a utilização do marketing nas campanhas políticas

Propaganda
DEIZE LILIANE FELISBERTO
KELLEN CARDOSO RODRIGUES
A UTILIZAÇÃO DO MARKETING NAS
CAMPANHAS POLÍTICAS
TUBARÃO, JUNHO DE 2002
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RESUMO: O presente artigo faz uma análise das estratégias e do marketing utilizadas
pelos políticos nas campanhas eleitorais, como essas estratégias são expostas e como são
interpretadas pelo público.
ABSTRACT:
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................04
1. UTILIZAÇÃO DO MARKETING NAS CAMPANHAS ELEITORAIS..........................05
1.1. Marketing político e marketing eleitoral........................................................................05
1.1.1. A personalização e a imagem do político....................................................................05
1.1.2. Modelo de campanha .................................................................................................10
1.2. Comunicação ................................................................................................................12
1.2.1. Slogans ......................................................................................................................13
1.2.2. Composto de Comunicação ........................................................................................13
1.2.3.Eventos .......................................................................................................................14
1.3. Publicidade eleitoral e propaganda eleitoral...................................................................15
1.3.1. A importância do rádio e TV no processo eleitoral .....................................................15
1.4. Campanhas eleitorais ....................................................................................................16
2. METODOLOGIA DA PESQUISA ..................................................................................17
2.1. Tabulação de dados e descrição de dados..........................................................................18
2.1.2. Análise e interpretação dos dados...................................................................................21
CONCLUSÃO.....................................................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................23
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INTRODUÇÃO
As campanhas eleitorais têm papel fundamental para a divulgação dos candidatos
a cargos políticos em diversas eleições. É através delas que o eleitorado irá conhecer os seus
futuros líderes e representantes. Com isso, surgiu a necessidade de criação de métodos e
estratégias de marketing utilizado pelos mesmos, para alcançarem a almejada vitória. Quanto
mais dados os candidatos tiverem a respeito das necessidades dos eleitores e quanto mais
adequado for o seu posicionamento na campanha, mais fácil conseguirá ser eleito.
Visamos com esse artigo estudar as estratégias e o marketing utilizado pelos
políticos nas campanhas eleitorais, como são expostas essas estratégias e como são
interpretadas pelo público. Acreditamos que a população, sendo alvo de todo um esquema de
persuasão, encontra-se desinformada a esse respeito, não sabendo interpretar as reais
intenções existentes atrás dos agrados que recebe.
O mundo inteiro gira em torno de questões políticas que estão fortemente
inseridas em todos os meios de comunicação, por isso se faz necessário investigar como é
utilizado o marketing e as propagandas feitas pelos candidatos em suas campanhas, desde as
primeiras aparições na mídia até o momento da votação nas urnas.
Temos como objetivo estudar e apresentar as estratégias de marketing utilizadas
pelos políticos nas campanhas eleitorais. Além disso, analisar como os políticos tentam
conquistar os votos do povo; pesquisar se a população está consciente das formas de
dominação feitas pelos políticos em suas campanhas; investigar se as estratégias usadas,
principalmente na propaganda eleitoral gratuita, influenciam na escolha de um candidato.
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1. A UTILIZAÇÃO DO MARKETING NAS CAMPANHAS ELEITORAIS
Com o surgimento da democracia, a população começou a deparar-se com
grandes processos de escolhas de candidatos a variados cargos políticos. Esses candidatos
passam meses desenvolvendo grandes campanhas eleitorais perante o eleitorado, pois é
através delas que as pessoas vão definir os seus votos.
O candidato, após ter definido quais as propostas e objetivos a ser divulgados na
campanha eleitoral, passa a preocupar-se em como apresentá-la ao eleitorado. Surge, então a
necessidade de criação de técnicas e estratégias de marketing político.
Rego (1985, p. 14) explica que “o marketing político, entendido como esforço
planejado para se cultivar a atenção de eleitores é o caminho indicado e seguro para quem
deseja entrar na política”. Da mesma maneira que as máquinas deram impulso forte ao
processo produtivo nos séculos XIV e XX, o marketing político surgiu como uma
revolucionária ferramenta de trabalho de persuasão na política.
1.1. Marketing político e marketing eleitoral
A utilização da publicidade na política é confirmada através do marketing político
e do marketing eleitoral.
Segundo Gomes (2001, p. 27) “quando falamos em marketing político estamos
tratando de uma estratégia permanente de aproximação do partido e do candidato com o
cidadão em geral”.
