1 FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA. Prof. Amauri Bartoszeck, Laboratório de Neurociência & Educação, UFPR [Set. 2006]. Introdução. O pulmão pode ser comparado a um saco elástico que se comunica com o exterior, por meio de um sistema de tubos formado pela traquéia e brônquios. A cavidade do saco é subdividida por dobras, cuja menor é o alvéolo. As paredes deste são simples camadas de epitélio com capilares encostados neles. Portanto, o sangue fica separado do ar inspirado por duas membranas extremamente finas, o que permite a livre passagem do O2 do alvéolo para o sangue e o CO2 do sangue para este. Estrutura & função. Os pulmões não possuem movimentos próprios. O ar entra e sai graças aos movimentos da caixa torácica. O tórax é uma caixa fechada, formada pelas costelas, coluna vertebral, externo e diafragma. Os pulmões são revestidos por membrana serosa a pleura, que também cobre a superfície interna da cavidade torácica. Os músculos da respiração são: o diafragma (inervado por par de nervos frênicos) e principalmente pelos músculos intercostais externos e internos. O ar que adentra os pulmões é o ar corrente, i. e. o volume inspirado/expirado a cada movimento respiratório normal, equivale a 500ml. Denomina-se ventilação pulmonar [V.P.] ao volume de ar que passa pelos pulmões em 1 minuto. Com a freqüência respiratória média de 16 movimentos/minuto a V.P.é de 8000ml de ar/minuto. Na sua essência o controle do movimento respiratório é automático. Entretanto, pela ação da vontade, pode-se interromper brevemente a respiração, modificar o ritmo/freqüência/amplitude desta. Contudo, a respiração normal se processa independentemente da vontade, continuando durante o sono/anestesia/estado de coma haja vista que o controle é feito por ações reflexas. A central de comando está no sistema nervoso central. Os movimentos respiratórios são ajustados de tal maneira, que o teor de CO2 & O2 permanece praticamente constante, cuja alteração é detectada por receptores. Os mais importantes localizam-se nos alvéolos e nos bronquíolos. São os receptores de estiramento, identificam distensão (pressoceptores), são extensões dos nervos vagos. Há também pressoceptores na desembocadura das veias cavas e paredes do átrio direito. Com o aumento da pressão venosa durante o exercício estes receptores enviam descargas de potenciais de ação ao centro respiratório (grupo de neurônios no bulbo), o que torna a respiração mais profunda e rápida. Por outro lado, no corpo carotídeo e aórtico estão os quimioceptores, os quais são sensíveis ao teor de Co2/O2 e pH do sangue, informando o centro respiratório. Os potenciais de ação gerados nos receptores são levados ao centro respiratório [C.R.], onde todas as informações periféricas são integradas. De fato o C.R. é composto de uma constelação de neurônios do centro inspiratório/centro expiratório/centro rítmico em áreas do bulbo e ponte no SNC. Fechando o arco reflexo, a informação circula pela via eferente dos nervos frênicos, intercostais e acessórios. 2 Objetivos cognitivos. Após as atividades de leitura desse capítulo, você deveria ser capaz de: 1. Descrever a estrutura e função das zonas de condução do ar e as trocas gasosas nos pulmões. 2. Explicar o mecanismo que movimenta o ar durante o processo de inspiração e expiração. 3. Conhecer a variação dos volumes do ar respiratório na situação normal e no esforço físico ou atividade emocional intensa. 4. Descrever a relação entre tensão superficial e o papel desempenhado pelo surfactante. 5. Explicar o significado fisiológico de PO2 e PCO2 em termos do teor de O2 no sangue e na permuta nos tecidos. 6. Entender o efeito da ventilação no equilíbrio ácido-básico do sangue. 7. Compreender o grau de afinidade do O2 pela hemoglobina e identificar se há fatores de variação nesta afinidade no pulmão ou nos tecidos. 8. Entender os mecanismos da acidose & alcalose metabólica respiratória. 9. Identificar as formas como o O2 e CO2 são conduzido no plasma sangüíneo. 10. Descrever como se dá o controle nervoso central da respiração. 11. Entender a relação entre ventilação e quimioceptores periféricos. 12. Explicar o conceito de complacência e sua relação com enfisema e fibrose pulmonar. 13. Distinguir como os quadros de asma/bronquite/edema afetam a função pulmonar. Questões: a- Qual a relação entre pleuras, fluido pleural e pulmões? b- Descreva a estrutura e função do alvéolo pulmonar. c- Que fator físico movimenta um gás entre regiões de teor diferente. Explique com desenho. d- Explique por que crianças com fibrose cística estão sujeitas a inúmeras infecções pulmonares. e- Diferencie complacência de elasticidade. f- Como fica o item “e” em indivíduo afetado por enfisema pulmonar. Referência: Costanzo, L. S. pp.173-221.