0 ROSANE JAEHN TROINA MULHERES QUE VIVENCIAM A SORO POSITIVIDADE AO VÍRUS HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE VALENÇA-BA VALENÇA-BAHIA 2012 1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 04 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 PERFIL DOS INDIVIDUOS VULNERÁVEIS À INFECÇÃO PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV). 3 METODOLOGIA 05 05 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 11 5 CONCLUSÃO 14 REFERENCIAS 16 10 3 MULHERES QUE VIVENCIAM A SORO POSITIVIDADE AO VÍRUS HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE VALENÇA-BA Rosane Jaehn troina1 RESUMO Este estudo teve como objetivo identificar aspectos do comportamento sexual de mulheres portadoras do vírus da imunodeficiência humana HIV positivas em relação ao uso do preservativo, analisando sob a perspectiva de gênero. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada. Na análise dos dados utilizou-se a técnica de análise temática como procedimento da análise de conteúdo. Entre os resultados ressalta-se que a percepção da AIDS acontece, em sua maioria, após a sintomatologia da doença oportunista; os resultados indicam necessidades de cuidados que busquem alcançar indivíduos que parecem estar mais vulneráveis à contaminação pelo HIV, dando-lhes o direito de obter informações concretas que lhes permitam a livre escolha de mudanças no padrão de seu comportamento sexual. É plausível ressaltar a importância de práticas educativas que permitam educar para o uso consciente e adequado do preservativo, mesmo que este método seja passível de falhas, pois é ainda o único que pode minimizar comprovadamente o risco da infecção pelo HIV. Palavras-chave: Soropositivas. Sintomatologia. Preservativo. Trajetória. HIV. ABSTRACT This study aimed to identify aspects of sexual behavior of women with human immunodeficiency virus HIV positive in relation to condom use, analyzing from the perspective of gender. This is a descriptive study with qualitative approach. To collect data we used the structured interview. In the data analysis used the analysis technique as a procedure of content analysis. Among the results we emphasize that the perception of AIDS occurs mostly after the symptoms of opportunistic infection, the results indicate that care needs to seek to reach individuals who seem to be more vulnerable to HIV infection, giving them the right to specific information to allow them to free choice of changing patterns of sexual behavior. It is plausible to emphasize the importance of educational practices that allow for education about the wise use and proper condom, even though this method is likely to fail because it is still the only proven they can minimize the risk of HIV infection. Keywords: HIV positive. Symptoms. Condom. Trajectory, HIV. Graduada em Pedagogia pela FACE- Faculdade de Ciências educacionais -Valença-Ba Especialista em Gestão de Pessoas pela FAZAG- Faculdade Zacarias de Góes- Valença-Ba 4 1 INTRODUÇÃO O presente estudo tem como objetivo geral analisar através de pesquisa documental a trajetória da infecção pelo HIV/AIDS entre mulheres em um município do interior da Bahia. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e natureza quantitativa que utilizou dados secundários e retrospectivos. Tomou como fonte os dados constantes nos prontuários clínicos de pacientes soropositivos para o HIV/AIDS, cadastrados na Secretaria de Saúde do município selecionado, o caso de Valença, na região do Baixo Sul da Bahia. A infecção pelo HIV e a proliferação da AIDS no Brasil nos últimos anos vem apresentando importante transição epidemiológica caracterizada pela heterossexualização, feminização e interiorização da epidemia. Portanto, Trindade (2001) apud Bueno et al (2008) P.24 ressalta que “a feminização diz respeito à crescente participação das mulheres no total de casos de AIDS registrados no país”. Para Almeida et al (2008). A AIDS é atualmente retratada como uma pandemia que tem trazido múltiplas transformações nos conceitos e comportamentos dos indivíduos. Este estudo teve como objetivo específico identificar o índice de mulheres no período fértil que adquirem HIV no município de Valença-Ba, analisando sob a perspectiva de gênero. A temática do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da AIDS consiste em um dos grandes problemas contemporâneos da Saúde Pública, trazendo implicações para a sociedade em suas diversas dimensões, perpassando por aspectos objetivos e subjetivos. Deve ser ressaltado que se convive com duas epidemias distintas, embora relacionadas. A primeira referese à do HIV, a qual, apesar de possuir maior magnitude, caracteriza-se pela sua considerável invisibilidade. A segunda é a da AIDS, frequentemente descrita pela sua magnitude estimada em termos de impacto social. Entre os resultados ressalta-se que a percepção da AIDS acontece, em sua maioria, após a sintomatologia da doença oportunista. Observou-se a diminuição da libido e da valorização