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JOHN RENET RODRIGUES DOS SANTOS
ROBSON WILLYAN STEINMETZ
ANÁLISE E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA EM UMA DISTRIBUIDORA DE
BEBIDAS – TOLEDO/PR
TOLEDO, PR.
2016
2
JOHN RENET RODRIGUES DOS SANTOS
ROBSON WILLYAN STEINMETZ
ANÁLISE E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA EM UMA DISTRIBUIDORA DE
BEBIDAS – TOLEDO/PR
Trabalho de conclusão de Curso
de Ciências Contábeis, da
Faculdade Sul Brasil, exigido
como requisito para aprovação na
disciplina
de
Trabalho
de
Conclusão de Curso.
Orientador: Profº Me. Gilmar José
Camargo
Co-Orientador: Profº Me. Leandro
de Araújo Crestani.
TOLEDO, PR.
2016
3
JOHN RENET RODRIGUES DOS SANTOS
ROBSON WILLYAN STEINMETZ
ANÁLISE E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA EM UMA DISTRIBUIDORA DE
BEBIDAS – TOLEDO/PR
Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade
Sul Brasil, FASUL, exigido como requisito parcial para obtenção do Título de
Bacharel, sob orientação do Professor Me. Gilmar José Camargo e da coorientação
do Professor Me. Leandro de Araújo Crestani, considerado _________________
pela Banca Examinadora, com a nota ____________.
FOLHA DE APROVAÇÃO
____________________________________________________
Profº Me. Gilmar José Camargo
Orientador - FASUL
_____________________________________________________
Profº Me. Leandro de Araújo Crestani
Coorientador - FASUL
_____________________________________________________
Profº Esp. Ruben Gomes de Siqueira
Avaliador
_____________________________________________________
Profº Me. Evandro José Machado
Avaliador
Toledo, 26 de Novembro de 2016.
4
DEDICATÓRIA
Dedicamos
este
trabalho
aos
nossos familiares que nos instruem aos
caminhos da vida e sempre estão do
nosso lado nos momentos difíceis.
E
aos
nossos
Mestres
pelo
conhecimento que transmitem e ainda
irão transmitir.
5
AGRADECIMENTOS
Aos
Orientadores
Profº
Me.
Gilmar José Camargo e Professor Me.
Leandro
de
Araújo
Crestani,
pela
confiança depositada e, principalmente,
pela calma e serenidade em nos
ensinar. Aos nossos colegas, pelas
inúmeras discussões e risadas ao
longo
desses
familiares
por
desistíssemos.
anos,
aos
nossos
nunca
permitir
que
6
RESUMO
Esse trabalho tem por objetivo retratar a importância das análises do preço de venda
para empresas de pequeno porte, evidenciando sua contribuição na formação do
preço. Busca-se corroborar à relação entre o empresário e a formação do preço de
venda dos produtos, qual a relevância da contabilidade de custos para as análises e
formação de preço. No Brasil, as Micro e Pequenas empresas em sua maioria
nascem sem um planejamento financeiro adequado, tratando de forma empírica os
preços de venda de seus produtos. Muitos empresários tendem a definir os preços
de venda comparando-os com os praticados por outras empresas do mesmo ramo,
não verificando se trarão rentabilidade. Ao definir o preço de venda de um
determinado produto é indispensável o conhecimento dos elementos que
influenciam sua formação e fixar um valor que esteja atendendo às necessidades do
consumidor e, ainda, rentável para o negócio. A competitividade do mercado impõe
que os administradores obtenham uma melhor gestão de gastos e o entendimento
do seu impacto no lucro, devido a essa insensibilidade é preciso relatar a relevância
das análises do preço e dos métodos de precificação. O objetivo geral deste trabalho
é demonstrar a importância das análises do preço de venda para empresas de
pequeno porte, avaliando como a fixação de um preço de venda impacta na
rentabilidade da empresa. A contabilidade de custos é muito abrangente e diferente
para diversos tipos de seguimentos empresariais, por isso, delimitando a pesquisa
para o cenário comercial especificamente em uma distribuidora de bebidas, é
possível demonstrar como a gestão de custos é essencial para o desenvolvimento
favorável de uma empresa.
Palavras-chave: Custos. Despesas. Preço de venda. Rentabilidade. Precificação.
7
ABSTRACT
This work has for objective to portray the importance of the analyses of the price of
for small business companies, evidencing its contribution in the formation of the
price. Searchs corroborate the relation between the entrepreneur and the formation
of the price of the products, which the relevance of the accounting of costs for the
analyses and formation of price. In Brazil, the Microns and Small companies in its
majority are born without adequate a financial planning treating to empirical form the
prices of its products, many entrepreneurs tend to define the prices the same
comparing them with the practised ones for other companies of branch, verifying will
not bring yield. When defining the price of one determined product is indispensable
the knowledge of the elements that influence its formation and to fix a value that is
taking care of the necessities of the income-producing consumer and for the
business. The competitiveness of the market imposes that the administrators get one
better management of expenses and the agreement of its impact in the profit, had to
this insensibility is necessary to tell the relevance of the analyses of the price and the
methods of pricing. The general objective of this work is to demonstrate the
importance of the analyses of the price for small business companies, evaluating as
the setting of a price impacts in the yield of the company. The accounting of costs is
very including and different for diverse types of enterprise pursuings, therefore,
delimiting the research for the commercial scene specifically in a drink deliverer, it is
possible to demonstrate as the management of costs is essential for the favorable
development of a company.
Key-Words: Costs. Expenses. Price. Profitability. Pricing.
8
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Fórmula Margem de Contribuição ....................................................... 25
QUADRO 2 - Fórmula Ponto Equilíbrio em Quantidade............................................ 27
QUADRO 3 - Fórmula Ponto Equilíbrio em Valor...................................................... 27
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Quociente do Preço de Venda .............................................................. 23
TABELA 2 - Fórmula Mark-Up Divisor ...................................................................... 23
TABELA 3 - Cálculo Mark-Up Divisor ....................................................................... 23
TABELA 4 - Fórmula Mark-Up Multiplicador ............................................................. 23
TABELA 5 - Cálculo Mark-Up Multiplicador .............................................................. 24
TABELA 6 - Cálculo da Margem de Contribuição ..................................................... 25
TABELA 7 - Cálculo do Ponto de Equilíbrio em Quantidade .................................... 27
TABELA 8 - Cálculo do Ponto de Equilíbrio em Valor .............................................. 28
TABELA 9 - Receita de Vendas ............................................................................... 33
TABELA 10 - Distribuição do Desconto Condicional x Receita ................................ 35
TABELA 11 - Distribuição da Taxa Máquina Cartão x Receita ................................. 35
TABELA 12 - Orçamento Despesas Fixas................................................................ 36
TABELA 13 - Produtos Comercializados .................................................................. 37
TABELA 14 - Custo dos Produtos Comercializados ................................................. 37
TABELA 15 - Índice de Precificação Preço Sugerido ............................................... 38
TABELA 16 - Precificação dos Produtos - Preço Sugerido ...................................... 38
TABELA 17 - Comparativo de Preço de Venda ........................................................ 39
TABELA 18 - Margem de Contribuição - Cerveja Skol Litrão ................................... 39
TABELA 19 - Margem de Contribuição - Cerveja Skol 269 ml c/ 12 ......................... 40
TABELA 20 - Margem de Contribuição - Cerveja Itaipava 269 ml c/ 12 ................... 40
TABELA 21 - Margem de Contribuição – Red Blend Whisky 1LT ............................ 41
TABELA 22 - Margem de Contribuição - Energético Red Horse 2LT ....................... 41
TABELA 23 - Média Ponderada Móvel Margem de Contribuição - Preço Comercial42
TABELA 24 - Média Ponderada Móvel Margem de Contribuição - Preço Sugerido . 43
TABELA 25 - Ponto de Equilíbrio em Valor .............................................................. 43
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Art.
Artigo
CF
Custos Fixos
COFINS
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CPP
Contribuição Patronal Previdenciária
CSLL
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CV
Custos Variáveis
DF
Despesas Fixas
DV
Despesas Variáveis
ICMS
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias
e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação
IPI
Imposto sobre Produtos Industrializados
IRPJ
Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica
ISSQN
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
LC 123/2006
BRASIL, Lei Complementar Nº 123, de 14 de Dezembro de
2006.
LT
Litro
MC
Margem de Contribuição
PE
Ponto de Equilíbrio
PEq
Ponto de Equilíbrio em Quantidade
PEv
Ponto de Equilíbrio em Valor
PIS
Contribuição para o PIS/Pasep
PR
Paraná
PV
Preço de Venda
Var%
Variação em Porcentagem
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15
1.1 A IMPORTÂNCIA DO PREÇO DE VENDA ......................................................... 15
1.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS E O PREÇO DE VENDA .................................. 16
1.2.1 Gestão de Custos ........................................................................................... 17
1.2.1.1 Gastos .......................................................................................................... 17
1.2.1.1.1 Investimentos ........................................................................................... 18
1.2.1.1.2 Custos ....................................................................................................... 18
1.2.1.1.2.1 Classificação dos Custos ..................................................................... 19
1.2.1.1.3 Despesas ................................................................................................... 20
1.3 IMPOSTOS SOBRE A VENDA ........................................................................... 20
1.4 ÍNDICE DE PRECIFICAÇÃO .............................................................................. 22
1.5 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO .......................................................................... 24
1.6 PONTO DE EQUILÍBRIO .................................................................................... 26
1.6.1 Ponto de Equilíbrio em Quantidade .............................................................. 26
1.6.2 Ponto de Equilíbrio em Valor......................................................................... 27
2 METODOLOGIA .................................................................................................... 29
2.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................ 29
2.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 30
2.3 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 31
3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 32
3.1 HISTÓRICO EMPRESARIAL .............................................................................. 32
3.2 DEMONSTRATIVOS DOS DADOS GERENCIAIS ............................................. 33
3.2.1 Receitas com Vendas..................................................................................... 33
3.2.2 Impostos sobre a Venda ................................................................................ 34
3.2.3 Despesas Variáveis ........................................................................................ 34
3.2.4 Despesas Fixas............................................................................................... 35
3.2.5 Produtos Comercializados ............................................................................ 36
3.2.6 Custos dos Produtos ..................................................................................... 37
3.3 FORMAÇÃO DO PREÇO SUGERIDO ................................................................ 38
3.3.1 Análise Margem de Contribuição .................................................................. 39
3.3.2 Análises do Ponto de Equilíbrio.................................................................... 42
12
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46
ANEXO A - Orçamento Gerencial Analítico ........................................................... 48
ANEXO B - Roteiro de Entrevista ........................................................................... 49
ANEXO C - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio ..................... 50
13
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como principal desígnio, retratar a importância das
análises do preço de venda para empresas de pequeno porte, explicando como
essas análises podem ajudar à formação do preço de venda de um produto. Objetiva
também, apresentar a aplicabilidade de técnicas de contabilidade de custos em uma
distribuidora de bebidas da cidade de Toledo-PR no ano de 2016.
