UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UnU de Ciências Exatas e Tecnológicas Curso de Ciências Biológicas – Modalidade Licenciatura Daniele Ferreira da Silva FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO CONTRA O CÂNCER NOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS E GENITAIS: UMA ABORDAGEM ENTRE OS FUNCIONÁRIOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁSUnUCET Anápolis 2014 Daniele Ferreira da Silva FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO CONTRA O CÂNCER NOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS E GENITAIS: UMA ABORDAGEM ENTRE OS FUNCIONÁRIOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁSUnUCET Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estadual de Goiás, UnUCET, como requisito parcial à obtenção do grau de Biólogo Licenciado. Orientadora: Profa. Msc. Cristiane Alves da Fonseca Orientador: Prof. Msc: Cristiane Alves da Fonseca do Espírito Santo Anápolis Co-orientador: Prof. Dr: Andréia Juliana Leite 2014 Rodrigues “Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão. Perder a classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve, e a vida é muito maravilhosa para ser insignificante”. Charles Chaplin AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente e principalmente a Deus que me guiou até aqui, pois foi Ele que me deu forças para não desistir, me deu ânimo a cada madrugada para que eu me levantasse e iniciasse mais um dia. Foi Ele que não me deixou olhar para a distância, para a falta de condição, para o medo de não conseguir. Por isso sou eternamente grata ao meu Deus. Agradeço aos meus pais que não mediram esforços para me ajudar nessa jornada, me encorajando a seguir em frente, acreditando no meu potencial e dedicando a mim seus ensinamentos, carinho e dedicação. Agradeço a Irmã Ivanise que acreditou no meu potencial e que me ajudou financeiramente nos primeiros meses para que eu conseguisse me estabilizar e começar a faculdade e ainda me indicou para que eu conseguisse um emprego. Ao meu namorado Wesley que teve paciência e muita compreensão além de não medir esforços para me ajudar em tudo que precisei. Á minha irmã Géssica que muito me ajudou para que eu conseguisse terminar este trabalho em tempo hábil. E também aos meus colegas de sala, Kássia Roberta, Lucas Leonardo e Philip, que muito contribuíram com seus conhecimentos individuais para a finalização deste trabalho. Agradeço também a minha orientadora Cristiane Alves da Fonseca e a co-orientadora Andréia Juliana Leite Rodrigues pela paciência, apoio e instrução prestados durante todas as fases de elaboração, realização e a concretização deste trabalho. RESUMO O câncer é definido como uma doença degenerativa resultante do acúmulo de lesões no material genético celular. Este é considerado um grande problema de saúde pública, pois é uma das principais causas de morte no mundo inteiro. Acerca disso, foi realizada uma pesquisa com os funcionários da Universidade Estadual de Goiás através de aplicação de questionário a fim de verificar o comportamento destes frente à realização de exames preventivos e auto-exames. Sendo possível de se verificar que boa parte dos entrevistados não realiza os exames preventivos e auto-exames contra o câncer, além da falta de informação acerca da importância destes. Entre as mulheres houve maior preocupação com a realização dos exames preventivos, contudo ainda é possível de se evidenciar o preconceito e vergonha em relação ao exame Papanicolau. Em relação aos homens entrevistados, houve mais resistência acerca da realização dos exames preventivos de PSA e toque retal, o que demonstra a falta de informação entre essa população. Frente a esta triste realidade fica evidente a necessidade de mais disseminação da informação sobre os exames preventivos e auto-exames para o controle do câncer na população geral e, sobretudo com aquela população que se faz presente em nosso meio acadêmico, que embora estejam diariamente em um ambiente onde se busca construir o conhecimento, aqueles que estão fora das salas de aula não usufruem deste. Palavras chave: câncer feminino, câncer masculino, exames preventivos, fatores de risco. ABSTRACT Cancer is defined as a degenerative disease resulting from the accumulation of lesions in the genetic material of cells. This is considered a major public health problem as it is a major cause of death worldwide. About it, a survey of employees at State University of Goiás through a questionnaire in order to check the behavior of these opposite preventive examinations and self-examinations was performed. Is possible to verify that most of the respondents does not perform preventive exams and self-exams for cancer, and the lack of information about the importance of these. Among women there was a greater concern with the realization of preventive screenings, yet it is still possible to demonstrate prejudice and shame in relation to Pap smears. Regarding the men interviewed, there was more resistance on the realization of preventive examinations of PSA and digital rectal examination, which demonstrates the lack of information among this population. Faced with this grim reality is evident the need for further dissemination of information on preventive exams and self-exams for cancer control in the general population and especially with that population that is present in our academic environment, though they are in daily an environment where it seeks to build knowledge, those outside of the classrooms do not enjoy this. Keywords: female cancer, male cancer, pap smears, risk factors. LISTA DE FIGURAS Figura 1- Relação em percentual da renda dos funcionários ADM, TEC e SG da UEGUnUCET. 30 Figura 2- Porcentagem entre as categorias ADM, TEC e SG que possuem plano de saúde na UEG-UnUCET. 33 Figura 3- Porcentagem entre as categorias ADM, TEC e SG das idades de início da atividade sexual entre as mulheres das categorias ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. 36 Figura 4- Nomes dos anticoncepcionais e número de entrevistadas que o usam entre as funcionárias ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. 37 Figura 5- Idade em que as mulheres entrevistadas entre as categorias ADM, TEC e SG tiveram seus filhos, na UEG-UnUCET. 39 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Frequência em porcentagem do sexo por categoria entre os servidores do Administrativo (ADM), Técnico (TEC) e Serviços Gerais (SG) da UEG-UNUCET. 29 Tabela 2- Frequência em porcentagem do sexo e faixa etária por categoria entre os servidores do administrativo (ADM), técnico (TEC) e servidores gerais (SG). 29 Tabela 3- Relação entre o número de entrevistados em cada categoria de nível de escolaridade e a quantidade destes que realizam o exame preventivo PSA em %. 31 Tabela 4- Relação entre o número de entrevistadas em cada categoria de nível de escolaridade e a quantidade destas que realizam o exame preventivo Papanicolau em %. 31 Tabela 5- Frequência em porcentagem do número de filhos dos funcionários entrevistados nas categorias de Administrativo (ADM), Técnicos (TEC) e Serviços Gerais (SG) da UEGUnUCET. 32 Tabela 6- Frequência em porcentagem da realização de exames de rotina pelos entrevistados dos setores ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. 32 Tabela 7- Frequência em porcentagem das mulheres com vida sexual ativa entre as funcionárias ADM, TEC e SG na UEG-UnUCET. 35 Tabela 8- Frequência em porcentagem do uso de anticoncepcional entre as funcionárias ADM, TEC e SG da UEG-UnNUCET. 36 Tabela 9- Frequência em porcentagem da quantidade das mulheres entrevistadas nas categorias, ADM, TEC e SG e o tempo de uso de anticoncepcionais na UEG-UnUCET. 37 Tabela 10- Frequência em porcentagem do número de mulheres e as idades de inicio da menarca das funcionárias ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. 38 Tabela 11- Frequência em porcentagem do número de funcionárias ADM, TEC e SG e o período de início da realização do auto-exame das mamas na UEG-UnUCET. 40 Tabela 12- Frequência em porcentagem do número de funcionárias ADM, TEC e SG e seus períodos respectivos de realização do auto-exame das mamas na UEG-UnUCET. 41 Tabela 13- Frequência em porcentagem do número de funcionários ADM, TEC e SG e a opinião sobre o melhor momento para se realizar o exame Papanicolau na UEG-UnUCET. 41 Tabela 14- Frequência em porcentagem das funcionárias ADM, TEC e SG e o inicio da realização do exame Papanicolau na UEG-UnUCET. 42 Tabela 15- Frequência em porcentagem das funcionárias ADM, TEC e SG com relação à frequência de realização do exame Papanicolau na UEG-UnUCET. 42 Tabela 16- Frequência em porcentagem do número de funcionárias ADM, TEC e SG e os fatores que podem retardar a visita da mulher ao ginecologista na UEG-UnUCET. 43 LISTA DE ABREVIATURAS ADM Administrativo (os) CEP Câncer Epidermóide de pênis DNA Ácido Desoxirribonucleico DSTs Doenças Sexualmente transmissíveis HPV Papiloma vírus humano OMS Organização Mundial da Saúde RH Recursos humanos SG Serviços Gerais SUS Sistema Único de Saúde TEC Técnicos UEG Universidade Estadual de Goiás UnUCET Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO 14 2.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 18 2.1 Carcinogênese 18 2.2 Epidemiologia do câncer 18 2.3 Fatores de risco e Prevenção contra o câncer 19 2.4 20 Exames de rotina e preventivos 2.5 Câncer, informação e prevenção 21 3.0 25 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral 25 3.2 Objetivos Específicos 25 4.0 MATERIAIS E MÉTODOS 26 4.1 Apresentação do tipo de pesquisa realizada 26 4.2 Caracterização dos entrevistados 26 5.0 RESULTADOS 29 5.1 Características socioeconômicas 29 5.2 Exames preventivos contra o câncer- Homens 33 5.3 Exames preventivos contra o câncer-mulheres 35 6.0 DISCUSSÃO 44 6.1 Dados Socioeconômicos 44 6.2 Exames Preventivos Contra o Câncer- Homens 44 6.3 Exames Preventivos Contra o Câncer- Mulheres 47 7.0 CONCLUSÃO 56 7.1 Perfil sócio-demográfico e de prevenção quanto á realização dos exames preventivos dos funcionários da UEG-UnUCET 56 7.2 Causas que contribuem para o afastamento de homens e mulheres à unidade de saúde 57 7.2 Perspectivas futuras 57 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59 APÊNDICES 65 14 1.0 INTRODUÇÃO O câncer é definido como uma doença degenerativa resultante do acúmulo de lesões no material genético celular, que induz o processo de crescimento, reprodução e dispersão anormal das células (ALBERTS et al., 2004). O surgimento das neoplasias está relacionado a uma multicausalidade de fatores conhecidos como carcinogênicos, isto é, agentes iniciadores capazes de modificar a estrutura do DNA de uma célula, fatores estes que podem ser inerentes ao indivíduo, como caracteres hereditários ou que podem ser adquiridos ao longo da vida do indivíduo de acordo com seu modo de vida, já que existem muitos agentes externos e/ou ambientais que são considerados carcinogênicos (OTTO, 2002). Segundo última estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) juntamente com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), estima-se para o ano de 2014 cerca de 153.090 novos casos de câncer para o Brasil, valores estes que incluem os cânceres de próstata com 68.800 novos casos esperados, o câncer de mama com 57.120 novos casos, o câncer de colo de útero com número estimado de 15.590 novos casos, o câncer de corpo do útero com cerca de 5.900 novos casos e o câncer de ovário com número de incidência estimado em 5.680 novos casos (INCA 2014). Embora apresente taxas de incidência semelhantes entre os sexos, estudos apontam para maior letalidade do câncer entre a população masculina, revelando assim as implicações de gênero na suscetibilidade dos homens a essa enfermidade, visto que o homem tem uma representação social de sujeito forte, resistente e invulnerável, e essa perspectiva tem sido apontada como importante barreira cultural que contribui para o distanciamento desses sujeitos dos serviços de saúde, sobretudo aqueles voltados para a promoção, prevenção e diagnóstico precoce, resultando assim em maiores índices de morbimortalidade entre essa população (MARTINS et al., 2012). Em contrapartida, Ferreira (2009), argumenta que uma porção significativa das mulheres se apresenta muito tardiamente para fazer os exames preventivos, apresentando como justificativas o fato de exprimirem sentimentos de medo e de dor na realização dos exames, medo do resultado e pelo constrangimento que alguns exames causam, sobretudo o exame citopatológico. De acordo com Santana et al. (2013), o câncer de colo de útero (CCU) é responsável por 4.800 óbitos anuais e foram estimados 17.540 casos novos para o ano de 2013, sendo 2.020 novos casos para a região Centro- Oeste e 750 destes casos para o Estado de Goiás. Segundo a estimativa do INCA (2014) é estimado para o ano de 2014 no Brasil cerca de 15.590 novos casos de câncer de colo de útero. E na região Centro-Oeste, este tipo de 15 câncer continua ocupando, assim como na estimativa para 2013, a segunda posição de câncer mais incidente. No Brasil, o câncer de mama apresenta-se como a primeira causa de morte por câncer em mulheres, acompanhando o mesmo perfil mundial (FARIA et al., 2012). A estimativa do INCA (2014) aponta que para o Brasil, em 2014 são esperados 57.120 novos caso de câncer de mama, com um risco estimado de 56,09 a cada 100 mil mulheres. E este é considerado o câncer mais frequente entre a população feminina nas regiões brasileiras, quando não se leva em consideração os tumores de pele não melanoma. Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por este tipo de câncer ainda continuam elevadas no Brasil, provavelmente pelo fato de a doença ser diagnosticada na maioria das vezes em estágios avançados. Dos cânceres masculinos, os mais recorrentes são o de próstata, o de testículo e o de pênis. Segundo estimativa do INCA a idade é o único fator de risco bem estabelecido sobre a incidência do câncer de próstata e com o aumento da expectativa de vida esse número tende a aumentar. Estima-se que o número de novos casos aumente cerca de 60% até o ano de 2015, já que 62% dos casos de câncer de próstata diagnosticados no mundo acometem homens com 65 anos de idade (INCA 2012); (INCA 2014). Os cânceres de testículo e de pênis são mais raros que o câncer de próstata, contudo são muito agressivos, principalmente pelo impacto psicológico que exercem sobre os pacientes. A incidência do câncer de pênis está relacionada a indivíduos com idade superior a 50 anos – embora possam ser encontradas em indivíduos jovens – especialmente quando se verificam baixas condições sócio-econômicas e de instrução, má higiene íntima e indivíduos não circuncidados. Especificamente no Brasil, o câncer de pênis representa 2% de todos os casos de câncer na população masculina, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste que nas regiões Sul e Sudeste. Vale ressaltar que nessas regiões de maior incidência, o câncer de pênis chega a superar os casos de câncer de próstata e de bexiga (SOUZA et al., 2011). Já o câncer de testículo atinge principalmente homens entre 15 e 40 anos de idade, com incidência de cerca de cinco casos para cada grupo de 100 mil indivíduos. Quando comparado a outros cânceres que atingem o homem, o câncer de testículo apresenta baixo índice de mortalidade. Destaca- se ainda o fato de ter maior incidência em pessoas jovens e sexualmente ativas, possibilitando, entretanto, a chance deste câncer ser confundido ou até mascarado por orquiepididimites, geralmente transmitido sexualmente. Atualmente, o câncer 16 de testículo é considerado um dos mais curáveis, principalmente se detectado em estágio inicial (SOUZA et al., 2011). O câncer de mama em homens é uma patologia relativamente incomum, pois atinge 1 homem para cada 1.000 mulheres, o que representa menos de 1% de todos os casos de câncer em homens nos EUA e é responsável por 0,1% da mortalidade por câncer no sexo masculino. Apesar desses números, alguns estudos indicam que a incidência desse tumor vem aumentando de 0,86 para 1,08 por 100.000 (RIESGO et al., 2009). Os fatores de risco relacionados ao câncer de mama são o envelhecimento, como fator mais evidente, já que cerca de quatro a cada cinco mulheres têm a ocorrência desta neoplasia depois dos 50 anos. Os outros fatores estão relacionados à vida reprodutiva da mulher, história familiar, consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo, exposição à radiação ionizante, alta densidade do tecido mamário-que se refere à razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama-, história familiar e alterações nos genes BRCA1 e BRCA2, embora raros (INCA 2014). Acerca do câncer de colo de útero, os fatores considerados de risco envolvem como principal fator de risco a infecção pelo papiloma vírus humana (HPV) com evidência dos tipos 16 e 18, além de influências quanto à imunidade, à genética, o comportamento sexual, a idade, cuja evidencia de maior ocorrência é encontrada após os 30 anos, e o tabagismo que também é tido como influenciável (INCA 2014). E Ferreira et al. (2005) aponta também como fatores de risco para esta neoplasia o hábito de fumar, e fatores nutricionais, como a carência de vitamina A. O fator de risco mais importante acerca da incidência do câncer de ovário é o histórico familiar de câncer de mama e ovário. As mulheres que já desenvolveram o câncer de mama e são portadoras de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 possuem maior risco de desenvolver também o câncer ovariano. Condição genética hereditária relacionada a síndrome de Lynch, que é um câncer de cólon hereditário não polipoide também se mostra relacionado à incidência de câncer de ovário assim como a terapia hormonal pós-menopausa, o tabagismo, obesidade, nuliparidade, menopausa tardia e a ocorrência de endometriose-doença inflamatória no endométrio (INCA 2014). Segundo estimativa do INCA (2012) a idade é o único fator de risco bem estabelecido sobre a incidência do câncer de próstata e com o aumento da expectativa de vida esse número tende a aumentar. Estima-se que o número de novos casos aumente cerca de 60% até o ano de 2015, já que 62% dos casos de câncer de próstata diagnosticados no mundo acometem homens com 65 anos de idade. Enquanto que a incidência do câncer de pênis está relacionada 17 a indivíduos com idade superior a 50 anos – embora possam ser encontradas em indivíduos jovens – especialmente quando se verificam baixas condições sócio-econômicas e de instrução, má higiene íntima e indivíduos não circuncidados (SOUZA et al 2011). Um bom avanço na tentativa de diminuir o índice de mortalidade masculina com câncer foi a instituição da Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem em 2009 (PNAISH) que tem por objetivo implantar ações e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde do homem pelo sistema único de saúde (SUS) (MARTINS et al., 2013). Dessa forma, para se obter uma diminuição da ocorrência dos cânceres incidentes sobre a população masculina e feminina, sobretudo nos órgãos reprodutivos é de extrema importância para a saúde a pesquisa sobre suas causas e fatores de risco, uma vez que o diagnóstico precoce é fundamental para seu controle e erradicação. Assim, o presente trabalho mostra-se de elevada importância, pois busca averiguar acerca dos comportamentos dos funcionários dos setores administrativos, técnicos e servidores gerais da Universidade estadual de Goiás (UEG-UnUCET) sobre fatores de risco relacionados com a incidência de cânceres nos órgãos reprodutivos e genitais de homens e mulheres e ainda obter dados relevantes sobre o modo em que a população se porta no sentido da realização dos exames preventivos e de rotina, que podem nortear políticas de saúde mais centradas em seu público alvo. 18 2.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Carcinogênese A célula cancerosa reproduz-se fora dos limites normais da divisão celular e pode invadir e colonizar regiões normalmente destinadas a outras células. Sem uma regulação, essas células dividem-se ininterruptamente e acumulam-se umas sobre as outras para formar tumores. O tumor é dito maligno quando as células migram para os tecidos adjacentes; quando as células não invadem os tecidos da vizinhança, o tumor é do tido como benigno. A falha dos sistemas de reparo e imunológico na tarefa de destruir e limitar essas células anormais produz as células cancerosas (SNUSTAD, SIMMONS, 2001; ALBERTS et al., 2004). O câncer está diretamente associado a duas classes de genes importantes na oncogênese, o proto-oncogenee o gene supressor de tumor. Eles normalmente efetuam funções celulares básicas, em geral relacionadas à regulação da divisão celular. O protooncogene promove crescimento, diferenciação e proliferação celular, enquanto que o gene supressor de tumor (anti-oncogene) o inibe. O proto-oncogene mutado costuma dirigir multiplicações excessivas, e o gene supressor de tumor contribui para a formação do câncer quando ele é inativado pelas mutações. O resultado serão características típicas do câncer: divisão celular descontrolada, a dispersão das células tumorais pelo corpo e uma expressão excessiva ou aberrante de proteínas (BALUZ, CARMO, ROSAS, 2002; GRIFFITHS et al., 2002). Os cânceres são classificados de acordo com o tipo celular e o tecido dos quais derivam. Existem aproximadamente 200 tipos diferentes de câncer. Três são as principais categorias: carcinomas, sarcomas, leucemias e linfomas. Os carcinomas incluem os cânceres que se originam de células que formam a epiderme, tecidos que revestem os órgãos internos ou aqueles que formam as glândulas. Os sarcomas representam os cânceres que se originam dos tecidos conectivos como os ossos e cartilagens ou tecidos musculares. As leucemias e os linfomas estão relacionados, respectivamente, aos cânceres originados das células formadoras do sangue e das células do sistema imunológico ou de defesa (ALBERTS et al., 2004). 2.2 Epidemiologia do câncer Atualmente, as doenças oncológicas são consideradas problema de saúde pública em função da elevada incidência, prevalência, mortalidade, gastos hospitalares e, acima de tudo, as consequências sobre a qualidade de vida do sujeito, bem como demandas de cuidado para 19 os profissionais de saúde (WHO, 2012). A magnitude global dessa doença mais que dobrou em 30 anos, principalmente nos países em desenvolvimento e os principais fatores que contribuem para isso são envelhecimento populacional e fragilidades dos programas de rastreamento (GUERRA, MOURA; MENDONÇA, 2005). Segundo última estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), para o ano de 2030, são esperados cerca de 27 milhões de casos de câncer incidentes, 17 milhões de mortes e 75 milhões de pessoas vivendo com algum tipo de neoplasia em todo o mundo. No contexto brasileiro são estimados para o ano de 2014 cerca de 153.090 novos casos de câncer, incluindo o câncer masculino de próstata e os cânceres femininos de mama, colo de útero, corpo do útero e de ovário (INCA 2014). Pelo fato do Brasil ser um país com particularidade de dimensões territoriais, é muito importante a existência de informações padronizadas, atualizadas, com boa qualidade e representativas da população. Por isso, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), trabalha na organização e análise dessas informações. As estimativas são publicadas a cada dois anos e têm como base as informações geradas pelos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), que hoje são 19 existentes no Brasil, alimentados por uma rede de 260 Registros Hospitalares de Câncer (RHC). O conhecimento sobre a situação do câncer no Brasil permite que as diferentes esferas de governo estabeleçam prioridades e aloquem recursos de forma direcionada para o enfrentamento do problema (FACINA, 2011, SILVA et al., 2011; HERR et al., 2013). 2.3 Fatores de risco e Prevenção contra o câncer Prevenção é definida como a diminuição da mortalidade de câncer pela redução da sua incidência. A maioria das informações sobre prevenção do câncer advém de estudos epidemiológicos que mostram associações entre modificações no estilo de vida ou exposição ambiental e determinados tipos de câncer. Pode ser dividida em três áreas: Prevenção primaria: tentativa de evitar o contato ou modificar a ação de agentes que induzem a carcinogênese; Prevenção secundaria: identificação e o tratamento precoce de doenças prémalignas ou malignas incipientes; Prevenção terciária: reduzir as complicações, tratando uma doença já clinicamente manifesta (ARAÚJO, PÁDUA-JUNIOR, 2012). Os agentes indutores do estado canceroso são classificados como carcinógenos. Porém, quanto melhor for o sistema de reparo, menos invasivos serão os fatores carcinógenos no organismo (SNUSTAD, SIMMONS, 2001; SCHWARTSMANN, 2006). Os fatores de risco de câncer são externos (ambientais) ou endógenos (hereditários), ambos inter- 20 relacionados de várias formas para dar início às alterações celulares características (ROSSIT; FROES, 2000; BRASIL, 2006b). Nos ambientes de trabalho encontra-se agentes cancerígenos como o amianto, a sílica, solventes aromáticos (benzeno), metais pesados (níquel e cromo), a radiação ionizante e alguns agrotóxicos, que somados à exposição a outros fatores de risco para o câncer (como a poluição ambiental, dieta rica em gorduras, consumo exagerado de álcool, os agentes biológicos e o tabagismo), potencializam a ação carcinogênica (BRASIL, 2006a; COSTA, 2008). A infecção pelo vírus HPV é um importante fator de risco para a ocorrência do câncer de colo de útero e também para o câncer de pênis como apontado por POMPEO, 2010 e PINHO et al (2006). E o meio mais eficaz para a promoção da saúde em detrimento dos fatores de risco relacionados ao câncer, sobretudo nos órgãos reprodutivos e genitais é o rastreamento através dos exames preventivos e auto-exames, pois são potencialmente capazes de reduzir a mortalidade, já que se baseia na premissa de que o diagnóstico precoce do câncer resultará na sua descoberta antes que ocorram metástases fatais (CESTARI; ZAGO, 2005). 2.4 Exames de rotina e preventivos A detecção precoce se baseia na premissa de que quanto mais cedo diagnosticado o câncer, maiores as chances de cura e sobrevida do paciente (BRASIL, 2006b). Os exames preventivos dão destaque para o rastreamento e detecção precoce dos cânceres de mama, colo de útero e próstata. Porém, as eficientes estratégias e tecnologias empregadas nos programas de prevenção, esbarram muitas das vezes na falta de informação, culminando com diagnósticos tardios e aumento da mortalidade. Estratégias que envolvam educação da população e difusão de conhecimentos, especialmente relacionados à Atenção Básica, podem mostrar-se custo-efetivas em se tratando dessa preocupante lacuna na saúde brasileira que, no entanto, pode ser substancialmente diminuída (GOMES, et. al., 2012, FREITAS, SILVA; THULER, 2012). O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Na região Centro-Oeste, a cada 100.000 mulheres, 38 apresenta esse tipo de câncer. Os fatores de risco relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, idade da primeira gestação, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e reposição hormonal) têm forte relação ao desenvolvimento do câncer de mama (PADILHA, PINHEIRO, 2004; BRASIL, 2007). Há evidências suficientes para mostrar que o exame de mamografia 21 em mulheres entre 50–69 anos pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em 15-25% (COSOMANO, 2007; WHO, 2008). O câncer cérvico-uterino pode estar relacionado com a conduta sexual, hábito de fumar e com fatores nutricionais, como a carência de vitamina A (FERREIRA et al., 2006). O tumor tem maior incidência nas brasileiras de classe econômica baixa e de regiões mais pobres como o Norte e Nordeste do país, regiões pobres em campanhas de conscientização e prevenção (MARTINS, THULER; VALENTE, 2005; COSTA, 2008). O exame citopatológico é a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde prioritariamente para mulheres de 25 a 59 anos de idade (BRASIL, 2007). No Brasil, há a prevalência dos tipos virais 16 e 18 do HPV (papiloma vírus humano) nos casos de câncer do colo do útero, presentes também na carcinogênese oral (OLIVEIRA et al., 2003). A recémdescoberta da vacina contra o papiloma vírus humana (HPV) caracteriza um método profilático a mais ao câncer de colo de útero (LOWY, SCHILLER, 2006). Segundo dados do INCA e do Ministério da Saúde, entre os anos de 2002 e 2004, o câncer da próstata no Brasil correspondeu a 12% do total de óbitos (INCA 2004). Alguns dos principais marcadores de risco ao câncer de próstata são idade maior ou igual a 50 anos e a história familiar do câncer (BRASIL, 2006b). O pouco conhecimento que se tem a respeito da história natural dessa neoplasia não favorece a existência de estratégias de prevenção. A sua incidência na população aumentou por consequência do aumento significativo da expansão de métodos diagnósticos e aumento da expectativa de vida da população masculina (INCA 2003; MARTINS et al., 2013) 2.5 Câncer, informação e prevenção A tendência do crescimento do câncer é inquestionável. A análise atual da situação do câncer no Brasil mostra que a diferença no risco absoluto e na sobrevida por câncer existe entre as diversas regiões brasileiras. Segundo o Ministério da Saúde todo o trabalho a ser desenvolvido para o controle da doença nos país deverá respeitar as diferenças de incidência e mortalidade por câncer em cada região brasileira. As soluções apontadas para vencer as disparidades estariam na educação e na comunicação, com mais investimento econômico para o aumento do acesso ao cuidado em todos os níveis sociais. Uma questão importante que a Comunicação do INCA procura trabalhar na mídia é o estigma de que o câncer está associado à morte (CASTRO, 2009). Até bem pouco tempo, por exemplo, a temática câncer era um tabu na imprensa brasileira e talvez ainda o seja nos meios televisivos (JUNBERG et al., 2012). Desmistificar esse estigma, presente no imaginário da população, pode contribuir para 22 impedir que pessoas deixem de procurar assistência médica com medo do diagnóstico de câncer. Segundo última estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) juntamente com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), estima-se para o ano de 2014 cerca de 68.800 novos casos de câncer de próstata para o Brasil, no ano de 2014, valores estes que correspondem a um risco estimado de 70,42 novos casos a cada 100 mil homens. Sendo este tipo de neoplasia a mais incidente entre homens em todas as regiões brasileiras, não levando em consideração os tumores de pele não melanoma. Tendo, portanto 91,24 novos casos a cada 100 mil homens no Sul, 88,06/100 mil homens na região Sudeste, 6,55/100 mil homens no Centro-Oeste, 47,46/100 mil homens na região Nordeste e 30,16/100 mil homens na região Norte (INCA 2014). Em relação ao câncer de mama feminino a estimativa do INCA (2014) aponta que para o Brasil, em 2014 são esperados 57.120 novos caso de câncer de mama, com um risco estimado de 56,09 a cada 100 mil mulheres. E este é considerado o câncer mais frequente entre a população feminina nas regiões brasileiras, quando não se leva em consideração os tumores de pele não melanoma. Com incidência na região Sudeste de 71,18/100 mil mulheres, no Sul com 70,98/100 mil mulheres, no Centro-Oeste com 51,30/100 mil mulheres e no Nordeste com 36,74/100 mil mulheres. A única região que o apresenta como segundo tumor mais incidente é a Norte com 21,29/100 mil mulheres. O câncer de colo de útero tem sua estimativa de cerca de 15.590 novos casos para o Brasil no ano de 2014, com um risco estimado de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar o tumor de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o mais incidente na região Norte com 23,57/100 mil mulheres. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste é o segundo tipo mais incidente, com 22,19/100 mil mulheres e 18,79/100 mil mulheres respectivamente. Na região Sudeste é considerado o quarto tipo mais incidente com 10,15/100 mil mulheres e na região Sul é considerado o quinto tipo mais incidente com 15,87/100 mil mulheres (INCA 2014). Acerca do câncer do corpo do útero é esperado para o ano de 2014 segundo última estimativa do INCA (2014) cerca de 5.900 novos casos de câncer a cada 100 mil mulheres, com risco estimado de 5,79 novos casos a cada 100 mil mulheres. Não levando em consideração o câncer de pele não melanoma, o câncer de corpo do útero é o sexto tipo mais frequente na região Sudeste com 7,58/100 mil mulheres, na região Centro-Oeste é o sétimo com 5,22/100 mil mulheres, na região Nordeste é o oitavo com 4/100 mil mulheres e nas regiões Sul e Norte é o nono mais incidente com 6,30/100 mil mulheres e 2,16/100 mil 23 mulheres respectivamente. Este tipo de câncer é o sexto tipo mais incidente, com aproximadamente 319 mil novos casos por ano, com uma taxa de incidência de 8,2/100 mil mulheres, sendo responsável pelo óbito de em média 76 mil mulheres por ano. Para o câncer de ovário estima-se para 2014 no Brasil o surgimento de 5.680 novos casos de câncer incidentes com o risco estimado de 5,58 novos casos a cada 100 mil mulheres. Não incluindo o câncer de pele não melanoma, o câncer de ovário é o quinto mais incidente na região Centro-Oeste com risco estimado de 6,96/100 mil mulheres, o sétimo nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste com risco de 6,63/100 mil mulheres, 6,58/100 mil mulheres e 4,03/100 mil mulheres respectivamente. E na região Norte é o oitavo com risco estimado de 2,52/100 mil mulheres (INCA 2014). Em um estudo realizado pelo INCA (2007), observa-se que grande parte da população de sete capitais brasileiras não considera que a alimentação inadequada, a falta de atividades físicas e as relações sexuais sem uso de preservativos podem causar câncer. No entanto, reconhece que o fumo, o consumo de bebidas alcoólicas e o excesso de exposição ao sol estão associados à doença. Outro fator relevante é a concepção da população brasileira a respeito do câncer. Um elevado percentual dos entrevistados ainda associa essa palavra a "morte", "dor" ou a ambas. Em um estudo realizado por JUNBERG et al., 2012, foi realizada uma análise sobre a cobertura do tema câncer, nos anos de 1931-1932 e 1948-1949, por um dos principais jornais brasileiros dessa época, o Correio da Manhã. Foi também investigado o mesmo tema no jornal americano como o NYT, que foi fundado em 1851 e é considerado o maior jornal metropolitano americano. Os autores relatam que a quantidade de matérias publicadas no Brasil era extremamente pequena quando comparada a divulgação internacional. Nas reportagens do NYT, o que surpreendeu foi observar a gama diversificada de assuntos tratados no mesmo período e a quantidade expressiva de espaço para informações sobre a doença, tais como a biologia do câncer, fatores de risco associados à doença, hereditariedade, avanços científicos, experimentação animal, além de outras abordagens mais tradicionais como cura, tratamento, diagnóstico e prevenção. A comparação entre a divulgação cientifica efetuada no Correio da Manha e no NYT se apresenta como um instrumento para a melhor compreensão do desenvolvimento do conhecimento público sobre a doença no país. Onde no Brasil esse conhecimento público se mostra muito inferior relacionado ao mesmo conhecimento nos Estados Unidos. A comunicação em saúde, especialmente na área de câncer, tem um papel primordial numa sociedade que tem ampla cobertura da mídia, podendo explorar e imputar à 24 comunicação um papel social esclarecedor, no que tange às principais formas de se prevenir contra uma doença que ainda é a segunda causa de mortalidade no país. Além disso, deseja-se que os especialistas na área de oncobiologia, comunidade científica e médica compreendam que, por um lado a informação é um eficaz instrumento na prevenção, por outro deve buscar incrementar suas formas de comunicação com a sociedade. Estas ações visam a associar-se a medidas empreendidas pelo governo brasileiro na busca pela queda dos índices de mortes por câncer no país (JUBERG, MACCHIUTE, 2007). 25 3.0 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Conhecer o perfil dos funcionários dos setores técnicos, administrativos e serviços gerais da Universidade Estadual de Goiás (UnUCET) em relação aos fatores de risco e prevenção contra o câncer nos órgãos reprodutivos e genitais masculinos e femininos. 3.2 Objetivos Específicos a) Caracterizar os funcionários quanto ao perfil sócio-demográfico (sexo, idade, etnia, escolaridade, profissão, local de moradia e renda); b) Caracterizar o perfil dos funcionários quanto: I. Idade de início da realização de exames de rotina e preventivos. II. Exposição a fatores de risco III. Periodicidade na realização de exames preventivos e de rotina; c) Identificar as causas que contribuem para o afastamento de homens e mulheres da rede de saúde. 26 4.0 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Apresentação do tipo de pesquisa realizada A pesquisa foi realizada por meio de questionário (Apêndice 1) com perguntas abertas e fechadas. Este foi dividido em três etapas com questões distintas e exclusivas para seu público alvo, de modo que a primeira parte do questionário, que compreende as primeiras nove perguntas foi destinada a todos os entrevistados independente do gênero em questão. Esta etapa foi importante para que se conseguisse traçar um perfil sócio-econômico do entrevistado. Em seguida, o questionário apresenta mais vinte e três questões destinadas aos entrevistados do gênero masculino, a fim de se traçar o perfil deste acerca do modo de se lidar com alguns fatores considerados de risco para o aparecimento de câncer, sobretudo nos órgãos reprodutivos e também compreender o modo que estes lidam com a realização de exames considerados preventivos contra o câncer dependendo da faixa etária ou não, como é o caso dos auto-exames dos órgãos genitais. E por fim o questionário termina com vinte e nove questões direcionadas para o gênero feminino, a fim de compreender o modo como as entrevistadas lidam com a realização dos auto-exames e dos exames considerados preventivos contra os cânceres, sobretudo de mama e de colo de útero e também com relação à exposição a alguns fatores e/ou situações consideradas como fatores de risco para o aparecimento de câncer, tais como a pratica de relação sexual sem preservativo, a não imunização (vacina) contra o HPV (Papiloma vírus Humano), entre outros fatores. O estudo em questão pode ser classificado como descritivo e explicativo. Pode-se classificar ainda o projeto como pesquisa de campo e bibliográfica. Pois, foi feito uma revisão bibliográfica a cerca da realização dos exames preventivos e de rotina pela população e esses dados foram confrontados e relacionados às respostas obtidas pelos funcionários dos setores técnicos, administrativos e serviços gerais da Universidade Estadual de Goiás (UEG) na Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas (UnUCET) através da análise de questionário. 4.2 Caracterização dos entrevistados Para a análise e comparação dos resultados entre os entrevistados houve a separação destes últimos por classes de acordo com a função e/ou trabalho realizado na universidade. Desse modo, os entrevistados foram divididos em Administrativo (ADM), que abrange os funcionários da biblioteca, secretaria, núcleo de tecnologia da informação, núcleo de estágio, coordenação de RH, coordenação administrativa, secretaria de cursos, coordenação de cursos, 27 coordenação adjunta de extensão e pesquisa, coordenação pedagógica, direção e a coordenação de mestrados. Os técnicos (TEC) incluíram todos os servidores atuantes nos laboratórios, tais como: o laboratório de informática, matemática, maquetes, biodiversidade, química, microscopia, anatomia, práticas de ensino, análises clínicas, bioquímica e farmacotécnica, mecânica de solos, de materiais de construção, de educação científica, arquitetura, engenharia agrícola, farmácia e topografia e também foi incluindo à sala de xérox e a sala de áudio visual. E por fim os funcionários dos serviços gerais (SG) que incluiu os funcionários que cuidam da limpeza e da manutenção do prédio da universidade. A coordenação de RH organizou uma lista da quantidade de funcionários atuantes na UnUCET e os setores onde eles atuam, de modo que foi constatado um número de 118 funcionários atuantes dos setores, técnicos, administrativo e servidores gerais, contudo, o número de questionários respondidos foi inferior totalizando 75 questionários. Foram analisadas 75 pessoas entre os funcionários técnicos (TEC), administrativos (ADM) e de serviços gerais (SG) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), na Unidade Universitária de ciências exatas e Tecnológicas (UnUCET) localizada na BR 153, Km 98 em Anápolis, Goiás-Brasil, entre os meses de março a junho de 2014. Foram inclusos na pesquisa funcionários acima de 18 anos que trabalham na Universidade Estadual de Goiás (UEG), independente do sexo, raça, credo, ou local de moradia, que aceitou participar da pesquisa e esteve de acordo em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice 2). Foram exclusos da pesquisa funcionários com idade inferior a 18 anos, que não estavam em condições ou não quiseram responder ao questionário de pesquisa. A coleta de dados ocorreu via aplicação de questionário de pesquisa por meio do qual foram avaliadas as variáveis sócio-demográficas dos funcionários entrevistados além de dados sobre hábitos nocivos e preventivos entre os entrevistados. O questionário foi aplicado e respondido por cada funcionário, com o devido consentimento e conhecimento do mesmo sobre sua participação na pesquisa. Os dados foram posteriormente correlacionados com a literatura por meio de revisão bibliográfica de livros e artigos científicos. Os artigos científicos pesquisados via internet foram selecionados em diferentes bases de dados como BVS, Scielo, LILACS, revistas eletrônicas, entre outras. Quanto aos livros foram utilizados todos aqueles encontrados da área de Saúde que contenham informações relevantes sobre o assunto em questão. Para avaliação dos dados utilizou-se de análise estatística descritiva no programa Excel e os resultados expressos em percentual. 28 A pesquisa atende à questão ética de aplicação do termo de consentimento livre e esclarecido dos sujeitos da pesquisa. E deverá prever ainda procedimentos que assegurem o sigilo, privacidade e anonimato, e a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou comunidades. 29 5.0 RESULTADOS 5.1 Características socioeconômicas A maior parte dos entrevistados representa a população feminina o que soma 70,66% (N=54) em contraste com a população masculina que somou apenas 29,33% (N=21). E em todos os setores analisados a população feminina predominou (Tabela 1). Tabela 1- Frequência em porcentagem do sexo por categoria entre os servidores do Administrativo (ADM), Técnico (TEC) e Serviços Gerais (SG) da UEG-UNUCET. CATEGORIA ADM SEXO F M Nº DE INDIVÍDUOS 23 8 TEC F M 17 12 SG F M 13 2 TOTAL/INDIVÍDUOS % 74,19 25,80 58,62 41,37 86,66 13,33 Com relação ao sexo e a faixa etária em cada uma das categorias analisadas também foi possível verificar que em todas as categorias tanto na dos entrevistados quanto nas divisões de faixas etárias o gênero predominante foi o feminino (Tabela 2). Tabela 2- Frequência em porcentagem do sexo e faixa etária por categoria entre os servidores do administrativo (ADM), técnico (TEC) e servidores gerais (SG). FAIXA ETÁRIA (ANOS) EM % CATEGORIA SEXO 14-17 ADM F - M - F - M - F - M - 18-21 8,69 TEC SG 22-30 31-40 41-50 51-60 >60 13,04 56,52 17,39 4,34 - - 62,5 25 12,5 - - 41,17 23,52 23,52 - 5,88 - 25 25 16,66 25 8,33 - - 7,69 30,76 23,07 15,38 23,07 - - - 50 50 - A maior parte dos entrevistados cerca de 80% mora em casa ou apartamento próprio, e isso é equiparado entre todas as categorias analisadas (83% dos ADM, 75% dos TEC e 80% dos SG). 30 A cerca do estado civil 40% dos entrevistados alegaram estarem solteiros, cerca de 49% responderam estar casados. Apenas 4% são divorciados (as), 2,6% são viúvos (as), 1,3% estão em situação de união estável e 2,6% não quiseram responder esta pergunta do questionário, dados estes atribuídos sobre o total de funcionários avaliados independente da categoria em que foram classificados. Os entrevistados também foram questionados em relação à renda familiar, e percebeuse que cerca de 70% (N=53) possuem uma renda familiar de um a três salários mínimos, onde são distribuídos de forma bastante similar entre as categorias em que os funcionários foram subdivididos (Figura 1). Figura 1- Relação em percentual da renda dos funcionários ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. Quanto ao nível de escolaridade pode-se perceber, assim como era esperado que os funcionários agrupados na categoria de SG apresentam um dos graus de escolaridades mais baixos, 40% destes possuem Ensino Fundamental Incompleto e Ensino Médio Completo e apenas 6,66% destes possuem o Ensino Superior Completo. E a maior parte dos entrevistados que possuem o grau de escolaridade maior se encontra na categoria dos funcionários ADM com 83,87% destes com Ensino Superior Completo. E com relação aos funcionários agrupados na categoria de TEC a maior parte deles está nos níveis de ensino superior completo e incompleto com 41,37% e 27,58% respectivamente. Com relação a realização do exame de PSA e a escolaridade, as porcentagens de realização estão descritas a seguir (Tabela 3). 