Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 4 INDÚSTRIA CRIATIVA: A BUSCA DE NOVOS MERCADOS E CRESCIMENTO ECONÔMICO POR MEIO DA INOVAÇÃO CREATIVE INDUSTRY: NEW MARKETS AND ECONOMIC GROWTH THROUGH INNOVATION Marcos Vinícius Guterres Ibias1 Luciana Peters dos Anjos2 Resumo O presente estudo aborda as necessidades de alteração do contexto econômico, político e social, fundamentado na transição do setor industrial para o criativo. A economia Criativa é promotora do estado favorável deste novo modelo de desenvolvimento e crescimento. Desse modo, os ativos mais valiosos que exercem influência direta e emergente neste novo paradigma são a criatividade e a capacidade de inovação. O objetivo deste artigo é apresentar a indústria criativa como motor propulsor e fator de sobrevivência do mercado, gerado através da cultura, da distribuição de renda, da inclusão social e nas mudanças profundas nos setores, nas cidades, nas regiões e nos países pertencentes à dinâmica econômico-política fundamentada pela globalização. Palavras-chave: Economia Criativa. Indústria Criativa. Desenvolvimento. Crescimento Econômico. Inovação. Abstract This paper addresses the changing needs in the economic context, based on political and social transition from industry to knowledge. Creative economy is promoting this favorable state of this new development and growth model. Thus, the most valuable assets that have a direct influence in this new and emerging paradigm are creativity and innovation capacity. The objective is to present the creative economy as a propeller and market survival, generated through the creative industry, income distribution, social inclusion and the profound changes in the sectors, cities, regions and countries of the economic-political dynamics founded by globalization. Keywords: Creative Economy. Creative Industry. Development. Economic Growth. Innovation. 1 INTRODUÇÃO A partir de 1990, a Inglaterra destacou-se como país pioneiro no estudo das atividades relacionadas à criatividade, situação que fora provocada pelas necessidades de mudanças no contexto econômico e social, ou seja, pelo processo de transição do setor industrial para 1 Professor do Curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). Professor da Faculdades FTEC. Economista. Mestre em Economia do Desenvolvimento. E-mail: 2 Acadêmica do Curso de Relações Internacionais no Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). E-mail: Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 5 setores baseados no conhecimento. Essa transição gerou o conceito de indústria criativa, cujo principal insumo é o capital intelectual. Nesse sentido, a emergência de uma nova economia causou uma ruptura nos processos tradicionais de industrialização, provocando a transformação de valores materialistas para pós-materialistas, por meio da inovação e das tecnologias de informação. Com isso, a criatividade e a capacidade de inovação tornaram-se os ativos mais valiosos da economia, pois esses aspectos exercem um papel de influência nas ações, nas atitudes e no comportamento das instituições, devido ao seu propósito de geração de valor econômico por meio de bens e serviços ofertados. Observa-se que a criatividade e a inovação têm como base a singularidade, o valor simbólico e a intangibilidade (pós-materialidade), fatores que vão de encontro à economia tradicional (transformando-se em bens e serviços). Isto é, quando se completam, são capazes de promover o crescimento econômico pela materialização do abstrato. Tendo isso em vista, o objetivo do presente artigo é promover um debate referente ao papel da indústria criativa como forma de gerar inovação e ao modo como esses fatores podem fazer com que regiões, países, cidades ou setores tenham crescimento econômico. Sobretudo debater-se-á a forma com que o Brasil aborda a indústria criativa e o que o país tem realizado, nessa perspectiva de indústria criativa, para atingir níveis maiores de inovação e de crescimento econômico. O artigo divide-se em cinco partes, além dessa introdução. A segunda parte do artigo define o que é indústria criativa, como ela se divide nos seus núcleos e como a cultura desse cenário pode ser utilizada como estratégia de desenvolvimento. A terceira seção trata do capital humano como forma de contribuição para a economia criativa, tendo em vista que quanto maior esse recurso maior será o desenvolvimento do país. Na quarta parte, será abordada a diversidade cultural do Brasil como forma de obter indústria criativa. Por fim, consta a conclusão, que propõe o desafio da inovação para o crescimento econômico. 