ecu-07 – visita ao leito

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HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS
SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
VISITA AO LEITO
Código: ECU 07
Folha:
3
Versão:
1
1 – Situação de revisão:
Situação
Data
Alteração
2 – Considerações e Objetivo
Considerando a grande importância de uma Equipe Multidisciplinar, o HNMD oferece o
Serviço de Assistência Religiosa (Capelania) que tem como propósito criar um ambiente que
possibilite um espaço onde o amor de Deus seja revelado e compartilhado. O nosso enfoque é
cooperar com a humanização hospitalar. Assim sendo, nossas ações estão voltadas para a
compaixão, que é entendida como consolo, afeto, amizade, companheirismo, respeito, ouvir com
muita atenção e sentir a dor do próximo, baseada no ensinamento de Jesus Cristo: “Ameis uns aos
outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que
sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Evangelho de João 13:34-35). Tais ações
não permitem a prática do proselitismo ou críticas às religiões das pessoas.
A importância de se levar em consideração as necessidades religiosas e/ou espirituais do
paciente durante sua permanência no Hospital é pontuada pelo Dr. Harold George Koenig como
“estratégia de enfrentamento da doença”. Ele escreve: “Um estudo analisou 330 pacientes que
foram admitidos, de maneira consecutiva, aos serviços médicos, neurológicos e cardiológicos de um
hospital universitário de grande porte. Os pesquisadores verificaram que 42% deles relataram (de
forma espontânea e sem estímulo) que as crenças e as práticas religiosas eram o principal fator que
lhes permitia enfrentar a situação. Quando solicitados a avaliar até que ponto a religião era usada
para o enfrentamento em uma escala de uma a dez, 40% indicaram dez e 50% apontaram algum
valor entre cinco e dez (onde cinco representava uma extensão moderada e dez indicava o fator
mais importante que os fazia seguir em frente). Apenas 10% dos sujeitos atribuíram uma
classificação com valor abaixo de cinco”. (KOENIG, Harold George. Medicina, Religião e Saúde: o
encontro da ciência e da espiritualidade - Porto Alegre, L&PM - 2012. Pág. 55).
Ainda, Neusa Sica da Rocha e Marcelo Pio de Almeida Fleck, citam o Dr. Harold George
Koenig: “Ao estudar a relação entre religiosidade e tempo de permanência no hospital, foi constado
que pacientes deprimidos religiosos permaneceram menos tempo internados do que os não
religiosos” (TEIXEIRA, Evilázio Francisco Borges; MÜLLER, Marisa Campio; DA SILVA,
Juliana Dors Tigre (Orgs.). Espiritualidade e Qualidade de Vida - Porto Alegre, EDIPUCRS - 2004.
Pág. 179).
Portanto, a Capelania tem o objetivo de fortalecer no paciente, em primeiro lugar, a fé em
Deus (da maneira que o conceber) como estratégia de enfrentamento da doença e, em segundo
lugar, na medicina como instrumento de Deus para abençoá-lo. Dessa forma, o paciente engaja-se
ao tratamento, sem perder a esperança, aceitando melhor a hospitalização, enfrentando a
enfermidade com mais perseverança, tendo melhor qualidade de vida e um propósito para viver ou
para aceitar a morte com dignidade.
3 – Recursos Humanos e Materiais
3.1 - Humanos: - Capelão Padre, Capelão Pastor e auxiliares da capelania.
3.2 - Materiais: - Bíblias, livretos e folhetos.
4 – Procedimento detalhado
4.1 – Dos procedimentos para a visita
A visita ao leito pode ser solicitada ou de rotina. A visita solicitada é aquela em que um
familiar ou o próprio paciente solicita a presença do Capelão Padre ou Capelão Pastor ou por
intermédio da equipe de enfermagem do respectivo andar ou diretamente no Serviço de Assistência
Religiosa. A visita de rotina é aquela em que o Capelão Padre ou Capelão Pastor estabelece em seu
dia-a-dia uma rotina de visitas. Ocorrem também as visitas feitas pela Pastoral da Saúde (Católicos
– aos domingos e às terças-feiras) e pelo Grupo de Visitação Voluntária (Evangélicos – às quintasfeiras e aos sábados). As visitas ao leito seguem os seguintes procedimentos:
a) Antes de iniciar as visitas, faça a lavagem das mãos e antissepsia;
b) Não entre em qualquer quarto ou enfermaria sem antes bater na porta ou pedir permissão ao
paciente e, ao entrar, apresente-se com clareza;
c) Verifique se há restrição de contato ou qualquer sinal expresso proibindo visitas;
d) Tome cuidado com qualquer aparelhagem ao redor da cama, não esbarre em nada;
e) Procure não esbarrar na cama ou sentar-se nela;
f) Avalie a situação logo ao entrar, a fim de poder agir objetivamente quanto ao tipo e duração da
visita;
g) Procure colocar-se numa posição confortável para o paciente, ao seu nível visual, para que ele
possa conversar sem esforçar-se;
h) Não pergunte sobre a gravidade da doença;
i) Não leve qualquer tipo de alimento ou bebida;
j) Não dê água nem alimento ao paciente;
k) Não apresente fisionomia emotiva ou de comiseração (piedade, dó);
l) Não manifeste nojo de suas feridas, nem medo de contágio;
m) Não toque no paciente e nem lhe estenda a mão (só se o paciente tomar a iniciativa) e, caso tenha
contato com o paciente proceda novamente a lavagem das mãos e antissepsia;
n) Fale num tom de voz normal. Não cochiche com outras pessoas no quarto. Ore em tom normal.
