O DESIGN COMO CONSTRUTOR DO LIMIAR DE

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O DESIGN COMO CONSTRUTOR DO LIMIAR DE ENCONTROS NO
INTERIOR E NO EXTERIOR DOS EDIFÍCIOS
Liliana Soares, Ermanno Aparo, Fátima Pombo
Temática:
5.Espaços de vivência
Palavras-chave:
design, limiar, semiótica, espaço
Resumo:
Esta comunicação pretende contribuir para a pesquisa e o desenvolvimento
do design, assente na ambiguidade do limiar que existe entre a dimensão
mítica do espaço interior e o espaço exterior contemporâneo como uma
premissa que rege a tomada de decisão no projeto.
O limiar é o conceito central para interpretar a metamorfose que ocorre em
ambas as esferas (a atmosfera do espaço interior e o envolvimento da
realidade exterior) de interface do indivíduo com o edifício: existencial,
comunicativo, funcional e emocional.
Nesta comunicação, os autores defendem dois princípios:
1) interpretar o conceito de limiar através dos parâmetros semânticos da
dimensão interior e através do espaço exterior função-significado. Este
princípio será fundamentado de acordo com o significado semântico do
sistema de significação (Eco, 1984) e de acordo com a noção de edifício que
está sendo transformada quer pela apropriação realizada pelos indivíduos,
quer pela co-existência de tudo (pessoas, informação, objectos) o que
acontece dentro e fora do edifício (Latour, Yaneva, 2008).
2) interpretar o conceito de “limiar” como uma epiderme do edifício, um
momento possível de relacionar a cultura com o desconhecido, o risco, e a
invenção para criar “more than what we see” (Baudrillard, Nouvel, 2000).
Para a estratégia de materialização deste exercício utiliza-se uma
metodologia aberta, transformadora de oportunidades e assente em projectos
de carácter experimental.
Em termos de aplicação apresenta-se o caso da escola de design italiana
Domus Academy, referindo três exemplos da cultura imaterial (Castelli, 2009)
- a iluminação urbana, a zona verde enquanto pulmão da cidade, e a energia
interpretada como competência do cenário envolvente - que caracterizam a
contemporaneidade, e que podem ser tratados no design como o limiar entre
o referente e a imagem.
Esta investigação pretende sublinhar o exercício do design como uma nova
racionalidade no processo do projecto, contemplando e ponderando acerca
dos encontros que existem entre os indivíduos e os edifícios. Espera-se
provar que os acontecimentos que se dão nos edifícios devem perder parte
da sua identidade, garantindo que a ambiguidade e a complexidade da
contemporaneidade qualifiquem a semiótica do espaço. Através do poder dos
meios de comunicação as imagens podem tornar-se meios convincentes para
motivarem os indivíduos a agir.
Referências Bibliográficas
CASTELLI, Clino Trini (2009) ‘La Citta’ Decostruita: Glossario in dieci voci per Milano
2015.’
http://www.emiliobattisti.com/expodiffusa/pdf/trini_castelli.pdf.
(Aced.
01/2011).
BAUDRILLARD, J., NOUVEL, J., Hays, K. M. (2005). ‘The singular objects of
architecture.’ (R. Bononno, Trans.). Minneapolis-London: University of Minnesota
Press. (1st ed. 2000).
ECO, Umberto (1984). ‘Semiotics and the philosophy of language’. Indiana
University Press: Bloomington
LATOUR, B., YANEVA, A. (2008). ‘Give me a Gun and I will Make All Buildings
Move: An ANT’s View of Architecture’. In Reto Géiser (Ed.) Explorations in
Architecture: Teaching, Design, Research. Basel: Birkhaüser. 80-89.
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