31 Tabela 3- Relação entre o número de entrevistados em cada categoria de nível de escolaridade e a quantidade destes que realizam o exame preventivo PSA em %. ESCOLARIDADE NÚMERO DE ENTREVISTADOS Ensino Fundamental Incompleto 2 REALIZAÇÃO DO EXAME PSA % 25 Ensino Médio Completo 1 12,5 Ensino Fundamental Completo 1 0 Ensino Superior Completo 3 25 Ensino Superior Incompleto. 1 0 Em relação às mulheres entrevistadas, percebeu-se que a maioria delas possui nível superior completo (59%) e destas uma parte significativa realiza o exame Papanicolau, fato este também encontrado entre as mulheres com ensino médio completo que somam 15%, e a maioria (13,66%) realizam o exame (Tabela 4). Desse modo, foi possível perceber que a maioria das mulheres que realizam o exame Papanicolau possui o ensino médio completo e ensino superior completo. O que significa que entre as mulheres entrevistadas, as que possuem um maior nível de conhecimento são as que em maior quantidade realizam o exame preventivo contra o câncer de colo de útero, de acordo com as porcentagens geradas (Tabela 4). Tabela 4- Relação entre o número de entrevistadas em cada categoria de nível de escolaridade e a quantidade destas que realizam o exame preventivo Papanicolau em %. ESCOLARIDADE NÚMERO DE ENTREVISTADAS Ensino Médio Completo 7 REALIZAÇÂO DO EXAME PAPANICOLAU % 13,63 Ensino Fundamental Incompleto Ensino Superior Completo 5 9,09 26 47,72 Ensino Superior Incompleto 4 4,54 Ensino Médio Incompleto 2 4,54 Em relação ao número de filhos a maior parte dos funcionários classificados nas categorias ADM e TEC não possui nenhum filho, com 38,17% e 51,72% respectivamente e os SG todos possuem filhos (Tabela 5). 32 Tabela 5- Frequência em porcentagem do número de filhos dos funcionários entrevistados nas categorias de Administrativo (ADM), Técnicos (TEC) e Serviços Gerais (SG) da UEG-UnUCET. Nº DE FILHOS ADM (%) TEC (%) SG (%) NENHUM 38,70 51,72 0 UM 32,25 24,13 13,33 DOIS 22,58 17,24 66,66 TRÊS 6,45 6,89 13,33 QUATRO 0 0 0 CINCO 0 0 0 OUTRO 0 0 0 NÃO RESPONDEU 0 0 6,66 Os funcionários ainda foram avaliados sobre a realização de exames de rotina e o que foi possível de ser detectado é que a maior parte dos entrevistados realizam os exames regularmente e/ou quando doente. Cerca de 58% dos funcionários classificados como ADM realizam os exames de rotina regularmente, contra 34% dos TEC e 33% dos SG. Poucos foram os entrevistados que realizam os exames raramente, com as porcentagens de 25% para os ADM, 24% para os TEC e 33% para os SG (Tabela 6). Tabela 6- Frequência em porcentagem da realização de exames de rotina pelos entrevistados dos setores ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. Realização de exames de rotina ADM (%) TEC (%) SG (%) 0 3,44 0 Raramente 25,80 24,13 26,66 Regularmente 58,06 34,48 33,33 Quando doente 16,12 31,03 33,33 Não respondeu 0 6,89 6,66 Nunca A maior parte dos entrevistados, incluindo todas as categorias em que formam divididos, (ADM, TEC e SG) (58%) possui plano de saúde (Figura 2). 33 Figura 2- Porcentagem entre as categorias ADM, TEC e SG que possuem plano de saúde na UEGUnUCET. 5.2 Exames preventivos contra o câncer- Homens Nas questões do questionário exclusivas para os homens foi possível perceber que a maior parte dos entrevistados incluindo todas as categorias em que eles foram divididos tem vida sexual ativa, estes somam 86% dos homens entrevistados, contra 9% que não tem vida sexual ativa e 5% que não respondeu. Com relação à idade de início da atividade sexual a menor idade encontrada foi 13 anos e a maior idade foi 32, com a maior quantidade de pessoas nas idades de 15 e 17 anos, ambos com quatro pessoas iniciando a vida sexual nessas idades. Quando questionados em relação ao uso de preservativo nas relações sexuais 9,5% responderam usar preservativos às vezes, 28% disseram não usar preservativo e 4,2% usam preservativo nas relações do total de 21 homens entrevistados nas categorias ADM, TEC e SG. Na divisão entre as categorias 22% (N=2) dos ADM usam preservativos, 44% (N= 4) não usam e 22% (N=2) usam às vezes. Na categoria TEC, 70% (N=7) usam preservativo, 10% (N=1) não usam e 10% (N=1) usam às vezes e na categoria dos SG 50% (N=1) não usam preservativos e 50% usam às vezes. Em relação à higiene do órgão genital, 95,23% (N=20) responderam que realizam a higiene do órgão genital diariamente e 4,76% (N=1) na respondeu. O que demonstra que os entrevistados se mostram preocupados acerca da higiene, o que diminui a exposição a um dos fatores de risco relacionados ao câncer de pênis. 34 Quando questionados quanto à realização de exames preventivos contra o câncer, questão esta que não exemplificou nenhum dos exames em particular, apenas 14,2% (N=3) respondeu realizar exames preventivos contra o câncer, isso se deve ao fato de que a maior parte dos homens entrevistados em todos os setores está em uma faixa etária inferior à recomendada para o início da realização dos exames preventivos contra o câncer, tais como o exame de PSA (Prostatic Specific Antigen), que é o exame de sangue para a dosagem do antígeno prostático específico e o de toque retal, que é recomendado a partir dos 40-45 e/ou50 anos. Já que 61,90% (N=13) dos homens entrevistados se encontram na faixa etária entre os 18 e 40 anos, apenas 33,33% (N=6) se encontram na faixa etária entre os 40 e 50 anos e apenas 9,52% (N=2) se encontram nas idades entre 51 e 60 anos. Destes possuidores das idades entre 41e 50 anos, 75% (N=2) afirmaram realizar o exame de PSA e nenhum deles afirmou realizar o exame de toque retal. E entre os 25% (N=2) que se encontram nas idades entre 51 e 60 anos, 100% (N=2) realizam o exame de PSA e 50% (N=1) realizam o exame de toque retal. Uma das perguntas do questionário abordou a prática de algumas atividades e de algumas doenças que podem ter relação com a incidência de cânceres, tais como: a infertilidade; atrofia testicular; fimose, mas não é operado; fimose e é operado; vasectomia; atividade sexual com prática de sexo anal; atividade sexual com prática de sexo com animais; atividade sexual com múltiplos parceiros e lesões e traumas na bolsa escrotal. Onde a maior parte dos entrevistados 85,71% (N=18) não respondeu a essa pergunta, 9,5% (N=2) respondeu que já realizou vasectomia e 4,7% (N=1) respondeu que têm fimose, e que não é operado, que já fez vasectomia e pratica atividade sexual com prática de sexo anal. Questionou-se também os entrevistados acerca da realização do auto-exame do pênis e inspeção da glande, e apenas 38% (N=8) responderam realizam o auto-exame dos pênis, a maior parte 47,6% (N=10) respondeu que não realiza e 14,2% (N=3) não responderam. A cerca do câncer de testículo, apenas 4,7% (N=1) realizam o auto-exame dos testículos, 90,4% (N=19) responderam não realizar o auto-exame e 4,7% (N=1) não respondeu essa questão. Os entrevistados foram questionados se já havia sentido alguns sintomas que podem ter influência sobre a incidência de alguns tipos de cânceres, tais como: hematúria e poliúria à noite; jato urinário fraco e dor ou queimação ao urinar. Nessa pergunta1 pessoa (4,76%) respondeu já ter tido jato urinário fraco, 2 pessoas (9,52%) respondeu já ter tido dor ou queimação ao urinar, 3 pessoas (14,28%) responderam não ter tido nenhum desses sintomas, 35 14 pessoas (66,66%) não responderam esta questão e 1 pessoa respondeu já ter tido hematúria e poliúria à noite e jato urinário fraco. Apenas 4,76% (N=1) dos 21 homens questionados responderam ser circuncidado. Somente 4,76% (N=1) respondeu já ter feito criptorquídia e ninguém afirmou ter feito orquiodopexia antes da puberdade. Por fim quando questionados sobre os motivos que levariam a retardar a realização de exames preventivos a cerca do câncer 19% (N=4) afirmaram ser o constrangimento, 42% (N=9) afirmaram ser a desinformação, 4,7% (N=1) afirmaram não ser nenhuma das alternativas apresentadas, 4,7% (N=1) respondeu ser a falta de informação e o constrangimento, 4,7% (N=1) respondeu ser por constrangimento, medo e preconceito em realizar os exames de toque retal e dosagem de PSA, 19% (N=4) não responderam. 5.3 Exames preventivos contra o câncer-mulheres Das mulheres entrevistas que somam um total de 54 mulheres (72%) de todos os funcionários entrevistados na UEG, UnUCET de Anápolis, 30,66% (N=31) pertencem à categoria Administrativo (ADM), 22,66% (N=17) pertencem à categoria dos Técnicos (TEC) e 17,33% (N=13) pertencem à categoria das Servidoras gerais (SG). Destas, as porcentagens das mulheres com vida sexual ativa podem ser vistas na Tabela 7 a seguir. Tabela 7- Frequência em porcentagem das mulheres com vida sexual ativa entre as funcionárias ADM, TEC e SG na UEG-UnUCET. TEM VIDA SEXUAL ATIVA? % Sim 61,11 Não 35,18 Não respondeu 3,70 Com relação à idade de início da atividade sexual, as idades de início mais frequentes foi 17 e 18 anos com 22,22% (N=12) em cada uma dessas idades (Figura 3). 36 Figura 3- Porcentagem entre as categorias ADM, TEC e SG das idades de início da atividade sexual entre as mulheres das categorias ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. Quando questionados com relação ao uso de preservativo nas relações sexuais a maior parte das entrevistadas respondeu que seus parceiros não usam preservativo 38,88% (N=21), e apenas 27,77% (N=15) responderam que o parceiro usa preservativo, enquanto que 20,37% (N=11) responderam usar às vezes e 9,2% (N=5) não responderam. Relacionado ao uso de anticoncepcionais 25% das mulheres do ADM usam anticoncepcionais e 29% não usam, entre TEC 23% usam e 47% não usam e na categoria das SG 38% usam e 38% não usam (Tabela 8). Tabela 8- Frequência em porcentagem do uso de anticoncepcional entre as funcionárias ADM, TEC e SG da UEG-UnNUCET. VOCÊ USA ANTICONCEPCIONAL? ADM (%) TEC (%) SG (%) Sim 25 23,52 38,46 Não 29,16 47,05 38,46 25 17,64 7,69 4,16 11,76 15,38 16,66 0 0 As vezes Não respondeu Nunca Quanto ao uso de anticoncepcionais 70% das entrevistadas (N=38) não informaram os nomes dos anticoncepcionais. E aquelas que informaram, os nomes estão apresentados na Figura 4 a seguir. 37 Figura 4- Nomes dos anticoncepcionais e número de entrevistadas que o usam entre as funcionárias ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. A maior parte das entrevistadas, cerca de 56% (N=9)responderam usar o anticoncepcional recomendado pelo ginecologista, 31% (N=5) usam anticoncepcional recomendado por um clínico geral, 6,25% (N=1) usam anticoncepcional recomendado por uma amiga e 6,25% (N=1) usam anticoncepcional por conta própria sem recomendação médica ou de terceiros. A Tabela 9 mostra a quantidade de entrevistadas que utilizam anticoncepcionais e o tempo de uso. Tabela 9- Frequência em porcentagem da quantidade das mulheres entrevistadas nas categorias, ADM, TEC e SG e o tempo de uso de anticoncepcionais na UEG-UnUCET. ANOS DE USO DE ANTICONCEPCIONAL 1 ano 2 anos 3 anos 5 anos 7 anos 8 anos 10 anos 15 anos 16 anos 17 anos Nº DE INDIVÍDUOS EM % 12,5 6,25 6,25 18,75 12,5 6,25 6,25 18,75 6,25 6,25 Com relação à idade de início da Menarca, primeira menstruação foi possível perceber que a maioria das entrevistadas iniciou a menarca nas idades de 12 anos (20%), 13 anos (24%) e 14 anos (20%) (Tabela 10). 38 Tabela 10- Frequência em porcentagem do número de mulheres e as idades de inicio da menarca das funcionárias ADM, TEC e SG da UEG-UnUCET. COM QUE IDADE INICIOU A MENARCA? Idades Nº de pessoas em % 10 3,7 11 12,96 12 20,37 13 24,07 14 20,37 15 7,40 16 1,85 Não respondeu 9,25 Quando questionadas sobre a o início da menopausa, 12,96% (N=7) responderam já ter entrado na menopausa, 81,48% (N=44) ainda não entraram na menopausa e 5,55% (N=3) não responderam. E em relação à idade de início da menopausa, das sete mulheres que responderam estar na menopausa, quatro delas disseram ter iniciado a menopausa aos 45 anos e três disseram ter iniciado aos 50 anos. Dessas apenas duas realizam reposição hormonal, uma delas usa mensalmente e a outra anualmente, e nenhuma delas divulgou o nome do hormônio utilizado. Ao serem questionadas sobre ter filhos a maioria das mulheres entrevistadas responderam ter filhos, com uma porcentagem de aproximadamente 68% (N=37), cerca de 7% (N=4) responderam que não possuem e não pretendem ter, 24% (N=14) disseram ainda não ter, mas que pretendem ter posteriormente e nenhuma delas responderam ser estéreis. Com relação à idade que tiveram filhos, das funcionárias entrevistadas das categorias ADM, TEC e SG, 16 mulheres ainda não tiveram filhos e as idades entre aquelas que tiveram variam muito (Figura 5). 39 Figura 5- Idade em que as mulheres entrevistadas entre as categorias ADM, TEC e SG tiveram seus filhos, na UEG-UnUCET. Quando questionadas se já haviam sido imunizadas com a vacina contra o HPV apenas 16,66% (N=9) mulheres responderam já ter sido vacinadas, contra cerca de 61,11% (N=33) que não foram vacinadas, 11,11% (N=6) que não souberam responder e 11,11% (N=6) não responderam. Sobre a frequência da realização de higiene dos órgãos genitais 87% (N=47) responderam realizar a higiene do órgão genital diariamente, e 12,96% (N=7) não responderam. As entrevistadas foram questionadas se apresentavam algumas características ou sintomas que poderiam estar relacionados com a incidência de algum tipo de câncer, tais como inflamação vulvar crônica; corrimento vaginal amarelado; prática de sexo anal e vida sexual com múltiplos parceiros. Nessa questão a maioria das entrevistadas não respondeu a pergunta, somando uma porcentagem de 88,88% (N=48), 3,7% (N=2) responderam que apresentam corrimento vaginal amarelado, 3,7% (N=2) responderam não ter nenhuma das características apresentadas, 1,8% (N=1) respondeu que possui vida sexual com múltiplos parceiros e 1,8% (N=1) respondeu possuir prática de sexo anal e vida sexual com múltiplos parceiros. As entrevistadas foram questionadas sobre a realização de exames preventivos contra o câncer, contudo a questão não exemplificou quais os tipos de exames, de modo que a interpretação de quais os tipos de exames são considerados preventivos ficou a caráter das entrevistadas, já que posteriormente essas perguntas mais específicas seriam realizadas. Desse modo, 53,70% (N=29) disseram realizar exames preventivos, 37% (N=20) disseram não 40 realizar e 9,25% (N=5) não responderam. Com relação ao início da realização do exame preventivo de ultrassonn (ultrassonografia) das mamas e mamografia, onde a mamografia é recomendada para mulheres a partir dos 35 anos, entre as mulheres entrevistadas 32% (N=17) possuem idades entre 18 e 30 anos, idades estas não consideradas prioritárias para a realização do exame de mamografia, já as mulheres de 30 anos acima, que somam 67,92% (N=36) estão entre a faixa etária prioritária para a realização desse exame, mas essa porcentagem está muito acima das porcentagens das mulheres que disseram realizar exames preventivos (37%). A Tabela 11 mostra as porcentagens e o período em que começaram a realizar o autoexame das mamas e aponta que a maior parte delas, 44% não respondeu e 20% responderam ter iniciado o auto-exame após o início das atividades sexuais. Tabela 11- Frequência em porcentagem do número de funcionárias ADM, TEC e SG e o período de início da realização do auto-exame das mamas na UEG-UnUCET. INICIO DA REALIZAÇÃO DO AUTO-EXAME DAS MAMAS Logo após o início das atividades sexuais Nº DE FUNCIONÁRIAS EM % 20,37 Na primeira gestação 14,81 Após algum sintoma de desconforto 1,85 Não respondeu 44,44 Depois dos 40 anos 5,55 Não citou 3,70 Nunca realizou 7,40 Depois da menarca 1,85 Sobre o período de realização do auto-exame das mamas foi possível verificar que a maior parte das mulheres, 16% realizam mensalmente o auto-exame das mamas, 9% realizam semestralmente, 12% anualmente, 5% diariamente, 7% semanalmente, 3% quinzenalmente, 3% a cada dois anos, 5% quando vão ao ginecologista e uma parcela significativa 35% não responderam (Tabela 12). 