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O marketing político tenta abranger todas as pessoas e tornar o candidato e o
partido conhecidos e aceitos por longo período. Direciona-se para permanecer com mais
força, envolvendo-se através de patrocínios de eventos culturais, esportivos etc, programas de
palestras e conferências em escolas, montando toda uma estrutura para ser trabalhado na
construção da imagem do candidato.
Gomes (2001, p. 27) afirma que já “o marketing eleitoral, trata de uma estratégia
voltada para o eleitor, com o objetivo de fazer o partido ou candidato vencer uma determinada
eleição”.
Com a ajuda dos meios de comunicação, das estratégias e técnicas de marketing,
tanto na construção de um marketing para a campanha eleitoral, como para a construção mais
lenta de sua imagem política, os candidatos selecionarão seus objetivos e trabalharão para
atingi-los.
O marketing eleitoral trabalha em épocas de eleições, visando que os candidatos
de seus partidos elejam-se. Tendo como um dos pontos estratégicos, chamar a atenção do
eleitorado para as siglas dos partidos que desta forma identificam quais as idéias de
determinado candidato e se estas vão de acordo com a opinião pública.
A união dessas duas estratégias que foram utilizadas pela primeira vez pela equipe
de Eisenhower, no ano de 1952, tem como objetivo: aproximar-se mais do eleitorado; tornarse mais apto para assumir o poder e fazer com que o candidato e o partido se sobressaiam no
campo político.Conforme Gomes (2001, p. 30), “o marketing político e o eleitoral são
conjuntos de técnicas que trazem os meios de reflexão suficientes para fixar as estratégias
mais oportunas, e que permitam ao candidato ou partido conseguir o objetivo político ou
eleitoral pré-fixado”.
Para que essas estratégias possam ser postas em prática da maneira que atinjam os
eleitores é preciso ter como ponto de partida a pesquisa, a análise e o conhecimento do
eleitorado. Essas atividades devem estar ligadas entre si e planejadas sistematicamente, de
maneira a ter-se primeiramente: a análise e depois respectivamente, a previsão, objetivos,
estratégia, táticas e controle.
Na análise, estuda-se como encontra-se o partido e o candidato para que estes possam
engressar na campanha eleitoral. Serão investigados fatores demográficos (tamanho,
densidade e estrutura da população) da região na qual está se tentando ser candidato. Fatores
econômicos como renda nacional dos últimos anos, distribuição da renda por regiões, estados,
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famílias, etc; gastos familiares, índices econômicos (preços, salários, cesta básica, etc) são
estudados para mensurar a possibilidade de ser eleito naquela região.
Além disso, é realizada a análise de vários pontos sobre mercado político para
quantificar o eleitorado; verificar a evolução política do eleitorado; parte do mercado eleitoral
que corresponde a cada partido.
E por último nessa fase é feito um diagnóstico dos fatores do marketing, onde se
estuda a própria posição do candidato e a dos concorrentes, seguindo as seguintes
apreciações: análise dos candidatos que se apresentam e dos partidos que o apóiam; análise
dos votos obtidos: pesquisa de como foram as últimas campanhas eleitorais para, de melhor
forma, saber-se quais as necessidades dos eleitores; análise do eleitor: exame do eleitor para
que se saiba quais as necessidades de cada grupo. Isto possibilitará saber qual a imagem que
determinado candidato de partido demonstra para o eleitor, qual a reação das eleições com os
meios de comunicação e as propagandas publicitárias que falam sobre o candidato. Deve-se,
ainda realizar a análise da publicidade eleitora, afinal é importante conhecer como os partidos
políticos trabalham seu marketing para a campanha eleitoral; análise das mensagens dos
concorrentes para que, de melhor forma, o candidato faça sua campanha eleitoral.
Na segunda fase dos planos estratégicos a previsão permitirá ao marketing estudar
como está o candidato, fazendo-se previsões para o futuro, partindo dos pontos vistos na
análise. Segundo Gomes (2001, p. 34), “serão feitos estudos de mercado nos períodos
eleitorais para saber como estão os votos a favor do candidato”.
