16/03/2016 MORFOLOGIA E ULTRAESTRUTURA DE BACTÉRIAS Aula 4 Microbiologia FFI 0751 Profa. Dra. Ilana Camargo Aula de hoje... o Tamanhos o Parede celular o Forma celular o Estruturas internas à parede o o o o o o o Membrana citoplasmática Material genético Ribossomos Inclusões Endósporos Estruturas externas à parede o Glicocálice (ou glicocálix) o Flagelos o Fímbrias e Pili Locomoção da célula bacteriana o Flagelar o Deslizamento o Taxias (fototaxia, quimiotaxia) 1 16/03/2016 A célula procariótica o Parede celular *Estrutura da célula eucariótica: membrana, citoplasma e núcleo. o Membrana plasmática o Citoplasma (80% água, proteínas, carboidratos, lipídeos, íons orgânicos, compostos de baixo peso molecular) – não possui citoesqueleto. o Área Nuclear ou nucleóide o DNA circular grande de dupla fita (=cromossomo bacteriano), fixado à membrana plasmática. o Plasmídeo: DNA circular pequeno de dupla fita, replicação independente, 5 a 100 genes, transportam genes relacionados à resistência a antibióticos, tolerância a metais tóxicos, produção de toxinas e síntese de enzimas. 1 a várias cópias, 1 ou mais tipos por célula. o Ribossomos – milhares, conferindo aspecto granular ao citoplasma; 70S (30s+50S); sensível à ação de antibióticos. o Inclusões A célula procariótica típica Corte transversal de uma bactéria. a) Esquema. b) Micrografia. (Tortora et al., 2005) 2 16/03/2016 Tamanho das células Madigan et al., 2004 Tamanho das células - gigantes Epulopiscium sp, bactéria endossimbionte de peixes herbívoros marinhos. Células podem atingir o tamanho de 600 µm por 80 µm. http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=107617 3 16/03/2016 Mycoplasma – as menores Classe Mollicutes Ordem Mycoplasmatales Familia Mycoplasmataceae 2 gêneros: Mycoplasma e Ureaplasma •São os menores procariotos capazes de se multiplicar de modo independente (0,2 – 0,3 µm); •Pleomórficos; •Não possui parede celular; •Membrana possui colesterol; •Requerem esteróis para o crescimento; •Genoma pequeno (580 – 2200 kpb) Aula de hoje... Tamanhos o Parede celular o Forma celular o Estruturas internas à parede o o o o o o o Membrana citoplasmática Material genético Ribossomos Inclusões Endósporos Estruturas externas à parede o Glicocálice (ou glicocálix) o Flagelos o Fímbrias e Pili Locomoção da célula bacteriana o Flagelar o Deslizamento o Taxias (fototaxia, quimiotaxia) 4 16/03/2016 Parede celular Parede celular Função 5 16/03/2016 Parede celular - Função o Estrutura complexa, semi-rígida e que confere forma à célula. o Previne a ruptura da célula (Lise celular) – fornece rigidez contra a pressão de turgor (meio intracelular é geralmente mais concentrado em solutos que o meio externo). o Proteção contra choques físicos; o Essencial para crescimento e divisão da célula; o Importância clínica e taxonômica; Septo de divisão o Visualização individualizada somente em microscopia eletrônica. Parede celular 6 16/03/2016 Parede celular Estrutura Parede celular – Gram-Positivo e Gram-Negativo Camada rígida 7 16/03/2016 Parede celular – composição e estrutura Ácido N-acetilmurâmico N-acetilglicosamina (NAM) (NAG) o Peptideoglicano (ou mureína) – principal componente da camada rígida da parede (só encontrado em Bacteria). o Unidades repetidas de dois derivados de açúcar unidas por polipeptídeos. Ligação 1,4 sensível à lisozima!! Cadeia de glicano (ligações covalentes) Interligadas através da ligação cruzada de suas cadeias de tetrapeptídeos para formar peptídeoglicano Ponte cruzada de peptídeos (interpeptídica) Cadeia adjacente de glicano Parede celular – composição e