AVALIAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE NITROGENIO NA

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE NITROGENIO NA CULTURA DO
ALGODÃO ADENSADO
Felipe Barbosa de Freitas(1); Cassiano Garcia Roque(2) ; Vagner André Minotto (3); Aguinaldo José Freitas
Leal (4); Ueslei Carlos Freitas (5).
(1)
Graduando do curso de Agronomia, Bolsista do CNPQ, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus de Chapadão do
Sul – MS (CPCS), Estrada do Pasto Ruim, Chapadão do Sul, 79560-000, Caixa Postal, 112, [email protected] ; (2) Prof°. Dr.
(UFMS/CPCS) (3) Graduando do curso de Agronomia (UFMS/CPCS); (4) Prof°. Adjunto (UFMS/CPCS), (5) Graduando do curso de
Agronomia (UFMS/CPCS).
Resumo - O algodão adensado cultivado em safrinha
vem sendo utilizado como uma forma de reduzir os
custos de produção objetivando uma melhor utilização
de insumos, aumentar a renda do produtor e reduzir do
ciclo da cultura. O experimento tem como objetivo
avaliar o comportamento de diferentes doses de
adubação nitrogenada na cultura do algodão adensado
após a cultura do feijão no município de Chapadão do
Sul - MS. O experimento foi instalado em blocos ao
acaso, com 5 tratamentos e 5 repetições, sendo a
parcela experimental constituída por 7 linhas com
espaçamento de 0,45 m ente linhas por 10 m de
comprimento totalizando 31,5 m2 por parcela, sendo
que a parcela útil constituída de 3 linhas centrais de 6
metros de comprimento. Os tratamentos consistem na
aplicação de nitrogênio sob a forma de uréia nas doses
de (0, 60, 80, 100 e 120 kg de N ha-1). No mês de
agosto de 2010 foram feitas as avaliações de acordo
com as características agronômicas recomendadas:
altura de planta, diâmetro do colmo, número de ramos,
números de maças e capulhos por planta, população de
plantas por hectare, peso médio de dez capulhos
localizados no terço médio da planta e a produtividade
do algodão. Os resultados deste trabalho mostraram
que houve diferença na produtividade do algodoeiro
em relação às doses de nitrogênio aplicado no algodão.
Palavras-Chave: Gossypium hirsutum, Doses de N,
Rendimento do algodão.
INTRODUÇÃO
O nitrogênio é considerado o nutriente mais
importante para o algodoeiro devido a grande
exigência pela cultura e extração pelo solo em maiores
quantidades, sendo importante para a cultura devido à
interferência nos aspectos de qualidade e quantidade da
produção (CARVALHO et al, 2009).
Os altos custos para produção do algodão e a baixa
lucratividade dos produtores remete a uma atividade
muito arriscada. Em relação a isso pesquisadores e
técnicos vem buscando novas tecnologias para reduzir
os riscos econômicos e ecológicos e assim aumentar a
rentabilidade (BELOT et al, 2002). Uma alternativa
para redução de custos é o cultivo do algodão
adensado, essa tecnologia já esta bem difundida em
paises como EUA e Austrália e visa à redução do
espaçamento nas entrelinhas e aumentar a densidade de
plantas por hectare.
Para Alves e Gottardo (2009), a adequação dos
produtores ao algodão adensado de segunda safra vem
ganhando espaço nos últimos anos por tornar o sistema de
produção mais competitivo, reduzir o ciclo da cultura e os
custos de produção e assim aumentar a margem de lucro
dos produtores. Porem a implantação desse sistema no
período de inverno “safrinha”, o produtor fica mais
vulnerável aos veranicos no decorrer da safra, e assim
diminuir a produtividade.
