INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Bioelectricidade - Electricidade Básica Condensadores– associação em série e em paralelo Dipolo eléctrico, momento dipolar eléctrico Densidade da corrente eléctrica Lei de Ohm da corrente contínua Intensidade da corrente eléctrica Condutância Leis de Kirschoff Ponte de Wheatstone Carga e descarga de condensadores 1 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Programa do 12º ano - Física Interacções e Campos. Interacção electrostática. Princípio da conservação da carga eléctrica. Lei das acções electrostáticas ou Lei de Coulomb. Permitividade do meio Semelhanças e diferenças entre as leis da força coulombiana e da força newtoniana Campo electrostático. Conceito de campo de forças. Grandeza campo electrostático Campos electrostático criado por uma carga pontual estacionária. Linhas de campo: suas propriedades. Campo electrostático uniforme. Trabalho da força eléctrica. O campo electrostático como campo conservativo. Expressão da energia potencial correspondente aos sistemas campo eléctrico / carga Potencial eléctrico. Expressão analítica da função V=V(r) para um campo electrostático radial. Superfícies equipotenciais. Relação entre o módulo do vector campo eléctrico e a diferença de potencial, num campo electrostático uniforme. Unidade S.I. da grandeza campo eléctrico 2 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Campo Eléctrico com Simetria Radial E 1 Q E= ur 2 4πε 0 r E Q ε0 E E 3 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa O Campo Eléctrico como um Campo de Forças F E= q 1 qQ F= ur 2 4πε 0 r E E Q ε0 E q+ F=qE E 4 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Função Potencial do Campo Radial • Campo radial: E = Er u r • Função potencial V(r): dV Er = − dr 1 Q 1 Q Er = ⇒ V (r ) = + Const. 2 4πε0 r 4πε0 r 5 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Campo Uniforme +Q + + + + + + + + + + + + + + y x E - - - - - - - - - - - - - -Q E = − E yu y 6 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Função Potencial do Campo Uniforme • Campo uniforme: E = − E yu y • Função potencial V(r): dV Ey = − dy Ey Ey < 0 é constante V ( y ) = − E y y + const. 7 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Função Potencial V(y) Placa Placa y 0 d Escolheu-se Const.=0, logo o potencial vale 0 em y=0 (placa de baixo), e vale V(d)=Ed (na placa superior). O campo E é a derivada negativa da função potencial, sendo proporcional ao declive da curva entre as placas. O campo é nulo dentro das placas, sendo aí o potencial constante. 8 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Potencial e tensão eléctrica • Um campo eléctrico pode ser descrito pela sua função potencial V. • A diferença de potencial entre dois pontos designa-se por tensão eléctrica e representa-se pela letra u. • Note-se, pelo exemplo que quando o potencial em B for considerado nulo a tensão entre A e B é igual ao potencial em A. Esta situação ocorre frequentemente nos circuitos electrónicos. A VA uAB=VA-VB B VB 9 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Condensador •É uma estrutura constituída por 2 condutores (armaduras) A e B separadas por um material não condutor, designado dieléctrico. •Para “carregar” o condensador pode utilizar-se um gerador de tensão. Assim, a diferença de potencial entre as armaduras será VB-VA=uG. A +Q + + + + + + + + + + + + − uG - B- - - - - - - - - -Q •A carga de electrização das armaduras será sempre simétrica, QA=−QB, porque a carga positiva em excesso em A será a que falta em B. 10 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Capacidade do Condensador Plano • Existe em geral proporcionalidade entre a carga numa armadura e a diferença de potencial entre essa armadura e a outra. QA = C (VA − VB ) • A capacidade C depende da geometria do condensador e das propriedades do dieléctrico. Para o condensador plano essa capacidade vale: C= εS d S é a área das armaduras, d a distância entre elas e ε é a constante dieléctrica. 