41 Tabela 12- Frequência em porcentagem do número de funcionárias ADM, TEC e SG e seus períodos respectivos de realização do auto-exame das mamas na UEG-UnUCET. INTERVALO DE REALIZAÇÃO DO AUTO-EXAME DAS MAMAS Diariamente Semanalmente Quinzenalmente Mensalmente Semestralmente Anualmente A cada dois anos Período superior a dois anos Quando vai ao ginecologista Não respondeu Nº DE FUNCIONÁRIAS EM % 5,55 7,40 3,70 16,66 9,25 12,96 3,70 0 5,55 35,18 As entrevistadas também foram questionadas sobre quando seria ideal e/ou recomendado que se começasse a realizar o exame de prevenção Papanicolau e a maior parte delas respondeu que o momento ideal seria após o início das atividades sexuais com 51,85% das opiniões das funcionárias, 22,22% não responderam, 9% disseram ser na primeira gestação e outras 9% disseram ser após se sentir algum sintoma ou desconforto, 1% disse ser o período ideal o de idade de 22 anos, 1% disse que seria na primeira visita ao ginecologista e 1% aos 15 anos (Tabela 13). Tabela 13- Frequência em porcentagem do número de funcionários ADM, TEC e SG e a opinião sobre o melhor momento para se realizar o exame Papanicolau na UEG-UnUCET. QUANDO SE DEVE COMEÇAR A REALIZAR O EXAME PAPANICOLAU? Na primeira gestação Após o início das atividades sexuais Em caso de promiscuidade Após algum sintoma ou desconforto Não respondeu Aos 22 anos Na primeira ida ao ginecologista Aos 15 anos Após os 35 anos Nº DE FUNCIONÁRIAS EM % 9,25 51,85 0 9,25 22,22 1,85 1,85 1,85 1,85 A maior parte das entrevistadas em todas as categorias, ADM, TEC e SG começou a realizar o exame Papanicolau logo após a primeira atividade sexual, o que soma 46% das entrevistadas (Tabela 14). 42 Tabela 14- Frequência em porcentagem das funcionárias ADM, TEC e SG e o inicio da realização do exame Papanicolau na UEG-UnUCET. INÍCIO DA REALIZAÇÂO DO EXAME PAPANICOLAU Logo depois da primeira relação sexual Nº EM % DAS FUNCIONÁRIAS 46,29 Na primeira gestação 12,96 3,70 Após algum sintoma ou desconforto Não respondeu Aos 12 anos 24,07 3,70 Nunca realizei 7,40 Antes da primeira relação sexual 1,85 Sobre a frequência na realização do exame Papanicolau a maior parte das mulheres entrevistadas que realizam o exame Papanicolau, o fazem anualmente, somando 53% destas, 29% não respondeu provavelmente as mulheres que não realizam o exame (Tabela 15). Tabela 15- Frequência em porcentagem das funcionárias ADM, TEC e SG com relação à frequência de realização do exame Papanicolau na UEG-UnUCET. INTERVALO DE TEMPO DE REALIZAÇÂO DO PAPANICOLAU Semestralmente Nº DE FUNCIONÁRIAS EM % 5,55 Anualmente A cada dois anos Período superior a dois anos Não respondeu 53,70 3,70 0 Na primeira ida ao ginecologista 29,62 1,85 Semestralmente porque já retirou o útero 1,85 Anualmente porque já retirou o útero 1,85 Previamente era semestralmente e agora é anualmente 1,85 Sobre a realização do exame de captura híbrida que é um exame considerado novo a maioria das entrevistadas (20%) respondeu não realizar o exame, 74% não responderam e 5% não souberam responder, o que demonstra a falta de conhecimento a cerca deste tipo de exame. A cerca da realização do ultrassom das mamas, 35% (N=19) responderam já ter realizado, 50% (N=27) não realizaram e 14% (N=8) não responderam. Cerca de 40% (N=22) das funcionárias realizam o exame de mamografia, 38% (N=21) não realizam e 20% (N=11) não responderam. Sobre a frequência de realização da mamografia 59% (N=32) não responderam, 24% (N=13) responderam realizar a mamografia anualmente, 3% (N=2) realizam a mamografia semestralmente, 5% (N= 3) a cada dois anos, 43 5% (N= 3) realizam a mamografia em período superior a dois anos e 1% (N=1) respondeu ter realizado o exame apenas uma vez. Das mulheres entrevistas entre as categorias ADM, TEC e SG, 66% (N=36) estão entre as idades prioritárias para a realização do exame de mamografia, de 31 anos acima, contudo, nem todas as mulheres destas faixas etárias realizam o exame preventivo, já que apenas 40% das mulheres responderam realizar o exame. As funcionárias também foram questionadas a cerca dos motivos que podem retardar ou atrasar a visita da mulher ao ginecologista e a realização de exames preventivos, e a maioria delas 35,15% (N= 19) respondeu ser a vergonha um dos principais fatores que atrasam a visita da mulher ao ginecologista, 12% (N=7) responderam ser a falta de informação, 18,51% (N=8) afirmou ser a vergonha associada à falta de informação e 11% (N=6) não respondeu (Tabela 16). Tabela 16- Frequência em porcentagem do número de funcionárias ADM, TEC e SG e os fatores que podem retardar a visita da mulher ao ginecologista na UEG-UnUCET. FATORES DE INIBIÇÃO À VISITA DA MULHER AO GINECOLOGISTA Vergonha Falta de informação Nº EM % DAS FUNCIONÁRIAS ADM, TEC e SG 35,18 Dor ao realizar os exames 12,96 0 Falta de condição de se deslocar a uma unidade de saúde 1,85 Não respondeu Falta de interesse, tempo 11,11 1,85 Não respondeu 3,70 Acomodação 1,85 Falta de plano de saúde 3,70 Falta de dinheiro para consulta e medo 3,70 Descuido 1,85 Vergonha e falta de informação 18,51 1,85 Vergonha e falta de condição de se deslocar a uma unidade de saúde. Vergonha e falta de informação, falta de condição de se deslocar a uma unidade de saúde. 1,85 Das idades consideradas prioritárias para a realização de exames preventivos como a mamografia, estão 58% (N=21) das mulheres com idades entre 31 e 40 anos, 22% (N=8) das mulheres com idades entre 41 e 50 anos, 11% (N=4) das mulheres com idades entre 51 e 60 anos e 8% (N=3) das mulheres com idades acima de 60 anos. 44 6.0 DISCUSSÃO 6.1 Dados Socioeconômicos É de se esperar que as pessoas com graus de instrução mais baixos sejam as que mais demorem a procurar atendimento médico e, portanto que tenham maiores riscos de descobrirem o câncer em seus estágios mais avançados. Mascarello et al. (2012) encontrou dados que corroboram com esta afirmação, pois encontrou relação significativa entre a baixa escolaridade e a descoberta tardia de câncer, onde 76% das mulheres entrevistadas que haviam realizado até o ensino fundamental incompleto apresentaram o diagnóstico de câncer em fases tardias, enquanto que as mulheres com ensino médio completo representam apenas 5% de diagnósticos em fases tardias, valor este muito abaixo que o das mulheres com baixa escolaridade. Em relação às mulheres entrevistadas, percebeu-se que a maioria delas possui nível superior completo (59%) e destas uma parte significativa realiza o exame Papanicolau, fato este também encontrado entre as mulheres com ensino médio completo que somam 15%, onde boa parte dessas (13,66%) realiza o exame. Desse modo, foi possível perceber que a maioria das mulheres que realizam o exame Papanicolau possui o ensino médio completo e ensino superior completo. O que significa que entre as mulheres entrevistadas, as que possuem um maior nível de conhecimento são as que em maior quantidade realizam o exame preventivo contra o câncer de colo de útero. Entre os homens essa relação entre escolaridade e realização do exame de PSA não é tão visível, devido, sobretudo a equitabilidade de respostas obtidas entre os diferentes níveis de escolaridade. 6.2 Exames Preventivos Contra o Câncer- Homens O câncer de próstata é um tipo de câncer que raramente produz sintomas até que esteja em uma fase mais avançada, o que enaltece a importância de estratégias de prevenção para que as chances de cura e/ou de tratamento menos agressivos ou mutilantes sejam maiores, além de diminuir os gastos com o tratamento nos estágios avançados (TONON, SCHOFFEN, 2009). Do total de homens entrevistados 38% se encontram nas idades de 40 anos acima que são consideras idades de risco para as incidências de câncer de próstata, contudo apenas 37% destes indivíduos realizam o exame de PSA como estratégia de diagnóstico precoce e apenas 12% realizam o exame de toque retal, que é considerado o exame de maior eficácia para o diagnóstico deste tipo de câncer. Assim, o que pode ser visto é que poucos dos homens 45 entrevistados realizam os exames considerados que o exame de toque retal era conhecido por 72,4% dos entrevistados nas idades consideradas de risco- acima de 40 anos- contudo, 63% destes que conheciam não o realizavam. Segundo Pompeo (2010) o câncer de pênis, carcinoma epidermóide de pênis (CEP) é uma doença de maior incidência em países em desenvolvimento. Atinge, sobretudo, homens com idades acima de 60 anos, têm pouca ocorrência nas idades jovens e raramente acomete indivíduos na infância. Estudos epidemiológicos apontam que esta neoplasia acomete com maior frequência indivíduos incircuncidados, portadores de fimose e com más condições higiênicas e de nutrição. A infecção viral por certos subtipos do vírus do HPV, principalmente dos grupos 16 e 18 (dois dos mesmos subtipos virais associados ao câncer de colo de útero) têm sido apontados e/ou sugeridos como fatores que podem implicar na gênese tumoral do câncer de pênis. Evidenciando que o preservativo além de ter importância na proteção contra diversos tipos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) ainda auxilia na proteção contra o câncer de pênis, quando evita o contágio pelos subtipos virais do HPV 16 e 18. Acerca dos outros fatores de risco citados por Pompeo (2010) buscou-se através das perguntas presentes no questionário avaliar se alguns dos entrevistados possuem alguns sintomas classificados como fatores predisponentes para a ocorrência do câncer de pênis, tais como a circuncisão, higiene íntima, fimose, entre outros sintomas e também comportamentos que podem estar associados com a incidência desse tipo de câncer, tais como a infertilidade; atrofia testicular; fimose, mas não é operado; fimose e é operado; vasectomia; atividade sexual com prática de sexo anal; atividade sexual com prática de sexo com animais; atividade sexual com múltiplos parceiros e lesões e traumas na bolsa escrotal. Onde a maior parte dos entrevistados 85,71% (N=18) não respondeu a essa pergunta, 9,5% (N=2) respondeu que já realizou vasectomia e 4,7% (N=1) respondeu que têm fimose, e que não é operado, que já fez vasectomia e pratica de prática de sexo anal. Esses dados não são muito relevantes, já que a maior parte os entrevistados optou por não responder a essa pergunta (85%), contudo em relação há higiene genital, a maior parte dos entrevistados se mostrou preocupados com a higiene (95%). Acerca da realização da circuncisão, foi verificado que apenas um (4,76%) dos 21 homens entrevistados é circuncidado. Silva e Simões (2010) comentam que o pênis deve ser examinado em toda a sua extensão, pelo fato de que boa parte dos cânceres de pênis se desenvolve na glande e no prepúcio em pacientes, sobretudo não circuncidados. Desse modo, os entrevistados também foram questionados acerca da realização do auto-exame do pênis e inspeção da glande, e apenas 38% (N=8) responderam realizam o auto-exame dos pênis, a maior parte 47,6% 46 (N=10) respondeu que não realiza e 14,2% (N=3) não responderam. Fato este que deixa evidente que a maioria dos entrevistados está em situações de risco, já que é indispensável o auto-exame como forma de prevenção do câncer de pênis. Ainda sobre os fatores de risco referente ao câncer de pênis, apenas um dos entrevistados (4,76%) respondeu já ter tido jato urinário fraco, duas pessoas (9,52%) responderam já ter tido dor ou queimação ao urinar e apenas uma pessoa respondeu já ter tido hematúria e poliúria à noite e jato urinário fraco. Com relação ao câncer de testículo (neoplasia maligna testicular), este é uma neoplasia rara, com prevalência global de 1 a 2%. É uma neoplasia mais comum em homens jovens, com idades entre 15 e 35 anos, diferentemente dos demais cânceres, como o de próstata e o de pênis que estão associados a idades mais avançadas. Este tipo de câncer possui uma elevada taxa de cura com tratamento adequado e métodos preventivos para sua detecção precoce, podendo atingir até 69% de sucesso (FARIA, FREITAS JUNIOR, 2010). A manifestação mais frequente do câncer de testículo se dá pela presença de um nódulo ou o aumento do testículo, que na maioria das vezes é indolor, além do poder concomitantemente ocorrer sensação de peso testicular ou desconforto abdominal, fato este que enaltece a importância da prática do auto- exame (POMPEO et al., 2008). Walsh et al. (2007) encontrou relação entre o aumento de casos de câncer de testículo com a criptorquidia (não descida do testículo na fase gestacional), onde não se realizou a cirurgia antes da puberdade. Aumento de chance encontrada de cerca de 6 vezes maior do que aqueles que não tiveram criptorquidia ou foram operados antes da puberdade. Por conta desse fator os entrevistados foram questionados acerca da criptorquidia e da cirurgia de orquidopexia, mas somente 4,76% (N=1) respondeu já ter feito criptorquídia e ninguém afirmou ter feito orquiodopexia antes da puberdade. Acerca dos fatores de risco relacionados com o câncer de testículo, estão a criptorquidia, antecedente de tumor testicular contralateral, histórias familiares, infertilidade ou subfertilidade, microlitíase testicular, vasectomia, trauma escrotal e/ou testicular, hérnia inguinal e tabagismo (FARIA, FREITAS JUNIOR, 2010). Desse modo, o questionário apresentou algumas perguntas relacionadas a esses fatores de risco para a ocorrência do câncer testicular. Nas perguntas do questionário relacionadas aos auto-exames apenas 4,7% (N=1) realizam o auto-exame dos testículos, 90,4% (N=19) responderam