Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (17-141), 2014 ISSN 18088597 INCIDÊNCIA DE HPV EM CLIENTES SOROPOSITIVO PARA HIV - UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA1 IMPLICATIONS OF HPV IN CLIENTS HIV POSITIVE - A LITERATURE REVIEW1 Angélica Cristina dos Santos2 Bruna Alves Ferreira2 Michelle Bárbara Nunes2 Brenda de Oliveira M. Mendonça3 Bruna Monteiro4 Daniela Samara Nogueira5 Eda Jaqueline Barros6 Ricardo de Miranda Mota7 Sirlene da Silva Guimarães Araújo8 Vanessa Samara Nogueira9 Vanusa Cristina de Carvalho Oliveira10 Resumo: Atualmente a incidência de indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que posteriormente adquirem o papilomavírus humano (HPV) é um dos problemas graves de saúde pública, que causa preocupação a vários órgãos comprometidos com a saúde sexual e reprodutiva. É importante ressaltar que entre as doenças sexualmente transmissíveis (DST) o HPV se sobressai por ser de maior incidência e prevalência em todo o mundo. Paralelarmente todos os países, incluindo o Brasil permanecem altamente vulneráveis ao HIV que, durante os próximos anos, provavelmente será um grande determinante de mortalidade. Pesquisas atuais afirmam que a exposição à infecção pelo HIV pode contribuir para o contágio com o HPV, provavelmente pela baixa resposta imune, apresentada pelos soro positivos. Os fatores principais relacionados com a coinfecção são: múltiplos parceiros sexuais, idade precoce para a primeira relação sexual, baixo nível socioeconômico e prática sexual sem proteção. Contudo os indivíduos que têm uma maior probabilidade de se infectarem pelo HIV e HPV, isso devido à forma de aquisição ser comum aos dois vírus. 1 Trabalho desenvolvido no Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. São Luís de Montes Belos – GO, Dezembro de 2012. 2 Discentes no 8º período do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos – FMB. e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; 3 Enfermeira, Mestre e Docente da Faculdade Montes Belos. e-mail: [email protected] 4 Enfermeira, Especialista e Docente da Faculdade Montes Belos. e-mail: [email protected] 5 Enfermeira, Mestre e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail: [email protected] 6 Enfermeira, Especialista, Orientadora e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail: [email protected] 7 Enfermeiro, Especialista e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail: [email protected] 8 Enfermeira, Especialista e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail: [email protected] 9 Biologa, Biomêdica, Especialista e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail: [email protected] 10 Enfermeira, Especialista, Orientadora e professora do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. email: [email protected] Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (18-141), 2014 ISSN 18088597 O estudo em questão, tem como metodologia um trabalho de revisão de literatura, em artigos científicos publicados em revistas on line na base de dados da BIREME (Biblioteca Regional de Medicina). Palavras chave: HIV, HPV, AIDS. Abstract: Currently the incidence of individuals infected with the human immunodeficiency virus (HIV), which subsequently acquire the human papillomavirus (HPV) is one of the serious public health problems, causing concern to several agencies committed to sexual and reproductive health. It is important to note that among the sexually transmitted diseases (STDs) HPV stands out for being the highest incidence and prevalence worldwide. Paralelarmente all countries, including Brazil remain highly vulnerable to HIV that during the next few years will likely be a major determinant of mortality. Current research claim that exposure to HIV infection may contribute to infection with HPV, probably due to low immune response, presented by the positive serum. The main factors associated with coinfection are: multiple sexual partners, early age of first intercourse, low socioeconomic status and unprotected sex. However individuals who are more likely to be infected with HIV and HPV, because of the way this acquisition is common to both viruses. The study in question, has the methodology a literature review work, in scientific articles published in journals online in the BIREME database (Regional Library of Medicine). Keywords: HIV, HPV, AIDS. após decorridas várias pesquisas, essa tese Introdução foi confirmada, levando a conclusão de que De acordo com Santos Júnior (2011), as lesões papilomatosas integridade que fisiológica certos tipos de Papilomavirus Humano verrucosas e (HPV) tinham papel no desencadeamento danificavam a do câncer do colo do útero. são Segundo Hossne (2008), nos dias relatadas desde a Grécia