do sexo após a contaminação pelo HIV. As relações de gênero estão constantemente imbricadas na vivência da sexualidade. A vida dos soropositivos é permeada por sentimentos ambíguos frente a sua condição atual. O alastramento da epidemia do HIV, no Brasil e sua crescente feminização, evidencia a necessidade pelo desenvolvimento de medidas efetivas de acordo, sobretudo de prevenção, que estejam especificamente voltadas à população feminina. O HIV é uma doença causadas por vários tipos de agentes. É transmitida, principalmente, por contato sexual sem o uso de preservativo (“camisinha”). O vírus pode ser transmitido da mãe infectada para o bebê 5 durante a gravidez ou durante o parto. Podem provocar, assim, a interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões ao feto. Outro objetivo específico deste estudo é traçar a trajetória da infecção pelo HIV/AIDS entre mulheres interioranas, especificamente as residentes no município de Valença-Ba, identificando se as variáveis sexo e raça/cor influenciam na vulnerabilidade de mulheres do interior à infecção pelo HIV/AIDS. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA / AIDS) é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Este surgiu em 1980 e transformou-se rapidamente em uma pandemia com altos índices de morbi-mortalidade. Desta forma, a infecção trouxe consigo vários estereótipos (doença incurável, altamente contagiosa e letal, predominante entre homossexuais masculinos e ricos, que moravam em grandes centros urbanos). Essa categorização contribuiu para construção de uma imagem estigmatizadora que, infelizmente, permanece até os dais atuais, dificultando melhores resultados nas ações de prevenção e controle da epidemia (ROCHA, 1999). Assim, a infecção apesar de já ter alcançado sua maioridade, apresenta-se em contínuo processo de transformação. Há quase três décadas, o campo da Saúde Pública tem investido em ações com enfoque na prevenção e controle dessa infecção. No entanto, nota-se que embora a mortalidade por AIDS tenha diminuído, graças ao uso dos medicamentos antiretrovirais disponíveis, a incidência de infecção pelo HIV continua aumentando. A AIDS provoca no indivíduo uma fraqueza de preconceito e isolamento, pois envolve não apenas os aspectos da medicina, como também questões sociais e culturais. Mesmo não se tendo encontrado a cura para a doença, nota-se um avanço considerável no que diz respeito ao tratamento. Vários são os problemas trazidos pelo diagnóstico de uma DST ou propriamente dizendo da contaminação pelo HIV e pelo estabelecimento da AIDS, as pessoas sofrem preconceitos que se apresentam em diferentes esferas, indo da sociedade, perpassando pela própria família indo até os profissionais de saúde (PEREIRA, et al. p.5.2011apud KNAUTH, 2002). 2.1 PERFIL DOS INDIVÍDUOS VULNERÁVEIS Á INFECÇÃO PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIENCIA HUMANA (HIV) Inicialmente, a infecção pelo HIV/AIDS foi associada de forma estigmatizadora aos chamados grupos de risco, a exemplo de homens com prática homo/bissexual, profissionais do sexo e usuários de drogas injetáveis. Pelo fato de ter concentrado-se, inicialmente, entre os homosexuais (HSH), ou seja, entre os homens que fazem sexo com 6 outros homens, a AIDS foi chamada durante algum tempo de “peste gay”. No Brasil, a doença seguiu a mesma trajetória. Este perfil, até os dias atuais, contribui para uma das mais fortes representações sociais sobre a AIDS. Essa concepção sobre a AIDS adotada pelo senso comum há muito tempo já era questionada, conforme explicitou Guimarães (1996, p.90): A concepção que associava a epidemia da Aids a grupos de risco tais como homossexuais masculinos, usuários de drogas injetáveis, prostitutas, hemofílicos, começou, então, a ser questionada, surgindo uma nova expressão para definir a forma de contágio epidêmico do HIV/AIDS: comportamento de risco ou, ainda, situação de risco e status social, estariam vulneráveis à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana. Este padrão do processo de contaminação predominou por quase toda a década de 1980, porque enquanto se procurava explicações para a síndrome desconhecida, criou-se no imaginário social a vinculação da AIDS ao homossexualismo e a crença de que ser portador de AIDS correspondia a uma condição de ser homossexual. No entanto, com o passar dos anos observou-se que a “epidemia” não estava limitada aos “grupos de risco”, àquelas pessoas que possuíam os chamados “comportamentos desviantes”, isto é, àqueles que fogem dos padrões normais de comportamento social, no caso, os homossexuais, os usuários de drogas e profissionais do sexo, dentre outros. Com isso resultou em demora na implementação de ações que impedissem o avanço da contaminação. Segundo Santos; e Paiva (1982, p. 5): O perfil da epidemia, até meados da década de 80, apresentava predominância de transmissão sexual, principalmente entre homo/bissexuais que possuíam escolaridade elevada. No período de 1987 a 1991 apareceu