título do resumo

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ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA DE MULHERES INFECTADAS PELO
PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV)
Gabriela Cristine Queiroz Maria (Bolsista Iniciação Científica da Universidade
Estadual de Londrina); Karen Brajão de Oliveira e-mail:[email protected]
Universidade Estadual de Londrina, Centro de Ciências Biológicas
Área e subárea do conhecimento: Saúde
Epidemiologia (4.06.01.00-5)
Coletiva
(4.06.00.00-9);
Palavras-chave: Câncer cervical; HPV; fatores de risco.
Resumo
O câncer cervical é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre mulheres.
Estima-se que em 2014 foram notificados 15.590 novos casos no Brasil. Os
Papilomavírus Humano (HPV) são vírus da família Papilomaviridae, tendo sido
identificados mais de 200 tipos virais, classificados de acordo com seu
potencial carcinogênico em alto, baixo e risco indeterminado. Considera-se que
a persistência do HPV é necessária para o desenvolvimento de lesões
intraepiteliais de alto grau bem como o câncer cervical e sabe-se que muitos
fatores podem contribuir para favorecer a infecção ou cronificá-la. Tendo em
vista a importância epidemiológica do câncer de colo de útero e da relação do
HPV com o desenvolvimento de neoplasia intraepitelial cervical, este estudo
objetivou avaliar dados sociodemográficos e aspectos sexuais e reprodutivos
de mulheres infectadas pelo HPV e compará-los aos de mulheres saudáveis
para análise dos fatores de risco que contribuem para a exposição da
população ao vírus. Trata-se de estudo observacional, transversal, individuado,
com pacientes do gênero feminino atendidas em programas de prevenção ao
câncer de colo de útero de unidades básicas de saúde (UBSs) localizadas na
região Norte do Paraná. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UEL, parecer número 133/2012. Foram entrevistadas 414
mulheres atendidas no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio
Paranapanema (CISMEPAR), nas UBSs Vivi Xavier e Armindo Guazzi e no
Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina (HC-UEL).
Introdução
O câncer cervical é a quarta causa de morte em mulheres de todo o mundo,
tendo sido reportados 528.000 casos em 2012, com 266.000 mortes relatadas
(GLOBOCAN, 2012). Evidências epidemiológicas e moleculares indicam que
1
certos tipos de Papilomavirus Humanos (HPV) são os principais causadores de
neoplasia intraepitelial cervical (SCHIFFMAN et al., 1993). A infecção pelo HPV
é uma doença sexualmente transmissível e mais de 200 genótipos foram
identificados (BZHALAVA; EKLUND; DILLNER, 2015). O Instituto Nacional do
Câncer estima que em 2016, a incidência de novos casos de câncer cervical,
no Brasil, seja de 16.300 casos (INCA, 2015).
Tendo em vista a importância epidemiológica da infecção pelo HPV, e de
sua associação ao desenvolvimento de lesões cervicais e ao câncer de colo do
útero, este estudo objetivou avaliar fatores de risco que contribuem para
exposição da população, da região norte do Paraná, ao vírus e identificar os
tipos virais mais prevalentes na região.
Procedimentos metodológicos
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres
Humanos – Universidade Estadual de Londrina(UEL), parecer número
133/2012, realizado em serviços de saúde de Londrina entre 2013 e 2016.
Adesão voluntária das pacientes com assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Para diagnóstico molecular de HPV, foram coletadas
amostras de células oriundas do epitélio cervical uterino durante exame
ginecológico preventivo de rotina a fim de realizar extração de DNA, utilizandose o reagente DNAzol (Life Technologies, Carlsbad, California, USA), de
acordo com as instruções do fabricante. Na sequencia as amostras de DNA
foram quantificadas por espectrofotometria a 260/280nm. Aproximadamente
100ng de DNA foi utilizado para a amplificação de sequências de nucleotídeos
do HPV, pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) utilizando-se
os primers consenso MY09 e MY11. A tipagem do vírus se deu a partir de
clivagem de DNA com enzima de restrição HpyCH4-V de acordo com a técnica
descrita por Santiago et al., (2006).Os dados sociodemográficos foram obtidos
por meio de aplicação de questionário semi-estruturado. As análises
estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa SPSS Statistics 22.0
(SPSS inc., Chicago, Illinois, USA). Para todos os dados o nível de significância
adotado foi de p<0,05.
Resultados e Discussão
Foram entrevistadas 414 mulheres atendidas no CISMEPAR, nas UBSs Vivi
Xavier e Armindo Guazzi e no HC-UEL. O vírus HPV foi detectado em 49,8%
das pacientes e os tipos de HPV mais frequentes foram os de alto risco com
38,6% pelo HPV 16 e 24,1% pelo HPV 18. Comparando-se esse resultado com
outros estudos de prevalência, é possível observar similaridade percentual e
constatar que a infecção por HPV é infecção genital mais frequente na mulher.
