Página 1/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Página 2/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Ficha Técnica Propriedade Ministério da Defesa Nacional Edição Gabinete de Relações Públicas, Imprensa e Protocolo Director: Coronel Silvestre Gustavo Director Adjunto Tenente-Coronel Vitoriano dos Santos. Alemão. Redacção Tte-Coronel Silveiro da Conceição (Chefe) Sargento-Maior Noé João dos Reis Nelembe Elisabeth Patrício. Fotografo Daniel António Nzombo Sargento-Ajudante Bento Henriques. Distribuição Secção de Expediente e Arquivo/GRPIP Design, Impressão e Acabamentos Edições de Angola, Lda. Tiragem 3.000. Exemplares Contactos Endereço: Rua 17 de Setembro Cidade Alta - Luanda Telefone: 222 339 051. Registo no MCS n : 232/B/98 República de Angola Página 3/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Sumário: 5 Editorial 6 Adidos de Defesa Apresentam Cumprimentos de Ano Novo ao MDN 8 Acreditado Novo Adido de Defesa da Zâmbia 9 Portugal tem Novo Adido Militar 11 General Morecén é o Novo Adido Militar de Cuba em Angola 13 Angola Defende Operacionalidade da Força Africana em Estado de Alerta 15 Francisco Furtado Recebido Pelo Ministro da Defesa de Portugal 16 Ministro Zambiano da Defesa Destaca Cooperação Bilateral com Angola 17 Forças Armadas Serão Adequadas ao Contexto Geopolítico Regional 19 General Nunda Pede Cooperação na Segurança das Fronteiras 21 Marinha de Guerra vai Melhorar Sistema de Observação Costeira 23 Defesa Esclarece Reclamações Sobre Saídas Para o Exterior 25 Oficiais das Forças Armadas Formados em Academias Francesas 27 Vamos Redobrar a Nossa Atenção à Mulher 31 General Furtado Defende Adequação das FAA à Conjuntura Nacional e Internacional 33 Desenvolvimento das FAA Passa Pela Preparação dos Quadros 34 General Zombo Diló é o Novo Conselheiro do Ministro da Defesa Nacional 38 MGA Organiza Curso Sobre Zona Económica Exclusiva 40 Recordar Cuito Cuanavale como Meio Para Homenagear os Heróis 43 Pandemia do HIV-SIDA nas FAA Está Controlada 44 Reflexões Sobre o 4 de Fevereiro de 1961: Do Assalto As Cadeias de Luanda à Tribuna Internacional 49 Impacto da Grande Guerra em Angola (I) Página 4/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Editorial Nesta sua 11ª edição a Revista Defender, traz como destaque a Jornada “Março Mulher 2008”, na qual o Ministério da Defesa Nacional, realizou uma série de actividades na perspectiva de homenagear as mulheres militares e funcionárias civis da instituição das Forças Armadas Angolanas. Na referida ocasião, o Vice-Ministro da Defesa para os Recursos materiais e InfraEstruturas, General Demóstenes Amós Chilingutila, que presidiu a cerimonia de confraternização em representação do Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, disse que esta Jornada Março Mulher é uma feliz oportunidade para que todos nos, homens e mulheres, façamos uma profunda reflexão em torno dos grandes problemas que ainda afectam as mulheres e a própria sociedade onde estamos todos inseridos . Ainda nesta edição destacamos a comemoração do vigésimo aniversário da memorável Batalha do Kuito Kuanavale, celebrado no dia 23 de Março. De referir que a mesma batalha constitui-se num marco de capital importância, não só para a estabilidade da vida nacional, mas também para a paz e a segurança regionais. Aliás, a Batalha do Kuito Kuanavale vencida pelas forças militares angolanas, provocou alterações profundas na `Africa Austral, nomeadamente na aplicação da resolução 435/78, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, abrindo assim novas perspectivas para a queda do regime do apartheid na África do Sul para a independência da Namíbia. Merece igualmente destaque, acreditação do novo Adido Militar Aéreo e Naval junto da Embaixada da República de Cuba na República de Angola, General de Brigada Rafael Moracén Limonta, que foi apresentado no dia 11 de Abril do corrente, em Luanda, numa inusitada e comovente cerimonia dirigida pelo Director Nacional de Relações Internacional do Ministério da Defesa Nacional, Almirante André Gaspar Mendes de Carvalho Miau. O nosso Último destaque vai para cerimónia de tomada de posse no mês de Abril, dos cargos de Conselheiro de Sua Excelência Ministro da Defesa Nacional, pelo General Pascoal Miguel Zombo Diló, ex-Comandante Adjunto da Força a Aérea Nacional; pelo Senhor Brigadeiro José Ngoma Puati (Paciência), Delegado da Caixa de Segurança Social das FAA na província de Cabinda, ex-Comandante da Defesa Civil da Província de Cabinda e Coordenador Adjunto da Comissão de Requalificação da Cidade de Cabinda; e pelo Senhor Coronel Joaquim Silva Cardoso Kandela, Delegado da caixa de segurança social das FAA na província de Benguela ex-comandante da Defesa Civil da Província de Benguela. Página 5/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Adidos de Defesa apresentam cumprimentos de ano novo ao MDN MDN recebe cumprimentos do Adido Sul-Africano Os Adidos de Defesa acreditados em Angola em companhia das suas esposas, apresentaram nos finais do mês de Janeiro do corrente, cumprimentos de ano novo ao Ministro da Defesa Nacional. Na ocasião o decano dos adidos de Defesa, representante da Côte d´Ivoire, Coronel Batte Menegnan Christophe, que falava em nome dos seus colegas, enalteceu os esforços do Governo angolano na busca do desenvolvimento sustentado de Angola, bem como congratulou-se com a participação no plano sub-regional das manobras militares, demonstrando a vontade firme das autoridades para manter as forças Armadas Angolanas a um bom nível operacional, e as levar a colaborar com as forças armadas estrangeiras. Por seu lado o Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama manifestou o interesse em continuar a apoiar os esforços dos Adidos de Defesa acreditados em Angola para o melhoramento e desenvolvimento das relações bilaterais. A cerimonia contou com a presença do Vice-Ministro da Defesa, para os Recursos Materiais e Infra-Estruturas, Demóstenes Amos Chilingutila, o chefe do Estado-Maior General Adjunto das forças Armadas Angolanas, General Geraldo Sachipengo Nunda, oficiais Generais dos três ramos das FAA e funcionários do MINDEN. Estiveram presentes os Adidos de Defesa da Rússia, Cuba, Reino Unido, Estados Unidos, Brasil, Portugal, França, Africa do Sul, Bélgica, Namíbia e da Cote d´Ivoire. Página 6/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Adidos da Defesa Acreditados em Angola durante a cerimónia Página 7/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Acreditado Novo Adido de Defesa da Zâmbia Novo Adido Zambiano O novo Adido Militar junto da Embaixada da Republica da Zâmbia na República de Angola Brigadeiro General Mondercai Chikoko, foi apresentado em meados do mês de Março do corrente em Luanda, numa cerimonia dirigida pelo Director Nacional de Relações Internacionais do Ministério da Defesa Nacional, Almirante André Gaspar Mendes de carvalho ″ Miau″ . Na sua intervenção o Almirante ″ Miau″referiu que este exercício de troca de adidos de defesa entre os dois países já leva algum tempo e tem facilitado no processo de estreitamento das relações no domínio militar ente Angola e a Zâmbia. O Almirante, relembrou que a Republica de Angola e a Zâmbia têm uma Comissão Mista permanente de Defesa e segurança, que tem permitido determinar diferenças entre os dois Países no domínio da Defesa e no domínio Militar, por outro lado, aprofundar as relações de cooperação entre os dois Ministérios da Defesa, as Forças Armadas e consequentemente entre os dois Países. Por seu turno, o Adido Zambiano garantiu que tudo fará para manter e reforçar as boas relações já existentes entre os dois países, pedindo para o efeito a colaboração das autoridades militares Angolanas e não só para o êxito da sua missão. O Brigadeiro General Mordecai Chikoko nasceu ao 09 de Agosto de 1953, é casado e pai de três filhos. Possui cursos de Oficiais, Engenharia e Armamento, de Instrutor técnico, de Administração e Gestão, e de Comando e Estado Maior. Exerceu diversas funções das quais se destacam as de Oficial de ligação, Oficial de campo da Escola de Formação técnica e de comandante do mesmo estabelecimento de ensino militar. Página 8/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Portugal tem novo adido militar O Adido de Portugal recebe as boas-vindas do Almirante Miau O Ministério da Defesa Nacional, acreditou recentemente o Coronel Jorge Manuel dos Santos Dias Teixeira como novo Adido de Defesa junto da Embaixada de Portugal em Angola. O Almirante André Gaspar Mendes de Carvalho ″ Miau″Director Nacional das Relações Internacionais/MINDEN, que dirigiu a cerimonia de aceitação, reconheceu a existência de uma cooperação dinâmica e exemplar entre os Ministérios da Defesa dos dois Países e prometeu empreender todos os esforços para que se registem