2 INDÚSTRIA CRIATIVA Em diversos países, a economia criativa tem se tornado um setor bastante importante para o desenvolvimento econômico, tendo em vista ser um setor que tem apresentado elevado crescimento e geração de empregos, fazendo com que o setor ganhe espaço nas estratégias políticas. De acordo com a Conferência Nacional das Nações Unidas sobre Comércio e Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 6 Desenvolvimento (UNCTAD), a economia criativa tem potência para provocar crescimento econômico, criar empregos e promover ganhos de exportação, além de promover inclusão social, diversidade cultural e desenvolvimento humano (DUISENBERG, 2008). A indústria criativa e sua cadeia podem ser definidas pelas seguintes esferas: Núcleo que é composto por 12 setores líderes (cujo principal insumo é a criatividade), Atividades Relacionadas (nas quais estão envolvidos os segmentos que suprem diretamente o Núcleo) e Atividades de Apoio (que têm como finalidade provisionar bens e serviços de forma indireta). Dessa forma, a indústria criativa envolve toda uma cadeia de bens e serviços que têm na criatividade e no capital intelectual o seu insumo primário. Para que se tenha uma economia criativa, é necessário que haja a formação de capital intelectual, pois, como o foco está na criatividade, é esta que promove o potencial econômico, dado que a economia criativa tem como fio condutor o conhecimento e a capacidade de cada indivíduo para conseguir potencial econômico. Nesse contexto, tem-se que a criatividade é o elemento-chave para gerar propriedade intelectual e, assim, transformá-la em valor econômico. Desse modo, ao gerar os direitos de propriedade intelectual, torna-se esta a moeda existente. Assim, todo o resultado é obtido pela propriedade intelectual por meio da indústria criativa (HOWKINS, 2005). Cabe ressaltar que a criatividade e a habilidade se refletem em reconhecimento da propriedade intelectual, fator que vai gerar valor econômico, ocorrendo, então, um descolamento dos paradigmas tradicionais. Alguns autores tratam do debate acerca da indústria criativa levando em consideração as características e as complexidades das articulações entre o setor cultural, tecnológico e econômico. Nesse sentido, as articulações da economia criativa são responsáveis pela singularidade, pelo valor simbólico e pelo valor intangível, pois tudo depende da criatividade, ou seja, da capacidade de criar o novo, reinventar, diluir os modelos tradicionais e equacionar novos e velhos problemas (REIS, 2007). Daí surge a necessidade de capacitação de talentos para que haja produção cultural, fator que promove a geração da indústria criativa, a qual envolve a circulação de bens e serviços culturais, renovando a diversidade cultural e promovendo acessos por meio do trabalho criativo. Para tanto, a tecnologia desempenha um papel importante como aliada da cultura. De acordo com Reis (2007, p. 24), pode-se definir como “indústria criativa o conjunto Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 7 de setores econômicos específicos, cuja seleção é variável segundo a região ou país, conforme seu impacto econômico potencial na geração de riquezas, trabalho, arrecadação tributária e divisas de exportação”. Hartley (2005, p. 5) define indústria criativa como a “união entre o talento individual e escala da massa, agregado ao contexto das novas tecnologias de mídia, e com isso, tem o surgimento de um novo padrão de consumidor”. Nessa perspectiva, cada consumidor, por meio de suas preferências, torna-se um cidadão interativo. Para David Throsby (2001), a indústria criativa refere-se a produtos e serviços culturais que envolvem a criatividade em sua produção, englobando certo grau de propriedade intelectual, o que transmite um certificado simbólico. A indústria criativa tem, nos bens culturais, o caráter imaterial, o valor simbólico, a intangibilidade e a dependência das redes sociais para adquirir valor, ou seja, tem-se a necessidade de juntar indivíduos criativos com as novas tecnologias (BENDASSOLI et al., 2009). O papel que as novas tecnologias exercem sobre a indústria criativa é o de fomentar a distribuição e a circulação do capital cultural, promovendo a renovação da diversidade cultural, bem como o de garantir o acesso do consumidor cultural às suas preferências. De acordo com Reis (2007), as