antiga. Em atuais a infecção pelo HPV é citada como meados iniciaram-se uma lesão pré-neoplásica. Esta infecção é pesquisas sobre o papilomavírus (PV). considerada como uma das Doenças Posteriormente foi Sexualmente Transmissíveis (DST) de infecciosos maior índice em todo o mundo. Os do século definido como naturais, sendo esse da XX, grupo agentes o pele viral desencadeador de principais locais de infecção por esse vírus verrugas em várias classes de mamíferos, são os órgãos genitais, região anal e inclusive no homem. Alguns anos depois, também na cavidade oral. Existem muitos Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (19-141), 2014 ISSN 18088597 pacientes que são assintomáticos à doença. surgimento da patologia. Tais valores Dentre na chamam a atenção dos órgãos de saúde, contaminação pelo vírus, a infecção anal decorrente dessa doença ser de alto tem forte relação com alguns grupos de desenvolvimento. pacientes, tais como os portadores de HIV consideração que as maiores vítimas do positivo, e os indivíduos que tiveram vírus são mulheres de aproximadamente 15 história pregressa de tratamento de HPV e 25 anos, nos homens esse índice é genital, os portadores de alguma outra DST significativamente reduzido e bem menor, e mas também podendo fazer parte da vida os sintomas também evidenciados aqueles que têm um comportamento de risco para adquirem Levando em dos homens. uma DST. Conforme Amaral (2008), é De acordo com Cruz (2010), o HPV preconizado no Brasil a realização anual é um vírus que promove lesões conhecida do exame citopatológico em mulheres na como crista de galo, condiloma acuminado faixa etária entre 25 e 60 anos ou que tenha ou verruga genital, que acomete pele e vida sexual ativa. A partir da realização de mucosas. Existem mais de 100 tipos virais dois exames anuais consecutivos com de PV, 20 tipos de HPV podem infectar o resultados negativos, determina-se então, trato genital, os locais mais afetados são: sua realização a cada três anos. vagina, ânus, vulva, uretra, colo do útero, Para Barros (2007), a população ureter, pênis, bolsa escrotal. Tais tipos tem carência de informações adequadas também podem infectar e causar câncer na sobre HPV. O enfermeiro como o maior língua, lábios, responsável pela educação em saúde deve orofaringe e laringe (garganta). Alguns orientar na prevenção da patologia, e o fatores de risco relacionados ao contágio diagnóstico precoce. O enfermeiro tendo pelo HPV incluem a multiplicidade de esse parceiros disseminação do vírus, pode assim nortear cavidade oral demonstrando (boca), ser o mais conhecimento para a do educação controle em da relevante, alta paridade, tabagismo e ações saúde, medicamentos hormonais orais. objetivando o esclarecimento de possíveis De acordo com o Brasil (2006), é idéias e crenças equivocadas, promovendo registrado anualmente 137 mil novos casos assim, a conscientização dos pacientes a de HPV no Brasil, colocando o país como respeito do tratamento do HPV. um dos líderes mundiais nos índices de De acordo com Manzione (2006), é surgimento do vírus. Nos casos de Câncer necessário desenvolver duas maneiras de Uterino o HPV é o responsável por 90% do profilaxia: uma com o rastreamento das Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (20-141), 2014 ISSN 18088597 lesões precursoras do HPV e outra atitudes de negação, pânico, intolerância e com a imunização contra o vírus. Tais principalmente discriminação e ações práticas, como as supracitadas, preconceito aos indivíduos acometidos por podem, de certa forma, prevenir e evitar a tal patologia. infecção. Em alguns países desenvolvidos Relatado por Kramer (2010), a existem programas de rastreamento que AIDS é uma doença infecciosa causada diminuíram em cerca de 75% a crescente pelo vírus da imunodeficiência humana elevação do Câncer Cervical nos últimos (HIV), que atua fazendo a redução das 50 anos. células Em relato, Christo (2010), afirma de defesa do organismo, principalmente dos linfócitos T, o que que a partir de 1977 nos Estados Unidos da desencadeia América, surgiram os primeiros casos de característica da doença. A partir da AIDS. A AIDS se tornou uma doença imunodepressão sobremodo classificando-se surgimento de doenças oportunistas e como um dos maiores problemas de saúde alterações do sistema nervoso central pública mundial. Desde a primeira (SNC). Em todo o mundo a transmissão notificação de paciente com AIDS no ano por contato sexual simboliza 75 a 85 % dos de 1982 no Brasil, até junho de 2007, já casos de AIDS. pandêmica, foram notificados uma média de 474 mil casos relacionados com a a imunodepressão, desenvolvida uma há o Para Bernardes (2011), a DST mais patologia. agravante e mais conhecida na atualidade é