Um dos maiores desafios para a competitividade comercial é o planejamento
adequado para os preços praticados nos produtos. Em momentos de crise
econômica à falta de diretrizes na definição deste valor causa grandes
consequências na rentabilidade empresarial. A definição do preço de venda dos
produtos é tratada de forma empírica por grande parte das empresas de pequeno
porte, na qual, muitas vezes, são as primeiras a sofrer com as dificuldades
financeiras. O preço de venda normalmente é definido pelo mercado, por isso,
destaca-se a importância de conhecer o negócio em que se atua e, assim, formar
um preço de venda atrativo aos olhos do consumidor e satisfatório para a empresa.
Logo é indispensável que as empresas conheçam como é analisada a
rentabilidade dos preços de seus produtos, para que possam delimitar preços mais
atrativos ao consumidor e rentável para a empresa.
Para Damasceno e Avalca (2012), todo e qualquer empresário deveria saber
responder algumas perguntas básicas sobre o seu negócio, como: Quanto Custa
para produzir seu produto? Quanto custa a hora do seu trabalho? Trabalhar com
descontos valeria a pena? Qual seria o impacto em caso de uma promoção? Qual a
receita mínima que devo obter para não obter prejuízo?
Segundo Wagner Luiz Marques (2009), formar o preço de venda para muitos
empresários parece ser uma tarefa fácil e simples, entretanto, formar o preço é uma
ciência lógica e sistemática na atribuição de um valor coerente e responsável para
as tomadas de decisões.
Ainda segundo o autor supracitado, muitas empresas não apuram seus
custos e despesas de maneira precisa e os preços de venda são obtidos
empiricamente.
Conforme evidenciado, poucos empresários conhecem os custos e
despesas de sua empresa, em suma, também desconhecem como manter sua
empresa rentável formulando o preço de venda de seus produtos. Devido essas
14
afirmações pode se elencar os seguintes problemas: Os micros e pequenos
empresários conhecem como analisar o preço de seus produtos e verificar qual a
verdadeira margem dos mesmos?
Além disso, o preço de venda de um produto deve ser constituído de forma
técnica e com procedimento que visem uma melhor gestão administrativa. Isso
porque, definir o preço de venda baseado nas experiências comerciais pode
prejudicar a rentabilidade da empresa.
Este trabalho tem por o objetivo geral, demonstrar a importância das
análises de preço de venda para empresas de pequeno porte, avaliando como a
fixação de um preço de venda impacta na rentabilidade da empresa.
Em vista disso, faz-se necessário demonstrar e conceituar a contabilidade
de custos para analisar os fatores que interferem no preço de venda, formular e
examinar os procedimentos de precificação de determinados produtos, confrontando
os preços de venda praticados pelo comerciante e os obtidos de forma técnica
através das análises de margem de contribuição e ponto de equilíbrio.
15
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesse capitulo serão discorridos os conceitos da Contabilidade de Custos
voltados à precificação, na qual servirão como base para formar e analisar o preço
de venda.
1.1 A IMPORTÂNCIA DO PREÇO DE VENDA
Uma decisão comercial não pode ser realizada de forma impensada. Praticar
uma promoção, ou oferecer créditos, na tentava de atrair mais clientes, podem
impactar na rentabilidade dos produtos, sendo necessário identificar quais os efeitos
dessas decisões nos preços.
Para Lemes Junior e Pisa (2010), as vendas representam a razão de
qualquer negócio, tendo como objetivo principal a continuidade e lucratividade da
empresa. Portanto, é indispensável que o preço de venda deva ser formado de
maneira a cobrir todos os custos, as despesas, os impostos, para então, gerar lucro.
O preço de venda muitas vezes pode ser a chave de sucesso para uma
organização, porém, é necessário estar atento se todos os custos e despesas estão
sendo embutidos no seu valor final e se o mesmo gera o retorno esperado. "A
fixação dos preços de venda dos produtos fabricados pela empresa é uma tarefa
bastante complexa, na qual deverão ser considerados diversos fatores" (NEVES;
VICECONTI, 2003, p. 181).
O preço dos produtos é um dos principais atrativos para os consumidores,
uma precificação planejada e focada para obtenção de mercado pode ser um fator
determinante na alavancagem comercial.
Conforme Lemes Junior e Pisa (2010, p.164), "As principais funções do
preço são: passar a imagem de produto desejada pela empresa, permitir
participação no mercado; e atingir lucratividade e a rentabilidade esperada". Para
Hoji (2010, p.358) "a determinação do preço de venda é uma questão fundamental
para qualquer empresa. Se ela praticar um preço muito alto inibirá a venda e se o
preço for muito baixo, poderá não gerar o retorno esperado".
Os autores supracitados demonstram que o preço assume uma importância
tão relevante na administração empresarial que influência desde a imagem da
companhia até sua eficiência econômica.
16
Cada empresa possui seus métodos para formação do preço de venda de
seus produtos, seja este de forma técnica ou não. Cabe salientar que o preço de
venda representa muito mais que um simples valor adicionado, aleatoriamente, a um
produto.
1.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS E O PREÇO DE VENDA
Algum dos temas inclusos dentro da Contabilidade diz respeito à
Contabilidade de Custos, a qual tem a finalidade de exercer o planejamento,
execução e controle dos gastos oriundos da entidade, explicar os métodos de
custeio de um produto e a definição/análise do Preço de Venda.
Os micros e pequenos empresários, geralmente, desconhecem às
metodologias introdutórias para a obtenção de um preço de venda. Com isso, faz-se
necessário discorrer sobre os conceitos e discernimentos da Contabilidade de
Custos no intuito de entender como os processos administrativos podem fomentar a
tomada de decisão, inclusive no que diz respeito à precificação dos produtos a
serem comercializados.
Segundo Pinto et al. (2008), o referencial teórico e os conceitos introdutórios
às
ciências administrativas
são
fundamentais
aos gestores,
pois
o
seu
desconhecimento leva a interpretações inadequadas dos rumos dos negócios, bem
como, dos destinos escolhidos pelos concorrentes.
Neves e Viceconti (2003) ressaltam que a Contabilidade de Custos tinha
como função inicial fornecer apenas elementos de apuração de estoque e
resultados, mas com o passar do tempo, começou a exercer informações relevantes
na tomada de decisão.
Marques (2009) afirma que a ausência de informação de custo pode
ameaçar a estabilidade econômico-financeira e o crescimento da empresa, mesmo
em companhias de grande porte, a análise incorreta desses dados pode fomentar
comportamentos adversos em sua estrutura financeira.
Portanto, serão discorridos nos próximos tópicos os conceitos da
Contabilidade de Custos voltados à precificação, que servirá como base de estudo
para que se consiga realizar a formação e análise dos preços de venda.
17
1.2.1 Gestão de Custos
Um dos objetivos da Contabilidade de Custos é explicar e desenvolver
métodos de controle dos gastos oriundos das atividades econômicas para sua
aplicabilidade gerencial.
Para Pinto et al. (2008, p.65).
Em um mercado atualmente competitivo, onde a guerra por marketshare
torna-se cada dia mais acirrada, com clientes querendo negociar preços
especiais e empresários buscando a maximização de resultados, a gestão
dos custos exerce importante papel no processo decisório.
Conforme Crepaldi (1998), a obtenção e a compreensão das informações
sobre custos são essenciais para o sucesso do negócio. Em primeiro lugar, os
custos determinam o preço de venda; se os custos forem maiores do que o preço de
venda, terá prejuízo.
Anteriormente, relatou-se sobre a importância do controle de gastos,
despesas, custos, vendas, enfim, sobre a relação que os empresários devem ter
com a administração financeira e gerencial de seu negócio, sempre visando
crescimento e lucratividade, porém, cada uma dessas palavras possui significado
distinto, os quais serão explicados a seguir para que se possa utilizar como base de
informação na formação e análise dos preços.
1.2.1.1 Gastos
Os gastos têm um conceito bastante amplo podendo ser descrito como o
esforço ou sacrifício que uma empresa arca para aquisição de um bem ou serviço.
Padoveze (2010), explica que os gastos são todas as ocorrências de pagamentos
para recebimentos de ativos, custos ou despesas, ou seja, todos os recursos que
serão aplicados no processo operacional ou administrativo da empresa.
Para Crepaldi (1998), os gastos são os sacrifícios que a entidade arca para
obtenção de um bem ou serviço, representado por entrega ou promessa de entrega
de ativos. Em suma, os gastos representam a dificuldade da empresa para obter
mercadorias ou serviços que serão utilizados em sua operação, podendo ser
elencados em Investimento, Custos e Despesas.
18
1.2.1.1.1 Investimentos
Os investimentos têm como princípio ser um bem ou serviços que irão
incorporar o patrimônio da empresa em forma de ativos. Em termos econômicos, é a
aplicação de recursos que gerará retorno futuro para empresa.
