SISTEMA DE ILUMINAÇÃO A LEDs RGB COM CONTROLO REMOTO RGB LINGHTING SYSTEM WITH REMOTE CONTROL José António Barros Vieira1, André Laranjeira2, Pedro Rodrigues3 Abstract This paper shows the applying teaching used in the Electrical Engineering and Telecommunications in ESTCB. The prototype consists of a LED lighting system RGB that enables to control the "lamp" LED, set the brightness, create a custom color and finally set an alarm clock all through a wireless command. The steps are described for the realization of the prototype showing how students can integrate the various acquired knowledge in engineering. The prototype consists of two parts: the remote control comprises a microcontroller, an infrared LED and a matrix keyboard, where the user enters a command to send the lighting system that is constituted by a microcontroller, an infrared reception, "a lamp" RGB LED's, an LCD and a clock/alarm obtaining a functional prototype/an engineering solution. Index Terms Electrical Engineering Education, LED Control, RGB, microcontroller programmed in C, Communications Infrared, Electronics, Sensors and Actuators. Resumo Este artigo mostra a forma de ensino aplicado utilizado na Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e das Telecomunicações na ESTCB. O protótipo consiste num sistema de iluminação a LEDs RGB que permite controlar a “lâmpada” a LED, definir a intensidade luminosa, criar uma cor personalizada e por fim definir um relógio/despertador tudo isto através de um comando sem fios. São descritos os passos para a realização do protótipo mostrando como os alunos conseguem integrar os vários conhecimentos adquiridos em engenharia. O protótipo é constituído por duas partes: o controlo remoto constituído por um microcontrolador, um LED de infravermelhos e um teclado matricial, onde o utilizador introduz o comando a enviar e o sistema de iluminação que é constituído por um microcontrolador, um receção de infravermelhos, uma “lâmpada” de LED’s RGB, um LCD e um relógio/alarme obtendo-se um protótipo funcional/ uma solução de engenharia. Index Terms Ensino de Engenharia Eletrotécnica, Controlo de LEDs RGB, microcontroladores programados em C, comunicações por Infravermelhos, Eletrónica, Sensores e Atuadores. I. INTRODUÇÃO Nos últimos tempos tem-se verificado um aumento no surgimento de pequenos gadgets que têm vindo a facilitar a vida das pessoas, com base nos avanços da tecnologia é possível desenvolver equipamentos, quer sejam eles de utilidade pública, utilidade privada ou apenas para entretenimento. Os avanços na tecnologia de comunicação por infravermelhos e avanços na tecnologia de iluminação a LED foram desde o início uma grande motivação para desenvolver este sistema. Os sistemas de iluminação a LED são muito utilizados quer seja em contexto público ou em contexto doméstico, como é o caso do sistema desenvolvido. Assim com a utilização de LED’s RGB, no último contexto, é possível criar ambientes distintos apenas com recurso á luz colorida emitida por este tipo de LED, com isto o utilizador pode modificar o ambiente em que está inserido com o simples premir de uma tecla no controlo remoto, sem ter de se deslocar perto do sistema de iluminação. Deste modo, o principal objetivo foi desenvolver de raiz um sistema de iluminação com LED’s RGB, que através de um comando de infravermelhos possa ligar, desligar, mudar de cor, criar uma cor personalizada, e ainda visualizar um relógio e definir um alarme. Para se conseguirem atingir todos estes objetivos, foi necessário efetuar um estudo detalhado acerca de quatro situações principais, a comunicação por infravermelhos, o sistema de cores RGB, os LED’s RGB e os microcontroladores PIC® série16F que serão detalhados mais á frente neste artigo. II. TECNOLOGIAS E CONCEITOS 1 José António Barros Vieira, Coordinator of the Electronics Engineering and Telecommunications Bachelor at Higher School of Technology, Polytechnic Institute of Castelo Branco - ESTCB - Portugal - 2010-2015, [email protected] 2 André Laranjeira, Student at Electronics Engineering and Telecommunications Bachelor at ESTCB, [email protected] 3 Pedro Rodrigues Student at Electronics Engineering and Telecommunications Bachelor - Portugal, [email protected] DOI 10.14684/WCCSETE.2.2016.62-70 © 2016 COPEC September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 62 A. Hardware utilizado no Controlo