Segundo a FUNDAÇÃO MT (2009) um requisito
básico para uma boa produtividade na cultura do
algodoeiro é a realização de uma boa adubação
nitrogenada. Porem o algodão adensado não requer taxas
de N diferentes do algodão convencional, sendo suficientes
para alcançar produtividades máximas. Doses de N para
algodão adensado devem ser ajustadas para evitar o
crescimento excessivo, atraso de maturação e obter
qualidade de fibras, o que gera perdas na produtividade do
algodão adensado.
O objetivo deste trabalho é o de avaliar a influência de
doses crescentes de adubação nitrogenada no
desenvolvimento do algodão adensado de segunda safra no
município de Chapadão do Sul/ MS após o cultivo do
feijão.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido na área experimental
da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Câmpus
de Chapadão do Sul (18°46’47’’S, 52°38’40’’W, 816
mts), sendo o clima da região classificado segundo
Köppen como do tipo tropical úmido (Aw), com estação
chuvosa no verão e seca no inverno, apresenta temperatura
média anual variando de 13°C a 28°C, precipitação média
anual de 1.850mm e umidade relativa média anual de
64,8%. O solo da área foi classificado como LATOSSOLO
VERMELHO Distrófico Típico textura argilosa
(EMBRAPA, 2006).
Tratamentos e amostragens
O delineamento experimental empregado foi o de
blocos ao acaso composto por 5 tratamentos e 5 repetições,
sendo a parcela experimental constituída por 7 linhas com
espaçamento de 0,45 m ente linhas por 10 m de
- XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO - Resumo Expandido comprimento totalizando 31,5 m2 por parcela, sendo
que a parcela útil constituída de 3 linhas centrais de 6
metros de comprimento. A área total do experimento é
de 551,25 m2.
Os tratamentos constituem de cinco doses de
adubação (0, 60, 80, 100 e 120 kg de N/ha) realizadas
30 dias após a emergência das plantas, sendo que a
fonte de nitrogênio utilizada foi a uréia contendo 45%
de N.
Em agosto de 2010, foram realizadas as avaliações
das características agronômicas: altura de plantas;
diâmetro do caule; número de nós e de ramos
reprodutivo; número de capulhos e maçãs por planta;
peso médio de 10 capulhos do terço médio; População
de plantas por hectare; e a Produtividade do
algodoeiro.
A adubação de plantio foi realizada utilizando-se
105 kg/ha de P2O5 e 52 kg/ha de K2O.
Análise estatística
Os dados foram submetidos à análise de variância
(ANOVA) conforme o delineamento descrito no item
material e métodos. As médias foram comparadas por
meio de regressão (P<0,05).
alonga o ciclo da cultura (atraso na maturação) e aumenta a
suscetibilidade a pragas e doenças.
Deve ressaltar os altos riscos do cultivo do algodão
adensado em 2° safra, pois as baixas precipitações
ocorridas após 70 dias da emergência das plantas
verificaram que nessa época do ano a baixa disponibilidade
de água influenciou uma menor produtividade dos
tratamentos avaliados o que confere um alto risco o cultivo
do algodão adensado na região dos chapadões (MORELLO
et al, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância revelou que o rendimento do
algodoeiro respondeu significativamente às diferentes
doses de nitrogênio no cultivo do sistema adensado.
Observa-se que a produção, o peso médio de 10
capulhos do terço médio e o número de capulho por
planta, foram significativamente influenciados pela
dosagem de nitrogênio aplicado (Tabela 1); entretanto,
o diâmetro da planta, altura da planta, número de
ramos vegetativos, numero de maçãs e a população de
plantas por hectare não foram significativamente
influenciados pelas diferentes doses de nitrogênio
aplicado no sistema adensado.