Segundo Padoveze (2010, p.319), os investimentos "são os gastos
efetuados em ativos, despesas ou custos que serão imobilizados ou diferidos. São
gastos ativados em função de sua vida útil ou benefícios futuro”. No mesmo
entendimento, Crepaldi (1998), afirma que os investimentos são bens e serviços que
serão ativados e que trarão benefício futuro para a entidade, ou seja, são os
dispêndios que agregarão valor a entidade tendo um prazo de vida estimado que
criaram expectativas de retorno futuro.
1.2.1.1.2 Custos
Podem-se definir os custos como sendo os gastos relativos aos bens e
serviços utilizados na produção, sendo o esforço que a empresa faz para produzir
seus produtos ou serviços. Padoveze (2010, p. 230) explica que:
Custos: São os gastos, não investimentos necessários para fabricar os
produtos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa que farão
nascer os produtos. Portanto, podemos dizer que os custos são os gastos
relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos
objeto desses gastos forem gerados. De modo geral são os gastos ligados à
área industrial da empresa.
Para Marques (2009, p.7), o Custo "[...] é a remuneração dos recursos
financeiros, humanos e materiais aplicados na fabricação de produtos [...]". Nota-se
assim, que independente da origem dos gastos se o mesmo estiver ligado de
alguma forma com a produção de um produto ou serviços, será elencado como
custo.
19
1.2.1.1.2.1 Classificação dos Custos
Os custos de uma empresa podem ser qualificados em: Custos Fixos,
Custos Variáveis, Custos Diretos e Custos Indiretos.
Custos Fixos: são os gastos que não variam conforme a produção, ou seja,
serão fixos durante um período e ocorrerá importuno se terá produção ou não.
Kotler e Keller (2006), explica que os Custos Fixos são aqueles que não
variam segundo a produção. Assim, uma empresa deve pagar todo o mês,
independente do nível de produção. Segundo Hoji (2010), os Custos Fixos não
variam proporcionalmente
à quantidade de
produção, permanecendo
fixo,
independentemente do nível de atividade.
Custos Variáveis: são os gastos que variam conforme a produção, ou seja,
quando mais eu produzir maior será o seu consumo.
Kotler e Keller (2006) citam que os Custos Variáveis oscilam em proporção
direta ao nível de produção, ou seja, seu total varia conforme o numero de Unidades
Produzidas. Segundo Wernke (2008 p.14) os Custos Variáveis "são os que estão
diretamente relacionados com o volume de produção ou venda, quando maior for o
volume de produção, maiores serão os custos variáveis totais".
Custos Indiretos: são os gastos que ocorrem indiretamente na produção, ou
seja, não devem ser direcionados diretamente ao produto.
Para Neves e Viceconti (2003), os Custos Indiretos são os custos que
dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados aos diferentes
produtos, portanto são gastos apropriados indiretamente aos produtos.
Conforme Wernke (2008) os Custos Indireto são os custos que ocorrem
dentro do processo produtivo. Entretanto, para serem apropriados aos produtos
requer uso de rateios, ou seja, são os gastos que a empresa tem para exercer suas
atividades, mas que não tem relação direta com um produto específico, e sim, com
vários produtos ao mesmo tempo.
Custos Diretos: são os custos que estão ligados ao produto, capazes de ser
mensurados e aplicados diretamente.
Ramos (2007) explica que os Custos Diretos são aqueles que se pode
alocar à quantidade consumida direta e, exatamente, no produto. Ou seja, os
"Custos Diretos são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos
20
fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação"
(NEVES; VICECONTI, 2003, p. 18).
Para Wernke (2008) os Custos Diretos são os custos específicos de cada
produto, isto é, se não houve produção, tais gastos não ocorreram.
1.2.1.1.3 Despesas
As Despesas são os esforços que a empresa faz não para gerar um produto,
e sim, para gerar venda.
Padoveze (2010, p. 320), cita que as "Despesas são os gastos necessários
para vender e enviar os produtos, de modo geral, são gastos ligados às áreas
administrativas e comerciais." Ramos, Pocopetz e Costa (2007) também evidenciam
que as Despesas são todos os gastos da empresa que não estão na categoria de
custos, tendo como finalidade a geração de receitas.
Para Werkne (2008) as Despesas expressam o valor dos bens ou serviços
consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receita. Este conceito e
utilizado para identificar gastos que não estão ligados ao processo produtivo,
geralmente, classifica as despesas em comerciais, administrativas, financeiras.
As Despesas são todos os gastos que não estão ligados à produção ou
investimentos e, assim como Custos, recebem as classificações de Variáveis, Direta,
Fixa e Indireta, porém, definem-se em função do volume de vendas e não do volume
de produção.
1.3 IMPOSTOS SOBRE A VENDA
Para que seja possível formar/analisar o preço de venda de uma empresa é
necessário discorrer sobre os impostos incidentes sobre o preço. Estes impostos também conhecidos como impostos/tributos indiretos - são aqueles que incidem
sobre os produtos e serviços que as pessoas consomem, sendo cobrados de
produtores e comerciantes. Todavia, tais impostos atingem indiretamente os
consumidores, pois são repassados para os preços destes produtos e serviços.
Para Valadão (2012) os tributos indiretos são aqueles que, por sua natureza,
permitem a transferência do seu ônus financeiro a terceiros.
21
Segundo Marques (2013) os impostos indiretos são os tributos não explícitos
na Nota Fiscal, cujo valor está embutido no preço final do produto, no qual é
repassado ao consumidor indiretamente.
Os impostos indiretos são aqueles que incidem sobre as receitas e repassase ao consumir através do preço de venda, tendo como princípio sua cobrança
através de transações econômicas de compra e venda, como por exemplo, CPP,
ICMS, IPI, PIS, COFINS, ISSQN, Simples Nacional.
O Simples Nacional também integrará o grupo de Impostos Indiretos, uma
vez que o seu cálculo se dará pela aplicabilidade de uma alíquota sob as Receitas e
seu valor estará embutido ao preço de venda.
Conforme Art. 12º e 13º da Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de
20061,fica instituído o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional. Sendo abrangido em única guia para recolhimento, os tributos e
contribuições: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; Imposto sobre
Produtos Industrializados - IPI; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS; Contribuição
para o PIS/Pasep; Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade
Social; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação - ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN; Entre
Outros Tributos e Contribuições citados pela legislação.
Em seu Art. 18º a Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006, cita
que o valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte,
optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das alíquotas
constantes das tabelas dos Anexos I ao VI. Para efeito de determinação da alíquota,
o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores
ao do período de apuração.
1
PLANALTO PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 14 DE
DEZEMBRO DE 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm
Acessado em: 19 de Março de 2016.
22
1.4 ÍNDICE DE PRECIFICAÇÃO
Para alcançar um resultado econômico satisfatório as empresas situam-se
pelos preços alçados pelo mercado, no entanto, faz-se necessário desmembrar
esses valores e verificar seu equilíbrio monetário. As empresas não devem vender
um produto que gere retorno negativo, a não ser que ela tenha outras necessidades
e interesses definidos. Os preços de venda devem buscar a maximização dos lucros
da empresa, mantendo a qualidade dos produtos e atendendo as necessidades do
mercado. Crepaldi (1998), diz que o objetivo do empresário é o lucro e, portanto, os
preços de venda devem recuperar todos os gastos, sejam estes fixos ou variáveis.
Dos diversos procedimentos de formação do preço de venda, o mais
utilizado entre os empresários é o índice de Mark-Up. Segundo Ramos, Pocopetz e
Costa (2007), o Mark-Up é um índice previamente formado para ser aplicado sobre
os custos e despesas, tendo como finalidade fazer com que o preço gere um valor
suficiente para pagar todos os gastos da empresa acrescidos de uma margem de
lucro.
Para Hoji (2010) o Mark-up é um índice pré-determinado devendo ser
aplicado sobre uma base, que pode ser custo total, custo variável, custos e
despesas variáveis, custos da matéria-prima etc. com o objetivo de determinar o
preço de venda.
O Mark-Up deve ser expresso por meio de um índice a ser aplicado sobre os
custos e despesas diretos ou variáveis. Existem duas maneiras de se chegar a esse
indicador, denominados Mark-Up Divisor e Mark-Up Multiplicador.
Hoji (2010) cita que o Mark-Up quando aplicado em um comércio, os
cálculos podem ser feitos com base no custo da mercadoria. Pela sua simplicidade,
é um método amplamente utilizado, principalmente em empresas de pequeno porte.
Suponha-se que um produto para revenda custe R$ 100,00 (Cem Reais), a
alíquota do Simples Nacional da empresa é 10% (Dez por cento) sobre o preço de
venda, as despesas representam 36,00% (Trinta e Seis por cento) de seu
Faturamento Bruto, o Lucro desejado pelos gestores seja de 5% (Cinco por cento)
do Preço de Venda. Inicialmente teremos que subtrair as porcentagens dos gastos
elencados do Preço de Venda e assim aplicar os cálculos demonstrados na tabela 1.
23
TABELA 1 - Quociente do Preço de Venda
Descrição
Valores
% Preço de Venda (+)
100,00%
% Simples Nacional (-)
(10,00%)
% Despesas (-)
(36,00%)
% Lucro Desejado (-)
(5,00%)
% Total de Percentuais =
49,00%
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Mark-Up Divisor: É expresso por meio de percentual, dividido pelo custo do
produto. Para localizar o Mark-Up Divisor é preciso diminuir o quociente do Preço
sobre o Preço de Venda percentual (tabela 2).
TABELA 2 - Fórmula Mark-Up Divisor
Descrição
Valores
% Preço de venda (+)
100,00%
% Total de Percentuais (-)
(49,00%)
Mark-Up Divisor =
51,00%
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Utilizando-se do Mark-up Divisor, o Preço de Venda se daria pela seguinte
equação: Preço de Venda = Custo do Produto / Mark-Up Divisor (tabela 3).