como fatores de risco o uso de drogas injetáveis e a transfusão sanguínea. Nesta fase já havia evidências de início da transição epidemiológica que caracterizava a juvenização, pauperização, interiorização e tendência e feminização da epidemia. Neste sentido ficam claras as dificuldades que as mulheres soropositivas enfrentam no que diz respeito ao lidarem com a doença, as quais tiveram um aumento significativo de registros de infecção, em situação de enfrentamento do problema da infecção do vírus pelo próprio parceiro. Adicionando a isso, fica exposto o risco de infecção vertical em caso de gestação, como consequência acabam abandonando o trabalho com receio de serem vítimas de preconceito. Portanto, esses fatores provocaram mudanças significativas no comportamento do estudo da AIDS, fazendo surgir uma nova concepção sobre a doença, levando em consideração as diversas características ligadas à pessoa, espaço físico e também ao tempo, 7 fazendo surgir o conceito de vulnerabilidade, isto é, o fator de risco em que as pessoas se encontram. Um ponto positivo ao controle da “epidemia” é essa necessidade de mudanças sociais nas relações de poder e dominação, a vulnerabilidade social e individual das mulheres quanto à proliferação da doença. Analisar a complexidade do avanço da contaminação pela AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) em mulheres significa colocar em foco as relações desiguais entre os gêneros e as disparidades socioeconômicas que atingem as mulheres brasileiras. A presença cada vez mais marcante da mulher no quadro da epidemia de AIDS traz a necessidade de melhor explorar a temática, pois trata-se de um segmento com especificidades distintas da população masculina e que apresenta desvantagens no que se refere à prevenção, ao controle e tratamento da infecção (PEREIRA et al. 2011 Apud TAKAHASHI, 1998, p.60 ) Em todas as sociedades, há diferenças entre os papéis sociais desempenhados por homens e mulheres, contudo a análise dos diferentes contextos mostra que as atribuições de poder desiguais entre homens e mulheres influenciam no acesso aos recursos produtivos e na autonomia para tomar decisões, incluindo decisões sexuais e reprodutivas. Historicamente, tais diferenças se expressam de forma desfavorável às mulheres. Ayres et al. (1999, p. 57) apud Pereira (2001), referindo-se à vulnerabilidade enfatizam três pressupostos: I)e todo indivíduo é, em algum grau, vulnerável à infecção pelo HIV e as consequências, e essa vulnerabilidade pode variar ao longo do tempo em função dos valores e recursos que lhes permitam ou não obter meios para se proteger; II) Os indivíduos infectados pelo HIV têm seu potencial de vulnerabilidade à morbidade, invalidez ou morte variável em função inversa ao amparo social e assistência à saúde de que dispuseram; III) As condições que afetam a vulnerabilidade individual são de ordem cognitiva (informação, consciência do problema e das formas de enfrentálo), comportamentais (interesse e habilidades para transformar atitudes e ações a partir daqueles elementos cognitivos) e sociais (acesso a recursos e poder para adotar comportamentos protetores). Discutir vulnerabilidade leva à compreensão de que o risco da infecção não depende somente das informações e da postura individual, mas de vários fatores como condições socioeconômicas, políticas, culturais e jurídicas. Assim, a partir do início da década de 1990, o número de casos da infecção pelo HIV/AIDS em mulheres, que até então se encontrava escamoteado, passou a aumentar progressivamente (GALVÃO, 2002). A infecção pelo HIV/AIDS no Brasil, embora tenha experimentado mudanças em sua forma de contaminação, continua guardando características do seu início, principalmente no que diz respeito ao preconceito e à discriminação das pessoas que vivem com AIDS. 8 Desde 1980 até meados de 2006, no Brasil, foram notificados 433.067 casos de portadores de AIDS, com proporção entre os sexos masculino e feminino de 1,5:1, respectivamente. Hoje, as estimativas indicam que cerca de 600 mil pessoas são portadoras do HIV e AIDS no Brasil. Consta que atualmente este número permanece estável desde 2000 (BRASIL, 2006). Desta forma, pode-se considerar, conforme Paiva (2000, p.2), quando chama atenção que: A AIDS trouxe consigo também o preconceito e a discriminação. Inicialmente ela era igualada, tanto pelas autoridades sanitárias, quanto pela sociedade, a uma doença de transmissão sexual propiciada por atividades homossexuais masculinas. E, neste particular, ela fez uma viagem de volta ao fim do século passado, quando as doenças sexualmente transmissíveis apresentavam alta incidência. Neste contexto, as representações sociais ancoradas em relação à infecção pelo HIV/AIDS, relacionavam-se às “doenças venéreas” que acometiam pessoas com “comportamento sexual promíscuo”. Assim, as mulheres com parceria fixa eram vistas como protegidas, não sendo alvo de campanhas e/ou programas com enfoque na prevenção e controle passando a