Scriptosaura catimbau, novo gênero e espécie de lagarto

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Scriptosaura catimbau, novo gênero e espécie de
lagarto microteídeo (Squamata, Gymnophthalmidae) do
nordeste do Brasil: o que revelam seus cromossomos?
Laguna, M.M.1; Pellegrino, K.C.M. 1,2; Rodrigues, M.T. 3; Yonenaga-Yassuda, Y. 1
Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Universidade de São Paulo – SP [email protected]
Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal São Paulo – Diadema-SP
3
Departamento de Zoologia,Universidade de São Paulo – SP
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Palavras-chave: cariótipo, evolução cromossômica, FISH telomérica, Scriptosaura catimbau.
Scriptosaura catimbau, um novo gênero e espécie de lagarto microteídeo descrito recentemente do estado de Pernambuco, pertence à tribo Gymnophthalmini e foi sugerido como grupo-irmão de Calyptommatus com base em
caracteres morfológicos. Esta tribo reúne atualmente nove gêneros e, com exceção de Scriptosaura, todos possuem espécies com cariótipos descritos: Gymnophthalmus pleii com 2n= 34 (12M+22m); Vanzosaura rubricauda
e duas espécies de Procellosaurinus apresentaram 2n= 40 (16M+24m); duas espécies do gênero Tretioscincus, 2n=
42 (18M+24m); em Psilophthalmus paeminosus e em cinco espécies de Gymnophthalmus, o número diplóide encontrado foi 2n= 44 (20M+24m); três espécies de Calyptommatus apresentaram machos com 2n= 57 e fêmeas com
2n= 58 (com mecanismo múltiplo de determinação sexual X1X1X2X2:X1X2Y), Micrablepharus maximiliani exibiu 2n=
50-51, M. atticolus 2n= 50-53; e Nothobachia ablephara 2n= 60-62 (nas três últimas espécies, a variação no número
diplóide ocorre devido a presença de cromossomos supernumerários). A partir da suspensão de células de fígado
e intestino de 13 indivíduos de S. catimbau, obtidos no Parque Nacional de Catimbau (PE), foram estabelecidos o
número diplóide e a morfologia dos cromossomos em coloração convencional, a localização das Ag-RONs, o padrão de distribuição de heterocromatina constitutiva pela técnica de bandamento C e de regiões teloméricas com
FISH. O número diplóide encontrado foi 2n= 48, os quatro primeiros pares com dois braços, os demais na maioria
acrocêntricos, mostrando redução gradual de tamanho. As Ag-RONs foram localizadas em um par acrocêntrico de
tamanho intermediário a pequeno; a banda C mostrou-se pericentromérica, com grandes blocos nos centrômeros
dos cromossomos de dois braços e dos acrocêntricos de tamanho intermediário, e, pela técnica de FISH foram
evidenciados sinais nos telômeros de todos os cromossomos além de pequenos sinais pericentroméricos (ITS)
nos quatro primeiros pares de cromossomos de dois braços. Em alguns cromossomos acrocêntricos existe correspondência entre o tamanho do bloco heterocromático com a marcação da sonda telomérica, o que não ocorre
com as marcações observadas nos pares de 1 a 4 com dois braços. A técnica de FISH também foi aplicada para
duas espécies dos gêneros mais relacionados Calyptommatus leiolepis e Nothobachia ablephara. Foi possível observar uma marcação pericentromérica no par 1 metacêntrico e no braço curto do par 2 subtelocêntrico de Calyptommatus e marcação conspícua nos telomeros de um par subtelocêntrico de Nothobachia ablephara, o que pode
indicar a ocorrência de possíveis eventos de fusão/fissão cêntricas na evolução dessas três espécies. Utilizando
como grupo externo microteídeos da tribo Heterodactylini, cujas espécies com cariótipos descritos apresentam
2n= 42 (18M+24m), uma hipótese para explicar a enorme variação cariotípica na tribo Gymnophthalmini seria
uma série de eventos de fissão de um cariótipo ancestral hipotético como o de Tretioscincus, que apresenta esta
mesma fórmula cariotípica.
Apoio financeiro: FAPESP, CNPq
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