TABELA 3 - Cálculo Mark-Up Divisor
Descrição
Valores
Custo do Produto
R$100,00
Mark-Up Divisor
51,00%
Preço de Venda =
R$196,08
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Método Multiplicador: É expresso por meio de um índice, que será aplicado
no custo do produto. Para localizar o Mark-Up multiplicador é preciso dividir o Preço
de Venda Percentual pelo Mark-Up Divisor (tabela 4).
TABELA 4 - Fórmula Mark-Up Multiplicador
Descrição
Valores
% Preço de venda (+)
100,00%
% Mark-Up Divisor
51,00%
Mark-Up Multiplicador =
1,9608
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
24
Utilizando-se do Mark-up Multiplicador, o Preço de Venda se daria pela
seguinte equação: Preço de Venda = Custo do Produto * Mark-Up Multiplicador
(tabla 5).
TABELA 5 - Cálculo Mark-Up Multiplicador
Descrição
Valores
Custo do Produto
R$100,00
Mark-Up Multiplicador
1,9608
Preço de Venda =
R$196,08
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Observa-se que ambos os métodos chegam ao mesmo valor de venda,
sendo que o método Multiplicador depende diretamente do Mark-Up Divisor para
localizar seu índice, por isso, torna-se inutilizado com maior frequência.
Para Lemes Junior e Pisa (2010), Mark-up é um índice ou percentual que irá
adicionar-se aos custos e despesas, o que não significa que deve ser aplicado
linearmente a todos os bens e serviços, portanto, é um referencial a ser analisado.
Segundo Ramos, Pocopetz e Costa (2007) o método de Mark-Up é o mais
indicado para as empresas comerciais, pois tende a ser mais prático e com uma
margem de erro bem pequena. Entretanto, deve ser respeitada à metodologia do
cálculo.
Os preços de venda localizados pelo método de precificação devem
ser utilizados como base para análise, não sendo empregado efetivamente como
preço de venda. Desta forma, esse valor deve orientar o gestor de como está o seu
preço em comparação ao mercado, devendo, posteriormente, ser realizadas
análises dos custos e despesas, margem de lucro, preço de aquisição, entre outros
fatores que englobam a formação do preço.
1.5 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A Margem de contribuição é um método, pelo qual, busca-se enfatizar o
quanto de recursos financeiros sobra do preço de venda para pagar os gastos fixos
da entidade. Assim, cada vez que comercializado um produto, subtraindo os custos
e despesas variáveis, pode-se encontrar quanto resta em cada venda.
Martins (2000, p. 195) descreve Margem de contribuição como sendo “a
diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada
unidade efetivamente traz a empresa de sobra” e Padoveze (2010, p. 377) define a
25
Margem de contribuição como sendo: “a margem bruta obtida pela venda de um
produto que excede seus custos variáveis unitários [...], ou seja, preço de venda
unitário do produto deduzido dos custos e despesa variáveis necessárias para
produzir e vender o produto”.
Conforme descrito anteriormente, este método busca demonstrar o quanto
sobraria do Preço de Venda após a retirada dos custos e despesas variáveis, no
qual resultaria em uma margem que contribui para meu lucro.
Para conhecer a Margem de Contribuição em um produto, deverá ser
aplicada a seguinte fórmula (quadro 1).
QUADRO 1 - Fórmula Margem de Contribuição
MC = PV - CV - DV
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Considera-se que o Preço de Venda de um produto seja R$ 196,00 (Cento e
Noventa e Seis Reais), seu preço de aquisição foi de R$ 100,00 (Cem Reais), as
despesas variáveis representam 20% (Vinte por cento) do Preço de Venda (tabela
6).
TABELA 6 - Cálculo da Margem de Contribuição
Descrição
Valores
Variação (%)
Preço de Vendas(+)
R$ 196,00
100,00%
Custo do Produto(-)
R$ 100,00
51,02%
Despesas Variável(-)
R$39,20
20,00%
Margem de Contribuição =
R$56,80
28,98%
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Observa-se que após descontar os custos variáveis, as despesas variáveis,
restariam R$ 56,80 (Cinquenta e Seis Reais e Oitenta Centavos) denominado
Margem de Contribuição, ou seja, 28,98% (Vinte e Oito inteiros e Noventa e Oito
décimos por cento) do Preço de Venda serão disponibilizados para liquidar os custos
e despesas fixas.
26
1.6 PONTO DE EQUILÍBRIO
O Ponto de equilíbrio é o coeficiente que demonstra o valor mínimo que a
empresa deveria vender para não ter lucro nem prejuízo. Essa informação se torna
muito significativa, pois relata diretamente a relação Custo, Volume, Lucro, sendo
uma das principais análises de venda.
Neves e Viceconti (2003) menciona que o ponto de equilíbrio é a quantidade
mínima que a empresa deve vender para que não tenha prejuízo, gerando receita
apenas para pagar os custos e despesas, não obtendo lucro. Silva (2007) também
explica que o ponto de equilíbrio pode indicar o volume de vendas necessário para a
empresa não obter nem lucro nem prejuízo, mas tecnicamente, empatar o resultado
financeiro. Deste modo, vender acima desse volume apresentará lucro e abaixo
prejuízo.
Portando, o Ponto de Equilíbrio é a análise da relação entre os custos e
despesas fixas com a margem de contribuição. No tópico anterior citou-se que a
margem de contribuição é o preço de venda menos seus gastos variáveis, sendo
assim, se pode afirmar que tal Ponto é o quanto sobraria da venda de um produto
para pagar os custos e despesas fixas da entidade.
1.6.1 Ponto de Equilíbrio em Quantidade
O Ponto de Equilíbrio em Quantidade pode definir a quantidade de unidades
de um produto, que deverão ser vendidas em um período para que a empresa não
obtenha lucro nem prejuízo.
Para Padoveze (2010) o Ponto de Equilíbrio em Quantidade demonstra o
volume mínimo de produtos que a empresa deve vender para que as receitas se
igualem as despesas. Desta forma, abaixo dessa quantidade vendas, seguramente
a empresa estará operando com prejuízo.
Segundo Wernke (2004) o ponto de equilíbrio em quantidade define a
número de produtos (peças, metros, quilos, etc) que deve ser vendido para que o
resultado econômico seja igual à zero. O Ponto de Equilíbrio em Quantidade pode
ser obtido através da fórmula exposta no quadro 2.
27
QUADRO 2 - Fórmula Ponto Equilíbrio em Quantidade
PEq = (DF + CF) ÷ MC
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Considera-se que os Custos e Despesas Fixas em uma empresa sejam de
R$ 10.000,00 (Dez Mil Reais), e a Margem de Contribuição do seu produto equivale
a R$ 56,80 (Cinquenta e Seis Reais e Oitenta Centavos).
TABELA 7 - Cálculo do Ponto de Equilíbrio em Quantidade
Descrição
Valores
Custos e Despesas Fixas
R$ 10.000,00
Margem de Contribuição (R$)
56,80
Ponto de Equilíbrio Quantidade =
176,05 Un.
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Na tabela 7, apurou-se que para a empresa não obter prejuízo em um
determinado período, ela necessita vender aproximadamente 176 unidades do
produto.
O ponto de equilíbrio em unidades é recomendado para empresas que
trabalham com um mix pequeno de produtos, não sendo utilizada para empresas
que vendem um grande número de produtos diferentes, sendo que, nestes casos, é
recomendado utilizar o Ponto de Equilíbrio em Valor.
1.6.2 Ponto de Equilíbrio em Valor
O Ponto de Equilíbrio em Valor é recomendado para empresas que
produzem ou vendem diversos produtos diferentes. Uma vez que não se analisa a
quantidade que necessita ser vendida, mas sim o montante que a empresa deverá
faturar para não gerar lucro/prejuízo. O ponto de equilíbrio em valor pode ser obtido
através da fórmula demonstrada no quadro 3:
QUADRO 3 - Fórmula Ponto Equilíbrio em Valor
PEv = (DF + CF) ÷ MC%
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
28
Utilizando como base as mesmas premissas para cálculo do ponto de
equilíbrio em quantidade, porém, sabendo que a margem de contribuição representa
28,98% (Vinte e Oito Inteiros e Noventa e Oito centésimos por cento), do Preço de
Venda.
TABELA 8 - Cálculo do Ponto de Equilíbrio em Valor
Descrição
Valores
Custos e Despesas Fixas
R$ 10.000,00
Margem de Contribuição (%)
28,98%
Ponto de Equilíbrio Valor =
R$ 34.504,55
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2016).
Observa-se na tabela 8 que a empresa obterá lucro a partir do momento que
suas vendas ultrapassarem o valor de R$ 34.504,55 (Trinta e Quatro Mil Quinhentos
e Quatro Reais e Cinquenta e Cinco Centavos).
Wernke (2004), explica que o ponto de equilíbrio em valor representa qual o
montante mínimo que deverá ser vendido no período para que a empresa não tenha
prejuízo nem lucro.
Lemes Junior e Pisa (2010), evidenciam que nos casos de empresas que
trabalham com vários produtos, o mais recomendado é que seja utilizado o ponto de
equilíbrio em valor, juntamente com uma média ponderada móvel da margem de
contribuição dos produtos em relação às vendas, encontrando uma margem de
contribuição mediana para ser aplicado nos Custos e Despesas Fixas.
O ponto de equilíbrio tem como objetivo auxiliar os gestores, a saber, o
volume/valor de vendas para que a margem de contribuição seja igual aos gastos
fixos, obtendo assim o mínimo em valores ou quantidades que a entidade necessita
para ultrapassar a barreira do prejuízo. Por outro lado, essa análise demonstra seu
potencial quando não se limita apenas em utilizar o ponto de equilíbrio para verificar
o mínimo de vendas que a empresa necessita para não realizar prejuízo, mas
verificar o quanto se deve vender para alcançar o lucro desejado em um
determinado período. Entende-se que ponto de equilíbrio é de suma importância
para as informações gerenciais dentro da organização, uma vez que utilizado, pode
controlar antecipadamente o volume ou valor que a empresa necessita vender para
não realizar prejuízo ou alcançar o lucro almejado.