êxitos, comprometendo-se a prestar toda a assistência á actividade do novo Adido. O Almirante ″ Miau″adiantou Aida que as relações a nível militar entre Angola e Portugal, que datam de há muito tempo, desenvolvem-se de uma forma positiva e espera mais melhorias com a presença do Coronel Jorge Teixeira. O novo Adido militar de Portugal disse sentir-se muito honrado com a nomeação como adido militar precisamente em Angola, um pais com quem possui fortes laços afectivos, pelo facto de ter passado aqui grande parte da sua infância. Mostrou-se ainda disponível para ao seu nível, facilitar os contactos e desenvolver as tarefas que lhe forem solicitadas, com o objectivo de contribuir para o esforço de concertação das políticas de Defesa dos dois Países. Jorge Teixeira exerceu varias funções, entre as quais piloto instrutor, comandante de esquadra, professor na área de emprego de forças, chefes de operações do centro de operações do centro de operações Aéreas entre outras. Página 9/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Cumprimentando os oficiais presentes na cerimónia de acreditação Página 10/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG General Moracén é o novo adido militar de Cuba em Angola General Moracén recebe um efusivo abraço do General Ingo O novo Adido militar Aéreo e Naval junto da Embaixada da Republica de Cuba na Republica de Angola, General de Brigada Rafael Moracén Limonta, foi apresentado no dia 11 de Abril do corrente, em Luanda, numa cerimonia dirigida pelo Director Nacional de Relações Internacional do Ministério da Defesa Nacional, Almirante André Gaspar Mendes de Carvalho ″Miau″ . Na sua intervenção o Almirante ″Miau″ , realçou que o Adido que antecedeu o General de Brigada Rafael Limonta, o coronel Jorge Viscaino Beldarein, desempenhou durante 5 anos de maneira exemplar as suas funções, permitiu o aprofundamento das relações Bilaterais entre os dois países no domínio da Defesa e no domínio militar. Mais adiante, o Almirante ″Miau″desejou boas vindas ao novo Adido e prometeu que daria todo apoio possível no sentido de que a sua missão seja cumprida da maneira exitosa. No referido acto, o Director Nacional das relações Internacionais/MINDEN lembrou aos presentes que o Adido ora acreditado, participou na luta de libertação Nacional, tendo acrescentado ainda que as relações entre Angola e Cuba são relações privilegiadas que vão para alem das relações oficiais. Alias, quando virmos o senhor General da Brigada Moracén a aproximar-se temos que ter em conta que se aproxima não apenas o Adido Militar, mas sim um irmão. Página 11/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Chamado a intervir no acto, o General Rafael Moracén Limonta, não conseguiu conter a emoção que sentia nos olhos, afirmou estar muito grato com a acreditação e prometeu trabalhar de forma a cumprir com o seu dever que é o de melhorar cada vez mais as relações entre os dois países. O general da Brigada Rafael Moracén Limonta, nasceu a 05 de Fevereiro de 1939, na cidade de Palma Soriano, Santiago de Cuba. É casado é pai de um filho. Ingressou nas forças Armadas Revolucionarias em 1958, tendo concluído posteriormente o curso académico regular na Academia Superior. Durante a sua já longa carreira militar, exerceu as funções de chefe de companhia em 1964, chefe de Batalhão em 1973, chefe de Regimento em 1976, chefe de Brigada em 1984, chefe de Região militar em 1995, Adido Militar Naval e Aéreo junto da Embaixada da Republica de Cuba na Republica de Angola em 1997, chefe de Departamento de Relações Internacionais e da Associação dos Antigos combatentes da Revolução Cubana. Assistiram a cerimónia de acreditação do Senhor General de brigada Rafael Moracén Limonta, o Embaixador de Cuba em Angola Pedro Rossi Leal, bem como Oficiais-Generais, superiores e Subalternos, e altos funcionários do Ministério da Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas. Ao lado do Adido cessante, Coronel Jorge Página 12/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Angola defende operacionalidade da força africana em estado de alerta Ministro da Defesa Nacional chefiou a delegação angolana Angola considera que a Força Africana em Estado de Alerta (FAEA), deve ser operacionalizada o mais rapidamente possível, uma vez que o continente está mergulhado em muitos factores de instabilidade. Em declarações a imprensa, à margem da 5ª reunião dos Chefes dos Estados Maiores da `África, que decorreu em Addis Abeba de 24 a 26 do mês de Março, o Chefe do Estado Maior das FAA, Francisco Furtado, referiu que do ponto de vista de defesa e segurança, o continente é forçado a participar em missões de operações de manutenção de paz, tendo em conta os constantes focos de instabilidade em África. Tivemos nos últimos quinze anos situações delicadas em `África sobretudo no Rwanda, Burundi, Somália, Darfur, e o continente não pode esperar que sejam apenas as Nações Unidas a decidirem ou a enviarem forças para poderem garantir paz e a estabilidade no continente , disse o Chefe do Estado Maior das FAA. Angola, prosseguiu, tem uma participação na Força Africana em Estado de Alerta em duas regiões, na SADC e na CEEAC, isto é na `África Austral e Central, integrados na componente de defesa e segurança dessas regiões. Francisco Pereira Furtado explicou que, apesar do Pais não ter participado em nenhuma missão de operação de paz, está envolvido na preparação dos contingentes de vários países do continente, apontando como caso concreto a formação em Angola de duas brigadas e um batalhão militar da República Democrática do Congo até ao mês de Fevereiro, que já estão a trabalhar para garantir a estabilidade neste pais . Segundo o CEMG/FAA, Angola tem dado possibilidades aos países da `Africa Austral e Central para que os seus oficiais frequentem as distintas escolas militares como o Instituto Superior do Ensino Militar, Escola de Inter-Armas de Oficiais, e a Escola de Sargentos das FAA. Página 13/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG A alta patente das FAA falou também da articulação entre os blocos regionais e a Força de Alerta Africana, tendo afirmado que os blocos regionais vão desempenhar um papel fundamental para o funcionamento da força, já que as regiões têm a missão de preparar e garantir emprego dos efectivos. No caso de Angola, e face aos desafios que se colocam nas duas regiões, tem já preparada e equipada uma brigada de infantaria motorizada para cumprir as tarefas da força Africana em Estado de Alerta. CEMG/FAA – Francisco Pereira Membros da delegação angolana Página 14/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Francisco Furtado recebido pelo Ministro da defesa de Portugal Nuno Severiano quando visitou Angola no passado (foto de arquivo) O Chefe do Estado-Maior General das FAA (CEMG /FAA), Francisco Pereira Furtado, foi recebido nos meados de Janeiro, em audiência, pelo Ministro Português da Defesa Nacional, Severino Teixeira. Durante o encontro, os dois interlocutores abordaram questões relacionadas com o intercâmbio e cooperação entre os dois países, particularmente no domínio da formação militar. Nesta sua visita a Portugal, o Chefe do Estado Maior General das FAA manteve um encontro com militares angolanos a frequentarem cursos em estabelecimentos ou unidades de ensino portugueses, no quadro da cooperação técnico-militar. Francisco Furtado encabeçou uma delegação do Estado-Maior General que efectuou uma visita oficial a Portugal de 25 de Janeiro à 1 de Fevereiro, a convite seu homólogo, Valença Pinto. A delegação angolana integrou o General Fernando Torres Vaz da Conceição, Adido de Defesa junto da Embaixada de Angola em Portugal, o General Adriano Makevela Makenzie, Chefe da Direcção Principal de Preparação de Tropas e Ensino do Estado Maior General das FAA, o Tenente-General Carlos Filomeno de Sousa Couceiro, Chefe do Gabinete de Intercâmbio e Cooperação Internacional do Estado-Maior General das FAA e o Tenente-General António Filomeno Carvalho Pereira, chefe da Direcção de Forças Especiais do Estado-Maior General das FAA. Página 15/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Ministro Zambiano da defesa destaca cooperação bilateral com Angola. As relações com a Zâmbia sempre foram cordiais (foto de arquivo) Ministro zambiano da Defesa, George Mpombo, reiterou os esforços empreendidos pelo Governo angolano na consolidação das relações bilaterais entre Angola e a Zâmbia, sobretudo no domínio militar. George Mpombo fez estas declarações na cerimónia de acreditação do novo adido militar de Angola na Zâmbia, Coronel Cristóvão Manuel André Brazza, que teve lugar em Fevereiro do corrente ano. O Ministro zambiano da Defesa congratulou-se pela forma exitosa como Angola realizou em Novembro Passado, em Benguela, a 24ª Reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança (Angola/Zâmbia). O Coronel Brazza, novo diplomata militar, foi recentemente nomeado pelo Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, para substituir no cargo o Tenente General Lopes Domingos Fernandes Kambulucusso, que esteve na Zâmbia cerca de dez anos. Página 16/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Forças Armadas serão adequadas ao contexto geopolítico regional Militares da RDC integrados na força de estado de alerta (foto de Arquivo) As Forças Armadas Angolanas devem se adequar à nova conjuntura regional, defendeu, recentemente na cidade do Namibe, o CEMG/FAA, Francisco Pereira Furtado. Francisco Pereira Furtado que falava no final de um encontro de altas patentes das FAA, destacou a necessidade de se elevar a preparação combativa dos efectivos das FAA e a modernização das unidades militares, dotando-as de capacidade técnica suficiente capaz de neutralizar qualquer ameaça externa ou interna. As Forças Armadas Angolanas, segundo o Chefe do Estado Maior General, vão continuar a organizar a divisão operacional do território, em conformidade com as exigências do actual contexto geopolítico e estratégico do continente africano e do mundo, garantindo a paz e a segurança regional. Vamos também priorizar o levantamento do estado das principais vias rodoviárias, incluindo as secundária, terciárias e pontes de forma a garantir manobra operacional das grandes unidades e responder adequadamente aos pedidos de extinção de conflitos a segurou O Chefe do Estado-Maior General das FAA, condenou algumas práticas negativas que se prendem com o uso abusivo do uniforme militar e citou exemplos práticos vividos hoje. Página 17/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Um aspecto a ter em atenção é o uso do uniforme militar por marginais, mecânicos, estivadores, pedreiros nas empresas públicas ou privadas, o que demonstra um total desrespeito à honra militar, rematou o Chefe do Estado Maior das FAA. Durante dois dias as chefias das FAA balancearam o grau de cumprimento das principais actividades programadas para o período de instrução 2007/2008 e perspectivar as actividades, referentes ao período 2008/2009. Página 18/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG General Nunda pede cooperação na segurança das fronteiras General Geral do Sachipengo Nunda Chefe do Estado Maior Adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA), General Geraldo Sachipengo Nunda, apelou aos comandantes militares do Exercito para cooperarem com a Policia Nacional na manutenção e segurança das fronteiras do país. O responsável militar lançou este apelo na cidade de Malange, durante o encerramento da 6ª reunião de balanço anual de preparação combativa e educação Patriótica do Estado Maior do Exercito (EME), que visou avaliar o grau de cumprimento dos programas de preparação combativa durante o ano de instrução 2007/2008. O General Geraldo Sachipengo Nunda realçou que o Continente africano continua a ser palco de cenários de instabilidade politica e social, cujos reflexos podem fazer-se sentir em Angola, tendo em conta a sua extensão fronteiriça terrestre e fluvial. Segundo o Chefe do Estado Maior Adjunto das FAA, a preparação combativa das tropas deverá continuar a ser encarada pelos comandantes, chefes e oficiais Como a única garantia susceptível de permitir a execução eficaz das missões definidas pelo comando Superior. Por outro lado, pediu aos militares para darem exemplo de civismo e elevado sentido patriótico durante o processo eleitoral, uma vez que deverão observar com rigor o principio do apartidarismo consagrado na legislação militar. Página 19/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Durante dois dias, os Oficias do ramo do Exercito analisaram matérias relacionadas com a situação Operativa nacional e internacional e cenários prováveis para 2008/2009. Participaram no encontro os comandantes da deferentes regiões militares, bem como os chefes das direcções, gabinetes e repartições de armas e serviços do EME. Página 20/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Marinha de guerra vai melhorar sistema de observação costeira Chefe do Estado-Maior da Marinha de Guerra Angolana (MGA), Almirante Augusto da Silva Cunha Gugu, garantiu que aquele ramo das Forças Armadas Angolanas vai elevar a eficiência do sistema de observação costeira para permitir o monitoramento das fronteiras marítimas nacionais. Augusto da Silva Cunha Gugu. que falava durante o encerramento da reunião de balanço da MGA, referente ao ano de preparação operativa, combativa e educação patriótica 2008/2009, afirmou que a Marinha vai trabalhar na preparação das tripulações, visando potenciar o ramo com técnica naval e técnicos capazes de explorar correctamente os sistemas de observação costeira, telecomunicações e informática. Lembrou que o mundo está marcado por uma série de conflitos armados de baixa e alta intensidade, acrescentando que a guerra nos Grandes Lagos, os conflitos em Darfur, no Tchad, na Somália, na Palestina, no Afeganistão, no Paquistão, as manifestações no Quénia e a crise em Timor-Leste mostram a complexidade e os perigos que pairam sobre as nações. o Chefe do Estado Maior da MGA afirmou que a luta pelas fontes de recursos agudiza-se cada vez mais, pelo que se impõe a criarão de condições técnicas humanas necessárias para o cumprimento das tarefas do poder naval. Durante a sua intervenção, o Chefe do Estado Maior da Marinha Angolana assegurou que na ausência de um órgão capaz de organizar, fiscalizar e orientar o policiamento da costa marítima angolana, a Marinha é chamada a desempenhar o papel de Guarda Costeira, cuja tarefa exige por si só, uma legislação própria. Noutra vertente da sua intervenção, o Almirante Gugu recordou que em 2008, os cidadãos nacionais serão chamados a participar nas eleições legislativas e escolherem os seus futuros representantes na Assembleia Nacional. Trata-se de uma tarefa de capital importância para a normalização da vida politica do país, reforçou tendo apelado aos militares para cultivarem um ambiente de paz e concórdia durante o processo eleitoral. Aquela alta patente das FAA sublinhou que o exemplo de Angola na solução do seu conflito interno e na estabilização da economia constitui uma referencia obrigatória no mundo. Deste modo sublinhou, que os militares como verdadeiros patriotas são chamados a defender essas conquistas. O Chefe do Estado Maior da Marinha de Guerra Angolana referiu-se ainda sobre o processo de reedificação em curso nas Forças Armadas, que consiste na concepção de estruturas e meios que se ajustem no contexto político nacional. Página 21/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Garantiu que no presente ano de instrução 2008/2009,a Marinha trabalhará no melhoramento da disciplina da organização das unidades e subunidades, elevação da prontidão das tropas e das unidades navais, na manutenção da técnica e do armamento e no cumprimento rigoroso dos treinos e exercícios planificados para adestramento das forças. Os marinheiros estão em permanente prontidão (foto de Arquivo) Bote da Marinha em Patrulhamento (foto de Arquivo) Página 22/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Defesa esclarece reclamações sobre saídas para o exterior Os cidadãos nacionais queriam um esclarecimento sobre o assunto (foto de Arquivo) Todo o cidadão nacional do sexo masculino, com a idade compreendida entre os 18 e os 30 anos de idade que se encontra na situação de recenseado, adiado ou reservista, deverá para o efeito de saídas para o exterior do país, por qualquer motivo, requerer ao Distrito de Recrutamento e Mobilização, através do posto de registo do seu local de residência, autorização militar para o efeito, refere o artigo 101 do Regulamento da Lei Geral do Serviço Militar, aprovado pelo Decreto 40/ 96 de Dezembro. A norma vem expressa num comunicado de imprensa distribuído recentemente pelo Ministério da Defesa Nacional (MINDEN) para esclarecer a opinião publica sobre as inúmeras reclamações que têm afluído junto dos orégãos afectos ao Ministério do Interior, relativas as saídas para o exterior dos cidadãos nacionais abrangidos pelo referido regulamento. O MINDEN considera que a interpretação e aplicação Pelos organismos do estado das normas inerentes as obrigações militares, concretamente no que diz respeito a obtenção de autorização para a deslocação ao exterior do país, tem provocado inúmeras reclamações por par dos cidadãos nacionais em idade de cumprimento do Serviço o Militar. De acordo com o comunicado, a Lei Geral do Serviço Militar (Lei 1/93 de Março) estabelece para os cibos nacionais do sexo masculino dos 18 aos 45 anos de idade a obrigatoriedade do cumprimento das obrigações militares. Refere ainda que, nos termos da Lei Constitucional, a defesa