Clipping do Conselho Regional de Farmácia – SP Data: 10/02/2004 Hoje em Dia / MG Mesmo barato, genérico não engrena Embora os medicamentos genéricos sejam conhecidos por 57% dos consumidores, a maioria (62%) não pede ao médico a receita com o princípio ativo, o que leva a 69,5% de prescrições com nome de marca. Sem a pressão de demanda, os remédios de referência continuam sendo os mais consumidos, apesar do preço muito maior. Os resultados são de uma pesquisa realizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), entre 3 e 6 de fevereiro, com 296 pacientes, 224 prescrições e 84 farmácias. O levantamento apurou também variação de preços de até 65,5% entre genéricos iguais, mas de laboratórios diferentes, e de 182% na comparação com medicamentos de marca. Para os especialistas, faltam investimentos na divulgação dos genéricos, criados há exatos cinco anos e disponíveis no mercado desde fevereiro de 2000. A maior variação na pesquisa feita pelo Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sinfarmig) e pelo Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRFMG) foi encontrada no medicamento Cefalexina, um antibiótico que tem preço de R$ 14,58 no laboratório Apotex e R$ 8,81 no Teuto (veja quadro). "Os genéricos também têm que ser pesquisados", constata Rilque Novato Públio, diretor do Sinfarmig. Outra pesquisa, desta vez comparando os preços de genéricos com de medicamentos de referência, apontou variação de 167% para esse mesmo antibiótico. Essa comparação revelou ainda variação de 182% entre o Antak (nome de marca) e o genérico Ranitidina, usado no tratamento de gastrite. "Ainda assim, os medicamentos de marca são mais consumidos. Eles estão na cabeça do médico e do paciente, em função da propaganda e da própria cultura", contrapõe Públio. Segundo a pesquisa, os genéricos respondem por apenas 8,32%, em média, do volume financeiro das farmácias. Para o diretor do Sinfarmig, enquanto os laboratórios trabalham as marcas de referência junto à classe médica, os similares são trabalhados nas farmácias, até mesmo com bonificação para os balconistas. "O genérico fica como patinho feio nessa história", completa, reclamando da falta de continuidade nas propagandas oficiais sobre esses produtos. Já o ministro da Saúde, Humberto Costa, que esteve ontem na capital, afirmou que a responsabilidade pela divulgação dos genéricos cabe também ao segmento empresarial e não apenas ao poder público. Para o ministro, não houve retrocesso na política dos genéricos. Porém, a pesquisa do CFRMG e Sinfarmig apontou que 43% dos consumidores não sabem sequer identificar um medicamento genérico. "Um dos entrevistados chegou a mostrar um similar como se fosse genérico", detalha Rilke Públio. Para ele, no Brasil ainda prepondera a 'ditadura da receita' e o paciente sai do consultório sem nem mesmo conseguir ler a prescrição. O presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Edilson Corrêa de Moura, reitera que as campanhas têm que ser contínuas, sobre os profissionais de saúde e também sobre a população. "O lobby da indústria é grande; há um jogo de sedução em cima dos médicos, que vai desde a visitação semanal até o financiamento de pesquisas e viagens para congressos", admite. Para ele, falta informação, até mesmo porque novos profissionais chegam ao mercado a cada semestre. "É preciso ainda ampliar o número de genéricos, para que cheguem a todos os tratamentos", completa. Corrêa orienta a população a pedir ao médico que receite o medicamento mais barato, incluindo aí o similar. Apesar de todo o cenário adverso, o mercado de genéricos cresceu 38% em 2003, sobre 2002, quanto à movimentação financeira. Já o número de unidades vendidas subiu 25% nesse período. Último Segundo Ministra afirma que alho, limão e beterraba podem curar a Aids A ministra de Saúde da África do Sul, Manto Tshabala-Msimang, voltou nesta segunda-feira a aconselhar os portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), que provoca a Aids, a comer alho, limão e beterraba caso queiram se curar. Frente às reivindicações para que o governo ponha à disposição dos afetados pelo vírus os remédios antirretrovirais que retardam os efeitos da Aids, a ministra afirmou que "o controle do 'stress' e a nutrição, incluindo o consumo de alho, limão e beterraba, são realmente essenciais" para a cura. A polêmica ministra, muito criticada pelos afetados pela Aids, compareceu hoje ante a imprensa na Cidade do Cabo para dar explicações sobre o programa do governo, depois do discurso sobre o estado da nação feito pelo presidente do país, Thabo Mbeki, na sextafeira passada. Em seu discurso, Mbeki só fez uma menção passageira sobre a pandemia que afeta 5 milhões dos 44 milhões de sul-africanos. O presidente convocou as próximas eleições gerais para o dia 14 de abril. Proteína PLZF favorece a sobrevivência das células Uma equipe de pesquisadores espanhóis, franceses e britânicos, dirigida pelo espanhol Antonio Parrado, desvendou o mecanismo através do qual uma proteína denominada PLZF (gene "dedo de zinco" da leucemia promielocítica) favorece a sobrevivência da célula e afeta a morte celular programada. Em seu estudo, Parrado e seus colegas explicam qual é a função do fator de transcrição da PLZF no compartimento linfóide, onde também se expressa. Até agora, sabia-se que a PLZF afetava o crescimento, a diferenciação e a morte programada em células mielóides. Os pesquisadores estudaram, em uma linha de linfócitos, a possível relação entre a expressão desse gene e a morte celular programada. Parrado declarou à EFE que se trata de um trabalho "de pesquisa básica, em nível molecular, e que é muito prematuro falar de uma aplicação clínica". Ele explicou que "basicamente se trata de questionar qual é a função da proteína PLZF e do 'dedo de zinco' (domínio típico de um grupo de proteínas, que compõe um cátion de zinco) que apresenta alterações estruturais nas leucemias promielocíticas que determinam que estas células se tornem malígnas". O trabalho, publicado na última edição da revista americana "Proceedings of the National Academy of Sciences", centrou-se no estudo da proteína em sua formação normal, não alterada, "porque assim é possível saber que implicações pode ter em seu estado patológico". A equipe estudou a função da PLZF na sobrevivência das células e concluiu que esta proteína pode afetar a vida das células "quando existe em níveis elevados". A proteína PLZF "regula outra proteína, denominada BID, diminui seus níveis de expressão e desta forma interfere na morte programada". O grupo de Parrado gostaria, "logicamente", de aprofundar seu trabalho e saber se seu achado "tem conseqüências na fisiologia das leucemias linfóides crônicas, nas quais a PLZF apresenta alterações em seus níveis de expressão". "Temos as ferramentas para analisá-los e continuamos as pesquisas". Além disso, no hospital universitário Virgem da Arrixaca de Múrcia (leste da Espanha), está sendo gerado um banco de tumores, que lhe proporcionará material suficiente para a pesquisa, acrescentou Parrado. Tribuna da Imprensa Veneno da cobra surucucu pode ser arma contra câncer A Fundação Ezequiel Dias (Funed), mantida pelo governo de Minas Gerais, quer levar adiante a pesquisa que já faz há 20 anos sobre as propriedades químicas do veneno da cobra surucucu, mas para isso busca apoio da iniciativa privada. O pesquisador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Funed, Eladio Flores Sanches, explica que alguns fragmentos do veneno estão em