29
2 METODOLOGIA
Nesse capítulo abordar-se-á o procedimento metodológico utilizado para o
desenvolvimento desta pesquisa. Buscou-se demonstrar as etapas e técnicas
empregadas neste trabalho para que seja possível evidenciar a relação do micro e
pequeno empresário com a formação e análise do preço de venda.
2.1 TIPOS DE PESQUISA
Marconi e Lakatos, (2009, p.43) afirmam que: "Toda a Pesquisa implica o
levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que seja os métodos ou
técnicas empregadas”.
O estudo de caso é uma das modalidades de pesquisa que tem como
objetivo desenvolver a unidade estudada sendo que seus estudos devem ser
aplicados em outras situações análogas.
Segundo Goode e Hatt (1975, p. 422 Apud PÁDUA, 2004, p.74) o estudo de
caso "é uma abordagem que considera qualquer unidade social como um todo.
Quase sempre esta abordagem inclui o desenvolvimento dessa unidade [...]".
Para Severino (2007) o estudo de caso deve ser significativo e bem
representativo, de modo a ser apto a fundamentar uma generalização para situações
equivalentes no qual devem ser trabalhados, mediante análise rigorosa, e
apresentados em relatórios qualificados.
Procurou-se evidenciar os dados a serem utilizados e os métodos
empregados para fomentar o estudo através de uma pesquisa descritiva que é a "[...]
descrição do objeto por meio da observação e do levantamento de dados ou ainda
pela pesquisa bibliográfica e documental. Das pesquisas descritivas pode-se chegar
à elaboração de perfis, cenários etc." (BARROS; LEHFELD, 2004, p.43).
Dentro dos métodos de pesquisa, além dos anteriores escolhidos, também
se elegeu a pesquisa exploratória. Para Ciribelli (2003) tem como princípio explorar
maiores informações sobre determinado assunto, sendo em sua maioria através de
documentos, pesquisa bibliográfica, entrevistas, etc., cuja utilidade é preparar o
objeto da pesquisa para outro tipo de estudo.
30
Com o desejo de embasar o estudo, realizou-se a fundamentação teórica
através de uma pesquisa bibliográfica que segundo Severino (2007, p. 122, grifo do
autor):
A pesquisa bibliográfica e aquela que se realiza a partir do registro
disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos,
como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas
já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os
textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador
trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos
constantes dos textos.
Marconi e Lakatos (2009) explicam que a pesquisa bibliográfica trata do
levantamento de toda a bibliografia já publicada em livros, revistas, artigos, entre
outros meios de publicação escrita, tendo como finalidade, colocar o pesquisador em
contato direto com tudo aquilo que foi documentado sobre determinado assunto.
A pesquisa bibliográfica deste estudo foi efetuada com referenciais teóricos
oriundos da Contabilidade de Custos, para que fosse possível entender e
compreender como se da à formação e análise do preço de venda.
2.2 COLETA DE DADOS
As extrações dos dados para esse estudo se deram através de pesquisas
documentais e por entrevistas com o proprietário do empreendimento.
Marconi e Lakatos (2010) explicam que a entrevista é um encontro entre
duas pessoas com o intuito de apurar informações a respeito de determinado
assunto, mediante uma conversa de natureza profissional. Trata-se, então, de uma
conversação efetuada face a face, de maneira metódica, proporcionando ao
entrevistado, verbalmente as informações necessárias.
As entrevistas foram efetuadas em visitas à empresa, sendo apresentadas
de forma aberta e fechada. Na aberta, buscou-se coletar dados livres como opinião,
ponto de vista, sugestões e dificuldades encontradas no negócio. As entrevistas
fechadas foram estruturadas por um questionário (ANEXO B), também se fez
necessário extrair informações de documentos fiscais fornecidos pela empresa.
Todos os dados colhidos tiveram como data base o mês de Julho de 2016.
31
2.3 ANÁLISE DOS DADOS
As apreciações das informações extraídas do objeto de estudo foram
estruturadas através de análises qualitativas.
Para Barros e Lehfeld (2004) as análises qualitativas são o estudo no qual
os dados devem ser apresentados de acordo com uma sequência lógica e
organizada, para sua interpretação e apreciação. Gerhardt e Silveira (2009)
transcrevem que as pesquisas qualitativas permitem maior liberdade na composição
dos dados, sendo necessário aplicar formas e regras adequadas para a estratégia
adotada na pesquisa.
A partir disto, elaboraram-se as análises dos dados, apresentando-os
através de relatórios e cálculos, relacionando as informações teóricas com os dados
extraídos da empresa.
32
3 ESTUDO DE CASO
Neste capítulo buscou-se demonstrar os dados colhidos da empresa em
estudo, explanando sobre os valores encontrados, tendo como principais objetivos a
formação e análise dos preços de venda, relatando sua importância na
administração empresarial.
3.1 HISTÓRICO EMPRESARIAL
O estudo de caso foi realizado em uma empresa localizada no município de
Toledo - Estado do Paraná, na qual possui as atividades de comércio varejista de
bebidas e comércio varejista de mercadorias de conveniência.
A empresa surgiu em virtude da experiência de um dos sócios que
anteriormente atuou no ramo de distribuição, juntamente com seu irmão e também
sócio. Resolveram, assim, apostar em uma oportunidade, abrindo seu próprio
negócio em Julho de 2014. A empresa em estudo se encontra consolidada no
mercado, porém, a falta de diretrizes na definição do preço acaba sendo um
obstáculo para os gestores que não conhecem quanto realmente sua empresa lucra,
ou quais as despesas e custos reais da entidade, isso porque, utilizam-se do valor
de mercado e de informações empíricas para constituir o preço de seus produtos.
Ao iniciar a extração dos dados gerenciais da empresa, observou-se a
dificuldade dos gestores em saber qualificar e quantificar os gastos operacionais da
entidade, devido à ausência de controle e de procedimento administrativo a empresa
não possui nenhuma gestão sobre os Custos e Despesas. A formação do preço de
venda dos produtos que a empresa comercializa é embasada através dos preços
praticado pelo mercado, não sabendo efetivamente o quanto de retorno cada
produto traz à empresa. Verifica-se, também, que a falta de conhecimento nestes
dois aspectos, torna-se difícil à identificação de quanto à empresa precisa vender
para que seu faturamento cubra os gastos operacionais e, assim, possa gerar lucro.
33
3.2 DEMONSTRATIVOS DOS DADOS GERENCIAIS
Neste tópico demonstrou-se o cenário econômico-financeiro da empresa
através de relatórios elaborados com os dados gerenciais da entidade. Os valores
informados foram extraídos pela pesquisa documental e nas entrevistas que foram
realizadas com o empresário. Todas as informações apresentadas servirão como
base para que seja possível avaliar o desempenho do preço de venda do
comerciante.
3.2.1 Receitas com Vendas
As receitas da empresa são oriundas da venda a varejo dos produtos
adquiridos
pelo
estabelecimento.
A
empresa
possui
diversos
produtos
comercializados, sendo classificados pelo mix de produtos: Bebidas quentes (vodka,
whisky, tequila, água ardente, conhaque, outros), Bebidas frias (refrigerantes,
energéticos, cervejas, sucos, outros); Gelo; Cigarro e demais produtos (balas,
sorvetes, carvão, outros).
TABELA 9 - Receita de Vendas
Descrição
Bebidas Quentes
Bebidas Frias
Gelo
Cigarro
Outros
Total de Receita de Vendas =
Valores
Variações
R$ 7.000,00
15,56%
R$ 30.000,00
66,67%
R$ 1.000,00
2,22%
R$ 2.000,00
4,44%
R$ 5.000,00
11,1%
R$ 45.000,00
100,00%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
A receita total da empresa (tabela 9) no período analisado é de R$
45.000,00 (Quarenta e Cinco Mil Reais) e que, em sua maioria, é composta pela
venda do mix's de produtos classificados como Bebidas Frias. Cabe salientar que
aproximadamente 67% (Sessenta e Sete por cento) das vendas da empresa são
referentes a esses produtos.
34
3.2.2 Impostos sobre a Venda
A empresa está enquadrada no regime tributário do Simples Nacional e tem
suas alíquotas estabelecidas pelo Anexo I da LC 123/2006. A empresa possui
Receita Bruta mensal de R$ 45.000,00 (Quarenta e Cinco Mil). Em doze meses, a
Receita Bruta projetada será equivalente a R$ 540.000,00 (Quinhentos e Quarenta
Mil) enquadrando-a na alíquota de 6,84% (Seis por cento e Oitenta e Quatro
centésimos por cento) do Simples Nacional (ANEXO C).
3.2.3 Despesas Variáveis
As
despesas
variáveis
contemplam
os
gastos
que
aumentam
gradativamente em relação ao aumento de vendas. No período analisado verificouse que a empresa possui apenas duas classificações de despesas variáveis, os
descontos condicionais e a taxa de cartão de crédito/débito.

Os descontos condicionais (tabela 10) são os descontos concedidos
sob uma condição, ou seja, são efetuados devido à prática de determinado ato por
parte do beneficiário: a empresa adota o critério para realizar descontos de 5%
(Cinco por cento) para vendas com valor superior a R$ 100,00 (Cem Reais).

As taxas de cartão (tabela 11) são as comissões pagas à
administradora de cartão pela disponibilização do equipamento. A taxa de cartão
cobrada pela administradora é de 3% (Três por cento) para vendas realizadas na
máquina.
No período analisado apenas R$ 650,00 (Seiscentos e Cinquentas Reais)
das Vendas obtiveram descontos e R$ 6.000,00 (Seis Mil Reais) das Vendas foram
recebidas através máquina de cartão. Para que seja possível analisar as despesas
variáveis, se faz necessário distribuí-las pela total da receita do período, para que se
possa encontrar sua representatividade nas vendas.