da pátria o direito é o direito mais alto e indeclinável de cada cidadão. Página 23/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG As profundas transformações que se vão operando em Angola vão determinar, cada vez mais, a tomada de medidas tendentes a consolidação da democracia e do Estado de Direito. Assim, os Ministérios da Defesa e do Interior, estão a tomar providencias no sentido que a saída para o exterior dos cidadãos abrangidos decorra de forma mais expedita, lê-se ainda no documento. Todavia, acrescenta, até à alteração do quadro legal, devem os cidadãos abrangidos pela obrigação referida no ponto 3 primar pelo seu escrupuloso cumprimento. Página 24/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Oficiais das forças armadas formados em academias francesas Oficiais das Forças Armadas Angolanas (fot o de Arquivo) Oitenta oficiais dos três ramos das Forças Armadas Angolanas (Exercito, Marinha de Guerra e Força Aérea) foram formados em academias francesas, em cursos gerais de alto nível, desde a abertura da missão diplomática daquele país em Angola, em Julho de 1990. Segundo o Adido de Defesa francês acreditado em Angola, Tenente-Coronel Jean Baumstark, os quadros angolanos foram formados em curso de inter-armas, de defesa, Estado Maior, infantaria, engenharia militar e medicina, no quadro da cooperação bilateral no domínio da defesa entre os dois países. O oficial superior francês precisou que, actualmente, existem nos centros de formação militar da França vagas para cursos de inter-armas de defesa, Estado Maior e para jovens oficiais (tenentes). Segundo o tenente-coronel Baumstark, a formação em Angola circunscreve-se na aprendizagem da língua Francesa nas unidades militares, uma orientação da direcção do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), impõe a obrigatoriedade de oficiais dominarem as principais línguas estrangeiras de trabalho (inglês e francês), devido participação de Angola em missões de paz das Nações Unidas, União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da `África Austral (SADC). Neste sentido, afirmou que existem já centros de aprendizagem da língua francesa nas unidades militares das FAA, nas cidades de Luanda, Benguela, Lobito, Lubango e Cabinda, os quais a Embaixada da França apoia em termos de apetrechamento com material didáctico e pedagógico necessários. Página 25/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Segundo o Adido de Defesa francês, dentro das unidades são ministradas aulas até ao quarto -nível, acrescentando que depois de terminarem com êxito essa fase, alunos prosseguem o ciclo de formação da Aliança Francesa sedeado nestas províncias. Após a conclusão do curso, que é de três anos, cada finalista recebe um diploma reconhecido internacionalmente, que possibilita o acesso à formação superior ou media nos estabelecimentos de ensino de França, precisou. uma das condições básicas para o ingresso ou admissão de alunos estrangeiros nas academias militares da França é o domínio total da língua francesa, ressaltou o Tenente-Coronel, Jean Baumstark, que tem visitado regular mente os centros de aprendizagem das unidades militares das FAA, considerando de excelentes as relações de cooperação no capitulo da defesa entre Angola e França, fruto do empenho de ambos Ministérios da Defesa. Página 26/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG GENERAL CHILINGUTILA No Âmbito da Jornada em Março - Mulher /2008: “Vamos Redrobar a nossa atenção à Mulher” O General Chinguitila presidiu a cerimónia de homenagem No âmbito da Jornada Março Mulher 2008, o Ministério da Defesa Nacional, realizou uma série de actividades na perspectiva de homenagear as mulheres militares e funcionárias civis da instituição e das Forças Armadas Angolanas. A apoteose dessas actividades aconteceu no dia 06 de Março, com um almoço de confraternização que teve lugar no Cine Tivoli, cujo espaço foi pequeno para albergar cerca de quinhentas mulheres que, na ocasião, receberam do razoável número de homens presentes, um ramo de flores como símbolo de amizade e solidariedade para com os grandes desafios que as mesmas ainda enfrentam. Na ocasião, o Vice-Ministro da Defesa para os Recursos Materiais e InfraEstruturas, General Demóstenes Amós Chinguitila, que presidiu o acto em representação do Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, disse que esta Jornada Março Mulher é uma feliz oportunidade para que todos nós, homens e mulheres, façamos uma profunda reflexão em torno dos grandes problemas que ainda afectam as mulheres e a própria sociedade onde estamos todos inseridos . Segundo aquele governante, um dos problemas que mais nos preocupa é a violência domestica. Infelizmente, quase todos os dias nos deparamos com várias formas de violência, em diferentes níveis, com tendência a crescer cada vez mais. Contudo, podemos afirmar que já se registam alguns progressos para o seu combate, quer em termos de informação, denúncia e de educação massiva. Página 27/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Alias, um passo muito importante nesta direcção passa pela elaboração e a aprovação da Lei contra a Violência domestica, realçou. para o General Chinguitila, a promoção da mulher nos mais distintos sectores da vida nacional é não só um objectivo que não pode ser descurado pelo Governo, como é uma condição indispensável para que ela possa participar activa e decisivamente no processo de desenvolvimento do país. Alias, enfatiza o Vice-Ministro da Defesa, a igualdade do género, as oportunidades iguais para todos e os direitos humanos são hoje, factores fundamentais para o desenvolvimento, para a paz e para estabilidade e segurança dos países. Estamos conscientes que tanto no nosso país, como em muitas partes do mundo, as mulheres ainda não estão bem representadas em cargos que implicam tomadas de decisões. Infelizmente, o trabalho da mulher continua a ser pouco valorizado e menos remunerado, com a maior parte delas sem ter uma oportunidade de emprego, sendo que outras têm que redobrar muitos esforços e passarem as mais variadas vicissitudes para alimentar os filhos e acudir os mais variados problemas familiares reconhece o Vice-Ministro da Defesa. Entretanto, o General Demóstenes Chinguitila manifestou a sua convicção de que se trabalharmos todos juntos, homens e mulheres, conseguiremos uma mudança definitiva destes valores e atitudes que afectam negativamente a vida das nossas mães, esposas e filhas. Nesta perspectiva, exorto que continuemos a trabalhar em parceria com o Governo, com as organizações não-governamentais e com toda a sociedade civil para a plena afirmação da mulher em todos os sectores da vida nacional e internacional. O Vice-Ministro da Defesa aproveitou o momento para transmitir uma palavra de incentivo na perspectiva de continuarem a empreender todos os esforços, quer do ponto de vista académico, como cultural e intelectual no sentido de que a presença da mulher seja cada vez mais visível nos diferentes extractos da nossa sociedade. Da nossa parte, vamos redobrar a nossa atenção a mulher, no sentido de promove-la através de uma primorosa educação, exaltando valores de solidariedade e de companheirismo, bem como na concepção de maiores oportunidades de aperfeiçoamento e ascensão profissional e de emprego, rematou. Num acto onde estiveram presentes o CEMG/FAA, Francisco Pereira Furtado, o CEMG/FAA Adjunto, General Geraldo Sachipengo Nunda, Generais, Directores Nacionais, Oficiais e Funcionários do Ministério da Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas, a animação cultural esteve a cargo do grupo de teatro Julu e da Banda Movimento que acompanhou os artistas Armanda Cunha, Melvi, Lulas da Paixão e Maya Cool, que não deixaram os seus Créditos em mãos alheias, pois tiveram uma grande empatia com os presentes. Página 28/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG De realçar, que a Jornada Março Mulher 2008 no Ministério da Defesa Nacional abarcou igualmente, visitas ao Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR), a Cadeia de Viana e ao Instituto Superior de Ensino Militar (ISEM).Na oportunidade foi proferida uma concorrida e participativa palestra pela Dr. Inês Gaspar do Ministério da família e promoção da Mulher, com o sugestivo tema Reflexão sobre o Março Mulher nos dias de hoje. Mulheres militares e civis assistiram à palestra CEMG/FAA – quando oferecia uma lembrança a uma das senhoras Página 29/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Coronel Gil Kipaxe quando lia a mensagem de agradecimento Página 30/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG General Furtado defende adequação das FAA à conjuntura nacional e internacional CEMG/FAA – Francisco Pereira Furtado A filosofia das Forças Armadas Angolanas terá de se adequar á nova conjuntura