indústrias culturais, através das oportunidades de circulação, levam o indivíduo ao desenvolvimento social e individual. Pode-se dizer que as indústrias criativas são formadas pelo conjunto de atividades que envolvem as indústrias de mídia e de informação e o setor cultural, tornando-se uma importante arena de desenvolvimento nas sociedades baseadas no conhecimento. Isto é, o setor das indústrias criativas apresenta uma grande variedade de atividades que possuem seu núcleo na criatividade (JEFFCUT, 2000). Segundo o Ministério de Cultura, Mídia e Esportes do Reino Unido (apud FIRJAN, 2008 p. 7), a indústria criativa define-se formalmente por “setores que tem sua origem na criatividade, na perícia e no talento individual e que possuem um potencial para criação de emprego e renda através da exploração da propriedade intelectual”. A estrutura da indústria criativa, como já visto, é composta por três esferas: o Núcleo, as Áreas Relacionadas e as Atividades de Apoio, conforme ilustrado na Figura 1. Os setores que compõem o Núcleo são: Expressões Culturais, Artes Cênicas, Artes Visuais, Música, Filme & Vídeo, TV & Rádio, Mercado Editorial, Software & Computação, Arquitetura, Design, Moda e Publicidade, essencialmente setores de serviços. Já na segunda esfera, que envolve as atividades de apoio, encontram-se os segmentos Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 8 de provisão direta de bens e serviços ao núcleo, compostos, em grande parte, por indústrias e empresas de serviços fornecedoras de materiais e elementos fundamentais para o funcionamento do núcleo. Por fim, a terceira esfera engloba atividades que são indiretas, como o exemplo dado pelo Relatório da FIRJAN (2008): num processo de gravação de música, o produtor cultura precisa comprar instrumentos musicais para chegar à produção de um CD (compact disc). Via de regra, as indústrias criativas abrangem os setores econômicos intensivos em criatividade e cultura para devolver a funcionalidade destes. Definem-se como setores criativos: propaganda, arquitetura, design, software interativo, filme e TV, música, publicações e artes performáticas, que são base de estratégia econômica e de desenvolvimento (REIS, 2008; BENDASSOLI et al., 2009). O envolvimento dos setores criativos leva à multiplicação econômica, pois existe uma relação de troca, fazendo com que ocorra, então, a circulação e o fluxo de mercadorias (REIS, 2007). Figura 1. Cadeia Produtiva da indústria Criativa. Fonte: FIRJAN (2008, p. 14). Nas próximas seções, serão analisadas duas questões importantes para a compreensão da indústria criativa: a essencialidade do capital humano e a especificidade da economia dos subsetores culturais. 3 O CAPITAL HUMANO COMO PROPULSOR DA INDÚSTRIA CRIATIVA A produção de bens e serviços culturais está relacionada muito mais ao nível educacional do que ao nível econômico de um indivíduo. Assim, quanto maior a capacitação, maior a oferta, e, em contrapartida, também maior será o consumo e a distribuição desses bens, principalmente devido à inserção das novas tecnologias de informação (TI). Esses fatores fazem com que o capital humano, através do conhecimento, seja, então, o propulsor da indústria criativa. A economia do conhecimento não está baseada no velho estilo das vantagens Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 9 comparativas, mas em fatores que levam a vantagens competitivas, isto é, está construída sobre a integração entre força de trabalho, educação, tecnologia e estratégias de investimento (CUNNINGHAM, 2005). A economia do século XXI é marcada por cinco características básicas, a saber: 1. O crescimento do conhecimento e da informação, quando aplicados à atividade produtiva, levam ao aumento da produtividade; 2. A produção transfere-se dos bens materiais para as atividades de processamento de informação; 3. Há a substituição da produção em massa, padronizada, para a produção flexível, levando em conta as preferências do consumidor; 4. Ocorre a globalização do capital, da produção, da mão-de-obra, da tecnologia, da informação e dos mercados, fazendo com que as economias funcionem como uma unidade em nível mundial; 5. As transformações ocorrem por meio das revoluções tecnológicas, com a inovação e a informação definindo a nova divisão internacional do trabalho (CARNOY, 2004). Nesse sentido, a sociedade das capacitações levou as empresas mundiais a um novo desafio, devido à maior competitividade internacional, à flexibilidade e à