estrutura álcool 8 16/03/2016 Parede celular de Staphylococcus aureus Ligações peptídicas Parede celular – composição e estrutura Ligações glicosídicas Organização das unidades repetitivas formando a camada de peptideoglicano. a) Ligação cruzada em bactérias Gramnegativas. b) Ponte interpeptídica de glicina em bactérias Gram-positiva (Staphylococcus aureus). c) Várias fitas de peptídeoglicano unidas por ligações cruzadas. (Madigan et al., 2004). Obs.: DAP (ácido diaminopimélico) ocorre nas Gramnegativo e poucas Gram-positivo; Lys (lisina), maioria dos cocos Gram-positivo. 9 16/03/2016 Paredes celulares de Bacteria Diagrama esquemático das paredes celulares de bactérias Gram-positivo (a) e Gram-negativo (b) (Fonte: Madigan et al., 2004) Paredes celulares de Bacteria (c) Micrografia eletrônica de Arthrobacter crystallopoietes (Grampositiva). (d) Leucothrix mucor (Gram-negativa). (e) e (f) MEV de Bacillus subtilis e E.coli. (Fonte: Madigan et al., 2004). 10 16/03/2016 Parede das bactérias Gram-positivo Micrografia eletrônica de transmissão de Staphylococcus aureus Parede celular medida em nm (Camargo et al, AAC 2008) Parede das bactérias Gram-positivo o o o Muitas camadas (até ~25) de peptideoglicano (corresponde a 90% da parede). Apresentam ácido teicóico e lipoteicóico (polissacarídeo ácido, com resíduo de glicerol fosfato ou ribitol fosfato), que conferem carga negativa à superfície celular, regulando o movimento de íons + (Ca2+ e Mg2+) na célula. Ácidos teicóicos – respondem pela especificidade antigênica da parede, tornando possível a identificação de bactérias em testes laboratoriais. Ligação covalente com resíduos do ácido murâmico Ligação covalente com lipídeos da membrana Fonte: Madigan et al, 2004. 11 16/03/2016 Parede das bactérias Gram-positivo Lisozima e Protoplastos Proteína que cliva as ligações β-1,4 entre N-actilglicosamina e ácido N-acetil murâmico Intumescimento! Presente em secreções animais (lágrimas, saliva e outros fluidos) e atua como principal linha de defesa contra infecções bacterianas Protoplasto Esferoplasto • Célula desprovida de qualquer material residual da parede celular • Apresenta porções da parede celular associadas à estrutura envolta por membrana Parede das bactérias Gram-negativo o o o Membrana externa composta de lipopolissacarídeo (LPS), lipoproteínas e fosfolipídeos. Periplasma – espaço entre a MP e a ME – fluido com alta concentração de enzimas e proteínas de transporte (consistência de gel). Uma ou poucas camadas de peptideoglicano (que não contém ácido teicóico). Fonte: Madigan et al, 2004. 12 16/03/2016 Parede das Gram-negativo o Membrana externa o Permeável a pequenas moléculas pela presença de porinas, que permitem a passagem de moléculas hidrofílicas de baixa massa molecular (alguns nucleotídeos, dissacarídeos, peptídeos, aminoácidos, vitamina B12 e ferro). o Propriedade tóxica: associada ao lipídeo A (=endotoxina) do LPS. Exemplos de gêneros patogênicos Escherichia, Salmonella e Shigella. o Polissacarídeos O do LPS atuam como antígenos e são úteis para diferenciar espécies de bactérias Gram-negativas. Estrutura do lipopolissacarídeo de bactérias Gram-negativas. A composição química do lipídeo A e dos polissacarídeos é variável nas diferentes espécies. Fonte: Madigan et al, 2004. Exemplos de antígenos bacterianos: http://www.scilproj.org/Heart%26CVS_knowledge.html 13 16/03/2016 Características comparativas entre Gram – e + Característica Gram-positivo Gram-negativo Reação de Gram. Retém o corante violeta Aparece o contracorante (safranina) Camada de peptideoglicano. Espessa – múltiplas Camada única – fina Ácidos teicóicos. Presentes em muitas Ausentes Espaço periplasmático. Ausente Presente Membrana externa. Ausente Presente Conteúdo de LPS. Nenhum Alto Conteúdo de lipídeos e lipoproteínas. Baixo Alto (devido à ME) Toxinas produzidas. Exotoxinas Endotoxinas Resistência à ruptura física. Alta Baixa Ruptura da parede por lisozima. Alta Baixa Sensibilidade à penicilina e às sulfonamidas. Alta Baixa Sensibilidade à estreptomicina, cloranfenicol e tetraciclina. Alta Baixa Adaptado de Tortora et al., 2005. Parede celular de Archaea N-acetilglicosamina N-acetil talosaminurônico Algumas espécies de Archaea, como Methanobacterium. Pseudomureína de Archaea: ligações peptídicas cruzadas entre os resíduos do NAT (N-acetil talosaminurônico). Madigan et al, 2004. 14 16/03/2016 Parede celular de Archaea Camada S – proteínas ou glicoproteínas Mais comum camada superficial paracristalina (também encontrada em Bacteria) Sempre camada mais externa S-layers on cell walls of cyanobacteria Fig. 1 Schematic presentation of the molecular architecture of the major types of the bacterial cell envelopes covered by S-layers (modified from <ce:cross-ref refid="BIB59"> Sleytr et al., 1996</ce:cross-ref> ). (a) Most archaea: S-layer as the only cell ... Micron, Volume 33, Issue 3, 2002, 257 - 277 http://dx.doi.org/10.1016/S0968-4328(01)00031-2 Jan Šmarda , David Šmajs , Jiřı́ Komrska , Vladislav Krzyžánek Schematic illustration of the S-layer lattice patterns (according to International Tables for X-ray Crystallography). The building blocks of each crystalline lattice are formed by its units, each of which is a symmetric array of identical mono-, di-, tri-, tetra- or hexamers, the lattice subunits. Original Sleytr et al., 1996 (with courtesy of the authors and R.G. Landes Bioscience, Georgetown). Fig. 3. Electron micrographs of the most frequent S-layer types appearing on the walls of bacterial cells (reproduced at the same magnification: 117.000×). The scale bars correspond to 100 nm. Original, P. Messner and U.B. Sleytr, University for Agriculture, Vienna. Square pattern (p4 symmetry): Desulfotomaculum nigrificans NCIB 8706. 15 16/03/2016 Parede celular de Archaea o Diversidade de tipos de parede neste domínio – porém inexiste peptideoglicano. o Camada S: Tipo mais comum – camada superficial paracristalina (também encontrada em Bacteria) o formada por um arranjo bidimensional de proteínas, com várias simetrias; o função pouco esclarecida: atua como barreira de permeabilidade – permite passagem de pequenas moléculas; o em bactérias patogênicas poderia proteger a célula contra mecanismo de defesa da célula hospedeira. o Retem proteínas próximo à superfície celular o Paredes compostas por polissacarídeos, glicoproteínas ou proteínas (Methanosarcina, Halococcus). o Pseudomureína: presente em algumas espécies de Archaea, como Methanobacterium. o Possui o N-acetiltalosaminurônico (NAT), em substituição ao Nacetilmurâmico (NAM) de Bacteria. o Ligações glicosídicas do tipo -1,3 (insensível à lisozima). Parede celular e a forma celular 16 16/03/2016 Morfologia celular: Forma Espiroqueta cocos Pedúnculo hifa Bactérias com brotamento e apendiculada Bacilo Espirilo Bactérias filamentosas Morfologia celular: Forma e arranjo Coco ovaladas Bacilo cilíndricas 17 16/03/2016 Morfologia celular: Forma e arranjo Células de várias espécies permanecem unidas em grupos ou conjuntos após a divisão celular Arranjos Frequentemente os arranjos são característicos de determinados gêneros Streptococcus sp. Gênero Staphylococcus sp. Arranjo Estreptococos