testes como anticoagulante e como desagregador plaquetário, evitando o avanço de tumores que poderiam se transformar em câncer. Um grama de veneno da surucucu vale no mercado brasileiro entre US$ 4 mil e US$ 5 mil. O valor que se agrega por meio da separação e identificação das partes do veneno poderá fazer valer muito mais essa matéria-prima produzida pela Lachesis (nome científico da surucucu). "Há possibilidade de laboratórios privados assumirem a pesquisa e levarem adiante o desenvolvimento", conta o pesquisador. A Funed investiga as propriedades do veneno desde os anos 80, mas até hoje não tem patente sobre o que descobriu. Embora a Mata Atlântica e a Amazônia sejam o habitat natural da surucucu, a captura da cobra e a extração do veneno encarecem a obtenção da matéria-prima. Os testes para as aplicações foram iniciados entre 1995 e 1996. Mais que ouro "Se fosse P&D de laboratório privado, por exemplo, já teria havido tempo suficiente para lançamento de um medicamento com esse tipo de princípio ativo. O grama do veneno da surucucu vale muito mais que ouro e o produto poderia ser farto no Brasil". Sanches revela que no Amazonas existiu a idéia de criar um parque exclusivo para a criação das surucucus. "Mas o projeto não foi concretizado por falta de verbas", lamenta o biólogo. O pesquisador chegou a criar surucucus em cativeiro até 1994. "As exigências alimentares e ecológicas são muito grandes, e não conseguimos sustentar", explica. A espécie Lachesis vive até 20 anos em ambientes naturais como o da Amazônia e o da Mata Atlântica, enquanto em cativeiro resiste em média quatro anos. Otimismo não cura doença Infelizmente, não adianta ser otimista para se lutar contra o câncer. Médicos que encorajam a esperança nos pacientes com câncer podem sobrecarregá-los em vão, já que o otimismo não melhora as hipóteses de sobrevivência à doença, indicam os resultados de estudo australiano. O otimismo não provocou qualquer alteração no destino da maioria dos 179 doentes com câncer que cientistas australianos acompanharam durante cinco anos. Apenas oito sobreviviam quando o estudo terminou, em 2001. Todos os pacientes sofriam de uma forma comum de câncer do pulmão. Embora o estudo fosse pequeno e incidisse num câncer com poucas hipóteses de sobrevivência - só 12% dos pacientes vivem mais do que cinco anos, especialistas dizem tratar-se do primeiro estudo cientificamente válido a analisar a relação entre otimismo e câncer. Os resultados surpreenderam os pesquisadores, que esperavam que os doentes otimistas vivessem mais tempo do que os desprovidos de esperança. Os pacientes ficam sobrecarregados com a preocupação de manter uma atitude positiva nas situações difíceis, dizem os cientistas do Centro Oncológico Peter MacCallum, de Melbourne (Austrália), e de outros cinco centros de saúde em artigo publicado ontem na revista "Cancer". O estudo constatou que o otimismo diminui quando os pacientes sentem os efeitos tóxicos dos tratamentos e quando sabem mais sobre as realidades da doença. "Devemos questionar a utilidade do otimismo se o resultado é levar o paciente a esconder a sua aflição na esperança vã de que isso lhe fará ganhar sobrevivência", comentou a principal autora do estudo, Penelope Schofield. "Se um paciente se sente pessimista... é importante considerar essa atitude válida e aceitável", acrescentou. Embora o otimismo possa não ajudar os pacientes com câncer a viver mais, poderá ajudá-los de outras formas, segundo a American Cancer Society (ACS), que edita a revista "Cancer". Uma atitude positiva pode contribuir para hábitos alimentares mais saudáveis, como deixar de fumar, beber menos, fazer mais exercício e aprender mais sobre a doença e as opções de tratamento. Muitos desses pacientes aprendem a viver com a terapia, a evitar a fadiga e até regressam ao emprego, de acordo com LaMar McGinnis, conselheira médica da ACS. "É pena que os autores do estudo não reflitam sobre a qualidade de vida", afirmou. "Não temos ilusões de que o otimismo influencie a terapia, mas acreditamos que o otimismo e a esperança influenciam na qualidade de vida dos pacientes", disse. O Norte Secretaria de Saúde distribui remédios A Secretaria de Saúde do Estado inicia hoje de manhã a distribuição de medicamentos enviados pelo Ministério da Saúde. Os 23 kits chegaram na madrugada de sábado (7), em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A distribuição será feita com os municípios devidamente cadastrados através da Coordenadoria de Defesa Civil, juntamente com a Secretaria de Saúde do Estado. Cada município terá direito a um kit com capacidade de atender a três mil pessoas durante um mês. São 23 municípios paraibanos atingidos que constam na lista do Ministério da Integração Nacional. Os kits foram recebidos pelo coordenador de Saúde do Estado, médico José Rodrigues, e pelo representante do Ministério da Saúde na Paraíba, Manoel Macedo Neto. O material faz parte da cota de distribuição de 27,5 toneladas de remédios, destinadas às vítimas das enchentes no Nordeste. Composto por 23 itens - entre antibióticos, analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios, o kit de farmácia básica é o mesmo utilizado pelo Programa Saúde da Família (PSF). Excepcionalmente, as unidades que serão distribuídas aos estados atingidos pelas chuvas estarão acrescidas de sais de reidratação oral (soro), além de material para pequenas cirurgias. O Estado de São Paulo Doentes sofrem com falta de medicamentos Mais um dia sem os remédios de que o filho precisa para controlar as crises de epilepsia. A vendedora Loide Maurício de Almeida Pedroso, de 55 anos, já perdeu a conta de quantas vezes foi ao Hospital das Clínicas e voltou sem algum remédio prescrito pelo médico. Nas últimas vezes, para não perder a viagem, ela passou a telefonar para a farmácia do HC. Ontem foi mais um desses dias. Das quatro drogas que compõem o coquetel que Diego Almeida Pedroso, de 19 anos, toma, o HC só tinha uma. "As outras três estão em falta, sem previsão para que cheguem", diz Loide, repetindo a informação que recebera de uma funcionária do hospital. A falta dos remédios já está prejudicando a saúde de Diego, que voltou a ter crises. Desde outubro, Loide tem sofrido com a falta dos remédios do filho. "Não posso comprá-los, pois custam R$ 2.500 por mês." Na semana passada, ela chegou a registrar o problema no Ministério Público Estadual (MPE). "Não dá para fazer tratamento pela metade", reclama. Justiça - A falta de remédios no HC é motivo de uma ação civil pública aberta pelo MPE em 2002. A ação ainda não foi julgada, mas os promotores conseguiram a tutela antecipada, o que significa que o HC está obrigado a fornecer os medicamentos a seus pacientes, sob pena de a instituição ser multada ou seus administradores processados. "Em vários períodos houve deficiência no abastecimento de remédios no HC", afirma o promotor João Luiz Marcondes Júnior, do grupo de atuação especial da saúde pública e da saúde do consumidor do MPE. Para ele, uma das causas é a ausência de estoque mínimo de segurança. A dona de casa Aparecida Martins, de 65 anos, é outra paciente do HC que também já sofreu com o desabastecimento de remédios. Em tratamento para câncer de útero, Aparecida teve a quimioterapia atrasada em 20 dias porque a droga estava em falta. "Tinha de fazer as sessões em janeiro, mas só fiz na semana passada." Segundo ela, é a segunda vez que o remédio falta. "Da primeira, demorou só uma semana." Enquanto estava sem fazer a