encefalopatia hepática secundária a lipidose felina

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42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de 2015 - Curitiba - PR
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ENCEFALOPATIA HEPÁTICA SECUNDÁRIA A LIPIDOSE FELINA
HEPATIC ENCEPHALOPATHY SECONDARY TO FELINE LIPIDOSIS
LAURA SILVEIRA BOTELHO¹, CERES NAKASU¹, CHARLES SILVA DE
LIMA¹, KARINA AFFELDT GUTERRES¹, MARLETE BRUM CLEFF¹
¹ - Universidade Federal de Pelotas
RESUMO
A lipidose hepática felina (LHF) é comum, estando relacionada à
quadros de anorexia e obesidade. A encefalopatia hepática (EH) pode
ocorrer secundariamente à LHF, no entanto, é considerada rara em
felinos. Assim, o objetivo foi relatar um caso de lipidose hepática em
felino que culminou em EH. O felino atendido tinha histórico de LHF, e
apresentava apatia, anorexia e sinais neurológicos. Através do histórico
médico, sinais clínicos e exames complementares, estabeleceu-se o
diagnóstico. A terapêutica instituída foi de suporte e alimentação. A
paciente recuperou-se totalmente e recebeu alta em 12 dias. Destaca-se
a ocorrência e importância do diagnóstico precoce, o que pode levar a
plena recuperação dos pacientes acometidos por EH.
PALAVRAS-CHAVES: felino; anorexia; neurológico; hepático;
ABSTRACT
Hepatic feline lipidosis (HFL) is common, being related to states of
anorexia and obesity. The hepatic encephalopathy (HE) can occur
secondarily to HFL, however, it is considered rare in felines. Therefore,
the goal was to report a case of hepatic lipidosis in feline that led to HE.
The feline attended had a history of HFL and was showing apathy,
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anorexia and neurological signs. Through medical history, clinical signs
and complementary exams, the diagnosis was established. The
therapeutic instituted was for support and feeding. The patient recovered
completely and was discharged in 12 days. Stands out the occurrence
and importance of an early diagnosis, which can lead to a full recovery of
patients stricken by HE.
KEY-WORDS: feline; anorexia; neurological; hepatic;
INTRODUÇÃO
A lipidose hepática felina é comum e potencialmente fatal (Mazaki
Tovi et al., 2013), sendo decorrente de um estado de anorexia e
catabolismo. Os felinos acometidos, na sua maioria, são obesos, com
anorexia, icterícia marcante, vômitos, perda de peso, hipocalemia e
desidratação e encefalopatia hepática (EH), cujos sinais neurológicos
são incomuns na espécie. O diagnóstico da LHF e EH baseia-se no
histórico do animal, sinais clínicos, e exames complementares. A
nutrição é o ponto principal do tratamento, bem como da prevenção da
doença (Armstrong e Blanchard, 2009; Center 2005).
METODOLOGIA – DESCRIÇÃO DO CASO
Atendeu-se no HCV-UFPel, um felino, sem raça definida, com dois
anos de idade, tratado há 10 dias para lipidose hepática com
fluidoterapia, dieta hipercalórica, silimarina, ranitidina, metoclopramida e
mirtozapina, permanecendo com anorexia, apatia, ataxia, incapacidade
de erguer a cabeça, head tilt, icterícia e dor abdominal. O diagnóstico
presuntivo
foi
de
EH
secundária
à
lipidose.
Nos
exames
complementares observou-se no hemograma leucocitose por neutrofilia;
no exame bioquímico sérico, a fosfatase alcalina apresentou-se elevada
(209,7UI/L),
e
a
albumina
com taxas
0075
mínimas
(1,62g/dl).
Na
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ultrassonografia, havia hepatomegalia e alteração do parênquima. O
tratamento instituído foi fluidoterapia com NaCl 0,9% e vitaminas do
complexo B, alimento úmido Recovery Royal Canin® 15ml a cada 2
horas, amoxicilina com clavulanato (20mg/kg a cada 12 horas),
silimarina e ácido ursodexosicólico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A importância desse relato está na frequência em que ocorre a EH
secundária a LHF, considerada rara em felinos. Em um estudo
retrospectivo, observou-se 77 gatos com a doença e nenhum
apresentou sinais típicos de EH (Center et al., 1993). A paciente descrita
recebeu alta após 12 dias do internamento, evidenciando a plena
recuperação que pode ocorrer após estes quadros.
CONCLUSÃO
O diagnóstico precoce da LHF e EH é importante para que ocorra
a total reabilitação dos pacientes acometidos, especialmente os que
apresentam alterações neurológicas.
REFERÊNCIAS
ARMSTRONG, P. J.; BLANCHARD, G. Hepatic lipidosis in
cats. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v.
39, n. 3, p. 599-616, 2009.
CENTER, S. A.; CRAWFORD, M. A.; GUIDA, L. et al. A retrospective
study of 77 cats with severe hepatic lipidosis: 1975–1990. Journal of
Veterinary Internal Medicine, v. 7, n.6, p. 349-359, 1993.
CENTER, S. A. Feline hepatic lipidosis. Veterinary Clinics of North
America: Small Animal Practice, v. 35, n. 1, p.225-269, 2005.
MAZAKI‐TOVI, M., ABOOD, S. K.; SEGEV, G. et al. Alterations in
adipokines in feline hepatic lipidosis. Journal of Veterinary Internal
Medicine, v. 27, v. 2 , p. 242-249, 2013.
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