capacidade de inovação da força de trabalho. Isto é, a inovação tornou-se a nova estratégia corporativa das economias do século XXI, formando uma nova divisão internacional do trabalho. Além disso, as estratégias corporativas baseadas nessa nova divisão internacional do trabalho não buscam apenas mão de obra barata, mas também trabalhadores que sejam capazes de gerar inovação e criar novos conhecimentos. A necessidade de criatividade tem gerado dois ciclos alternativos para as empresas e para os governos: no primeiro, a competitividade pode ser mantida pela pressão sobre os custos, mediante a substituição do trabalho por tecnologia ou por terceirização do trabalho (geralmente, em diferentes regiões ou países); no segundo ciclo, a competitividade é alcançada pela inovação em produtos e serviços, pois, para as organizações, o processo de criatividade estimula e dá suporte a saídas inovadoras. Algumas instituições podem estar programadas para terem sempre a primazia na criatividade e na inovação como fonte de vantagem competitiva (JEFFCUTT, 2005). Nesse contexto, o conhecimento age como fator produtivo nas empresas, nas quais a existência das relações de conhecimento voltadas para a criatividade e a inovação gera um circuito de valor em torno do conhecimento e da tecnologia. Os fatores-chave para o desenvolvimento do circuito de valor são divididos em três Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 10 capacidades: 1. Capacidade de habilidade individual: quando o indivíduo contribui com criatividade e empreendedorismo, na forma de originalidade e explorando suas potencialidades; 2. Capacidade de habilidade organizacional/setorial: quando a empresa utiliza toda a sua disponibilidade de conhecimentos e recursos; 3. Capacidade de habilidade ambiental: quando o ambiente em que a empresa está inserida é marcado por um mercado voltado para a criatividade, tendo um aspecto de extrema importância o suporte e infraestrutura regional (JEFFCUTT, 2005). A existência desses fatores é fundamental para sustentar ambientes inovadores em busca do aumento da competitividade e do crescimento econômico. O circuito de valor atua, nas empresas, como um processo para a construção e a implementação da propriedade intelectual, estendendo-se a produtos e serviços, na forma de ideia (criatividade), até o uso final. Souza (1999) afirma que uma economia que pretende aumentar seu produto per capita precisa realizar investimentos em saúde, em educação e em treinamento específico dos trabalhadores. Esses fatores são geradores de externalidades positivas, das quais as empresas se apropriam. Com isso, é possível obter o aumento da produção agregada, provocando, assim, o princípio da não rivalidade, por intermédio das ideias que surgem. Como cada empresa tem um nicho de mercado diferente, é possível que cada uma tenha o seu próprio circuito de valor (PRATT, ANO apud JEFFCUTT, 2005). De acordo com o pensamento schumpeteriano, a inovação é muito importante para a evolução e a configuração das estruturas organizacionais e vital para o amadurecimento das economias capitalistas. Schumpeter (ANO apud OLIVEIRA, 2001) destaca o papel das mudanças tecnológicas como um processo que, através de seus efeitos, sustenta o crescimento por meio de fatores externos ligados à tecnologia e a investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Isso torna a busca pela inovação um elemento fundamental para as organizações continuarem crescendo e diferenciando-se em termos competitivos, principalmente através de P&D. Nesse sentido, a mão de obra qualificada é o caminho para a incorporação do progresso tecnológico nas organizações que se permitem inovar e realizar mudanças na certeza de que o seu pessoal pode se adaptar a elas, criando condições para desenvolvimento (KLIKSBERG, 1999). Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 11 O desenvolvimento de um país ou região está vinculado ao grau de oportunidades oferecidas (capacidades de funcionamento) para os indivíduos desenvolverem o seu potencial. Entretanto, sem que haja um aumento no nível educacional, a influência dos demais fatores sobre o desenvolvimento econômico torna-se mais precária e limitada em virtude de a educação ser a única forma de ação que pode transformar essas oportunidades em competências para a vida (UNESCO, 2005). 