quimioterapia, Aparecida chegou a conversar com seu médico. "Ele me disse que o atraso atrapalha o tratamento." Segundo a Assessoria de Imprensa do HC, a droga usada nas sessões de quimioterapia de Aparecida foi entregue pelo fornecedor com atraso. Já os três remédios usados por Diego foram comprados este mês e devem estar disponíveis na farmácia da instituição em, no máximo, dez dias. Panorama Brasil Bula pode ser obrigatória para remédio manipulado Está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1759/03, de autoria do deputado Coronel Alves (PL-AP), que obriga as farmácias de manipulação e estabelecimentos similares a incluírem bula em seus medicamentos. O projeto considera farmácia de manipulação o estabelecimento que elabora medicamentos de maneira artesanal, sob a supervisão direta de profissional farmacêutico legalmente habilitado. Prevê, ainda, que os medicamentos produzidos por farmácias de manipulação deverão vir acompanhados de folheto informativo detalhado ("bula"), dirigido ao usuário. A bula deverá conter, no mínimo, os seguintes tópicos: I - apresentação; II - composição; III - excipientes; IV - uso adulto ou pediátrico; V - cuidados de administração; VI - reações adversas; VII - precauções; VIII - indicações e contra-indicações; IX - posologia; X - data de fabricação e validade; XI - instruções para conservação do produto; XII - advertências e XIII - conduta na superdosagem. As mesmas regras serão aplicadas, nas mesmas bases e condições, a qualquer outro estabelecimento farmacêutico que utilize as técnicas de manipulação, de maneira eventual ou sistemática, para a elaboração de medicamentos, não importando a sua denominação. Coronel Alves afirma que a maioria dos medicamentos produzidos pelas farmácias de manipulação e estabelecimentos similares em todo o nosso País não vem acompanhada de bula. Essa omissão é perigosa porque várias substâncias ativas utilizadas em remédios são venenosas, de acordo com a dose. O deputado afirma que a proposta tem por finalidade proteger o cidadão que recorre às farmácias de manipulação ou similares, muitas vezes até por conta própria, sem orientação médica, na busca de um produto mais "natural". O relator designado pela Comissão de Seguridade Social e Família é o deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), que já apresentou seu parecer, defendendo a aprovação da proposta. O projeto deverá ser apreciado também pela Comissão de Constituição e Justiça e de Redação. Folha de São Paulo O que é que a Índia tem Um amigo que esteve na Índia neste ano voltou assustado com algumas coisas que viu. Nas grandes cidades, como Mumbai (ex-Bombaim), Nova Déli e até na capital asiática do software, Bangalore, a miséria é agressiva. As ruas, sujas e empoeiradas, estão sempre cheias de milhares de pessoas paupérrimas. É impossível parar no sinal de trânsito sem que um pedinte se aproxime, bata no vidro do carro e implore por uma esmola. Mães jovens e desdentadas com bebês no colo, crianças e pessoas de todas as idades com deficiência física compõem um quadro urbano assustador até para quem está acostumado com a pobreza brasileira. As estradas de rodagem, com pistas estreitas, passam no meio de cidades e são invadidas pelo comércio ambulante. Triciclos motorizados trafegam na contramão e atrapalham o tráfego tanto quanto enormes carroças puxadas por camelos. Uma viagem de apenas 190 km, de Nova Déli até Agra, onde está o Taj Mahal, maior atração turística do país, leva pelo menos quatro horas. Conto essas coisas não para menosprezar esse heróico país asiático. O objetivo, ao contrário, é mostrar que a Índia -onde grande parte dos atuais problemas se deve à herança deixada pelo colonizador inglês, que dominou o país até 1947- adota hoje uma política econômica ousada, que a coloca entre os líderes do desenvolvimento mundial. Difíceis problemas sociais e de infra-estrutura não desencorajam os indianos, que mantêm planos agressivos de apoio ao capital local e crescimento econômico, a ponto de o PIB do país ter aumentado 31% nos últimos cinco anos (7,4% na estimativa para 2003). Foi uma feliz coincidência o presidente Lula ter visitado a Índia dias depois da decisão do Banco Central brasileiro, até agora incompreensível, de manter a taxa de juros em 16,5%. Lula certamente pôde constatar quão ousados são os indianos, não só em seus planos de desenvolvimento -baseados no apoio à empresa nacional, na criação de tecnologia própria e na formação de mão-de-obra especializada- como também na política monetária. As taxas de juros na Índia são de 4,24% ao ano para operações de curto prazo, segundo a revista "The Economist". Por essas características, o guru Peter Drucker, semanas atrás, disse apostar muito mais na Índia do que na China como o provável motor da economia mundial no próximo decênio. A China tem sua fraqueza exatamente naquilo em que a Índia se torna cada vez mais forte: a formação de profissionais qualificados. Na Índia, formam-se anualmente 200 mil engenheiros de nível mundial, que falam inglês e que representam a base da mais moderna indústria de software do mundo. No ano passado, o país exportou cerca de US$ 10 bilhões em software. O capital estrangeiro, a despeito disso tudo, continua arredio com a Índia. No ano passado, os investimentos externos diretos somaram apenas US$ 3,4 bilhões, bem menos do que os US$ 10 bilhões investidos no Brasil. Isso aborrece os indianos, mas não os desanima. Os planos de desenvolvimento continuam ousados e prevêem, por exemplo, expansão das exportações de software para US$ 80 bilhões em 2008. Para que isso seja possível, empresas de software não pagarão Imposto de Renda até 2010. No setor farmacêutico, outra vitrine indiana, o sucesso também adveio do forte apoio ao capital nacional e da capacidade de eleger prioridades com base nas necessidades locais. A indústria de medicamentos genéricos, que exige pouco investimento em pesquisa e desenvolvimento, foi a chave do sucesso desse setor, que já emprega mais de 500 mil pessoas e fornece 75% dos remédios consumidos pela população de 1 bilhão de habitantes. Para quem visita a Índia pela primeira vez, o cenário das grandes metrópoles é desolador por conta das enormes deficiências expostas nas ruas e estradas. Afinal, há 700 milhões de indianos pobres. Apesar disso, observa-se que o país não está de braços cruzados. Adota políticas corajosas de desenvolvimento, com forte apoio ao capital nacional, juros moderados, câmbio ajustado para estimular exportações, política industrial voltada para as potencialidades locais e cuidado na formação de profissionais qualificados. Por tudo isso, a despeito da pobreza ainda imensa, há esperança. * Benjamin Steinbruch, 50, empresário, é diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional e presidente do conselho de administração da empresa. Gazeta Mercantil CNS tenta manter alíquota antiga Em reunião na Câmara dos Deputados, a Confederação Nacional de Saúde (CNS) pleiteou que os laboratórios de análises clínicas, serviços ambulatoriais e demais serviços auxiliares de diagnóstico e imagem fiquem de fora do aumento da alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que vigora desde o início deste mês. Essa é mais uma tentativa junto aos parlamentares de buscar soluções para a grave crise que atinge o setor saúde no País. Alguns setores da saúde conseguiram que lhes fosse mantida a antiga alíquota de 3%. No entanto, os outros deverão ter que arcar com a nova alíquota de 7,6%. "Não queremos que