Resenha 01 - UNESP de Ourinhos

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André Luiz Vieira Martins
Livro: Região e Geografia
Autora: Sandra Lencione
Sobre o Autor:
Professora Titular do Departamento de Geografia, defendeu tese de livre-docência
em 1997, tendo desenvolvido seu pós-doutorado em 1992, na Universidade de Paris
I (Pantheon-Sorbonne). Possui Bacharelado em Geografia pela Universidade de São
Paulo, (1975) e Licenciatura em Geografia, também pela mesma universidade e ano.
O mestrado e o doutorado são em Geografia (Geografia Humana), sendo o primeiro
título de 1985 e, o segundo, de 1991, ambos obtidos na Universidade de São Paulo.
Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Regional, atuando
principalmente nos seguintes temas: teoria da região, metrópole, indústria e São
Paulo.
Capitulo 01: As Origens do Pensamento Geográfico.
A autora inicia o capitulo fazendo uso de uma frase escrita pelo geógrafo
Estrabão que diz que a Geografia (...) nos parece ser, como algumas outras
ciências, do domínio da filosofia (...) a variedade de aplicações que é susceptível à
Geografia, que pode servir por sua vez às necessidades dos povos e aos interesses
dos chefes... implica que o geógrafo tenha esse mesmo espírito filosófico habituado
a meditar sobre a grande arte de viver e de ser feliz.
Avançando na leitura podemos identificar a autora caracterizando o processo
civilizatório que aos poucos foi subvertendo a experiência de sujeição dessas
sociedades aos imperativos naturais, que exemplifica por meio de técnicas agrícolas
que foram sendo desenvolvidas, como podemos exemplificar pela utilização do
arado e da irrigação que acabou possibilitando alterar diretamente as condições de
plantio e obter melhores colheitas.
É interessante destacar que os sumerianos nos deixaram como legado o que
podemos considerar como a primeira representação cartográfica do mundo:
Ou seja um mapa de 2700 anos antes da era cristã, ao realizar uma análise sobre a
imagem nos deparamos com uma interpretação polêmica, pois apresentaria uma
divisão do todo, contendo uma repartição no interior do círculo maior rodeado de
água, representando cidades e regiões. Fora do círculo aparecem triângulos que,
também recortes do todo, são em geral interpretados como representando regiões
escuras, onde o sol não iluminaria.
Grandes descobertas como a concepção esférica da Terra é que permitiu aos
grupos a elaboração da divisão da Terra em zonas que Aristóteles ao demonstrar
que durante os eclipses a sombra projetada da Terra é arredondada, procurou
comprovar a esfericidade desta.
A autora destaca que na antiguidade os grandes nomes relacionados ao
conhecimento geográfico são aos de Heródoto e Erastóstenes, sendo importante
salientar que Heródoto realizou inúmeras viagens pela Babilônia, Egito, Fenícia,
pelas costas do Mar Negro, Pérsia e pelo norte da África, e como resultado obteve a
elaboração de correções destinadas aos mapas produzidos até então. Salientar a
importância de estudos e pesquisas desde períodos da antiguidade podem ser
evidenciados pela imensurável grandiosidade da obra de Estrabão, que fez uma
ampla discussão de suas ideias.
Cristianizar ou islamizar eram objetivos inseparáveis da expansão territorial. A
formação de reinos e impérios marcava o cenário de uma Europa Medieval
constituída a partir da queda do Império Romano. O embate entre esses dois
mundos - cristão e muçulmano - traduziu-se na Reconquista dos povos ibéricos de
suas terras dominadas pelos árabes, nas expedições feudais - as cruzadas - que, do
século XI ao XIII, lutaram pela dominação da Terra Santa. Nessa época, a Europa
Medieval tinha no poder da Igreja a compulsão que ritmava a vida. As terras eram
divididas em feudos, onde senhores exerciam seu domínio sobre os servos da
gleba. O saber era apanágio, sobretudo da Igreja, para a qual o conhecimento
adquirido com algum método, quando não recusado, era praticamente indiferente.
Do ponto de vista da Igreja, o estudo sistemático da natureza não conduziria a
realizar seu objetivo supremo que era o de conhecer Deus, considerando legítimo e
acabado o conhecimento advindo do estudo da Sagrada Escritura. Por meio da
Bíblia, o mundo se explicava e se tornava compreensível.
Podemos concluir o capítulo destacando a grandiosa importância de inúmeros
viajantes que através de seus descobrimentos marítimos, redescobriu-se o
conhecimento da Antiguidade Clássica, abalando-se assim as concepções
características do conhecimento geográfico da Idade Média.
Quadro Sinótico de Referências Mencionadas no Capítulo:
2.700 a.C.
Sumérios
Primeira representação do mundo
640-546 a.C.
Tales de Mileto
Medida da circunferência da Terra
582 a.C.
Pitágoras
Denominação do universo: Cosmos
550-475 a.C.
Hecateu
Obra: Inquéritos e Círculos da Terra
460-377 a.C.
Heródoto
Denominação da floresta da Cintia
384-324 a.C.
Aristóteles
O conceito de Ecúmeno
334-324 s.C.
Expedição de Alexandria
Conhecimento do interior da Ásia
331 séc. ll d.C.
Alexandria
Centro Cultural da Antiguidade
Séc. ll d.C.
Ptolomeu
Fixação da linha do meridiano
275-194 d.C.
Erastóstenes
Cálculo da Supérficie terrestre.
63-25 d.C.
Estrabão
Obra: Geografia
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