35
TABELA 10 - Distribuição do Desconto Condicional x Receita
Descrição
Valores
Valor Receita com Vendas
R$ 45.000,00
Valor Desconto Condicional
R$ 650,00
Var% Desconto Condicional / Receita =
1,44%
% Desconto Condicional
5,00%
Desconto Cond * Var% Desc Cond. =
0,07%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
TABELA 11 - Distribuição da Taxa Máquina Cartão x Receita
Descrição
Valores
Valor Receita com Vendas
R$ 45.000,00
Valor Recebido Máquina Cartão
R$ 6.000,00
Var% Máquina Cartão / Receita =
13,33%
% Taxa Máquina Cartão
3,00%
Taxa Máq. * Var% Máq. Cartão=
0,40%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
O cálculo da distribuição das despesas variáveis em relação à Receita com
Vendas mostra que os descontos condicionais representam 0,07% (Sete centésimos
por cento) da receita da empresa e a taxa de cartão 0,40% (Quarenta centésimos
por cento).
3.2.4 Despesas Fixas
As despesas necessárias para a manutenção e operação da empresa são
classificadas como despesas fixas e estão representadas pelas Despesas
Administrativas, Despesas Comerciais, Financeiras, Despesas com Pessoal,
Despesas Financeiras, Depreciação e Amortização e Outras despesas (tabela 12).

Despesas Administrativas: os gastos efetuados para administração e
gestão da empresa;

Despesas Comerciais: os gastos efetuados para comercialização e
distribuição dos produtos;

Despesas com Pessoal: os gastos efetuados pela empresa para
pagamento de salários e encargos dos funcionários sócios.

Despesas Financeiras: os gastos oriundos de remuneração de capital
de terceiros, os quais são utilizados para financiamento da atividade da empresa.

Depreciação e Amortização: classificam-se neste grupo, o desgaste ou
perda dos bens utilizados na empresa;
36

Outras Despesas: os gastos que não estão classificados em nenhum
dos tópicos anteriores.
TABELA 12 - Orçamento Despesas Fixas
Descrição
Valores
Despesas Administrativas
R$ 4.258,33
Despesas Comerciais
R$ 1.933,33
Despesas com Pessoal
R$ 0,00
Despesas Financeiras
R$ 120,00
Outras Despesas
R$ 1.500,00
Depreciação e Amortização
R$ 250,00
Total de Despesas Fixas =
R$ 8.061,66
Variações
52,82%
23,98%
0,00%
1,49%
18,61%
3,10%
100,00%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
A empresa apresenta um total de despesas fixas no valor de R$ 8.061,66
(Oito Mil e Sessenta e Um Reais e Sessenta e Seis Centavos) sendo que
aproximadamente 53% (Cinquenta e Três por cento) das despesas da empresa são
administrativas. A entidade, também, não possui nenhum funcionário terceirizado, os
próprios sócios da empresa realizam as funções operacionais e administrativas do
estabelecimento. Outro fator que se pode observar é que as despesas financeiras
são relativamente baixas, demonstrando que a empresa não obtém capital de
terceiros para manutenção da atividade operacional.
Para localizar a representatividade dos gastos fixos da empresa no preço de
venda dividiu-se o total das Despesas Fixas sobre as Receitas, encontrando, assim,
a variação 17,91% (Dezessete por cento e Noventa e um Centésimos por cento).
3.2.5 Produtos Comercializados
De acordo com as informações obtidas no processo de observação e
entrevistas, identificou-se que a empresa em estudo possui uma variedade de
mercadorias comercializadas o que impossibilitou a realização das análises
utilizando todos os produtos. Analisaram-se, então, os produtos que possuem uma
participação maior no faturamento da empresa para que sirvam como amostras a fim
de facilitar o estudo (tabela 13).
37
TABELA 13 - Produtos Comercializados
Produto
Quantidade Preço de Venda
Cerveja Skol Litrão
1440 Unidades
R$ 5,00
Cerveja Skol 269 ml c/ 12
500 Caixas
R$ 30,00
Cerveja Itaipava269ml c/ 12
80 Caixas
R$ 23,00
Red Blend Whisky 1LT
180 Unidades
R$ 12,00
Energético RedHorse2LT
180 Unidades
R$ 10,00
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
3.2.6 Custos dos Produtos
O custo dos produtos no comércio é bastante simplificado se comparado à
indústria ou prestação de serviços, isso porque, os custos da produção já estão
inclusos no valor de compra, uma vez que o comércio apenas repassa o valor do
produto praticado pelo fabricante. O revendedor tem como essência apenas a
compra e a venda de produtos já fabricados. Os custos dos produtos (tabela 14) se
darão pelo valor de aquisição, menos a redução dos créditos de tributos sobre a
compra, mais gastos com fretes, seguros e outros gastos vinculados à aquisição do
produto.
TABELA 14 - Custo dos Produtos Comercializados
Produto
Preço de Aquisição
Cerveja Skol Litrão
R$ 4,53
Cerveja Skol 269 ml c/ 12
R$ 22,40
Cerveja Itaipava269 ml c/ 12
R$ 16,80
Red Blend Whisky 1LT
R$ 7,40
Energético RedHorse2LT
R$ 6,40
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
A empresa em estudo está enquadrada no Simples Nacional, não sendo
possível a utilização de crédito de impostos sob as compras conforme LC 123/2006
Art. 21 § 9o é vedado o aproveitamento de créditos não apurados no Simples
Nacional, inclusive de natureza não tributária, para extinção de débitos do Simples
Nacional. No período analisado, verificou-se que a empresa não obteve nenhum
frete de compra, seguros ou demais gastos para aquisição dos produtos analisados,
portanto, os custos dos produtos se darão pelo valor contido nos documentos fiscais.
38
3.3 FORMAÇÃO DO PREÇO SUGERIDO
O desenvolvimento do preço de venda sugerido por esse estudo utilizou-se
das informações extraídas dos relatórios gerenciais para a formação do Mark-up
(tabela 15). No cálculo foram consideradas as despesas variáveis e fixas, os
impostos pagos sobre o faturamento e a margem de lucro indicada pelo gestor.
TABELA 15 - Índice de Precificação Preço Sugerido
Descrição
Sem lucro Lucro 5,00%
Var% Impostos (+)
6,84%
6,84%
Var% Desc. Concedidos (+)
0,07%
0,07%
Var% Taxa Máq. Cartão (+)
0,40%
0,40%
Var% Despesas Fixas (+)
17,91%
17,91%
Lucro Desejado (+)
0,00%
5,00%
Mark-Up divisor =
74,78%
69,78%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Após a construção do Mark-Up divisor, aplicou-se aos produtos, através da
divisão do custo de aquisição pela porcentagem do Mark-Up, obteve-se um Preço de
Venda sugerido (Preços de venda linear e sem variações) de cada produto (tabela
16).
TABELA 16 - Precificação dos Produtos - Preço Sugerido
Preço
Preço
MarkProduto
Aquisição
Sugerido
Up
Cerveja Skol Litrão
R$ 4,53 74,78%
R$ 6,06
Cerveja Skol 269 ml c/ 12
R$ 22,40 69,78% R$ 32,10
Cerveja Itaipava 269 ml c/ 12
R$ 16,80 69,78% R$ 24,08
Red Blend Whisky 1LT
R$ 7,40 69,78% R$ 10,61
Energético RedHorse2LT
R$ 6,40 69,78%
R$ 9,17
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Comparando os preços obtidos de forma técnica e os comercializados pela
empresa, houve valores que estão abaixo e acima do preço praticado. Dos produtos
selecionados, três dos cinco produtos encontram-se com valores inferiores ao
localizado pelo índice de precificação (tabela 17), tais produtos estão classificados
no mix de bebidas frias, os dois produtos restantes encontram-se com valores
superiores ao preço sugerido e estão obtendo margem de lucro superior a 5%
(Cinco por cento).
39
TABELA 17 - Comparativo de Preço de Venda
Preço
Produto
Comercializado
Cerveja Skol Litrão
R$ 5,00
Cerveja Skol 269 ml c/ 12
R$ 30,00
Cerveja Itaipava 269 ml c/ 12
R$ 23,00
Red Blend Whisky 1LT
R$ 12,00
Energético RedHorse2LT
R$ 10,00
Preço
Sugerido
R$ 6,06
R$ 32,10
R$ 24,08
R$ 10,61
R$ 9,17
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
O preço de venda formado pelo método de precificação deve ser utilizado
como uma referência, não sendo aplicado linearmente aos produtos. Caso o preço
comercializado esteja abaixo do preço obtido, tecnicamente esse produto não
contribuirá para a liquidação de todos os custos e despesas da entidade, e também
não estará trazendo o retorno esperado. É importante salientar que caso os preços
comparados estejam com alta discrepância, deve-se analisar os fatores que afetam
sua prática e formação no intuito de encontrar um valor coerente para a empresa e
para o consumidor.
3.3.1 Análise Margem de Contribuição
A margem de contribuição tem como objetivo verificar o quanto o preço de
venda está contribuindo para a liquidação das despesas e custos fixos da empresa.
Após a realização da formação do preço sugerido buscou-se comparar a Margem de
Contribuição dos produtos (tabelas 18 a 22) que tiveram o preço de venda obtido de
forma técnica com o valor que a empresa comercializa.
TABELA 18 - Margem de Contribuição - Cerveja Skol Litrão
Descrição
Comercializado
Var% Sugerido
Preço Venda (+)
R$ 5,00 100,00%
R$ 6,06
Preço de Aquisição (-)
R$ 4,53
90,56%
R$ 4,53
Impostos s/ Venda (-)
R$ 0,34
6,84%
R$ 0,41
Desc. Concedidos (-)
R$ 0,00
0,00%
R$ 0,01
Taxa Máq. Cartão (-)
R$ 0,02
0,40%
R$ 0,02
Margem Contribuição =
R$ 0,11
2,20%
R$ 1,09
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
Var%
100,00%
74,78%
6,84%
0,07%
0,40%
17,91%
40
A margem de contribuição do produto Cerveja Skol Litrão, mostra que o
preço comercializado está com uma margem de contribuição R$ 0,11 (Onze
Centavos) no período analisado, estando muito baixo se comparado ao preço
sugerido R$ 1,09 (Um Real e Nove Centavos), a diferença entre ambos está em
mais de 15% (Quinze por cento).