Remoto No controlo remoto utilizou-se como base o seguinte hardware: • Microcontrolador PIC® 16F84, para gerar a trama para enviar para o recetor; • LED de Infravermelhos, LD 271; • Temporizador NE555N para gerar o sinal modulador que modula a Trama á frequência de 3.5 kHz; • Teclado matricial 4x4 utilizado como interface para o utilizador. B. Hardware utilizado no Sistema de Iluminação No Sistema de Iluminação, utilizou-se o seguinte hardware: • Microcontrolador PIC® 16F777, para interpretar a Trama que recebe do Controlo Remoto; • Lâmpada de LED’s RGB, construída com LED’s SMD, montados em 5 placas de circuito impresso dispostas em forma de prisma; • Módulo de receção de Infravermelhos, que contem circuitos internos de amplificação, filtragem e desmodulação de frequências na ordem dos 3,5 kHz. • LCD de 2 linhas com 16 caracteres cada, para se poderem visualizar as informações necessárias ao funcionamento do sistema; • RTCC (Real-Time Clock), utilizado para enriquecer o sistema, introduzindo a funcionalidade de um relógio com alarme; • LDR (Light dependent Resistor), utilizada para introduzir uma funcionalidade de ajuste de brilho automático para que o sistema se ajuste á luminosidade existente no meio. C. Comunicação por Infravermelhos A comunicação por infravermelhos efetua-se numa zona do espectro eletromagnético não visível, cujos comprimentos de onda estão na zona dos 10-5 metros, como se pode verificar na FIGURA 1. FIGURA 1 - Espectro Eletromagnético Para efetuar a comunicação o LED emite um feixe de luz não-visível que transporta a informação pretendida, modulada por uma onda quadrada com frequência de 3,5 kHz. Quando este feixe chega ao módulo de receção é desmodulado, amplificado e posteriormente entregue ao microcontrolador, que ordena a execução de uma função específica do sistema de iluminação. D. Sistema de cores RGB RGB, é a abreviatura do sistema de cores aditivas, formado por três cores base, o vermelho (Red), o verde (Green) e o azul (Blue). O propósito principal deste sistema de cores é a reprodução de cores em dispositivos eletrónicos, como por exemplo em monitores de televisão e computador, scanners e câmaras digitais. Este modelo de cores é baseado na teoria de visão colorida tricromática, e no triângulo de cores de Maxwell. FIGURA 2 - Sistema de cores RGB Neste modelo a cor vermelha, verde e azul são as três cores primárias, que são combinadas de várias formas de modo a obter diferentes cores, deste modelo podem obter-se 8 cores fixas que são representadas usualmente em computação por 1 byte ou 8 bits, sendo que uma cor com intensidade máxima tem valor 255 e uma cor com intensidade mínima tem valor 0. Além das 8 cores fixas pode gerar-se um vasto conjunto de tons das mesmas, variando a intensidade de cada cor base independentemente. E. Protocolo I2C No sistema de iluminação para efetuar a comunicação entre o microcontrolador e o RTCC, foi necessário utilizar um protocolo específico, o I2C, InterIntegrated Circuit. Como o próprio nome indica é um protocolo utilizado para efetuar a comunicação entre circuitos integrados. Este protocolo de comunicação permite uma boa modularização das comunicações, bem como uma grande flexibilidade no funcionamento consumindo pouca corrente e sendo imune a ruídos. O Barramento I2C é conhecido por utilizar apenas dois fios de dados para efetuar a comunicação entre os vários dispositivos eletrónicos, como se pode ver na FIGURA 3. © 2016 COPEC September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 63 referido anteriormente neste artigo. Este sistema possui um teclado, que permite ao utilizador premir uma tecla e enviar via infravermelhos uma instrução para o sistema de receção. Para o efeito foi necessário dimensionar um circuito eficiente, constituído por 5 blocos principais, tal como se descreve no seguinte diagrama de blocos. FUGURA 3 - Estrutura da comunicação I2C No caso deste sistema, apenas se possui um master e um slave, em que o master é o microcontrolador e o slave é o RTCC. Este protocolo de comunicação tem uma trama com um formato específico, que é representado de seguida. FIGURA 4 - Formato da Trama do Protocolo I2C III. SISTEMA DESENVOLVIDO O projeto que foi desenvolvido encontra-se dividido em duas partes distintas que se interligam entre si, o controlo remoto e o sistema de iluminação. De um modo geral o controlo remoto envia as instruções