Projeto identifica 500 espécies de vida nas profundezas dos oceanos

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Projeto identifica 500 espécies de vida nas
profundezas dos oceanos
O conhecimento científico sobre os animais marinhos teve um grande salto em 2006. Graças ao
projeto internacional Censo da Vida Marinha, pesquisadores de 80 países conseguiram identificar
500 novas espécies, muitas delas vivendo nas profundezas dos oceanos.
Uma das surpresas, segundo o balanço anual do projeto divulgado ontem, foi a captura de
pequenos crustáceos a 5 km de profundidade no mar dos Sargaços, no meio do Atlântico. Esses
anfípodes, como são chamados pelos pesquisadores, além de comer uns aos outros, alimentamse também de flocos de matéria orgânica (que caem para as zonas mais profundas como se
fossem neve).
Somente desse grupo de organismos, as expedições que fazem parte do Censo da Vida Marinha
coletaram 500 novas espécies em 2006 --das quais, acreditam os cientistas, 12 são totalmente
novas. Ou seja, nunca foram vistas pelo olho humano. As demais tiveram quase sempre
ampliada distribuição geográfica.
R. Hopcroft/Universidade do Alasca
Outro grupo de invertebrado que chamou a atenção dos
pesquisadores é formado pelos camarões do oceano
Atlântico. Os robôs subaquáticos conseguiram flagrar
esses crustáceos a 3 km de profundidade. Eles vivem
em fontes hidrotermais. Nesses ambientes, a água que
vem do interior da Terra é expelida a uma temperatura
de 407ºC (calor suficiente para derreter chumbo). Esta,
até agora, é a mais elevada temperatura marinha já
registrada.
"Esse é um dos ambientes mais extremos que existe. E
ele está repleto de vida", disse Chris German, do Centro
de Oceanografia de Southampton, no Reino Unido.
Anfípode coletado no mar dos Sargaços a 5
km de profundidade
Esforço mundial
O projeto Censo de Vida Marinha chegou em 2006 ao
seu sexto ano de duração. Agora ele conseguiu ser totalmente global. Os 17 núcleos do projeto
reúne pesquisadores de todas as áreas oceânicas. Ao todo, mais de 2 mil pessoas trabalham
nessa empreitada.
Nesses últimos 12 meses, o balanço do projeto mostra a realização de 19 expedições de grande
duração, além do funcionamento de 128 pontos de observação em zonas costeiras. Ao todo,
mais de 20 espécies marinhas, como tubarões e leões marinhos, estão sendo rastreadas, 24
horas por dia, pelos grupos de pesquisa.
Uma ave conhecida no Brasil pelo nome popular de bobo-escuro bateu um recorde no oceano
Pacífico. Em 200 dias, o pássaro percorreu 70 mil km, fazendo um gigantesco oito sobre o mar.
Ela saiu do Havaí, passou por Nova Zelândia, Polinésia e Japão antes de retornar ao seu ponto
de origem.
Nunca, antes, um pássaro havia sido acompanhado por tanto tempo de forma eletrônica por um
projeto de pesquisa. Foram quase impressionantes 350 km por dia.
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