TABELA 19 - Margem de Contribuição - Cerveja Skol 269 ml c/ 12
Descrição
Comercializado
Var%
Sugerido
Preço Venda (+)
R$ 30,00 100,00% R$ 32,10
Preço de Aquisição (-)
R$ 22,40
74,67% R$ 22,40
Impostos s/ Venda (-)
R$ 2,05
6,84%
R$ 2,20
Desc. Concedidos (-)
R$ 0,02
0,07%
R$ 0,02
Taxa Máq. Cartão (-)
R$ 0,12
0,40%
R$ 0,13
Margem Contribuição =
R$ 5,41
18,02%
R$ 7,36
Var%
100,00%
69,78%
6,84%
0,07%
0,40%
22,91%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
A margem de contribuição do Produto Cerveja Skol 269 ml c/12 mostra que
a cada produto vendido R$ 5,41 (Cinco Reais e Quarenta e Um Centavos) do preço
de venda contribui para a liquidação dos custos e despesas fixas, sendo que no
preço sugerido a margem de contribuição seria de R$ 7,36 (Sete Reais e Trinta e
Seis Centavos).
TABELA 20 - Margem de Contribuição - Cerveja Itaipava 269 ml c/ 12
Descrição
Comercializado
Var%
Sugerido
Preço Venda (+)
R$ 23,00 100,00% R$ 24,08
Preço de Aquisição (-)
R$ 16,80
73,04% R$ 16,80
Impostos s/ Venda (-)
R$ 1,57
6,84%
R$ 1,65
Desc. Concedidos (-)
R$ 0,02
0,07%
R$ 0,02
Taxa Máq. Cartão (-)
R$ 0,09
0,40%
R$ 0,10
Margem Contribuição =
R$ 4,52
19,65%
R$ 5,51
Var%
100,00%
69,78%
6,84%
0,07%
0,40%
22,88%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
O produto Cerveja Itaipava 269 ml c/ 12 contribui para a liquidação das
despesas e custos fixos com o valor de R$ 4,52 (Quatro Reais e Cinquenta e Dois
Centavos), sendo próximo ao preço sugerido R$ 5,51 (Cinco Reais e Cinquenta e
Um Centavos).
41
TABELA 21 - Margem de Contribuição – Red Blend Whisky 1LT
Descrição
Comercializado
Var%
Sugerido
Preço Venda (+)
R$ 12,00 100,00% R$ 10,61
Preço de Aquisição (-)
R$ 7,40
61,67%
R$ 7,40
Impostos s/ Venda (-)
R$ 0,82
6,84%
R$ 0,73
Desc. Concedidos (-)
R$ 0,01
0,07%
R$ 0,01
Taxa Máq. Cartão (-)
R$ 0,05
0,40%
R$ 0,04
Margem Contribuição =
R$ 3,72
31,02%
R$ 2,43
Var%
100,00%
69,78%
6,84%
0,07%
0,40%
22,91%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
O produto Red Blend Whisky 1LT apresenta em seu preço comercializado
uma margem de contribuição maior que o preço sugerido por esse estudo, sendo de
R$ 3,72 (Três Reais e Setenta e Dois Centavos) e R$ 2,43 (Dois Reais e Quarenta e
Três Centavos) respectivamente.
TABELA 22 - Margem de Contribuição - Energético Red Horse 2LT
Descrição
Comercializado
Var%
Sugerido
Preço Venda (+)
R$ 10,00 100,00%
R$ 9,17
Preço de Aquisição (-)
R$ 6,40
64,00%
R$ 6,40
Impostos s/ Venda (-)
R$ 0,68
6,84%
R$ 0,63
Desc. Concedidos (-)
R$ 0,01
0,07%
R$ 0,01
Taxa Máq. Cartão (-)
R$ 0,04
0,40%
R$ 0,04
Margem Contribuição =
R$ 2,87
28,69%
R$ 2,09
Var%
100,00%
69,78%
6,84%
0,07%
0,40%
22,91%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
O produto Energético Red Horse 2LT da mesma forma que o produto Red
Blend Whisky 1LT apresenta uma margem de contribuição maior que o preço
sugerido por esse estudo, sendo de R$ 2,87 (Dois Reais e Oitenta e Sete Centavos)
para o preço comercializado e 2,09 (Dois Reais e Nove Centavos) Preço Sugerido.
Anteriormente, comparou-se a margem de contribuição dos preços
comercializados aos preços sugeridos, sendo avaliado apenas o quanto sobra do
preço para liquidar os gastos fixos da empresa. Contudo, ao definir o preço de venda
pelo índice de precificação, congelou-se a margem de contribuição dos preços
sugeridos em 22,91% (Vinte e Dois por cento e Noventa e Um centésimos por
cento), variação equivalente à representatividade da Despesa Fixa em relação ao
Faturamento 17,91% (Dezessete por cento e Noventa e Um Centésimos por cento)
e 5,00% (Cinco por cento) de Lucro sugerido, isso ocorre devido o método de MarkUp ser aplicado de maneira a repassar as variações utilizadas em seu cálculo no
preço de venda.
42
Ao analisarmos as margens de contribuição dos produtos selecionados
verificou-se que a Cerveja Skol 269 ml c/12 e Cerveja Itaipava 269 ml c/12 estão
com as margens de contribuição próximas aos preços sugeridos, o produto Cerveja
Skol Litrão é o que menos contribui para a liquidação dos gastos fixos sendo quase
nulo seu apoio, os produtos Red Blend Whisky 1LT e Energético Red Horse 2LT
estão com suas margens de contribuição acima do preço sugerido, desta forma, no
mix de venda absorvem maior parte das despesas fixas.
3.3.2 Análises do Ponto de Equilíbrio
Com as Margens de Contribuição analisadas e os custos e despesas fixas
desmembradas, calculou-se o ponto de equilíbrio da empresa aplicando as margens
de contribuição. Avaliou-se o impacto da margem do preço comercial e o
volume/valor de venda necessário para que a entidade obtenha lucro, ou o quanto
de lucro a empresa está alcançando.
Como a empresa trabalha com um mix variado de produtos não se tornou
possível calcular o Ponto de Equilíbrio em quantidade. Portanto, trabalhou-se com o
Ponto de Equilíbrio em valor, que consiste em descobrir o quanto a empresa em
estudo necessita vender para que tenha equilíbrio.
Neste estudo faz-se necessário calcular a Margem de Contribuição
Ponderada do período, que consiste em localizar a participação da margem de
contribuição dos respectivos produtos nas vendas totais.
TABELA 23 - Média Ponderada Móvel Margem de Contribuição - Preço Comercial
Descrição
Quantidade
Preço de Venda
Gastos Variáveis
Cerveja Skol
Litrão
Cerveja Skol
269ml c/ 12
Cerveja
Itaipava 269ml
c/ 12
Red Blend
Whisky 1LT
Energético
RedHorse 2LT
Média
Ponderada
Móvel
1440
500
80
180
180
-
R$ 5,00
R$ 30,00
R$ 23,00
R$ 12,00
R$ 10,00
-
R$ 4,89
R$ 24,59
R$ 18,48
R$ 8,28
R$ 7,13
-
Total Receita de Venda
R$ 7.200,00
R$ 15.000,00
R$ 1.840,00
R$ 2.160,00
R$ 1.800,00
R$ 28.000,00
Total Gastos Variáveis
R$ 7.041,60
R$ 12.295,00
R$ 1.478,40
R$ 1.490,40
R$ 1.283,40
R$ 23.588,80
MC Total
R$ 158,40
R$ 2.705,00
R$ 361,60
R$ 669,60
R$ 516,60
R$ 4.411,20
Var%MC
2,20%
18,02%
19,65%
31,00%
28,70%
15,75%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
43
TABELA 24 - Média Ponderada Móvel Margem de Contribuição - Preço Sugerido
Descrição
Quantidade
Preço de Venda
Gastos Variáveis
Cerveja Skol
Litrão
Cerveja Skol
269ml c/ 12
Cerveja
Itaipava 269ml
c/ 12
Red Blend
Whisky 1LT
Energético
RedHorse 2LT
Média
Ponderada
Móvel
1440
500
80
180
180
-
R$ 6,06
R$ 32,10
R$ 24,08
R$ 10,61
R$ 9,17
-
R$ 4,97
R$ 24,75
R$ 18,56
R$ 8,18
R$ 7,07
-
Total Receita de Venda
R$ 8.723,75
R$ 16.051,55
R$ 1.926,19
R$ 1.908,99
R$ 1.651,02
R$ 30.261,49
Total Gastos Variáveis
R$ 7.160,91
R$ 12.373,37
R$ 1.484,80
R$ 1.471,55
R$ 1.272,69
R$ 23.763,31
MC Total
R$ 1.562,84
R$ 3.678,18
R$ 441,38
R$ 437,44
R$ 378,33
R$ 6.498,17
Var%MC
17,91%
22,91%
22,91%
22,91%
22,91%
21,47%
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
As tabelas 23 e 24 apresentam o total de receitas e o total de gastos
variáveis dos produtos com o Preço Comercializado e o Preço Sugerido
respectivamente. Estes valores serviram de base para calcular a média ponderada
móvel da margem de contribuição de cada cenário. Ao analisar os valores dos
cálculos expostos nas tabelas, verificou-se que a Margem de Contribuição (Mix) para
o Preço Comercial é de 15,75% (Quinze por cento e Setenta e Cinco Centésimos
por cento) e 21,47% (Vinte e Um por cento e Quarenta e Sete Centésimos por
cento) para o Preço Sugerido. O ponto de equilíbrio em valor indicará qual o
montante mínimo de venda em cada cenário para liquidar as despesas fixas e não
obter prejuízo.