para o sistema de receção de infravermelhos, que por sua vez entrega a trama recebida ao microcontrolador. Este, consoante o comando enviado por infravermelhos executa a operação desejada pelo utilizador. Este modo de funcionamento foi possível devido a um dimensionamento correto dos circuitos emissor e recetor, e uma programação eficiente dos microcontroladores existentes no sistema. A FIGURA 5 representa de um modo simplificado o funcionamento do sistema. FIGURA 5 - Diagrama simplificado do funcionamento do sistema A. FIGURA 6 - Diagrama de blocos do controlo remoto De um modo geral o funcionamento do controlo remoto em termos de hardware é, ao premir uma tecla, o microcontrolador reconhece-a, pois as linhas e as colunas do teclado matricial estão lidadas diretamente ao porto B da unidade de processamento, de seguida o microcontrolador, consoante a tecla que foi premida, envia uma sequência de bits para o oscilador (NE555N) e para o modulador. Por fim a trama após ser modulada, é entregue ao emissor de infravermelhos. Microcontrolador: O microcontrolador existente no controlo remoto (PIC® 16F84) tem como funções principais, interpretar uma tecla que foi premida no teclado, e segundo a tecla que foi premida, coloca no Pino A3 uma trama que será posteriormente entregue ao oscilador e ao modulador. Pode dizer-se que a unidade de processamento é como que o cérebro que controla todas as operações executadas pelo sistema controlo remoto. Oscilador: Em qualquer comunicação sem fios é necessário modular o sinal que transmite a informação para que esse mesmo sinal seja menos suscetível a interferências externas. Para isso foi necessário dimensionar um oscilador, com base no circuito integrado NE555N, este dispositivo tem três modos de funcionamento distintos, modo astável, monoestável e biestável, utilizou-se o temporizador em modo astável que produz uma onda quadrada com uma frequência de 3,5 kHz, necessária á modulação. Este circuito é alimentado diretamente a partir do microcontrolador (Pino A3), para poupar alguma energia, pois este circuito integrado só é alimentado quando se pretende transmitir uma trama. Utiliza-se esta frequência pois o bloco de receção de infravermelhos possui um filtro passa-banda sintonizado para os 3,5 kHz. A FIGURA 7 mostra o esquema elétrico dimensionado para o efeito. Controlo Remoto O controlo remoto desenvolvido para este projeto tem por base o microcontrolador PIC® 16F84, tal como já foi © 2016 COPEC September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 64 pulso, o sinal de saída, VO=0 V. Quando o sinal de informação se encontra a 5 V (nível lógico 1), ou seja existe um pulso, o transístor entra em condução e á saída (VO) temse a forma de onda da portadora, com a mesma duração do impulso de informação, com isto obtém-se o sinal a entregar ao LED de infravermelhos, já modulado pela portadora de 3,5 kHz que foi gerada pelo oscilador, tal como se pode verificar pela análise da FIGURA 10. FIGURA 7 - Circuito de oscilação (NE555N) Com o circuito acima representado é possível então gerar a portadora de 3,5 kHz, e com um factor de ciclo o mais próximo possível de 50%, isto porque ao usar esta topologia é muito difícil conseguir que o TH (Tempo a High) seja igual ao TL (Tempo a Low). A FIGURA 8 mostra o sinal modulante á saída do temporizador NE555N, a escala de tensão é 5 V e a escala de tempo é de 0,1 ms. FIGURA 8 - Sinal de saída do oscilador - Sinal Modulante Modulador: Para efetuar a modulação da Trama, foi necessário o dimensionamento de um circuito muito simples, para isso foi utilizado um transístor MOSFET 2N7000, este encontra-se em regime de comutação, ou seja ou está ao corte ou na zona de saturação. Optou-se por esta forma de modulação, pois é de fácil dimensionamento e também de custo muito reduzido. O esquema elétrico do modulador em questão é representado na FIGURA 9. FIGURA 9 - Circuito de Modulação Neste circuito de modulação visto que o transístor funciona ou ao corte ou na zona de saturação, obtém-se a seguinte resposta, quando o sinal de informação (Trama) se encontra a 0 V (nível lógico 0), ou seja não existe nenhum © 2016 COPEC FIGURA 10 - Sinal modulado entregue ao emissor Emissor de Infravermelhos: O emissor de infravermelhos que foi utilizado foi o LD 271 da Osram® este LED tem de ser polarizado, mais uma vez por um transístor MOSFET 2N7000. É necessário esta