apenas uns sejam privilegiados, em detrimento de outros que também enfrentam sérias dificuldades financeiras por uma série de questões como a ausência de reajustes por parte das operadoras, alta defasagem nas tabelas do SUS, desvalorização do real frente ao dólar (no segmento hospitalar, a maioria dos equipamentos é importada e fica desatualizada, obsoleta logo, necessitando de substituição permanente), glosas feitas pelas operadoras nas faturas apresentadas pelos prestadores, aumentos freqüentes nos preços dos materiais e medicamentos médico-hospitalares, entre outras. O setor já arca com uma alta carga tributária, e está endividado e sufocado", comenta o presidente da CNS, José Carlos Abrahão. Para ele, a elevação da alíquota deverá provocar um aumento de cerca de 60% na carga tributária atual que incide sobre os prestadores de serviço de saúde. Segundo Abrahão, a previsão é de que aconteça um aumento na contratação de mão-de-obra terceirizada na área. Também participaram da reunião na Câmara dos Deputados os representantes de outras entidades do setor saúde, como a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), a Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) e Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), entre outras. Na pauta de discussões do dia, também estava a possibilidade de criar formas especiais de financiamentos para o setor saúde no país, que garantam a sua viabilização e sobrevivência. O presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município (SindhRio), Adriano Londres, lembra que incentivos fiscais e linhas de crédito foram utilizados pelo governo para recuperar outros setores, e questiona por que não podem haver medidas semelhantes para socorrer a saúde. "Temos reiterado sempre as dificuldades por que passa o setor. Recentemente, tentamos o enquadramento no Simples, mas acabamos sendo excluídos do benefício tributário. Agora fazemos essa nova tentativa na esperança de que eles compreendam a importância da saúde privada no País, e que a crise está causando uma enorme redução de qualidade de atendimento à população", comenta José Carlos Abrahão. De acordo com ele, a saúde privada responde por 60% ou 65% dos atendimentos do próprio SUS, o que prova que a saúde pública não tem condições de existir sozinha. "Temos que coexistir", conclui o presidente da CNS.kicker: Alguns setores da saúde foram excluídos da mudança, outros não receberam o benefício O Dia Dez milhões de camisinhas O Ministério da Saúde já enviou para todo o País mais de 10 milhões de camisinhas, que serão distribuídas no Carnaval. Mais da metade dos preservativos serão entregues nos estados com os carnavais mais visitados. São Paulo receberá 2 milhões; Rio de Janeiro, 1 milhão; Pernambuco, 900 mil; e Bahia, 800 mil. Este ano, o Ministério da Saúde quer reforçar a necessidade do uso do preservativo nas relações sexuais eventuais, comuns durante os dias de folia. O slogan da campanha, lançada ontem, é Pela camisinha não passa nada. Use e confie. A campanha é dirigida aos homens de 18 a 39 anos, das classes C, D e E, parcela da população masculina com menor índice de uso contínuo da camisinha. Pesquisa feita para o Programa Nacional de DST/Aids, ano passado, mostra que 15% da população sexualmente ativa não acreditam totalmente que o preservativo pode barrar o vírus da Aids. O filme em exibição na TV destaca a flexibilidade, a resistência e a ausência de poros da camisinha. Num bar, dois rapazes conversam sobre o assunto e um deles põe o preservativo na lata de refrigerante. Em seguida, abre a lata e a camisinha infla como um balão por conta do gás. Em seguida, o rapaz vira a lata, deixa a bebida escorrer para o preservativo e mostra ao amigo que nem o ar e nem o líquido vazaram. Diário de São Paulo Campanha contra a Aids no carnaval Com o slogan "Pela camisinha não passa nada. Use e confie", o Ministério da Saúde pretende conscientizar os foliões a se proteger das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) durante o carnaval. A campanha, que começou a ser veiculada domingo em todas as emissoras de TV do país, é dirigida principalmente aos homens de 18 a 39 anos. Trata-se da parcela da população com menor índice de uso contínuo de preservativo. A escolha do tema se deve ao resultado de uma pesquisa feita pelo Ibope no ano passado. O estudo demonstrou que 15% dos brasileiros sexualmente ativos não acreditam totalmente que a camisinha é capaz de barrar o vírus HIV. De acordo com a Coordenação Nacional de DST e Aids, certos tabus ainda impedem o uso freqüente do preservativo, como a idéia de que o produto pode facilmente se romper. Criatividade Para convencer os brasileiros da resistência da camisinha, o ministério usou a criatividade. O filme para a TV, por exemplo, mostra dois rapazes conversando em um bar até que um deles coloca o preservativo na lata de refrigerante. Em seguida, o homem abre a lata e a camisinha infla como um balão por conta do gás da bebida. Depois, o rapaz vira o refrigerante e o deixa escorrer no preservativo, mostrando que nem o ar e nem o líquido vazaram. Já os cartazes e outdoors, que foram espalhados por todos os estados, mostram um peixinho nadando em um camisinha cheia de água. Durante os dias de folia, o governo vai distribuir cerca de 10 milhões de preservativos. Metade destas camisinhas será entregue nos estados mais visitados durante o feriado do carnaval, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. Estudos garantem a qualidade Muita gente ainda acredita que a camisinha possui poros capazes de deixar o vírus HIV passar durante a relação sexual. Diversos estudos científicos, nos entanto, demonstraram que esta idéia é errada. No mais recente deles, de 1993, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, utilizou-se um microscópio eletrônico para ampliar a camisinha cerca de duas mil vezes e nenhum poro foi encontrado, mesmo quando esticada. Outra pesquisa, de 1989, mostrou que nenhum dos preservativos mais utilizados no mundo apresentou poros. Os pesquisadores testaram 40 marcas. Grande parte das pesquisas sobre o rompimento do preservativo durante a relação sexual indica que a possibilidade de ocorrer um rompimento não chega a 5% das camisinhas utilizadas. A pesquisa realizada pelo The Consumer Union detectou índices de rompimento inferiores a 1%. É importante, no entanto, observar se o produto tem selo do Inmetro. Enchente aumenta risco de contaminação de alimentos Depois de contabilizar os prejuízos, a população atingida pelas enchentes têm de se preocupar com outra conseqüência. Segundo os especialistas, as chances de uma pessoa adquirir doenças veiculadas por alimentos nesses casos aumentam em até 80%. O resultado pode ser desde uma simples diarréia provocada pela exposição à salmonelas até leptospirose e hepatite A. O grande problema é a má conservação dos alimentos. A maior parte das pessoas tenta recuperar produtos e mantimentos que estavam na despensa logo após limpar a casa depois de uma enchente. Pouca gente sabe, no entanto, que mesmo os produtos hermeticamente fechados como garrafões e latas com lacre podem ser contaminados pela água que provoca a leptospirose. Segundo o biomédico Roberto Martins Figueiredo, especialista em Saúde Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os riscos são enormes. "A maior parte das pessoas só lava vidros de palmito e acham que poderão consumí-lo novamente", explica. "Visitei uma dona-de-casa em Taboão da Serra (Grande São Paulo) que