interna e internacional, assegurando condições dignas de trabalho e de vida dos seus efectivos - adiantou recentemente o Chefe do Estado-Maior General das FAA, Francisco Pereira Furtado. O CEMG/FAA fez este pronunciamento no acto central de abertura do ano de preparação operativa, combativa e educativo-patriotica 2008/09 a nível das FAA, ocorrida na cidade do Soyo na província do Zaire. A alta patente das FAA, apontou também a elevação da preparação e prontidão dos ramos e unidades militares, dotando-as de capacidade para neutralizar qualquer ameaça externa ou interna como outras das prioridades no quadro da reedificação em curso das Forças Armadas Angolanas. Na sua opinião, a instrução e preparação permanente das tropas foi, é e será sempre o alicerce no qual se edifica um exercito, pois a sua sobrevivência no campo de batalha depende em grande parte da preparação do militar. O responsável militar afirmou que na actual fase e contexto, a preparação ideológica dos militares deve ocupar mais espaço na carga horária diária, aprimorando o rigor na disciplina militar, na observância de princípios e normas para que se reflictam na sua imagem pública. Defendeu também a necessidade de se intensificar a formação académica no colectivo militar dando oportunidade aos menos habilitados, realizando cursos de superação com vista a combater o analfabetismo. Página 31/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG A formação técnica profissional será também um dos Pilares na arquitectura da reedificação em curso no país, a nível das FAA, ressaltou Francisco Furtado, durante a cerimónia de abertura do ano de preparação operativa, combativa e educativo - patriótica 2008/09. No capítulo da formação dos militares, o CEMG/FAA, anunciou a abertura para breve em Luanda, do Instituto Superior Técnico Militar (ISTM), onde serão encaminhados militares e civis que reúnam as qualidades pré-estabelecidas. Será um valor acrescentado no caminho da profissionalização das FAA e uma grande contribuição que o Exercito Nacional dará ao desenvolvimento do país – salientou. Página 32/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Desenvolvimento das FAA passa pela preparação dos quadros Militares das FAA numa acção formativa (foto de Arquivo) O desenvolvimento das Forças Armadas Angolanas passa pela preparação adequada dos seus quadros, defendeu recentemente em Luanda, o CEMG/FAA, Francisco Pereira Furtado. Francisco Furtado fez estes pronunciamentos na cerimonia de abertura do ano lectivo 2008, no Instituto Superior de Ensino Militar (ISEM), que vai albergar os cursos Superiores de Comando e Direcção, Comando e Estado-Maior, promoção a Oficial superior e de língua Portuguesa, este último dirigido a oficiais de países vizinhos de expressão inglesa. No seu discurso o responsável militar acrescentou que espera-se desta instituição um homem militar com perfil adequado, capaz de lidar com as adversidades do ambiente de guerra ou de paz. disse que actualmente o ISEM está a conquistar o seu lugar, que há muito merecia, pois sendo esta a mais alta instituição de ensino militar das FAA, não se colocaria tangente das perspectivas de desenvolvimento desta. Segundo o CEMG/FAA, no momento actual ninguém ignora o papel preponderante que esta instituição desempenha no aprimoramento do ensino no domínio militar, na formação e preparação dos quadros das FAA, da Policia Nacional, de oficias dos países da Comunidade de Desenvolvimento da `África Austral (SADC) e da Comunidade dos Países de língua Portuguesa (CPLP). Neste ano lectivo de 2008, o ISEM acolheu 28 alunos para o curso de Comando e Direcção, 40 para o de Estado Maior, 50 para a promoção a Oficiais Superiores ,20 para o de Língua Portuguesa destinado a oficiais provenientes da Namíbia e Zimbabwe. Entre o efectivo da Namíbia, neste curso de Língua Portuguesa, encontramse duas senhoras oficiais, enquanto que o Zimbabwe conta com uma. Igualmente frequentarão dois militares da República de Cabo Verde nos cursos de promoção a Oficias Superiores. Página 33/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Simultaneamente, a sessão de abertura do ano lectivo no ISEM foi assinalado com a celebração do 16° aniversario da criação deste estabelecimento de ensino militar, onde também foram entregues estímulos aos militares que mais se destacaram ao longo destes anos de funcionamento da instituição. O ISEM tem sido fundamental na preparação dos militares (foto de Arquivo) Página 34/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG General Zombo Diló é o novo conselheiro do Ministro da Defesa Nacional General Zombo Diló lendo o compromisso de Honra Numa cerimonia orientada pelo Ministro da Defesa Nacional, General Kundi Paihama, tomaram posse no inicio do mês de Abril, dos cargos de Conselheiro de Sua Excelência Ministro da Defesa Nacional, pelo General Pascoal Miguel Zombo Diló , ex comandante Adjunto da Força Aérea Nacional; pelo Senhor Brigadeiro José Ngoma Puati (Paciência), Delegado da Caixa de segurança Social das FAA na província de Cabinda, ex-Comandante da Defesa Civil da Província de Cabinda e Coordenador Adjunto da Comissão de Requalificação da Cidade de Cabinda; e pelo Senhor Coronel Joaquim Silva Cardoso Kandela, Delegado da Caixa de Segurança Social das FAA na província de Benguela, ex-Comandante da Defesa Civil da Província de Benguela. Assistiram a referida cerimonia, Oficiais Generais, Directores Nacionais, Oficiais e Funcionários Seniores das Forças Armadas Angolanas e do Ministério da Defesa Nacional. De realçar que o Senhor General Pascoal Miguel Diló, iniciou a sua participação na luta de Libertação Nacional, aos 10 de Março de 1961, desempenhando sucessivamente, as funções de transportador de cargas, municiador, atirador, secretário de destacamento, chefe adjunto de destacamento e secretário de quartel. Durante a sua longa carreira militar, desempenhou diversas funções das quais se destacam as de Chefe Adjunto das Operações da FAPA/DAA; de Comandante da Base Aérea de Saurimo; de Chefe de Estado Maior e de Comandante da Base Aérea de Luanda. Página 35/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG O General Zombo Diló, desempenhou igualmente as funções de Comandante de Regimento Aéreo de Helicópteros; de Chefe do Estado Maior para a FAPA e de Comandante da FAPA/DAA para a FAPA.o agora Conselheiro do Ministro da Defesa Nacional, desempenhou ainda as funções de Comandante do Departamento de Pessoal e Quadro da FANA e de Comandante do Comando de Pessoal e Instrução do mesmo ramo. em Novembro de 2003, o referido oficial é nomeado para o cargo de Chefe do Estado Maior Adjunto da Força Aérea, funções para as quais foi investido por Decreto Presidencial, com o grau militar de General. Por sua vez, o Senhor Brigadeiro José Ngoma Puati (paciência), depois de ter participado em 1984, do 10°Curso de Contra Inteligência Militar, foi colocado na 5ª Região Militar; em 1986, é promovido ao grau militar de Subtenente e transferido em Novembro para a 2ª Brigada em Cahama, Província do Cunene. No ano de 1989, aquando da formação das Zonas Militares, foi indicado como chefe do CIM da Zona Militar Húila e promovido ao grau militar de Capitão. Nos finais do mesmo ano foi enviado para Nhumbi-Cunene, para atender a octogésima Brigada de Artilharia Terrestre de Subordinação Central, onde permaneceu até 1992. O Brigadeiro Paciência, participou em várias operações militares nas Províncias do Cunene, Húila e Cabinda, fez parte de comissões militares em várias localidades com realce para a delegação chefiada pelo Brigadeiro Veneno, então Vice-Chefe do Estado Maior da Região Militar de Cabinda que negociou com as autoridades zairenses, actual República Democrática do Congo, a criação de condições de segurança ao longo dos limites fronteiriços Em 1995, Fruto do seu engajamento nas tarefas da pacificação da Região de Cabinda, foi chamado a exercer as funções de Director de Gabinete do Vice-Governador P/Defesa da mesma província. Quatro anos depois foi nomeado Comandante Provincial da Defesa Civil de Cabinda com a patente de Coronel. Posteriormente, nos termos do artigo 115, Capítulo IV, do regulamento de licenciamento militar, por ordem do Comandante-Em-Chefe das FAA nº 016/01, de 09 de Novembro de 2001, passou a reforma com a patente de Brigadeiro. o Senhor Coronel Joaquim Silva Cardoso Kandela, exerceu várias funções de chefia no exMINSE, incluindo o cargo de Delegado provincial de Benguela, até 1991. Até a data da sua nomeação foi comandante provincial da Defesa Civil/Benguela e ostenta a patente de coronel. Página 36/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Os empossados Página 37/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Mga Organiza curso sobre zona económica exclusiva Almirante Gugu, CEMMGA A Marinha de