polarização, para garantir uma corrente constante no LED, e ainda para otimizar o processo de comutação, quando lá chega o sinal de informação modulado. A FIGURA 11 representa o esquema elétrico do emissor de infravermelhos propriamente dito. FIGURA 11 - Emissor de Infravermelhos O circuito anteriormente representado funciona da seguinte forma, á Gate do transístor chega o sinal de informação modulado, que conforme seja 0 V ou 5 V, faz com que o transístor fique ao corte ou na zona de saturação respetivamente, assim o emissor “pisca” á frequência de 3,5 kHz, durante o tempo de duração de um pulso que foi enviado, para os restantes pulsos da trama o procedimento repete-se. Com todos estes 5 blocos principais, o controlo remoto consegue enviar uma trama, que é pouco afetada por interferências externas, e permite ao utilizador dar uma ordem de execução ao sistema de receção. Assim consoante a tecla que for premida no teclado o microcontrolador interpreta-a e gera uma trama que será enviada para o sistema de iluminação. September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 65 Software Desenvolvido: Para a execução do controlo remoto além de todo o hardware que foi dimensionado, desenvolveu-se também um software no microcontrolador. O programa que foi desenvolvido no controlo remoto tem apenas uma função, gerar uma trama de 5 bits, coloca-la no Pino A3 do microcontrolador para que seja entregue ao emissor de infravermelhos que envia essa trama para o sistema de iluminação, para que este execute consoante a trama recebida uma função específica. A trama que foi programada no microcontrolador do controlo remoto tem por base a tabela da seguinte FIGURA . FIGURA 12 - Trama gerada consoante a tecla premida Como se pode ver na tabela acima o primeiro bit da trama é sempre 1, isto para que seja detetado pelo pino do microcontrolador do sistema de iluminação, os restantes bits são código binário sequencial. O fluxograma seguinte representa o programa principal que foi desenvolvido para gerar a trama acima descrita. Programa Principal impresso em ambiente DXP que comportam 4 LED’s RGB cada uma, placas essas que são depois interligadas com sistema controlador, que possui o bloco de receção de infravermelhos, o LCD, o sensor de Luminosidade, o RTCC e ainda o sistema de alarme. O sistema de iluminação/recetor pode ser representado pelo seguinte diagrama de blocos para que se compreenda melhor a ligação existente entre cada um dos blocos que compõem o mesmo. FIGURA 14 - Diagrama de blocos do sistema de iluminação Este sistema recetor, ao receber uma trama por infravermelhos, executa a função que diz respeito á tecla que foi premida do teclado do controlo remoto, de um modo geral com o toque numa das teclas, pode ligar ou desligar a iluminação, mudar de cor, criar uma cor personalizada, selecionar um modo automático que executa uma sequência fixa de cores, selecionar um modo sensor em que a intensidade da luz aumenta ou diminui consoante a luminosidade existente no meio envolvente, e ainda definir e visualizar um relógio com alarme. Ler_Tecla() Num2String(Tecla) Str[i]==(1) Envia Pulso de duração Tb=(3ms) S N Str[i]==(0) Não Envia Pulso Durante 3ms i<=5 FIGURA 13 - Fluxograma do Programa Principal (Emissor) B. Microcontrolador: O microcontrolador que se usou no desenvolvimento deste sistema de iluminação (PIC 16F777), tem como função controlar todo o sistema, pode dizer-se que o microcontrolador é o cérebro de todo o sistema, pois ao receber uma trama por infravermelhos, interpreta-a, e executa a função que foi ordenada pelo utilizador. Módulo de Receção de Infravermelhos: O módulo de receção de infravermelhos que foi utilizado é um produto SHARP®, o módulo GP1U5. Este recetor de infravermelhos, é constituído por um foto transístor, mas possui também circuitos internos de amplificação, filtragem e desmodulação, para que á saída deste bloco se obtenha um sinal quadrado perfeito, livre de interferências. A FIGURA 15 representa o diagrama de blocos interno do módulo de receção. Sistema de Iluminação O sistema de iluminação/recetor foi desenvolvido com base no microcontrolador PIC® 16F777, tal como já foi referido anteriormente neste relatório. Este sistema tem como principal função, a iluminação e/ou decoração dinâmica de um espaço. Para isso foram desenvolvidas 5 placas de circuito © 2016 COPEC