reaproveitaria um garrafão de água porque estava com o lacre. Ela só acreditou, quando tirei a tampa e mostrei a o barro que estava preso na abertura do garrafão", completa. De acordo com Figueiredo, o único produto que ainda pode ser utilizado são os alimentos que estão em latas sem lacre, em que é necessário utilizar o abridor. Nesses casos, o consumidor deve prestar atenção e verificar se a lata não está amassada ou estufada. Depois, deve retirar o papel e ferver as latas com água sanitária (veja indicações no quadro ao lado) . Feira livre Depois de enchentes, o consumidor também deve ficar atento a promoções quase "milagrosas" que costumam aparecer principalmente nas feiras livres da Capital. "É bom lembrar que os alimentos podem ter sido atingidos pela chuva e estar impróprios para o consumo", alerta Figueiredo. Problemas acontecem principalmente em casa Ao contrário do que muita gente pensa, a maior parte das contaminações por alimentos acontece em casa e não em restaurantes e lanchonetes. A estimativa é de que 44% das doenças veiculadas por alimentos sejam resultado da manipulação errada dos produtos pela própria dona-de-casa. Apenas 5% das doenças acontecem por manipulação incorreta nos restaurantes, por exemplo. Um dos maiores riscos, segundo os especialistas, é a maionese feita em casa. Como o ovo não é pasteurizado, o que elimina a possibilidade de que o produto contenha salmonela, por exemplo, o risco é maior. A mudança de hábitos também pode incluir coisas simples, como lavar bem as folhas para a salada em água corrente. A medida, velha conhecida das donas-de-casa, elimina em até 70% a presença das bactérias. Usar a mesma faca para cortar alimentos diferentes é outro problema. Na hora de cozinhar, é comum utilizar a faca usada para cortar a carne para picar a cebola, por exemplo. A manipulação incorreta nesse caso ajuda na proliferação de bactérias que fazem mal à saúde. Experimentar a comida com uma colher e recolocá-la na panela é outra receita infalível para adquirir alguma das doenças veiculadas por alimentos. Informação útil Casos podem ser evitados As doenças veiculadas por alimentos atingem cerca de sete milhões de pessoas. Aproximadamente 85% desses casos poderiam ser evitados, caso os alimentos fosse manipulados corretamente. Não permita animais de estimação na cozinha, mantenha o lixo bem acondicionado e os cabelos presos enquanto prepara as refeições. Use dois refrigeradores: um para alimentos crus e o outro para preparados. Se não for possível, mantenha os alimentos crus na parte de baixo do refrigerador. Mais informações sobre como manipular corretamente os alimentos no site www.higienedosalimentos.com.br. O Globo Igreja critica campanha do governo contra Aids O ministro da Saúde, Humberto Costa, até que tentou evitar a polêmica com a Igreja Católica na campanha de combate à Aids para o carnaval, lançada ontem com o slogan "Pela camisinha não passa nada. Use e confie". O ministério chegou a mudar o slogan inicial - "Por aqui não passa nada. Bote fé, use camisinha" - para não parecer provocação. Não adiantou. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou duramente a campanha e acusou o governo de incentivar a infidelidade conjugal: - A campanha trata relações sexuais promíscuas como se fossem inevitáveis. O texto orienta: "Não se iniba, divirta-se, mas use camisinha". Incentiva-se a infidelidade conjugal e a propagação da Aids. É apagar fogo com gasolina - disse dom Rafael Llano Cifuentes, presidente da Comissão Família e Vida da CNBB. - Achamos que o slogan (anterior) poderia desafiar ou provocar polêmica com a Igreja Católica, o que julgo desnecessário, até porque o ministério trabalha com a Igreja no combate à Aids em outros países disse o ministro da Saúde. O objetivo da campanha é mostrar que as camisinhas são seguras e eficazes. As peças publicitárias veiculadas na TV exibem um rapaz enchendo uma camisinha de refrigerante e mostrando que ela não estoura nem vaza. Nos cartazes, a camisinha é transformada num aquário, com um peixinho dentro. Campanha é especialmente dirigida aos homens É mais uma tentativa de convencer os 15% da população - cerca de 14 milhões de pessoas - que, segundo pesquisa do Ibope, ainda acreditam que o preservativo não funciona mesmo se usado corretamente. Desses, 45% afirmam que não gostam da camisinha, usam outros métodos contraceptivos ou não confiam no preservativo, e 53% dizem que confiam no parceiro. A campanha é dirigida especialmente aos homens entre 18 e 39 anos das classes C, D e E. - Nessa época de carnaval, o uso de pouca roupa estimula o relacionamento sexual mais intenso. A campanha se dirige aos homens porque eles representam 60% dos que compram camisinhas - disse o ministro. Para dom Rafael, no entanto, a campanha peca por não alertar que há perigo de falha na camisinha e diz que os usuários deveriam ter o direito de saber o risco que estão correndo. O ministério distribuirá dez milhões de camisinhas no carnaval, um número recorde. No ano passado, foram oito milhões. Médicos criam prótese natural para reconstituir mama Um novo implante, constituído de células-tronco e tecido adiposo (gordura) do próprio paciente, promete ser uma opção às próteses de silicone usadas para reconstruir os seios ou, simplesmente, aumentálos. O método foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Tóquio. Tentativas anteriores de aumentar o tamanho dos seios usando a própria gordura do corpo fracassaram, segundo especialistas, porque, sem vascularização, o tecido acabava morrendo. Com a adição de células-tronco, entretanto, a formação de novos vasos sangüíneos é estimulada, impedindo a necrose do tecido. Células-tronco, as mais primitivas do organismo, são capazes de originar todos os tipos de tecidos do corpo. Reservas de gordura dos próprios pacientes são freqüentemente usadas por cirurgiões plásticos para amenizar rugas e eliminar cicatrizes. Mas a grande quantidade de tecido necessária para um implante de seio sempre representou um obstáculo para os cirurgiões. Em estudo divulgado no site da "Nature", o especialista Kotaro Yoshimura diz acreditar ter encontrado uma forma de criar o desejado efeito sem danos colaterais. Durante a cirurgia, especialistas aspiram células de gordura da barriga ou das coxas. O tecido gorduroso retirado é enriquecido com células-tronco da própria paciente, capazes de criar não apenas novos vasos sangüíneos, mas também novas células de gordura. Depois que o tecido gorduroso é misturado às células-tronco, ele é injetado na área dos seios. Usar o tecido da própria paciente no implante tem diversas vantagens, aponta o estudo: não só poucas mulheres teriam alguma objeção à retirada de gordura de barriga ou coxas, como a paciente não correria o risco de ver a prótese rejeitada por seu sistema imunológico. Os médicos registram casos, embora não muito freqüentes, de próteses artificiais que tiveram que ser removidas para garantir a saúde da paciente. Técnica foi testada numa paciente A prótese de gordura e células-tronco pode ter um aspecto bem mais natural que a de silicone, rejeitada por muitas mulheres por esse motivo. O método foi testado pela primeira vez numa paciente no mês passado. Os médicos japoneses esperam realizar mais uma dezena de procedimentos semelhantes, ainda em caráter experimental, nos próximos meses. - Acho que há uma boa chance de o método ter êxito - afirmou, em entrevista à revista "Nature", o cirurgião plástico Adam Katz, da Universidade de Virginia. Ele