integrar, cada vez mais, a estatística de incidência da infecção. Para Villela (1996) a infecção pelo HIV/AIDS em mulheres implica em risco silencioso devido à crença de que as mulheres estariam imunes à infecção e a maior demora no diagnóstico resulta em retardo na intervenção e, consequentemente, em redução no tempo de vida. Neves (2003) enfatiza que a feminização da AIDS constitui-se num problema mundial, principalmente pelo risco progressivo de transmissão vertical, já que muitas mulheres soropositivas encontram-se sexualmente ativas, em fase reprodutiva e, portanto, predispostas a uma gravidez, o que está demonstrado nos dados epidemiológicos brasileiros, desde o primeiro caso de transmissão vertical notificado em 1985. A transmissão do vírus ao concepto, que como é sabido, pode ocorrer durante a gravidez, intra-útero; durante ou após o parto, através do aleitamento materno. No Brasil, a taxa de transmissão vertical varia entre 1 a 20%, a depender das ações de controle adotadas. No ano de 2004, estimou-se que cerca de 12.000 parturientes estavam infectadas pelo HIV no Brasil (PEREIRA, B. S.p.5 et al.apud PEREIRA, COSTA, 2006) Desde a identificação dos primeiros casos de AIDS importantes, avanços técnicos e científicos têm sido observados e contribuíram significativamente para a descoberta de recursos terapêuticos e diagnósticos, como também para a compreensão da evolução da infecção pelo HIV/AIDS. No entanto, lamentavelmente, o preconceito e a falta de informações contribuem para que a infecção pelo HIV/AIDS, ainda hoje, seja percebida como “doença do outro”. 9 O baixo grau de escolaridade contribui para a falta de acesso às informações adequadas e, por isso, tem sido utilizado como variável indireta no intuito de expressar o perfil socioeconômico dos casos notificados. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o ano de 1982, a totalidade dos casos notificados com escolaridade conhecida, era de nível superior ou de nível médio. Nos anos subsequentes, a frequência de notificações em pessoas com pouca escolaridade passou a aumentar progressivamente, situação que vem se mantendo até o presente momento. Assim, a população fica exposta ao conhecimento inerente à sabedoria popular que, muitas vezes, traz consigo estereótipos e fantasias que dificultam a compreensão da vulnerabilidade e, consequentemente, a sensibilização para a necessidade da adoção de uma prática sexual protegida. Neste sentido, concorda-se com Villela (1996) ao salientar que a discussão sobre sexualidade e AIDS é difícil devido aos aspectos éticos, morais e comportamentais que permeiam a questão. Para esta autora, em relação ao sexo feminino a problemática é maior porque a prevenção da AIDS requer o uso do preservativo, o que depende fundamentalmente da concordância e colaboração do parceiro. Pensar sexualidade feminina no contexto da reprodução leva à desvalorização da sexualidade como forma de prazer o que dificulta a compreensão do ato para si. Há de se considerar, também, que a construção da sexualidade feminina no sistema sexo/gênero passa a ser exercida em função da paixão e da satisfação das necessidades do outro. Isso traz como consequência a não percepção da importância da prevenção (VILLELA, 1996 apud SANTOS; PAIVA 1982, p. 4). Sendo assim, entendemos ser necessário um novo olhar sobre a problemática, com enfoque nas questões relativas às desigualdades de gênero no contexto socioeconômico, político e cultural, visando uma melhor compreensão da entrada das mulheres na cadeia de transmissão. Isto por que: (...) gênero é um construto social e cultural que estabelece valores diferenciados para homem e mulher e as formas como eles (homens e mulheres) se relacionam na sociedade [...]. Este poder diferenciado entre os gêneros está articulado de forma complexa na vivência da sexualidade (DINIZ, 1997, p.7). A distribuição espacial dos casos de AIDS no Brasil demonstra, ainda, um aumento da participação dos casos de contaminação em pequenos municípios do país ao longo dos anos, ocorrendo uma expansão no sentido “litoral-interior” do país. Outra característica importante dessa distribuição da contaminação por HIV/AIDS, nos últimos 10 anos, segue as rotas dos sistemas de transporte, além do deslocamento sazonal de trabalhadores entre os diversos municípios brasileiros (BRASIL, 2002). Essa reflexão permite interpretar que o “padrão da contaminação” pelo HIV está difundindo-se também entre os grupos marginalizados da sociedade brasileira, situação que nos primeiros anos da série histórica podem ter sido “disfarçados”. Isso faz com que o padrão de contaminação sofra reflexos em sua construção social por ignorar os determinantes culturais e sociais do processo, destacando-se entre estes as questões de gênero e de raça, cor e etnia. Em algumas regiões do país a exemplo do Nordeste e do estado da Bahia, aparenta ser ainda mais complicada devido ao estereótipo que visualiza os nordestinos e os baianos como geralmente