September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 66 tensão entre a saída e o comum eletrónico seja 5 V, deste modo consegue-se obter um sinal igual á trama que foi enviada a partir do controlo remoto. A FIGURA seguinte mostra os sinais hipotéticos de entrada e saída desta montagem. FIGURA 15 - Diagrama de Blocos do Módulo de Receção Como se verifica, a unidade de deteção de infravermelhos é constituída internamente por um foto transístor, um limitador com condensadores de acoplamento para retirar a componente DC do sinal recebido, depois tem um limitador de tensão, um filtro passa-banda centrado na banda dos 3,5 kHz, um desmodulador, um integrador e por fim um comparador, que liga na base de um transístor, cujo coletor é onde se retira o sinal de saída VO. Este sinal que se obtém deste componente traduz-se na trama que foi enviada pelo controlo remoto, mas invertida, pelo que é necessário inverte-la, com recurso ao circuito que vai ser apresentado de seguida. Inversor de Sinal: O inversor de sinal consiste numa montagem com um transístor Bipolar (BJT), uma resistência de 8,2 kΩ ligada ao Dreno e outra de 1 kΩ ligada á Gate. Este inversor de sinal foi necessário, visto que o sinal de saída do módulo de receção (trama que transporta a informação) está invertido em relação ao que foi enviado a partir do controlo remoto, ou seja, a saída do recetor de infravermelhos encontra-se sempre a 5 V quando não existe nenhum sinal recebido e quando recebe um impulso desce para 0 V. Assim é necessária a utilização de uma montagem inversora de sinal, caso contrário seria impossível para o microcontrolador detetar quando é que está a receber ou não a trama de informação, pelo pino C7. A FIGURA seguinte representa esse circuito inversor de sinal. FIGURA 16 - Esquema elétrico do Inversor de Sinal A montagem representada na FIGURA funciona da seguinte forma, quando na Base do transístor se encontra uma tensão de 5 V (VBE>>0,5 V) vinda do bloco de receção, a tensão de saída será 0 V pois o transístor encontra-se na zona ativa, ou seja a queda de tensão entre a saída para o microcontrolador e o comum eletrónico é 0 V. Quando na Base do transístor está uma tensão de 0 V (VBE<0,5 V), o transístor encontra-se ao corte, o que faz com que a queda de © 2016 COPEC FIGURA 17 - Sinais de entrada e saída da montagem inversora Lâmpada de LED’s RGB: A Lâmpada de LED’s RGB é o componente que mais se destaca neste projeto, devido á sua cor e brilho, parâmetros esses que são alterados quando o utilizador assim o entender. Esta lâmpada foi desenvolvida com LED’s RGB LRTB G6TG da Osram® dispostos linearmente numa placa de circuito impresso desenvolvida para o efeito. As placas de circuito impresso foram então dispostas em forma de prisma (FIGURA 3-17) e cobertas com uma cúpula em vidro fosco para que se consiga obter um espalhamento ideal da luz pelo meio circundante. FIGURA 18 - Lâmpada de LED's RGB Esta Lâmpada foi depois interligada com o microcontrolador, para que este possa controlar as suas funcionalidades, mas antes foi necessário polarizar cada uma das três cores com um transístor, para que fosse garantida a corrente especificada para cada cor dos LED’s. A FIGURA seguinte mostra o esquema elétrico da Lâmpada. FIGURA 19 - Esquema elétrico da Lâmpada September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 67 No esquema elétrico anterior, são apenas representadas duas placas da lâmpada, para as restantes o esquema é idêntico, ou seja, ao dreno de cada transístor 2N7000, ligam 5 ramos com as respetivas cores que cada transístor polariza. Deste modo, ao testar a montagem mediuse a corrente em cada um dos ramos de cada cor, obtendo-se os seguintes valores de corrente (1): (1) Assim, pode determinar-se a corrente (2) que cada transístor conduz, quando todos os LED’s se encontram ligados. (2) Os transístores que foram utilizados nesta montagem servem como já foi referido para polarizar a lâmpada de LED’s, isto acontece, porque á gate de cada transístor é ligado um porto específico do microcontrolador, como é representado na FIGURA acima. Assim por esta ordem de ideias, a Gate do transístor que polariza a cor vermelha liga ao pino C2 do microcontrolador, a Gate do transístor que polariza a cor verde liga ao pino C1 e a Gate do transístor que polariza a cor azul liga ao pino B5. Por estes pinos acima referidos o microcontrolador envia um sinal PWM gerado