ressaltou, entretanto, que considera prudente a realização de mais testes em animais antes que o procedimento seja testado em maior número de mulheres. Transplante de medula: fila terá novas regras Alvo de denúncias de favorecimento, a fila de transplante de medula óssea vai mudar. O Ministério da Saúde promoverá em março um encontro para estabelecer critérios técnico-científicos para determinar a ordem dos pacientes nas filas de busca de doadores e de centros credenciados para a realização do transplante. Há três semanas, o oncologista Daniel Tabak, ex-chefe do Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo) do Instituto Nacional do Câncer (Inca), denunciou ter sofrido pressão política para alterar a ordem da fila e favorecer dois pacientes. Cerca de 600 pessoas aguardam a busca de doadores internacionais e vagas nos quatro únicos centros credenciados para transplantes de medula óssea entre pessoas não aparentadas no país. - As mudanças são urgentes porque os critérios são frouxos e obscuros disse o diretor do Inca, José Gomes Temporão. O Cemo, responsável pelo gerenciamento da fila de transplantes, será a unidade mais atingida. Temporão explicou que serão criadas duas coordenações, ligadas diretamente à direção do Inca, para cuidar do cadastro de doadores e do cadastro de pacientes, funções do Cemo. A unidade perderá o controle sobre a marcação das cirurgias, que ficará a cargo do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. - O Cemo vai voltar a ser somente uma unidade transplantadora e também voltada para a pesquisa - disse. O objetivo das mudanças, explicou Temporão, é dar mais transparência ao que tem sido um foco de tensão no sistema público de saúde. O diretor disse que o médico poderá inscrever seu paciente pela internet, recebendo imediatamente uma senha, que permitirá o acompanhamento de seu paciente da fila. Temporão disse que negocia com o Ministério da Saúde o repasse de R$ 24 milhões este ano para garantir a busca internacional de doadores para os 600 pacientes da fila, já que o cadastro do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea não localizou doadores no país para estes casos. Folha Online Evolução do câncer é indiferente a atitude otimista Médicos que encorajam a esperança nos pacientes com câncer podem sobrecarregá-los em vão, já que o otimismo não melhora as hipóteses de sobrevivência à doença, indicam os resultados de estudo australiano. O otimismo não provocou qualquer alteração no destino da maioria dos 179 doentes com câncer que cientistas australianos acompanharam durante cinco anos. Apenas oito sobreviviam quando o estudo terminou, em 2001. Todos os pacientes sofriam de uma forma comum de câncer do pulmão. Embora o estudo fosse pequeno e incidisse num câncer com poucas hipóteses de sobrevivência --só 12% dos pacientes vivem mais do que cinco anos--, especialistas dizem tratar-se do primeiro estudo cientificamente válido a analisar a relação entre otimismo e câncer. Os resultados surpreenderam os pesquisadores, que esperavam que os doentes otimistas vivessem mais tempo do que os desprovidos de esperança. Os pacientes ficam sobrecarregados com a preocupação de manter uma atitude positiva nas situações difíceis, dizem os cientistas do Centro Oncológico Peter MacCallum, de Melbourne (Austrália), e de outros cinco centros de saúde em artigo publicado hoje na revista "Cancer". O estudo constatou que o otimismo diminui quando os pacientes sentem os efeitos tóxicos dos tratamentos e quando sabem mais sobre as realidades da doença. "Devemos questionar a utilidade do otimismo se o resultado é levar o paciente a esconder a sua aflição na esperança vã de que isso lhe fará ganhar sobrevivência", comentou a principal autora do estudo, Penelope Schofield. "Se um paciente se sente pessimista... é importante considerar essa atitude válida e aceitável", acrescentou. Por outro lado... Mas embora o otimismo possa não ajudar os pacientes com câncer a viver mais, poderá ajudá-los de outras formas, segundo a ACS (American Cancer Society), que edita a revista "Cancer". Uma atitude positiva pode contribuir para hábitos alimentares mais saudáveis, deixar de fumar, beber menos, fazer mais exercício e aprender mais sobre a doença e as opções de tratamento. Muitos desses pacientes aprendem a viver com a terapia, a evitar a fadiga e até regressam ao emprego, de acordo com LaMar McGinnis, conselheira médica da ACS. "É pena que eles [os autores do estudo] não reflitam sobre a qualidade de vida", afirmou. "Não temos ilusões de que o otimismo influencie a terapia, mas acreditamos que o otimismo e a esperança influenciam na qualidade de vida dos pacientes", disse. Jornal do Commercio - RJ Vacina francesa contra câncer tem resultado animador A empresa francesa Bio-Pharmaceutique Transgene informou ontem que obteve resultados "positivos" e ''promissores'' em casos de cânceres de pulmão, próstata e rim, usando uma vacina experimental que estimula a imunidade do doente. A vacina é fabricada a partir de um vírus atenuado e modificado que contém Interleukina 2, estimula os linfócitos T do paciente e os genes encarregados pela fabricação de um elemento associado a numerosos tumores cancerosos, o antigene Muc 1, que não pode ser detectado pelo organismo. A injeção subcutânea provoca uma reação das defesas do doente que lhe permite, depois, poder reconhecer o antigene Muc 1 produzido pelo próprio tumor e reagir contra ele. Batizada como MVA-Muc1-IL2, a vacina foi utilizada em diversas modalidades, associada a uma quimioterapia clássica em cânceres de pulmão terminais ou com metástase, em cânceres de próstata e em cânceres de rim tratados com outras técnicas comuns de imunoterapia. A empresa, com sede em Estrasburgo, indicou que dos 18 primeiros pacientes com câncer de pulmão tratados durante períodos de 114 a 195 dias, cinco tiveram diminuição do tamanho do tumor em 50% e quatro se mantiveram estáveis. O laboratório prevê terminar uma segunda fase experimental, na qual espera obter resultados em 11 de 33 pacientes tratados, no próximo trimestre. Os trabalhos preliminares com cânceres de rim e próstata são também "promissores", destacaram diretores da empresa, que ressaltaram, no entanto, que sem quimioterapia de apoio, os resultados foram insuficientes para dar continuidade às provas. Novas regiões são afetadas pelo vírus da gripe das aves No Camboja, o número incomum de mortes de aves de criação leva os especialistas a acreditar que a epidemia pode ter atingido uma proporção muito superior à admitida pelas autoridades, que em declarações oficiais reconhecem a existência de apenas três focos de contaminação. O temor de que o vírus H5N1 ainda esteja se espalhando também cresceu devido ao anúncio de um novo foco na cidade chinesa de Tianjin. Com isso, 14 das 31 províncias da China já registraram a doença. O governo chinês garantiu que equipes de emergência do Ministério da Agricultura estão supervisionando as medidas que os produtores devem tomar para prevenir a contaminação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que a China possa ter casos de contaminação de humanos pelo vírus H5N1, apesar de as autoridades do país não terem admitido nenhum caso. O médico Henk Bekedam, representante da OMS em Pequim, disse que é possível haver pessoas infectadas, dada a extensão da epidemia pelo território chinês. Cientista russo alerta para epidemia mortal Nas Filipinas, mais de 350 periquitos importados da Europa foram sacrificados ontem, devido ao temor