Estafilococos Morfologia celular: Forma e arranjo Espiraladas Forma de estrela: Stella Forma quadrada e plana: Haloarcula Forma helicoidal (saca-rolhas) com corpo rígido, movimentação com flagelos Bacilo torcido Intensamente espiralada Forma helicoidal (saca-rolhas) com corpo flexível, movimentação com filamento axial (flagelo contido em bainha externa flexível) 18 16/03/2016 Morfologia celular: Forma e arranjo Bactérias com brotamento e apendiculadas Rhodomicrobium Bactérias filamentosas Chloroflexus http://textbookofbacteriology.net/procaryotes_2.html MreB e a forma da célula Faixas espiraladas Estruturas helicoidais não estáticas! MreB posiciona a formação da parede onde há contato com a membrana citoplasmática MreB (proteína do tipo actina) forma um citoesqueleto dinâmico e multifacetado Recrutam outras proteínas que coordenam o crescimento da parede celular em um padrão específico Presentes em Bacteria e Archaea Células sem MreB são cocoides!! 38 19 16/03/2016 MreB e a forma da célula MreB atua posicionando a síntese de novo peptideoglicano e de outros componentes da parede celular em localizações específicas ao longo do cilindro de uma célula bacilar durante o crescimento. Isso mostra que o novo material da PC de uma célula bacilar elongada é formado em diversos pontos ao longo do seu eixo maior e não de uma única localização 39 MreB e a forma da célula Inserção de novo material de peptideoglicano Proteína FtsZ ajuda na divisão celular (veremos em outra aula!!) 40 20 16/03/2016 Crescentina e a forma da célula Caulobacter crescentus Além da MreB também apresenta crescentina, uma proteína determinante da morfologia que se organiza em filamentos localizados na face côncava da célula curva. 41 Aula de hoje... Tamanhos Parede celular Forma celular o Estruturas internas à parede o o o o o o o Membrana citoplasmática Material genético Ribossomos Inclusões Endósporos Estruturas externas à parede o Glicocálice (ou glicocálix) o Flagelos o Fímbrias e Pili Locomoção da célula bacteriana o Flagelar o Deslizamento o Taxias (fototaxia, quimiotaxia) 21 16/03/2016 Membrana citoplasmática Membrana citoplasmática Estrutura 22 16/03/2016 Membrana citoplasmática dos procariotos Bicamada de fosfolipídios (invertidos) Porção hidrofílica Porção hidrofóbica Membrana citoplasmática de Bacteria Estrutura de uma bicamada lipídica. Madigan et al., 2004. o Bacteria possuem hopanol, em substituição ao esterol das MP dos eucariotos (esterol torna a MP menos rígida). o Algumas bactérias possuem dobras internas da MP onde localizam-se enzimas e pigmento envolvidos na fotossíntese (cromatóforos ou tilacóides). 23 16/03/2016 Membrana citoplasmática bacteriana A maioria das Membranas Citoplasmáticas procarióticas não contém esteróis (colesterol), por isso são menos rígidas que as células eucarióticas. Exceção são os micoplasmas, a única bactéria que não possui parede celular. Possuem esteróis junto à membrana citoplasmática ajudando a manter sua integridade. Moléculas planas e rígidas Mycoplasma – as menores bactérias também não apresentam parede celular !! Observe que elas não tem forma definida!! 