internamente, que variando o seu fator de ciclo permite controlar a intensidade de cada uma das cores e ainda criar cores personalizadas, aumentando ou diminuindo a intensidade da cor vermelha, verde e azul independentemente. RTCC: O relógio de tempo real foi um componente adicionado a este projeto para o enriquecer. Visto que o sistema desenvolvido foi aplicado a um candeeiro, que possui um LCD para mostrar o estado do sistema, foi implementado este circuito. O RTCC é um pequeno circuito integrado, que comunica com o microcontrolador através do protocolo I2C, e tem o seguinte esquema elétrico. FIGURA 20 - Esquema elétrico do RTCC O circuito que se encontra acoplado ao RTCC foi dimensionado com base no seu datasheet, que indicava quais os componentes a utilizar para obter um funcionamento eficaz do mesmo. De um modo geral, foi necessário ligar duas resistências de igual valor, alimentadas por uma fonte de 5 V nas linhas SCL e SDA do protocolo I2C, um cristal de 32,768 kHz semelhante aos que se podem encontrar em relógios de pulso e ainda uma pilha de 3,3 V, para quando existir uma falha de eletricidade, não desacertar o relógio nem o calendário. A comunicação com este módulo é feita com o © 2016 COPEC protocolo I2C, em que o microcontrolador é o Master e o RTCC é o Slave. Assim este módulo é passivo, apenas fornece as horas quando o microcontrolador lhe solicita, através de instruções I2C específicas. Alarme: Visto que o sistema possui um relógio, decidiu-se também desenvolver um alarme, que toca consoante a hora que o utilizador define através do controlo remoto. Este alarme foi de simples realização, inclui um altifalante piezoelétrico e uma porta AND, que junta um sinal de PWM (que origina o som), e uma ligação ao pino B6 do microcontrolador para ativar ou desativar o alarme. O esquema elétrico deste módulo de alarme é representado na FIGURA seguinte. FIGURA 21 - Esquema elétrico do Alarme Sensor de Luminosidade (LDR): O sensor de luminosidade que foi desenvolvido consiste também num circuito de muito simples execução, mas que se revela muito útil, seja num cenário de um candeeiro ou qualquer outro cenário onde se possa aplicar este sistema. Basicamente este sensor de luminosidade baseado numa LDR permite, consoante a luz existente no meio circundante, aumentar ou diminuir a intensidade da luz do candeeiro, para que se consiga poupar alguma energia. Para isso, quando no meio a luz é intensa, a luminosidade do candeeiro é baixa, quando a luz no meio é baixa, a luminosidade do candeeiro aumenta. Com isto, pretende-se que por exemplo de dia, o candeeiro acenda só a título decorativo, e durante a noite, ou quando não existem outras fontes de luz o candeeiro tem uma função não só decorativa mas também de iluminação. A FIGURA seguinte representa o esquema elétrico da montagem. FIGURA 22 - Esquema elétrico do sensor de luminosidade Este circuito elétrico é ligado ao Pino A0 do microcontrolador, pino esse que foi definido para ser o canal 1 do ADC, deste modo, o microcontrolador converte a queda de tensão na LDR, e traduz essa tensão analógica num número September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 68 binário de 14 bits, que depois se traduz num valor de PWM que será aplicado á lâmpada do candeeiro para aumentar ou diminuir a intensidade. LCD: O sistema possui um LCD, para mostrar o estado do sistema, ou seja, para que o utilizador saiba que comando está a enviar para o candeeiro. Deste modo o LCD mostra o menu em que o utilizador se encontra, o relógio/alarme (quando solicitado) entre outras informações relativas ao sistema. Este Display encontra-se ligado ao Porto D do microcontrolador (linhas de dados) e ao Porto E (linhas de controlo), e é alimentado por uma tensão contínua de 5 V. Software Desenvolvido: O programa que foi desenvolvido no sistema de iluminação tem como principal função, interpretar a trama que chega via infravermelhos, e consoante o código nela presente, executa uma função, que pode ser ligar ou desligar a iluminação, criar uma cor personalizada, definir um relógio e um alarme, selecionar um modo de cor automática e ainda selecionar um modo sensor, isto tudo é possível com recurso a várias funções que se desenvolveram ao longo da programação deste sistema. A FIGURA 23 representa o fluxograma do programa principal desenvolvido no sistema de iluminação. FIGURA 23 - Fluxograma do Programa