11 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Símbolo de Capacidade +Q U Q=C U C −Q 12 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Associação de Condensadores em paralelo U C1 Q1=C1 U Q2=C2 U Q1 Q2 C2 U Q Ceq Q=Q1+Q2=(C1+C2) U=CeqU Ceq=C1+C2 13 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Associação de Condensadores em Série Q U1 U U2= Q /C2 U Q U2 U1= Q /C1 C1 Q Ceq C2 U=U1+U2=(1/C1+1/C2) Q=(1/Ceq)U 1/Ceq=1/C1+1/C2 14 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Constante Dieléctrica • Quando o condensador está ligado a uma fonte de tensão constante, a diferença de potencial entre as armaduras é igual a essa tensão, independentemente do material do dieléctrico. • Para a mesma tensão a carga nas armaduras será tanto maior quanto maior for a constante dieléctrica ε. • A constante dieléctrica representa-se geralmente na forma ε = ε 0ε r em que ε0 é a constante dieléctrica do vazio e εr a constante dieléctrica relativa. 1 farad/metro ε0 = 9 4π × 9 ×10 15 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Dipolo Eléctrico +q z d p p p=qd uz −q 16 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Dieléctrico Polarizado +Q A + + + + + + + + + + + + + + + + + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − + − − uG + − + − + − + - - - - - - - - - - - - - - - B -Q 17 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa O Mesmo Dieléctrico Despolarizado A QA=0 + − + − − + + − − + − − −+ − − + + + + − − − + + ++ + − + + + +− − − − − + + − − − + − + + −− − + − − + + − + + + −− + + −− + − − − + + − + B − − + − + + + − + −+ − − + + − + QB=0 18 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Condutibilidade Eléctrica • Existindo mobilidade das cargas eléctricas no material entre os condutores A e B haverá corrente eléctrica de A para B. Essa corrente terá uma densidade J (A/m2) proporcional ao campo. A constante de proporcionalidade σ designa-se por condutibilidade eléctrica. • A densidade J é a quantidade de carga eléctrica que atravessa, por unidade de tempo, uma unidade de superfície posicionada perpendicularmente à direcção do movimento. I + − A + + + + + + + + + + + uG σ J=σE E J - B- - - - - - - - - •A intensidade de corrente I representa toda a carga que passa do condutor A para o condutor B, por unidade de tempo. Verifica-se assim que I=JS 19 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Condutibilidade Eléctrica I Unidades • A densidade de corrente J medese em ampère por metro quadrado (A/m2). • A intensidade de corrente I mede-se em ampère (A). + − A + + + + + + + + + + + uG σ J=σE E J - B- - - - - - - - - •A intensidade de corrente I representa toda a carga que passa do condutor A para o condutor B, por unidade de tempo. Verifica-se assim que I=JS 20 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Conceitos de Condutância e Resistência I=JS I=σES J=σE I= σS d U = GU = U R E=U/d Assim G = σS/d e R = 1/G = d / (σ S) 21 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Símbolo de Resistência Lei de Ohm I U R U=R I I=G U 22 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Associação de Resistências em Série I I U1 R1 U U U2 U1=R1 I U2=R2 I Req R2 U=U1+U2=(R1+R2) I=Req I Req=R1+R2 23 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Associação de Resistências em Paralelo I I1 U I1= U /R1 I2= U /R2 I I2 R1 R2 U Req I=I1+I2=(1/R1+1/R2) U=(1/Req)U 1/Req=1/R1+1/R2 Geq=G1+G2 24 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Unidades • • • • • • • • • • Q – carga eléctrica – coulomb (C) u – tensão ou potencial – volt (V) C – capacidade – farad (F) ε – constante dieléctrica – farad por metro (F/m) i – intensidade de corrente – ampère (A) R – resistência – ohm (W) G – siemens – (S) σ – condutividade – siemens por metro (S/m) E – campo eléctrico – volt por metro (V/m) J – densidade de corrente – ampère por metro quadrado (A/m2) 25 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Leis de Kirchhof – Lei dos Nós I1 I2 I1+ I2+ I3+ I4=0 I4 I3 A soma das correntes que convergem num nó é nula. 26 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Leis de Kirchhof – Lei dos Nós I1 I2 I1+ I2+ I3+ I4=0 I4 I3 A soma das correntes que divergem de um nó é nula. Nota importante: Os sentidos representados para as correntes são convencionais. Quando as correntes são positivas o seu sentido é o indicado. Quando são negativas, o sentido real é o contrário do indicado. 