Kendall, S. (2010). An Open building Strategy for Achieving dwelling Unit Autonomy in Multi-unit Housing “Edifícios abertos” é uma abordagem para a conceção de edifícios que é reconhecida internacionalmente para representar uma nova onda na arquitetura, com raízes na forma como o ambiente construído cresce, regenera e atinge a totalidade. Aqueles que advogam uma abordagem do edifício aberto reconhecem algo bastante banal, mas que, no entanto, precisa de ser explicado: tanto a estabilidade como a mudança são realidades no ambiente contruído contemporâneo. Os edifícios e os bairros que ocupam não são artefactos estáticos mesmo durante os tempos estáveis e durante os períodos de turbulência social e técnica, e precisam de ajustes em algum modo para se tornar bonito, seguro e útil. A questão mais importante que é levantada pelos defensores de construção, nas suas pesquisas e na sua prática é - como projetar o ambiente construído para suportar tanto a estabilidade - no que respeita aos interesses da comunidade a longo prazo, e mudança no que diz respeito às preferências individuais? Como, em outras palavras, fazer o planeamento e implementar um ambiente regenerativo construído? A principal ferramenta utilizada por aqueles que trabalham na forma do edifício aberto é a organização do processo de projetar e construir sobre os níveis ambientais. As profissões de design, por sua vez, evoluíram naturalmente em correspondência com o comportamento dos níveis ambientais: os planeadores urbanos, urbanistas, arquitetos e arquitetos de interiores operam de acordo com um certo nível de intervenção. Cada um destes níveis relaciona-se com certas regras. Por exemplo, um padrão de rua urbana define parcelas de terreno, de tamanhos variados sobre os edifícios individuais que são construídos, demolidos e construídos de novo ao longo de um período de tempo durante o qual a grade da rua permanece estável. Muitas vezes, vários lotes são adquiridos por uma das partes. Em alguns lugares e tempos, as forças económicas, métodos de construção e mudanças nos padrões sociais resulta na intensificação do uso de espaços entre as ruas. Se olharmos a nível do edifício individual, vemos a intervenção que chamamos de arquitetura. Aqui, um edifício oferece espaço para ocupação, dando forma, serviços e passagem segura para qualquer um de uma variedade de ocupações ao longo do prazo. O edifício é uma “oferta” espacial e técnica estável, tornando-se disponível para uma variedade de reivindicações territoriais individuais, permitindo que cada potência ocupante suas próprias decisões dentro dos limites da arquitetura de base. Os ocupantes podem entrar e sair, sem comprometer ou perturbar os interesses da totalidade. Isso é mais facilmente observado em condomínio multi-family edifícios residenciais, edifícios de escritórios, centros comerciais e outros edifícios multi-tenant, até mesmo instalações médicas. Às vezes, toda a fachada de um edifício é removido e substituído, revelando ainda outro nível técnico, até certo ponto, independente da estrutura e disposição interior. Esses comportamentos, a forma e o espaço são menos visíveis em edifícios monumentais, tais como museus, igrejas e auditórios, ainda que haja, também, peças e espaços a ajustar e mudanças ao longo do prazo dentro de formas envolventes mais estáveis e uma infra-estrutura de suporte de serviço. Concluindo, construção aberta é, de acordo com John Habraken, o termo usado para indicar um número de diferentes, mas relacionados ideias sobre a fabricação de ambiente. Milão, Itália 08 MILANOFIORI HOUSING COMPLEX SOCIEDADE CIDADE TIPOS DE FAMÍLIAS SITUAÇÃO URBANA Zona rural ACESSOS - TECNOLOGIA + Zona Zona urbana Zona urbana Zona histórica formal informal suburbana VALORES DE PROXIMIDADE MODOS DE HABITAR Espaço de dormir SISTEMA CONSTRUTIVO -Janelas de vidro com caixilhos metálicos - Uma fachada definida por varandas com guardas de vidro SISTEMA ESTRUTURAL - Pilares de lajes de betão DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS HÚMIDAS Espaço I.S e Cozinha RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO Relações Visuais Relação interior/exterior - jardins privados Centralidade do parque público RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO ADAPTABILIDADE / FLEXIBILIDADE - + INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Jardim terraço Espaço de estar ESPAÇOS INTERMÉDIOS Arquiteto: OBR Ano do Projeto: 2007 Ano da Obra: 2010 Área/habitante: 15080 m2 08 Milanofiori Housing Complex é um complexo que agrupa variadas funções, como escritórios, hotel, restaurantes, cinema e residências, que contribuem para a melhoria da área circundante de Assago, no Sul de Milão. O projeto do Complexo Residencial busca uma simbiose entre a