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(FEDRIZZI, 2011). A idade das pacientes variou de 13 a 85 anos, a média de
idade foi de 39,57 anos e desvio-padrão de ± 13,12. Neste estudo, mulheres
com idade superior a 25 anos apresentaram-se estatisticamente protegidas em
relação àquelas até 24 anos. Existe uma tendência demonstrada nos dados da
OMS e na metanálise de Sanjosé et al (2007) de que mulheres até 34 anos
compõe o grupo com maior prevalência de infecção por HPV. A renda mensal
declarada pelas entrevistadas compreendeu valores até 3 salários (92%),
sendo 29,5% até 1 e 62,5% de 1 a 3 salários – este último como fator
significante de proteção [OR=0,5060 (IC 95%: 0,3125-0,8192); (p=0,0056)]. É
preciso ponderar, entretanto, que as pesquisas aconteceram em serviços
primário e secundário do Sistema Único de Saúde (SUS), assim, a tamanha
proporção de mulheres com baixa renda pode ser atribuída à demanda do SUS
geralmente composta por usuárias de classes com menor poder aquisitivo
(BEZERRA et. al, 2005).
Entre as mulheres, 43,9% iniciaram atividade sexual a partir dos 18 anos
enquanto 56,1% iniciaram até os 17 anos, sendo este fator de risco para
infecção por HPV [OR= 1,6857, (IC 95%: 1,1271-2,5212); (p=0,0110)]. RoteliMartins et al. (2007) descreveram - em um estudo com mais de 8000 mulheres
- que a infecção por HPV e a presença de alterações citológicas estiveram
significativamente associadas à idade mais precoce no início das relações
sexuais. Para Baseman e Koutsky (2004), o fator de risco mais consistente
para a infecção pelo HPV é o alto número parceiros sexuais
Em relação ao tabagismo, 77,9% das mulheres negaram fumar
enquanto 22,1% afirmaram o hábito, sendo este fator de risco para infecção por
HPV [OR=2,0156 (IC 95%: 1,2341-3,2920); (p=0,0110)]. O tabagismo é
considerado um dos mais importantes fatores de risco para o câncer cervical,
(FEDRIZZI, 2011).
Conclusões
Partindo-se disso, concluiu-se que a frequência de HPV na população
estudada pertence ao intervalo de prevalência brasileiro descrito na literatura e
que são vários os fatores envolvidos para infecção, mas o número parceiros
sexuais, a idade e o tabagismo parecem ser os fatores mais fortemente
associados.
Referências
BASEMAN, Janet G; KOUTSKY, Laura A. The epidemiology of human
papillomavirus infections. Journal of Clinical Virology, v. 32S, 2005.
Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753008> . Acesso em:
18 ago. 2016.
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BZHALAVA, D.; EKLUND, C.; DILLNER, J. International standardization and
classification of human papillomavirus types. Virology, v. 476, p. 341–344,
2015.
BEZERRA, S et al. Perfil de mulheres portadoras de lesões cervicais por HPV
quanto aos fatores de risco para câncer de colo uterino. DST - Jornal
brasileiro Doenças Sexualmente Transmissíveis, v. 17, n. 2, 2005.
Disponível em: <http://www.dst.uff.br/revista17-2-2005/10perfil%20de%20mulheres.pdf> . Acesso em: 18 ago. 2016.
FEDRIZZI, Edison Natal. Epidemiologia da infecção genital por HPV. 2011.
Disponível em: <http://projetohpv.com.br/projetohpv/wpcontent/uploads/2011/03/RBPTGI-Epidemiologia-2011.pdf> . Acesso em: 15
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Rio de Janeiro: INCA, 2014. 124p
ROTELI-MARTINS, Cecília Maria et al. Associação entre idade ao início da
atividade sexual e subsequente infecção por papilomavírus humano: resultados
de um programa de rastreamento brasileiro. Revista Brasileira Ginecologia e
Obstetrícia, v. 29, n.11, 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v29n11/a06v2911.pdf> . Acesso em: 18 ago.
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SANJOSÉ, Silvia de et al. Worldwide prevalence and genotype distribution of
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Santiago, E., Camacho, L., Junquera, M. L., Vazquez, F. Full HPV typing by a
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Schiffman, M. H., Bauer, H. M., Hoover, R. N., et al. Epidemiologic evidence
showing that human papillomavirus infection causes most cervical intraepithelial
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