Guerra Angolana em cooperação com a Embaixada do Reino Unido da Grã-bretanha em Angola organizou na Base Naval de Luanda, de 31 de Março a 03 de Abril, um Curso sobre Zona Económica Exclusiva. A sessão de abertura foi presidida pelo Almirante Augusto da Silva Gugu, Chefe do Estado Maior da Marinha de Guerra Angolana, em representação do Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, Francisco Pereira Furtado. Na ocasião o Almirante Gugu apresentou os cumprimentos de boas vindas aos representantes da Embaixada do Reino Unido da Grã-bretanha, formadores e aos participantes, destacou a importância da acção formativa e, finalmente, fez uma incursão pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982, que significou uma autentica revolução na medida em que substitui a anterior convenção de 1958, onde eram muito evidentes os rígidos formalismos e conflitos de interesses entre os Estados. A Convenção de 1982, da cidade Jamaicana de Montego Bay, considera o mar um espaço aberto, ou melhor, património comum da humanidade, onde todos os utilizadores têm direitos e deveres. A República de Angola ratificou a referida convenção através da Resolução nº 18/1990, da então Assembleia do Povo e através da Lei 21/92, Lei das Pescas, actualizada pela Lei 06/2004, Lei dos Recursos Biológicos Aquáticos, na qual se definem regras de exploração dos recursos vivos no mar. Página 38/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG O importante instrumento que regula as relações entre os utilizadores do mar, atribui aos países costeiros direito de declararem, as suas `aguas Territoriais que vão do litoral até uma profundidade de 12 milhas, e uma Zona Económica Exclusiva, que vai das 12 às 200 milhas. Portanto, a Zona Económica Exclusiva é um espaço o marítimo para além das águas territoriais no qual o país que a declara, em obediências as clausulas da Convenção do Direito do Mar tem, por um lado, direitos na exploração e utilização dos seus recursos, mas por outro lado, deveres e obrigações na sua gestão. Assim, o curso ministrado por oficiais da Marinha Real Britânica, resulta de contactos havidos entre o Ministério da Defesa Nacional e a Embaixada do Reino Unido em Angola, em Novembro de 2007. Na acção formativa em referencia foram ministrados conteúdos introdutórios à Zona Económica Exclusiva e à Organização Marítima Internacional, Legislação Marítima Internacional, Ameaças Marítimas, Questões Ambientais como a protecção da pesca, reacção à derrames de petróleo, e Acções de Busca e Salvamento. A sessão de encerramento foi presidida pelo General Geraldo Sachipengo Nunda, Chefe Adjunto do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas que, na ocasião, enalteceu a pertinência da realização de cursos desta natureza que, há muito, constituem preocupação do Estado angolano, porquanto a existência da Zona Económica Exclusiva não só significa águas nas quais se tem direitos na utilização e na exploração seus recursos, mas também, deveres na preservação ambiental, obrigações no domínio das missões de buscas contra a pirataria, o tráfico de drogas e de seres humanos, bem como de salvamento dos necessitados. A terminar, o General Nunda, agradeceu em nome das Forças Armadas Angolanas, a Embaixada do Reino Unido da Grã-bretanha em Angola, a Marinha Real Britânica, pelo envio de tão competentes formadores e exortou aos formandos a fazerem o maior aproveitamento possível dos conhecimentos adquiridos. Participaram no Curso quadros dirigentes e responsáveis do Ministério da Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas, do Ministério do Interior e da Polícia Nacional, dos Ministérios dos Transportes, das relações Exteriores, das finanças e das pescas. Página 39/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Recordar Cuito Cuanavale como meio para homenagear os heróis A formosa ponte sobre o rio Cuito Passados vinte anos da memorável Batalha do Cuito Cuanavale, comemorado no dia 23 de Março do corrente, lembramo-nos que a mesma começou a Sul de Chanbinga, onde as antigas FAPLA (For as Armadas Populares de Libertação de Angola), desenvolviam operações contra unidades das extintas forças militares da UNITA, apoiadas por unidades do exercito sul-africano. Na altura a `Africa do Sul envolveu um aparato militar de grande envergadura, quer em termos de material bélico, quer humano, de tal modo que se produziu uma certa desproporção no equilíbrio entre as forças governamentais angolanas e a sua adversária. Fruto disso, as unidades das FAPLA foram forçadas a retroceder e a ocupar posições mais vantajosas. Nesta altura, começaram a se desenrolar as grandes batalhas. Assim sendo, os sul-africanos empregaram diversos meios bélicos, como tanques, canhões de longo alcance, G5 e G6, incluindo o emprego de projécteis. Além disso, usou aviões, alguns dos quais não pilotados, com o objectivo de dificultar qualquer tipo de manobra de reabastecimento por parte das tropas angolanas. Pelo facto da guerrilha regular e semi-regular da UNITA ser apoiada pelo exercito regular sul africano, parecia que a derrota estava mais para o lado das FAPLA. Mas, num repente, apesar desta aparente supremacia sul-africana, as tropas do antigo exercito angolano agigantaram-se, moralizaram-se, motivaram-se e souberam resistir as investidas inimigas e vieram a ocupar posições vantajosas bem próximas do município do Cuito Cuanavale. Entretanto, com a entrada das tropas cubanas na batalha, as coisas foram mais facilitadas. Página 40/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Antes disso, a superioridade tecnológica empregada pelo exercito sul-africano, como uso de artilharia de longo alcance de aviação sofisticada, dificultava qualquer espécie de manobra por parte das FAPLA, o que obrigou, posteriormente, também, o desenvolvimento das tropas cubanas ao lado das tropas Angolanas, que se situaram nas cercanias da cidade de Menongue, muito além das primeiras linhas defensivas, onde as FAPLA desenvolviam as acções combativas. As tropas cubanas só se envolveram no teatro das operações em momentos posteriores, já bem próximo do desfecho da batalha do Cuito Cuanavale. Isto significa que as principais acções à volta da batalha foram desencadeadas pelas unidades das FAPLA. Para travar a supremacia sul-africana, as FAPLA contavam com uma unidade de vanguarda, que era a 8ª brigada de infantaria localizada além do rio Cuito Cuanavale e que foi a brigada que travou a progressão das tropas sul-africanas. Também existiam a 13ª Brigada de Desembarque e Assalto, a 1ª Brigada à Norte do rio e, entre outras, as unidades de subordinação central como as de defesa antiaérea e artilharia. É mister realçar que um dos grandes factores que fizeram com que as forças do exercito angolano vencessem a batalha, mesmo com a superioridade das tropas sulafricanas em termos de material bélico, era a força de vontade, a entrega do grande capital humano que era alicerçado por um incomensurável sentimento patriótico. Entretanto, para comemorar condignamente o 20º aniversário da Batalha do Cuito cuanavale, o presidente da Republica, José Eduardo dos Santos, determinou por despacho, a criação de uma comissão organizadora Coordenada pelo Ministro das Obras Poeblicas, Higino Carneiro, integrada pelo General António dos Santos França, Ex-Chefe do Estado Maior General das FAPLA; Afonso Van-Dúnem, Ex-Ministro das Relações Exteriores; General Pedro Sebastião, Governador da Província do Zaire e Boaventura da Silva Cardoso, Ministro da Cultura. Integraram igualmente a Comissão o General Hélder Vieira Dias Júnior, Chefe da Casa Militar do Presidente da República; o General António José Maria, Chefe do Serviço de Inteligência Militar; o Deputado Paulo Teixeira Jorge, ex-Ministro das Relações Exteriores e João Baptista Chindandi, Governador da província do Kuando-Kubango. A Batalha do Cuito Cuanavale, celebrizada a 23 de Março de 1988, constitui-se num marco de capital importância, não só para a estabilidade da vida nacional, mas também para a paz e a segurança regionais. Esta batalha, vencida pelas forças militares angolanas provocou alterações profundas na `África Austral, nomeadamente na aplicação da resolução 435/78, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, abrindo assim novas perspectivas para a queda do regime do apartheid na Africa do sul e para a independência da Namíbia. Página 41/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Por isso, saudamos todos participantes, heróis conhecidos e anónimos da Batalha de Cuito Cuanavale. Acção combativa das ex-FAPLA (foto de Arquivo) Página 42/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Pandemia do HIV-sida nas FAA está Controlada Especialistas dos serviços de Saúde das FAA em acção (foto de Arquivo) A cidade do Namibe, acolheu no mês de Fevereiro as Jornadas Nacionais