Uma das etapas mais importantes é a definição dos objetivos que devem ser
determinados pelos dirigentes dos partidos, informados e assessorados por sua equipe da qual
faz parte o assessor de comunicação ou de marketing. O plano de marketing fará pesquisas do
mercado político, produto político, partido, candidatos, programa, publicidade eleitoral e
captação de votos. Para que o resultado final seja positivo e satisfatório é preciso que se
alcance todos os objetivos traçados e sejam conceituados por escrito para que não ocorra
nenhuma distorção, e corrigidos quando necessário. Através da escolha de uma estratégia é
que o candidato irá por em prática seus objetivos.
Uma das últimas ações do marketing será a execução das táticas. Aqui será
definido quem levará as estratégias de marketing para os eleitores, quando serão iniciadas,
quais os recursos financeiros disponíveis para a campanha. Conforme Gomes (2001, p. 35), “o
conjunto de táticas, ou plano de ação, é o que se denomina programa de marketing eleitoral ou
de marketing político, e pode ser esquematizado como vem a seguir”:
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Ações a realizar
Recursos econômicos
necessários
Responsáveis pelas ações
Cronograma de tempo
Resultados a serem obtidos
Fonte: (GOMES, 2001,p.36)
E, por último, o controle visa cuidar do planejamento da campanha eleitoral e cuidar
para que os imprevistos durante a campanha não sejam tão grandes.
1.1.1. A personalização e a imagem do político
A criação da personalização e da imagem do político para conseguir atrair mais
votos é uma grande estratégia de marketing que passou a ser utilizada freqüentemente.
A política e as campanhas eleitorais apostam na imagem do candidato e
empenham-se para divulgá-lo, e isso se torna mais fácil em decorrência dos meios de
comunicação cada vez mais acentuados. Tudo para se criar os símbolos personalizados dos
candidatos afim de que os eleitores sintam-se atraídos criando uma certa atração pelos
candidatos.
Segundo Gomes (2001, p.43), a publicidade utiliza duas estratégias para a
formação da imagem do candidato:
a) a argumentativa, baseada em idéias de venda, preconizadas por
Uande Hopkes e conhecida sob as siglas U.S.P. Unique Selling ou
Proposta Única de Vendas) e,
b) a constituída por imagens mentais, sem nenhum argumento
específico, conhecida como Imagem de Marca.
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Para a utilização da Proposta Única de Vendas adaptada à publicidade eleitoral, os
partidos e os candidatos precisam apresentar algum elemento diferenciador. Cria-se um
objetivo para que se trabalhe com ele destacando-se dos demais concorrentes afim de que os
eleitores sejam mais atraídos. Para a formação da imagem do candidato são necessários vários
critérios como a boa apresentação, destacando-se dos demais. A imagem do candidato é a
embalagem do produto a ser vendido e como toda embalagem tem que ter boa aparência.
Deve facilitar a conquista do eleitorado, divulgação das propostas do candidato e suas
vantagens; dar ênfase ao passado do candidato para que os eleitores recordem dos momentos
em que o candidato obteve destaque junto à opinião pública. A criação do slogan, resumindo
a imagem do candidato, deve estabelecer a posição do candidato, quais as idéias defendidas
por ele; difundir todas as qualidades que possui o candidato. Deve-se ainda cuidar da
apresentação do candidato em situações públicas. A apresentação deve estar de acordo com a
imagem que se quer passar ao eleitorado. O candidato deve ser submetido a exames técnicos:
fotogenia, maquilagem, consultoria de roupas, dicção, movimentação em cena etc.
1.1.2. Modelo de campanha
Não existe modelo de campanha certa ou errada, normalmente são classificadas da
seguinte maneira: a que vencer está certa, a que perder, errada. Não existem regras específicas
para as campanhas, mas, algumas técnicas são utilizadas principalmente com a intenção de
diminuir a possibilidade de erros. Tudo começa com a montagem da equipe. Para a qual não
existem regras, é necessário o “faro”.
Uma campanha eleitoral tem que estar sempre em movimento, tem que mexer
com o eleitorado. É como se fosse uma guerra com infantaria e artilharia. Infantaria seria o
contato pessoal e a artilharia a propaganda.
O segundo passo é entusiasmar a equipe, planejar eventos que envolvam a todos,
para não se tornar uma campanha estática. Os voluntários têm que ter sempre alguma
ocupação, tarefas a serem cumpridas de acordo com sua disponibilidade.
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1.2. Comunicação
O candidato deverá obrigatoriamente saber se comunicar, caso contrário não
conseguirá eleger-se. É aconselhável contratar uma agência de publicidade que tenha em seu
quadro alguém com experiência em campanhas.