24 16/03/2016 Membrana citoplasmática de Archaea • Diferença dos domínios Bacteria e Eucarya está na composição do lipídeo. – Ligação do tipo éter entre glicerol e a cadeia lateral hidrofóbica. – Cadeia lateral não é um ácido graxo e sim unidades repetitivas de isopreno (hidrocarboneto de 5 C). (a) Ligação éster (liga o glicerol ao ácido graxo em Eucarya e Bacteria). (b) Ligação éter (liga o glicerol à cadeia lateral, em Archaea). (c) Isopreno, estrutura da cadeia lateral hidrofóbica dos lipídeos de Archaea. Madigan et al., 2004. Membrana citoplasmática de Archaea • Tipos de cadeia lateral definem a alta resistência a rupturas que alguns grupos apresentam, inclusive as ocasionadas por altas temperaturas (caso das arquéias hipertermófilas). Unidades de isopreno Principais lipídeos de Archaea e a estrutura de suas membranas. Madigan et al., 2004. Na monocamada lipídica as cadeias laterais de fitanil de cada molécula de glicerol estão covalentemente ligadas, formando o bifitanil, o que confere a resistência a rupturas. 25 16/03/2016 Membrana citoplasmática de Archaea Crenarqueol – lipídeo contendo anéis de 5 a 6 carbonos Membrana citoplasmática Funções 26 16/03/2016 Membrana citoplasmática Funções Membrana citoplasmática dos procariotos Funções: -Barreira para a maior parte das moléculas solúveis em água, é muito mais seletiva que a Parede Celular. - Sítio de localização de Permeases, proteínas específicas que transportam pequenas moléculas para dentro da célula; -Enzimas produzem energia e auxiliam a síntese da Parede Celular. 27 16/03/2016 Membrana citoplasmática bacteriana Funções de barreira: Osmose e Difusão Permite a osmose - entrada de água quando em uma solução hipotônica (baixa concentração de soluto) e saída de água de dentro da célula para fora quando em solução hipertônica (alta concentração de soluto). Também permite a difusão simples, a entrada de moléculas pequenas como oxigênio e dióxido de carbono, dissolvidos por meio da membrana citoplasmática sem gasto de energia (um processo passivo); Entretanto, a maior parte dos nutrientes é transportada por permeases e requer gasto de energia (processo ativo) Membrana citoplasmática dos procariotos Força proton motiva é composta de ∆pH e ∆ (potencial de membrana) Redox loop and electron transfer chain Sítio de geração e utilização da força próton motiva Dehydrogenase + quionone + Proton pump + cytochrome + ATP synthase 28 16/03/2016 Aula de hoje... Tamanhos Parede celular Forma celular o Estruturas internas à parede Membrana citoplasmática o Material genético o Ribossomos o Inclusões o Endósporos o o Estruturas externas à parede o Glicocálice (ou glicocálix) o Flagelos o Fímbrias e Pili Locomoção da célula bacteriana o Flagelar o Deslizamento o Taxias (fototaxia, quimiotaxia) Endósporos 29 16/03/2016 Formação do endósporo • Condição de limitação de um ou mais nutrientes essenciais. • Em B. subtilis, ~ 200 genes envolvidos no processo de esporulação. Processo completo pode levar 8 horas. • Interrupção da síntese de proteínas envolvidas nas funções da célula vegetativa e ativação da síntese das proteínas específicas do esporo, em resposta a um sinal ambiental. Endósporo seco, metabolicamente inerte e extremamente resistente Célula vegetativa: Célula com metabolismo ativo e úmida Formação do endósporo Endósporos Estágio latente de um ciclo de vida: Esporulação ? germinação ? Célula vegetativa endósporo célula vegetativa Estruturas ideais para dispersão de um organismo pela ação do vento, da água, do trato gastrointestinal; 30 16/03/2016 Endósporos • Estruturas de resistência (ao calor, à agentes químicos, à dessecação, radiação), desidratadas e duráveis. • São formados em condições de exaustão de nutrientes no meio. • Geralmente em bactérias do solo, Gram-positivo (descritos em cerca de 20 gêneros de Bacteria). Não se observou em Archaea. • Bem estudados nos gêneros Clostridium e Bacillus. • Podem permanecer dormentes por longos períodos de tempo: – Clostridium aceticum: 34 anos, frasco perdido em depósito da Universidade