não realizar o autoexame e 4,7% (N=1) não respondeu essa questão, valores estes que se assemelham aos resultados encontrados por Oliveira et al. (2009), onde foram avaliados 668 pessoas e destas 47 apenas 71 delas (10,6%) realizavam o auto-exame tanto de pênis quanto de testículo. E acerca da realização da vasectomia, apenas 9,5% (N=2) respondeu já tê-la realizado. Por fim quando questionados sobre os motivos que levariam a retardar a realização de exames preventivos a cerca do câncer 19% (N=4) afirmaram ser o constrangimento, 42% (N=9) afirmaram ser a desinformação, 4,7% (N=1) afirmaram não ser nenhuma das alternativas apresentadas, 4,7% (N=1) respondeu ser a falta de informação e o constrangimento, 4,7% (N=1) respondeu ser por constrangimento, medo e preconceito em realizar os exames de toque retal e dosagem de PSA, 19% (N=4) não responderam. Gomes et al. (2011) aponta dentre os fatores que podem inibir ou retardar a visita dos homens às unidades de saúde o fato de os serviços de saúde serem majoritariamente femininos, o que pode dificultar abordagens de alguns temas, sobretudo relacionados à sexualidade masculina, onde os profissionais masculinos talvez se mostrassem mais convincentes e incentivadores da procura destes a um atendimento médico. Deve-se também desconstruir a invisibilidade dos homens nos programas de atenção primária, de modo que isso possa contribuir para que esses se sintam mais envolvidos e assim possam desmistificar o conceito preconceituoso de que cabe a eles serem cuidadores de si e dos outros (GOMES et al., 2011). Este fato é evidenciado mesmo depois do advento da implementação da Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem em 2009 (PNAISH) que tem por objetivo implantar ações e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde do homem pelo sistema único de saúde (SUS), como aborda (MARTINS et al., 2012). O que mostra que esta atenção deve ser mais evidenciada a fim de que os homens também se sintam inclusos na atenção primária da rede de saúde. É importante também que as propagandas de incentivo à prevenção dos cânceres masculinos sejam tão disseminadas e atingíveis quanto são as propagandas sobre o câncer de mama feminino, muito difundido tanto nos postos municipais de saúde quanto nas redes de comunicação em massa, do tipo radio, televisão e internet. Outro fator relevante é a mínima quantidade de informação acerca da realização, sobretudo dos exames preventivos do tipo auto-exames, considerados importantes para a detecção precoce dos cânceres de testículo e de pênis. Desse modo, é preciso repensar atitudes de conscientização e divulgação dos autoexames masculinos, tanto na literatura quanto para a comunidade. 6.3 Exames Preventivos Contra o Câncer- Mulheres Sobre os cânceres relacionados à população feminina, tais como o câncer de mama, de colo de útero e ovário, foram realizadas algumas questões no questionário a fim de verificar o 48 perfil das funcionárias da UEG- UnUCET acerca da realização dos exames preventivos contra o câncer e de alguns fatores de risco a eles relacionados. Já que a prevenção é um dos principais meios de controle destas neoplasias. Das mulheres entrevistadas que somam um total de 54 mulheres (72%) de todos os funcionários entrevistados da UEG, UnUCET de Anápolis, 30,66% (N=31) pertencem à categoria Administrativo (ADM), 22,66% (N=17) pertencem à categoria dos Técnicos (TEC) e 17,33% (N=13) pertencem à categoria dos Servidores gerais (SG). O câncer de mama quando descoberto em sua fase inicial, possui uma grande possibilidade de cura, contudo, quando descoberto em sua fase tardia pode causar a morte. Mas, essa descoberta tardia ainda é uma realidade em várias regiões do Brasil. Realidade esta que pode ser explicada por conta da dificuldade de acesso aos serviços de saúde, baixa capacitação dos profissionais envolvidos na atenção com relação à oncologia, a falta de capacidade do sistema público de saúde em atender a demanda, entre outros (OSHIRO, 2014). Pinho et al. (2006) aponta como fatores de risco para a ocorrência do câncer de mama as seguintes características e comportamentos: ser do sexo feminino; ter menarca precoce (antes dos 11 anos); menopausa tardia (após os 55 anos); nuliparidade (não ter filhos); primeira gestação a termo após os 30 anos; mãe ou irmã com história de câncer de mama; dieta rica em gordura animal; dieta pobre em fibras; obesidade (principalmente após a menopausa) IMC > 30; radiação ionizante; ciclos menstruais menores que 21 dias e ausência de atividade sexual. E como fatores que diminuem sua chance de incidência, o fato de ser do sexo masculino; menarca após os 14 anos; menopausa antes dos 45 anos; primeira gestação a termo e amamentação precoces (idade inferior a 30 anos); atividade física regular; hábitos alimentares saudáveis (baixo teor de gordura, sal e açúcar; aumento de grãos integrais, tubérculos,vegetais e frutas). Das mulheres entrevistadas apenas 3% respondeu ter tido menarca precoce, tendo-a com idade de 10 anos, idade esta considerada como fator de risco, já que se enquadra no fator de risco apresentado por Pinho et al. (2006) que aponta que idades de menarca menores que 11 anos são consideradas como um fator de risco. A maioria das entrevistadas respondeu ter tido a menarca aos 12 (20%), 13 (24%) e 14(20%) anos. A menopausa tardia após os 55 anos também é considerada como fator de risco, contudo nenhuma das funcionárias entrevistadas respondeu ter tido menopausa após esta idade. E sobre ter filhos, 68% das entrevistadas responderam ter filhos e 31% eram nulíparas. E das que tiveram filhos apenas 3,7% (N=2) teve seus filhos depois dos 30 anos, idade esta considerada como fator de risco. 49 As formas de prevenção do câncer de mama são o auto-exame das mamas, o exame clínico e a mamografia, onde a mamografia e a ultrassonografia servem para identificar tumores não palpáveis, contudo, são considerados exames de alto custo e de difícil aplicação para a população em massa, de modo que a estratégia mais recomendada continua sendo o auto-exame das mamas a ser realizados mensalmente, até porque este, ainda se mostra uma das estratégias mais seguras e sem custos (MONTEIRO et al., 2013). Monteiro et al. (2013) aponta que as mulheres que praticam o auto-exame das mamas e descobrem nódulos têm tendência a ter um aumento na expectativa de vida de 75% e as que não realizam o auto-exame reduzem suas chances de vida em 59%, o que evidencia a importância da realização do auto-exame. Desse modo, com relação aos exames preventivos contra o câncer 53,70% (N=29) responderam realizar exames preventivos, 37% (N=20) responderam não realizar, e 9,25% (N=5) não responderam. Sobre o período de início da realização do auto-exame das mamas, a maior parte das entrevistadas, 44% não respondeu e 20% responderam ter iniciado o auto-exame após o início das atividades sexuais. Sabendo-se que a recomendação quanto à frequência de realização do auto-exame das mamas é mensalmente, perguntou-se às entrevistadas sobre o período de realização do autoexame das mamas e a maioria dentre as que responderam (16%) realizam o auto-exame mensalmente, frequência esta considerada mais recomendada. Das mulheres entrevistas entre as categorias ADM, TEC e SG, 66% (N=36) estão entre as idades prioritárias para a realização do exame de mamografia, de 31 anos acima, contudo, nem todas as mulheres destas faixas etárias realizam o exame preventivo, já que apenas 40% das mulheres responderam realizar o exame, fato este que evidencia que uma parcela significativa das funcionárias se encontra em situação de risco de desenvolver o câncer de mama, já que não realizam a mamografia. Acerca do câncer de colo de útero a atenção tem sido prioritária para as mulheres de idades entre 25 e 59 anos, associadas aos fatores de risco para a ocorrência desta neoplasia, tais como o início precoce das relações sexuais; a multiplicidade de parceiros; o uso prolongado de contraceptivos orais; a higiene genital precária; o tabagismo (diretamente relacionado à quantidade de cigarros fumados); às baixas condições socioeconômicas; a infecções pelo HPV (Papiloma Vírus Humano); a outras infecções tidas como co-fatores, como o HSV (Herpes vírus tipo I), Chlamydia,Tricomoníase,Gadnerellavaginalis, Candidíase, etc. Das infecções tidas como fatores de risco, a maior atenção dada atualmente é em relação à infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), que representa o principal fator de risco de 50 desenvolvimento do câncer do colo do útero. Pois, têm se demonstrado que de mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero podem ser atribuídos à pelo menos quatro subtipos do vírus HPV- principalmente os subtipos 16 e 18, e também os subtipos 6 e 11, mais comumente associados à verrugas genitais (PINHO et al., 2006). Pinho et al. (2006) apresenta como fatores promotores para a não ocorrência desta neoplasia a prática de sexo seguro (uso de preservativos); de atividade física regular; ter hábitos alimentares saudáveis; e a detecção precoce do câncer ou de suas lesões precursoras através da realização do exame preventivo conhecido popularmente como prevenção, exame Papanicolau ou colposcopia, de modo que este exame é oferecido pela rede pública de saúde a todas as mulheres que já iniciaram atividade sexual e sobretudo às mulheres classificadas nas faixas etárias consideradas de risco, dos 25 aos 59 anos. Acerca da frequência de realização do exame Papanicolau recomenda-se que em mulheres não consideradas na categoria de risco seja feito o exame a cada ano e em caso de exames normais após alguns anos de coleta, este pode ser feito de três em três anos. Nas mulheres agrupadas nas categorias de risco recomenda-se a prática do exame anualmente, nas mulheres HIV positivo, se o primeiro exame for normal o seguinte dever ser repetido seis meses depois, e se ambos derem normais, a prática passa a ser anual e se o CD4 for menor que 200, recomenda-se realizar o exame a cada seis meses. Nas mulheres com idades superiores a70 anos caso os últimos exames tenham sido normais deve-se refazê-lo de três em três anos e no caso de mulheres virgens o risco de câncer de colo uterino é baixo, contudo o adenocarcinoma não está associado à atividade sexual e pode surgir com mais frequência nas idades entre 60 e 70 anos, recomendando assim a realização deste exame em pacientes entre estas faixas etárias e que apresentarem um sangramento ou fluxo abundante. Já em mulheres histerectomizadas, ou seja, que já fizeram a retirada do útero indica-se a realização do rastreamento, obtendo-se esfregaço de cúpula vaginal sendo que a periodicidade fica a critério do médico, ou deve-se seguir as recomendações das demais pacientes (PINHO et al., 2006). As entrevistadas foram questionadas sobre a idade de início da atividade sexual, já que a prática muito cedo de atividades sexuais tem sido apontada como fator de risco para o câncer de colo de útero. De modo que as idades de início mais frequentes foram as idades de 17 e 18 anos com 22,22% (N=12) em cada uma dessas idades. Quando questionados com relação ao uso de preservativo nas relações sexuais a maior parte das entrevistadas respondeu que seus parceiros não usam preservativo 38,88% (N=21), e apenas 27,77% (N=15) responderam que o parceiro usa preservativo, enquanto que 20,37% (N=11) responderam usar às vezes e 9,2% (N=5) não responderam. Desse modo, fica evidente 51 que a maior parte das mulheres entre as entrevistadas estão susceptíveis a contrair DSTs e dentre elas o HPV que se mostra relacionado com o câncer de colo de útero. Um estudo feito por Bandeira e Diógenes (2006) com alunos de uma universidade de Fortaleza também demonstrou assim como este estudo que o uso de preservativo é pouco aderido entre os entrevistados, e este uso diminui com o aumento da confiança no parceiro e/ou quando os parceiros são fixos, talvez este fato seja o fator contribuinte para o não uso de preservativos entre as mulheres casadas, observadas no presente estudo. De acordo com Davis et al. 2005 apud (SANTOS, ARAUJO, 2012) a terapia hormonal pós-menopausa assim como o uso a longo prazo de terapia oral com estrogêniosprogestagênios parece estar associado de forma significativa com o aumento do câncer de mama invasivo. Aponta-se ser uma relação pequena, contudo é importante ficar atento a esses indicativos. Dentre as entrevistadas apenas 12, 96% (N=7) responderam já ter entrado na menopausa, onde quatro delas iniciaram a menopausa aos 45 anos e as outras três iniciaram aos 50 anos. Destas apenas duas usam reposição hormonal, sendo que uma delas realiza a reposição mensalmente e a outra anualmente e nenhuma delas divulgou o nome do hormônio utilizado. Estudos a partir do ano de 2002 segundo Schunemann Júnior et al.. (2011) apontam não haver aumento de risco de incidência de câncer de acordo com o uso da anticoncepção hormonal, até porque os estudos acerca deste assunto são escassos e de muita polêmica e ainda há o fato de que alguns tipos de câncer de mama não são influenciados por alterações hormonais. Contudo, a maior parte dos tipos de neoplasias da mama é influenciada por hormônios, os chamados cânceres do tipo Luminal A e por isso não se pode definir com certeza se o uso de anticoncepção hormonal é um fator promotor do câncer de mama. Assim, as entrevistadas foram questionadas sobre o uso de anticoncepcionais, sendo evidenciado que 25%, 23% e 38% das mulheres usam anticoncepcionais nas categorias ADM, TEC e SG respectivamente. E maior parte das entrevistadas (56%) respondeu usar o anticoncepcional recomendado pelo ginecologista. Acerca da higiene íntima, as mulheres se mostraram muito cuidadosas, de modo que a maioria que soma 81,48% (N=44) respondeu realizar diariamente. De acordo com INCA (2002) são conhecido mais de 100 tipos diferentes do vírus HPV, e cerca de 20 destes possuem tropismo pelo epitélio escamoso do trato genital inferior (colo, vulva, corpo do períneo, região perianal e anal). Entre estes tipos virais a aqueles que são classificados como de baixo risco, cujos números apresentados são 6, 11, 26, 40, 42, 5355, 57, 59, 66 e 68, já que geralmente estão relacionados a lesões benignas e os considerados 52 de médio e alto risco, pois estão relacionadas a lesões graves e câncer, cujos números são 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56 e 59. A SMS (2014) afirma que até março de 2014, período este em que se começou a implementação da vacina HPV no Brasil, está já havia sido aderida em 51 países como estratégia de saúde pública. Gillison et al. (2008) realizou uma avaliação comparativa antes e depois da aplicação da vacina em mulheres que ainda não haviam tido contato com esses tipos virais e foi verificado que a vacina profilática contra o HPV teve eficácia de aproximadamente 90% a 98% para a prevenção de infecções cervicais com os tipos 16 e 18. A secretaria municipal de saúde de Porto Alegre divulgou um guia informativo acerca das imunizações contra o HPV