pobres, ignorantes, preguiçosos, servis (ALBUQUERQUE JR., 2007). A situação epidemiológica da AIDS na Bahia é relevante. Atualmente, a incidência de contaminação pelo HIV chega a 5.400 casos por ano, sendo a capital do estado (Salvador) o sétimo município com maior número notificações no ranking nacional. Segundo Guimarães e Consoni (2000), um olhar sobre as questões de gênero demonstra que as mulheres são as mais atingidas pela pobreza e discriminação, possuindo geralmente menores salários do que os homens. As estatísticas para a variável “cor/raça/etnia” apontam que essa problemática é ainda mais fortemente presente entre as mulheres negras. Em nosso país, e na Bahia especialmente, existem poucos estudos que apresentem a variável raça/cor/etnia, fato que implica em dificuldade de analisar a saúde da população afrodescendente, particularmente das mulheres, no conteúdo biológico, socioeconomico ou ambiental (SACRAMENTO, 2005). 3 METODOLOGIA O seguinte estudo foi realizado através de pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, com abordagem qualitativa e quantitativa, para alcançar os objetivos. A abordagem teórica foi feita em livros, revistas científicas, artigos e sites de internet. Este estudo foi desenvolvido abordando alguns autores e estudiosos do tema HIV, a revisão literária partiu das bases de dados. A revisão foi realizada através de busca em outras fontes, tais como documentos e estatísticas de saúde. Foram utilizados dados secundários de portadores da infecção pelo HIV/AIDS, referentes à série histórica (ano) elaborada a partir de 60 fichas epidemiológicas (disponibilizadas pela Secretaria de Saúde do município de Valença -Ba) e análise de 60 11 prontuários clínicos de pacientes cadastrados na Secretaria de Saúde do município, no decorrer do ano de 2011. O município de Valença-Ba, cenário do estudo, localiza-se na região: Costa do Dendê distância: 262 km (BR-324 + BR-101 + BA-542) /104 km (BA-001) via ferry boat de Salvador, capital do estado. Possui área de 1.294 Km2 e população de 147.202 habitantes). Predominantemente primária agrícola e com base produtiva bastante diversificada. Foram examinados 60 prontuários, o que corresponde à totalidade dos casos notificados. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro elaborado no sentido de apreender as variáveis pertinentes ao ano de diagnóstico, sexo, idade, raça/cor, escolaridade e profissão. Após a coleta dos dados, houve uma análise estatística e após analise os dados foram apresentados em gráficos e tabelas. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre os casos existentes atualmente no município de Valença, os resultados apontam uma equiparação da transmissão entre o gênero masculino e feminino. Apesar do provável atraso de notificação e do grande número de casos ainda em investigação pela Secretaria Municipal de Saúde, podemos constatar um crescimento da epidemia da AIDS entre as mulheres (figura1). Figura 1 - Total de pessoas portadoras do HIV no município de Valença. Homens Mulheres Fonte: O autor Para Guimarães (1996) o aumento da incidência entre as mulheres passou a se destacar a partir de 1996, época em que também a categoria heterossexual de transmissão teve aumento considerável. Foi possível observar que a faixa etária em que se concentra a maioria das mulheres infectadas, corresponde à idade reprodutiva e de sexualidade ativa. Assim, emerge a percepção de que a juvenização da infecção também está acontecendo no interior (tabela1). 12 Quanto a variável escolaridade notou-se que persiste a concentração de 100% dos casos entre pessoas com poucos anos de estudo (Ensino fundamental incompleto). O baixo nível de escolaridade feminina representa um dos maiores obstáculos no enfrentamento da epidemia por dificultar o acesso e/ou compreensão das informações recebidas. Há de se considerar ainda que a pouca escolaridade implica em vínculos empregatícios de baixa remuneração, levando a dependência econômica e que a pobreza dificulta o acesso aos serviços de saúde para diagnosticar/tratar as Doenças Sexualmente Transmissíveis- DST e aquisição de preservativos. Desta forma, a não percepção do risco constitui fator de vulnerabilidade feminina à infecção. As mulheres de classe social media, na maioria dos casos não procuram a secretária de saúde, eles vão diretamente para o Centro de Educação e Assessoria PopularCEDAP, é uma organização da sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos e apartidária. Lá eles realizam atendimento protetivo e desenvolvem projetos de educação para a cidadania junto a adolescentes, jovens, adultos e suas famílias, favorecendo o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e estimulando estratégias coletivas de participação e transformação da realidade social e ambiental, tendo como valores fundamentais a democracia e a solidariedade. Essas mulheres dão endereços de Salvador ou outra localidade e com isso a secretária acaba não tendo informações concretas sobre a quantidade certa