de luta contra o VIH/SIDA no seio das Forças Armadas Angolanas (FAA). Segundo a tenente-coronel-medica Bela Neto, com essas jornadas, pretende-se diminuir e prevenir o HIV/SIDA no seio dos militares, como parte integrante da sociedade angolana. Bela Neto afirmou que, comparativamente com os outros países a epidemia no seio das FAA está controlada. Foi mais longe ao afirmar que o país se pode orgulhar por estar num bom nível em termos de prevenção da pandemia no seio das tropas. Da mesma forma, estas jornadas nacionais de luta contra o HIV/SIDA nas Forças Armadas Angolanas, foram abertas no mesmo mês de Fevereiro na província de Cabinda, em cerimónia presidida pelo então Comandante da 2ª Região Militar, General Marques Correia Banza, que na ocasião apelou aos comandantes e chefes de tropas a todos os níveis para um combate cerrado contra a pandemia. O General Marques Correia Banza mostrou-se satisfeito pelo número de militares dadores voluntários de sangue, sublinhado que isto demonstra o bom estado de saúde dos efectivos e criticou os que ignoram a existência da SIDA, tendo aconselhado os mesmos a alterar o seu comportamento sexual, aderindo à campanha de combate contra a doença e solidarizarem-se com os seropositivos. Página 43/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Reflexões sobre o 4 de Fevereiro de 1961: do assalto as cadeias de Luanda à Tribuna Internacional. Pelo Brigadeiro Silvestre António Introdução: Reflexões sobre o 4 de Fevereiro de 1961: do assalto as cadeias de Luanda Tribuna Internacional, o tema a que nos propusemos reflectir, o qual é consabido que retém, na actualidade, a atenção de vários investigadores. Todavia, nunca é demais contribuir para o seu estudo e divulgação, na óptica de que a repetição é a base do conhecimento, visando a sua transmissão sistemática as gerações presentes e vindouras. Pressupostos históricos Na década de «50» do século XX, a crescente degradação da situação dos angolanos, consubstanciada no agravamento da violência económica, militar, social e cultural, constituiu a base do surgimento das organizações politicas clandestinas, com o objectivo de lutarem contra o domínio colonial português, pela independência do país; designadamente, UPNA (União das populações do Norte de Angola) em 1954 e UPA (União dos Povos de Angola) em 1958, e o MPLA .resultante do PCA (Partido Comunista Angolano e PLUAA Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola. em 1955/56). Página 44/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Ao tomar conhecimento do nascimento das organizações nacionalistas e da respectiva actividade política clandestina, em 1957 o governo português instalou a PIDE (Polícia Internacional da Defesa do Estado) e em consequência incrementou a repressão sobre os angolanos, realizando vagas de prisões e julgamentos sucessivos em 1959 de nacionalistas integrantes do celebre «Processo dos 50», pelo Tribunal Militar Territorial de Angola; evidenciado desta forma a atitude portuguesa contra os pioneiros do nacionalismo e da luta política em Angola. Assalto às cadeias de Luanda A repressão colonial baseada na prisão, julgamento militar e deportação de nacionalistas angolanos, bem como a presença de jornalistas estrangeiros que em Luanda aguardavam a eventual chegada do Paquete «Santa Maria», aceleraram a preparação e levantamento armado em Angola. O assalto s cadeias de Luanda na madrugada do 4 de Fevereiro de 1961, foi desencadeado por nacionalistas angolanos, visando a libertação dos presos políticos que se encontravam nas masmorras da Casa de Reclusão Militar, a prisão de S. Paulo e as instalações da então 7ª esquadra, na estrada de Catete; na sequencia de boatos segundos os quais, os encarcerados iam ser levados para fora de Angola, como aliás aconteceu em ocasiões anteriores. Distúrbios reprimidos pelas autoridades. Esta madrugada, aproveitando-se da noite, alguns indivíduos provocaram distúrbios em certa área da cidade obrigando a intervenção das autoridades policiais. A ordem já se encontra restabelecida, depois de terem sido feitas algumas prisões. Houve também alguns feridos que deram entrada no hospital. Alguns dos assaltantes puseram-se em fuga ante a rápida intervenção das autoridades. Neste comunicado constata-se que as autoridades coloniais ignoraram a dimensão da acção considerando-a de simples incidente da alçada policial. Outros sim, alguns citadinos consideraram que a falta da iluminação da cidade levou a que as cadeias fossem assaltadas por bandidos. « A cidade está muito mal iluminada. Por qualquer rua por onde se passe, é certo e sabido que se nota falta de iluminação pública». Página 45/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Tribunal Internacional O impacto da acção do 4 de Fevereiro de 1961 transcendeu as fronteiras nacionais e ecoou em todo o mundo, graças a presença de jornalistas estrangeiros em Luanda, facto que mereceu a solidariedade de outros povos, sobretudo a Libéria. Neste âmbito, no dia 15 do mesmo mês, ao abrir-se a sessão do conselho de Segurança da ONU, a Libéria propôs que fosse apreciada a «situação em Angola», que em seu entender perigava a «Paz mundial». Em 10 de Março, o Conselho de Segurança inscreveu a «questão de Angola» na ordem do dia e a 13 do mesmo mês foram iniciados os debates cuja votação foi feita no dia 15 e, por abstenção de seis (6) membros, o assunto não foi considerado como ameaça à «Paz mundial». Votaram a favor: Libéria, República Árabe Unida (Egipto), Ceilão, URSS e Estados Unidos de América. Abstiveram-se: França, Inglaterra, China, Chile, Equador e Turquia. Em 22 de Março de 1961, os brancos realizaram uma manifestação tumultuosa de repudio ao voto norte americano na ONU, que culminou com o lançamento do automóvel do cônsul dos Estados Unidos às águas da baia de Luanda. Por outro lado, importa realçar que Angola foi a primeira colónia portuguesa onde a luta pela independência nacional assumiu um carácter de combate armado. E a gesta do 4 de Fevereiro influenciou posteriormente o início da luta armada na Guiné Bissau e em Moçambique. Neste contexto, o P.A.I.G.C. chamou os seus militantes ao combate e lançou o seguinte apelo: «Povos da Guiné e das Ilhas de Cabo Verde! Preparemo-nos depressa e o melhor possível para lutar contra o colonialismo português, na acção directa e ao mesmo tempo que o «grande povo de Angola». É necessário que dividamos as forças do nosso inimigo comum, a fim de que, mais facilmente e com o mínimo de sacrifício da parte dos nossos povos, nós arrebatamos a independência das nossas pátrias africanas. Página 46/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Conselho de Segurança da ONU Este apelo tornou claro que a luta contra o colonialismo português seria vitoriosa se os povos oprimidos pelo fascismo se unissem, tendo em vista o derrube da ditadura Salazarista e, consequentemente, à conquista das respectivas independências. Finalmente, importa lembrar que pese embora a situação de Angola não ter sido considerada como uma ameaça a Paz mundial, o facto de o impacto do 4 de Fevereiro de 1961 ser debatido pelo Conselho de Segurança da ONU que constitui à Tribuna Internacional dos povos, foi efectivamente uma retumbante vitória para o povo Angolano. A Dimensão histórica do 4 de Fevereiro de 1961 A dimensão histórica do 4 de Fevereiro de 1961, consubstancia-se no facto de a nível das colónias portuguesas, Angola ter sido a primeira colónia a fazer um levantamento armado para se libertar do jugo colonial. Para o efeito, Mário Pinto de Andrade, no artigo intitulado «O Povo Rasga a Noite Colonial», inserido na revista Afrícasia, n°9 de 1970, afirmou: «Em suma, o povo angolano, que foi o primeiro a rasgar a noite colonial portuguesa, alargou o campo do possível: O triunfo da vontade de libertação dos oprimidos sobre as armas dos opressores. Tal é a dimensão histórica do 4 de Fevereiro de 1961». Portanto, o 4 de Fevereiro de 1961 foi o auge das contradições sociais marcadas ao longo da história da Ocupação estrangeira em Angola. Esta data marca o Ponto de rotura irreversível entre o velho sistema colonial e a vontade do povo Angolano de lutar até as últimas consequenciais. Página 47/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Conclusão O surgimento da actividade política clandestina e a consequente prisão de nacionalistas agrupados no processo dos 50», bem como de outros patriotas presos posteriormente, resultou do agravamento do sistema colonial Portugueses, cujo governo recusou negociar com os angolanos visando a sua autodeterminação e Independência, a semelhança do que acontecia nos países francófonos e anglófonos. Para contrapor a teimosia portuguesa, os angolanos mesmo conscientes da escassez de meios bélicos para fazer face ao poderio militar da potência colonial, levantaram-se