que seriam implantadas no ano de 2014 em todo o Brasil pela rede pública de saúde, onde aponta que esta campanha seria realizada pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) a fim de introduzir a vacina papiloma vírus humano (HPV) quadrivalente no Sistema Único de saúde (SUS), o que possibilitará a prevenção do câncer de colo de útero, já que se têm evidência da associação de quatro tipos virais do HPV com a incidência do câncer de colo de útero (SMS 2014). A vacina contra o HPV será oferecida gratuitamente para as adolescentes com idades entre 9 e 13 anos, contudo na primeira fase de vacinação a vacina foi ministrada para adolescentes entre 11 e 13 anos e a previsão é que para 2015 sejam incluídas adolescentes entre as faixas etárias de 9 a 11 anos e em 2016 a previsão é que sejam vacinadas as meninas de 9 anos de idade. Esta escolha de idades se deu a fim de abranger a faixa etária onde não se tivesse contato com a atividade sexual e consequentemente com os tipos virais do HPV 6, 11, 16 e 18, já que estes são adquiridos através da relação sexual. A fim de se induzir a produção de anticorpos em quantidades cada vez maior do que a encontrada na infecção adquirida normalmente em um prazo de dois anos (SMS 2014). Espera-se que esta estratégia seja de fato eficaz e que reduza a incidência de câncer de colo de útero nas mulheres como foi evidenciado no estudo de Gillison et al. (2008) nos EUA. As mulheres entrevistadas foram questionadas se já haviam sido imunizadas com a vacina contra o HPV apenas 16,66% (N=9) mulheres responderam já ter sido vacinadas, contra cerca de 61,11% (N=33) que não foram vacinadas, 11,11% (N=6) que não souberam responder e , 11,11% (N=6) que não responderam. Assim espera-se que esses dados sejam bem menores nas próximas gerações com o advento da imunização gratuita contra o HPV. As entrevistadas foram questionadas se apresentavam algumas características ou sintomas que poderiam estar relacionados com a incidência de algum tipo de câncer, tais 53 como inflamação vulvar crônica; corrimento vaginal amarelado; prática de sexo anal e vida sexual com múltiplos parceiros. Cujos dados obtidos apontam que 88% não responderam, 3,7 respondeu apresentar corrimento vaginal amarelado, 3,7% (N=2) respondeu não ter nenhuma das características, 1,8% respondeu que possui vida sexual com múltiplos parceiros e 1,8% respondeu possuir prática de sexo anal e vida sexual com múltiplos parceiros. Fatores estes que aumentam as chances de ocorrência do câncer de solo de útero, sobretudo a prática de sexo com múltiplos parceiros que deixa a mulher mais vulnerável ao HPV, contudo dentre as que responderam, é uma minoria as que apresentam esses comportamentos considerados de risco para a ocorrência desta neoplasia. Quando questionadas sobre o momento ideal para a realização do exame de prevenção Papanicolau, a maior parte delas respondeu que seria após o início das atividades sexuais com 51,85% das opiniões das funcionárias. Desse modo, é possível perceber que pouco mais da metade das entrevistadas têm conhecimento acerca do período recomendado para o início do exame Papanicolau. Contudo, na prática apenas 46% começou a realizar o exame Papanicolau logo após a primeira atividade sexual. Sobre a frequência na realização do exame Papanicolau a maior parte das mulheres entrevistadas que realizam o exame Papanicolau, o fazem anualmente, somando 53% destas. Periodicidade esta que corrobora com a periodicidade recomendada por Pinho et al. (2006), que aponta que para mulheres que não se enquadram nas categorias de risco, o ideal é a realização do exame Papanicolau anualmente. Um estudo de busca bibliográfica acerca do conhecimento e de sentimentos de mulheres em relação à prática do exame preventivo Papanicolau realizado por Xavier e Terrengui (2006) apontou que dos 16 autores estudados, 44% contatou os sentimentos de vergonha, medo, nervosismo, constrangimento e ansiedade, dados estes semelhantes aos obtidos neste estudo, pois 35% (N=19) das mulheres responderam ser vergonha a principal barreira entre a mulher e a realização dos exames preventivos, 12% (N=7) apontaram ser a falta de informação, 18,51% (N=8) afirmou ser a vergonha associada à falta de informação e 11% (N=6) não respondeu. Mesmo com o aumento expressivo da informação através das redes de comunicação de massa, ainda se evidencia que a divulgação das práticas preventivas não se mostra tão eficiente, somando-se ainda com a falta de motivação das mulheres com relação à procura de uma unidade de saúde, o que obriga aos profissionais da área de saúde a refletirem a cerca de novas estratégias para que esta condição seja diminuída (XAVIER, TERRENGUI, 2006). 54 Um estudo feito por CRUZ et al. (2008) aponta que as políticas de divulgação de saúde pública devem levar em consideração as questões históricas e culturais das mulheres, afirmando que a não realização dos exames preventivos entre as mulheres se dá muito além de apenas fatores sociais (de educação-conhecimento) e econômicos. Pois, as mulheres quando vistas sob a análise individual provêm de uma cultura, de tradições e opiniões diferentes, e que talvez os programas de incentivo a prevenção não está conseguindo alcançá-las. Apenas tratar essas mulheres que não realizam os exames como imprudentes e com falta de amor próprio é fácil, contudo, deve-se levar em consideração outros fatores que podem estar influenciando suas atitudes. Cruz et al. (2008) questiona se a linguagem técnica utilizada nos programas de incentivo à prevenção é adequada aos interesses das diversas mulheres do Brasil, imbuídas de diferentes culturas e necessidades, e questiona também se a responsabilidade da prevenção é exclusiva da mulher, apontando como estratégia a inclusão dos homens nos programas de prevenção ao câncer feminino. Há muita coerência nas opiniões discutidas por Cruz et al. (2008), de modo que propostas viáveis poderiam ser a de se levar em consideração a miscigenação que existe em nosso país e a partir dessa diferença pensar em propostas de divulgação individual a cada região a fim de abranger uma maior parcela da população, além de incluir os homens nas campanhas, já que o câncer de colo de útero por exemplo tem sua causa aumentada pelo contágio do HPV, que é uma doença sexualmente transmissível e que portanto, torna o homem um facilitador da veiculação dessa doença. Fato este que justifica a inclusão do homem nas campanhas de prevenção contra o câncer de colo de útero. Sendo assim, a ajuda masculina talvez propiciasse à mulher mais coragem para o enfrentamento dos seus medos, preconceitos entre outros fatores que as afastam da rede de saúde. Desse modo, o presente trabalho propiciou que se conhecesse o perfil dos funcionários da Universidade Estadual de Goiás –UnUCET em relação sobretudo à realização de exames preventivos contra o câncer. Evidenciando que a maior parte dos entrevistados homens que se encontram nas idades consideradas prioritárias para a realização de exames preventivos como o PSA e o exame de toque retal, realizam o exame de PSA, mas não realizam o exame de toque retal, evidenciando que ainda há muito preconceito acerca deste tipo de exame, considerado como constrangedor. Em relação aos auto-exames do testículo e do pênis, a maioria dos entrevistados não os realiza, o que deixa claro a falta de conhecimento destes acerca da importância desses exames para o diagnóstico precoce desses tipos de cânceres. Essa falta de informação não é encontrada apenas entre os indivíduos entrevistados, já que 55 houve dificuldade de se encontrar na literatura informações acessíveis à população em geral sobre a importância e o modo de se realizar esses auto-exames. Entre as mulheres entrevistadas, houve uma maior evidencia da realização dos exames preventivos, como o Papanicolau e mamografia. Em relação ao auto-exame das mamas, foi possível verificar que ainda há dúvidas acerca do momento em que se deve realizá-lo e a sua frequência. Evidenciou-se ainda a resistência, falta de informação e/ou preconceito das mulheres entrevistadas sobre a realização do exame Papanicolau, já que muitas delas iniciaram a sua realização tardiamente- na primeira gestação- e demonstraram através de suas respostas que este exame ainda é enfrentado como um ato constrangedor, já que está relacionado com a sexualidade e privacidade da mulher. Desse modo, fica evidente que para melhorar o conhecimento e despertar o olhar dos funcionários e demais membros da população brasileira acerca da importância dos meios preventivos contra o câncer devem-se propor medidas de incentivo, e de políticas públicas de saúde que consigam atingir a toda a população, e para que isso se torne possível deveria se pensar em metodologias que atendam às diferentes culturas, gêneros, classes sociais e regiões brasileiras. Apresentando uma linguagem clara e objetiva para que o entendimento seja facilitado e deve-se, sobretudo investir na divulgação das novidades, métodos de prevenção e modo de realização dos auto-exames, referentes ao câncer no Brasil e sua incidência. 56 7.0 CONCLUSÃO 7.1 Perfil sócio-demográfico e de prevenção quanto á realização dos exames preventivos dos funcionários da UEG-UnUCET Por meio deste estudo investigativo foi possível conhecer como os funcionários ADM, TEC e SG da UnUCET- GO lidam com a realização de exames preventivos contra o câncer, sobretudo aqueles relacionados aos órgãos reprodutivos e genitais. Onde foi possível de se diagnosticar primeiramente que a população feminina predominou em todos os setores analisados. As idades mais freqüentes foram entre 18 e 40 anos. Quanto ao estado civil 40% dos entrevistados independentemente do sexo são solteiros (as) e 49% são casados (as), e acerca da renda, a maioria dos entrevistados (70%) possuem uma renda familiar de três a seis salários mínimos, renda esta distribuída de forma bastante similar entre as categorias em que os funcionários foram subdivididos. Acerca da realização dos exames preventivos contra o câncer entre as mulheres, tais como o Papanicolau, a mamografia e o auto-exame das mamas, a maioria mostrou realizá-los, contudo, foi possível perceber que ainda há muitas dúvidas sobre o momento de se iniciar esses exames, a periodicidade em que devem ser realizados e sua importância, já que as respostas obtidas foram bem diversificadas e uma parcela significativa das entrevistadas não respondeu algumas das questões referentes à realização dos exames preventivos e da periodicidade de sua realização, o que pode evidenciar a falta de conhecimento, a não realização ou a falta de compromisso para com a pesquisa. A situação dos homens é ainda mais preocupante já que a maioria daqueles que estão nas idades consideradas prioritárias para a realização dos exames preventivos, tais como o PSA e o exame de toque retal, ou não realizam nenhum deles ou realiza apenas o PSA. E acerca dos auto-exames tanto de pênis quanto de testículo, foi possível de se perceber que há a falta de conhecimento acerca desses exames, já que a maioria não os realiza ou não responderam. Fato este que não é muito assustador já que há muito pouca divulgação acerca da importância desses auto-exames. Acerca do uso de preservativo nas relações sexuais, a maioria dos homens entrevistados não usa preservativos nas relações sexuais o que os deixa expostos ao risco de ser contaminado com os vírus do HPV (16 e 18) que estão relacionados ao câncer de pênis e ainda deixa exposta as suas companheiras a adquirirem esse vírus e com isso aumentarem as chances de incidência do câncer de colo de útero. E o mesmo problema foi encontrado entre as mulheres onde a maioria delas respondeu que não usam preservativos e nem seus companheiros. 57 Em relação às categorias em que os funcionários foram subdivididos, não ficou evidente uma diferença discrepante no sentido da realização dos exames. Contudo, foi possível perceber que a escolaridade influência na tomada de decisão acerca dos exames preventivos, de modo que aqueles com escolaridades mais baixas acabam por procurar o serviço de saúde mais tardiamente do que aqueles mais esclarecidos. Fato este que mostra a importância de se investir em projetos informativos que insiram toda a comunidade, inclusive os funcionários para que haja um maior esclarecimento acerca da importância do cuidado com o próprio corpo e da importância da visita rotineira ao médico a fim de se investir no cuidado preventivo e com isso contribuir para a detecção precoce de doenças, sobretudo o câncer que tem sua chance de cura aumentada em muitas vezes quando descoberto em sua faze inicial. E com isso contribuir para a desmistificação acerca dos medos e receios para com os exames preventivos do tipo Papanicolau e toque retal que mais amedrontam a população de forma geral. 7.2 Causas que contribuem para o afastamento de homens e mulheres à unidade de saúde Os Homens entrevistados foram questionados acerca do motivo do afastamento destes à unidade de saúde e ficou evidente que a maioria deles (42%) associa esse afastamento à falta de informação acerca dos tipos de exames preventivos e sua importância, e 19% assciam ao constrangimento. As funcionárias também foram questionadas a cerca dos motivos que podem retardar ou atrasar a visita da mulher ao ginecologista e a realização de exames preventivos, e a maioria delas 35,15% (N= 19) respondeu ser a vergonha um dos principais fatores que atrasam a visita da mulher ao ginecologista, 12% (N=7) responderam ser a falta de informação, 18,51% (N=8) afirmou ser a vergonha associada à falta de informação. Esses dados são preocupantes, pois em pleno século XXI, na chamada era da informação muitas pessoas ainda não têm conhecimento dos tipos de exames preventivos contra diversos tipos de cânceres e sobre a importância destes para a diminuição da incidência dessas neoplasias, além de muitas pessoas ainda demonstrarem sentimentos de vergonha e/ou constrangimento diante da necessidade da realização dos exames preventivos. 