É normal haver na equipe um encarregado da comunicação que cuide da
propaganda e da imprensa. Em campanhas muito grandes há também o assessor de
propagandas, que cuida da elaboração do material de propaganda, e o assessor de imprensa,
que além de distribuir notícias deverá propor ações concretas e criativas que gerem notícias.
Realizar reportagens, editorais, entrevistas durante a campanha para que se tenha
mais popularidade e publicidade através do rádio e televisão, anúncios gráficos, malas-diretas,
são formas de marketing que conseguem atingir diretamente o eleitorado fazendo com que
este reconheça mais facilmente o candidato. Devem ser feitas também ações voltadas para
eleitores para divulgar todos os seus símbolos. Nessa etapa, com ajuda de um profissional de
relações públicas o candidato tenta reforçar as opiniões positivas e reais e eliminar as opiniões
negativas. A sua aceitação junto aos eleitores pode ser feita com a ajuda de certos grupos
sociais, demonstrando confiança.
Na comunicação, são estratégias muito eficientes a realização de eventos para
aproximar-se mais do eleitorado, e que se tornem importantes para serem transformadas em
notícias jornalísticas, criação de comícios, reuniões, manifestações, palestras, debates
públicos, conferências. Sendo que os candidatos precisam estar sempre bem preparados para
esses tipos de eventos. Deve-se divulgar o candidato em grupos de influência para que estes
passem as informações do candidato a outros.
No trabalho de realização de uma campanha eleitoral a prospecção é outro item
fundamental para atrair novos aliados ao partido e, conseqüentemente, ao candidato, para
assim ir conquistando passo-a-passo mais adeptos.
As peças publicitárias são: emblemas, logotipos, insígnias, bandeiras, impressos e
os sinais de identificação do partido e do candidato, como: a sigla, o logotipo, as cores, o
hino, o slogan e o programa. Estão todos interligados e são as bases principais para vitória do
candidato.
Os símbolos do partido, traduzidos pela sua sigla, seu logotipo e suas
cores, são importantes elementos que participam da configuração da
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personalidade do partido, e deveriam estar presentes em todas as peças
das campanhas publicitárias de seus candidatos (GOMES, 2001, p.
50).
1.2.1. Slogan
O slogan é um dos principais elementos utilizados pelo marketing na campanha
eleitoral.
O primeiro slogan (palavra de origem gaulesa que significa grito de
guerra) de que se tem notícia na história foi ‘II maré est nostrum’.
Este slogan foi criado para Júlio César, imperador romano que
dominou em sua época, todos os povos que circundavam o mar
Mediterrâneo. Foi cunhado em moeda, junto com a efígie do
conquistador, e tinha como função circular pelo império, fazendo
propaganda do imperador (GOMES, 2001, p. 99).
O slogan deve ser breve para que os eleitores consigam assimilar facilmente, ser
forte e impressionar os eleitores.
É preciso que todos compreendam e que se encontre nele todas as idéias da
campanha feita pelo candidato. Quando colocado em meios audiovisuais, o slogan segue de
elementos sonoros que reforçam-no e exaltam suas palavras. Quando colocado em face
gráfica seu tamanho e cor devem ser reforçados.
1.2.2. Composto de comunicação
As atividades de comunicação costumam ser sobrevalorizadas tamanha sua
importância frente ao eleitorado. Acredita-se que uma boa propaganda possa fazer milagres.
Não se deve pôr muita informação na propaganda, pois esta pode ficar confusa. É
aconselhável escolher um item e fortalecê-lo. Existem muitos materiais de propaganda para
persuadir o eleitor, sendo alguns deles:
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Cartazes: possuem a vantagem de permitirem uma concentração em áreas geográficas
delimitadas a um custo baixo. Porém, muitas vezes acaba ocorrendo uma guerra pelo espaço,
fazendo que um cartaz cubra o outro, sujando a cidade a aborrecendo o eleitor.
Cartazetes e santinhos: são boas formas de propaganda, pois podem facilmente chegar as
mãos dos eleitores, principalmente na fase de definição dos votos. Deverão conter os
principais pontos da plataforma e também servir para quebrar o gelo em ações de
panfletagem. Os santinhos podem apresentar telefones úteis, calendário etc.
Mala-direta: material impresso que é enviado por correio. Sua vantagem é a alta seletividade
e a possibilidade de uma comunicação personalizada com o leitor.