da Califórnia. – Thermoactinomyces: 2.000 anos. Fragmentos de ruínas de sítio arqueológico romano no Reino Unido. Endósporos 31 16/03/2016 Endósporos Exospório Incorporação Ca+2 + ácido dipicolínico Desidratação adicional Produção de PPASs e Formação das capas Desidratação Cerne Estrutura do endósporo • Camadas adicionais e externas à parede celular que protegem o DNA, formadas basicamente por proteínas. • Núcleo: parcialmente desidratado (contém de 10 a 30% de água da célula vegetativa) inativa as enzimas, aumenta a termoresistência. – Apresenta altas [ ] de PPASs (pequenas proteínas de ácido solúveis de esporo): liga-se ao DNA, protegendo-o de possíveis danos causados pela radiação ultravioleta, calor seco e dessecamento; pode ser utilizado como fonte de energia e carbono na extrusão durante a germinação do esporo. – Ácido dipicolínico: exclusivo dos esporos, corresponde a 10% do peso seco do esporo. Endósporo bacteriano. (a) MET de esporo maduro de Bacillus megaterium. (b) Fotomicrografia de fluorescência de célula de B. subtilis em esporulação. O corante liga-se a uma proteína da capa do esporo. Madigan et al., 2004. 32 16/03/2016 Endósporo célula vegetativa Ativação Aquecimento (temperatura subletal) + nutrientes Germinação Perde refringência Extrusão Intumescimento visível (++H2O) Germinação do endósporo • Ativada por lesão física (aquecimento) ou química no revestimento do esporo. • Enzimas do endósporo rompem as camadas extras. • Intumescimento devido à entrada de água; síntese de novas moléculas de RNA, proteínas e DNA (se condições nutricionais foram favoráveis). Germinação de um endósporo em Bacillus. (a) esporo maduro. (b) ativação – perda de refringência. (c) e (d) extrusão – nova célula emergindo. Madigan et al., 2004. 33 16/03/2016 Endósporos • Endósporos - Se formam dentro da célula, são exclusivos das bactérias. • Possuem parede celular espessa; • São altamente refratáveis; • Altamente resistentes às mudanças do ambiente, à exposição a compostos químicos tóxicos (desinfetantes). • Em M. O. - Coloração específica após o aquecimento do material para que os mesmos absorvam o corante. • Variam em forma e localização dentro da célula! Coloração de Schaeffer-Fulton Bacillus anthracis – Endósporos e células vegetativas 34 16/03/2016 Localização, tamanho e forma dos endósporos Esporos ovais: localização central (Bacillus cereus) Esporos esféricos: localização terminal (Clostridium tetani) Esporos ovais: localização subterminal (Clostridium subterminale) Geralmente em culturas que se aproximam do final de um crescimento ativo. Localização, tamanho e forma dos endósporos Endósporos bacterianos. Fotomicrografia de contraste de fase ilustrando localizações intracelulares de endóporos em diferentes espécies. (a) Terminais (b) Subterminais (c) Centrais. Madigan et al., 2004. 35 16/03/2016 Atrapalhou a tentativa de contrariar a Teoria da Geração Espontânea Condições de experimentos não eliminavam as formas latentes de bactérias e fungos; No combate ao carbúnculo, os microbiologistas compreenderam que as formas latentes do bacilo do carbúnculo poderiam sobreviver no solo por anos!! Clostridium botulinum Causam a intoxicação alimentar - Botulismo. Possui endósporos: resistem a fervura durante horas; As células vegetativas são mortas por temperaturas acima de 70°C, mas a maioria dos endósporos pode resistir a 80°C por até 10 minutos. Perda de água durante a esporulação; Resistência ao calor Presença em grande quantidade de ácido dipicolínico (DPA) combinado com grande quantidade de cálcio. 36 16/03/2016 Clostridium sp. 37