4 A DIVERSIDADE CULTURA E A INDÚSTRIA CRIATIVA NO BRASIL No Brasil, a diversidade cultural faz com que a Indústria Criativa tenha um elevado potencial para se desenvolver, gerando muitos benefícios econômicos para o país. Conforme o Ministério da Cultura (BRASIL2010): A Indústria Criativa tem a capacidade de: i) agregar valor às parcelas de criatividade, simbologia, inovação e propriedade intelectual dos produtos culturais e criativos; ii) enxergar a diversa e sofisticada produção cultural brasileira como um dos grandes ativos econômicos do país, especialmente por conta do seu potencial de gerar trabalho, renda, oportunidades empreendedoras e crescimento econômico; iii) creditar à cultura o papel de promover desenvolvimento sócio-econômico e regional; iv) promover novo modelo de desenvolvimento socioeconômico regional, que amplie oportunidades educativas, de trabalho e seja mais inclusivo e solidário e; v) promover desenvolvimento inclusivo e desconcentrado. Tendo isso em vista, foi criada, no Brasil, em junho de 2012, a Secretaria de Economia Criativa, cujo objetivo principal é fomentar, implementar e monitorar as políticas públicas, a fim de que essas possam se tornar propulsoras do desenvolvimento local e regional por meio da cultura. Essa capacidade de promover desenvolvimento ocorre pelo fato de existir no Brasil uma multiplicidade cultural, fazendo com que haja relacionamentos entre a cultura e a economia, o que, por sua vez, fortalece o desenvolvimento da economia criativa devido ao envolvimento de diversos setores. Nesse sentido, percebem-se, então, os entrelaçamentos da indústria criativa com a economia, na qual a criatividade é a força motriz, conforme pode ser visto na Figura 2. Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 12 Figura 2. Dimensão de Desenvolvimento da Economia da Cultura. Onipresente Dimensão da Política Política econômica, tecnológica, cultural e social. Multidisciplinar Educação, Lazer, Trabalho e Entretenimento Cultura, trabalho, comércio, tecnologia turismo Inclusão na Socieade Valores Culturais Antropologia, estética, étnico e diversidade cultural. Atemporal Tradições do passado, tecnologias atuais, visão futura. Setores público/privado, todas as classes sociais, ONGS clasessesturismo Fonte: UNCTAD (2008). Essa força motriz interliga os setores criativos, gerando, com isso, a criação de startups e de setores ligados à produção cultural como um todo, à publicidade, ao cinema, ao teatro, às indústrias de software, entre outras atividades que tem como matéria-prima principal a criatividade, evidenciando que, o capital intelectual somado à diversidade cultural leva ao processo inovador. Assim, pode-se dizer que o Brasil tem potencial para competir no comércio internacional, por meio dessas indústrias criativas, fazendo com que os produtos vendidos nesse mercado tenham inovação e valorização cultural, ou seja, deixem de ser commodities e passem a ter maior valor. Desse modo, são gerados mais empregos e haverá maior distribuição de renda e crescimento econômico. 5 CONCLUSÃO Conclui-se, a partir desta análise, que o capital intelectual é ferramenta necessária para desenvolver a criatividade, o potencial econômico e, consecutivamente, o crescimento e o desenvolvimento. Dessa forma, o Brasil, como país que possui uma imensa diversidade cultural, é capaz de gerar uma indústria criativa autônoma, promovendo a criação de empresas inovadoras. Revista Negócios e Talentos – nº 14 (2015/1) 13 A base dessas empresas está na criatividade, que leva à criação de produtos de grande valor agregado e com novas tecnologias. Esse novo mercado influencia, fomenta e faz distribuição e a circulação de produtos culturais inovadores. Para tanto, torna-se necessário que haja políticas públicas voltadas não somente para o que já se faz em termos de cultura, mas também para a realização de uma política voltada para cultura de inovação. O que se deve enfatizar é que a economia criativa não deve ser utilizada apenas como forma de terceirização ou quarteirização de serviços, principalmente pelas indústrias de tecnologia e P&D, mas que deve ser também utilizada com o propósito de ser inovadora e de criar softwares para soluções que beneficiem as empresas, os países e a sociedade. REFERÊNCIAS BENDASSOLI, P. et al. Indústrias Criativas: definição, limites e possibilidades. eRAE, São Paulo, v. 49, n. 1, jan./mar. 2009, p. 10-18. BRASIL. Ministério da Cultura. Rede de Gestores Públicos da Economia Criativa. Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura. Brasília, 13 maio 2010. CARNOY, M. 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