Outdoor: é uma boa opção para campanhas locais, devido ao impacto visual que causa. Os
eleitores normalmente vêem os outdoors de passagem e a uma distância razoável, por isso
estes devem ser visualmente limpos, contendo uma foto do candidato, o número, o cargo ao
qual está concorrendo e o slogan se não for muito extenso.
1.2.3. Eventos
O evento de uma campanha, além de colocar o candidato em contato direto com o
público, serve como uma peça de comunicação, pois, muitas vezes a imprensa é obrigada a
comparecer e noticiar.
É necessário que haja uma organização desde antes da chegada do candidato até
depois do encerramento, não se pode esquecer de nenhum detalhe, pois qualquer falha pode
ser prejudicial. A falta de público é um dos problemas mais constrangedores dos eventos, por
isso é conveniente a quantidade de pessoas esperadas. Lugares vazios dão a impressão de
fracasso para a campanha.
Mas, os eventos não precisam necessariamente ser grandes, qualquer reunião
eleitoral de um candidato deve ser pensada e planejada como um evento. O indispensável é
que o candidato saiba qual a expectativa de cada grupo ou que ele vai se encontrar. É preciso
saber o que falar para quem. O discurso deverá começar sempre com algo que desperte a
atenção das pessoas. Pode ser uma piada, uma salva de palmas ou uma frase de efeito. É
comum começar também com um título constante como: “trabalhadores do Brasil” ou
“brasileiros” etc. Normalmente, o discurso é dividido em duas partes. Uma bem ampla que é a
política em geral, outra mais específica, onde o candidato deverá apresentar propostas pra a
solução dos problemas de seus ouvintes.
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1.3. Publicidade eleitoral e propaganda eleitoral
Publicidade eleitoral qualifica os esforços planejados de comunicação
persuasiva para arrecadar votos, usando para isso as técnicas que
proporcionam ao indivíduo assimilar e reconhecer alguns códigos e
um tipo de linguagem e comunicação muito bem diferenciado do resto
do conteúdo dos meios (GOMES, 2001, p. 54).
Propaganda política é outro esforço de comunicação persuasiva, que visa
conquistar militantes, simpatizantes ou adeptos à um determinado partido político ou, então, a
adesão a alguma ação que o candidato ou o partido devem tomar durante sua vida. Para isso,
utilizam-se técnicas e espaços que são de outros formatos da informação e da persuasão, tais
como: reportagens, entre visitas, documentários, editoriais, etc.
1.3.1. A importância do rádio e da TV no processo eleitoral
O rádio é um instrumento de comunicação que deve ser considerado com respeito
e profissionalismo em qualquer projeto de campanha eleitoral, pois as estatísticas mostram
que em cada casa tem há em média dois a três receptores de rádio, o que significa que ele
atinge de forma mais direta as populações de baixa renda e a juventude, que são parcelas do
eleitorado capazes de decidir uma eleição.
A televisão é o meio de comunicação número um, quando se fala em propaganda
política. Isso se deve à cultura visual de nossa sociedade, o poder fabuloso da imagem e o fato
dela exigir do telespectador uma atenção especial. Tanto a televisão quanto o rádio são
utilizados em divulgação de campanhas, através do programa eleitoral gratuito.
Segundo Gomes (1992, s/p) “a propaganda eleitoral é uma instituição criada
justamente com o propósito de dar a conhecer, de tornar público a identidade, os propósitos,
as teses e princípios daqueles que solicitam o consentimento dos cidadãos”.
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Entretanto, o rádio chega aonde a TV não vai e está em 98% das casas, enquanto a
TV em apenas 75%. Portanto, o rádio não deve se menosprezado pelos candidatos, mas
considerado um ótimo pescador de votos.
1.4. Campanhas Eleitorais
Eleição é a forma pela qual as pessoas de um determinado grupo escolhem um
representante para seus interesses. Esses representantes são o que chamamos de políticos.
É o período na qual os partidos e os candidatos a cargos políticos
dedicam-se pela sua divulgação com a sociedade pela busca de votos,
introduzindo-se assim uma grande batalha pela conquista do
eleitorado. O jogo da democracia é o jogo da competição (GOMES,
2001, p. 13).
