CONTRIBUIçãO DE DISTINTOS VISITANTES FLORAIS PARA O

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Contribuição de distintos visitantes florais para o êxito reprodutivo da
espécie exótica Spathodea campanulata (Bignoniaceae)
Amanda Eburneo Martins, João Vitor de Alcantara Viana, Leandro Hachuy Filho, Felipe Wanderley de
Amorim, Botucatu, Instituto de Biociências, Ciências Biológicas, [email protected]
Palavras Chave: Espatódea, sucesso reprodutivo, polinizadores.
Introdução
Spathodea campanulata (Bignoniaceae) é uma
espécie nativa da África e amplamente utilizada no
paisagismo urbano nas Américas e Ásia. Sua
reprodução depende exclusivamente de vetores
bióticos, uma vez que apresenta mecanismos de
autoincompatibilidade
que
inviabilizam
as
autopolinizações. A espécie é ornitófila, mas suas
flores grandes e vistosas atraem vários grupos de
visitantes florais. Em sua área natural de distribuição
a polinização é realizada principalmente por aves
Passeriformes. No Brasil, entretanto, sugere-se que
abelhas, beija-flores e outras aves atuem como
polinizadores efetivos. Porém, não se sabe qual é a
contribuição relativa de cada um para o êxito
reprodutivo da espécie.
relativa para a frutificação. Apesar da frutificação ter
sido baixa (Tabela 1), os frutos produzem um
grande número de sementes, contrabalanceando a
baixa taxa de frutificação. O pequeno número de
frutos formados, possivelmente se deve ao elevado
número de visitas ilegítimas (N=93, 80%), que é
quatro vezes maior do que aquele de visitas
legítimas (N=23, 20%).
Tabela 1: Taxa
campanulata.
de
frutificação
Tratamento
de
Controle
N° Inflorescência
Flores
Frutos
N°Inflorescência
1
36
0
2
20
0
3
54
4
5
Objetivos
Spathodea
Flores
Frutos
1
2
0
2
44
0
0
3
49
0
18
0
4
25
0
18
0
5
18
0
6
26
1
6
30
3
7
21
1
7
22
5
8
Nesse estudo, nós testamos se visitantes florais
vertebrados e invertebrados diferem em sua
contribuição relativa para a reprodução de
Spathodea campanulata em ambiente urbano no
Brasil.
16
1
8
27
2
9
16
0
9
56
0
10
8
0
10
20
0
Material e Métodos
11
33
0
Flores/Frutos
293
10
Taxa frutificação
3.41
Para avaliar a contribuição relativa de cada grupo de
visitante floral, nós realizamos um experimento de
exclusão de vertebrados e invertebrados. Para isso
utilizamos 586 flores distribuídas em nove plantas,
durante o período de floração da espécie entre os
meses de março e junho de 2016. Para excluir
vertebrados nós utilizamos uma tela de arame, cuja
malha permitia o acesso exclusivo às flores pelos
visitantes invertebrados (tratamento). Em outro
grupo de flores (controle) as inflorescências foram
mantidas em condições naturais. Também
realizamos 25 horas de observações focais para
quantificar o número de visitas legítimas e ilegítimas
realizada por cada grupo. O êxito reprodutivo foi
medido através da taxa de conversão de flores em
frutos. Nós utilizamos uma análise de Wilcoxon para
testar a diferença entre o tratamento (polinização
por invertebrados) e o controle (ambos os grupos).
Resultados e Discussão
Observamos seis espécies de visitantes florais
vertebrados e oito de invertebrados. Não houve
diferença entre o tratamento e o controle (Z=1,603;
p=0,108), indicando que vertebrados e invertebrados
não diferem entre si em termos de contribuição
XXVIII Congresso de Iniciação Científica
27
0
Flores/Frutos
293
3
Taxa frutificação
1.02
12
(%)
(%)
Conclusões
Nossas observações sugerem que os polinizadores
não nativos da espécie, como beija-flores e abelhas,
raramente contatam efetivamente as estruturas
reprodutivas da flor, sendo, portanto, igualmente
efetivos. Adicionalmente, beija-flores possuem
comportamento territorialista e afugentam as aves
passeriformes
que
poderiam
atuar
como
polinizadores
mais
efetivos
de
Spathodea
campanulata.
Agradecimentos
Aos professores e colegas da disciplina
“Fundamentos e Fronteiras em Ecologia da
Polinização”.
____________________
1
Bittencourt, N. S.; Gibbs, P. E.; Semir, J. Annals of Botany. 2003.
Solomon raju, A. J.; Purnachandra Rao, S Current science. 2002.
2
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