Pressupõe-se que cerca de 593 mil pessoas a AIDS, além de ser a doença que mais atualmente vivem com HIV ou AIDS. superfatura os órgãos de saúde pública. A Para Almeida (2006), a AIDS maior parte dos indivíduos infectados era tornou-se um grande problema no mundo homossexual, de cor branca, com grau atualmente, levantando a possibilidade de escolar superior a oito anos, isso nos anos ser uma crise global de rápida dispersão e de 1980. Nos dias atuais a contaminação grandes fez-se pelo vírus compreende toda sociedade soluções independente de fatores como classe agravos. necessário a Com elaboração econômicas, políticas controlassem essa e isso de sociais que social, cor, raça e sexo. problemática de Refere Azevedo (2006), que a tamanha dimensão. Essa crise de rápida ocorrência de DST vem aumentando em disseminação nos impossibilitou de ser todo o país, onde o HPV se destaca entre capazes de lidar de maneira humanitária as DSTs. As mulheres infectadas pelo com a doença, levando em consideração as papilomavírus são cinco vezes mais Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (21-141), 2014 ISSN 18088597 oportunas a desenvolver lesões verrucosas cervicais que podem progredir desenvolvimento do HPV em clientes soropositivos para o HIV. para o Câncer Uterino. As infectadas pelo HIV têm um risco maior para contrair o Metodologia Câncer do Colo do Útero comparado com as mulheres não infectadas pelo vírus. Trata-se de um trabalho de análise e De acordo com Entiauspe (2010), em suas pesquisas afirma que comentário da literatura onde a revisão a bibliográfica é o esquadrinhamento de probabilidade de mulheres HIV positivas artigos científicos e revistas científicas desencadearem lesões malignas no útero é publicadas. O projeto em questão refere-se de 13,3 vezes maior em relação às às informações ligadas ao estudo e ao soronegativas e as infecções pela co- resumo da conclusão mais importante. relação HPV e HIV são mais assíduas em mulheres no ápice da atividade reprodutiva. A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um Para Brito (2010), as mulheres tratamento científico e se constitui no infectadas soropositivamente com o HIV caminho para se conhecer a realidade ou têm chances cinco vezes maiores que as para descobrir verdades parciais. não infectadas de desenvolver lesões Lakatos e Marconi, (2010) afirmam O que a pesquisa bibliográfica “abrange toda Intra- bibliografia já tomada” pública em relação Epitelial (NIC) é de treze vezes mais ao tema em estudo, desde publicações probabilidade em mulheres soropositivas avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, do que nas soronegativas. Esses dados pesquisas, monografias, teses, material somente confirmam a necessidade de que cartográfico, até meios de comunicação se deve ter uma urgente implantação de orais: rádios, gravações em fita magnética fatores de profilaxia para a sociedade. e audiovisuais, filmes e televisão. Sua inicias do desenvolvimento Diante câncer da do cervical. Neoplasia problematica finalidade é colocar o pesquisador em apresentada, qual é o fator de risco para contato direto com tudo que já foi escrito, desenvolvimento dito, transcrito por alguma forma, quer do papiloma vírus humano (HPV) em clientes HIV positivo? sejam publicadas ou gravadas. O trabalho teve como objetivo Para o levantamento dessa pesquisa analisar os fatores de risco para o serão analisados artigos na íntegra do idioma português, no intervalo cronológico Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (22-141), 2014 ISSN 18088597 de 2001 a 2011, sendo que foi outras DSTs e imunossupressão. A principalmente a utilizado como meio de pesquisa a imunossupressão, biblioteca virtual de saúde (BVS) nas bases adquirida, científicas SCIELO (Scientific Electronic manifestação Library) e MEDLINE (Medical Literature Relatos afirmam que mulheres HIV- Analysis and Retrieval System Online). positivo têm uma maior prevalência de Foi encontrado um total de 512 artigos, infecção pelo HPV e, frequentemente, Foram selecionados 167, mas para análise estas mulheres estão infectadas com um e discussão foram usados 29. Para a busca número maior dos tipos virais, do que as e seleção dos artigos usaram as palavras que são HIV- negativo. A presença de chaves: HPV, HIV, AIDS. vários tipos virais, e de tipos oncogênicos, é a principal da infecção causa por da HPV. aumenta a persistência da infecção e aumento na prevalência e na progressão Resultados e Discussão das lesões. Pois há evidências de uma Segundo Amaral (2011), a relação entre as infecções por HIV vírus da imunodeficiência humana e HPV maior incidência de lesões cervicais entre mulheres HIV-positivo. Conforme Ramacciotti Filho papilomavírus humano, corresponde a (2009), entre as doenças sexualmente alguns como: transmissíveis (DST), o HPV se destaca múltiplos parceiros sexuais, idade precoce por ser de maior incidência e prevalência para a primeira relação sexual, sexo com em todo o mundo. O agente etiológico que homens que tiveram múltiplas parceiras, mais acomete doenças na região anal é o baixo nível socioeconômico, pratica sexual HIV. Comprova-se através do aumento da sem proteção. Sendo a coinfecção entre pandemia essas patologias um achado previsível, Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que a tendo em vista que os fatores de risco entre imunodepressão é um fator relevante no estas são paralelos, pois são comuns às surgimento duas infecções virais. causado pelo HPV. fatores de risco, tais De acordo Campos (2011), o HPV da Síndrome do condiloma da acuminado De acordo com Cruz (2010), a se mostra mais persistente na população infecção HIV-positiva, fatores associada com alta prevalência, incidência associados à recidiva das lesões são: uso e persistência de infecção pelo HPV e prolongado de contraceptivos hormonais, relacionada com a prevalência, incidência, multiparidade, tabagismo, coinfecção com persistência e progressão para as lesões. onde alguns pelo HIV está fortemente Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (23-141), 2014 ISSN 18088597 A infecção pelo HPV incidente e qualquer consequência clínica, mas cerca persistente ocorre mais frequentemente em de 10% desses indivíduos desenvolverão mulheres HIV positivas comparadas com no futuro lesões como verrugas, papilomas as HIV negativas. ou displasias. Segundo Brandão (2010), no Brasil, Relata Guimarães (2011), que a antigamente o gênero mais afetado pelo imunidade do trato genital tenha papel HIV era o masculino, porém atualmente é importante no controle da infecção pelo quase igual a incidência desta doença em HPV. A modulação da resposta imune ao ambos os sexos. A forma sexual de HPV é o mecanismo mais provável pelo transmissão é, nos dias atuais, uma qual o HIV potencializa a doença por esse transmissão esta vírus. Mulheres infectadas com HPV/HIV responsável pelo crescente número de possuem maior taxa de persistência do mulheres, HPV quando comparadas com mulheres heterossexual, em idade sendo reprodutiva, diagnosticadas com HIV. Conforme HIV negativas. Castro (2001), na Segundo Linhares (2006), as atualidade a Síndrome da Imunodeficiência infecções por HPV são comuns em Adquirida (SIDA) representa a principal indivíduos ditos normais, mas existem causa de óbitos de adultos na faixa etária fatores inerentes, como a idade e o estado de 20 a 50 anos em 15 países. Todo o imune. Neste caso, estes tipos de infecções mundo, incluindo o Brasil permanece são mais comuns entre os jovens. Estas altamente da regridem espontaneamente, sendo que na que, maior parte dos casos é totalmente durante os próximos anos, provavelmente assintomática. A existência das infecções será o maior determinante de mortalidade com o vírus HPV faz com que o risco do nesta faixa etária em quase todo o mundo. desenvolvimento da doença seja elevado, vulnerável imunodeficiência ao humana vírus (HIV) Para Calore (2004), a incidência de principalmente quando subsiste um alto pacientes HIV positiva e HPV podem risco oncogênico. Deste modo, quaisquer ocorrer em qualquer faixa etária, embora medidas para controlar estas infecções acometa principalmente adultos jovens deverão ter impacto no controle das entre 20 e 24 anos, onde a atividade sexual patologias a que podem estar associadas. geralmente é maior. A área extragenital Relata Campos (2005), que se tem mais acometida pelo HPV nos doentes evidenciado maior incidência do HPV em HIV- positivo é a região perianal. A maior pacientes contaminados pelo HIV. Foi parte das infecções pelo HPV não tem constatado que a prevalência de Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (24-141), 2014 ISSN 18088597 anormalidades citológicas é mais prevalência do vírus atinge cerca de 20% alta nas mulheres soropositivas do que nas das mulheres sexualmente ativas. A falta mulheres soronegativas e ambos, HPV e de imunodeficiência associada com HIV. adequados a respeito do HPV pode informações e conhecimentos Declara Araújo (2011), que o fato desencadear conceitos equivocados que, de o indivíduo ser portador de HIV está por sua vez, podem interferir de forma predisposto à aquisição de infecções por negativa no comportamento da portadora múltiplos tipos de HPV. A infecção pelo do papilomavirus humano, em como das HPV ocorre em principalmente na mucosa pessoas que fazem parte de seu contexto genital das mulheres infectadas pelo HIV. sócio familiar. Numa paciente contaminada pelo HIV, a infecção pelo HPV pode levar ao Considerações