A campanha eleitoral é o meio pelo qual a população deve ficar sabendo das
idéias e das propostas dos candidatos onde, tudo deve ser colocado de forma honesta. A
escolha do tema leva em conta sobre o que os candidatos irão dizer aos eleitores. O tema da
campanha deve estimular ao eleitor para votar no candidato. O processo de comunicação entre
o candidato e o eleitor se realiza através do voto, esse processo conhecido como AIDAS
acontece em cinco fases: chamar a Atenção do eleitor; despertar o seu Interesse pelo
candidato; criar um Desejo de votar em determinado candidato; alcançar a Ação de voto e
destacar a Satisfação que os eleitores terão que escolher determinado candidato.
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2. METODOLOGIA DA PESQUISA
Para chegarmos aos nossos objetivos de saber se a população está consciente das
formas de dominação dos políticos em campanhas eleitorais e se os métodos utilizados pelos
mesmos influenciam na escolha de um candidato, necessitamos estar em contato direto com
a opinião pública.
Com a pesquisa bibliográfica, demonstramos quais são as estratégias de
marketing utilizadas nas campanhas eleitorais, e como estas são usadas pelos políticos para
de melhor forma persuadir a população conquistando unicamente o que lhes interessa, o
voto.
Em razão disso, realizamos uma pesquisa de campo com a técnica de entrevista,
utilizando questionário com perguntas abertas e fechadas. Entrevistamos alunos do primeiro
e segundo semestres do curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade do Sul
de Santa Catarina – UNISUL Campus Tubarão.
A escolha dos alunos do curso de Jornalismo para representarem a nossa
população, foi justamente pelo fato de que, em breve, como futuros jornalistas, estarão mais
diante de questões políticas, por estarem em contato com a política como intermediários
sociais.
As entrevistas foram analisadas, dispostas em tabulação (quantitativas)
utilizando neste caso, as perguntas fechadas. A descrição de dados foi feita com base nas
perguntas abertas (qualitativas).
Todas as informações obtidas foram estudadas para que os objetivos fossem
devidamente alcançados.
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2.1. TABULAÇÃO E DESCRIÇÃO DE DADOS
Foram entrevistados acadêmicos do primeiro e segundo semestre de Comunicação
Social – Jornalismo, no total de 51 universitários. Segundo a pesquisa, 72,55% são de classe
medi baixa, 25,49% de média e 1,96% de classe alta. Abaixo segue o questionário com as
perguntas realizadas ao público-alvo.
1- Em épocas eleitorais, a população é bombardeada com inúmeras estratégias de
divulgação dos candidatos (outdoors, panfletos, santinhos, propagandas em rádio e televisão).
Você acredita que essas estratégias influenciam na escolha de seu candidato? Por
quê? 70,59% - sim e 29,41% não.
Sim
Ø “A imagem que o candidato passa é muito importante para que possamos
escolher em quem votar”.
Ø “Porque passamos a conhecer o candidato e suas propostas de trabalho e
podemos esclarecer nossas dúvidas através dessas propagandas.
Não
Ø “Procuro a história e as obras realizadas pelo candidato em outras épocas
eleitorais”.
Ø “Porque se tenho um partido definido, outras propagandas não irão me
influenciar”.
2- Você costuma assistir à propaganda eleitoral gratuita?
21,57% - sim
58,83% - às vezes
19,60% - não
3- Como você analisa as promessas feitas pelos candidatos nas campanhas eleitorais?
1- Como verdadeiras preocupações dos candidatos com os problemas enfrentados pela
população - 1,96%
2- Como formas de conquistar a confiança do eleitor, para que votem neles - 98,04%
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4- Nas propagandas eleitorais, você percebe alguma diferença entre a abordagem feita por
determinado candidato e outro(jeito de falar, conteúdo de falas etc).
O que é mais importante em sua escolha?
Ø “Os objetivos propostos pelos candidatos”.
Ø “As promessas com possíveis soluções e que possam realmente ser
cumpridas”.
Ø “O conteúdo de seus discursos e a linguagem que utilizam para falar de suas
propostas”.
Ø “A sinceridade que é transmitida em seu jeito de falar”.
Ø “Seu passado político e suas experiências anteriores”.
Ø “O partido ao qual está associado”.
5- Você acredita que existam políticos realmente honestos?
Sim - 78,43%
Não - 21,57%
6- Você acha que a situação em que se encontra a política brasileira tem em grande parte a ver
com a questão de a população não saber votar?
Sim - 90,20%
Não - 9,80%
7- Os candidatos divulgam suas propostas nos meios de comunicação, colocam suas imagens
em todos os cantos da cidade e se aproximam mais da população nas épocas eleitorais. Essas
posições feitas pelos candidatos definem na escolha do seu voto?
