscopicamente apenas em Dunitos ou fenocristais de rochas básicas. FIGURA 15: Olivina 7.8 ALGUNS MINERAIS ACESSÓRIOS MAGNETITA - Brilho metálico forte; - Cor preta; - Hábito cúbico ou octaédrico TITANITA - Cor amarelo mel - Forma usual em cunha. GRANADA - Cristais subesféricos; - Cores rosadas, castanho –avremelhadas; -Frequente em rochas metamórficas. TURMALINA - Hábito prismático colunar; - Seção triangular abaulada; - Cor preta.