sociologia aplicada 1

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TRABALHO DE SOCIOLOGIA APLICADA AS ORGANIZAÇÕES
ALUNO: HOMERO AVELINO DE LIMA NOVAES
PROFESSORA: ALANA MARIA LEITE DE QUEIROZ
Sociologia Pré-Científica e o Renascimento
O Renascimento é considerado um dos mais importantes momentos do Ocidente.
Ele é entendido por muitos estudiosos como a ruptura do mundo medieval, com suas
características de sociedade agrária, teocrática e fundiária e o mundo urbano, burguês e
comercial. Mudanças significativas ocorreram na Europa a partir de meados do século
XV lançando as bases do que viria a ser, séculos depois, o mundo contemporâneo. A
Europa medieval, relativamente estável e fechado inicia um processo de abertura e
expansão comercial e marítima. A identidade das pessoas, até então baseada na clã, no
oficio e na propriedade fundiária encontra outras fontes. A nova referencia é o
nacionalismo e no cultivo da própria individualidade.
Por outro lado, se desenvolve uma mentalidade mais laica e que se desligava do
sagrado e das questões transcendentais para se ocupar de preocupações mais
imediatistas e materiais, centradas principalmente no homem.
Diferentes visões do Renascimento conforme alguns historiadores, essas
transformações, que se processaram cada vez mais em ritmo acelerado e a partir dessa
época, deram origem a uma mentalidade renovadora, repudiando o misticismo e o
conservadorismo que deram ao feudalismo uma imagem de trevas e obscurantismo.
Responsáveis pelo desenvolvimento do comércio, da navegação e do contato com
outros povos, pelo crescimento urbano e pelo recrudescimento da produção artística e
literária. Por tudo isso e pela retomada de princípios norteadores da cultura grecoromana, rejeitados em parte pelo pensamento medieval, esse movimento recebeu o
nome de Renascimento, sinônimo da importância que passou a ser dada ao saber, a arte
e a erudição.
Outros historiadores, entretanto, mais pessimistas, percebem essa época como um
período de grande turbulência social e política. Para eles, é impossível não reconhecer
como características marcantes do Renascimento a falta de unidade política e religiosa,
os conflitos entre as nações que se formavam as guerras intermináveis e as perseguições
religiosas desenvolvidas em um esforço de conservação de um mundo que se agonizava.
Considerando os sintomas dessa conjuntura os exílios, as condenações, os longos
processos políticos e eclesiásticos, os grandes genocídios promovidos na América e o
ressurgimento da escravidão como instituição legal.
O visível é também inteligível, afirmou Leonardo da Vinci, aludindo as
possibilidades de conhecimento pleno uso dos sentidos e da mente. Por outro lado, a
vida terrena parece adquirir cada vez mais importância e com ela a própria história, que
passa a ser concebida do ponto de vista eminentemente humana. Estimulado pelo
individualismo e liberto dos valores que o prendiam irremediavelmente à família e ao
clã, o homem assume seu papel na História como agente dos acontecimentos.
Assim aos poucos, ele rejeita as teorias que o apresentam como pecador e decaído,
um ser em permanente dívida com Deus, para assumir, numa perspectiva humanista e
laica, a sua participação ativa na História.
A arte expressa de forma mais impar essas transformações: Shakespeare, cujos
personagens parecem ter engendrado as características do homem moderno, evoca
constantemente em suas peças as dificuldades humanas diante de sentimentos
contraditórios e da liberdade de ação.
É nesse ambiente propício de curiosidade, dúvida e valorização humana que o
pensamento cientifico adquire nova importância e, com ele, o interesse pelo
entendimento da vida social. O desenvolvimento das cidades e do comércio, as viagens
marítimas, o contato com outros povos desafiavam os homens a pensarem a sua
realidade próxima e a compararem diferentes culturas. Descobertas de riquezas, de
terras e de regiões alimentavam a imaginação dos homens renascentista, que passou a
valorizar o ‘novo’ e a considerá-lo sinônimo de ‘maravilhoso’.
Estimulados por ele, as pessoas rompiam com o passado e buscavam novas
explicações para um cenário diferente que se descortinava e para o qual as antigas
crenças não serviam mais.
Até mesmo o desenvolvimento tecnológico, que e tornava cada vez mais
acelerado, revoluciona a maneira de olhar o mundo, provocando mudanças nas relações
humanas e na produção material da vida.