Sim - 19,60%
Às vezes - 25,50%
Não - 54,90%
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8- Você aceitaria algum beneficio oferecido por algum candidato em troca de seu voto? Por
quê?
Sim - 27,45%
Não - 72,55%
Sim
Ø “Aceitaria, mas na hora de colocar meu voto na urna, com certeza não seria
nesse candidato, eles nos enganam e nós os enganamos”.
Ø “A situação que estamos passando nos deixam de mãos atadas, desta forma,
devemos aceitar esses benefícios”.
Ø “Porque essa é a única forma de recebermos algo dos políticos”.
Não
Ø “Porque o dinheiro que estão nos oferecendo é da população e se pedir antes
não poderei cobrar depois”.
Ø “Só nos ajudam na hora das eleições, depois se esquecem do povo”.
Ø “Porque desta forma o político já estará mostrando o seu verdadeiro caráter”.
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2.1.2. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A divulgação de candidatos feita durante as campanhas eleitorais tem papel
fundamental para que a população decida quem serão seus representantes.
As estratégias usadas pela publicidade ajudam os eleitores a conhecerem os
candidato, e as técnicas de propaganda contribuem de modo significativo para a escolha de
um deles.
Os meios de comunicação como rádio e TV desenvolvem um papel
importantíssimo, principalmente na divulgação de candidatos a cargos majoritários como
presidente, senador e deputados, que não se encontram tão próximos da população quanto os
governantes estaduais e municipais.
As formas de marketing são a base para que o os eleitores possam definir seu
voto, pois contribuem para que, aqueles que não possuem partido ou candidato pré-definido,
possam ter referências para escolher seu candidato.
A população deixa-se sensibilizar pelas imagens e apelos dos candidatos durante
seus discursos, quando estes prometem melhorias para as questões sociais pelas quais a
população está passando.
Devido ao pouco acesso à informação, muitas pessoas acabam escolhendo seus
candidatos pelas propagandas e não buscam os antecedentes dos mesmos, suas contribuições
para o benefício público e se as suas promessas e propostas podem ser realmente cumpridas.
São poucos os que acham que o marketing publicitário não é influenciável e que procuram
saber a história dos candidatos e suas ideologias. "Esse tipo de publicidade não esclarece
quem são os políticos, mas apenas torna-os conhecidos", dizem.
Podemos perceber, através da pesquisa, que apenas 29,41% dos entrevistados que
responderam a primeira pergunta “Você acredita que as estratégias (outdoors, panfletos,
santinhos, propagandas em rádio e televisão) influenciam na escolha de seu candidato?” estão
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conscientes das maneiras de conquista que os candidatos fazem durante as campanhas
eleitorais. Percebemos também que algumas pessoas com o decorrer das campanhas eleitorais
acabam descobrindo quais as maneiras que os políticos tentam as convencer, usando sempre
as mesmas promessas. Mas, a maioria dos entrevistados que estão representando nossa
população, num total de 70,59%, confirma que realmente se deixa envolver pelo marketing
eleitoral (outdoors, santinhos, discursos, etc) e afirma levar em consideração as estratégias de
divulgação do candidato para a escolha de seu voto.
Isso nos leva à conclusão de que as pessoas acreditam no que os candidatos
aparentam ser, e essa análise se confirma quando a maioria dos entrevistados respondeu que
acreditam que realmente existam políticos honestos. Podemos perceber também que a
população está preocupada com a sua dignidade pessoal, não aceitando benefícios de
candidatos em troca de seu voto. Concluímos que há uma situação muito grave, as pessoas
confiam no que os candidatos aparentam ser.
Essa análise pode ser confirmada quando perguntamos aos entrevistados se eles
acreditam que existam políticos honestos. A maioria respondeu que sim, mostrando que tem
perspectivas de melhoras para os problemas enfrentados, deixando assim dominar facilmente
pelas palavras esperançosas feitas pelos políticos, sendo estas pessoas quase todas de classe
média, como mostram as pesquisas.
A população deixa-se envolver pelas estratégias de persuasão dos candidatos, mas
vender seus votos por benefícios materiais estaria fora de seu caráter, pois, desta forma
estariam compactuando com as corrupções que irão ocorrer e não teriam como reclamar.