de mulheres portadoras da AIDS. Tabela 1- Perfil das portadoras que seguem o tratamento de HIV Perfil das portadoras que seguem o tratamento de HIV Faixa etária 20 a 30 30 a 40 40 a 55 Classe social Baixa Escolaridade Fundamental Incompleto (%) 34% 46% 20% 100% 100% Fonte: O autor O número de casos de AIDS em mulheres que dão sequência ao tratamento notificado à Secretaria de Saúde da cidade de Valença Estado da Bahia totaliza 15 casos. Esse número representa todos os casos notificados entre 2001 a 2012 em indivíduos do sexo 13 feminino, com 20 anos de idade a 55, no momento do diagnóstico. As mulheres com menos de 20 anos não foram contempladas nessa análise por não haver dados suficientes. Os dados aqui apresentados foram analisados a partir do banco de dados da Secretaria de Saúde. A ficha individual de investigação é o instrumento de investigação e notificação de casos de AIDS e contêm os dados clínicos e epidemiológicos básicos necessários para a investigação e a notificação de casos confirmados de AIDS. Figura2- Percentual de mulheres que dão sequência ao tratamento Fonte: O autor Essas mulheres informaram a data de nascimento e seguem o tratamento correto, as demais não foi possível saber, pois elas vão direto para salvador por conta própria e as secretária não se preocupa em fazer uma busca dessas mulheres para ter controle de tratamento. Não foram encontradas anotações sobre a variável raça/cor, reiterando a pequena valorização dada ao seu preenchimento nos registros em saúde. Por esta razão, a análise da tendência de enegrecimento da epidemia ficou impossibilitada. Em relação ao estado civil nota-se que permanece o solteiro para ambos os sexos. Há de se considerar que muitas pessoas que convivem maritalmente se autodeclaram solteiras por não haver união judicial. Entre os resultados ressalta-se que a percepção da AIDS acontece, em sua maioria, após a sintomatologia da doença oportunista; observou se que as relações de gênero estão constantemente imbricadas na vivência da sexualidade; a vida dos soropositivos é permeada por sentimentos ambíguos frente a sua condição atual; a conscientização atrelada à importância do preservativo na prática do sexo protegido, informação dada pela enfermeira entrevistada pela maioria dos entrevistados, ocorreu somente após a descoberta da infecção. 14 Os resultados indicam necessidades de cuidados que busquem alcançar indivíduos que parecem estar mais vulneráveis à contaminação pelo HIV, dando-lhes o direito de obter informações concretas que lhes permitam a livre escolha de mudanças no padrão de seu Comportamento sexual. educar para o Ressaltando a importância de práticas educativas que permitam uso consciente e adequado do preservativo, mesmo que este método seja passível de falhas, pois é ainda o único que pode minimizar comprovadamente o risco da infecção pelo HIV. As relações de gênero estão constantemente agregadas na vivência da sexualidade; a vida dos soropositivos é permeada por sentimentos ambíguos frente a sua condição atual; a conscientização atrelada à importância do preservativo na prática do sexo protegido, pela maioria dos entrevistados, ocorreu somente após a descoberta da infecção. A Secretaria de Saúde oferece para estas mulheres como meio de incentivo a continuar o tratamento e no controle de novas contaminações e a distribuição liberada da quantidade ilimitada de camisinha, dependendo da necessidade de cada uma. Também são doadas uma sexta básica para que elas possam se alimentar, pois devido a medicação ser muito forte é necessário que as portadoras da doença estejam bem alimentadas. Também acontecem palestras educativas, com apoio dos profissionais da unidade para que eles possam sanar suas dúvidas, Na maioria das vezes só aceitam fazerem o tratamento por conta de não perderem o benefício da cesta básica. A enfermeira ao ser questionada sobre o que o município oferece para as mulheres portadoras de HIV/AIDS sinalizou primeiramente equipamentos sociais com os quais podem contar. o “médico e remédio”, como os Porém, acrescentou que as mulheres usuárias de drogas não valorizaram o tratamento e só dão sequência, visando a cesta básica, pois é uma exigência da Secretaria. A enfermeira relatou que deveria haver uma relação de respeito, de acolhimento e de escuta dos médicos e profissionais com o objetivo estimular essas mulheres a terem os devidos cuidados com a própria saúde. Ribeiro, Castanha, Coutinho e Saldanha (2005) referem que a AIDS, exigiu uma modificação nas práticas em saúde especificamente no atendimento, acentuando a necessidade de unificação do conhecimento tecnocientífico e as demandas psicossociais bem como as questões afetivas. A AIDS trouxe consigo a necessidade de reformulação da estrutura de autoridade médica, impondo a necessidade de atenção ao paciente como um todo e não apenas examinar o órgão doente. 