Assim se inicia um processo irreversível de divulgação do conhecimento e de
hegemonia da cultura letrada, aspecto de importância para o desenvolvimento da ciência
e do conhecimento. As pessoas passaram a buscar nos textos sua coerência, traço
indispensável para sua credibilidade e legitimidade. A reflexão e a argumentação
substituem a noção medieval e verdade revelada.
Um novo Pensamento Social em um mundo cada vez mais laico e independente
da tutela da religião, o homem é levado a pensar e analisar a realidade que o cerca em
toda sua objetividade, e não como resultado da vontade ou da justiça divina. E, assim
como os pintores que se dedicaram as minúcias das paisagens ou ás medidas
proporcionais das figuras numa perspectiva geométricas, os filósofos também passaram
a observar e a dissecar a realidade social.
O aparecimento de novas instituições políticas e sociais –as nações, os estados e
os exércitos –levaram os estudiosos a repensar a vida social e a história, tornando
evidente o papel da consciência, da vontade, do discernimento e da intervenção humana
nos rumos dos acontecimentos.
As Utopias como os gregos antigos, os filósofos renascentistas refletiam a
sociedade através de textos nos quais desenvolviam o modelo que seria, aos seus olhos,
uma sociedade perfeita. Assim como a lendária Atlântida, reino imaginário referido por
Platão nos diálogos com Timeu e Crítias. Thomas Morus concebeu a Utopia – uma ilha
na qual os habitantes haviam alcançado a paz, a concórdia e a justiça.
Significativamente, o autor batiza sua ilha de Utopia, nome que significa ‘nenhuma
ligar’–único espaço onde parece ter um dia reinado a harmonia, o equilíbrio e a virtude.
Em Utopia vivem sob as mesmas condições de vida e são responsáveis pelas
mesmas tarefas e atividades, distribuídas entre eles por rodízio. A igualdade entre as
pessoas e os ideais de vida comunitária é garantida por uma monarquia constitucional
que funcionava da seguinte maneira: cada grupo de trinta famílias escolhia seu
representante para o conselho, que por sua vez elege o imperador para um mandato
vitalício. Cada ato real é acompanhado pelo conselho, que consulta as famílias sempre
que necessário.
Assim também como os privilégios e as obrigações, a repartição de alimentos
também se dá de forma comunitária. Ninguém precisa pagar para obter os bens de que
necessita, pois há tudo em profusão –a vida é simples, sem luxo e todos trabalham.
Como obra típica do Renascimento, a Utopia, de Thomas Morus, expressa tanto
ideais emergentes como reminiscências feudais: apresenta os mesmo ideais de vida
moderna, igualitária e laboriosa praticada pelos monastérios pré-renascentistas, assim
como defende, em termos políticos, a monarquia absoluta.
A Ciência Política de Nicolau Maquiavel foi um pensador florentino, escreveu ‘O
Príncipe’, texto dedicado a Lourenço Médici (1449-1492), governador de Florença e
personagem importante de período histórico. Nessa obra N. Maquiavel se propõe a
analisar o poder e as condições pelas quais o monarca absoluto era capaz de conquistar,
reinar e manter seu poder. Como T. Morus, N. Maquiavel acredita que a paz social
depende das características históricas e de fatos que ocorrem independentemente de sua
vontade –as oportunidades. Acredita também que do bom exercício da vida política
resulta a felicidade do homem e da sociedade. Mas, sendo o mais realista de seus
contemporâneos utopistas, N. Maquiavel faz de ‘O Príncipe’ um manual de ação
política, cujo ideal é a conquista e manutenção do poder. Disserta a respeito das relações
que o monarca deve manter com a nobreza, o clero, o povo e seu ministério. Mostra
como deve agir o soberano para alcançar e preservar o poder, como manipular a vontade
popular e usufruir seus poderes e alianças. Faz uma analise clara das bases em que se
assenta o poder político: como assegurar exercícios fiéis e corajosos, como castigar os
inimigos, como recompensar aliados e como destruir, na memória do povo, a imagem
dos antigos líderes. A visão laicada sociedade e do poder em relação ao
desenvolvimento do pensamento sociológico, a oba de N. Maquiavel estava à frente de
T. Morus na medida em que o autor tinha por objetivo conhecer a realidade como ela
deveria ser. Existe em O Príncipe’ uma observação precisa dos acontecimentos em
relações humanas, além de uma visão menos idealizada do ser humano.
Pelas obras de T. Morus e de N. Maquiavel que percebemos como as relações
sociais passam a constituir o objeto de estudo dotado de atributos próprios e a paz social
deixa de ser,como no passado, conseqüência do acaso, da vontade divina ou da
obediência dos homens as escrituras.
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