Visão aos 40: óculos multifocais, bifocais ou cirurgia? Todo início de

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Visão aos 40: óculos multifocais, bifocais ou cirurgia?
Todo início de ano aumenta, nos consultórios oftalmológicos, a procura de pacientes por check-ups,
revisão de grau sobre erro refrativo e troca de óculos. A demanda cresce de acordo com a idade do
paciente. A indicação do tipo de lente utilizada ou procedimento corretivo depende muito do estilo
de vida de cada um, de acordo com oftalmologista Mario Jampaulo, especialista em refração do
Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).
"Quando o oftalmologista faz o exame de refração, percebe que o comportamento deste
grau muda muito a partir dos 40 anos de idade, quando a musculatura que segura uma
lente natural do olho chamada cristalino, começa a perder potência, causando a presbiopia
ou chamada vista cansada.Todas as pessoas, sem exceção, com essa média de idade vão
apresentar o quadro de presbiopia", explica Jampaulo.
Pacientes que começam a manifestar o quadro de presbiopia são os que mais procuram os
oftalmologistas para trocar as lentes dos óculos. "Nessa faixa de 40 anos de idade as pessoas
são muito ativas, dirigem, fazem exercícios, passeiam, administram empresas e à noite
sofrem com o cansaço dessa musculatura e a dificuldade de focar para perto", comenta o
oftalmologista. Ele assinala que atualmente existem muitas alternativas tanto no que se refere a
lentes para óculos, quanto às cirurgias corretivas da presbiopia e outras irregularidades refrativas.
Quanto às lentes de óculos, podem ser mono, bi ou multifocais.
Monofocais - As lentes monofocais são as mais antigas e indicadas para pacientes que apresentam
apenas um tipo de erro refrativo, para ler de perto ou ver de longe, por exemplo.
Bifocais - Já as lentes de óculos bifocais são próprias para indivíduos que querem ter óculos
adequados tanto para enxergar de longe quanto de perto. "Os óculos bifocais são uma tecnologia um
pouco antiga, na verdade comportam-se como duas lentes em um mesmo óculos, sendo uma para
longe e outra para perto. É fácil reconhecer um óculos com lentes bifocais, porque são aqueles que
têm uma marca horizontal, seja uma linha retinha (a chamada toporreto) ou a chamada executive,
como se fosse uma lente partida ao meio, com uma metade que deixa a visão boa para longe e outra
para perto", ilustra o médico do HOB.
Multifocais - Jampaulo ressalta que existem pessoas preocupadas com os aspectos estéticos da
lente bifocal, já que a marca nos óculos fica evidente e outras que precisam de uma qualidade de
visão intermediária, por exemplo os usuários d e computador. Para esses é indicado o uso de lentes
multifocais.
"A necessidade da visão intermediária está muito presente na vida das pessoas atualmente,
observa o médico do HOB. Ele destaca que as lentes multifocais conseguem atender os
pacientes que precisam enxergar longe, perto e intermediário, porque possuem mais
tecnologia que a mono e a bifocal. A lente multifocal tem sua ótica trabalhada em
diferentes curvaturas", explica.
Tonturas - Há pacientes que não se adaptam satisfatoriamente ao uso das lentes multifocais e
reclamam de náuseas e tonturas. Isso ocorre em indivíduos que apresentam dificuldades em manter
a binocularidade, isto é, a visão perfeitamente alinhada dos olhos.
Nem sempre esse desalinhamento é evidente como nos casos de estrabismo e alguns pacientes
apresentam o que é denominado foria. Segundo Mário Jampaulo, trata-se de um desvio que só
aparece de vez em quando. Nesses casos, o oftalmologista faz prescrições específicas, às vezes com
prismas inseridos nas lentes multifocais e com medidas precisas. "A personalização das lentes
multifocais hoje possui a mesma tecnologia aplicada nas cirurgias a laser", aponta o médico.
Cirurgia - Outra alternativa para a compensação da presbiopia é a cirurgia a laser com o
PresbyLasik. O procedimento é indolor e minimamente invasivo. O oftalmologista do HOB explica
que "o paciente recebe anestesia por meio de aplicação de colírio e o laser esculpe a córnea
em uma ação dupla. Ele age no centro e na periferia da córnea, definindo os pontos de
convergência e acomodação da pupila e corrigindo os erros refrativos". Mas nem todos os
pacientes têm as condições exigidas para este tipo de correção e é fundamental uma avaliação
criteriosa do candidato no período pré-cirúrgico.
O PresbyLasik não acarreta efeitos colaterais ou restrições pós-operatórias. "O indivíduo não fica
com pontos, não tem restrição alimentar ou comportamental, não usa tampão curativo, nem
necessita de internação", explica Jampaulo.
Báscula - Os tratamentos mais comuns para a presbiopia até agora ainda eram o uso dos óculos ou
das lentes de contato. Além desses, há a cirurgia para balanceamento da visão, mais conhecida como
báscula. "O cirurgião faz com que o olho dominante (ou diretor, aquele utilizado para mirar) fique
com visão boa para longe e o outro, bom para perto. Para isso, deixa-se o olho não dominante com
um pequeno grau de miopia e, no outro, corrige-se totalmente o erro refrativo. Dessa forma,
acontece a compensação que é assimilada pelo cérebro", esclarece o Jampaulo.
A solução por mei o do PresbyLasik não exige mais que o olho não diretor mantenha-se com algum
grau de miopia. "O olho não dominante melhora a visão para perto sem perder a qualidade
de visão de longe. Ambos os olhos ficam corrigidos" esclarece o especialista do HOB.
Indicação - A indicação de uso de lentes mono, bi ou multifocais ou ainda a realização de
procedimentos cirúrgicos depende de um conjunto de fatores que vai desde critérios médicos a
preocupações estéticas dos pacientes. "Não adianta o médico querer negligenciar o fator
estético. Hoje, os oftalmologistas buscam aliar o lado funcional, a preservação da saúde do
paciente e o fato de agregar prazer na utilização de óculos, lentes de contato ou ainda
optar pela correção cirúrgica. Atualmente, a indústria investe pesado em design de
armação, em lentes mais leves e com alturas menores. O melhor procedimento a ser
indicado é o que se encaixa no estilo de vida de cad a paciente", conclui o médico do HOB.
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