7.2 Perspectivas futuras Desse modo, fica evidente que para melhorar o conhecimento e despertar o olhar dos funcionários e demais membros da população brasileira acerca da importância dos meios preventivos contra o câncer devem-se propor medidas de incentivo, e de políticas públicas de 58 saúde que consigam atingir a toda a população, e para que isso se torne possível deveria se pensar em metodologias que atendam às diferentes culturas, gêneros, classes sociais e regiões brasileiras. Apresentando uma linguagem clara e objetiva para que o entendimento seja facilitado e deve-se, sobretudo investir na divulgação das novidades, métodos de prevenção e modo de realização dos auto-exames, referentes ao câncer no Brasil e sua incidência. Já que vivemos em um momento denominado de era da informação, mas mesmo assim encontramos tanta disparidade de conhecimento entre a população. Diante disso, fica evidente a necessidade de se propor medidas para sanar essa falta de informação da população e, sobretudo dos funcionários da UEG em relação aos fatores de risco relacionado aos cânceres dos órgãos reprodutivos e genitais femininos e masculinos e, sobretudo em relação à realização dos exames preventivos e auto-exames para o diagnóstico precoce a fim de diminuir as chances de progressão da doença. Desse modo, as estratégias para a divulgação de informações acerca dos fatores e risco e prevenção contra o câncer devem atender primeiramente à população entrevistada da UEG, pois nada mais lógico do que disseminar a informação para aquela população que carece de informação e que ainda por cima se encontra tão perto de onde o conhecimento é construído, na Universidade. Sendo assim é necessário que o “corpo” docente e discente desperte para essa realidade e proponham medidas eficazes para que todos os integrantes da universidade, que estejam ou não na sala de aula possam usufruir do conhecimento, e assim passar a adotar medidas de promoção da saúde. Das estratégias para essa disseminação do conhecimento em os funcionários da universidade podem ser criadas apostilas pelos alunos dos cursos, sobretudo da área biológica que posteriormente podem ser distribuídas gratuitamente para todos os funcionários para que estes possam se informar da importância da realização dos exames preventivos contra o câncer e sobre os principais fatores de risco associados à incidência dessas neoplasias. A produção e apresentação de palestras e distribuição de panfletos entre os funcionários também pode surtir efeito. Enfim, deixo aqui algumas idéias como opções para que essas estratégias de promoção da saúde e disseminação do conhecimento possam ocorrer entre os funcionários da Universidade Estadual de Goiás (UEG). E talvez posteriormente possam ser disseminadas para outras unidades e/ou universidades, com a principal finalidade de contribuir para a promoção da saúde e disseminação do conhecimento acerca do câncer e seus fatores de risco e estratégias preventivas. 59 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERTS, B.; JOHNSON, A.; LEWIS, J.; RAFF, M.; ROBERTS, K.; WALTER, P. Biologia Molecular da Célula. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 1463. ARAÚJO, D. S.; PÁDUA-JUNIOR, P. R. Prevenção do Câncer. In: VIEIRA, et. al. Oncologia Básica. Terezina: Fundação Quixote, 2012. p. 304-323. BALUZ, K.; CARMO, M. G. T.; ROSAS, G. O papel do ácido fólico na prevenção e na terapêutica oncológica: revisão. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v. 48, n. 4, p. 597-607, 2002. BANBEIRA, V. M. P. & DIÓGENES, M. A. R. Uso de Preservativo Masculino e Feminino entre Alunos de Enfermagem da Universidade de Fortaleza. R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 14(1):74-9. jan/mar.,2006. BRASIL. Ministério da Saúde. 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M.; VIÉGAS, C.; GOUVEIA e SILVA, E. C. C.; ZANI, E. L.; GUIMARÃES, G. C.; LOUREIRO, K. C. F.; RODRIGUES NETTO Jr, N.; MATTOS, R. M.; ZEQUI, S. C.; NOVA, T. P. & CLARK, O. Carcinôma de Células Germinativas do Testículo: Diagnóstico e Estadiamento. Sociedade Brasileira de Urologia. Dez. 2008. PORTO, M. A.; TEXEIRA, L. A.; SILVA, R. C. F. Aspectos Históricos do Controle do Câncer de Mama no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia; 59(3): 331-339. Mai, 2013. RIESGO, I. S.; SPOHR, R. C.; ROCHA, M. P.; SUSIN, C. F.; FELICE, C. D.; FORNECK, C.; BRAGANHOLO, C. U. & MIKLASEVICIUS, C. V. D. S.;Câncer de mama em homem: relato de caso e revisão da literatura. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 53 (2): 198-201, abr.-jun. 2009. ROSSIT, A.; FROES, C. N. D. T. Suscetibilidade genética, biometabolismo e câncer. Revista da Sociedade Brasileira de Cancerologia, ano 3, n.10, 2° trimestre de 2000. CRUZ, L. M. B. & LOUREIRO, R. P. A. 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Em caso de dúvida sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com os pesquisadores responsáveis, Msc. Cristiane Alves da Fonseca; Dr. (a) Andréia Juliana Leite Rodrigues e a orientada Daniele Ferreira da Silva. INFORMAÇÕES IMPORTANTES QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A PESQUISA. Título: EXAMES PREVENTIVOS E DE ROTINA: UMA ABORDAGEM ENTRE OS FUNCIONÁRIOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS, CAMPOS HENRIQUE SANTILO ANÁPOLIS-UEG. INFORMAÇÕES SOBRE QUEM ESTÁ APLICANDO O TERMO DE CONSENTIMENTO: Os responsáveis por aplicar o termo de consentimento a ser utilizado na presente pesquisa será o grupo de pesquisadores composto por alunos de graduação em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas- Campos Anápolis. Msc. Cristiane Alves da Fonseca (UEG): Docente do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis (GO)[email protected] Dr. (a): Andréia Juliana Leite Rodrigues (UEG): Docente do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis (GO)[email protected] Daniele Ferreira da Silva (UEG): Graduando (a) em Ciências Biológicas- Modalidade Licenciatura, Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas, Anápolis (GO)[email protected] Objetivos da Pesquisa A presente pesquisa tem por objetivo analisar o conhecimento e preocupação dos funcionários técnicos e administrativos sobre os exames preventivos e de rotina relacionados aos cânceres ginecológicos e urológicos e com isso contribuir para o conhecimento dos fatores que podem estar contribuindo para o aumento da incidência de cânceres femininos e masculinos. Detalhamento dos procedimentos Será Aplicado um questionário direcionado à população que trabalha nos setores técnicos e administrativos da UEG, Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas- UNUCET. Após a coleta e análise dos dados da pesquisa pretende-se traçar então o nível de conhecimento e o grau de importância dado aos exames preventivos e de rotina pelos entrevistados, e em seguida relacionar a pratica ou não desses exames com a incidência dos cânceres, de acordo com dados encontrados na literatura. __________________________________________ Assinatura participante ____________________________________ Assinatura do Pesquisador 67 APÊNDICE 2: Universidade Estadual de Goiás UnU de Ciências Exatas e Tecnológicas Curso de Ciências Biológicas – Modalidade Licenciatura QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE OS FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO CONTRA O CÂNCER, COM AS MULHRES E HOMENS DO QUADRO DE FUNCIONARIOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS DA UEG, CAMPUS UNUCET EM ANÁPOLIS ORIENTADORA: MSC. CRISTIANE ALVES DA FONSECA DO ESPÍRITO SANTO CO ORIENTADORA: ANDRÉIA JULIANA LEITE RODRIGUES ORIENTADA:DANIELE FERREIRA DA SILVA CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS I. QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO – HOMENS E MULHERES 1. IDADE ( )14-17 anos ( )18-21 anos ( ) 22-30 anos ( ) 31-40 anos ( ) 41-50 anos ( ) 51-60 anos ( ) Acima de 60 anos 5.ESTADO CIVIL ( ) Solteriro (a) ( ) Casado (a) ( ) Divorciado (a) 2. SEXO ( ) Feminino ( ) Masculino 6.ESCOLARIDADE ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior completo ( ) Realizou curso técnico 3. LOCAL DE MORADIA ( ) Casa própria ou apartamento ( ) Casa ou apartamento alugado ( ) Chácara ou fazenda 7. QUANTIDADE DE FILHOS ( ) Nenhum ( )2 ( )5 ( )3 ( )1 ( )4 ( ) Outros, Quantos______ 4. RENDA ( ) Menos de um salário mínimo ( ) De um a três salários mínimos ( ) De 3 a 6 salários mínimos ( ) Mais de 6 salários miínimos 8. VOCÊ REALIZA EXAMES DE ROTINA ( Sangue, Fezes, Urina)? ( ) Nunca ( ) Regularmente ( ) Raramente ( )Somente quando estou doente. 9. VOCÊ POSSUE PLANOS DE SAÚDE? ( ) Sim ( ) Não I. EXAMES PREVENTIVOS CONTRA O CÂNCER: HOMENS 1. VOCÊ TEM VIDA SEXUAL ATIVA ( ) Sim ( ) Não 2. COM QUE IDADE INICIOU SUA VIDA SEXUAL? 5. VOCÊ REALIZA ALGUM EXAME PREVENTIVO CONTRA O CÂNCER? ( ) Sim ( ) Não ( ) Se a sua resposta foi não, pule par a questão 10. ____________________ 9. EM QUE INTERVALO DE TEMPO VOCÊ REALIZA O EXAME DE TOQUE RETAL? ( )Raramente ( ) Semestralmente ( )Anualmente ( )A cada 2 anos ( )Período superior a dois anos 6. VOCÊ REALIZA EXAME DE PSA? ( ) Sim ( ) Não Se sua resposta foi não, pule para a questão 8. 3. VOCÊ USA PRESERVATIVO NAS RELAÇÕES SEXUAL? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes ( ) Nunca 7. EM QUE INTERVALO DE TEMPO VOCÊ REALIZA EXAME DE PSA? ( ) Raramente ( ) Semestralmente ( ) Anualmente ( ) A cada 2 anos ( ) Périodo superior a 2 anos 4. COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ REALIZA A HIGIÊNE DO ÓRGÃO GENITAL? ( ) Nunca ( ) Raramente ( ) Diariamente ( ) Freqüentemente 8. VOCÊ REALIZA O EXAME DE TOQUE RETAL? ( ) Sim ( ) Não Se sua resposta foi não, pule para a questão 10. 11. EM QUAL FREQUÊNCIA 12. VOCÊ REALIZA 13. VOCÊ REALIZA O 14. VOCÊ JÁ TEVE 68 OU TEM 10. APRESENTA ALGUNS DESTES COMPORTAMENTOS, CARACTERÍSTICAS OU DOENÇAS? VOCE REALIZA O AUTO-EXAME AUTO-EXAME DOS ALGUM DOS SINTOMASS EXAME DE DOS TESTÍCULOS? TESTÍCULOS? DESCRITOS ABAIXO? PENISCOPIA? Infertilidade Criptorquidia ( ) Não (( )) Semestralmente (( )) Sim ( ) Sim ( ) Não ( )Hématúria e Poliúria a noite ) Atrofia testicular ( ) Atividade sexual com prática de sexo anal (( )Mensalmente ( ) Jato urinário fraco Fimose, mas não é operado ( ) Atividade sexual com prática de sexo com animais (( )) Semanalmente ( ) Dor ou queimação ao urinar Fimose, mas é operado ( ) Atividade sexual com múltiplos parceiros (( )) Anualmente Vasectomia ( ) Lesões e traumas na bolsa escrotal (( )) A cada 2 anos 18. VOCÊ REALIZOU A 16. VOCÊ É ( ) Nunca realizou 17. VOCÊ TEVE CIRURGIA DE À CIRCUNCISADO? ( ) Outro, Qual? _____________ ORQUIDOPEXIA (Fixação CRIPTORQUIDIA ( ) Sim ( ) Não cirúrgica de um ou dois ( localização do testículo testículos na bolsa escrotal), 15. QUAIS AS OBJEÇÕES VOCÊ fora da bolsa escrotal)? ( ) Sim ( ) Não ACHA QUE PODE AFASTAR OU ANTES DO PERÍODO DE 20. EM QUAL RETARDAR A CONSULTA E A PUBERDADE? FREQUÊNCIA VOCÊ ( ) Não REALIZACAO DOS EXAMES 21. VOCÊ TEM ALGUM ( ) Sim REALIZA O AUTO PREVENTIVOS DE PROSTATA E PARENTE PRÓXIMO EXAME DO PÊNIS? OS DEMAIS EXAMES DE DAGNOSTICADO COM 22. VOCÊ CONHECE ( ) Semestralmente ROTINA? CÂNCER DE ALGUM HOMEM ( ) Semanalmente ( ) Constrangimento TESTÍCULO, PÊNIS OU DIAGNOSTICADO COM ( )Mensalmente ( )Desinformação PRÓSTOTA? CÂNCER DE MAMA? ( ) Anualmente ( )Medo e preconceito em realizar os ( ) Sim, qual o grau de ( ) Sim ( ) A cada dois anos exames do toque retal e dosagem do parentesco? ___________ Quantas ( ) Nunca realizou PSA sanguíneo Qual tipo de pessoas?______________ ( ) Outro, Qual? câncer?_______________ ( ) Não ___________________ 19. VOCÊ REALIZA O AUTO( )Não EXAME DO PÊNIS E FAZ A INSPEÇÃO DA GLANDE? ( ) Sim ( ) Não 23. VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DO CÂNCER DE MAMA MASCULINO? ( ) Sim ( ) Não III.EXAMES PREVENTIVOS CONTRA O CÂNCER: MULHERES 1. VOCÊ TEM VIDA SEXUAL ATIVA? ( )Sim ( ) Não 4. VOCÊ USA ANTICONCEPCIONAL? ( )Não ( ) Sim Nome:_______________ Se a resposta for não, pule para a questão 7. 7. COM QUE IDADE INICIOU A MENARCA (PRIMEIRA MENSTRUAÇÃO)?_________________ ____________ 10. EM QUE FREQÜÊNCIA REALIZA REPOSIÇÃO HORMONAL? () mensalmente ( ) semestralmente ( ) anualmente ( ) a cada dois anos ( ) período superior a 2 anos 13. COM QUE IDADE TEVE SEU/SEUS FILHOS? ______________________________ 2. COM QUE IDADE INICIOU A VIDA SEXUAL?____________________ 5. QUEM RECOMENDOU O USO DESTE ANTICONCEPCIONAL? () O ginecologista ( ) Um clinico geral ( ) Uma amiga ou conhecida ( ) Um farmacêutico ( ) Uso por conta própria ( ) Outros ________________ 8.VOCÊ JÁ ENTROU NA MENOPAUSA? SE SIM, INDIQUE A IDADE:_________________________ *se sua resposta foi não, pule para a questão 12. 11. QUAL É O HORMÔNIO QUE VOCÊ UTILIZA?____________________________ 14.VOCÊ É VACINADA CONTRA O HPV? ( ) sim ( ) não ( ) não sei dizer 3. VOCÊ USA PRESERVATIVO NAS RELAÇÕES SEXUAIS? ( ) Sim ( ) Não ( ) às vezes ( ) Nunca 6. HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ FAZ USO DE ANTICONCEPCIONAL? ________________________________ 9. VOCÊ REALIZA REPOSIÇÃO HORMONAL DEPOIS QUE ENTROU NA MENOPAUSA? ( ) Sim ( ) Não *Se sua resposta foi não, pule para a questão 12. 12. VOCÊ TEM FILHOS? () Sim ( ) Não e não pretendo ter ( ) Não, mas penso em ter () Não, pois sou estéril *Se sua resposta foi não, pule para a questão 15. 69 16. APRESENTA ALGUMAS DESTES COMPORTAMENTOS,CARACTERÍ STICAS OU DOENÇAS? ( ) Inflamação vulvar crônica ( ) Corrimento vaginal amarelado ( ) Atividade sexual com prática de sexo anal ( ) Atividade sexual com múltiplos parceiros. 18. QUANDO VOCÊ INICIOU A REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO AUTO-EXAME DA MAMA? ( )Logo após o início da atividades sexual ( ) Na primeira gestação ( )Após algum sintoma ou desconforto ( ) Outra ______________ *Se sua resposta foi nunca, pule para a questão 21. 21. QUANDO VOCÊ INICIOU A REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAU? ( ) Logo após o início da atividades sexual ( ) Na primeira gestação ( ) Após algum sintoma ou desconforto ( ) Outra ______________ *Se sua resposta foi nunca, pule para a questão 24. 24.JÁ REALIZOU ULTRASSON PARA AVALIAÇÃO DAS MAMAS? () Sim ( ) Não *Se sua resposta foi não, pule para a questão 27. 27. EM QUE INTERVALO DE TEMPO REALIZA O EXAME DE MAMOGRAFIA? ( ) Semestralmente ( ) Anualmente ( ) A cada 2 anos ( )Período superior a 2 anos 17. VOCÊ REALIZA EXAMES PREVENTIVOS CONTRA O CÂNCER? ( ) Sim ( ) Não *Se sua resposta foi não, pule para a questão 29 19. EM QUE INTERVALO DE TEMPO REALIZA O AUTO-EXAME DA MAMA? ( ) Diariamente ( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente ( ) Semestralmente ( ) Anualmente ( ) A cada 2 anos ( ) Período superior a 2 anos ( ) Somente quando vou ao ginecologista 22. QUE INTERVALO DE TEMPO REALIZA O EXAME PAPANICOLAU? ( ) Semestralmente ( ) Anualmente ( ) A cada 2 anos ( ) Período superior a 2 anos 25.EM QUE INTERVALO DE TEMPO REALIZA O EXAME DE ULTRASSOM DAS MAMAS? ( ) Nunca ( ) Semestralmente ( ) Anualmente ( ) A cada 2 anos () Período superior a 2 anos 28. QUAIS AS OBJEÇÕES VOCÊ ACHA QUE PODE AFASTAR OU RETARDAR A CONSULTA DE UMA MULHER AO GINECOLOGISTA? ( ) Vergonha da exposição do corpo ( ) Falta de informação ( ) Dor no momento dos exames ( ) Falta de condição para o deslocamento até uma unidade de saúde ( ) Outro fator_____________________ 15. COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ REALIZA A HIGIENE DO ÓRGÃO GENITAL? () Todos os dias ( ) Frequentemente ( ) Raramente ( ) Nunca 20. QUANDO VOCÊ ACHA QUE DEVE-SE COMEÇAR A REALIZAR O EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAU? ( ) Na primeira gestação ( ) Após o início da atividades sexual ( ) Em caso de promiscuidade ( ) Após algum sintoma ou desconforto Outro____________ ____________ 23. VOCÊ JÁ REALIZOU O EXAME DE CAPTURA HIBRIDA ( EXAME QUE DETECTA VÁRIOS TIPOS VIRAIS, POR TÉCNICAS GENÉTICAS)? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei responder 26.JÁ REALIZOU O EXAME DE MAMOGRAFIA? ( ) Sim ( ) Não *Se sua resposta foi não, pule para a questão 28.