Mas, o que podemos perceber é que a população está preocupada com a sua
dignidade pessoal, não aceitando benefícios de candidatos em troca de seu voto. Isso mostra
que não estão alienadas, mas a partir do momento que dizendo “não aceito dinheiro de
político” acham que resolvem o problema, continuam ainda sem ter consciência de que tão
importante quanto dizer “não é do meu caráter” é ver em que situação política encontra-se o
nosso país. É preciso refletir com que tipos de políticos estamos lidando, e a qual tipo de
partido este político está associado, para saber se o partido também tem ações desonestas.
Enfim, analisar todo o contexto.
Em relação à Propaganda Eleitoral Gratuita, a maioria das pessoas respondeu que
assiste somente às vezes, levando-nos a crer que a população não está completamente
informada. Pois, assistindo a essas propagandas estariam melhor preparados para votar
sabendo diferenciar corretamente os candidatos.
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Mas, de acordo com a pesquisa, as pessoas levam em consideração, na escolha de
seu candidato, o conteúdo das propostas, as prioridades em seus discursos e os objetivos que
pretende alcançar caso seja eleito.
O partido também conta na hora da escolha, pois se o candidato escolhido por
determinado eleitor pertence ao partido que ele segue, sabendo suas ideologias, o candidato
seguirá da mesma forma.
Há uma enorme descrença da população em relação às intenções dos políticos,
sendo que 98,04% dos entrevistados responderam que não acreditam que os conteúdos
expostos por eles são reais preocupações com a população, mas apenas um jeito de ganhar a
confiança da mesma.
Segundo a pesquisa há uma situação grave de que parte da população não sabe
votar corretamente. A educação é fator indispensável para que possamos analisar o que
acontece em nosso país, principalmente com a política para que assim todas as formas de
dominação possam ser evidenciadas e devidamente estudadas pela população antes de definir
seu voto.
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CONCLUSÃO
A cada processo de eleição surgem novos métodos utilizados por diversos
candidatos a fim de surpreender o eleitorado. Isso se deve ao fato de que, quanto melhor for a
campanha eleitoral e quanto mais abusarem de artifícios e propagandas, mais fácil será
conseguir a simpatia e os votos dos eleitores.
Não há dúvida que uma campanha bem feita possa fazer milagres, pois quando
bem estruturada e criativa é capaz de persuadir um grande número de pessoas a votarem em
um determinado candidato. É por esse motivo que o marketing está tão inserido nas
campanhas eleitorais, através de estratégias como: outdoors, santinhos, cartazes, propagandas
na televisão, etc, utilizados pelos candidatos para persuadir a população, como mostramos em
toda a fundamentação teórica.
Através da pesquisa de campo, concluímos que a população ainda é muito
manipulada pelos políticos e o marketing influencia na definição do voto. Porém, há um
percentual significativo das pessoas que analisam não somente a publicidade para votar.
O marketing, em seu âmbito geral, propõe realmente divulgar e fazer com que as
pessoas se convençam a comprar seus produtos e o marketing eleitoral não foge desta regra. O
que precisamos refletir é que nem sempre a população tem condições culturais para
compreender para si mesma os conteúdos adquiridos, e tirar suas conclusões a favor ou
contra.
Concluímos também que as estratégias utilizadas na Propaganda Eleitoral Gratuita
influenciam na escolha de um determinado candidato, porém a população de classe média
baixa e classe média não costuma assistir a essas propagandas, perdendo a possibilidade de
estarem bem informadas e classificarem quais os melhores candidatos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AQUINO, Melck. A importância do rádio no processo eleitoral. Disponível na internet via:
http://www.marketingpolitico.com. Acessado em 8 de maio de 2002.
FIGUEIREDO, Carlos. Técnicas de campanha eleitoral. São Paulo: I Brasa, 1986. 76p.
GOMES, Neusa Demartini. Formas persuasivas de comunicação política: propaganda
política e publicidade eleitoral. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2001. 135p.
GOMES, Wilson. Estratégia retórica e ética da argumentação na propaganda política.
Trabalho apresentado ao GT Comunicação e Política na II Reunião Anual da Associação
Nacional do Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Salvador: Universidade Federal
da Bahia, 1992.
LIMA, Marcelo O. Coutinho de. Marketing Eleitoral: para não desperdiçar recursos. São
Paulo: Ícone, 1988. 135p.
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Marketing político e governamental: um roteiro
para campanhas políticas e estratégias de comunicação. 3. ed. São Paulo: Summer, 1985. 84p.
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