15 Esse artigo irá colaborar a apontar especialmente a urgência da qualificação da relação entre as usuárias dos serviços de saúde da cidade de Valença e dos profissionais que trabalham com HIV/AIDS para que possamos avançar rumo à consciência da opressão das normas de gênero. Afinal ainda são as mulheres que se destacam nesse processo de conscientização e superação histórica. Os desafios existente hoje incluem além dos profissionais de saúde, todo o contexto social, ou seja, a necessidade de trazer os homens para essa discussão a fim de que passem a participar de forma responsável e solidária das questões que envolvem a sexualidade do casal. Nas questões da prática, vimos que é importante reintroduzir o preservativo na vida sexual, resultando na proteção das pessoas. Temos que levar em consideração as questões de gênero, pois exercem grande influência nas relações de soberania, sendo as mulheres subordinadas frente aos homens. Culturalmente na sociedade em que vivemos o controle das relações sexuais ainda pertencem ao homem. Portanto torna-se mais difícil de negociar o uso dos preservativos e práticas sexuais mais seguras, contribuindo assim para a vulnerabilidade feminina à infecção. 5 CONCLUSÃO Ao analisar os dados pode-se identificar nesse estudo que falta as necessidades básicas de cuidados e serviços prestados a portadores do HIV/Aids na cidade de Valença, principalmente as mulheres que vivenciam uma certa dificuldade de procurar a Secretaria de Saúde. É fundamental avançar não somente em números de atendimento, mas em qualidade de atenção às mulheres nos diversos momentos de abordagem da questão das DST/HIV/AIDS e da saúde sexual e reprodutiva. Esse é um dado relevante para a saúde pública do município de Valença, na medida em que aponta o pouco conhecimento que temos sobre o que significa viver com HIV/Aids. Deve-se, assim, ressaltar a importância de realizar novos estudos sobre essa temática de forma que possamos compreender melhor quais são os aspectos que merecem mais atenção na prevenção da doença em mulheres na idade fértil, bem como a adesão ao tratamento. Apesar de alguns avanços alcançados pelas mulheres ao longo dos anos, da luta dos movimentos feministas, faz-se necessário pensarmos sobre quais os dispositivos referentes às políticas públicas, principalmente para resgatar a importância de seguir nas discussões da conquista de espaços para o gênero feminino no município em questão. No que diz respeito a cidadania não visualizamos nenhuma proposta de resgate da equidade para as mulheres, mas sim uma identificação delas como responsáveis pela educação dos filhos, um 16 confinamento aos papéis de cuidadoras, provedoras, mães e pacientes. Como o estudo mostrou, é comum as pessoas se preocuparem mais com o enfrentamento da doença do que com o cuidado clínico, fator que pode estar relacionado com as necessidades humanas básicas de sobrevivência do indivíduo, sendo que a falta de rendimento suficiente para sobreviver ainda prevalece frente a epidemia Como possibilidade de enfrentamento da epidemia, essas mulheres referem à necessidade de apoio, um emprego como garantia principal para qualidade de vida, a informação como dispositivo de enfretamento positivo da feminização da AIDS, bem como do preconceito. As condições socioeconômicas seguem sendo a fonte maior de dificuldades dessas mulheres, o que não as torna muito diferentes de todos, o HIV apenas torna tudo mais urgente. A tarefa e a responsabilidade de tomar conta dos filhos, do companheiro e não apenas de si, colabora para que as mulheres acabem descuidando de sua própria saúde, deixando-se em ultimo plano. Há uma necessidade urgente de abrir espaços nas metas das políticas públicas, principalmente para as menos privilegiadas, para que essas mulheres rompam o isolamento, desta forma ampliando sua cidadania e qualidade de vida. As políticas não são neutras. É preciso indagar também o modo como são construídas e a quem beneficiam, além de observar a lógica tradicional do Estado que tende à fragmentação das ações. A execução de ações de prevenção e controle desnuda a necessidade de empoderar as mulheres para o combate à infecção, o que só poderá se efetivar na prática, a partir do momento em que as mulheres passarem a ter percepção dos riscos à que estão expostas. Diante disso, compete também aos serviços de assistência a saúde da mulher, traçar plano operacional que considere a complexidade da questão. Os resultados indicam necessidades de cuidados que busquem alcançar indivíduos que parecem estar mais vulneráveis à contaminação pelo HIV, dando-lhes o direito de obter informações concretas que lhes permitam a livre escolha de mudanças no padrão de seu comportamento sexual. É plausível ressaltar a importância de práticas educativas que permitam educar para o uso consciente e adequado do preservativo, mesmo que este método seja passível de falhas, pois é ainda o único que pode minimizar comprovadamente o risco da infecção pelo HIV. É urgente o incentivo a vida, para que essas mulheres possam levar uma vida normal, mais com limitações de vícios entre outros e que elas mudem alguns tipos de rotina, 17 como fazer sexo sem camisinha, ter cuidado pra não transmitirem a doença, entre outras informações. REFERÊNCIAS ABE E. Incidência de Aids dobra entre os maiores de 50 anos. (acesso em 01 junho 2012). Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,Mul87491MUL874919-5598,00incidencia+de+aids+dobra+entre+os+maiores+de+anos+diz+ministerio.html ALBUQUERQUE Jr., D. M. de. Preconceito contra a origem geográfica e de lugar: As fronteiras da discórdia. São Paulo, Cortez, 2007. ALMEIDA, L.C.G. HIV/AIDS: Comportamento sexual de mulheres e homens soropositivos. V.22/v. N. 1,2,3, jan./dez. 2009. AYRES, J.R. Vulnerabilidade e prevenção em tempos de aids. In: BARBOSA, R.M.; PARKER, R. (Orgs.) Sexualidade pelo avesso: direitos, identidades e poder. Ed.34, Rio de Janeiro, 1999, p.49-72 BORGES, L.S. Feminização, juventude e AIDS. (Artigo).Disponívelem www.transasdocorpo.com.br/texto3.htm. Acessado em 03.06.2012. BRASIL. Boletim Epidemiológico.AIDS. Ano XV. n.2. Semana epidemiológica, 48ª/2001 a 13ª/2002, outubro/2001 a março/2002 _______ Boletim Epidemiológico.AIDS. Ano 1. n.1. Semana epidemiológica, 1/26, janeiro a junho de 2005b ________ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher:princípios e diretrizes. Brasília. 2004d DINIZ, S.G. Violência de gênero como questão de saúde. Jornal da Rede de Saúde. São Paulo, n.14, p.7, dez, 1997 GUIMARÃES, K. Nas raízes do silêncio: A representação cultural da sexualidade feminina e a prevenção do HIV/Aids. In: Quebrando o silêncio. Mulheres e AIDS no Brasil. DumaráÁbia, Rio de Janeiro, 1996, p.191-203. ISBN 85-7316-054-3 GUMARÃES, NA; CONSONI. As desigualdades reestruturadas: um olhar sobre os diferenciais de sexo e raça no acesso ao trabalho. São Paulo: FINEP/CUT/Cebrap, 2000, 71.p. (relatório de pesquisa). IBGE. Institut Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo em< http://www.ibge.gov.br.> Acessado em 03 de junho de 2012. 2000. Disponível SANTOS, N,A; PAIVA M.S.Representações Sociais de Mulheres Interioranas Acerca da infecçõa pelo HIV/AIDS - Salvador - Brasil, 1982. 18 PAIVA, M.S. Vivenciando a gravidez e experenciando a soropositividade para o HIV. [Tese de doutorado]. São Paulo: Escola de Enfermagem-USP, 2000.170f. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília. 2004d ___________________ LOYOLA, MARIA A., org.- AIDS e sexualidade: o ponto de vista das Ciências Humanas, Rio de Janeiro, Dumará, 1994 NASCIMENTO, A.M.G.; BARBOSA, C.S.; MEDRADO,B. Mulheres de Camaragibe: representação social sobre a vulnerabilidade feminina em tempo de AIDS. Revista. Saúde Coletiva. v.5, n.1. Recife. Jan/mar, 2005 NEVES, F.R.A.L. O aconselhamento para realização da sorologia anti-HIV em gestantes: factibilidades e utopias. 2003 149 p. (Dissertação de mestrado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Departamento de Enfermagem Geral e Especializada, Ribeirão Preto. 2003. PEREIRA, M.L.D. A (re)invenção da sexualidade feminina após a infecção pelo HIV. São Paulo, 2001. 129p. Tese (Doutorado) - Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo. Programa Nacional DST/AIDS. Incidência entre os maiores de 50 anos preocupa 2008 [acesso em 2012]. Disponível em <http://www.aids.gov.br>data/Pages/lumis67f61bd3itemid1bfb1fb10itemidtemidE.htm ROCHA, M.F.G. Política de Controle ao HIV/Aids no Brasil: O lugar da prevenção nessa trajetória. 117p. Escola Nacional de Saúde Pública. Fundação Oswaldo Cruz (Dissertação de mestrado). Rio de Janeiro, 1999. SACRAMENTO, N.A. O quesito cor na assistência pré-natal: representações de gestantes e de profissionais. (Dissertação de Mestrado). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005. 12. VIEIRA, R.L. Em tempos de AIDS: Representações sociais de jovens orientando suas práticas sexuais. Universidade Federal da Bahia. Ilhéus. 2001. 108f. (Dissertação de mestrado) VILLELA, WV. As mulheres e a epidemia de HIV/AIDS. (Apresentado no seminário:AIDS, Saúde Reprodutiva e Políticas Públicas). São Paulo. 1993 _____________ Refletindo sobre negociação sexual como estratégia de prevenção da AIDS entre as mulheres. In: Quebrando o silêncio. Mulheres e AIDS no Brasil. Rio de Janeiro. Dumará-Ábia, 1996, p.181-189. ISBN 85-7316-054-3 WERNECK, J. A vulnerabilidade das mulheres negras. Jornal da Rede saúde, n.23, março/2001 19 RIBEIRO, Cristiane G; CASTANHA, Alessandra R; COUTINHO, Maria P.L.; SALDANHA, Ana A.W. A AIDS e suas contradições: representações sociais de seu atendimento e tratamento pelos profissionais e pacientes. DST - J. brasileiro Doenças Sex. Transm. 17(2):127-132, 2005 SALDANHA AAW, ARAUJO LF. Viver com AIDS na Terceira Idade. In: Congresso Virtual. Anais do 7. Congresso Virtual HIV/AIDES 2006. Disponível em: <http://www.aidscongress.net/article.php?id_comunicacao=296> (acesso em 01 de Junho). ZORNITA, M. Os novos idosos com AIDS: sexualidade e desigualdade à luz da bioética. Rio de Janeiro. Dissertação [ Mestrado em saúde pública] --Fundação Oswaldo Cruz; 2008.