Finais desenvolvimento do câncer cervical. Segundo Santos Júnior (2011), a O HPV é a DST que mais acomete transmissão do HPV ocorre pelo contato indivíduos em todo pais, além de ser a direto ou indireto com o portador da patologia transmissível de maior incidência patologia que tenha lesão. A infecção viral no mundo, a infecção por este vírus pode se torna possível através de disfunções na ocorrer barreira traumatismos; independente da cor, sexo, raça, e padrão pequenas agressões ou macerações que econômico, levando em alguns casos ao provocam desencadeamento de lesões verrugosas. epitelial por perda de solução de continuidade na pele. seus com qualquer indivíduo Quando ocorre uma infecção viral de um De acordo com Barbieri (2010), em portador de HIV, o risco para desenvolver estudos HPV é ainda maior. O desenvolvimento sobre o Papilomavírus humano na década de 1980, possibilitou o dessas conhecimento aprofundado da resposta múltiplos, imunológica o múltiplos parceiros, idade precoce para desenvolvimento de vacinas com baixas primeira relação sexual, prática sexual sem doses proteção. Os fatores de transmissão entre de ao vírus, antígenos permitindo e altamente imunogênicas. Conforme Barroso (2008), o HPV doenças como: concomitantes a são imunossupressão, as duas doenças são paralelos, pois são comuns às duas infecções virais. tem causado grande preocupação para A imunossupressão causada pelo vários órgãos comprometidos com a saúde HIV desencadeia uma maior probabilidade sexual e reprodutiva feminina, onde a para o indivíduo adquirir o HPV e Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (25-141), 2014 ISSN 18088597 provavelmente desenvolver lesões Saúde (UBS) e escolas enquanto pré-neoplásicas dependendo do tipo viral. estagiários, podem ser peças auxiliar na A incidência da infecção ocorre com mais disseminação de informações a pessoas e frequência no gênero feminino, embora estudantes no que tange à forma de tenha aumentado gradativamente no Brasil contágio no sexo masculino. Contudo as mulheres Algumas estratégias criativas que possam são o grupo mais afetado, principalmente ser aplicadas na prática diária dão aos as enfermeiros em atividade sexual e em idade das patologias do oportunidades de estudo. serem reprodutiva, sendo fator predisponente para educadores e promotores de mudanças em morbidade e mortalidade. A faixa etária conceitos e práticas junto à comunidade, acometida é de adultos jovens entre 20 e levando a promoção da saúde por meio da 24 anos de idade, que estejam sexualmente informação e intervenção de mudanças nas ativos, esse fator aumenta a prevalência práticas sexuais, inclusive a inserção do para a coinfecção e posteriormente poderá uso do preservativo como meio de desenvolver um câncer cervical. proteção individual contra HIV. A falta de da A equipe multidisciplinar de saúde população sobre as patologias em questão a partir de promoções educativas de saúde é uma realidade alarmante nos dias atuais, deve instruir a população sobre a profilaxia dessa forma, foi constatada a importância e os danos causados pelas DSTs em geral, de ações de prevenção e promoção da principalmente pelas que mais acometem saúde, como informações sobre patologias os indivíduos, como o HIV e HPV. Deve- que devem ser efetuadas na adolescência e se orientar a população, a procurar os reafirmadas ao longo da idade adulta com serviços de saúde quando estes percebem o objetivo de evitar o contágio com os qualquer alteração vírus HPV e HIV, pois são agravos que sintomas indicativos trazem dos corrimento, verrugas, e lesões ou feridas indivíduos, além de gerar oneração de nos órgãos genitais. Sobretudo, é de gastos públicos como internações, exames extrema importância um rastreamento onde e tratamentos. a consequências A atuação de informações à saúde acadêmicos de pessoa esteja fisiológica, de em uma um como DST, estágio assintomático e não apresenta sinais e enfermagem nas Unidades Básicas de sintomas sugestivos de alguma doença. Referências Bibliográficas ALMEIDA, A. D. L.; CUNHA, G. S.; SILVA, C. F. S. Os conhecimentos, Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 9, n° 2, 2016, p (26-141), 2014 ISSN 18088597 atitudes e comportamentos sobre SIDA dos adolescentes portugueses do meio urbano e não-urbano. Rev. Esc. Enfermagem USP [online] 2006, vol.41, n.2, pp. 180-186. AMARAL, R. G.; GUIMARÃES, J. V.; MIGNOLI, J. R. Q.; OLIVEIRA A.; SOUSA, P. J.; XAVIER A. F. Influência da adequabilidade da amostra sobre a detecção das lesões precursoras do câncer cervical. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online] 2008, vol.30, n.11, pp. 556-560. AMARAL, W. N.; MANOEL, W. J.; SADDI, V. 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