de que tenham sido contaminados pela gripe das aves ao transitar pela Tailândia. Os serviços aduaneiros apreenderam, no dia 4, um lote de 354 pássaros em um vôo comercial procedente da Holanda. "O avião fez uma pequena escala em Bangcoc, mas não podemos nos permitir nenhum risco", disse o responsável pelo isolamento no aeroporto de Manila. A Academia de Ciências Médicas da Rússia advertiu ontem para o perigo extremo que a gripe das aves representa, afirmando que, se o vírus sofrer uma mutação, poderá criar a epidemia mais mortífera da história. Os especialistas russos em virologia fizeram um apelo à comunidade internacional para que encontre o mais rápido possível uma vacina contra essa infecção. "A gripe das aves pôs o mundo à beira de uma catástrofe sanitária", comentou Dmitri Lvov, diretor de virologia da academia. No caso de uma epidemia, as conseqüências não poderiam ser piores, segundo o cientista. "A gripe das aves transmissível entre seres humanos por uma mutação do vírus e estendida a todo o mundo poderia acabar com 80% da população humana", alertou. A OMS, no entanto, voltou a afirmar durante o fim de semana que o vírus H5N1 não é transmitido entre pessoas, sugerindo que por enquanto não há mutações capazes de transformá-lo em uma epidemia para os seres humanos. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) também esclareceu que o relato da contaminação de suínos no Vietnã, na semana passada, foi baseado em testes experimentais e não tem embasamento científico. Os cientistas consideram os porcos um dos animais mais propensos a realizar uma combinação genética dos vírus da gripe das aves e da gripe humana. A OMS e a FAO consideram que a medida mais eficiente para deter a doença ainda é isolar os focos e sacrificar todas as aves de criação no raio de três quilômetros de cada surto. Os dez países asiáticos que registraram casos da gripe já mataram cerca de 50 milhões frangos e patos. EUA notificam OIE sobre casos em Delaware O governo americano notificou oficialmente, ontem, à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) a existência de um foco do vírus da gripe das aves em uma fazenda do estado de Delaware. A agência confirmou, no entanto, que a variedade detectada nos EUA não é igual à que causou 19 mortes na Ásia. "A cepa viral em questão é a H7 e não a H5, como na Ásia, o que demonstra que as duas doenças não estão relacionadas", declarou Bernard Vallat, diretor da OIE. "O teste oficial da OIE tem sido aplicado para determinar o indíce de patogeneidade do vírus. Mas será preciso esperar vários dias para conhecer os resultados", acrescentou Vallat. Cerca de 12 mil frangos foram sacrificados no sábado, em uma fazenda do condado de Kent, Delaware, onde foi detectado o vírus H7. Diversos países seguiram os passos da Coréia do Sul, que anunciou, ainda no sábado, a suspensão das importações de produtos avícolas dos EUA. Entre estes, estão o Japão, China, Cingapura e Malásia. A Rússia, maior consumidora de frangos dos EUA, e as Filipinas suspenderam apenas as compras do estado de Delaware. Os governos de todos os países disseram que a medida é preventiva. A Comissão Européia, por sua vez, enfatizou que a variante detectada nos EUA não é perigosa. A União Européia não importa carne de ave para consumo humano dos EUA, mas compra os chamados "frangos de um dia" e ovos para incubar, que nos países europeus são utilizado para a reprodução. Concluída investigação do mal da vaca louca Nenhum dos exemplares que faziam parte do rebanho do animal que sofria do mal da vaca louca nos EUA tinha a doença, informou ontem o Departamento de Agricultura americano, ao anunciar o fim da investigação sobre o caso, descoberto em dezembro do ano passado. O chefe de inspeção veterinária do Departamento de Agricultura, Ron DeHaven, disse que foram identificadas 225 cabeças de gado que poderiam ter algum tipo de vínculo com o animal infectado. Todas foram sacrificadas e os exames feitos nos tecidos para determinar se sofriam da doença deram negativo. O Departamento de Agricultura anunciou no dia 23 de dezembro de 2003 um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a doença conhecida como o mal vaca louca, em um animal da raça Holstein de um rebanho do estado de Washington. O animal tinha sido importado da província canadense de Alberta, onde, em maio de 2003, também foi detectado um caso da doença. DeHaven admitiu que só foi possível localizar 28 das 80 cabeças de gado que entraram nos EUA com o animal infectado. O fim da investigação é um passo importante para os EUA convencerem seus parceiros comerciais a retomar a compra de carne bovina do país. As exportações de bife americano - estimadas em US$ 3,8 bilhões por ano - estão praticamente paralisadas desde dezembro. Paraná Online O risco de câncer associado aos raios-X é pequeno O risco de desenvolver câncer que um paciente exposto a exames de raios-X e tomografia computorizada corre fica abaixo de 2%, indica um estudo britânico publicado na revista médica The Lancet. Embora já se soubesse que o risco das radiações do raio-X é pequeno, esse estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford e do Cancer Research, no Reino Unido, constitui o esforço mais rigoroso realizado até agora para avaliar com precisão os riscos que esses exames representam à saúde. A tomografia computorizada é um meio de diagnóstico que combina o uso de raio-X com computação para produzir cortes tomográficos, horizontais ou verticais, que permitam observar melhor determinadas partes do corpo. A radiação que emitem é significativamente maior que a dos equipamentos de raio-X comuns. Segundo a nova pesquisa, o risco de câncer - estimado entre 0,6% e 3,2% -varia com a freqüência dos raios-X em 15 países estudados. Especialistas não envolvidos no estudo comentaram que as vantagens dos raios-X e da tomografia computadorizada são muito superiores aos riscos que representam. Nos 15 países em que a pesquisa foi realizada, o risco de câncer associado aos raios-X é mais baixo no Reino Unido, onde são usados com menor freqüência. Os cientistas estimam que 0,6% do risco cumulativo de câncer em britânicos com menos de 75 anos provém da exposição aos raios-X, que representam 700 dos 124 mil diagnósticos anuais de câncer. Gene ligado à embriaguez Pesquisadores norte-americanos descobriram um gene responsável pela embriaguez depois de embebedarem milhares de pequenos vermes, descoberta que poderá tornar mais eficaz a luta contra o alcoolismo. A experiência foi realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, e está descrita na revista Cell. O estudo partiu do princípio de que o álcool afeta todos os animais de forma similar. Dessa maneira, os homens, como os vermes, deveriam ter um único gene responsável pela embriaguez. "O nosso objetivo final é encontrar um meio para curar o alcoolismo e o abuso de drogas," disse Steven McIntire. "Esperamos desenvolver terapêuticas eficazes para melhorar a capacidade das pessoas deixarem de beber." Depois de trabalhar seis anos no projeto, McIntire pode agora identificar um verme bêbado tal como um policial de trânsito o faz com um condutor alcoolizado. Ele e a sua equipe de cientistas deram a dezenas de milhares de vermes quantidades de álcool semelhantes, na proporção, às que deixariam um ser humano impedido de dirigir legalmente. Constataram, então, que os vermes embriagados se moviam mais devagar e desastradamente do que os sóbrios e punham menos ovos. Além disso, os vermes sóbrios formavam