Não fale alto;
o) Dê prioridade ao atendimento dos médicos e enfermeiros, assim como ao horário das refeições.
Ceda a vez;
p) É de bom alvitre visitar cada pessoa individualmente, se o paciente do leito ao lado interessar-se
por também ser visitado, visite-o em seguida;
q) Se o paciente está lúcido, deixe-o falar e relatar seu sofrimento e suas angústias. Ouça-o com
paciência e interessadamente;
r) Não queira forçar o paciente a sentir-se alegre, nem o desanime. Aja com naturalidade, pois ele
terá maior probabilidade de sentir-se à vontade também.
s) Não dê a impressão de estar com pressa, nem demore até cansar o paciente. Com bom senso,
encontre a duração ideal para cada situação.
t) Se estiver doente, não faça visitas.
u) Não use perfume.
v) Sapatos de tecido e sandálias não devem ser usados no hospital e, se gostar de jóias ou bijuterias,
que elas sejam discretas.
w) Use sempre roupas de acordo com as normas do hospital e da Capelania.
x) Nunca esqueça o crachá ou credencial e use uma Bíblia pequena de bolso.
4.2 – Dos horários das visitas feitas pelos Voluntários da Capelania
O trabalho desenvolvido pelos voluntários da Capelania (Pastoral da Saúde - Católicos e
Grupo de Visitação Voluntária - Evangélicos) será desenvolvido nos seguintes dias:
a) Pastoral da Saúde (Católicos) – aos domingos das 08h00 às 10h00 e às terças-feiras das 15h00 às
16h30;
b) Grupo de Visitação Voluntária (Evangélicos) – às quintas-feiras das 14h30 às 16h30 e aos
sábados das 09h00 às 11h30.
4.3 – Visita a pacientes de religiões não cristãs ou visita de ministros religiosos não cristãos
Pacientes de outros credos religiosos podem ser assistidos pelos Capelães Navais do HNMD,
pois os Capelães Navais possuem a competência técnica para o diálogo inter-religioso. Porém, se o
paciente ou acompanhante tiver a predileção de que o ministro religioso de sua religião o assiste,
este deve dirigir-se ao Serviço de Assistência Religiosa para receber as instruções do Capelão Naval
e ser acompanhado por ele.
Não é propósito da Capelania embaraçar ou impedir que outros ministros religiosos visitem
seus fiéis, pois, segundo a Constituição Brasileira, no Artigo 5º, Inciso VII: “É assegurada, nos
termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva”. No entanto, o entendimento que se tem de tal artigo, é que o desejo de receber a
assistência religiosa parte do paciente ou de seu acompanhante e não da vontade do ministro
religioso. Mas, se tal ministro religioso desejar visitar o seu fiel, poderá fazê-lo no horário de
visitas, ou na impossibilidade deste de estar no HNMD no período de visitas, verificar-se-á a
possibilidade junto à Enfermagem se tal visita poderá ser feita fora do horário de visitas, mas
durante o expediente, desde que acompanhado pelo Capelão Naval.
4.4 – Visita de outros ministros religiosos cristãos
Por vezes o paciente deseja ser visitado por seu pároco, no caso de católicos, ou seu pastor, no
caso de evangélicos. Da mesma forma, este ou aquele deve dirigir-se ao Capelão Naval para que
seja acompanhado por ele. O procedimento quanto ao desejo de tal ministro religioso visitar seu fiel
e do horário, é similar ao descrito no tópico anterior.
5 – Bibliografia Consultada
AITKEN, Eleny Vassão de Paula. No Leito da Enfermidade - São Paulo, Editora Cultura Cristã 2009.
ALMEIDA, João Ferreira de (Tradutor). Bíblia Sagrada Edição Almeida Revista e Atualizada Barueri, Sociedade Bíblica do Brasil - 2012.
FERREIRA, Damy; ZITI, Lizwaldo Mário. Capelania Hospitalar Cristã - Santa Bárbara d’Oeste,
SOCEP Editora - 2010.
KOENIG, Harold George. Medicina, Religião e Saúde: o encontro da ciência e da espiritualidade Porto Alegre, L&PM - 2012.
MEZZOMO, Augusto A. (Et All.). Fundamentos da Humanização Hospitalar: Uma visão
multiprofissional - São Paulo, Editora Loyola - 2003.
TEIXEIRA, Evilázio Francisco Borges; MÜLLER, Marisa Campio; DA SILVA, Juliana Dors Tigre
(Orgs.). Espiritualidade e Qualidade de Vida - Porto Alegre, EDIPUCRS - 2004.
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