A produtividade média variou de 532,1kg/ha com a
dosagem de 120 kg/ha de nitrogênio a 864,44 kg/ha
com a aplicação de 100 kg/ha de nitrogênio, aplicado
30 dias após a semeadura (Tabela 2). Os resultados se
mostraram semelhantes ao da FUNDAÇÂO MT (2009)
onde o algodão adensado não requer taxas de N
diferentes do algodão convencional, e aplicações de 67
até 112 kg N/ha são suficientes para alcançar
produtividades máximas. Doses maiores que 120 kg
N/ha podem trazer prejuízos como a redução da
produtividade resultando do crescimento vegetativo
excessivo e alem disso podendo prolongar o ciclo de
vida da planta. A produtividade do tratamento
testemunha ficou com 630,48 kg/ha, isso se deve aos
altos teores de N no solo deixados pelos restos
culturais proveniente da cultura antecessora. A
variação entre a máxima dose aplicada e a ausência de
adubação chegou a 332,34 kg/ha. A produtividade do
algodoeiro (figura 3) foi relacionada positivamente
com o peso médio de 10 capulhos do terço médio da
planta (figura 1) e o número de capulhos (figura 2),
onde os maiores rendimentos estiveram entre a
dosagem de 100 kg N/ha. Para Rosolem (2001) as altas
doses de N aplicadas diminuem o rendimento da fibra,
Figura 1. Numero de capulhos presente na planta em
função das doses de nitrogênio (N) aplicadas, na
região do Chapadão do Sul – Mato Grosso do Sul.
1000
Produtividade (kg/ha)
900
863,9
864,44
800
704,04
700
630,48
600
532,1
500
400
y = -0,0596x 2 + 7,2175x + 609,6
R2 = 0,4929
300
200
100
0
0
20
40
60
80
100
Doses de N (kg/ha)
120
140
Peso médio de 10 capulhos
37
36,2
36
36,15
35
34
33,68
33
y = -0,0011x 2 + 0,1433x + 31,065
R2 = 0,6056
32
31,39
31
30,69
30
0
20
40
60
80
100
Doses de N (Kg/ha)
120
140
Figura 2. Peso médio de 10 capulhos do terço médio da
plantas em função das doses de nitrogênio (N)
aplicadas, na região do Chapadão do Sul – Mato
Grosso do Sul.
3,5
3,068
3
2,554
2,5
N° de Capulhos
3,154
2,211
2
2,211
1,5
y = -0,0002x 2 + 0,023x + 2,1486
R2 = 0,5262
1
0,5
0
0
20
40
60
80
100
120
140
Doses de N (Kg/ha)
Figura 3. Produtividade do algodão em caroço em função
das doses de nitrogênio (N) aplicadas, na região do
Chapadão do Sul – Mato Grosso do Sul.
2
- XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO - Resumo Expandido -
CONCLUSÕES
1. As maiores produtividades foram alcançadas
entre as doses de 80 a 100 kg/ha de
nitrogênio.
2. Podemos concluir que o aumento da
densidade de plantas o porte da planta
diminui, (a altura final, tamanho das maçãs,
maçãs/planta e nós/planta diminuem).
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador e professor Dr.
Cassiano Garcia Roque e a instituição de pesquisa
CNPQ por me dar essa oportunidade.
classificação de solos. 2 ed. Rio de Janeiro: Brasília, 2006.
306 p.
FUNDAÇÃO MT. Manejo da adubação para o algodão adensado.
É hora do algodão – Tecendo caminhos para a mudança.
2009.
MORELLO, C. L.; SUASSUNA, N. D.; FERREIRA, A. C. B. &
BEZERRA, W. DESEMPENHO DE LINHAGENS DE
ALGODOEIRO EM CULTIVO ADENSADO E EM
SAFRINHA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO
ALGODÃO, 7., 2009, Foz do Iguaçu. Sustentabilidade da
cotonicultura Brasileira e Expansão dos Mercados: Anais...
Campina grande: Embrapa Algodão, 2009. p. 1593-1598.
ROSOLEM, C.A. Problemas em nutrição mineral, calagem e
adubação do algodoeiro. Informações Agronômicas,
Piracicaba, n.95, 2001.
REFERÊNCIAS
ALVES, L. R. A. & GOTTARDO, L. C. B. Comparação de
custos de algodão entre plantios nos sistemas adensado
e Convencional. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO
ALGODÃO, 7., 2009, Foz do Iguaçu. Sustentabilidade
da cotonicultura Brasileira e Expansão dos Mercados:
Anais... Campina grande: Embrapa Algodão, 2009. p.