claramente um "s" para se mexer, enquanto os ébrios tinham os corpos mais direitos e menos ativos. Jornal do Commercio - Recife Acroleína Frituras foram banidas da cozinha. Óleo, manteiga ou margarina viraram os vilões das frigideiras. E o azeite tornou-se o curinga de todas as receitas. Como o objetivo cada vez mais comum é cortar calorias e diminuir o risco de os pratos contribuírem para doenças do coração, o azeite, por conter um tipo de gordura que aumenta o colesterol bom, passou a ser o substituto oficial de tudo o que serve para fritar. Mas os nutricionistas fazem um alerta: ele só deve ser consumido in natura, nunca aquecido, porque, quando levado ao fogo, libera uma substância cancerígena. "Quando aquecido, o azeite libera uma substância, a acroleína, que, ao se acumular no organismo, pode levar a um câncer", explica a nutricionista Tânia Bottino, que já trabalhou no Instituto Nacional de Câncer (INCa), onde desenvolveu uma pesquisa sobre o tema. Segundo ela, o ideal é utilizar uma panela que cozinha os alimentos no vapor, porque ela ainda ajuda a preservar os macro e os micronutrientes dos alimentos, e só depois disso acrescentar azeite. Um bom substituto para o óleo, recomenda a especialista, é a halvarina, que é parecida com a margarina, mas sem gordura hidrogenada. Encontrada nos supermercados, pode ser utilizada para o cozimento dos alimentos. Mas o azeite continua tendo o seu lugar marcado na cozinha. "O organismo precisa de gordura. E o azeite faz bem às coronárias. Recomendo uma colher (de chá) no almoço e outra no jantar", diz Tânia. Segundo o nutricionista Leonardo Haus, a gordura é uma substância necessária ao organismo. "Ela ocupa um percentual bastante significativo de uma dieta, algo em torno de 25% a 30%. Algumas vitaminas, as chamadas lipossolúveis, que são as A, D, E e K, são absorvidas em meio a gordura", explica o especialista. A gordura, de acordo com Haus, também é responsável pela manutenção da temperatura do nosso organismo. "Quanto mais fria, melhor a qualidade da gordura e seu aproveitamento pelo organismo", defende. Para ele, os benefícios do azeite são bem claros. Os óleos, como os de milho, girassol, algodão e canola, são todos com gorduras poliinsaturadas. Já o azeite é uma gordura monoinsaturada. "E é justamente essa que de fato colabora tanto para a elevação como também para a manutenção das taxas de HDL, o bom colesterol", explica o nutricionista. Porém, ele adverte com todas as sílabas: somente a frio. Aquecido, o azeite pode fazer um mal danado. "A forma mais agressiva da gordura é a acroleína, substância que se forma a partir da saturação da gordura. Essa substância possui um cheiro característico: aquele de pastelaria. Aquecer a manteiga então é pior ainda, porque essa é uma gordura animal e saturada. Depois de levada ao fogo, promove quase que uma elevação imediata das taxas lipídicas e colesterolêmicas", diz ele. Depois dessa, bifinho, ovos e outras delícias fritadas na manteiga tornam-se quase que uma aventura, tamanho o risco que representam. AO MEDITERRÂNEO - Segundo Leonardo Haus, os fãs de uma fritura devem buscar inspiração nos povos do Mediterrâneo, que, em sua dieta, consomem 70% da gordura fria. "Apesar de ser grande a quantidade de gordura consumida, ela é sempre a frio. Já entre a população brasileira, 80% do consumo de gorduras são aquecidas incrementando o consumo das saturadas, o que deve ser mudado", diz. Quanto à quantidade de azeite a ser consumida, Leonardo Haus concorda com a nutricionista Tânia Bottino, apesar de usarem medidas diferentes. "Sugiro que a pessoa não ultrapasse uma colher das de sopa, já que o azeite, provavelmente, não será a única fonte de gordura de uma dieta. Iogurte, carnes de um modo geral, queijos e outros tipos de proteínas oferecem também gordura e por isso seu consumo deve ser bem dosado em nosso dia-a-dia", explica o nutricionista. Agência Estado OMS crê que gripe avícola contaminou humanos na China. Gripe aviária dos EUA é menos patogênica, aponta USDA A Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que a China possa ter casos de contaminação de humanos pelo vírus da gripe avícola, embora as autoridades do país não tenham divulgado nenhum caso. O médico Henk Bekedam, representante da OMS em Pequim, disse que é possível haver pessoas contaminadas dada a extensão da epidemia pelo território chinês. O governo anunciou recentemente um novo caso em uma granja da cidade de Tianjin, leste do país. Com isso, 14 das 31 regiões em que a China está dividida já registraram a doença. O governo chinês disse que equipes de emergência do Ministério da Agricultura estão supervisionando as medidas que os produtores devem tomar para prevenir a contaminação. Mas os focos não param de aparecer. Hoje as províncias de Hubei, Yunnan e Shaanxi anunciaram novos casos de contaminação. A OMS tem discutido a possibilidade de haver casos de pessoas doentes com as autoridades chinesas e tem recomendado a realização de testes nas granjas e o monitoramento de pessoas que entram em contato com as aves doentes. Jornais oficiais têm publicado que produtores nos vilarejos afetados estão sendo colocados em quarentena. No Vietnã e na Tailândia 19 pessoas morreram contaminadas pela doença. As informações são da Dow Jones. Diário do Grande ABC Epidemia de rotavírus mata 24 crianças na Guatemala Em duas semanas, a epidemia de rotavírus já matou 24 crianças menores de cinco anos na Guatemala, e o número de casos da doença está aumentando rapidamente nos hospitais pediátricos, informou nesta segunda-feira a porta-voz do Ministério da Saúde, Raquel León. A crise desatou neste fim de semana com 230 crianças contaminadas pelo rotavírus, que causa gastrenterite aguda. Nesta segunda-feira, um menino de um ano morreu no município de San Juan Sacatepéquez, aumentando para 24 o total de vítimas fatais do rotavírus, destacou a assessora. Dados preliminares do Departamento de Epidemiologia dão conta de 26.059 casos de diarréia neste ano, dos quais 53% (13.800) correspondem a crianças menores de cinco anos. Em todo o país, oito dos 22 estados estão ameaçados pela epidemia: Cidade da Guatemala (centro), Escuintla, Suchitepéquez (sul), Huehuetenango, San Marcos, Sacatepéquez (oeste), Petén e Alta Verapaz (norte). Diário do Nordeste Leptospirose tem sintomas parecidos com a gripe Inundações e lixo acumulado são sinais de alerta para a leptospirose, uma doença transmitida ao homem pela urina do rato. Apesar de não existir nenhum caso confirmado da doença este ano, conforme o coordenador do Núcleo de Endemias da Secretaria da Saúde do Estado, Nélio Moraes, é preciso que a população fique atenta aos sintomas iniciais da leptospirose, que se confundem com os de doenças como gripe e dengue. Febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço, olhos vermelhos e calafrios são sinais de alerta, principalmente se houver histórico de contato com alagamentos e inundações. Conforme Nélio Moraes, médicos e enfermeiras deve ficar bastante atentos a estes sintomas, não esquecendo de considerar o histórico dos pacientes, como forma de diagnosticar precocemente a doença. Ele explicou que o rato não é determinante para a contaminação, já que o animal pode não estar infectado pela bactéria. Ele disse ainda que, se o PH da água for muito básico, a Leptospira não sobrevive. Entretanto, se houver contaminação, o período de incubação varia de 07 a 14 dias. O médico explicou ainda que não é aconselhável fazer desratização nesse período.