contra o opressor. Desse modo, no dia 4 de Fevereiro de 1961 grupos de patriotas assaltaram as cadeias de Luanda onde se encontravam encarcerados os seus compatriotas, com a finalidade de libertá-los. Todavia, a acção de 4 de Fevereiro de 1961, apesar ter sido realizada em condições militares complexas, marcou de facto o início da Luta Armada de Libertação Nacional, cujo impacto deu eco em todo o mundo, em especial no Conselho de Segurança da ONU. Neste contexto, o 4 de Fevereiro constitui a data «Rainha de todo o Processo da Luta Armada de Libertação Nacional do País que culminou com a conquista da Independência Nacional a 11 de Novembro de 1975». Por outro lado, os acontecimentos de 15 de Março de 1961 têm um significado histórico indelével, na medida em que foram o volante que deu um valioso impulso ao processo da luta armada de libertação nacional. Em suma, no âmbito do projecto da elaboração da Historia Geral de Angola, na parte atinente à luta de libertação nacional, as duas datas: 4 de Fevereiro e 15 de Março de 1961, deverão merecer um estudo profundo, coerente e indispensável, por serem os acontecimentos de maior relevância que provocaram as alterações substanciais nos domínios político, militar, económico e social, no sistema então vigente. Página 48/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Impacto da grande guerra em Angola Efeitos nefastos da guerra (foto de Arquivo) No decurso do primeiro quartel do século XX, no mundo ocorreu um acontecimento de grande proporção. Trata-se, concretamente, da Primeira Guerra Mundial. Guerra que eclodiu em 1914 e culminou em 1918. Mas como a Primeira Guerra Mundial é um tema vasto e que comporta em si inúmeras questões, vamos abordar tão somente algumas matérias. A Primeira Guerra Mundial fez-se sentir no mundo de diferentes maneiras, pois uns viveram a guerra de forma directa e intensa e outros sentiram apenas os seus efeitos no pós-guerra . Em `África, por exemplo, a Primeira Guerra Mundial teve impacto directo sobre algumas paragens e noutras apenas se reflectiram os seus resultados. De tal modo que, em certos países africanos, ocorreram incidentes e refregas militares, como consequência directa da guerra que se viveu na Europa, bem como se desenvolveram outras situações. Situações ligadas a atitudes, assumidas por certos povos africanos, que se enquadram na perspectiva de luta contra a subjugação e ocupação das suas terras. Esses povos autóctones exploraram de forma hábil o momento gerado pela Grande Guerra e procuraram resistir de forma estrénua á ofensiva colonial de presença efectiva nos seus territórios. No âmbito do estudo sobre situações que ocorreram em `África, no contexto da Grande Guerra, há espaço para analisar o caso de Angola colonial, porquanto ela viveu a guerra em referência. Deste modo, o objectivo desta análise é investigar a repercussão da Grande Guerra em Angola, no contexto da sua condição de colónia portuguesa. De todas as formas, antes de tudo, faremos uma incursão sobre questões gerais fundamentais relativas à guerra em análise, de forma situar as coisas no seu lugar e a espelhar o quadro geral. De pois analisaremos outros elementos que configuram a problemática em estudo. Página 49/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Por isso, vamos ver a atitude de Portugal em relação a guerra, à defesa dos seus interesses e com respeito aliança secular com a Inglaterra. De seguida, passaremos em revista aos interesses políticos e económicos da Alemanha e às alianças por si arquitectadas com Inglaterra e com determinadas populações autóctones de Angola e, no fim, examinaremos posições assumidas por tais populações autóctones devido às circunstancias e aos interesses em jogo. Depois de fazermos a resenha histórica sobre a guerra e a respeito dos três posicionamentos, a reflexão vai prosseguir com um sentido mais crítico de maneira a trazer para o corpo do texto todo um conjunto de considerações teóricas (História e Relações Internacionais). No fim, produziremos as conclusões. Primeira Guerra Mundial Desde já, vamos abordar o tema sobre a Primeira Guerra Mundial começando por examinar causas remotas e imediatas que estão na sua origem, mas estabelecendo, ao mesmo tempo, conexões e descrevendo factos concretos. Passemos, de imediato para a identificação da conjuntura anterior a guerra. De uma forma geral, o período que antecede a Primeira Grande Guerra, na Europa, é um momento de paz. Mas a paz é real para alguns e para outros é uma paz inquieta, visto que a guerra está presente em certas mentes. Outro facto saliente, é que a Alemanha, por sinal a prussiana, caminha rumo a hegemonia mundial. Tanto mais que os resultados que ela tem alcançado em todos os domínios da vida são estrondosos, o que acentuará muito mais sua a condição de potência. Estas condições propiciarão um estatuto especial a Alemanha, o que converterá a mesma em condutor do mundo. Poucos, nesta altura, têm condições para rivalizar com a mesma. Este é o estatuto da Alemanha e o avanço formidável que ela possui é incontestável. Mas a postura de alguns integrantes da liderança que comanda os destinos do país é inadequada e a dinastia Hohenzollen promove o espírito de superioridade em relação a tudo e a todos (a família Hohenzollen ostentou vários títulos). Ao mesmo tempo, os alemães sustentam a necessidade de uma guerra. Estes aspectos estão a criar bases para doutrinar as gerações mais novas. E a doutrinação das gerações mais novas será feita a partir da ideia de uma hegemonia mundial germânica assente na força e na teoria da inevitabilidade da guerra. O discurso alemão, porém, está a ser seguido com muita atenção e é objecto de leituras atentas. Na realidade, é o discurso com sentido hegemónico que porá em marcha a confederação antigermânica. Página 50/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG Na medida em que no discurso alemão está explícita uma parada militar. A parada militar visa atingir: a França, a Rússia e a Grã-Bretanha. Esta atitude é o prenúncio do militarismo alemão, como consequência directa da doutrinação que eles têm feito em todas as esferas da vida do país. Com o tempo, a partir de 1871, o tom voz da Alemanha aumentou. Além disso, em 1882, a Alemanha, a `Áustria-Hungria a Itália estabelecem uma coligação (Tripla Aliança) da via, Guilherme II entra em cena e, como ele está embebido da doutrina Hohenzollen, privilegia as questões militares (Guilherme II foi o ultimo imperador alemão, pertencente a família Hohenzollen). Diante o progresso que a Alemanha regista, Guilherme II não coibe e, em 1885, anuncia que a Alemanha é uma potencia mundial, sem rodeios nem hesitações. Em simultâneo, concebe um vasto plano militar onde estabelece como prioridade da Alemanha a criação de uma grande armada. Não se deixa ficar por aí, a Alemanha expande o seu império em `África e no Pacífico. O plano alemão deixou a Grã-Bretanha alarmada e de sobreaviso. Aliás, a GrãBretanha é a maior potencia naval e tem interesses a defender. As circunstâncias da própria vida precipitam, no entanto, outras situações, factores externos de peso na relação de forças, ligadas ao conhecido desastre (derrota) militar na Manchúria (Rússia-Japão,1905). Este facto externo favorece e encoraja a Alemanha, ao ponto dela ameaçar a França e caucionar a Áustria - Hungria a anexar duas províncias da Jugoslávia (a Áustria anexou a Bósnia e a Herzegovina). As presentes atitudes alemães, nomeadamente: o desafio naval a Grã-Bretanha, as ameaças contra a França e os eslavos, criaram as condições que deram lugar ao pacto de entendimento entre a Grã-Bretanha, a França a Rússia, em busca de contrapeso (Tripla Entente,1907). Por isso estão criadas de maneira clara as condições para a estruturação de um discurso alternativo, sem exclusão de um confronto directo. Mas do outro lado da barricada, os espíritos também se exaltaram e surgem assim, um pouco por certos recantos da Europa, atitudes imperiais similares às da Ale manha. As forças de tom imperial estão presentes na Inglaterra, França, Itália e nos Balcãs (é o imperialismo moderno e com um fundo de nacionalismo megalómano um nacionalismo tornado agressivo pela prosperidade). Em função aos fins estabelecidos, as forças imperialistas põem em marcha os seus planos. Assim começaram pequenas guerras e anexações na Europa e em outras regiões (a Itália fez guerra a Turquia e, além disto, anexou Tripoli. Em 1912 a Servia, a Bulgária e a Grécia assaltaram a Turquia arrancaram-lhe todas as possessões europeias). Para bem dizer, as grandes potencias europeias da época, sem qualquer excepção, estavam mais interessadas na implementação das suas políticas nacionais. Estas são as causas remotas da Primeira Guerra Mundial. Página 51/51 15-09-2008/18:52:07/revista_minden.doc- formatação Filipa.doc/PPG