arquitetura e a paisagem, de modo que síntese de elementos artificiais e naturais podem melhorar a qualidade de vida dos habitantes, pois a relação do edifício com o jardim caracteriza a interação entre o homem e o meio ambiente. Esta relação é conseguida através da forma em “C” do complexo, que envolve o parque público, concebida como a extensão da paisagem existente e pela integração do interior para o exterior, que caracteriza todas as 110 unidades. Contudo, as duas fachadas diferem em design: a fachada virada para a rua é mais urbana enquanto a que é virada para o parque publico interno é mais orgânica. A fachada urbana contém quadros brancos que identificam as unidades separadamente. Esses quadros incluem painéis de madeira verticais que podem deslizar através dos quadros e controlar a luz interior e a privacidade quando necessário. A fachada orgânica possui estufas bioclimáticas com vidros duplos. A integração entre o vidro da estufa e o vidro da barra de proteção cria um efeito no qual simultaneamente se fundem e invertem os papeis constantemente – isto produz um efeito de caleidoscópio sobrepondo o reflexo do parque publico de fora com a transparência dos jardins privados de dentro. A geometria do edifício é moldada por terraços externos, a fim de aumentar a privacidade dos moradores. A sobreposição de diferentes camadas de jardins, de públicos para privados, cria uma paisagem natural que está diretamente personalizado por casa residente ao cultivarem os jardins, tornando as fachadas de cada unidade únicas. http://www.obr.eu/categories/housing/milanofiori-housing-complex http://www.archdaily.com/151283/milanofiori-housing-complex-obr http://www.residenzemilanofiorinord.it/it/gli-appartamenti/ Alcabideche, Portugal 29 SOCIAL COMPLEX IN ALCABIDECHE SOCIEDADE CIDADE TIPOS DE FAMÍLIAS SITUAÇÃO URBANA Zona rural ACESSOS - TECNOLOGIA + Zona Zona urbana Zona urbana Zona histórica formal informal suburbana VALORES DE PROXIMIDADE SISTEMA CONSTRUTIVO -Janelas de vidro com caixilhos metálicos - Fachadas constuídas por janelões de vidro e cobertura branca (que ilumina) SISTEMA ESTRUTURAL - Pilares de lajes de betão DISTRIBUIÇÃO DE ÁREAS HÚMIDAS MODOS DE HABITAR Espaço de dormir Espaço I.S e Cozinha RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO Relações Visuais Caminhos pedonais de acesso às casas Espaços verdes entre as casa RELAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO ADAPTABILIDADE / FLEXIBILIDADE - + INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Segurança aos moradores através do sistema de iluminação da cobertura Espaço de estar ESPAÇOS INTERMÉDIOS O Complexo Social de Alcabideche é um equipamento que pretende ajudar o sistema de apoio à terceira idade. Localizado na área metropolitana de Lisboa, perto de campos rurais, o complexo social de Alcabideche com um total aproximado de 10.000 m2 de área de construção pretende reconstituir um estilo de vida mediterrânico em que os espaços exteriores de ruas praças e jardins se constituem como o prolongamento da própria casa. As ruas de diferentes larguras são reservadas aos peões que se deslocam de dia na proteção das sombras dos volumes das casas e de noite orientadas pela luz que delas emana. As luzes das coberturas translúcidas acendem ao fim do dia em grupos de 10, alternadamente, distribuídas pela área do complexo iluminando de forma subtil e regular as ruas, praças e jardins. Assim, cria-se um ambiente calmo mas alegre que permite aos moradores a possibilidade de circularem à noite sem preocupações nos diferentes espaços do complexo. Contudo, as coberturas das unidades de alojamento têm outras funções. Em caso de urgência, os moradores podem ativar um dispositivo de alarme que alerta a central de segurança localizada no edifício central e a luz da cobertura altera-se, em que a grande caixa branca passa a encarnada. Finalmente o equilíbrio ambiental no interior das unidades de alojamento deve-se às capacidades de reflexão da caixa branca da cobertura e à eficiência térmica da almofada de ar, criada entre esta e a área habitável contida na base de concreto aparente. Arquiteto: Guedes Cruz Arquitetos Ano do Projeto: 2007 Ano da Obra: 2012 Área/habitante: 9956.0 m2 29 A preocupação relativamente ao reaproveitamento de recursos naturais refletiu-se também na utilização da água de um nível freático subterrâneo, que surgiu quando da execução das fundações para rega das áreas ajardinadas e lavagem de ruas e caminhos de peões, contribuindo também para a redução dos custos de exploração do equipamento. http://www.archdaily.com.br/br/761557/complexo-social-em-alcabideche-guedes-cruz-arquitectos http://www.espaco-energia.com/projectos/complexo-social-de-alcabideche http://www.ppe.pt/projects/proj3.html