134-143.
BELOT, J. L.; MARTIN, J.; VILELA, P. A.; MARQUES, A.
& RODRIGO, M. Projeto: Avaliação dos sistemas de
cultivo do algodão em linhas estreitas (NRC)ou ultra
estreitas (UNRC) com um protótipo de colheitadeira
“stripper” fabricado no Brasil. FACUAL/Unicotton nº
35 /2002.
CARVALHO, M. C. S.; BARBOSA, K. A.;
MEDEIROS, C.; OLIVEIRA, JR. P. O.;
LEANDRO, W. M. Resposta do algodoeiro ao
manejo da adubação nitrogenada no sistema de
Integração lavoura-pecuária no cerrado de goiás.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DO ALGODÃO, 4.,
2003, Goiânia.
CARVALHO, L. H. SILVA, N. M. KONDO, J. I.
CHIAVEGATO E. J. ALMEIDA, W. P. CARVALHO,
H. R. Comportamento de cultivares de algodoeiro em
diferentes níveis de adubação nitrogenada em plantio
adensado na presença de nematóides. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DO ALGODÃO, 7., 2009, Foz do
Iguaçu. Sustentabilidade da cotonicultura Brasileira e
Expansão dos Mercados: Anais... Campina grande:
Embrapa Algodão, 2009. p. 2111-2116.
EMPRESA
BRASILEIRA
DE
PESQUISA
AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Sistema brasileiro de
Tabela 1. Análise de variância em função de diferentes doses de nitrogênio (N) na cultura do algodão adensado no
município de Chapadão do Sul/ MS1.
N°
Peso 10
CV
Diâmetro Altura N° Ramos N° Maçãs capulhos População
capulhos
Produtividade
Tratamento
(Pr>F)
0,1416ns 0,3459ns 0,5995ns
0,3684ns
0,0286*
0,1657ns
0,011*
0,009*
ns
ns
ns
ns
ns
Bloco (Pr>F)
0,1757
0,9091
0,3378
0,81
0,5268
0,454ns
0,5442ns
0,6192ns
Média
6,97
41,56
7,56
2,88
2,64
146963
33,62
718,99
CV (%)
8,99
13,2
11,57
28,21
20,4
16,88
6,19
15,9
1
* Significativo a nível de (P < 0,05); ** Significativo a nível de ( P< 0,01); ns Não significativo.
3
- XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO - Resumo Expandido -
Tabela 2. Valores de F e médias de diâmetro de plantas; altura de plantas; número de ramos; número de maçãs; número
de capulhos; população de plantas por hectare; peso médio de 10 capulhos; e produtividade de algodão em caroço,
em relação a diferentes doses de adubação nitrogenada no município de Chapadão do Sul/ MS, no ano agrícola
2010/111.
Doses
(kg ha-1)
0
60
80
100
120
F
CV (%)
1
Diâmetro
(mm)
6,5
6,8
7,2
7,4
6,8
2,009ns
8,99
Altura
(cm)
38,5
41,1
43,7
44,3
40,3
1,208ns
13,2
N° Ramos
7,3
7,6
7,8
7,8
7,5
0,706ns
11,57
N° Maçãs
2,6
2,9
3,2
3,3
2,4
1,152ns
28,21
N°
Capulhos
2,2
2,6
3,1
3,2
2,2
3,586*
20,40
Pop/ Plantas
169.573
153.065
140.402
134.299
137.474
1,866ns
16,88
Peso 10
capulhos
(g)
31,39
33,68
36,20
36,15
30,69
7,774*
6,19
Produtividade
(kg ha-1)
630,48
704,04
863,90
864,44
532,10
8,148*
15,90
Médias seguidas das mesmas letras na coluna não diferem pelo teste de Regressão a 5%.
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