TABELA 25 - Ponto de Equilíbrio em Valor
Descrição
Preço Comercial
Despesas Fixas
R$ 8.061,66
MC Ponderada
15,75%
Ponto Equilíbrio em Valor
R$ 51.171,22
Preço Sugerido
R$ 8.061,66
21,47%
R$ 37.542,53
Fonte: Dados da Pesquisa (2016).
A empresa necessita vender 51.171,22 (Cinquenta e Um Mil Cento e
Setenta e Um Reais e Vinte e Dois Centavos) para atingir o ponto de equilíbrio do
Preço Comercial. No ponto de equilíbrio com os Preços Sugeridos o valor e de R$
37.542,53 (Trinta e Sete Mil Quinhentos e Quarenta e dois reais e Cinquenta e Três
Centavos). Se levar em consideração somente o ponto de equilíbrio com a
amostragem selecionada para esse estudo a empresa obteve prejuízo de R$
6.171,22 (Seis Mil Cento e Setenta e Um Reais e Vinte e Dois Centavos) no período
analisado, diferença referente aos R$ 45.000,00 (Quarenta e Cinco Mil Reais) de
Receita subtraída do ponto de equilíbrio de R$ 51.171,22 (Cinquenta e Um Mil Cento
44
e Setenta e Um Reais e Vinte e Dois Centavos). No caso das análises com o preço
de venda sugerido a empresa obteria um superávit bruto de R$ 7.457,47 (Sete Mil
Quatrocentos e Cinquenta e Sete Reais e Treze Centavos).
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo relatar sobre a importância do preço de
venda para empresas de pequeno porte, avaliando como a fixação de um preço de
venda impacta na rentabilidade da empresa e, ainda, como as análises de Margem
de Contribuição e Ponto de Equilíbrio podem ajudar sua definição.
Iniciou-se esse trabalho demonstrando a importância de se conhecer a
fundamentação teórica sobre a Contabilidade de Custos, referenciando a magnitude
que o preço de venda tem na imagem de um produto e no retorno do investimento
para as empresas. Também se discorreu sob a necessidade das classificações dos
gastos encontrados nas empresas. Melhora-se, assim, o entendimento das análises
de Margem de Contribuição e Ponto de equilíbrio fazendo com que distinguisse os
fatores que influenciam e como pode ser formado o preço de venda através de
cálculos de precificação. Em seguida, apresentou-se a metodologia aplicada neste
trabalho para que fossem determinadas diretrizes para a execução deste estudo,
demonstrando as ferramentas utilizadas para pesquisa, coleta de dados e análises.
Aplicaram-se os procedimentos de análise e formação de preço através de
um estudo de caso efetuado em uma Distribuidora de Bebidas do município de
Toledo - Estado do Paraná. Neste estudo de caso, buscou-se localizar e classificar
os dados gerenciais da empresa para que fosse possível extrair informações e
assim formar o preço de venda linear (Preço Sugerido) para aplicar na amostra de
produtos que foram utilizados como objeto de avaliação. Em seguida, comparou-se
os preços de venda comercializados e o preço de venda sugerido por esse estudo
através das análises de margem de contribuição e ponto de equilíbrio. Algumas
dessas análises possibilitaram encontrar detalhes nos preços dos produtos, em que
alguns itens obtêm um valor de baixo retorno, porém, se tornaram um importante
atrativo para os consumidores. Outros produtos encontram-se superiores aos dos
preços sugeridos por esse estudo, sendo que são os principais responsáveis pela
liquidação das despesas e custos fixos da empresa.
Com isso, conclui-se que o preço de venda de um produto é definido pelo
mercado, porém se faz importante conhecer os dados gerenciais da empresa, para
que seja possível formar e analisar preços dos produtos deixando-os atrativos ao
consumidor e rentáveis para a empresa.
46
REFERÊNCIAS
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Direto e Objetivo. 7ª Edição, Editora Frases, 2003.
47
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PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: Abordagem
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_____.Gestão de Custos uma Abordagem Prática. 2ª Edição, São Paulo: Editora
Atlas S.A., 2004 reimpressão 2008.
48
ANEXO A - Orçamento Gerencial Analítico
CÓD
4.01
4.01.01
4.01.02
4.01.03
4.01.04
4.01.05
4.02
4.02.01
4.08.03
4.02.02
4.04
4.04.02
4.04.03
4.04.04
4.04.05
4.04.06
4.04.10
4.04.11
4.04.15
4.04.18
4.04.19
4.04.21
4.04.25
4.04.26
4.05
4.05.01
4.05.02
4.05.03
4.05.04
4.05.06
4.05.10
4.06
4.07
4.07.01
4.08
4.08.05
4.09
4.09.02
4.09.03
CONTAS
Receita
Bebidas Quentes
Bebidas Frias
Gelo
Cigarro
Outros
Imposto e Despesas Variáveis
Simples Nacional
Descontos Concedidos
Maquina de Cartão
Despesas Fixas
Despesas Administrativas
Telefonia Móvel
Manutenção Equipamentos
Energia Elétrica
Limpeza/Conservação
Manutenção/Instalação
Contabilidade
Aluguel
Material e Informática
Confraternizações
Internet
Manutenção de Software
Impostos e Taxas
Água e Saneamento
Despesas Comerciais
Fretes e Carretos
Combustível e Lubrificantes
Brindes
Despesas c/ Veículos
Refeições
Publicidade e Propaganda
Despesa Pessoal
Depreciação e Amortização
Depreciação
Despesas/Receitas Financeiras
Despesas Bancárias
Outros Gastos Não Contemplados
Pró-Labore
Outras Despesas a serem preenchidas
JULHO 2016
45.000,00
7.000,00
30.000,00
1.000,00
2.000,00
5.000,00
7,31%
6,84%
0,07%
0,40%
8.061,66
4.258,33
100,00
150,00
850,00
200,00
50,00
200,00
1.200,00
50,00
700,00
100,00
58,33
400,00
200,00
1.933,33
150,00
500,00
50,00
150,00
1.000,00
83,33
250,00
250,00
120,00
120,00
1.500,00
1.000,00
500,00
49
ANEXO B - Roteiro de Entrevista
1) Para contextualizar, fale um pouco de sua história na empresa.Como surgiu a
empresa?
2) A empresa obteve um planejamento para ser aberta, ou seja, houve um estudo
antes de abri-la ou simplesmente aconteceu?
3) Na sua visão, quais os principais diferenciais da empresa em relação aos
concorrentes?
4) Quais as ações que a empresa está fazendo para melhorar a competitividade em
relação à concorrência?
5) Mais especificamente, quais as ações que a empresa está fazendo para melhorar
o volume de vendas? Promoções; Entregas? Qual é o atrativo para comprar na sua
empresa?
6) Na sua visão, quais são os principais desafios futuros da empresa?
7) Sua empresa está com administração empresarial profissionalizada?
8) Considera o preço de venda dos produtos um diferencial na sua empresa?
9) Você pode nos descrever como obtém a formação do preço de seus produtos?
10) Hoje a empresa está com uma rentabilidade satisfatório, ou seja, está
conseguindo investir e ampliar o negócio?
11) O que você acha do seu contador, ela é necessário para sua empresa?
12) Hoje seu contador da um suporte gerencial pra empresa?
13) Você já ouviu falar em Contabilidade de Custos ou Contabilidade Gerencial?
14) Já houve falar em Mark-Up ou método de precificação?
15) Você possui um sistema gerencial, para controlar o estoque, compras, vendas,
caixa?
16) Você conhece qual o impacto dos custos e despesas no preço de vendas de
seus produtos?
50
ANEXO C - Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio
Receita Bruta em 12
ALÍQUOTA
IRPJ
Até 180.000,00
4,00%
0,00%
De 180.000,01 a 360.000,00
5,47%
0,00%
De 360.000,01 a 540.000,00
6,84%
0,27%
De 540.000,01 a 720.000,00
7,54%
0,35%
De 720.000,01 a 900.000,00
7,60%
0,35%
De 900.000,01 a 1.080.000,00
8,28%
0,38%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00
8,36%
0,39%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00
8,45%
0,39%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00
9,03%
0,42%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00
9,12%
0,43%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00
9,95%
0,46%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00
10,04%
0,46%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00
10,13%
0,47%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00
10,23%
0,47%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00
10,32%
0,48%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00
11,23%
0,52%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00
11,32%
0,52%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00
11,42%
0,53%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00
11,51%
0,53%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00
11,61%
0,54%
Fonte: BRASIL. Lei Complementar Nº 123, de 14 de Dezembro de 2006. Disponível em
em 03 de Novembro de 2016
PIS/
CPP
ICMS
PASEP
0,00%
0,00%
0,00%
2,75%
1,25%
0,00%
0,86%
0,00%
2,75%
1,86%
0,31%
0,95%
0,23%
2,75%
2,33%
0,35%
1,04%
0,25%
2,99%
2,56%
0,35%
1,05%
0,25%
3,02%
2,58%
0,38%
1,15%
0,27%
3,28%
2,82%
0,39%
1,16%
0,28%
3,30%
2,84%
0,39%
1,17%
0,28%
3,35%
2,87%
0,42%
1,25%
0,30%
3,57%
3,07%
0,43%
1,26%
0,30%
3,60%
3,10%
0,46%
1,38%
0,33%
3,94%
3,38%
0,46%
1,39%
0,33%
3,99%
3,41%
0,47%
1,40%
0,33%
4,01%
3,45%
0,47%
1,42%
0,34%
4,05%
3,48%
0,48%
1,43%
0,34%
4,08%
3,51%
0,52%
1,56%
0,37%
4,44%
3,82%
0,52%
1,57%
0,37%
4,49%
3,85%
0,53%
1,58%
0,38%
4,52%
3,88%
0,53%
1,60%
0,38%
4,56%
3,91%
0,54%
1,60%
0,38%
4,60%
3,95%
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm (acessado
CSLL
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