27 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Leis de Kirchhof – Lei dos Nós I1 I2 I2+ I3= I1+ I4 I4 I3 A soma das correntes que convergem num nó é igual à soma das correntes que divergem desse nó. 28 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa “Lei” dos Nós ? • Esta lei é válida em regime estacionário (corrente contínua). • Em regime quase estacionário (lentamente variável) pode ser aplicada com algum cuidado. • Note-se que, em regime variável, se houver acumulação de carga eléctrica no nó, a soma das correntes que convergem nesse nó já não será nula, mas positiva. 29 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Leis de Kirchhof – Lei das Malhas u1 R1 u4 R4 R2 R3 u3 u1+u4+u2+u3=0 u2 A soma de todas as tensões ao longo de um caminho fechado é zero. Nesta soma consideram-se positivas as tensões concordantes com a orientação do caminho e negativas as tensões contrárias à orientação do caminho. 30 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Leis de Kirchhof – Lei das Malhas u1 R1 u4 R4 R2 R3 u3 u1−u4+u2−u3=0 u2 A soma de todas as tensões ao longo de um caminho fechado é zero. Nesta soma consideram-se positivas as tensões concordantes com a orientação do caminho e negativas as tensões contrárias à orientação do caminho. Note-se que uma inversão no sentidos das tensões corresponde a uma mudança de sinal. 31 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa “Lei” das Malhas? • Esta lei é válida em regime estacionário (corrente contínua). • Em regime quase estacionário (lentamente variável) pode ser aplicada com algum cuidado. • Note-se que, em regime variável, se houver campo magnético a atravessar o caminho, existirá uma parcela com origem em fenómenos de indução electromagnética que não está explicitada na soma anterior. 32 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Divisor de Tensão I R1 Io=0 U R2 I=U/(R1+R2) U2=R2 I U2 R2 U2= U R1+R2 33 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Divisor de Corrente I I1 U I1=G1U R1 I2=G2 U I1= G1 I G1+G2 I2= G2 I G1+G2 I1= R2 I R1+R2 I2= R1 I R1+R2 I2 R2 I=(G1+G2)U 34 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Aplicação: Ponte de Wheatstone I R1 + − R3 G U R2 Rx=? G é um galvanómetro. Os valores de R1,R2 e R3 são conhecidos, sendo R3 variável. Ajusta-se o valor de R3 até se anular a corrente no galvanómetro. 35 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Aplicação: Ponte de Wheatstone I R1 + − R2 U Rx Rx = U R3 + Rx R3 UG=0 U U R2 R2 = U R1 + R2 UR2 URx UR2= URx Rx=? U R 2 = U RX R2 R3 ⇒ RX = R1 36 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Carga de um Condensador i Temos um gerador de tensão constante que vai ser ligado ao circuito RC no instante t=0. R uR UG uC C Tanto as tensões no condensador como na resistência e a própria corrente não serão constantes, mas funções do tempo. O condensador está descarregado no instante de ligação. UG=uR(t)+uC(t) 37 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Carga de um Condensador Para t>0 : Pela lei das malhas: i R q(t) uR UG uC C UG=uR(t)+uC(t) Pela lei de Ohm: UG=R i(t)+uC(t) Mas: q(t)=C uC(t) Logo: Finalmente: i(t)=dq/dt=C duC/dt UG=RC duC/dt + uC 38 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Carga de um Condensador Alguns factos importantes: • O condensador está descarregado em t=0. • Logo, em t=0, a tensão no condensador será nula: uC(0+)=0. • Sabemos que o processo de carga demora algum tempo. • Quando o processo terminar será a corrente nula: limt→∞i(t)=0 • No final teremos: uC(∞)=UG 39 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Carga de um Condensador Equação a resolver: UG=RC duC/dt + uC uCF(t)=UG satisfaz a equação, mas não é a solução geral. uCF(t)=UG é uma solução particular e designa-se por regime forçado. Para ter a solução geral será necessário somar a solução da equação 0=RC duC/dt + uC e que pode ser: uCL (t ) = −U G e − t RC Somando ambas: uC (t ) = U G − U G e − t RC = U G (1 − e − t RC ) 40 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Representação Gráfica de uC(t) uCF(t) UG uC(t) t (s) τ uCL(t) τ =RC −UG 41 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Representação Gráfica de uR(t) uCF(t) UG uC(t) τ =RC uR(t) t (s) τ 42 INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO Universidade Técnica de Lisboa Representação Gráfica de i(t) UG/R i(t) τ =RC t (s) τ 43