Principal (Recetor) Como se verifica no Fluxograma o programa criado no microcontrolador do sistema de iluminação é composto por várias funções principais, são elas: • Função Espera Tecla: Esta função é responsável pela interpretação da trama enviada pelo controlo remoto. Assim que o microcontrolador deteta um pulso vindo do modulo de receção de infravermelhos, recebe os impulsos e reconstrói a Trama. Consoante o modo selecionado, associa um valor á © 2016 COPEC variável “tecla” que vai ser retornada para posterior processamento do programa. O fluxograma seguinte mostra o funcionamento detalhado desta função. • Modo predefinido: Este é o modo principal do sistema de iluminação. Ao carregar na 4ª tecla do controlo remoto, esta função é cativada, e o utilizador pode selecionar uma das sete cores principais que é possível gerar com o sistema de cores RGB, isto é possível selecionando a cor desejada, premindo as teclas 1 até 9. Depois na 10ª tecla, é possível selecionar um modo automático, que varia a cor da luz numa sequência fixa, e ainda premindo a tecla 14 é possível selecionar o modo sensor, em que a intensidade da luz varia consoante a iluminação existente no meio envolvente. O Programa mantém-se nesta função até que seja premida a tecla 16. FIGURA 24 - Fluxograma da Função Espera Tecla • Modo Manual: o modo manual é ativado quando é premida a tecla 8 no controlo remoto, e permite ao utilizador variar separadamente a intensidade de cada uma das 3 cores base em separado. De um modo geral, as teclas 1 e 5 aumentam e diminuem, respetivamente, a intensidade da cor vermelha, as teclas 2 e 6 aumentam e diminuem, a intensidade September 04-07, 2016, Castelo Branco, PORTUGAL II World Congress on Computer Science, Engineering and Technology Education 69 da cor verde e as teclas 3 e 7 aumentam e diminuem, a intensidade da cor azul. Como no caso anterior o programa mantém-se nesta função até que seja premida a tecla 16. • Modo Relógio: a função modo relógio é ativada quando se pressiona no controlo remoto a tecla 12 e permite ao utilizador definir a hora atual, e definir uma hora de alarme. Para definir a hora atual, basta premir a tecla 13, e definir a hora com o teclado numérico. Para definir o alarme é necessário premir a tecla 15 e definir a hora de alarme também com o teclado numérico. IV. PROTOTIPO REALIZADO Com o objetivo de tornar todo o sistema mais viável e compacto, desenvolveram-se três placas de circuito impresso, uma para o controlo remoto, uma para o sistema de iluminação e outra para a Lâmpada de LED’s. O desenho das placas de circuito impresso foi feito em ambiente Protel DXP, são placas dupla face, onde alguns componentes são montados em sockets, para facilitar se necessário a sua substituição. Com estas placas foi desenvolvido o protótipo final, que se revelou compacto e robusto, como se pretendia. FIGURA 25 - Protótipo final (comando e sistema de iluminação) V. CONCLUSÃO Os microcontroladores utilizados neste projeto são ferramentas muito poderosas, e permitiram efetuar o controlo de todo o sistema que foi desenvolvido. Para trabalhar com estes microcontroladores, foi necessário efetuar um estudo profundo das suas características elétricas e lógicas, de modo a compreender de que forma atuam, que Portos são de entrada ou saída, de que forma é que se define o PWM que controla as cores, quais são as interrupções internas e externas © 2016 COPEC disponíveis, como se controlam e de que forma se controla e define o ADC utilizado para o sensor de luminosidade. Em suma o projeto aqui descrito, cumpre não só com todos os objetivos que foram definidos no início mas ainda mais alguns, e foi um projeto com um tema muito interessante, pois apesar de ter sido desenvolvido um candeeiro, este sistema poderia ser aplicado nas mais variadas áreas de desenvolvimento, por exemplo, numa casa inteligente, este sistema de iluminação poderia ser aplicado em todas as divisões da casa porque através de um controlo remoto poderiam ser criados ambientes diferentes em cada parte da casa, consoante quem fossem os utilizadores do espaço e os seus gostos particulares. O projeto que foi desenvolvido poderia também ser aplicado noutras áreas, por exemplo painéis de publicidade de LED’s, onde a mensagem a escrever seria enviada por um controlo remoto semelhante ao desenvolvido. VI. 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